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2.3 Rolling Masterplan, Jagnefält Milton
2.3 Rolling Masterplan
Arquiteto: Jagnefält Milton Local: Åndalsnes, Noruega Ano: 2010
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Fruto de um concurso para um novo masterplan (Figura 2.3.1) na cidade norueguesa de Åndalsnes, o projeto produzido pelo escritório sueco Jagnefält Milton tem como proposta uma intervenção a partir da malha ferroviária existente na cidade. Tal projeto se configura como renúncia da produção de cidade a partir de novos quarteirões e ruas, criando uma proposta de cidade em constante movimento e adequação.
A malha ferroviária existente é datada do início do século XX, quando a cidade foi integrada à Rauma Line (linha férrea que liga a região ao interior do país), tendo esta como ponto final da linha. A ferrovia mantém a operação para transporte de passageiros com grande apelo ao turismo, uma vez que Åndalsnes possui caráter turístico com a articulação
Figura 2.3.1) Rolling Hotel, 2010. Fonte: Jagnefält Milton in ArchDaily, 2010.
entre o transporte sobre trilhos e o aporte de navios cruzeiros na orla marítima de Romsdalsfjord.
É a partir desta dinâmica turística local que o projeto é concebido, inserindo edifícios com programas diversificados que se deslocam sobre trilhos. Entre estes, foram propostos sanitários públicos, uma sala de concertos e um hotel (Figura 2.3.2), que são organizados e reorganizados na cidade a partir dos eventos sazonais, como shows, festivais e estações do ano, por exemplo.
Ao norte da cidade, juntamente ao cais existente na orla do Romsdalsfjord, foi proposto um cais de banho (Figura 2.3.3) capaz de receber, por meio dos trilhos, as instalações públicas do cais e do hotel.
Figura 2.3.2) Implantação - masterplan, 2010. Fonte: Jagnefält Milton in ArchDaily, 2010, com edição do autor, 2022.
As instalações do cais incluem uma torre de serviço fixa (que aporta um mirante), ou seja, esta não é móvel como os outros equipamentos, dois módulos deslizantes de primeiros socorros (salva-vidas) e vestiários. Estas instalações se articulam com os módulos de programa hoteleiro (Figura 2.3.4), conformando uma infraestrutura passível de ajustes. Os módulos referentes ao uso do hotel se distribuem entre: cozinha, sauna, suíte, quartos individuais e duplos, além de uma guarita. Os quartos de hotel são dotados de sanitários e mobiliários flexíveis caracterizados como retráteis, como é o caso das camas nos quartos individuais e duplos (Figura 2.3.5). Além de atenderem à demanda hoteleira, estes dormitórios podem ser utilizados como unidades residenciais autônomas, pois se adequam às necessidades e localidades demandadas.
Figura 2.3.3) Cais de banho, 2010. Fonte: Jagnefält Milton in ArchDaily, 2010.
Figura 2.3.4) Usos no cais de banho; planta e corte. Fonte: Jagnefält Milton in ArchDaily, 2010, com edição do autor, 2022. Esta proposta de cidade, baseada em edifícios itinerantes sobre trilhos, flexibiliza o espaço urbano, fazendo com que este se adeque às necessidades temporárias preestabelecidas, além de preservar a malha ferroviária existente. A partir disso, a proposta potencializa as dinâmicas de paisagem urbana, criando uma cidade em movimento, com conexões mutáveis e passíveis de constante reordenamento.
torre de serviço cozinha primeiros socorros vestiários sauna
suíte quarto duplo
quarto individual guarita
Figura 2.3.5) Isométrica: quarto duplo, individual e suíte, 2010. Fonte: Jagnefält Milton in ArchDaily, 2010.
3PROCESSO DE PROJETO
O propósito existencial do construir (arquitetura) é fazer um sítio tornar-se um lugar, isto é, revelar os significados presentes de modo latente no ambiente dado. (NORBERG-SCHULZ, 2006, p. 454).