NOSSOS TELEFONES: (53) • Editor Schubert Peter • Redação Rocheli Wachholz Cassiane Fonseca • Revisão Aline Partzsch de Almeida • Design Gráfico Cristiano Ceia Grupo Cultivar de Publicações Ltda. Direção Newton Peter Cultivar Máquinas • Edição Nº 231 • Ano XX - Novembro 2022 • ISSN - 1676-0158 • Coordenador Comercial Charles Echer • Vendas Sedeli Feijó José Geraldo Caetano • Coordenação Circulação Simone Lopes Índice • Assinaturas 3028.2000 C C Cultivar • Comercial e Redação 3028.2075 • Assinaturas Natália Rodrigues • Expedição Edson Krause www.revistacultivar.com.br contato@grupocultivar.com CNPJ : 02783227/0001-86 Insc. Est. 093/0309480 Assinatura anual (11 edições*): R$ 269,90 (*10 edições mensais + 1 conjunta Dez/Jan) Números atrasados: R$ 22,00 Assinatura Internacional: US$ 150,00 € 130,00 04 Rodando por aí Destaques 10 Colhedoras Principais regulagens para colhedoras de algodão Charles Echer www.revistacultivar.com.br /revistacultivar /revistacultivar @RevistaCultivar 22 Nossa capa 14 Tratores Como lastrar corretamente o trator para diferentes atividades 32 Colhedoras Como regular adequadamente a colhedora para a colheita de trigo 22 Pulverizador MF 535R da Massey Ferguson Capa - Test Drive 05 Mundo Máquinas Lançamentos, empresas e novas tecnologias 36 Agricultura de precisão Vantagens do uso da telemetria no plantio da cana-de-açúcar 18 Lubrificantes Principais diferenças e usos de lubrificantes e graxas 40 Como funciona a tecnologia que permite a comunicação entre máquinas Tecnologia
Seis anos no Brasil
A Mahindra completou seis anos de operação no Brasil. Para comemorar, reuniu todos os seus colaboradores para uma confraternização, onde foram homenageados os profis sionais que completaram cinco anos de empresa. A Mahindra também divulgou nota oficial sobre a operação da marca no Brasil, por Jak Torretta Jr., CEO da Mahindra Brasil. “A Mahin dra acredita no Brasil. Sabe que tem produtos adequados às necessidades dos produtores brasileiros. Tratores robustos, econômicos, fáceis de operar e que não param. [...] Desen volvemos uma rede de concessionárias qualificada, que está evoluindo com a Mahindra. Empresas comprometidas com
a excelência no atendimento comercial e de pós-venda. Nos so portfólio de tratores, de 25cv a 110cv de potência, está ga nhando cada vez mais espaço no País”, ressaltou.
AGCO Agriculture Foundation inicia projeto de três anos com a Universidade de Ciências Aplicadas
A AGCO Agriculture Foundation (AAF), fundação privada que tem como objetivo prevenir e combater a fome por meio do desenvolvimento agrícola sus tentável, anunciou uma doação de CHF 195.000 (francos suíços) para a Universi dade de Ciências Aplicadas de Berna (Es cola de Ciências Agrícolas, Florestais e Alimentares). A doação apoiará a imple mentação de um projeto agrícola de três anos, que busca promover a aplicação de métodos de controle de ervas daninhas baseados em plantio direto, com robôs leves de campo desenvolvidos para cli mas frios e úmidos, como o da Europa
de Berna
Central. A iniciativa será realizada com a participação de estudantes universitá rios, em nível de mestrado e graduação. Assim, os conhecimentos adquiridos se rão repassados aos agricultores para me lhorar a produção de culturas sustentá veis e a eficiência da operação na pro priedade rural.
Parceria entre Embrapa e Stara favorece pesquisas com cereais de inverno
Liderança sênior
A CNH Industrial anunciou mudanças na equipe de liderança sênior. Vilmar Fista rol liderará a região da América do Norte, a partir do final de janeiro de 2023, após mais de uma década como presidente da Amé
ça de mercado. Já Rafael Miotto assumi rá a responsabilidade pela região da Amé rica Latina a partir de janeiro de 2023, e essa nomeação fará com que ele se junte à equipe de liderança sênior da empresa. rica Latina, perío do durante o qual aumentou conti nuamente as ven das das marcas da CNH Industrial na região para posi ções de lideran
Rafael liderou com sucesso a marca New Holland Agri culture na Améri ca Latina, nos úl timos cinco anos, em seus 18 anos na empresa.
Uma parceria entre a EmbrapaTrigo e a Stara está favorecendo pesquisas com ce reais de inverno e viabilizando a correção de acidez dos solos na unidade da empre sa, em Passo Fundo (RS). A parceria se ini ciou em outubro, com a correção da acidez do solo nas áreas destinadas ao melhora mento genético de trigo e cevada, mas de verá contemplar as diversas áreas de pes quisa da Embrapa Trigo ao longo das pró ximas três safras agrícolas. O equipamen to utilizado na parceria é o distribuidor de calcário Bruttus, modelo 12000, que ga rante a uniformidade de aplicação e pre cisão na distribuição de corretivos e ferti lizantes. “A distribuição por gravidade re duz muito a ação do vento e permite que o produto seja depositado de maneira uni forme no solo, fazendo com que seu apro veitamento seja otimizado”, destacou o coordenador de Marketing de Produto da Stara, Thomas Liska.
RODANDO POR AÍ Novembro 2022 • www.revistacultivar.com.br 04
MUNDO MÁQUINAS
Parceria Case IH + Senai + Senar
A Case IH, marca da CNH In dustrial, anunciou em outubro uma parceria com o Serviço Na cional de Aprendizagem Indus trial (Senai) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) para oferecer cursos de capacita ção profissional no Mato Grosso. Com um investimento superior a R$ 36 milhões, serão oferecidas mais de 30 mil certificações em cursos e formações técnicas.
"A Case IH, como pioneira na fabricação de máquinas e solu ções inovadoras, sabe que a agri cultura digital é uma realidade no campo e que ter mão de obra preparada é fundamental para essas mudanças. Por isso, esta mos investindo mais de R$ 36 mi lhões apenas na primeira etapa deste projeto que envolve enti dades tão representativas para o País, como o Senai e o Senar", afirmou o vice-presidente da Case IH para a América Latina, Christian Gonzalez.
A primeira etapa do proje to vai oferecer capacitação em
operação e manutenção de má quinas, além de agricultura digi tal e programa de aprendizagem técnica para Jovem Aprendiz. A Case IH oferecerá suas soluções tecnológicas para cursos, como o de agricultura de precisão e pi loto automático. Equipamentos como simuladores, receptores e plataformas estarão disponíveis nas Salas de Conectividades nas unidades parceiras do projeto.
Interessados em realizar a for mação em Operação de Máqui nas Agrícolas podem procurar uma das unidades do Senar nas cidades de Sapezal, Rondonó polis e Água Boa. Nas unidades do Senai nos municípios de Ron donópolis, Lucas do Rio Verde e Barra do Bugres serão ofertadas vagas para Menor Aprendiz em nível técnico, formações de téc nico em Manutenção de Máqui nas Agrícolas e formações técni cas em áreas como Agricultura de Precisão, Hidráulica e Eletrici dade Aplicadas e Configurações de Piloto Automático.
Jacto participa da 7ª edição do CNMA e do Yami 2022
A Jacto participou da 7ª edição do Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA) e a edição 2022 do Youth Agribusiness Movement Inter nacional (Yami), que ocorreram nos dias 26 e 27 de outubro, no Transamérica Expo Center, em São Paulo. Ambos os eventos contaram com re presentantes da Jacto em mesas-redon das e debates. Este ano, as discussões em palestras, painéis e mesas-redondas englobaram temas como governança da cadeia de vegetais, gestão e suces são nas cadeias produtivas, inovações e ESG, cadeia produtiva da proteína ani mal, agricultura urbana, além da for te temática da comunicação no agrone gócio. “A presença feminina e sua atua ção ativa no campo é visível e marcan te. Acompanhamos produtoras, líde res e mulheres em cogestão com suas famílias e podemos notar os impac tos positivos para a evolução da agricul tura. Reforçamos também o papel de terminante dos jovens na liderança, na continuidade dos negócios e na inova ção do agronegócio, num cenário cada vez mais tecnológico e digital, o que abre frentes de trabalho e oportunida des atrativas para a nova geração”, des tacou o diretor de Marketing da Jacto, Wanderson Tosta.
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Primeiro caminhão autônomo Volkswagen
Prêmio Farm Machine 2023 para a Série MF 5S
A Volkswagen Caminhões e Ôni bus realizou sua primeira venda do ca minhão autônomo Constellation para o Grupo Vamos – empresa de locação e venda de caminhões, máquinas e equi pamentos.
“Começamos novamente com o pé direito, celebrando as primeiras vendas desse modelo logo após anunciar seus testes em campo. O Grupo Vamos é o primeiro a adquirir unidades autônomas dos caminhões Constellation, e estamos muito felizes com essa parceria. Espera mos iniciar as entregas desses veículos nos primeiros meses de 2023”, disse o presidente e CEO da Volkswagen Cami nhões e Ônibus, Roberto Cortes.
O VW Constellation 31.280 8x4 con ta com direção eletricamente assistida, que faz a interface com toda a tecnolo gia embarcada. Além da caixa de dire ção com assistência elétrica, está equi pado com um avançado sistema de ge oposicionamento em tempo real (Real Time Kinematic ou RTK), que identifica sua posição e segue a rota pré-progra mada, com precisão de 2,5cm e com va riações mínimas, impossíveis de se atin gir na condução humana. O exclusivo sistema VWCO de câmeras, que subs tituem os retrovisores tradicionais, ofe rece uma visão 360° ao redor do veícu lo, além de maior visibilidade durante a operação noturna.
A Massey Ferguson, marca mundial da AGCO, anunciou que a sua série MF 5S é a vencedora do prêmio Farm Machine 2023, na categoria de tratores com menos de 120cv. O conceituado prêmio concedido pelo Groupe La France Agricole foi entregue no dia 6 de novembro, em uma cerimônia es pecial durante a feira Sima Show, em Paris, na França.
Com a melhor visibilidade da classe e um raio de giro de 4m, um capô mais estreito e recursos práticos, a série MF 5S conta com tratores com pá carregadeira. Com suspensão do eixo diantei ro opcional, alta carga útil e maior capacidade de levante, é um tra tor do campo e na estrada.
“É uma grande honra receber este prestigioso prêmio avaliado por especialistas internacionais. É uma grande conquista para toda a equipe da Massey Ferguson, que projetou este trator em par
ceria com os agricultores”, ressal tou o vice-presidente e diretor-ge ral da Massey Ferguson para a Eu ropa e o Oriente Médio, Thierry Lhotte.
A série MF 5S oferece uma se leção de cinco modelos de 105cv a 145cv. Todos vêm equipados com diversas opções de especi ficações, que podem ser da linha Essential, Efficient ou Exclusive. Os modelos oferecem uma varie dade de recursos para melhorar a produtividade e atender a todos os tipos de propriedades rurais e aplicações.
Todos os tratores contam com o motor AGCO Power de quatro cilindros e 4,4 litros, que atendem aos mais recentes regulamentos de emissões Estágio V, com a des complicada tecnologia SCR “All in One”. Projetada para prolongar a vida útil do trator, está integrada para manter a visibilidade do ope rador.
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Horsch promove “Campo e Ação”
A Horsch promoveu recente mente a segunda edição do even to “Campo e Ação”, onde de monstra na prática como a utiliza ção de todo potencial de um ma quinário de ponta pode auxiliar na produtividade da lavoura. O even to foi realizado na cidade de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, du rante três dias, envolvendo ativi dades teóricas e práticas.
“Trazemos ao conhecimento de produtores e concessionários novidades em implementos agrí colas com alta tecnologia, que possuem como característica principal o cuidado e o respeito pelo solo. São produtos desen volvidos para aumentar a produ tividade em campo, gerando me nos impacto ao meio ambiente,
e mais resultado para o produtor, fato que tem o objetivo de tra zer reflexos po sitivos, em ter mos de econo mia e sustenta bilidade, para a agricultura do País”, destacou
o diretor-geral da Horsch no Bra sil, Rodrigo Duck.
Os participantes puderam debater sobre Tecnologia de Desenvolvimento de novos pro dutos; conferir os resultados que a adubação em profundida de traz em determinados per fis de solo; e ver as potenciali dades e os diferenciais do Leeb 5.280 VL, um pulverizador que propicia que o defensivo agríco la seja aplicado na mesma medi da nos locais necessários, além de conhecer as semeadoras de precisão Maestro Evolution (de 24, 30, 36, 39 ou 40 linhas), e Maestro Kompass, com fecha mento automático das barras de plantio, que reduz a largura da máquina para 3,20m.
Tratores compactos da Massey Ferguson
A Massey Ferguson lançou recente mente duas séries de tratores com di mensões reduzidas para entrar no espa çamento das plantações de café: a MF 3300 Xtra, projetada para proporcionar uma produção agrícola mais simples e potente, e a série MF 3400, com o me nor raio de giro do segmento, quatro opções de transmissão, disponível nas versões cabinada e plataformada.
“Uma característica que sempre bus camos nos tratores compactos é manter a robustez. Nossos modelos mantêm as características de um trator agrícola convencional na relação peso/potência para que a máquina alcance a máxima eficiência operacional”, ressaltou o coor denador de Marketing Produto Tratores Massey Ferguson, Eder Pinheiro. Com potências de 59cv, 69cv e 78cv, a série MF 3300 Xtra possui motores com injeção mecânica. Os modelos são oferecidos na versão plataformada, com transmissões 8x2 ou 12x4, além da op ção com creeper, redutor de velocidade para operações que necessitam de velo cidades extremamente baixas.
A série MF 3400 tem quatro modelos que podem ser plataformados ou cabi nados, de 69cv e 79cv, com motor de in jeção mecânica, e de 89cv e 99cv, como motor de injeção eletrônica. Os motores de injeção eletrônica possuem sensores que evitam a falha.
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51º Conbea celebra 50 anos do Engenheiro Agrícola
De 27 a 29 de outubro ocorreu o 51º Congresso Brasileiro de Engenha ria Agrícola – Conbea, realizado pela Associação Brasileira de Engenharia Agrícola – Sbea, no Parque Tecnoló gico de Pelotas, Rio Grande do Sul. Com o tema “50 anos do profissio nal engenheiro agrícola: revisitando o passado para transformar o futuro”, o evento teve como objetivos difun dir e discutir temas relacionados à En genharia Agrícola e sua relação com a agricultura e a sociedade.
No evento, a Sbea comemorou os 50 anos do Profissional Engenhei ro Agrícola, ocasião em que foram desenvolvidas sessões técnicas com trabalhos apresentados nos forma tos pôster e oral (com premiação dos melhores trabalhos), minicursos, conferências e palestras de especia listas, mesas-redondas sobre temas importantes, polêmicos e atuais, re presentando rara oportunidade para a efetiva troca de experiências entre os congressistas.
A palestra de abertura foi realiza da pelo ex-integrante da Sbea, en genheiro agrícola Paulo Herrmann, sobre a necessidade constante de desenvolvimento tecnológico e ino vação no agronegócio. Também houve uma profunda discussão no Fórum de Coordenadores de Cur so de Engenharia Agrícola com a pa lestra do professor Luis Paulo Bran dão, do Instituto Militar de Enge nharia e vice-presidente da Abenge.
Durante os três dias de evento, também ocorreram palestras com temas da atualidade da engenharia no agronegócio, como a ação dos ventos em estruturas, estradas não pavimentadas, armazenamento 4.0, tecnologia de aplicação de pro dutos. Minicursos foram focados em demandas da engenharia, como dimensionamento de silos com ele mentos finitos, plataforma digital para aquisição e monitoramento de dados hidrológicos, válvulas para ir rigação e agricultura digital.
O congresso tem característi ca científica e as premiações des te ano, nas mais diversas áreas, pas saram pela variabilidade espacial, discussões tradicionais como análi se de sedimentos em bacias, proje tos de equipamentos como de lâ minas para plataformas de colheita e de chassi, trabalhos de biodiges tão e geração de energia, tratamen tos físicos para aumento de qualida de de sementes, técnicas de irriga ção mais adequadas, uso de minera ção de dados e processamento de imagens.
O evento contou com o apoio das associações da área Sbea e Abe ag, da UFPel, da UFSM e da Uni pampa, e de empresas do setor como John Deere, ZF, Revista Culti var, Bim Works e Joyb Agro.
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Qualidade no detalhe
Com grande tecnologia embarcada, as colhedoras de algodão podem entregar um produto de alta qualidade comercial. Mas para garantir o resultado esperado é preciso que o produtor cuide de cada detalhe no cultivo, do preparo do plantio até a regulagem do componente da colhedora
Acolheita é uma das principais etapas para o sucesso na produção de pluma de algo dão. Algumas variáveis inter ferem nessa etapa, principalmente na qua lidade da pluma, e podem comprometer o valor na comercialização do produto final.
Então passaremos algumas dicas de como fazer uma colheita de algodão com qualidade e produtividade.
Na fase de crescimento da lavoura é necessário monitorar a altura da planta, para definir como e quando aplicar o re gulador de crescimento. Por ser uma plan ta perene e de ciclo indeterminado, é im portante manter o equilíbrio entre o cres cimento vegetativo e a fase reprodutiva. As plantas devem ter uma altura aproxi mada de 1,30m, pois nessa condição não compromete a operação de manejo e co lheita mecanizada.
Então, a utilização de reguladores de crescimento pode garantir produtivida de e qualidade da pluma. Os regulado res de crescimento permitem reduzir o porte e o comprimento dos galhos das plantas, auxiliando assim na penetração de luz no baixeiro, fazendo com que as fibras inferiores tenham maior sanidade e qualidade.
CONDIÇÕES CLIMÁTICAS
Algumas dicas são valiosas para o su cesso na colheita da pluma de modo a evi tar perdas e obter maior produtividade. A colheita da pluma de algodão em caroço pode ser impactada por fatores climáti cos, como umidade, precipitação, radia ção solar e temperatura.
A abertura do capulho só ocorre com maior frequência na presença de radiação solar. Assim sendo, a abertura dos capu
lhos em dias nublados fica comprometida. Alta pluviosidade prejudica a colheita e a qualidade da fibra, pois provoca o apare cimento de fungos nas maçãs.
A pluma deve ser colhida com umida de máxima de 12% e praticamente 100% dos capulhos abertos. Aguardar o orvalho secar antes de iniciar a colheita e se for co lher durante a noite, monitorar a umida de, lembrando que a pluma colhida à noi te deve ser direcionada para a algodoeira o mais breve possível.
VELOCIDADE DE DESLOCAMENTO
A velocidade de colheita na máquina deverá ser compatível com sua capacida de, modelo, quantidade de barras e fusos e ainda levar em consideração a produti vidade e as características da lavoura para evitar perdas na queda do capulho, reti
COLHEDORAS
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rada da seiva da planta (a seiva contami na a pluma). O espaçamento de plantio e o número de linhas da semeadora devem ser múltiplos das unidades da colhedora.
A colheita mecanizada exige a aplica ção de desfolhantes e maturadores, pois contribuem na abertura de maçãs que ain da não abriram e desfolham a planta para não comprometer a qualidade, manchan do a pluma.
COLHEDORAS EQUIPADAS COM FUSOS
Nesse tipo de colhedora, o dispositivo de colheita é composto de fusos cônicos estriados, que giram em alta rotação, fa zendo com que os capulhos fiquem aderi dos aos fusos e, assim, sejam extraídos da planta. Proporciona um produto com me nos impurezas, porém a colhedora apre senta elevado custo de aquisição.
Nesse tipo de colhedora, o fuso é o componente mais importante na colhei ta de algodão, por ser responsável pela retirada da pluma da planta. No processo de colheita, existem outros componen tes de apoio para o fuso, dos quais falare mos a seguir.
ETAPAS DE COLHEITA NA COLHEDORA DE ALGODÃO
São seis as etapas para a colhedora exe cutar através das unidades de linha, onde estão localizados os fusos e seus compo nentes de apoio. Precisamos entender como ajustar as unidades de colheita e fa zer as devidas manutenções.
A primeira etapa serve para reunir as plantas. Os elevadores de troncos e guias de plantas preparam a plantação para en trar na unidade de colheita. Para que os elevadores de troncos executem suas ati
vidades corretamente, faz-se necessário regular altura, abertura e inclinação dos mesmos. Essa regulagem deve ser feita na área onde será colhida, pois é lá que se identificam o comprimento dos galhos e a altura dos primeiros capulhos no bai xeiro da planta.
Na segunda etapa, ocorre a compres são das plantas. As portas e as molas das placas de pressão comprimem as plantas antes delas entrarem na zona de colheita.
Excesso de pressão pode ser um indicati vo de pluma de baixa qualidade, pois com essa regulagem errada, retira-se a seiva da planta, o que contamina a pluma, reduzin do o valor comercial do produto. A pressão da placa no tambor dianteiro deve iniciar com um furo e meio e dois furos e meio no tambor traseiro.
Na terceira etapa é onde ocorre a co lheita em si, quando os fusos puxam e enrolam a pluma para removê-la do ca
Fotos Cleber Muniz de Brito
Barra de fusos colunas do tambor de descarga removem a pluma do fuso e direcionam para a corrente de ar
Os elevadores de troncos e guias de plantas prepa ram a plantação para entrar na unidade de colheita
Excesso de pressão na placa do tambor dianteiro pode resultar em pluma de baixa qualidade
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O fuso é um componente importante na colheita de algodão, por ser responsável pela retirada da pluma
pulho na planta. O operador deve verifi car na barra se existe algum fuso parado ou quebrado e até avaliar o desgaste dos mesmos.
A etapa seguinte é quando o produto passa pelo tambor de descarga ou desfi brador. As colunas do tambor de descar ga removem a pluma do fuso e direcio nam para a corrente de ar. É a principal re gulagem das unidades, porque se essa re gulagem não for exata, a pluma permane ce enrolada no fuso e acontece o que vul garmente os operadores chamam de en carneiramento.
Essa regulagem é feita através do pa rafuso que está localizado na parte supe rior da unidade de colheita, sempre do lado direito dessa unidade. O procedimento de regulagem é feito abaixando o tambor de descarga (desfibradores) até sentir um leve arraste em cima dos fusos.
Na quinta etapa ocorre o transporte da pluma até o cesto ou acumulador. O siste ma de ar promovido pelas turbinas trans porta a pluma das unidades de colheita até o cesto ou acumulador. Nessa etapa, o operador deve observar, no monitor da máquina, a rotação das turbinas para que elas produzam um fluxo de ar suficiente para levar a pluma até o cesto da máqui na (acumulador).
Na sexta e última etapa ocorrem a lim peza e a umidificação. As colunas do umi dificador limpam os fusos para remover
as manchas e os resíduos vegetais, elimi nando o risco de contaminação da pluma, através de jato de água com solução de limpeza apropriada. A pressão inicial não deverá ser menor que 20 PSI.
Nas escovas de limpeza existem três regulagens: distância do anel antipó, al tura em relação ao fuso e pressão da so lução de limpeza. Na primeira regulagem a última palheta da escova deve tocar no anel antipó e provocar uma ligeira flexi bilização; na segunda regulagem as de mais palhetas apenas tocam ao logo do fuso, de forma que não fique nenhuma área sem limpar; a terceira regulagem é feita no monitor da máquina informan do a pressão da solução de limpeza, que deve ser dimensionada conforme a tem peratura e a umidade da pluma.
Uma vez com a pluma no cesto (acu
mulador), as colhedoras de algodão mais modernas se encarregam de fazer o res tante do processo, que é a formação, a embalagem e a ejeção do fardo, auto maticamente.
Essas são algumas dicas essenciais para colher algodão com qualidade, man tendo a fibra limpa, com alto valor comer cial e muita produtividade. Aliando toda a tecnologia embarcada nas colhedoras de algodão, com manutenções e regulagens adequadas, é possível colher um produto de alto valor comercial.
Charles Echer
Sistema de ar promovido pelas turbinas transporta a plu ma das unidades de colheita até o cesto ou acumulador
M
Cleber Muniz de Brito, BM Consultoria e Treinamentos
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Escovas de limpeza eliminam impurezas do produto
Não é só lastrar
Na hora de lastrar o trator, é necessário tomar alguns cuidados com a simplificação da operação, a fim de evitar erros que além de desequilibrar a distribuição de peso, pode comprometer a tração e aumentar a compactação do solo
No Brasil, o avanço da me canização é uma realidade constante. Segundo a As sociação Nacional dos Fa bricantes de Veículos Automotores (An favea) foram comercializados 35.369 tra tores de roda no período 2019/2020. Ana lisando o anuário de tratores 2021/2022 da revista Cultivar Máquinas, em que fo ram levantados 281 modelos de trato res agrícolas de 17 marcas que atuam no mercado brasileiro, vemos que os mo delos 4x2 Tração Dianteira Auxiliar (4x2 TDA) são os mais comercializados.
O desempenho de um trator agrícola é diretamente proporcional à sua eficiên cia de tração, que acontece com a intera ção entre o pneu e o solo onde ele opera. Uma maior eficiência de tração significa melhor transmissão da potência forneci da pelo motor para a potência requerida pelo implemento.
Uma das principais formas para au mentar a eficiência de tração dos tratores agrícolas é a lastragem, isto é, pesos que são adicionados no trator para aumen tar a aderência entre os rodados e o solo. O equilíbrio de peso deve estar próximo de uma distribuição de 40% do peso to
tal nas rodas dianteiras e 60% nas tra seiras, essa recomendação se aplica aos tratores 4x2 TDA, tendo em vista a ge ometria de projeto do trator, com as ro das traseiras de maior diâmetro e que são mais requisitadas na tração.
A lastragem deve ser feita de modo correto para aumentar a eficiência de tração do trator. A aplicação incorreta da técnica leva a consequências nega tivas. Uma lastragem insuficiente acar reta em aumento no consumo de com bustível, maior desgaste dos pneus e aumento da patinagem; já uma lastra gem excessiva faz com que se aumen te o peso sobre a transmissão do tra tor e nos pneus, logo, há um aumento no consumo de combustível, além do desgaste mais rápido da transmissão e
também maior compactação do solo de vido ao peso.
Os lastros em tratores agrícolas são geralmente de duas formas: lastro sóli do, que são pesos aplicados diretamen te na roda ou no eixo do trator e também em suportes que possibilitam a adição de componentes de pesos, e lastro líqui do, que é o enchimento do pneu por um líquido, geralmente água, até uma certa capacidade.
Para se realizar o equilíbrio correto do trator através da lastragem, devemos imaginar o trator como uma gangorra, em que cada peso colocado gera uma força vertical onde está sendo aplicado, e um momento, quando não aplicado dire tamente sobre os eixos do trator, a apli cação correta do lastro leva ao equilíbrio de pesos nas rodas de tração.
Para um peso adicio nado fora dos pontos de apoio do trator, que se riam os pontos de conta to do pneu com o solo, tem que se levar em con
TRATORES
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ta o aparecimento de um momento, que nada mais é do que um torque, for ça multiplicada pela distância ao ponto de aplicação. Avaliando-se o esquema do trator com o peso dianteiro aplicado fora do ponto de apoio, este momento faz com que apareça uma força de reação re tirando peso da roda traseira, esse é o sis tema de gangorra que precisa ser ava liado, ou seja, quando se adiciona peso no suporte dianteiro, com pesos fora do ponto de apoio, é gerada uma força que diminui o peso na roda traseira.
Em um workshop sobre equilíbrio operacional de trator e adequação ao im plemento agrícola com a equipe de pre paro de solo, realizado na usina Cerradi nhoBio, localizada no município de Cha padão do Céu (GO), juntamente com o especialista em mecanização Douglas Rocha (coordenador KAM-AGCO do Bra sil), onde foi abordado o tema “Lastra gem e equilíbrio operacional de tratores”, utilizou-se um equipamento da mar ca Valtra, modelo T230 CVT com pneus traseiros 710/70 R38 e pneus dianteiros 600/65 R28 para exemplificar. Alguns da dos foram medidos com a balança de sa patas e outros estimados através de cál culos.
O trator, calculado sem nenhum peso, chegou aos valores de 2.320kg para o eixo dianteiro e 4.650kg para o eixo tra seiro, o que dá um peso total de 6.970kg. Nessas condições, o trator está com 33% do peso total nas rodas dianteiras e 67% nas traseiras. (Figura 1)
A necessidade de se aumentar o peso de um trator está ligada ao tipo de es
forço que ele realizará no trabalho, no caso, o trator seria utilizado para tracio nar um implemento que faz a sulcação do terreno e uma aplicação de maté ria orgânica dentro desses sulcos. Essa operação é conhecida nas usinas como “plantar torta de filtro”, pois a matéria orgânica utilizada é o resíduo do filtro por onde passa a garapa, que é coloca da dentro de um sulco aberto na terra, para melhorar a condição do solo na ca mada subsuperficial.
Sabendo o implemento e a ativida de a ser executada, a lastragem é base ada em cima da força de tração neces sária para arrastar o implemento, sendo essa calculada através de normas como a Asae D497 ou medida experimental
mente com uma célula de carga aplica da na barra de tração.
A partir dessa necessidade de esfor ço para tracionar esse implemento, no tou-se a necessidade de adicionar pe sos e assim foi feito, colocando-se pe sos como os lastros líquidos. Nos pneus foi adicionada água até 75% de seu vo lume, e o valor dos pesos adicionais que isso acarreta foi levantado do catálogo do fabricante, que aponta para um peso de 810kg nos pneus traseiros e 420kg nos pneus dianteiros.
Com a necessidade de mais pesos, lastros sólidos foram adicionados no eixo traseiro, que são as “anilhas de me tal” que o fabricante de tratores forne ce. No eixo traseiro foram colocados
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Os lastros nos rodados podem ser com acréscimo de água no interior dos pneus ou pesos metálicos nos rodados
Fotos Charles Echer
640kg por roda, dando um peso a mais de 1.280kg no eixo.
Esses pesos adicionais não geram momento, pois são adicionados direta mente nos pontos de apoio do trator, gerando, portanto: no eixo traseiro ha via um peso inicial = 4.650kg mais las tro líquido 2 x 810kg (são os dois penus que são adicionados de água) = 1.620kg e mais o peso sólido = 1.280kg => Total eixo traseiro de 7.550kg. No eixo diantei ro havia peso inicial = 2.320kg mais lastro líquido 2 x 420kg = 840kg => Total eixo dianteiro de 3.160kg.
Para essa condição, teríamos peso total do trator de 10.710kg com 29,5% do peso no eixo dianteiro e 70,5% do peso no eixo traseiro. Repare que a dis tribuição nessa etapa ficou pior do que sem lastro, pois devemos tentar nos aproximar de 60% traseiro e 40% dian teiro para atender ao projeto do trator com relação ao seu poder de tração.
Colocando o lastro sólido de 18 pe sos de 55kg no suporte dianteiro, ve mos a interação do trator como uma gangorra em funcionamento, pois es ses 990kg geram um momento no
eixo dianteiro do trator, de modo a alte rar o peso traseiro e dianteiro do trator. Sabendo que a distância entre o supor te dianteiro e o centro do pneu traseiro é de 1m e a distância entre os eixos traseiro e dianteiro é de 3m, é possível fazer a so matória de momentos no eixo dianteiro, conforme a fórmula na página seguinte.
Logo, para os 990kg de lastro apli cados no suporte dianteiro, 660kg cau sam uma força no eixo dianteiro e os ou tros 330kg causam uma força contrária no eixo traseiro, alterando o equilíbrio estáti co do trator para 7.220kg no eixo traseiro e 3.820kg no eixo dianteiro.
Com essa distribuição de lastro, che gamos ao equilíbrio estático por volta de 35% de peso dianteiro e 65% de peso traseiro para o trator (Situação 1), sen do esse um bom valor para o equilíbrio do trator, considerando que o implemen to usado tem o acoplamento na barra de tração e se beneficia de um maior peso
Exemplos de lastro sólido e lastro líquido
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Ilustrações Pedro Ferreira
Figura 1 - Distribuição de peso e equilíbrio do trator
Situação
Situação
Figura 2 - Distribuição de peso com o lastro aplicado no suporte dianteiro
1
2
Fotos Vinicius S. Ferreira
traseiro. Porém, poderíamos obter um equilíbrio próximo de 60% de peso no eixo traseiro e 40% de peso no eixo dian teiro retirando o lastro sólido dos pneus traseiros.
Como o trabalho que foi planejado era com a utilização da carreta sulcado ra e distribuidora de torta de filtro, foi re alizada uma pesagem com a balança de sapatas com o implemento acoplado. Como esse implemento causa uma força vertical na ponta da barra de tração, foi necessário fazer uma nova pesagem com o implemento desacoplado, dando uma diferença de peso vertical de 2.240kg, que no caso correspondia ao peso aplica do pelo implemento no eixo da roda tra seira.
Fazendo as contas novamente do equilíbrio estático, concluímos que o peso traseiro ficou com 7.220kg, mais 2.240kg, num total pesado de 9.460kg, e no dianteiro calculamos 3.600kg. Note que é menor devido ao efeito da gan gorra: acrescendo um peso na ponta da barra devido ao acoplamento do imple mento, a frente vai diminuir seu peso. Temos um total de 13.060kg e chega
mos ao resultado de que o trator fica rá com 27,5% do peso total na diantei ra e 72,5% na traseira (situação 2), isso demonstra que o equilíbrio estático pio rou com o acoplamento do implemen to. Essas forças e momentos causa dos pelo implemento na barra de tra ção também alteram a configuração do equilíbrio estático de pesos do trator de modo que é necessário um novo cálculo para readequar a lastragem.
Portanto, vemos que a lastragem correta deve ser feita utilizando-se da dos sobre o equilíbrio estático de pesos do trator, mas, levando em conta infor mações do implemento a ser utilizado, onde cada implemento apresenta uma força na barra de tração requerida dife rente, isso vai alterar o equilíbrio opera cional. Ou seja, quando o trator estiver trabalhando e gerando uma força T, for ça essa necessária para arrastar o imple mento, devemos levar em conta os mo mentos gerados por ela e refazer os cál
culos para a aplicação do lastro, assim, é necessário balancear esses momentos para obtermos o equilíbrio de pesos de sejado no momento em que o trator está operando para atingir maior eficiência de tração no trator.
Esse tipo de checagem e regulagem precisa ser estendido para outras ativida des do setor canavieiro, como a opera ção com transbordo de cana, plantado ras de cana, tanques de aplicação locali zada de vinhaça, pois são atividades que requerem grandes esforços e alto con sumo de combustível. Se os tratores que trabalham nessas operações não estive rem devidamente equilibrados, os prejuí zos se multiplicam.
3 - Equilíbrio estático do trator
17 Novembro 2022 • www.revistacultivar.com.br M
Figura
O trator foi inicialmente pesado sem nenhum peso adicional, para isso foi utilizada uma balança de sapatas para se obter o peso dianteiro e o traseiro
Vinicius S. Ferreira Cezario B. Galvão Angel P. Garcia Daniel Albiero e Gabriel A. C. de Moraes, Feagri – Unicamp - AgrPerforma
Obs. Aceleração da gravidade de 9,81 m/s termos Força multiplicado por Distância que seria o momento gerado.
Lubrificantes X G
Embora se destinem aos mesmos propósitos, há muita diferença entre lubrificantes e graxas. Conhecer as características de cada um ajuda na hora de escolher o produto correto
Para que um maquinário funcione, há diversos meca nismos e engrenagens responsáveis pelo movimen to das peças. É esse movimento que criará a força necessária para que sua função seja exercida, seja na área agrícola, nas indústrias alimentícias, automobilística, in dustrial, entre outras.
Para que o movimento ocorra, é preciso que haja atrito en tre as peças e essa dinâmica constante é capaz de danificá-las. Uma maneira simples e rápida de reduzir a fricção do desliza mento ou rolamento de peças é por meio da lubrificação.
A lubrificação é de extrema importância em um cenário de alta produtividade, já que será responsável pelo pleno funciona
LUBRIFICANTES
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mento dos maquinários, evitando para das inesperadas e perda de rendimento. Suas funções são de limpar, refrigerar, vedar, reduzir o desgaste e ainda trans mitir forças e absorver choques, reduzir os ruídos e proteger as superfícies.
De acordo com a tribologia, estudo de interação entre superfícies em movi mento, é a lubrificação que garante que engrenagens, rolamentos, fusos e qual
quer peça que tenha contato com outra funcionem sem atrito, preservando to das as peças do equipamento, aumen tando a vida útil e a produtividade.
No mercado, atualmente, existem diversos tipos de lubrificantes, que po dem ser óleo ou graxa. Os dois produtos são usados para o mesmo fim, mas pela diversidade de modelos de atuação, di ferem na aplicação, além da viscosida de, no caso dos óleos, e consistência, no caso das graxas.
ÓLEOS
Os lubrificantes podem ser comer cializados nos estados líquido, sólido e semissólido. São caracterizados prin cipalmente pela capacidade de supor tar altas temperaturas, apresentar bai xa volatilidade, baixa toxicidade e, con sequentemente, ser melhor absorvido pela natureza e apresentar menor im pacto ambiental.
Uma das principais características dos óleos é o ponto de fulgor, teste re alizado por meio do aquecimento, que mede a menor temperatura em que va pores do produto podem pegar fogo na presença de uma faísca.
Além disso, os óleos também têm como especificidade a Acidez (TAN)/Ba sicidade (TBN), já que, assim como as demais substâncias da natureza, eles podem apresentar aspecto ácido ou al
calino. É essa característica que possibili ta monitorar o processo de oxidação do produto, detectar uma eventual contami nação e verificar o grau de degradação da sua aditivação.
Outra importante característica é a es tabilidade à oxidação, que é um fator es sencial para a vida útil de óleos lubrifican tes. Isso porque, em temperaturas eleva das, ocorrem reações que quebram as li gações moleculares do lubrificante.
Os óleos também podem ter espuma, o que é indesejável por várias razões, pois pode indicar lubrificação deficiente, ca vitação, fluxo deficiente de óleo, menor transferência de calor e falha na transmis são de força. A demulsibilidade, capacida de do óleo lubrificante de separar-se da água, e a emulsibilidade, capacidade do óleo lubrificante de interagir com a água, também são características bem marcan tes do produto.
Já a capacidade de ser exposto à ex trema pressão evita que superfícies em movimento entrem em contato, inclusive quando ocorre o rompimento da película de óleo devido à pressão elevada, é uma das principais particularidades dos óleos lubrificantes, que tornam o produto efi ciente para sua finalidade.
A oleoginosidade garante que o óleo lubrificante se mantenha resistente à sua película durante o processo de lubrifica ção e auxilia no processo de relubrifica
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Uma das principais características dos óleos é o ponto de fulgor
Fotos Divulgação
raxas
ção, já que impede que haja perda do produto durante sua aplicação e uso. A detergência evita que o produto forme lacas, vernizes e depósitos de carbono durante o funcionamento do motor. E, por fim, os óleos apresentam dispersân cia, que impede a formação de borras.
Apesar de compartilhar algumas ca racterísticas, é preciso ficar atento à apli cação de cada lubrificante em óleo. São muitas opções disponíveis que são de senvolvidas com foco em uma aplicação única, como os lubrificantes para grau alimentício, que não oferecem risco de contaminação e de intoxicação.
GRAXAS
A graxa leva um espessante para tor ná-la menos fluida. É ideal, principal mente, para peças que ficam expostas, já que sua consistência permanece no local sem apresentar vazamentos. Além disso, facilita a limpeza após a aplicação e, por ser consistente, pode formar uma camada de proteção contra a corrosão.
Existem diferentes tipos de graxa. Entre elas: graxas de lítio, graxas de cál cio, graxas de sabão misto, graxas de sa
bão complexo e graxas não sabão.
Patenteadas pela primeira vez em 1942, as graxas de lítio correspondem a 60% das graxas comercializadas no mundo. São caracterizadas por sua boa bombeabilidade e por excelente estabili dade mecânica. Sua faixa de temperatu ra de trabalho é entre 15°C e 130°C.
Já as graxas de cálcio possuem uma textura suave, são resistentes à água e podem ser produzidas a partir de insu mos mais baratos, porém, com qualida de variável. Apresentam custo de fabri cação mais alto que as graxas de lítio e baixas temperaturas de operação. Seu consumo vem declinando em grande parte dos países.
Por sua vez, as graxas de sabão misto são uma correação e não uma simples mistura das graxas de sabão de lítio (Li) e de sabão de cálcio (Ca), apresentam propriedades melhores que as dos dois sozinhos, excelente resistência à água, estabilidade mecânica e pouca separa ção de óleo.
Quando falamos em graxas de sa bão complexo, nos referimos ao com plexo de lítio e ao complexo de alumí
nio. No primeiro caso, as graxas são ca racterizadas por excelente estabilidade mecânica e alta resistência à temperatu ra. Já no segundo, apresentam excelen te resistência à água e alta estabilidade ao trabalho.
Por fim, as graxas não sabão são as produzidas a partir de espessante não orgânico que apresentam alta tempera tura de operação e boa estabilidade ao trabalho. Exemplo: bentonita, hectori ta, sílica e “microgel”. Já as graxas pro duzidas a partir de espessante orgânico, como a poliureia, apresentam excelente estabilidade térmica e mecânica e alta resistência à água.
Para selecionar graxas, é importante levar em consideração fatores externos e internos. Os fatores externos se refe rem a recomendação do fabricante, ta manho e tipo de mancal, temperatura e velocidade, tempo de operação, pressão (exemplo forças centrífugas), carga (vi bração/choque), e ambiente operacio nal (temperatura/umidade).
Já os fatores internos incluem: con sistência da graxa, tipo de espessante, viscosidade do óleo, qualidade da graxa e lubrificação (método/frequência).
Além disso, é importante saber quais são as características desejáveis nas gra
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A graxa leva um espessante para torná-la menos fluida
Fotos Divulgação
xas e entender quais são as principais causas das falhas de equipamentos lu brificados utilizando graxa.
Sendo assim, ao escolher a graxa, busque um produto que apresente as seguintes qualidades: bombeabilidade, consistência adequada, estabilidade me cânica, ponto de gota elevado, pouca se paração do óleo, compatibilidade com selos e vedações, estabilidade à oxida ção, resistência à lavagem e proteção contra a corrosão.
MANTENDO A LUBRIFICAÇÃO
Para evitar prejuízos com falhas no maquinário, convém manter-se aten to a determinados aspectos, como a fal ta de graxa devido a esquecimento ou vazamentos e a contaminação da gra xa com água, sujeira, fuligem, depósitos ou borra.
Também é essencial atentar-se à fre quência de lubrificação incorreta, que pode provocar excesso ou falta de graxa no mancal, o superaquecimento gera do pela escolha incorreta da graxa a ser aplicada e incompatibilidade com a gra xa já existente na linha.
Na prática, não há diferença entre performance, apenas na consistência
dos produtos, já que eles são indicados para evitar o desgaste das peças causa do pelo atrito, o aumento de tempera tura e sujeira. Mas, é claro, cada um in dicado para o maquinário certo.
O único ponto essencial é escolher produtos de qualidade. O mercado de lubrificantes existe há séculos e foi se desenvolvendo de acordo com a evolu ção das tecnologias. O mesmo ocorreu com os maquinários, que hoje podem custar milhões de dólares. Apesar disso, ainda é possível encontrar lubrificantes desenvolvidos há 100 anos competin do diretamente com produtos desenvol vidos com nanotecnologia, o que impli ca performance e eficiência do produto.
Além disso, podem agregar valor ao negó cio, aumentando a confiabilidade e dimi nuindo a periodicidade das lubrificações nos equipamentos.
Outro ponto que deve ser observa do, além da qualidade do produto, é a im portância de estar atento às indicações de cada um. Utilizar um lubrificante que não oferece resistência à água em uma peça que fica exposta a tal condição pode in terferir na performance, ocasionando da nos no maquinário.
Da mesma forma, utilizar graxas que não oferecem resistência a altas tempe raturas em equipamentos com essa con dição. Em cada ponto de lubrificação em um maquinário, é preciso escolher o pro duto adequado, como um remédio que age de forma focada na dor. Escolher o produto que melhor atende ao ambiente no qual será manuseado é o que determi na a alta performance dos lubrificantes.
O uso correto dos produtos é o que vai garantir a alta performance e a manu tenção. Por isso, é essencial seguir sem pre a orientação do fabricante e do espe cialista que o atende e fazer as reaplica ções conforme solicitado.
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Luiz Maldonado, da Lubvap Special Lubrificants
Luiz Maldonado, Lubvap Special Lubrificants
Entre as graxas, existem diferentes tipos para as mais diversas aplicações
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Pulverizador MF
Com depósito de calda de 3.500 litros e barras de até 36 metros, o pulverizador MF 535R, testado pela nossa equipe, se destaca pela integração de motor e transmissão, além da tecnologia embarcada, que permite realizar aplicações bastante precisas, com corte bico a bico e taxa de vazão estável
Sempre é motivador ganhar a oportunidade de testar os novos equipamentos que entram no mercado agrícola e suas novidades tecnológi cas. Percebe-se que ano a ano as em presas, através dos seus setores de engenharia, vêm proporcionando no vos recursos para melhorar a vida do produtor rural e adaptar-se às dife rentes necessidades que o mercado impõe. Os pulverizadores autoprope lidos cresceram muito de importân cia no sistema de produção brasileiro e atualmente são considerados as máquinas mais utilizadas nas mé dias e grandes áreas.
A Massey Ferguson produz pul verizadores autopropelidos no Bra sil, desde 2011, com o lançamento do modelo MF 9030. Depois de vá rios aprimoramentos desta série, na Agrishow 2022, em Ribeirão Preto (SP), a marca lançou a Série MF 500R, da classe 3, e manteve o modelo MF 8225, da classe 2. Com a ótima re ceptividade que teve essa nova série, em agosto deste ano já se iniciou a comercialização nos concessionários da marca.
Com a experiência adquirida pelo acompanhamento no campo dos mo delos anteriores, a marca decidiu lan çar um novo equipamento, manten do, no entanto, o que já havia sido aprovado pelo mercado, como a es trutura de chassi, a suspensão ativa, a posição da barra e a independência entre as rodas. Assim, as dimensões básicas foram mantidas, apri morando-se outras caracte rísticas e introduzindo novi dades, como uma estação
CAPA
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climatológica, o novo sistema de con trole de seções, a integração motor -transmissão e a conectividade, entre outras inovações que destacaremos neste teste de campo.
A marca espera atingir, com es ses novos modelos, uma grande por centagem de área agrícola brasileira, compreendida por produtores rurais de grãos, médios e grandes da região Centro-Oeste e das demais regiões produtoras e de culturas especiais, como a cana-de-açúcar e o algodão.
Os dois modelos da série, o MF 535R e o MF 530R, produzidos na unidade da AGCO de Mogi das Cru zes (SP), se diferem apenas pela ca pacidade do depósito: no primeiro, de 3.500 litros, e no segundo, de três mil litros. No mais, os recursos tecno lógicos, as dimensões e as capacida des são idênticos.
Então, para testar no campo o modelo MF 535R fomos até Jabotica bal (SP), com o apoio estratégico do Departamento de Marketing da Mas sey Ferguson.
MOTOR E TRANSMISSÃO
O pulverizador MF 535R utiliza um motor da marca AGCO Power, mo delo 66CW3.1263, de seis cilindros e 6.300cm³ de capacidade volumétri ca, com turbocompressor, que está configurado para atender a legisla ção brasileira de controle de emis
sões MAR 1, por meio do sistema EGR interno, como é usual na mar ca. O gerenciamento da injeção de combustível é eletrônico e a potência máxima gerada é de 155kW (200cv), a um regime de giro de 1.900rpm e um torque máximo de 790Nm a 1.800rpm.
A transmissão hidrostática aplica da às quatro rodas utiliza uma bomba de pistão, motores de roda da marca Danfoss e redutores planetários para a redução da rotação. O sistema uti liza tecnologia ABS para frenagem e redução da velocidade. São quatro motores hidráulicos nas rodas, con trolados de forma eletrônica e inde pendentes um do outro, por meio de válvulas PWM em cada roda.
Uma das novidades, e que nos im pressionou durante o teste, foi a pos sibilidade de integração total entre motor e transmissão, proporcionada pela AWD Smart Drive, que tratare mos de explicar o funcionamento.
ESTRUTURA
O chassi estrutural da série MF 500R permanece com o tipo Flex-frame, con sagrado em motores ante riores. Construído em aço, com perfil em formato de seção em C, forma uma es
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Aponte A câmerA do seu celulAr e AssistA Ao vídeo do test drive
Charles Echer
535R
trutura toda aparafusada com mini mização de união por solda, o que proporciona flexibilidade suficiente para o deslocamento dentro das la vouras, eliminando os problemas de quebra de chassi, comuns em equipa mentos que utilizam união por solda.
A união do chassi aos mecanismos de deslocamento e transmissão de movimento é feito com o uso de uma suspensão pneumática independen te ativa, que utiliza barras estabiliza doras para evitar a movimentação ex cessiva da estrutura.
CABINE
O acesso à cabine é feito pela es cada frontal e uma passarela late ral. Ambas têm piso antiderrapante e conduzem a uma porta que dá entra da para a cabine. A escada de aces so tem um sistema de retração e ex tensão automático e a porção inferior é flexível.
Com a cabine baseada em qua tro coxins de borracha, nota-se a es
tabilidade, que traz conforto duran te o trabalho. A área envidraçada é enorme. No centro, um assento com amortecimento pneumático de linha de ótima qualidade, com regulagens de apoio de braço, inclinação do res paldo lombar, aproximação e altu ra. No lado esquerdo, um banco de acompanhante, que serve para o trei namento de operadores, principal mente. No lado direito estão posicio nados o console lateral, os comandos e os monitores. O volante tem regu lagem de posição, podendo ajustar -se em altura e profundidade.
No console lateral, um amplo apoio para o braço, e à frente o co mando multifunção e um pequeno painel lateral, onde, com um teclado multifuncional, se pode marcar velo cidades, controlar o sistema hidráu lico e ajustar a bitola. À frente do co mando principal, tipo joystick, um monitor principal (MF Guide) total mente configurável de acordo com a preferência do usuário, sensível ao
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O MF 535R possui quatro motores hidráulicos nas rodas, controlados de forma eletrônica e independentes um do outro
Para estes dois modelos da série, a Massey Ferguson disponibilizou quatro comprimentos de barra, com 24, 30, 32 e 36 metros
toque, faz o controle da operação e configuração da aplicação dos agro químicos. No joystick, com teclas mo vimentadas pelos dedos da mão direi ta, se realiza a ação sobre os coman dos usuais no momento da aplicação, como o controle de abertura e fecha mento das barras e sua posição em al tura. E o que é mais importante, o con trole de velocidade e sentido de des locamento e ainda frear o equipamen to, posicionando o comando mais para frente ou mais para trás. Interessan te mencionar que a agressividade da ação do joystick pode ser configurada, de forma que as reações serão mais rápidas ou mais lentas. Mais à fren te, outro monitor de menor dimensão transmite imagens de duas câmeras digitais. Também é possível configurar para que o sistema opere com até seis câmeras, com imagens sendo apresen tadas no monitor principal e no espe cífico das câmeras.
O monitor principal é encarrega do de possibilitar o controle de pulve rização, a imagem do piloto automáti co e o corte de seções na mesma tela de 10,4 polegadas, que, como disse mos, pode ser configurada. A lógica da disposição e dos controles é bem fá cil de entender e acionar, além de ser possível integrar controles entre o co mando multifunção e o monitor. Não utilizamos durante o teste, mas é pos sível configurar uma função de con trole para a manobra de cabeceira, de forma que o equipamento, depois de configurado, possa fazer uma sequên cia de operações para realizar a mano bra de forma automática.
Como é de praxe nesses equipa mentos mais desenvolvidos, é possível configurar automaticamente uma ve locidade de percurso e outra que pode ser de manobra ou mesmo para redu ção ou ampliação de velocidades úteis para a operação. Depois de configura das, essas velocidades podem ser acio nadas por interruptores no painel. Ao tocar em uma tecla, aciona-se uma ve locidade pré-configurada e em outra, uma velocidade alternativa.
O monitor, em uma das configu rações de apresentação da informa ção, pode oferecer dados climatoló gicos instantâneos, que vêm de uma estação meteorológica. A posição da barra pode ser facilmente modifica da com um simples toque em teclas, para cima ou para baixo.
Outros itens comuns a esse tipo e padrão de máquina estão presentes, como rádio, sistema de filtragem do
ar para o interior da cabine por carvão ativado e sistema de condicionamento de ar interior, tanto para o frio como para o calor. Além disso, o projeto se qualificou com a colocação de um sis tema de iluminação LED constituído de oito focos no teto da cabine, metade para frente e metade para trás, e mais um facho de LED azul para cada lado da barra. Os espelhos laterais agora possuem acionamento elétrico, con
A cabine é confortável, baseada em quatro coxins de borracha, possui grande área envidraçada, assento com suspensão pneumática e assento auxiliar para instrutor. Na lateral direita da cabine está localizado o console com os principais comandos de operação e pulverização, além do monitor principal e de um monitor secundário que comporta até seis câmeras
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Fotos Charles Echer
trolados de dentro da cabine.
Finalmente, a destacar, o fabricante colo cou uma tomada de ar comprimido para lim peza do interior da cabine em todas as ver sões.
CAPACIDADES E DIMENSÕES
O pulverizador MF 535R é uma máqui na de grande porte, que conta com massa de 10.320kg, tem comprimento total de 7,92 me tros, largura máxima na posição de transporte de 3,85 metros e altura total que varia de 3,7 a quatro metros, dependendo do pneu esco lhido. A distância entre eixos é de 4,4 metros e o vão livre é de 1,65 metro. Há duas possi bilidades de escolha da marca dos pneus, po rém a medida padrão é 380/90R46. Para aten der a uma boa jornada de trabalho, compatí vel com o consumo de Diesel comprovado em testes do fabricante, o reservatório de com bustível tem capacidade para 350 litros.
A bitola, que é a medida de centro a centro dos pneus no mesmo eixo, é alterada de for ma hidráulica pelo operador de dentro da ca bine. Pode-se partir de uma medida mínima de 2,8 metros a uma máxima de 3,4 metros, que dependerá e se ajustará ao espaçamen to entre linhas adotado pelo produtor e pela configuração do tráfego das outras máquinas da propriedade.
Esse equipamento tem alta capacidade operacional, dada a sua dimensão em largu ra, que pode chegar a 36 metros de compri mento de barra, e a alta velocidade de deslo
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Nas laterais do pulverizador estão posicionados o painel de controle da pulverização, a válvula de quatro vias, o porta-ferramentas, o reservatório de água limpa, o edutor, o reservatório de óleo hidráulico, entre outros componentes
A escada de acesso tem um sistema de retração e extensão automático e a porção inferior é flexível
camento, até 32km/h, que pode desen volver em trabalho. Isso, em condições li mites, pode alcançar uma capacidade de aplicar agroquímicos na ordem de quase 100 hectares por hora.
SISTEMA DE PULVERIZAÇÃO
O sistema de pulverização de um equipamento desse nível é bastante com plexo. A geração de pressão hidráuli ca se inicia com uma bomba centrífuga de aço inoxidável marca Hypro, aciona da hidraulicamente e controlada por vál vulas PWM, com velocidade controlada por sensor, filtros de linha e sistema de proteção contra picos de pressão e bicos acionados eletricamente. A vazão propor cionada pela bomba ultrapassa os 500 li tros por minuto.
Dependendo do sistema adotado, o depósito estará preenchido com água pura ou com calda. Atualmente, a grande maioria dos produtores de grandes áre as já introduz no pulverizador uma calda pronta, previamente preparada em equi pamentos adequados para esse fim. Ou tros inserem água no tanque e utilizam o edutor, que prepara a calda, proceden do a mistura. O depósito de calda, produ zido em material polietileno, é a única di ferença entre os dois modelos da série 500R. No modelo MF 530R a capacidade é de três mil litros, enquanto no MF 535R esse volume sobe para 3.500 litros.
O controle da pulverização é feito por um pequeno painel multifunção posicio nado ao lado da válvula de quatro vias, localizada na lateral esquerda do pulve rizador. Toda calibração, incorporação de produto pelo indutor e recarga do equi pamento são feitas com o auxílio dele, com a combinação de posição da alavan ca que controla as quatro opções, recar ga, pulverização e incorporação. Embo ra o abastecimento do depósito depen da principalmente do sistema utilizado pelo produtor, que pode ter sua própria bomba ou o faça por gravidade pelo bo cal do depósito, o pulverizador tem seus próprios recursos para o abastecimento. Uma estação de recarga, com entrada la teral e frontal e com conexões de enga
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Fotos Charles Echer
te rápido, pode utilizar a própria bom ba de pulverização ou mesmo uma bomba de recarga centrífuga, produzi da em polipropileno, fornecida opcio nalmente.
Como previsto em norma, esse tipo de equipamento deve possuir um re servatório de água limpa em polieti leno, com capacidade para 350 litros, que pode ser utilizado para a lavagem
de embalagens e do próprio depósito principal, e mais um pequeno tanque de 40 litros para a higiene do opera dor.
Para os usuários que abastecem o depósito principal com água limpa e desejam fazer a mistura com o pro duto comercial, preparando a calda, há um edutor químico, também cons truído em polietileno, que tem sua
própria bomba, independente da uti lizada na pulverização. É uma apli cação de alto risco que exige a utili zação de EPIs pelo operador. Com o edutor abaixado, o registro aberto e a alavanca do painel de quatro vias colocados na posição “incorporação”, o fluxo de água irá, pouco a pouco, incorporando o agroquímico no de pósito. Após a operação, o próprio edutor permite a lavagem dos frascos e do seu próprio reservatório.
Também é necessário destacar que o pulverizador MF 535R dispo nibiliza uma função de recuperação de produto, Sistema LiquidLogic®, que possibilita que ao final da ope ração, tendo sobrado calda no siste ma de aplicação como tubulações e mangueiras da barra, se possa devol ver esse resíduo de produto ao depó sito principal.
Na linha de aplicação o fabrican te previu filtros para a limpeza da cal da. Um filtro principal de malha 30 mesh e os filtros de linha de malha 80 mesh.
BARRAS DE PULVERIZAÇÃO
Para esses dois modelos da sé
O vão livre é de 1,65 metro e a bitola pode ser regulada entre 2,8 metros e 3,4 metros de largura
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Bloco central da barra de pulverização
Fotos Charles Echer
A barra de pulverização desta série pode vir com opções de nove a 36 seções de corte de vazão
rie, o fabricante disponibilizou quatro comprimentos de barra, com 24, 30, 32 e 36 metros. Na posição de transporte, as barras estarão fecha das e terão que ser abertas para o trabalho de aplica ção. A abertura e o fechamento da barra são realiza dos totalmente de forma hidráulica, a partir da cabi ne, pelo comando multifunção, sem a necessidade de operações manuais. Um quadro central faz a regula gem da altura da barra em relação ao solo, dependen do do alvo que se quer atingir na aplicação, varian do de 32 centímetros até 2,59 metros. A partir daí, os sensores de altura da barra farão o controle e o ajuste da posição durante a operação. O fabricante disponibi lizou dois sistemas: o ativo, em que a altura da barra é ajustada automaticamente pela movimentação do qua dro central e das barras, e o passivo, que controla so mente a altura do quadro e barras em relação ao solo. No controle ativo, o quadro central se movimenta de forma circular, rotacionando, fazendo um movimento combinado com as barras.
Com esse nível de tecnologia o pulverizador MF 535R realiza um controle da sobreposição, ligando e desligando de nove a 36 seções controladas de forma elétrica ou pneumática, utilizando informações forne cidas pelo sistema de posicionamento. Essa varieda de de opções de número de seções se deve pois, em locais mais planos e com grandes talhões, uma menor quantidade de seções é requerida. Ao contrário, onde há necessidade de recortes, manobras dentro dos ta lhões e outros deslocamentos sobre áreas onde já foi aplicado o produto, um maior número de cortes de va zão por bico é exigência natural. Em geral, na última seção o corte é bico a bico, e nas demais porções da barra o corte é feito de dois em dois bicos. Na opção de corte em 36 seções máximo o sistema é acionado eletricamente, e para a barra de menor comprimento,
com 24 metros é sempre bico a bico, com exceção do suporte central.
A tubulação que conduz o produto ao longo da barra é de aço inoxidável com uma polegada de diâmetro. O por ta-bicos é quíntuplo e com espaçamento de 50 centíme tros um do outro.
Pontos que destacamos
Alguns pontos mereceram destaque no teste que reali zamos:
- Motor AGCO Power de seis cilindros, com 200cv. Baixo consumo de combustível e capacidade de trabalhar com re duzido regime de giro.
- Transmissão hidrostática com motores de roda inde pendentes e com opção de integração total com o motor do trator.
- Chassi Flex-Frame, com vigas em C, totalmente apara fusado para evitar quebras.
- Suspensão pneumática independente.
- Cabine baseada em coxins de borracha, ergonômica, com boa distribuição de comandos e controles.
- Barra de bicos com comprimento variável entre 24 e 36 metros, com nove a 36 seções de corte de vazão, para resol ver problemas de sobreposição.
- Sistema LiquidLogic ®, com itens como recirculação, recuperação de produto e limpeza automática das barras que entrega alta economia de produto e qualidade na apli cação.
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TECNOLOGIA
Como mencionamos no início, os itens de tecnologia a mencionar são vários. No entanto, destacamos as câ meras de vídeo, a possibilidade de configuração do monitor, o piloto au tomático, a estação climatológica e a telemetria.
À disposição do usuário, o fabri cante colocou a possibilidade de que, através de até quatro câmeras, posi cionadas em qualquer lugar da máqui na, as imagens possam ser apresenta das em um monitor específico ou mes mo no monitor principal do pulveriza dor. Um sistema magnético é utilizado para a fixação das câmeras em qual quer parte metálica. Isso evita que o operador tenha que estar visualizando a operação pelo vidro traseiro da cabi
ne ou mesmo parar o equipamento e sair da cabine para ter uma informa ção, que pode ser obtida pela simples visualização.
O segundo destaque é para o mo nitor principal (NT-01), totalmente configurável ao modo e gosto do usu ário e que apresenta de forma bas tante interessante todas as funções e informações.
Também, a destacar o sistema de auxílio à direção, o piloto automáti
co Massey Guide, que utiliza os recep tores Novatel ou Trimble e mostra na tela do monitor a imagem e a informa ção da sobreposição e dos cortes de seção. O sistema de telemetria Mas sey Connect também merece desta que, pois faz parte de uma nova gera ção de funções aplicadas às máquinas agrícolas e que proporciona auxílio es tratégico ao produtor, através da co nectividade.
Por fim, a destacar a disponibili zação de uma estação climatológica, onde se pode obter a informação de temperatura externa, umidade relati va do ar, pressão atmosférica, veloci dade do vento e uma bússola. Essas informações são absolutamente ne cessárias naqueles sistemas em que o momento da aplicação deve ser cons tantemente registrado e controlado. O uso desse equipamento possibilita o cumprimento de legislações estritas de controle do momento da aplicação de agroquímicos e a manutenção de boas práticas na agricultura.
TESTE NO CAMPO
Durante os testes no campo com o pulverizador MF 535R utilizamos duas parcelas. A primeira foi uma área com sorgo, em que simulamos a operação de dessecação, com a barra a 80 cen tímetros do solo. Trabalhamos às mar gens da rodovia Carlos Tinani, em uma área experimental da Unesp, em Jabo ticabal.
Para conhecer todas as funcionali dades da máquina fizemos uso de vá rias alternativas que estão disponíveis
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O MF 530R tem comprimento total de 7,92 metros, largura máxima na posição de transporte de 3,85 metros e uma altura total que varia de 3,7 a quatro metros, dependendo do pneu escolhido
para o produtor que a adquirir. Fize mos uso do sistema manual e do siste ma AWD Smart Drive, que possibilita total integração entre o gerenciamen to eletrônico do motor e a transmissão da máquina em privilégio da manu tenção da velocidade de deslocamen to, tão importante para a manuten ção do volume aplicado por área. Con figurando dessa maneira, a velocida de passa a ser o alvo, e tanto o motor vai alterando a rotação instantanea mente como a transmissão vai varian do para um melhor desempenho. Re almente, é uma função que proporcio na qualidade ao trabalho e, principal mente, conforto ao operador. O con trole automático da rotação do motor e da transmissão pode também trazer redução no consumo de combustível e uma maior capacidade operacional, mas principalmente melhorar a qua lidade de aplicação, em comparação com um sistema que dependa apenas do operador.
Salienta-se que, durante o teste, a rotação do motor permanecia bastan te reduzida e com poucas variações, trazendo redução no nível de ruído no interior da cabine e também econo mia de combustível. A equipe que nos acompanhou no teste nos relatou con sumos de Diesel bastante reduzidos em relação aos equipamentos concor
rentes.
Durante o teste também destaca mos a qualidade da cabine, com óti ma disposição de comandos e moni tores e principalmente o baixo nível de ruído e o excelente e silencioso sistema de condicionamento de ar. Após uma jornada de um turno no sorgo, nos deslocamos até uma parce la de soja, conduzida pela família pro prietária do Sítio São Gregório, muito próximo do primeiro local. Lá, encon tramos uma situação bastante diferen
te, que obrigava a adequação da bito la do pulverizador ao sistema de seme adura adotado com espaçamento de 45cm. Para todos os testes que fizemos, para verificação e conhecimento do produto, tivemos o apoio do engenhei ro Lucas Zanetti, que é coordenador de Marketing Produto da Massey Fer guson, e do Marco Aurélio Petrazzi Ja cob, especialista da concessionária Sté fani, que tem loja matriz em Jaboticabal e duas filiais, uma em Ribeirão Preto e outra em Catanduva.
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O test drive foi realizado em Jaboticabal (SP) e contou com o apoio do coordenador de Marketing e Produto da Massey Ferguson, Lucas Zanetti, e do especialista da concessionária Stéfani, Marco Aurélio Petrazzi Jacob
José Fernando Schlosser, Laboratório de Agrotecnologia Universidade Federal de Santa Maria
M
Charles Echer
Fotos
Prontas para o
Otrigo é o segundo cereal mais cultivado no mundo e, no Brasil, também tem desta que dentre as culturas de in verno. Os produtores aumentaram as áre as de cultivo na atual safra em virtude do incremento no preço pago pelo grão. Ou tro fator que levou ao incremento de áre as cultivadas, com esse cereal de inverno, é a busca de compensação da baixa ren da obtida com a soja, em função da estia gem que ocorreu recentemente na região Sul do Brasil.
O tempo disponível para a operação de colheita da cultura do trigo é curto, prin cipalmente quando é realizada a semea
dura da soja em sucessão. Por isso, exis tem algumas soluções como a utilização de cultivares precoces, herbicidas desse cantes após as plantas atingirem o está dio de maturação fisiológica dos grãos e a operação de colheita no menor tempo possível. O produtor deve realizar a ma nutenção preventiva nas colhedoras para evitar paradas e o aumento no tempo destinado para a operação. Além disso, é fundamental fazer os ajustes nas má quinas colhedoras, específicos à cultu ra do trigo, visto que podem proporcio nar maior capacidade operacional, me nor consumo de combustível e menores perdas de grãos.
CORTE E ALIMENTAÇÃO
As colhedoras podem ser equipadas com plataformas rígidas ou flexíveis para a operação de colheita do trigo. Ao optar por corte em maior altura é interessante que as plataformas flexíveis operem no modo rígido para minimizar os efeitos prejudi ciais das vibrações. Na operação realizan do o corte alto é necessária a instalação de sensores auxiliares de altura, que possibili tam a operação, no modo rígido da plata forma, até 330mm em relação ao solo, de forma automática.
A discussão ainda é grande em relação à altura ideal de corte das culturas de inver no, uma vez que os caules não fragmenta
COLHEDORAS
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As regulagens da colhedora, específicas para a cultura do trigo, são essenciais para atingir maior capacidade operacional com o mínimo de perdas de grãos
Marco Antônio Fochi
trigo
dos, pelo processo de colheita, podem in terferir negativamente, principalmente quando implantada a soja em sucessão. Por outro lado, à medida que a altura de cor te é reduzida diminui-se, também, a capa cidade operacional da colhedora, resultan do no maior consumo de combustível por hectare em decorrência do maior fluxo de palha. Embora muitos produtores têm op tado pelo corte mais próximo ao solo, não existem evidências científicas que compro vem o melhor desenvolvimento da cultu ra posterior.
Outro fator importante, relacionado ao corte e alimentação, é o estado de conser vação da barra de corte, que deve, prefe rencialmente, estar equipada com navalhas de corte com serrilhado fino e contranava lhas sem desgaste excessivo. Navalhas com acentuado desgaste das contranavalhas po dem dificultar o corte, principalmente na operação com a cultura do trigo.
Após o corte da cultura, o molinete é responsável por apoiar e direcionar as plan tas ao sem-fim alimentador (caracol) ou a um sistema de esteiras (Drapper), depen dendo da característica construtiva da pla taforma. O posicionamento, a velocidade de rotação e a inclinação dos dedos do mo linete devem ser ajustados de acordo com a condição de colheita. De maneira geral, para culturas caídas (acamadas), recomen da-se adiantar o molinete, aumentar a in clinação dos dedos, bem como a velocida de de rotação para deslocar as plantas em direção a plataforma. Nestes casos, a per da de grãos na plataforma será maior, por isso o cuidado para evitar o acamamento da cultura é fundamental.
Nas plataformas equipadas com sem -fim alimentador recomenda-se altura uni forme em relação ao fundo, manutenção de todos os dedos retráteis e ajuste dos ras padores. O objetivo dessas regulagens é proporcionar o fluxo de palha mais unifor me possível, visto que a alimentação em fei
xes sobrecarrega os sistemas posteriores.
Para plataformas equipadas com sis temas de esteiras transportadoras, a ali mentação é mais uniforme, resultando numa condição de operação mais favo rável para os sistemas de trilha, separa ção e limpeza. No entanto, as platafor mas equipadas com esteiras demandam maior atenção em relação à manutenção, como o ajuste na tensão das esteiras (late rais e central) e o alinhamento dos trilhos das esteiras. Também, é importante a lim peza, visto que é comum acumular mate rial embaixo das esteiras, principalmente a central, ao ponto de travar o sistema.
Tanto o sem-fim alimentador como as esteiras encaminham o fluxo de palha para o centro da plataforma, onde locali za-se o elevador de palhas (canal alimen
tador). Em algumas colhedoras, equipadas com rotor axial, existe a regulagem de ve locidade da esteira e do cilindro alimenta dor, que, para a colheita do trigo, devem permanecer na velocidade alta devido ao maior fluxo de material.
TRILHA
Em sistemas de trilha convencionais (ro tor radial), a rotação do cilindro ajusta-se acima de 700 rotações por minuto (rpm). Observa-se que, de acordo com a condi ção da lavoura e o projeto da máquina co lhedora, a rotação do cilindro pode ser di ferenciada, alcançando mais de 1.000rpm. Em relação às barras do cilindro utilizam-se as mesmas, tanto para colheita de verão (soja, milho) como para culturas de inver no, mas é fundamental que estejam retas
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Marco Antônio Fochi
Localizados abaixo da plataforma, sensores adicionais proporcionam altura de corte de até 330mm
Contranavalhas em condição de operação (esq.) e contranavalhas com desgaste excessivo (dir.)
Fotos Marcos Antonio Zambillo Palma
e com as ranhuras conservadas.
Na trilha, além da rotação do cilindro, existe outro importante ajuste denomina do de abertura do côncavo. Para a cultura do trigo recomenda-se abertura próxima a 20mm, lembrando que o côncavo deve estar em paralelismo com o cilindro. Além disso, em alguns modelos de máquinas é fundamental a adição dos arames, pro porcionando o distanciamento entre eles de 14mm (centro a centro) distribuídos no côncavo. Embora trabalhosa, a adição dos arames é importante, uma vez que diminui rá o fluxo de palha sobre as peneiras, favo recendo o processo de limpeza dos grãos.
As colhedoras com sistema de trilha transversal, normalmente, são equipadas com um ou dois cilindros batedores. Para a colheita do trigo, recomendam-se veloci dades superiores das utilizadas para cultu ras de verão, próximas a 760rpm, e abertu ra do côncavo, também, de 20mm. Obser va-se que as regulagens são distintas entre modelos de colhedoras e devem ser sem pre verificadas no manual de operação.
Para as colhedoras com sistema de trilha axial, deve-se trabalhar com rotações entre 850rpm e 1.100rpm e recomenda-se a utili zação dos côncavos com arame fino, o qual deve estar alinhado e em paralelismo com o rotor. O kit de côncavos, com arames fi nos, geralmente opcionais das colhedoras com sistema de trilha axial, é fundamental
para melhorar o desempenho, diminuin do a sobrecarga no sistema de limpeza, uma vez que proporcionará menor fluxo de material sobre as peneiras.
SEPARAÇÃO
Os grãos são separados, parcialmente, do fluxo de palha no processo de trilha, ou seja, grande parte dos grãos já é destaca da das espigas e percola entre os arames do côncavo até o sistema de limpeza, po rém existe uma menor parcela que avan ça ao sistema de separação, com o flu xo de palha. No processo de separação, é fundamental que a realização da trilha tenha sido efetuada de forma satisfató ria, uma vez que os grãos aderidos à espi ga não são separados e acabam fragmen tados pelo picador. Isso pode comprome ter as avaliações das perdas em virtude da dificuldade de visualização dos grãos frag mentados e espalhados na área colhida.
O saca-palhas é o equipamento res ponsável pela separação nos sistemas convencionais de trilha. Em função do seu movimento rotativo alternado, separa os grãos remanescentes no fluxo de palhas.
Na etapa da separação destaca-se que as cristas do saca-palhas (levantadores) devem operar todas no mesmo sentido para a colheita do trigo, condição diferen te da configuração utilizada para a colhei ta da soja em muitos modelos de colhedo
ras. Ainda, em situações de palhas longas oriundas de cultivares de porte alto, aliado ao corte baixo pela plataforma, as cristas originais podem ser substituídas por cris tas baixas por apresentarem maior eficiên cia na movimentação da palha. Também, é frequente a obstrução das calhas do saca -palhas pelas aristas das espigas do trigo, por isso a verificação deve ser frequente.
Nas colhedoras, equipadas com roto res axiais, a separação dos grãos é realizada pelo próprio rotor, que, após fazer a debu lha, direciona a palha e os grãos remanes centes no sentido das grelhas de separa ção, que têm por objetivo finalizar o proces so, eliminando os grãos do fluxo de palha.
LIMPEZA
A limpeza dos grãos, no processo de co lheita, é realizada por peneiras oscilatórias e fluxo de ar. Em relação à operação na co lheita do trigo, de uma forma geral, deve -se ajustar a rotação do ventilador entre 700rpm e 850rpm. As peneiras devem ter abertura entre 10mm e 13mm para supe rior e entre 8mm e 10mm para inferior. Caso o sistema conte com extensão de pe neira deverá apresentar abertura entre 13mm e 15mm.
Ao reduzir a abertura da peneira su perior, além da recomendação, ressalta -se que as perdas de grãos serão maiores. No entanto, a situação contrária, abertura maior do que a recomendada, ocorrerá a sobrecarga da peneira inferior e, também, do sistema de retrilha. Em relação à penei ra inferior, à medida que se incrementa a abertura promove-se o aumento da por centagem de impurezas nos grãos colhidos. Por outro lado, à medida que a abertura da peneira inferior for reduzida ocorre maior direcionamento ao sistema de retrilha.
Outro fator fundamental é a inclinação da colhedora, principalmente para máqui nas sem regulagens automáticas, seja de ni velamento e abertura de peneira ou de ro tação do ventilador. Na colheita em aclive, existe a tendência de aumento das perdas e da quantidade de material encaminhado à retrilha, em função da inclinação longitu dinal das peneiras. Somando-se essa condi ção com a inclinação lateral, as perdas se rão ainda maiores. Para minimizar as per
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Detalhes da operação do picador de palhas Marco Antônio Fochi
Fotos
das, o operador deve reduzir a velocida de de deslocamento.
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS
O picador de palhas deve operar na condição de máxima rotação, uma vez que é responsável pelo fracionamento e lançamento dos resíduos oriundos do saca-palhas. Devido à dificuldade do cor te da palha do trigo, as navalhas devem estar amoladas ou utilizar as serrilhadas. Também, é fundamental que as contrafa cas permaneçam com a maior exposição para garantir o particionamento e a dis tribuição da palha, cobrindo toda a largu ra do corte. Assim, os nutrientes contidos na palhada serão distribuídos de manei ra uniforme transversalmente à passagem da máquina, proporcionando ciclagem de nutrientes de maneira uniforme. As regu lagens específicas para a colheita do trigo equilibram a capacidade operacional da máquina com a qualidade da operação.
PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS
A prevenção de incêndios inicia-se na armazenagem da colhedora, mantendo-a sempre com a chave geral desligada. Nos modelos mais antigos, que não são equi pados com a chave geral, recomenda-se desconectar o cabo negativo da bateria.
A limpeza da máquina é outro cuidado importante, uma vez que é comum o acú mulo de fragmentos de palha e de poei
ra, principalmente em locais com resquí cios de óleo e de graxa.
Para realizar a limpeza da poeira e fragmentos de palha que se depositam na colhedora durante a operação, reco menda-se uma limpeza diária, utilizando ar sob pressão.
Outro fator primordial para diminuir o risco de incêndios é a manutenção da máquina, realizando a troca de óleos, de filtros e lubrificação de todas as graxeiras. Além disso, devem ser realizadas revisões para avaliar os rolamentos e substituí-los quando necessário. Os rolamentos des gastados ou com inadequada lubrifica ção, quando submetidos a altas rotações e cargas provocam o aquecimento a pon to de fundir o metal, criando uma fonte de calor suficiente para desencadear um incêndio generalizado.
Além dos cuidados citados, o produtor
ainda deve equipar a colhedora com mais recursos para controlar incêndios. Quando houver disponibilidade pode ser utilizado um tanque de água tratorizado, denomi nado carreta tanque, ou qualquer sistema de armazenamento de água móvel equi pado com bombeamento e deixá-lo próxi mo das colhedoras em operação para pos síveis emergências.
As regulagens da colhedora, específicas para a cultura do trigo, são essenciais para atingir maior capacidade operacional com o mínimo de perdas de grãos. Além disso, o produtor não deve abrir mão dos cuidados relativos à prevenção de incêndios.
Incêndio em lavoura de trigo provocado pela colhedora, provavelmente por acúmulo de poeira e aquecimento
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Saca-palhas presentes nas colhedoras com sistema de trilha convencional (esq.) e rotor axial com detalhe do côncavo (dir.)
Marcos Antonio Zambillo Palma e Décio Adair Rebellatto da Silva, Universidade Federal da Fronteira Sul Marco Antônio Fochi, Engenheiro Agrícola
Fotos Marcos Antonio Zambillo Palma M
Telemetria em cana
Acultura da cana-de-açúcar é a que mais investe em telemetria, um sistema de transmissão de dados que vai do campo ao centro de operações agrícolas (COA). O objetivo dessa tec nologia é gerenciar de forma integra da as operações, realizando o monito ramento intenso dos processos de co lheita, transbordo, transporte e logísti ca devido à sua interdependência com a atividade industrial, em que o desem penho dessas operações está ligado à performance agroindustrial da usina.
Por meio desse sistema de teleme tria instalado no campo é possível am
AGRICULTURA DE PRECISÃO
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O sistema de telemetria no plantio de cana-deaçúcar possibilita, além de monitorar o desempenho operacional da máquina, o monitoramento da qualidade da operação
pliar as operações mecanizadas que são monitoradas pela equipe técnica da usina, como a operação de plan tio. Essa, assim como a colheita, é es tratégica para a cana-de-açúcar, pois o plantio é realizado, em média, a cada seis anos (um corte da cana-planta e outros cortes de suas brotações) e en volve diversas etapas, como a abertu ra de sulcos, a colocação de mudas e cobrição. Com isso, um plantio reali zado com qualidade é primordial para a viabilidade técnica e econômica da cultura, garantindo produtividade (t/ ha) e longevidade (aumento do núme ro de cortes).
Para o monitoramento do plantio, as máquinas dessa operação são ins trumentadas com monitores de bordo, onde são registrados os tempos opera cionais de plantio, deslocamento, ma nobras e paradas. Além disso, esse sis tema realiza o monitoramento do con sumo de combustível, da rotação do motor e da velocidade de deslocamen to. Todas essas informações são trans mitidas em tempo real via rede de te lefonia celular própria para a sede da usina, para serem visualizadas e anali sadas por um cento de operações agrí colas (COA).
Com as máquinas da operação de plantio instrumentadas, um dos indi cadores que devem ser monitorados é o da velocidade de trabalho, pois
um deslocamento fora do especifi cado pela equipe técnica prejudica a qualidade da operação e o desempe nho da máquina (hectares por hora trabalhada).
Como exemplo da importância do monitoramento do plantio, apresen tamos a análise de duas áreas de uma empresa agrícola de cana-de-açúcar. Em uma área (Área 1, de 33,3ha), foi monitorada a operação de sulcação com adubação e na outra (Área 2, de 43,2ha), foram monitoradas a cobrição e a aplicação de defensivos nos sulcos.
Por meio dos dados de telemetria, foram gerados os mapas de velocida des das respectivas operações, mostra dos nas Figuras 1 e 2.
A configuração da sulcadora-adu badora para esta área foi para operar
em velocidade de 5,5km/h e com isso a máquina realizaria a adubação na dose de 500kg/ha, de acordo com o re comendado pela equipe agronômica.
Observou-se por meio dos dados do sistema de telemetria que menos de 5% da área foi sulcada com esta configuração (cor verde no mapa). A maior parte (83% da área) foi realiza da em velocidade superior, na faixa de 6,5km/h a 7,5km/h (cores amarelas e laranjas no mapa). Esse fato resulta na redução da qualidade da sulcação com doses de fertilizantes inferiores à reco mendada, já que esse tipo de máquina não possui mecanismo de compensa ção de velocidade.
Para as áreas em que a velocida de foi de 6,5km/h ocorreu uma redu ção de 15% do fertilizante aplicado. Já
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Fotos José Vitor Salvi
Monitor de bordo no trator (esq.) e controle operacional agrícola (COA) da usina (dir.)
Figura 1 - Mapa de velocidade de sulcação para o plantio de cana-de-açúcar (Área 1, 33,30ha) obtido por dados de telemetria das máquinas
para a área em que a velocidade foi de 7,5km/h, a diferença entre o configu rado e o aplicado foi de 26% a menos. Também se observa que em torno de 7% da área teve sulcação na faixa de 8,5km/h, onde a redução de fertilizan te aplicado ficou em 35% inferior (cor vermelha no mapa).
A aplicação de doses de fertilizan tes abaixo do recomendado resulta em menores produtividades no canavial devido à deficiência nutricional. Nes sas áreas em que as velocidades de tra balho foram superiores à configurada
também pode ocorrer redução na pro fundidade de sulcação.
Na Área 2, apresentada na Figura 4, a configuração do cobridor foi para operar na velocidade de 9,5km/h e aplicação de 135L/ha de defensivos nesta velocidade. Os dados de teleme tria mostram que em 48% da área foi realizada conforme a configuração do cobridor (cor verde-escuro no mapa).
Em 45% da área, a máquina ope rou na velocidade de 10,5km/h (cor verde-claro no mapa). Isso gerou uma redução da qualidade na cobrição, já
que, além da possibilidade de as mu das não serem cobertas corretamen te, ocorreu redução em 18% da quan tidade de defensivos no sulco de plan tio, prejudicando a proteção dos mes mos contra doenças e pragas de solo. Essa diferença de dose aplicada ocorre pelo fato de que esse tipo de máquina não possui um sistema de compensa ção de velocidade.
O QUE FAZER COM OS RESULTADOS?
Com a análise das operações que
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A telemetria no plantio permite, além de monitorar o desempenho operacional da máquina em ha/h, o monitoramento da qualidade desta operação
Figura 2 - Mapa de velocidade de cobrição do plantio de cana-de-açúcar (Área 2, 43,20 ha) obtido por dados de telemetria das máquina
Charles Echer
compõem o plantio (neste caso a sul cação com a adubação e a cobrição com a aplicação de defensivos), é pos sível realizar melhorias para as opera ções futuras, como veremos a seguir.
Por meio dos mapas de velocidade, é importante verificar no campo como está a qualidade do plantio (profundi dade de sulcação, percentual e profun didade de cobrição) além da porcenta gem de brotação nesses locais em que a velocidade de trabalho foi superior à recomendada pela equipe agronô mica; realizar um treinamento com a
equipe do plantio e a equipe do cen tro de operações agrícolas para eviden ciar a importância de realizar a opera ção dentro dos valores especificados; configurar os monitores de bordo com limitadores de velocidade de operação (alarmes), em que o sistema avisa tan to para o operador quanto para o cen tro de operações agrícolas se a máqui na ultrapassar a velocidade determina da, realizando assim uma solução em tempo real do problema de velocidade fora dos limites especificados. Sendo assim, observa-se que o sis
tema de telemetria no plantio permite, além de monitorar o desempenho ope racional da máquina em ha/h, o moni toramento da qualidade dessa opera ção, que é determinante para a viabi lidade econômica da cultura, já que a qualidade do plantio influencia direta mente na produtividade e na longevi dade do canavial.
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Todos os processos do plantio podem ser monitorados, gerando dados importantes para tomadas de decisão
Detalhes do sulco pronto para o plantio e com a cultura em estágio inicial de crescimento
Fotos José Vitor Salvi
M
José Vitor Salvi Luís Ricardo Bergamo e Maria Rafaela de Souza dos Santos, Fatec Pompéia
Charles Echer
Frota conectada
A comunicação entre máquinas é uma tecnologia cada vez mais crescente nas lavouras brasileiras, possibilitando que até mesmo implementos compartilhem seus dados entre si, trabalhando com precisão grandes áreas ao mesmo tempo
Aagricultura moderna vem passando por pro fundas transformações tecnológicas, requeren do constante atualização por par te dos profissionais da área devido à complexidade dos novos aportes tec nológicos. A automatização de pro cessos, o gerenciamento de opera ções, a eletrônica embarcada nas má quinas agrícolas e o geoprocessamen to englobam os principais avanços tecnológicos, passando a fazer par te da rotina diária no manejo das pro priedades rurais. Essas tecnologias compõem, inicialmente, o que se cha ma de agricultura de precisão (AP), migrando atualmente para a interpre tação de dados e as tomadas de deci sões em tempo real, definidas como agricultura digital (AD) ou agricultu ra 4.0.
Nesse sentido, o uso de tecnolo gias no meio agrícola é uma realidade crescente, confluindo a outras áreas como, por exemplo, a tecnologia da informação (TI), possibilitando o en
vio de dados para a nuvem, almejan do predições de aplicações e a auto mação de máquinas, chegando, as sim, ao conceito original de agricul tura 4.0.
De forma simples, a agricultu ra 4.0 é um modo de produção mais evoluído. Busca englobar um conjun to de tecnologias integradas que uti lizam o conceito de Indústria 4.0, ca racterizado pela evolução do sistema de manufatura e áreas como infor mática, inteligência artificial, inter net das coisas e robótica. Tem como objetivo aperfeiçoar a gestão, o mo nitoramento e o controle da produ ção. Por conseguinte, mesmo que ainda exista muito por fazer, a agri cultura conectada está cada vez mais presente nas fazendas brasileiras e a evolução já é perceptível. Diferente mente de outras tecnologias utiliza das isoladamente ao longo do tem po, a agricultura 4.0 tem como estru tura principal a possibilidade de inte grar diferentes ferramentas tecnoló
gicas no mesmo instante e local.
CONHECENDO A TECNOLOGIA
Dentre as diferentes tecnologias disponíveis no mercado, destaca-se a comunicação entre máquinas, conhe cida também como Machine to ma chine. Essa tecnologia realiza a co nexão entre as máquinas, estabeleci da por uma comunicação como, por exemplo, via rádio. Dessa maneira, ocorre o compartilhamento de infor mações referentes aos parâmetros de operação, que são interpretadas pelo controlador individual de cada máqui na, de forma específica.
A sincronização entre máquinas ou implementos de mesma função opor tuniza, a partir da troca de informa ções, realizar um melhor planejamen to das operações, executar manejos padronizados e definidos para cada talhão, evitar transpasses em aplica ções, consequentemente, gerar eco
TECNOLOGIA
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nomia de insumos, bem como melho rar a eficiência operacional.
Além disso, os sistemas possibili tam compartilhar, para uma rede em tempo real, os dados referentes à exe cução das operações de cada uma das máquinas dentro do talhão, como: a taxa de aplicação, a velocidade de tra balho e os relatórios de área aplica da. Outrossim, torna possível impor tar operações de talhões, linhas guias e mapas de aplicação em taxa variá vel de todos os controladores com os quais o sistema esteja pareado.
Normalmente, a comunicação en tre os equipamentos é realizada por meio de um chicote elétrico, utilizan do a rede de Controller Area Network (CAN). Dessa forma, o sistema permi te o pareamento, o controle e o desli gamento dos mecanismos atuadores que equipam as máquinas.
USOS E PERSPECTIVAS
Diante do crescente avanço tecno lógico da agricultura surgem alguns obstáculos como, por exemplo, a fal ta de conectividade com a internet. Ge ralmente, a conexão ocorre somente na sede da propriedade ou num raio de abrangência limitado, resultando em problemas no momento da transmis são de dados para a nuvem ou entre as máquinas. Embora existam tecnologias como a internet por satélite, essa ain da é uma realidade que apresenta algu mas limitações no momento.
Equipamentos de aplicação a lanço de corretivo de solo e fertilizantes utilizando o sistema de sincronização via rádio entre máquinas
Diante desse cenário, o uso de si nal de radiofrequência torna-se uma opção interessante para a transferên cia de dados entre as máquinas, pos sibilitando o uso em qualquer lugar remoto, independentemente se exis ta ou não sinal de internet. A informa ção é transferida por mensagens atra vés de rádios transmissores monta dos em cada uma das máquinas. Cabe destacar que o diferencial do sistema de conexão via rádio se deve à criação de uma rede local de longo alcance e baixa perda de comunicação.
Vale destacar que a comunicação e sincronização entre máquinas terá significativo emprego no campo, po dendo-se mencionar, de modo ge ral, o uso em máquinas que se com plementam, permitindo que uma as
suma o controle da outra. A título de exemplo, podemos mencionar a colhe dora assumindo o controle dos rebo ques graneleiros ou a semeadora con trolando os comboios de abastecimen to.
No que tange às diferentes opera ções envolvendo máquinas e equipa mentos agrícolas, falhas e sobreposi ções são um problema recorrente. Den tre essas operações, destacam-se as aplicações de corretivos, fertilizantes, defensivos e semeadura, que dispondo ou não de piloto automático, quando trabalhando em conjunto com outras máquinas na mesma área, surgem os maiores problemas. Nesse caso, recai sobre os operadores a necessidade de orientação das faixas de aplicação de forma totalmente visual, considerando
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Fotos Jacto
Alexandre Schafer
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rastros deixados pelo produto aplicado ou dos rodados da passagem anterior, o que nem sempre é possível.
Particularmente, nas aplicações a lanço o uso de ferramentas de sincroni zação permite que a operação seja re alizada utilizando duas ou mais máqui nas dentro do mesmo talhão, propor cionando uma redução considerável dos valores referentes à quantidade de produto e sobreposição nas intersec ções das faixas de aplicação (Figura 1).
Levando-se em consideração es ses aspectos nas operações de pulve rização, a sincronização de máquinas
irá minimizar a contaminação do am biente devido à redução de perdas de produto por aplicação desnecessária ou falhas, o que diminui os riscos de fitotoxicidade nas culturas, garanti do melhorias na sustentabilidade so cioeconômica e ambiental do siste ma produtivo. Ainda convém lembrar que o mesmo conceito e abordagem aplica-se à operação de semeadura, obtendo-se respostas interessantes quanto aos espaçamentos e às sobre posições.
Nesse sentido, ao analisarmos de forma mais abrangente, as tecnolo
gias disponíveis para a agricultura al mejam melhorar a eficiência do pro cesso produtivo, a fim de aumentar a produção por área, e não pela expan são das áreas de cultivo. Os desafios são eminentes, o que aumenta, cada vez mais, a necessidade de desenvol ver pesquisas e engenharia de ponta, visando atender às necessidades im postas pela atual conjuntura da agricul tura moderna.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto, a utilização do sistema de sincronização possibilita reduzir fa lhas e sobreposições, bem como au mentar a eficiência por meio da com plementação entre máquinas em di ferentes operações, evitando gastos desnecessários por meio da otimiza ção de recursos.
Ademais, o desenvolvimento e a adoção de novas tecnologias se tor nam indispensáveis no gerenciamen to e na redução dos custos de produ ção, bem como colaboram na perma nência do agricultor no campo, fazen do com que as gerações futuras op tem em permanecer na atividade agrí cola em função do conforto e da co nectividade.
Alexandre Schafer, Empresa Stara Alexandre Russini e Rogério Rodrigues de Vargas, Universidade Federal do Pampa José Fernando Schlosser e Valmir Werner, Universidade Federal de Santa Maria
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Figura 1 - Sobreposições de aplicação de corretivo de solo nas intersecções entre máquinas utilizando o sistema de sincronização (A) e sem o sistema de sincronização (B)
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