Healthers - apaixonados pela saúde - Número 6 - Janeiro/Fevereiro de 2014
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Apaixonados pela Saúde
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HORA DE INVESTIR NA SAÚDE: Bancos de investimento olham otimistas para mercado de saúde brasileiro Ano 2 | Número 6 Jan/Fev de 2014
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NESTA EDIÇÃO
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Entrevista Prontos para investir – Curtis Lane, fundador da MTS Health Partners fala sobre investimentos no setor brasileiro de saúde, mercado considerado por ele promissor e propício para os novos negócios da empresa
OPINIÃO
15 Gestão - Manuel Coelho
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De olho no Brasil – Em entrevista exclusiva para a Healthers, Pete Money, head de healthcare da Deloitte, fala sobre o mercado brasileiro de saúde, crise global e a entrada de empresas estrangeiras no setor
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Gestão Empreendedorismo em saúde – Criatividade e empenho resultam em soluções inovadoras que beneficiam o paciente
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Finanças Para não doer no bolso – Como a gestão de risco pode auxiliar instituições de saúde a prever e evitar problemas na área financeira
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TI Mobilidade. Aliada da saúde – Aplicativos vem auxiliando cada vez mais a gestão e o cotidiano da saúde em todos os segmentos
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Saúde Corporativa Gestão de Saúde Populacional – Gerenciar a saúde de colaboradores ou beneficiários de planos de saúde pode reduzir custos e aumentar a qualidade de vida
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Marketing A arte de se comunicar na crise – Sua instituição está preparada para enfrentar uma crise e supera-la com auxílio do departamento de comunicação?
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Recursos Humanos Cuidando bem... de quem cuida – Auxiliar e desenvolver as equipes assistenciais é fundamental para garantir a qualidade do atendimento nas instituições de saúde
54
Compras Superando desafios – Quais são as barreiras encontradas para gerenciar materiais e medicamentos e como supera-las?
62
Healthers Devoção e comprometimento – Conheça a história de Marcos Sanches, coordenador clínico do Hospital Alvorada
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Retratos Cuidar – Simples atitudes fazem a diferença para uma medicina mais humana
19 Pesquisa – Marcos Gallo 26 Finanças – Carlos Marsal 41 TI – David Oliveira 47 – Tecnologia Médica – Fabrício Avini 52 RH – Karla Lemes 58 Compras – Sérgio Lopes Bento 60 Hospitais Privados – Francisco Balestrin 66 – Insight – Alberto leite
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EDITORIAL
O que nos motiva? Todos nós já paramos para pensar quais são as motivações que nos levam a exercer nossas funções no trabalho ou realizar projetos pessoais. As razões, no entanto, variam de indivíduo para indivíduo. Ao longo do primeiro ano de existência da Healthers, pudemos notar que, além da paixão pela saúde, executivos do setor, de forma altruísta, não mediram esforços para desenvolver um setor mais democrático, moderno e acessível para toda a população. Porém, esta luta ainda está longe de terminar e felizmente o que não falta é o engajamento desses profissionais e suas equipes para que tenhamos o melhor modelo de assist6encia possível. Em 2014, a Healthers renova seu compromisso de desenvolver conteúdo qualificado para a saúde nas áreas de gestão, finanças, marketing, recursos humanos, compras e vendas por meio de suas publicações, impressa e online. Este ano, além das seções já conhecidas por nossos leitores, apresentamos três novidades editoriais: a primeira é uma seção dedicada totalmente à gestão de saúde populacional, realizada em parceria com a Aliança para a Saúde Populacional (ASAP), cujo objetivo é mostrar como é possível fazer o gerenciamento da saúde dos colaboradores de uma organização, sendo ela de saúde ou não. A segunda novidade é a seção Healthers, que irá contar um pouco da história de alguns dos profissionais do corpo clínico das instituições de saúde e o que os motiva em suas carreiras. Por fim, teremos também a seção Retratos, que irá mostrar, por meio de imagens, um pouco da realidade do setor de saúde Brasil afora pelas lentes do fotografo André Fraçois e a ONG ImageMagica. Boa leitura!
Guilherme Batimarchi EDITOR
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Publisher Alberto Leite | alberto@healthers.com.br
Vice-Presidente Pedro de Assumpção Venturini | pedro@healthers.com.br
Editor Chefe Guilherme Batimarchi | guilherme@healthers.com.br
Repórter Claudia Rocco | redacao@healthers.com.br Maristela Orlowski | redacao@healthers.com.br Louise Vieira | redacao@healthers.com Ilustração Rick Zafala | redacao@healthers.com.br
Diretora de Projetos Especiais Gabriela Marcondes | gabriela@healthers.com.br
Arte Voopen | www.voopen.com.br
Fotografos Paula Vasone | peasin@gmail.com Danilo Ramos | daniloramosfoto@gmail.com Assistente Administrativa Juliana Gonçalves | juliana@healthers.com.br Coordenadora de Operações Ana Paula Savordelli | ana@healthers.com.br Conselho Editorial
Claudio Tonello Carlos Marsal Marília Ehl Barbosa Carlos Suslik
HEALTHERS é uma revista direcionada aos executivos do setor de saúde brasileiro, cujo objetivo é compartilhar conhecimento técnico e prático para comunidades de marketing, TI em saúde, RH, Compra, Venda, Finanças e CEOs. A publicação traz, também, conteúdo acadêmico e artigos escritos por especialistas, além de cases internacionais. As informações contidas nas mensagens publicitárias publicadas pela revista são de exclusiva responsabilidade das empresas anunciantes. Os artigos assinados são responsabilidade de seus autores e não refletem necessariamente a opinião dos editores da revista. Todo o conteúdo da HEALTHERS, revista e portal, é de livre reprodução, sendo necessária a citação da fonte, conforme legislação de direitos autorais. Marketing e Audiência Saiba como promover e valorizar sua marca, seus produtos ou serviços na HEALTHRES | revista e portal. Solicite nosso Mídia Kit pelo e-mail pedro@healthers.com.br ou pelo telefone: (11) 4327-7007 Editorial: Para falar com a redação da HEALTHERS ligue: (11)4327-7007 ou envie suas notícias para redacao@healthers.com.br Publicidade: Para anunciar na revista, no portal HEALTHERS, ou discutir uma estratégia de comunicação para aumentar as vendas de seu produto ou serviço, ligue para (11) 4327-7007 ou pedro@healthers.com.br. Distribuição Nacional: Treelog Impressão: IBEP HEALTHERS - Apaixonados pela Saúde. Rua Helena, 280 - Cj 107/108 | 04552-050 | Vila olímpia - São Paulo/SP Tel: 55 (11) 4327-7007 www.healthers.com.br
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ENTREVISTA
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investir Prontos para
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Por Guilherme Batimarchi
Fundada em 2000 nos EUA, a MTS Health Partners, empresa especializada em investimentos no mercado de saúde, sob o comando de seu criador, Curtis Lane, volta o olhar para o setor de saúde brasileiro, mercado que considera promissor e propício para os novos negócios da empresa. Com uma movimentação de cerca de US$20 bilhões nos últimos dez anos em 54 transações, o executivo da MTS conversou com a Healthers sobre mercado, investimentos e porque decidiu atuar nesse segmento. FEVEREIRO DE 2014
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Paula Vasone
guilherme@healthers.com.br
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ENTREVISTA
Healthers – O único segmento de
E devido a este perfil dinâmico, haverá
mercado onde a MTS Health Part-
sempre mais oportunidades para negó-
ners atua é a saúde?
cios. Como um investidor, eu identifiquei
Curtis Lane – Sim, atuamos 100% em
que a área era interessante, então eu criei
saúde. Atualmente somos 40 profissionais,
a MTS Health Partner em 2000, o pri-
dedicados e temos feito investimentos so-
meiro banco de investimentos em Wall
mente em saúde.
Street baseado nessa categoria e na in-
Healthers – Há alguma razão
dústria de saúde.
para atuar apenas neste segmen-
Healthers – Qual dos negócios da
to? Você foi médico no passado ou
MTS é mais rentável, Investment
algo do tipo?
Banking ou Private Equity?
Curtis Lane – Acho que sou um pouco
Curtis Lane – Calculamos que hoje
hipocondríaco na verdade (conta brincan-
temos gestão sobre um patrimônio de
do), esse é meu contato mais próximo com
US$330 milhões. Quanto à rentabilidade,
a medicina. Essa é uma boa pergunta. Eu
ela vem de ambos os lados, tanto da parte
tenho formação em finanças e sempre
de investment banking, quando da de pri-
atuei na área de investimentos bancários.
vate equity.
Quando tinha 26 anos, eu acho, e trabalha-
Healthers – Qual é a sua perspecti-
va para um laboratório de análises clínicas
va na saúde brasileira nas ativida-
eu disse: todos podem fazer negócios neste
des de M&A?
segmento, quer dizer, quando você é es-
Curtis Lane – Temos confiança no
pecializado em uma área específica , você
futuro da economia brasileira e os re-
sabe mais sobre o que esta acontecendo
centes tropeços na política econômica
no mercado, e pode achar oportunidades
não nos assustam, pois nossa estratégia
melhores de negócio. Saúde é um setor
é de longo prazo. Acreditamos no po-
interessante, talvez por causa da minha hi-
tencial do mercado de saúde brasileiro
pocondria eu achei interessante, e também
e sabemos que ele resistirá as variáveis
porque é uma área em constante mudança.
econômicas.
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“Temos confiança no futuro da economia brasileira e os recentes tropeços na política econômica não nos assustam, pois nossa estratégia é de longo prazo”
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Healthers – Na sua visão, quais as principais diferenças entre o setor de saúde americano e brasileiro? Curtis Lane – A diferença do Brasil quanto aos Estados Unidos está no avanço em relação à responsabilidade individual, todos aqui, em relação ao mercado, estão agora comprando seguros de saúde, e o custo do seguro está relacionado, de certa forma, com quão saudável você está ou não. Você tem diferentes marcas e diferentes qualidades desse produto – acho interessante isso – você tem incentivos econômicos para tomar conta de si mesmo. Nos EUA estamos indo na direção contrária, onde todos são tratados iguais e os grupos de subscrição para seguros. Há grupos maiores, todos são tratados da mesma forma, todos se inscrevem da mesma forma, e o governo diz que nos inscrevemos como saudáveis e depois entramos no grupo dos doentes – e funciona dessa forma. No Brasil, se você está doente o custo é um pouco mais alto, mas você ainda pode se tornar um beneficiário de plano de saúde. Não é esse o caso nos EUA, e o motivo do sistema estar falhando é que as pessoas saudáveis não querem isso, elas não precisam, é uma economia básica. Se não estão doentes, não precisam de cuidados médicos. FEVEREIRO DE 2014
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Paula Vasone
ENTREVISTA
“O Brasil é o país que está mais próximo da evolução que buscamos ver” Healthers – Então, os saudáveis são cobrados a
cinco mil, seis mil dólares; mas se você contrair alguma do-
mais do que os doentes?
ença compre o seguro e esteja satisfeito. Então as primeiras
Curtis Lane – Os doentes são cobrados como se
pessoas que estão comprando o seguro agora tentam aturar
estivessem saudáveis, há um grande grupo no seguro,
os problemas dele. Ou seja, aqui, no Brasil, vocês possuem
todos estão juntos nele, saudáveis e doentes, todos são co-
um sistema melhor.
brados com o mesmo valor. A meta aqui é manter os sau-
Healthers – A MTS estará mais focada nos forne-
dáveis e retirar os doentes, mas o que acontece com o custo
cedores de serviços médicos?
disso financiado pelo governo, se os saudáveis não subscre-
Curtis Lane – Na verdade em qualquer segmento da in-
verem. E é isso que está acontecendo. Todos estão agindo
dústria de saúde, mas a área na qual não atuaremos é no
como se estivessem surpresos.
desenvolvimento de terapias. Então, coisas como novas dro-
Em Connecticut eles criaram um grupo, e você entra se
gas, novos equipamentos e novos procedimentos não são
você se adequa ao perfil, jovem, saudável, do sexo mascu-
nosso foco, pois essa não é nossa especialidade. Achamos
lino. Se você estiver doente eles não te deixam entrar, não
que é necessário ter muito conhecimento para fazer isso, no
lhe vendem o seguro saúde. Dessa forma, eles selecionam as
sentido de investimentos.
inscrições. Há um caso, onde uma garota de 27 anos estava
Healthers – Vocês tem alguma experiência com
em um desses grupos pagando US$170 por mês. Eu disse
mercados emergentes, além do Brasil.
para ela, “mas você não precisa comprá-lo, e você pode ter
Curtis Lane – Estivemos algumas vezes na China que é
cobertura se ficar doente”. Expliquei pra ela que não há
muito longe e reguladora, mas o Brasil é o país que está
exclusões para doenças pré-existentes, se você ficar doente
mais próximo da evolução que buscamos ver. Há uma
aí compre o seguro. No caso de um acidente de carro, tudo
grande dificuldade em entender outros sistemas, como pa-
bem, vale a pena estar segurado se a alternativa for pagar
drões e processos diferentes.w
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GESTÃO
Manuel Pereira Coelho Filho
Por que não gestão de projetos? Sempre que uma Instituição passa por um processo de mudança, encarar esse momento como oportunidade ou perda, depende diretamente da forma como essa transição será conduzida, e a maneira como nos comportamos diante da transformação, pode determinar se seremos bem sucedidos ou não. Cada vez mais me convenço que gerir a mudança como se fosse um grande projeto, utilizando uma abordagem planejada e estruturada, ajuda a superar os desafios gerados em qualquer organização, em hospitais isso não é diferente. Quando optamos por um modelo de gestão de mudança, o ponto mais importante é avaliar a capacidade da alta direção de adaptar o processo à cultura organizacional. Afinal, o objetivo é garantir que a Instituição compreenda a necessidade de se fazer algo diferente e assegure a capacidade dos colaboradores de se adaptar e trabalhar no novo ambiente. A gestão de projetos permite que a transformação tenha uma estruturação adequada, permitindo o desencadeamento ordenado de atividades. Por que optar pela Gestão de Projetos quando falamos de gestão de mudanças? Acredito Manuel Pereira Coelho Filho, diretor da Beneficência Portuguesa de São Paulo
que apesar da similaridade prática, elas diferem entre si em um ponto extremamente relevante: enquanto projetos têm um prazo finito, o processo de mudanças é contínuo e, portanto, pode ser difícil de identificar se está sendo bem sucedido. Sendo assim, para auxiliar a implementação das mudanças com projetos é importante levarmos em consideração alguns elementos desde o início do processo. O primeiro passo é definir as etapas da mudança, com um planejamento apropriado, contendo objetivo, escopo e composição das equipes, etc. A grande armadilha a ser evitada nessa fase é postergar a definição de metas. Nenhum processo pode ser considerado efetivo se esse não permitir que se verifique o quanto se evoluiu. Após efetuar o planejamento adequado, identifique quem são os líderes do processo de mudança, ou seja, aqueles colaboradores que têm o poder de influenciar os outros. Por isso, escute o que este grupo tem a dizer, principalmente, seus alertas, pois poderá ser a diferença entre o sucesso e o fracasso. Além disso, quando estamos em momentos de mudança, a coerência de comportamento é
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fundamental. De nada adianta desenvolver um plano completo, bem gerenciado e que envolve os verdadeiros líderes da organização se seus colaboradores não perceberem coerência nas atitudes da alta direção. Todo membro da alta direção é um espelho e suas atitudes revelam o quanto as mudanças lhes são de fato importantes. Nunca a velha máxima “Sorria, você está sendo filmado” foi tão verdadeira. Ao longo da implementação da gestão de projeto, comunique, comunique e depois, comunique novamente. A comunicação permite incentivar a participação dos colaboradores da organização e verificar seu compromisso com a mudança. No entanto, a comunicação não deve ser uma via de mão única. Estabeleça canais de duas vias que permitam aos colaboradores se manifestarem. Por fim, percebemos que o cuidado em cada etapa pode fazer toda a diferença nos resultados e na obtenção da transformação desejada. Se o processo de mudança for meticulosamente acompanhado, as chances de que seja bem sucedido aumentam, até efetivamente se tornarem a nova forma como “fazemos as coisas por aqui”. FEVEREIRO DE 2014
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ENTREVISTA
De olho no Brasil!
Em entrevista exclusiva para a Healthers, Pete Money, head de healthcare da Deloitte, fala sobre o mercado brasileiro de saúde, a crise global e seus efeitos e a entrada de empresas estrangeiras no setor. Por Guilherme Batimarchi
guilherme@healthers.com.br
Healthers – O mercado global, principalmente na Europa, passa por uma séria crise econômica. Como isso afeta o segmento de saúde, os investimentos e o futuro? Money – Uma das coisas que aconteceram nos EUA quando a recessão chegou ao mercado foi que ela retardou o crescimento de despesas com saúde, porque muitas pessoas que estavam em uma fila para obter procedimentos os adiaram. Na verdade, a recessão é a causa do crescimento das assistências médicas que declinaram nos EUA e na Europa ao longo do tempo. Isso está agora reabastecendo um pouco o mercado. Então, é uma implicação importante da recessão e da crise econômica global. No entanto, por outro lado, do comercial, a saúde é uma das coisas que realmente não declinam em uma recessão, pois todos precisam de assistência médica. A demanda por cuidados médicos é muito alta e os dados demográficos estão a favor da indústria; sendo assim, nós temos algumas implicações interessantes, mas eu não acho que as coisas se retardarão a longo prazo. Healthers – O envelhecimento populacional afetará diretamente o mercado de saúde ou o atual modelo de negócio das assistências médicas? Pete Money – Sim, ele afetará, pois as pessoas envelhecem. Muitas condições as quais estamos submetidos hoje nos levarão a obter doenças crônicas, com tratamentos cada vez mais complexos. Então, não estamos falando apenas em tomar uma pílula, e sim sobre a necessidade de uma combinação de prevenção, programas de bem-estar, mudanças no estilo de vida e tudo mais. É um pacote de cuidados muito complexo e caro; então, nós precisamos encontrar diferentes modos de colocar todos esses serviços juntos. Nós tratamos algumas daquelas condições crônicas que nos farão mal em um futuro próximo e isso é provavelmente uma das maiores implicações do envelhecimento, e outra coisa que eu achei interessante é que a população que está envelhecendo possui uma influência sobre toda a economia. O envelhecimento é um fato que afeta toda a população ao redor do globo. A
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desenvolvendo todo tipo de doenças crônicas como pressão alta, doenças cardiovasculares, obesidade e diabetes, e todos esses males são muito difíceis de controlar,
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boa notícia é que nós estamos vivendo mais, mas a má notícia é que nós estamos Acompanhe este e outros conteúdos em www.healthers.com.br
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ENTREVISTA
Há um grande interesse no mercado brasileiro; então, as empresas lá fora estão olhando para o Brasil e dizendo: “Esse é um mercado muito atrativo” assim como o câncer, o qual necessita de cuidados mais
sa que vamos começar a ver é um maior treinamento para
complexos e caros.
diferentes tipos de profissionais médicos. Eu não sei se eles es-
Healthers – Diante desse cenário instável economi-
tão fazendo muito isso aqui (realmente é algo que eu não sei
camente, quais dificuldades podemos esperar nos
dizer), mas você pode treinar pessoas para fazer vários proce-
próximos anos no mercado de saúde brasileiro?
dimentos de rotina e elas não têm de estar treinando médicos
Pete Money – Eu não sou especialista no mercado de
e enfermeiros, mas com um pouquinho de treinamento, você
saúde brasileiro; então, a maioria dos comentários será
pode instruir qualquer um para entender como tirar sangue,
feita apenas a partir de minhas observações.
fazer testes básicos de pressão, coisas como essas. Isso é algo
Existem duas coisas interessantes acontecendo. Uma delas
que pode ser trabalhado em experiência.
é que há muitas pessoas indo ao sistema privado de saú-
Healthers – Sobre o mercado corporativo de saú-
de nesse momento porque o crescimento econômico tem
de, testemunhamos grandes aquisições na área
sido bom aqui, o que é uma coisa ótima. Então, a maior
de saúde suplementar, principalmente por em-
questão é a respeito do acesso ao mercado e como conse-
presas americanas. Como essa movimentação
guir seus tratamentos.
afeta esse mercado e a saúde privada no Brasil?
O segundo ponto é um fenômeno que venho reconhe-
Pete Money – Há um grande interesse no mercado
cendo em diversos países do mundo que é a criação de
brasileiro; então, as empresas lá fora estão olhando para o
um modelo híbrido, similar ao encontrado no Brasil: as
Brasil e dizendo: “Esse é um mercado muito atrativo”. Eu
parcerias público-privadas (PPPs).
acho que isso vai começar a mudar as coisas no mercado,
Existem muitas experiências desse tipo ocorrendo aqui;
pois começamos a obter diferentes níveis de competição,
então, o Brasil está seguindo um dos modelos de gestão
estao aparecendo novos jogadores, você tem diferentes
que são aplicados no mundo todo.
pontos de vista sobre como essas coisas são feitas. Enfim,
Outro aspecto que eu gostaria de destacar também é a
com a entrada de mais empresas no setor a competição
importação dos médicos, enfermeiros e outros profissio-
fica mais saudável.
nais da saúde. Isso também é importante, e considero uma
Eu acho que essa movimentação é também parte de uma
grande mudança cultural, pois aqui há uma economia
tendência da globalização ao redor do mercado de saúde,
promissora, que pode atrair esses profissionais.
e isso começou a criar uma competição nacional, mas há
O número de médicos e enfermeiros é um grande pro-
muitos jogadores agora que estão começando a ser globais
blema em qualquer lugar do mundo. Há uma defasagem
em termos de como eles pensam a respeito da saúde.
de médicos e de enfermeiros, especialmente médicos de
Os “jogadores” americanos, extremamente focados, tam-
primeira linha, não especialistas – todos pensam que são
bém estão tentando olhar para o mercado fora dos EUA.
especialistas, mas os médicos de primeira linha realmente
Eu acho que há uma tendência em direção à globalização.
trabalham com pacientes e os ajudam a prevenir coisas, e
Esse é um exemplo de que pessoas lá fora, empresas lá
há uma necessidade por isso.
fora, estão achando o Brasil atrativo e eu acho que muitas
Ainda sobre os médicos, mas na parte de educação, outra coi-
aquisições ainda ocorrerão no setor.
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PESQUISA
Marcos Gallo*
Conhecimento que gera resultado Vivemos em plena era da informação e é espantosamente comum vermos pessoas e organizações naufragando em um oceano de informação irrelevante, quando não equivocada. E de tal cenário não escapam os profissionais de saúde, os quais parecem crer que conhecem profundamente a realidade onde vivem e, portanto, já sabem tudo o que os pacientes necessitam. Ledo engano... É básico que um serviço de saúde precisa estabelecer uma relação de fidelidade com o paciente, onde um hospital procure garantir a maior taxa de retorno em um quadro de satisfação com o serviço e o paciente busque o pleno atendimento de suas necessidades e expectativas. Porém, será que seus pacientes e familiares percebem esse empenho? Reconhecem e divulgam os constantes esforços e avanços Marcos Gallo
é diretor da Samplex.
que são feitos para melhor atendê-los? A pesquisa de satisfação em saúde aponta aspectos do atendimento que tendem a deixar o paciente insatisfeito e evidencia os acertos existentes, permitindo ao hospital corrigir, redimensionar, realinhar posturas e conceitos e potencializar ações. O serviço ao paciente é a prestação antes, durante e depois que ele é realizado. Seu objetivo principal é auxiliar as organizações a angariar e fidelizar pacientes ou prospectos, fidelizar pacientes atuais na busca de atingir sua satisfação total através do melhor entendimento das suas necessidades e expectativas e formação de uma visão global dos ambientes de marketing. Um erro comum é achar que a satisfação deve ser coletada apenas em determinada data – uma vez por ano, por exemplo. Os indivíduos estão a todo momento sendo estimulados a raciocinar pelas diversas interações com instituições e outros indivíduos. Nada mais coerente estipular o tempo médio de interação indivíduo/instituição, associado à satisfação. Assim, é fundamental a avaliação da validade de sua pesquisa, dado que as condições de interação não sofreram interferências de outras situações não previstas e de nenhum outro motivo que o acaso tenha influenciado a linha lógica de pensamentos dos indivíduos. Ao se conhecer e analisar a satisfação e as ações geradas por ela, cria-se pacientes fiéis. Uma forma de controlar o nível de satisfação dos pacientes é manter uma central de relacionamento sempre operante e atuante. Um cálculo estatístico pode ser feito em relação à elevação e à diminuição das reclamações
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dos pacientes baseados no universo de consumidores da empresa. Se um atributo está sendo muito acionado como um ponto fraco da empresa, é um indicador de que o nível da variável está decaindo e que a pesquisa de imagem e de satisfação está perdendo sua força no poder de interpretar a realidade da empresa. Pacientes fiéis valem ouro; portanto, devem ser sempre lembrados sem o intuito de lhes oferecer comércio, em datas comemorativas como aniversário e festas de final de ano. Um paciente satisfeito repassa para sua unidade familiar os conceitos de sua felicidade. Essas pessoas ligadas ao paciente poderão sentir necessidade de virem um dia a fazer parte do rol de pacientes cativos da empresa, pois a satisfação gerada criou pelo menos um elo mental de ligação positiva com os parentes do paciente. Já a satisfação dos empregados é refletida em seu bom humor dentro de casa, no tratamento com os filhos e familiares; no sentimento de unidade; nas expectativas para o futuro; na formação de valores e planos futuros. E não esqueçam que um empregado infeliz ou insatisfeito pode gerar de cinco a 10 consumidores tristes ou solidários dispostos a retransmitir informações negativas de uma empresa para ajudar seu ente querido quando necessário. FEVEREIRO DE 2014
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GESTÃO
Por Louise Vieira
Os desafios de redação@healthers.com.br
empreender no setor
de saúde Criatividade e empenho resultam em soluções inovadoras que beneficiam o paciente Um mercado do tamanho do setor de saúde oferece muitas oportunidades de crescimento em empreendedorismo. Novas tecnologias para medicina preventiva, gestão de informações em hospitais ou até mesmo a alegria como remédio. Experiências de médicos e empresários mostram que a criatividade não tem limite quando a intenção é inovar e iniciativas no setor podem mudar processos, trazer benefícios para o paciente e virar negócio. O caminho no empreendedorismo para o CEO da Medicinia, Daniel Branco, foi a criação de um site de perguntas e respostas que democratizasse o acesso da população a informações de qualidade sobre saúde. “Eu percebi que existia muito conteúdo de saúde na internet, mas não produzido por médicos, de forma confiável”, conta. O primeiro projeto foi implementado quando Branco ainda era estudante de medicina na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A ideia
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foi tão bem-sucedida que o site recebeu um prêmio e acabou sendo vendido a uma associação médica. FEVEREIRO DE 2014
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GESTÃO A segunda versão do serviço “pergunte ao médico sem pagar nada” teve início em 2011 e o Medicinia já computa sete mil questões respondidas por médicos, voluntariamente. “Hoje, esse serviço é nosso braço social e o negócio cresceu, pois passamos a
“Um dos grandes erros que as pessoas cometem é tentar forçar um interesse em si mesmos. Você não escolhe suas paixões, suas paixões escolhem você” Jeff Bezos, da Amazon
gerir o fluxo de informações dentro de hospitais”, explica o executivo. O foco deste serviço mais recente é otimizar o fluxo de alta hospitalar, facilitando a comunicação entre todos os envolvidos no processo por meio de sistema de notificação e troca de mensagens multicanal. “Dessa forma, contribuímos para uma maior rotatividade dos leitos hospitalares e, consequentemente, um maior número de pacientes atendidos”, explica Branco. O executivo acrescenta que nos hospitais em que estão implantando o piloto do serviço, se o Medicinia aumentar a rotatividade de leitos em apenas 1%, o retorno para a instituição passará de R$100 mil por mês. O uso da tecnologia como ferramenta de apoio na gestão de sinistro é a base do projeto da Sinais Vitais, empresa que uniu a tecnologia móvel à medicina preventiva. O aplicativo instalado no celular monitora o paciente com diabete e possui funções como registro de glicemia, lembretes sobre local de aplicação da insulina, botão do pânico, envio de informações para o médico, entre outras. “Nosso departamento de tecnologia está em fase final de desenvolvimento de produtos também para as áreas de cardiologia, obesidade e DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica)”, adianta o executivo da Sinais Vitais, David Basbaum. A operação foi iniciada com um grupo especifico de médicos, vinculados às redes de assistência dos parceiros da empresa. A tecnologia mHealth da Sinais Vitais ainda é a empresa lança no segundo semestre uma 22
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comercializada apenas no formato B2B, mas
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plataforma web com foco de venda para o paciente. “Os mé-
solução”, diz. O desafio está em conviver com modelos
dicos que já estão operando o sistema demonstram alto nível
de gestão que utilizam ferramentas micro regulatórias de-
de satisfação e aderência ao processo”, comemora Basbaum.
satualizadas, com baixo impacto sobre o sinistro e focados
Por sua experiência no mercado de saúde suplemen-
na contenção de custo e acesso. “A tecnologia é o caminho
tar, o executivo da Sinais Vitais tinha a vontade de reali-
mais curto para se inverter a lógica do sistema, permitindo
zar algo que pudesse promover impacto sobre o sinistro
uma atuação primeiramente em assistência, com foco no
na assistência. “O universo da tecnologia e o acelerado
custo, mas com uma mudança na forma de abordagem
processo de desenvolvimento da área de TI na saúde fo-
com o usuário final, trazendo-o para o processo e não
ram os pontos que me levaram ao desenvolvimento dessa
mais encarando-o como um gerador de custos”.
Doutores da Alegria – Quando os Doutores da Alegria começaram a atividade no Brasil, ficou decidido que o trabalho deveria ser realizado por pessoas cujo ofício fosse o teatro, o circo, ou seja, artistas profissionais
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GESTÃO Basbaum ressalta que os pacientes monitorados são mais participativos em seus tratamentos, o que contribui para a melhora da doença e reduz a necessidade de internações desnecessárias, visitas e cuidados urgentes. Dados da Sinais Vitais indicam que visitas ao médico podem ter uma redução de até 30% e o custo do paciente pode ter uma redução de até 70% nas hospitalizações com o uso do aplicativo. Sorrir faz bem à saúde E já dizia o ditado que “rir é sempre o melhor remédio”. E o grupo Doutores da Alegria transformou a “besteirologia” em profissão. A organização da sociedade civil sem fins lucrativos atua junto a crianças hospitalizadas, seus pais e profissionais de saúde. “A essência do trabalho é a utilização da paródia do palhaço que brinca de ser médico no hospital, tendo como referência a alegria e o lado saudável das crianças e colaborando para a transformação do ambiente em que se inserem”, explica o ator e fundador da Doutores da Alegria, Wellington Nogueira. Ele conheceu, no final dos anos 1980, a Clown Care Unit, criada por Michael Christensen, diretor do Big Apple Circus, de Nova York. Ao voltar para o Brasil, Nogueira decidiu implantar um programa semelhante. De lá para cá, já são quase um milhão de visitas realizadas, com unidades em funcionamento em São Paulo, Rio de Janeiro e Recife. A Doutores da Alegria conta com 40 palhaços profissionais - não voluntários - em seu elenco. “No entanto, não há qualquer custo para os hospitais em que atuamos. O trabalho é mantido por patrocinadores, sócios-mantenedores, doadores e apoiadores”, explica Nogueira. Quando os Doutores da Alegria começaram a atividade no Brasil, ficou decidido que o trabalho deveria ser realizado por pessoas cujo ofício fosse o teatro, o circo, ou seja, artistas profissionais. “O constante desenvolvimento do artista é a sua subsistência e também a garantia de 24
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“O universo da tecnologia e o acelerado processo de desenvolvimento da área de TI na saúde foram os pontos que me levaram ao desenvolvimento dessa solução” – David Basbaum da Sinais Vitais
Daniel Branco - Contribuímos para uma maior rotatividade dos leitos hospitalares e, consequen- temente, um maior número de pacientes atendidos
um trabalho cuidadoso, e de qualidade artística, seja para o teatro, o circo, a rua ou o hospital. A qualidade artística num palco ou num quarto de hospital deve ser a mesma”, destaca Nogueira. O trabalho nos Doutores da Alegria exige do artista disponibilidade mínima de dezoito horas semanais para as visitas sistemáticas aos hospitais e o desenvolvimento do seu repertório artístico. É um compromisso por um período de um ano que pode se renovar no ano seguinte, dependendo dos compromissos profissionais do artista e de sua adequação ao planejamento da organização. Apesar de não ser possível medir a alegria, a organização realiza pesquisas que comprovam os efeitos positivos de uma visita dos “besteirologistas” ao hospital. O grupo tem certificação de utilidade pública nas esferas federal, estadual e municipal. Recebeu o Prêmio Criança da Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança, foi incluído três vezes na lista das 100 melhores práticas globais da divisão Habitat da Organização das Nações Unidas e recebeu o Prêmio Cultura e Saúde, concedido em junho de 2009 pelo Programa Cultura Viva, iniciativa conjunta dos Ministérios da Cultura e Saúde. Recentemente recebeu a certificação de entidade de assistência social do CNAS. Um sonho de estudante, um exemplo a admirar ou uma demanda percebida pela experiência de anos de trabalho. O mote e a receita do sucesso podem ser variados e únicos, mas em comum está a vontade de fazer a diferença por um setor que oferece sim muitas oportunidades, mas também necessita de soluções inovadoras e pessoas que acreditem que vale a pena investir. “Um dos grandes erros que as pessoas cometem é tentar forçar um interesse em si mesmos. Você não escolhe suas paixões, suas paixões escolhem você”, disse o fundador e presidente da Amazon, Jeff Bezos. FEVEREIRO DE 2014
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FINANÇAS
Carlos Marsal
A importância da mensuração dos custos da qualidade Por se tratar de um conceito subjetivo e por estar ligado à percepção de cada indivíduo, traduzir qualidade não é tarefa das mais fáceis. Segundo Hansen e Mowen (2001), um produto ou serviço de qualidade é aquele que satisfaz ou excede as expectativas dos clientes. Por outro lado, deve aumentar a lucratividade da empresa por meio do aumento da demanda ou da redução dos custos. É sabido que melhorar a qualidade, reduzir custos e buscar maior produtividade são desafios que fazem parte da agenda de qualquer empresa, e nas instituições hospitalares não é diferente: praticamente todas têm planos traçados na busca dessas
Carlos Marsal é
melhorias de resultado.
superintendente de controladoria e finanças do Hospital Sírio-Libanês
Porém, esses desafios nem sempre caminham juntos... Neste artigo quero abordar as possibilidades de potencialização da gestão da qualidade por meio de um sistema de custos voltado também para esse fim. Nesse sentido, promover o alinhamento entre os programas de gerenciamento da qualidade e de custos passa a ser fundamental para a geração de valor. A implementação de programas e processos de melhoria contínua e a estruturação de sistemas eficazes de gestão sempre estiveram na agenda das instituições de saúde. De alguns anos para cá alguns aspectos aumentaram o debate sobre esses temas. O novo patamar de exigência do consumidor, a mudança da percepção dos clientes em relação ao fator qualidade, as fortes e tradicionais barreiras culturais de nosso setor, os conflitos entre os agentes produtivos, além da busca por acreditações internacionais têm gerado a intensificação dos debates e a mobilização das instituições com o objetivo de se aprimorarem a cada dia. Esses fatores combinados possibilitaram o direcionamento das instituições para o que chamo de iniciativas para identificação dos “custos efetivos da qualidade”. Assim, a partir da apuração dos custos, os programas passaram a contar com importantes aliados: a identificação dos recursos gastos com a qualidade e os recursos gastos com a não qualidade. Nas instituições de saúde é clássica a desconexão entre as políticas e processos assistenciais e administrativos em boa parte das instituições. Essa desconexão, somada à limitada visão estratégica, gera falta de apoio no desenvolvimento de sistemas de gestão e controle. Conforme já abordei, em nosso setor, as iniciativas de desenvolvimento de programas de qualidade assistencial raramente se alinham aos sistemas de gestão de custos.
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É evidente que historicamente essa distância tem sido reduzida por meio da implantação de modelos integrados de gestão. Esses modelos favorecem o desenvolvimento de competências, como, por exemplo, a orientação estratégica e a visão de negócios. O resultado imediato é um melhor alinhamento entre essas duas instâncias de gestão e controle. A pouca conexão entre qualidade x custos gera subjetividade nas discussões e abordagens sobre o tema. Assim, é oportuno que as organizações desenvolvam e implantem sistemas de mensuração dos custos da qualidade. Esses custos podem ser representados pelo montante de recursos gastos pela implementação de programas de qualidade e também os gastos gerados pela ocorrência de falhas ou desperdícios no decorrer dos processos. Com certeza a implementação dessa ferramenta possibilitaria um melhor gerenciamento dos programas de qualidade da instituição, favorecendo a mensuração das ações, a priorização de projetos de melhoria e também a sensibilização da instituição para investimentos e melhorias de processos, visando a combater eventos adversos ou inconformidades de alta relevância. Os custos da qualidade estão divididos em custos de controles (prevenção e avaliação) e custos de falhas (internas e externas). Um bom sistema de controle deve demonstrar de forma clara os custos dentro dessas segmentações. Isso assegura a possibilidade de mensurar sua eficácia e organizar a implantação de programas de qualidade. Será fácil identificar que, à medida que as instituições apliquem recursos em custos de controle, os custos de falhas tenderão a diminuir. Obviamente, com o aprimoramento dos sistemas de avaliação, o foco passa a ser direcionado para a implementação de medidas e iniciativas de avaliação e prevenção. Atualmente existem muitas metodologias à disposição; contudo, sempre serão fundamentais a qualificação e a mobilização dos gestores para o atingimento dos objetivos. Elevar esse tema a um patamar estratégico ajudará nesse direcionamento e contribuirá para a mobilização da instituição nesse sentido. É evidente que iniciativas e programas de qualidade geram impactos financeiros importantes nas organizações. Contudo, o retorno será sempre relevante a médio e longo prazos. A adaptação e o desenvolvimento de processos e sistemas de custos para apoiar os programas de qualidade são iniciativas importantes que devem ser priorizadas pelas instituições e gestores de saúde.
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FINANÇAS
Para não doer NO BOLSO Por Cláudia Rocco redação@healthers.com.br
Como a gestão de risco pode auxiliar instituições de saúde a prever e evitar problemas na área financeira. Acompanhe este e outros conteúdos em www.healthers.com.br
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uando o assunto em pauta é o setor financeiro, a maioria dos donos, presidentes e diretores de instituições de saúde demonstra a mesma preocupação e cautela. Qual é a melhor maneira de prever e evitar problemas e estresses nessa área, uma das mais importantes e vitais para as organizações? Com o desenvolvimento e aprimoramento dos mercados e a intensa onda de globalização vivida nas últimas décadas, viu-se uma onda de desastres financeiros ao redor de todo o mundo, a qual apontou para uma necessidade de aperfeiçoamento da gestão dos recursos. A gestão de riscos financeiros, bem como as práticas e os procedimentos que visam a otimizar a quantidade de riscos ligados aos interesses financeiros de uma empresa ganham destaque como ações fundamentais para evitar grandes problemas e encontrar boas soluções nos resultados de grandes, médias e também pequenas organizações. Rafael Felipe Schiozer, coordenador e professor do Instituto de Finanças da Fundação Getúlio Vargas, explica que a gestão de riscos na área financeira se baseia na identificação dos riscos e das ferramentas que podem ser utilizadas para sair de uma situação de estresse financeiro. “Identificar os riscos antecipadamente e pensar em instrumentos para reverter essas situações – pois para a maioria dos riscos há uma medida para contornar – são os dois principais pontos, pois montar um plano de ações para situações de estresse financeiro, quando não está se passando por elas, é o grande segredo para conseguir superar uma possível crise”, afirma. Em 2010, a Unimed Vitória criou uma área especial para identificar e gerenciar riscos ligados ao seu negócio. De acordo com Marcus Vinícius Tanure, diretor administrativo-financeiro da instituição, a Assessoria de Gestão de Riscos, Auditoria Interna e Negócios – AGRAI foi criada com o apoio da PricewaterhouseCoopers e mapeou cerca de 650 riscos. “Atualizamos a matriz, identificando novos riscos que podem impedir o alcance de nossos objetivos e aperfeiçoando a gestão dos riscos à medida que o negócio cresce e evolui. Periodicamente também é realizada uma auditoria de controle com foco nos riscos de maior impacto e probabilidade, avaliando se o FEVEREIRO DE 2014
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FINANÇAS
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“No Brasil há a cultura do ‘jeitinho’ que, pelo lado positivo, nos deu habilidade para superar as situações mais adversas” Marcus Vinícius Tanure, da Unimed Vitória DIVULGAÇÃO
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controle praticado vem mitigando o risco em questão.
boa opção de investimentos para melhorar o negócio e
Também é reunido periodicamente o Comitê Diretivo
isso pode culminar na piora da qualidade dos serviços,
de Riscos, comunicando os principais eventos de riscos e
do ambiente de trabalho e na perda de bons funcioná-
suas variáveis”, conta Tanure.
rios. É uma escalada para baixo”, define.
O executivo da Unimed Vitória aponta também
“Em minha opinião, médicos são os profissionais
os resultados positivos obtidos desde a implantação do
indicados para ficar à frente da gestão de risco financei-
AGRAI. “Desenvolvemos um indicador que busca me-
ro em um hospital. Há cursos de Finanças para esse se-
dir a capacidade dos controles internos na mitigação dos
tor e, como eles compreendem o conceito, conhecem a
riscos. É como se fosse uma nota de zero a dez, que hoje
operação, são especialistas no negócio e, se forem bem
está em 6,1, um crescimento de 11,5% desde a implan-
treinados e capacitados, executarão com excelência”,
tação, e estamos 6% acima da nossa meta que se eleva a
aponta Schiozer.
cada mês. Nosso objetivo é tornar as operações da Unimed Vitória cada vez mais imune a riscos.”
Apesar de ainda não ser um conceito muito utilizado nos hospitais brasileiros, Rafael Schiozer e Marcus
Para o coordenador da FGV, a gestão de riscos no
Tanure concordam que a tendência é que a gestão de
setor financeiro é de extrema importância para todas
riscos financeira passe a ser cada vez mais adotada nas
as empresas, inclusive as instituições de saúde, e diz que
instituições de saúde nos próximos anos. “Grandes, mé-
os médicos podem desempenhar a função de gestor.
dias e pequenas empresas têm percebido a necessidade
“Quem está passando por uma situação de estresse fi-
de uma boa gestão de riscos no setor financeiro. Nota-
nanceiro – dificuldades de pagar seus compromissos ou
-se que cada vez mais a alta direção está comprometida
dívidas propriamente ditas – dificilmente consegue pen-
com o assunto; CEOs recebem relatórios periódicos do
sar em ações de benefícios em longo prazo como uma
setor financeiro e acompanham de perto tudo o que está
“Quem está passando por uma situação de estresse financeiro, dificilmente consegue pensar em ações de benefícios em longo prazo como uma boa opção de investimentos para melhorar o negócio, e isso pode culminar na piora da qualidade dos serviços, do ambiente de trabalho e na perda de bons funcionários. É uma escalada para baixo - Rafael Felipe Schiozer acontecendo, pois perceberam que, sem uma boa gestão de risco, empresas enormes quase quebraram. Por isso, acredito que é uma tendência para todos os níveis e setores empresariais adotar a gestão de risco para o setor financeiro”, pontua o coordenador do Instituto de Finanças da FGV. “As empresas querem crescer de forma sustentável no mercado. No Brasil há a cultura do ‘jeitinho’ que, pelo lado positivo, nos deu habilidade para superar as situações mais adversas, mas nos fez preferir o caminho mais curto, o que nos expõe a riscos e posteriores consequências. Por isso, acredito que a gestão de riscos para o Brasil é o caminho certo e sem volta, criando áreas especializadas para tratarem o tema nas organizações. Para tanto, é necessário desenvolver processos de auditoria interna que assegurem resultados”, afirma Marcus Tanure. Para ele é fundamental que toda organização tenha um leque de opções estratégicas, mas não é possível fazer uma escolha adequada sem conhecer os riscos ligados a essas opções. “O ideal é tratá-los pela gestão de riscos para garantia do alcance dos objetivos”, finaliza. FEVEREIRO DE 2014
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TI EM SAÚDE
Dispositivos móveis a favor da saúde Existem mais de cinco mil aplicativos no mercado de healthcare, que vão desde simples controle de vacinas até sistemas de gestão hospitalar
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Por Maristela Orlowski redacao@healthers.com.br
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A
inovação tecnológica tem transformado o modo como as pessoas interagem com o mundo. O mesmo pode se dizer da
indústria de cuidados de saúde, que vem reavaliando e adaptando a prestação de serviços, sob uma diferente ótica: a mobilidade. E não é para menos. Cada vez mais populares, os aplicativos móveis nesse segmento devem gerar cerca de 142 milhões de downloads em todo o mundo em 2016, segundo a empresa Juniper Research, que avalia o mercado de softwares para celulares. Fato é que aplicativos estão cada vez mais presentes no dia a dia de médicos e profissionais de saúde. De acordo com Enrico de Vetori, sócio da área de Life Science e Healthcare da Deloitte, é possível encontrar mais de cinco mil aplicativos para o setor de healthcare, que vão desde simples controle de vacinas, checagem de medicamentos à beira do leito, até aliados nas tarefas diárias dos médicos, como diagnósticos e tratamentos. Há também sistemas de gestão hospitalar, facilmente acessados por celular ou iPad, o que gera mobilidade e disponibilidade de informações a poucos cliques. “A evolução não para por aí. A tendência é a utilização de dispositivos wearable, para uso pessoal, que podem monitorar os sinais de pacientes, permitindo aos médicos oferecer tratamentos personalizados”, diz o especialista. Segundo ele, o americano Eric Dishman, gerente-geral do grupo de Ciências da Saúde e Vida da Intel, defende a ideia de tratamentos domésticos, de forma independente, e do uso de equipamentos de uso pessoal que possam monitorar a saúde dos pacientes a partir de uma base de dados. Assim, seria possível coletar dados sobre a saúde do paciente e compartilhar com o médico, possibilitando um tratamento realizado em casa, com custos e riscos de infecção reduzidos, utilizando o hospital em casos extremos. “Em alguns anos, os tratamentos de saúde poderão acontecer em casa. Se usarmos a tecnologia para personalizar o tratamento dos pacientes, a cura também será mais rápida e efetiva”. SAÚDE PESSOAL Desenvolvimento eficaz de aplicações móveis é um desafio para a área de tecnologia. Há campo fértil de atuação para empresas que desenvolvem aplicativos com foco nas aspirações do
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TI EM SAÚDE
cliente, que permitem aos usuários armazenarem, resgatarem facilmente informações em seu smartphone e as compartilharem com Carlos Bassi – Desenvolvimento eficaz de aplicações móveis é um desafio para a área de tecnologia
pessoas de sua confiança (médicos, cônjuges e familiares); ou ainda que monitorem doenças crônicas e avisam alterações não usuais. O indivíduo é o centro da saúde. É a linha seguida pela startup Vitalbox, que, em parceria com a Progress Software Corporation, oferece uma plataforma on-line de monitoramento de saúde pessoal que gera uma avaliação personalizada de riscos chamada Saudômetro. A ferramenta, que pode ser acessada pela página na internet ou móbile, calcula a chance de desenvolvimento de quadros crônicos e propõe ações para redução de riscos. Em um ano de funcionamento, o aplicativo atingiu mais de 16 mil usuários, o que gerou mais de oito milhões de análises diferentes. A meta é atingir 500 mil usuários ainda no primeiro semestre. Para garantir um sistema de gerenciamento de regras e protocolos robusto e dinâmico, que proporcionasse um rápido desenvolvimento inicial e com um eficaz ciclo de
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“A tendência é a utilização de dispositivos wearable, para uso pessoal, que podem monitorar os sinais de pacientes, permitindo aos médicos oferecer tratamentos personalizados” Enrico de Vetori, da Deloitte
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manutenção, a empresa adotou o Progress Corticon, ferramenta de gerenciamento de regras de negócio que agiliza a tomada de decisões (Business Rule Management System – BRMS), com redução do ciclo de desenvolvimento e manutenção em 90%. “Nossa plataforma é sólida e tem tecnologia para operar um grande volume de dados, mesmo que ele se multiplique rapidamente”, afirma Carlos Bassi, cofundador da Vitalbox. A agilidade é fundamental ao tratar de saúde e outros sistemas de gestão crítica, já que é comum o lançamento de novos estudos, protocolos e regulamentações. “O sistema da Progress Corticon, 100% cloud, responde rapidamente às exigências e mudanças de mercado e sai na frente da concorrência de forma mais competitiva. Seu ciclo de desenvolvimento e manutenção é 25 vezes mais rápido que outras opções do mercado, pois possuímos uma patente tecnológica exclusiva que nos permite essa vantagem”, ressalta Mozart Marin, diretor de Canais e Parceiros da Progress.
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GESTÃO NA TELA Outra linha tecnológica em saúde que vem se reinventando como um todo e procurando maneiras de se tornar mais eficiente e sustentável é a gestão hospitalar. Em meio a um mercado de investimentos crescentes em TI, incluindo os sistemas HIS e EMR, a Philips Healthcare vem apostando na solução Tasy de gestão. A última sacada foi disponibilizar o aplicativo para todos os modelos de tablets iOS, que foi escolhido como plataforma inicial devido à reconhecida usabilidade e aproveitamento da interface Apple. O Tasy para iPad funciona 100% on-line e utiliza o sistema SSL (Secure Sockets Layer) – padrão global em tecnologia de segurança que cria um canal criptografado entre um servidor web e um navegador, para garantir que todos os dados transmitidos sejam sigilosos e seguros. Além disso, o Tasy para iPad está apto a efetuar a leitura de código de barras e QRCode, utilizando a própria câmera do dispositivo. Solange Plebani, diretora de Clinical Informatics da Philips Healthcare para América Latina, ressalta que o Tasy para iPad permite acesso 24 horas por meio de conexão com internet. “Trata-se de um importante lançamento para a área médica no Brasil, pois permite aos profissionais da saúde acesso às informações do paciente em qualquer lugar, dentro ou fora da instituição, a qualquer momento, com maior colaboração interdisciplinar e maior
hospital já utiliza o sistema Philips Tasy para PC e, a par-
resposta aos eventos dos pacientes”, diz.
tir de agora, passa também a usar a versão para iPad. A nova versão permitirá mais mobilidade aos profissionais
CASE NOVO
no acompanhamento da evolução clínica dos pacientes.
O Hospital Alemão Oswaldo Cruz, de
Além de otimizar o acesso, a nova opção da ferramen-
São Paulo, é a primeira instituição de saúde
ta permite ganhos importantes para a instituição, como
a implantar o sistema Tasy para iPads. O
consulta de dados em tempo real à beira do leito.
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CASE ANTIGO O Hospital Vicente de Paulo, no Rio de Janeiro, iniciou a implantação do sistema Philips Tasy em suas operações financeiras e de atendimento em 2010. Desde então, o Hospital começou a apresentar ganhos na lucratividade e precisão informacional. No encerramento do exercício de 2010, o Vicente de Paulo tinha um déficit médio de R$ 1 milhão, entre recebimentos e despesas operacionais. Após a implantação dos módulos Tasy, a instituição passou a ter mais controle dos eventos gerados em cada uma das áreas.
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ASAP SEGUNDO O INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE), um brasileiro nascido no ano de 2012 já tem esperança de viver até os 74,6 anos e, em 2030, essa expectativa deve chegar a 78,33 anos. Ou seja, estamos ganhando cerca de três anos a cada 10, graças à evolução das tecnologias médicas e do acesso maior da população às informações sobre cuidados com a saúde. O aumento na expectativa de vida é uma boa notícia para a maioria dos brasileiros, mas também exige preparação e mudanças de comportamento para enfrentar os desafios inerentes a uma população mais idosa, seja no âmbito econômico, da saúde, coletivo e individual. Essa nova esperança, por outro lado, traz consigo as doenças crônicas.
Gestão de Saúde Populacional (GSP):
incentivo e envolvimento na responsabilidade pessoal
Um terço da população já sofre de pelo menos uma dessas doenças, entre casos de diabetes, hipertensão, reumatismo, doença pulmonar ou dislipidemia. E, de acordo com o Ministério da Saúde, esses males respondem por 70% dos gastos com saúde no Brasil, motivados pelo estresse da vida moderna, pelo sedentarismo e por maus hábitos alimentares cultivados ao longo dos anos. A complexidade do cenário da saúde suplementar no Brasil, as mudanças demográficas e epidemiológicas e o envelhecimento populacional apresentam um conjunto de situações que exige a disseminação organizada e ética de conhecimentos, o compartilhamento de boas práticas e o engajamento das organizações empresariais, inclusive das operadoras de planos de saúde. 38
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SEGUNDO O INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE), um brasileiro nascido no ano de 2012 já tem esperança de viver até os 74,6 anos e, em 2030, essa expectativa deve chegar a 78,33 anos. Ou seja, estamos ganhando cerca de três anos a cada 10, graças à evolução das tecnologias médicas e do acesso maior da população às informações sobre cuidados com a saúde.
Os gastos com assistência à “saúde” correspondem ao segundo maior gasto das empresas. Atualmente, dos mais de 47 milhões de usuários de planos privados de saúde suplementar, cerca de 30 milhões (63%) são atendidos por planos coletivos empresariais, oferecidos aos empregados como parte do pacote de benefícios. Nesse contexto, o desenvolvimento de ações de Gestão de Saúde Populacional (GSP) torna-se uma ferramenta estratégica para viabilizar o envelhecimento ativo da população e a sustentabilidade econômica do setor, pois se trata de uma linha condutora que auxilia na análise do impacto das determinantes de saúde e no conhecimento do risco de uma população, visando a definir ações através das melhores práticas e medir resultados com base em indicadores. A Aliança para a Saúde Populacional – ASAP é uma entidade sem fins econômicos. Foi lançada em setembro de 2012 por um grupo de grandes empregadores, com o objetivo de disseminar conhecimentos, compartilhar boas práticas e engajar empresas, prestadores de serviços e operadoras de planos de saúde ao redor da causa da GSP, que é o foco de sua atuação. É fundamental que se promova uma grande aliança em busca de soluções integradas, com uma visão ampla da saúde da população, gerando informação, conhecimento, resultado e evolução. Para isso, a ASAP incentiva o envolvimento e a responsabilidade pessoal de todos os públicos participantes, encorajando a melhoria no cuidado com a saúde e no compartilhamento de informações. É seu papel estimular as iniciativas que são projetadas para ajudar os indivíduos saudáveis a permanecerem saudáveis e os portadores de doenças crônicas a participarem de programas que contribuam para uma gerência eficiente das suas condições, promovendo seu constante bem-estar. Diante desse cenário e do consequente aumento nos custos da assistência à saúde, a ASAP tem promovido atividades de estímulo à saúde nas corporações privadas, através da divulgação e da elaboração de conteúdo técnico para o desenvolvimento de ações de Gestão de Saúde Populacional (GSP).
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TI EM SAÚDE
David Oliveira
Se não estiver alcançando os resultados, mude a tecnologia! O título deste artigo poderia sugerir que você deva focar em investimentos ditados por grandes empresas de pesquisas, aquelas que dizem “as 10 tecnologias mais promissoras para 2014” ou, ainda, “qual o foco do CIO (Chief Information Officer) para o ano seguinte”. Bom, mas não foi isso que o título sugeriu. Ele diz que, se seus resultados não vão bem, é preciso fazer algo diferente e não mais o mesmo. Portanto, passe a enxergar novos horizontes – não que isso seja fácil, já que sempre há barreiras de pensamentos conservadores, mas é preciso. Esqueça os modismos de mercado, foque-se em sua competência central, ofereça uma tecnologia mais óbvia e não aquela que lhe custará David Oliveira
é gerente de TI do Sepaco e presidente da ABCIS
uma fortuna e que você utilizará apenas 10% dela. Também é interessante observar que há muitos rumores de um futuro incerto. E as perguntas são: “O que fazer com eles? Como lidar com a situação?”. A resposta para tais questões é bem simples: só há incerteza naquilo que você não pretende fazer; então, faça imediatamente, inclusive aquilo que sempre te causou tremor. Afinal de contas, é somente arriscando que se alcança um resultado de excelência. Pense também no modelo logístico hospitalar – o qual, na grande maioria dos hospitais, ainda possui um processo da década de 1980 ou anterior. Naquela época, o modelo logístico era visto como diferencial competitivo, mesmo com alguns entraves (forma de resolver os altos estoques, o grande volume de compras e a distribuição em massa nos lotes de medicações). Hoje pode se considerar que houve um salto. Agora as tecnologias existentes permitem reduzir drasticamente os estoques, como o caso da VMI (Vendor Managed Inventory), em que o vendedor passa a gerenciar seus estoques,
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tem acesso às informações de venda e assume as decisões de reabastecimento. Também há o Crossdocking, onde a mercadoria é redirecionada sem necessidade de armazenagem. Mas isso ainda está bem distante das instituições de saúde, pois partimos da premissa de uma integração de toda a cadeia: fornecedores certificados, homologados, empenhados e comprometidos com entregas dentro dos prazos. Hoje vivemos em um mundo de cotações no qual quem leva tem o menor preço. Alguns grupos também passaram a comprar de forma centralizada, buscando diminuição de seus estoques. Com isso, o que fizeram foi apenas consolidar o setor de Supply Chain, o qual, na área da saúde, chamamos de “suprimentos” ou simplesmente de “compras”. As poucas instituições de saúde que avançaram e aprenderam com o varejo estão na frente usando seus resultados, ou, ainda, “savings” para novas aquisições ou expansões. Siga seus exemplos.
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ELEMENTOS-CHA VE
E
M TE
M P O S D E C R I S E:
A arte de
se comunicar Quando se fala em crise, todo cuidado é pouco, seja para as organizações e para as pessoas que passam por ela ou até mesmo para os profissionais que gerenciam a comunicação em situações onde
na crise
LIDERANÇA: O PRIMEIRO PASSO É ELEGER QUEM VAI COMANDAR A CRISE. PORTA-VOZ: É PRECISO ELEGER TAMBÉM QUEM VAI SER O REPRESENTANTE DA ORGANIZAÇÃO DIANTE DA MÍDIA E DOS STAKEHOLDERS. MENSAGEM: DEFINIR O POSICIONAMENTO DA ORGANIZAÇÃO DE FORMA CLARA, RÁPIDA E TRANSPARENTE É FUNDAMENTAL.
MARKETING
problema é a palavra-chave. A Healthers entrevistou João José Forni, jornalista, consultor, especialista em Comunicação Empresarial e autor do livro “Gestão de Crises e Comunicação”. Forni fala sobre o suporte da comunicação em momentos de crise, os elementoschave que devem ser levados em consideração quando uma crise se instala, assim como as peculiaridades das instituições de saúde diante das ameaças. 42
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STAKEHOLDERS: COM QUEM A EMPRESA PRECISA CONVERSAR SOBRE A CRISE – CLIENTES, FUNCIONÁRIOS, ACIONISTAS, MÍDIA, REDES SOCIAIS. TIMING: CRISE NÃO COMBINA COM LENTIDÃO E BUROCRACIA; ENTRE 15 E 20 MINUTOS PARA UMA PRIMEIRA RESPOSTA É O QUE PREGAM AS ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES.
QUAL O PAPEL DA COMUNICAÇÃO NO GERENCIAMENTO DE CRISE DE UMA EMPRESA? Embora a comunicação não seja a única e definitiva solução para uma crise corporativa, não há dúvida de que é um pilar importante no suporte da empresa nesse momento. Ela exerce papel importante para equilibrar a percepção da crise, ao administrar o discurso sobre o fato negativo, assim como tem o poder de mitigar o dano causado pela crise. São os especialistas em Comunicação que ajudam a equipe de crise a explicar o fato aos stakeholders que serão impactados pela notícia. Também é a Comunicação que tenta conter ou corrigir os problemas que ocorrem com as versões publicadas sobre o problema. O foco é administrar as mensagens e criar uma versão para circular nas mídias tradicional e on-line de maneira clara, rápida e transparente, sempre preservando a imagem da organização e levando em conta o compromisso com a verdade. Há uma fórmula de gerenciamento de crise que pode ser usada para todos os tipos de corporações? A princípio, não existe uma receita de bolo para aplicar nas crises corporativas. Cada organização tem suas peculiaridades e enfrenta crises variadas. Mas existem princípios, os quais chamo de elementos-chave da crise, que são comuns a qualquer organização. O que não pode faltar na hora da crise? Liderança. Esse é o primeiro requisito. Definir quem vai comandar a questão e controlar a crise e não ficar em um jogo de empurra. Depois, eleger um porta-voz, alguém preparado, experiente, indicado para representar a organização e falar em nome dela em qualquer fórum. Ele precisa dominar o tema e ter credibilidade e respeito dos públicos interno e externo, pois pode definir o sucesso ou o fracasso em uma estratégia de gerenciamento de crise.
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MARKETING Terceiro: construir a mensagem da organização para explicar a crise (não mais que três ou quatro). Ela terá coerência? Poderá ser rebatida pela mídia ou por outros segmentos? A mensagem reflete realmente o
“Erros humanos são responsáveis por cerca de 80% das crises dentro das organizações.”
que aconteceu ou é apenas para dourar a pílula e fugir do escrutínio público? Outro passo é saber com quem vou conversar sobre a crise. Quem são os stakeholders? Se eu não falar corretamente com todos, aqueles que foram esquecidos podem agravar a crise. Outra variável fundamental é o “timing” para se pronunciar. Crise não combina com lentidão e burocracia. A mensagem precisa ser rápida, logo após a ocorrência da crise, e sustentável, com base na verdade. Tudo deve estar sob a ótica de um “Plano de Crises” que, aliás, também contempla ações operacionais. E detalhe: nada resolve se a empresa se enrolou na solução do problema que gerou a crise; não há comunicação que funcione nesse momento. Ela não é panaceia para resolver a crise – é parte da solução. QUAL É O “TIMING” RECOMENDADO PARA UMA RESPOSTA? As últimas publicações de gestão de crises pregam que o “timing” de resposta não pode passar de 15 a 20 minutos após a ocorrência da crise. Com a versão que seja possível dar. Depois, paulatinamente se atualizam as informações à medida que os fatos se desenvolvam.
xxx – QuaEcti aliqui tet dessi omnis porio tetur reptae. Nam a coressunt aut is soluptature vendi ommolum aut audictessin non percius ciisquo imus, sum ut dia sedigendita volectatiam dunt molupta temodio. Officit que pro eum fuga. Ut am aute rem fuga
NO CASO DE INSTITUIÇÕES DE SAÚDE E HOSPITAIS, O QUE DIFERE OU É PRECISO LEVAR EM CONTA? As instituições de saúde fazem parte daqueles segmentos com grandes ameaças de crise, as quais podem se transformar em crises graves se não forem monitoradas e administradas com profissionalismo. Elas não podem esquecer que lidam com o produto mais caro do ser humano: a vida. É o bem mais precioso que existe. Não são as instalações, o caixa, os equipamentos. Por isso, gestores, operadores, funcionários e demais envolvidos não podem errar. Vale ressaltar que erros humanos 44
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são responsáveis por cerca de 80% das cri-
O SENHOR ACHA QUE OS HOSPITAIS ESTÃO PREPARADOS
ses dentro das organizações. Erros de todo
E ESTRUTURADOS PARA LIDAR COM CRISES?
tipo, que vão da fraude e do despreparo até
No Brasil não estão, em sua maior parte. Vemos com muito oti-
a falta de treinamento. Portanto, é preciso
mismo alguns grandes estabelecimentos fazendo treinamentos de
ter planos de crise, fazer treinamentos,
gerenciamento de riscos, e esse é o primeiro passo, realmente, para
simulações, auditorias de vulnerabilidades evitar crises. Mas ainda vejo os hospitais como um setor com grande que possam apontar possíveis ameaças.
potencial de ocorrência de crises. E não estou falando somente de
Essas ações podem minimizar a ocorrência
hospitais públicos, mas também dos privados.
de crises.
Muitas vezes eles se preparam para crises emergentes, do ponto de FEVEREIRO DE 2014
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MARKETING vista operacional; sabem como resolver casos mais graves que dizem respeito ao próprio negócio, que é a saúde. Porém, pecam em outros, como segurança, permitindo invasões, sequestros, fraudes, crimes, desvios na área financeira, sonegação de impostos, discriminação na hora do atendimento, descuido nos períodos de férias. Em resumo,
E O QUE NÃO FAZER QUANDO UMA CRISE SE INSTALAR?
mau atendimento, o qual acabará redundando em crise.
Mentir, tentar enganar o público para
E erram também em outro componente: o da comunicação. Não têm
minimizar a crise ou fugir das respon-
pessoas preparadas para dar respostas rápidas, claras e verossímeis
sabilidades. A empresa deve assumir a
quando um fato negativo acontece. O hospital não tem obrigação de ser especialista em Comunicação, mas, na hora de uma crise, ele deverá se expor. Não tem como fugir. E será no pior momento. O hospital deve ter porta-vozes, médicos, diretores, administradores,
crise, se realmente é de sua competência. Nunca apontar o dedo para outros e “terceirizar” o problema – isso é uma das piores coisas que as organizações fa-
assessores de Comunicação preparados para enfrentar a mídia e equipe
zem nas crises. Tentar induzir a mídia de
preparada para gerenciar a crise, inclusive nas redes sociais. Embora
que não teve culpa também é um erro; a
alguns estabelecimentos acreditem estar preparados, é bom lembrar que
mídia deve concluir isso pela explicação
as crises graves não avisam quando acontecerão e, muitas vezes, têm um
que a empresa der. Preocupar-se com os
perfil que nunca foi pensado. São essas crises as mais deletérias.
custos, antes de dar o conforto às pessoas
HÁ ALGUM CASE QUE EXEMPLIFIQUE ISSO?
atingidas. E colocar o advogado para dar
Sim, há um case que conto no meu livro “Gestão de Crises e Comuni-
explicações na mídia – quando ele toma
cação”, publicado no segundo semestre de 2014 pela Editora Atlas. Nos
a frente da comunicação, no entendi-
Estados Unidos, há alguns anos, um hospital de Boston se preparou para
mento da opinião pública, é porque a
crises de vários tipos. Fez treinamento, levantou vulnerabilidades internas e
empresa não tem como se explicar e já
realizou cursos de prevenção. Logo em seguida, houve um acidente grave
se prepara para ações na Justiça.
com um trem da empresa Amtrak, com centenas de feridos. Os aciden-
POR QUE AS ORGANIZAÇÕES
tados foram transportados para o hospital e não havia estrutura suficiente para todos, o que levou à instalação improvisada de atendimento na frente do hospital, enquanto mais pacientes chegavam. Isso foi um prato cheio para a mídia, a qual acabou cobrindo
ERRAM, ADMINISTRAM MAL OU SE ATRAPALHAM NAS CRISES? Porque as empresas e os governos sempre acham que não terão crises ou que estão
intensamente a precariedade do atendimento na frente do prédio do
preparados para enfrentá-las. Aí reside
hospital e deu menos ênfase ao acidente de trem e suas causas. Ou
a maioria dos erros. Talvez eu pudesse
seja, o hospital tinha pensado em tudo, menos que um acidente grave
encerrar com a frase de James Donnelly,
é notícia e poderia acontecer. E virar notícia dessa forma foi muito
vice-presidente sênior de gerenciamento
ruim para a imagem da instituição.
de crises da Ketchum: “Empresas que tipicamente lidam bem com as crises, dessas você nunca ouve falar”. É isso que as organizações deveriam perseguir.
“As crises graves não avisam quando acontecerão e, muitas vezes, têm um perfil que nunca foi pensado.” 46
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TECNOLOGIA MÉDICA
Fabricio Avini
TI em Saúde
Em outubro de 2014, tive a oportunidade de participar de uma missão de saúde no Dis-
ney Institute abordando o tema “Excelência em Serviços”. Certamente foi uma experiência inusitada para um profissional de TI, pois provavelmente participaria de um evento técnico – e não de um para aprender a encantar um cliente. Quando pensamos dessa forma – digamos, disruptiva –, podemos aplicar várias soluções a problemas muito bem estudados e sistematizados. É o caso das quatro prioridades da Disney, em que segurança é um item inegociável. Em um hospital, esse item também deve ser prioritário e o uso da tecnologia nesse ponto é fundamental. Fabrício Avini é diretor da
Salux Informatização em Saúde
O que mais impressionou, mais que a visita ao Nicholson Center – hospital que é referência em tecnologia, onde o robô Da Vinci parecia um item de série –, foi o quanto detalhado é o estudo do comportamento do cliente, chamado de clientologia, e mais impressionante ainda foi pensar em como não pensamos nisso para a área de saúde – talvez a pacientologia. Não é preciso medir quantos passos de distância deve ter uma lixeira da outra, pois as pessoas não estão em um parque; pelo contrário, passam por um momento fragilizado onde a percepção de qualidade é muito diferente. Nesse ponto, a tecnologia também pode ajudar. Muito se fala em RFID utilizado nas pulseiras dos pacientes como estudo de fluxo, automação e agilização de processos. Essa também foi uma novidade quando recebi minha MagicBand da Disney com essa tecnologia, a qual realmente agilizou muito e melhorou minha experiência. E na saúde é mais importante ainda, pois esperar horas na fila da Mountain Space é muito diferente do que ser acolhido em um hospital. Podemos somar a questão da segurança a essa tecnologia, principalmente no quesito “paciente certo”.
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Será que podemos imaginar mais alguma maneira de a tecnologia ajudar na “pacientologia”, ou seja, na experiência do paciente e dos familiares? Exatamente nesse ponto há um imenso campo de desenvolvimento através da sistematização, da agilidade e da efetividade nos processos. Como exemplo, em uma visita ao Nemours Children’s Hospital, havia uma solução simples onde os familiares recebiam um sinalizador para serem avisados sobre o fim da cirurgia ou de algum evento, parecido com o que muitos restaurantes entregam na espera por vagas... E, mais uma vez, pensei: “Como não fizemos isso antes???”. É tão simples! Pois é, simplicidade é o último grau de sofisticação, segundo Da Vinci (e não é aquele robô), e devemos pensar de forma simples para darmos ordem a essa complexidade que é inerente ao ambiente hospitalar. Para isso, antes de pensarmos em cloud ou big data, temos de entender a saúde e ajudar a pensá-la de uma forma diferente, tornando a excelência em serviços divertida como um parque da Disney.
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CUIDANDO BEM...
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DE
Cuidar bem das equipes de atendimento pode ser fundamental para garantir a qualidade assistencial nas instituições de saúde
QUEM CUIDA Por Louise Vieira
redação@healthers.com.br
Engajar as equipes assistenciais e promover o relacionamento entre os colaboradores de uma instituição de saúde podem não ser tarefas fáceis, mas são fundamentais para a promoção de uma assistência de qualidade e retenção dos profissionais. Afinal, o quadro assistencial é o maior contingente da instituição de saúde e precisa ser visto como o cartão de visitas. A área de Recursos Humanos possui um papel fundamental no alcance desse objetivo e no clima da instituição, pois dela advém a política que balizará as relações entre os colaboradores e as perspectivas de crescimento de cada um. Se em qualquer empresa os Recursos Humanos são críticos para o sucesso da organização, o que dizer então de uma instituição prestadora de serviços assistenciais, onde pessoas cuidam de pessoas? Sua posição dentro do modelo gerencial da organização pode ser vista, em uma visão mais atual, no nível estratégico da organização. Cristina Ramos Rodrigues, consultora da Planisa, destaca que: “Essa gestão moderna, onde o departamento de RH faz parte da gestão estratégica, ainda é pouco praticada pela maioria dos nossos hospitais”. “O planejamento estratégico também está entre as iniciativas mais importantes de uma instituição de saúde para desenvolver e engajar suas equipes”, indica Marcos Boulos, superintendente de Saúde da Universidade de São Paulo (USP). “Eu incorporaria os colaboradores na discussão para ouvir sugestões e incentivaria a participação ativa nos projetos institucionais, relacionando os diferentes departamentos do hospital.” Walmir Cedotti, psicanalista clínico do Icesp – Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (FMUSP), destaca que, FEVEREIRO DE 2014
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RH antes de escolher caminhos e metodologias que possam levar ao maior engajamento de equipes de saúde, recomenda-se avaliar como essas iniciativas se alinhariam aos desafios de ordem estratégica da instituição, a sua missão, visão e valores institucionais, aliadas às necessidades dos colaboradores. Cristina lembra, porém, que as ações de engajamento começam no processo de recrutamento e seleção, o qual deve ser o mais transparente possível, tanto no que diz respeito às políticas da instituição, quanto às possibilidades de crescimento profissional. “Acredito ser também muito importante o processo de integração, o qual fornece as informações necessárias ao ingresso do novo colaborador nas práticas adotadas, devendo ser entendida como um investimento e não como um custo adicional”, diz. RELACIONAMENTO ENTRE A EQUIPE Divulgação
Estimular as equipes a exercerem as atividades como um “ time”, o qual possui um objetivo comum, também é fundamental Marcos Boulos - O planejamento estratégico também está entre as iniciativas mais importantes de uma instituição de saúde para desenvolver e engajar suas equipes”, indica
para a qualidade assistencial e a motivação. “Parece uma tarefa fácil, mas não é, pois as instituições de saúde são formadas por diversas categorias profissionais, com cargas horárias distintas e formações
“Antes de escolher caminhos e metodologias que possam levar ao maior engajamento de equipes de saúde, recomenda-se avaliar como essas iniciativas se alinhariam aos desafios de ordem estratégica da instituição, a sua missão, visão e valores” Walmir Cedotti, do Icesp diversas”, alerta Cristina. A consultora explica
Os processos de qualidade e de acreditação também favore-
que formar uma equipe com balizamento de
cem o entrosamento, pois o resultado só será obtido se houver um
atitudes, ações e conhecimento exige um plane-
ganho em massa, ou seja, todos os setores qualificados, o que exige
jamento estrutural que impactará no resultado.
um trabalho em equipe, todos em prol do mesmo objetivo. “Acre-
Boulos acrescenta que a assistência, para ser
dito que, quando há uma estrutura organizacional definida, com
de qualidade, precisa ser suportada por ações
políticas transparentes e de conhecimento de todos, fica mais fácil
administrativas adequadas, com acolhimento
obter a adesão e o comprometimento”, ressalta Cristina.
humano e uma estrutura física que permita ao
“Os indicadores que evidenciam o valor das iniciativas de
assistido se sentir confortável e, fundamental-
humanização das relações nas instituições de saúde, porém,
mente, preparar o assistente para estar disponível
ainda estão sendo construídos, pouco a pouco, pois a régua
a ajudar de maneira carinhosa. “Se o profissio-
que mede as respostas subjetivas dessas mesmas iniciativas são
nal tiver uma boa estrutura e apoio, entenderá
mais intuitivas do que fórmulas cartesianas de medição”, aler-
mais facilmente que a pessoa que o procura está
ta Cedotti. “As perspectivas são animadoras quando podemos
passando por momentos difíceis e que frequente-
perceber as mudanças que emergem nas instituições que cui-
mente está emocionalmente instável.”
dam de quem cuida.”
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INVESTIMENTO EM EDUCAÇÃO PERMANENTE GERA GANHOS INDIRETOS As instituições de saúde muitas vezes possuem ou desejam um setor de educação permanente. “Esse é um novo conceito, forte e desafiante para pensar nas relações entre a educação e o trabalho em saúde”, explica Cristina Rodrigues. Aqui, coloca-se em questão a relevância do ensino e as articulações da formação com a mudança no conhecimento e no exercício profissional, trazendo junto dos saberes técnicos e científicos as dimensões éticas da vida, do trabalho, do homem, da saúde, da educação e das relações.
Daliane e Daniele – O maior prejuízo em um planejamento mal elaborado é deixar de atender no momento certo.
Boulos ressalta que a educação permanente pode ser um recurso para reter talentos, desde que vise mais à formação do que à informação por si só. Um exemplo citado de processo de formação continuada é do Instituto do Câncer de São Paulo – Icesp, o qual desde sua esporádicas com todos os funcionários, em pequenos grupos, inclusive com familiares. “Os resultados notados são que, sucessivamente, essa tem sido a instituição de saúde com melhores índices de aprovação pela comunidade”, acrescenta Boulos. Cristina acrescenta que o programa pode ser de treinamento
Divulgação
fundação mantém programas de educação continuada com reuniões Cristina Rodrigue - Aqui, coloca-se em questão a re- levância do ensino e as articulações da formação com a mudança no conhecimento e no exercício profissional, trazendo junto dos saberes técnicos e científicos e as dimensões éticas da vida
anual, contemplando as necessidades das equipes e atualização sobre novas técnicas, ou participação em congressos externos e cursos na área de atuação. “Esses programas acabam gerando ganhos indiretos, mas que contribuem para o crescimento profissional e também visam a reter talentos por meio da fidelização da instituição”, diz. Gerenciamento do estresse
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Longas jornadas de trabalho, problemas no dia a dia e envolvimen-
Ações de integração interdisciplinar tam-
to com questões emocionais dos pacientes e suas famílias podem gerar
bém elevam a autoestima do colaborador.
uma sobrecarga emocional aos colaboradores de instituições de saúde.
“Qualquer iniciativa que valorize a pessoa é
Apoio psicológico – individual ou em grupo – ajuda a melhorar a qua-
importante, como comemoração de datas fes-
lidade de vida e, dessa forma, o atendimento realizado. “A contribuição
tivas e lembrança do dia do aniversário”, diz
aos colaboradores, quando se cria espaços de escuta e construção de ges-
Cristina. “Tudo que é tratado com amor e po-
tão participativa dos caminhos do fazer em saúde, aparece na qualidade
sitividade gera bons resultados.”
da assistência e da produtividade humana, na motivação, na concentração e na realização dos profissionais”, explica Cedotti.
Porém, para trabalhar a vertente emocional será preciso atuar também nas lideranças
Trabalhar a saúde psicológica do profissional, principalmente da-
que coordenam equipes. “Desde a maneira
queles que lidam com a iminência da perda em alguns setores, como
como se comunicam, interagem e dão feedback
terapia intensiva, oncologia e transplantes, ajuda, portanto, a geren-
até a prática daquilo que professam ou esperam
ciar o estresse. A consultora Cristina, por sua vez, acrescenta que a
de seus liderados”, diz o psicanalista clínico do
área de cuidado em saúde precisa ser abraçada por pessoas que gos-
Icesp. “Liderar é gerar influência e fazer que
tem de pessoas e que promovam a empatia com o paciente, sendo um
pessoas se envolvam em metas e sonhos co-
canal que facilite o relacionamento.
muns”, finaliza Cedotti. FEVEREIRO DE 2014
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GESTÃO
Karla Lemes
O que eu ganho fazendo COACHING?
A partir dessa edição, traremos uma coluna fixa sobre coaching, com o objetivo de desmitificar esse conceito e aproximá-lo de nossa realidade que é recente no Brasil, mas que tem transformado as organizações à mais de 15 anos nos EUA. Para começar a explicar sobre o processo de coaching, é necessário falar de maneira mais abrangente e depois explorar cada uma de suas vertentes O processo de coaching é a maneira mais eficaz e rápida de se atingir um objetivo, uma vez que se potencializa tudo o que o profissional já tem de melhor em busca de um resultado eficaz. Todos tem a capacidade de chegar onde querem, desde que tenham claro o objetivo e que sejam Karla Lemes é Master Coach
Erickssoniana formada pelo Instituto Brasileiro de Coaching.
capazes de traçar um plano para atingir o resultado. Despertar esse potencial que já existe em cada um e auxiliar o profissional a traçar e direcionar o plano é o papel do coach. Com o processo de coaching, é realizado um ajuste fino de habilidades já existentes para que o profissional seja capaz de montar um plano e ter total domínio de todos os processos que o levarão ao atingimento do resultado. Essa caminhada é auxiliada pelo coach. O coach contribui para que o profissional assuma responsabilidades pelos resultados, focado no desenvolvimento dos estados emocionais e de autoconfiança, desenvolvendo o despertar do seu poder interior. Com isso, o profissional amplia suas opções de decisão e abre a sua mente eliminando crenças e bloqueios. Vale ressaltar, que diferente do processo de terapia/psicologia, o processo de coaching é focado no estado atual do profissional e no processo que será feito para que ele possa atingir o objetivo desejado. Para quem é indicado Coaching? O coaching é indicado para todas as pessoas que: Tem um objetivo à atingir e gostariam que isso fosse feito no menor espaço de tempo possível Estão em constante desenvolvimento : pessoal e profissional Tem interesse em potencializar o que já tem de melhor Qualidade de tempo Sentem-se perdidas e sem proposito na vida Gostariam de desenvolver autoconfiança, autoestima, segurança e constante automotivação para
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alcançar seus objetivos profissionais Gestão de pessoas e equipes de alta performance O coaching é um processo com início, meio e fim, com objetivo claro e definido tanto para pessoas quanto para empresas, pois não existe empresas que não sejam formadas por pessoas. Nas empresas, o retorno médio sobre o investimento em coaching chega a ser 5,7 vezes o montante inicialmente investido. Um estudo nos EUA mostrou que executivos quer participaram de treinamentos gerenciais apresentaram um ganho de 24% em sua produtividade, enquanto os que passaram pelo processo de coaching viram seu desempenho aumentar em 88%. Os profissionais ainda relatam melhora nas relações interpessoais, nos relacionamentos com colaboradores e no trabalho em equipe. O mundo precisa de coaching! E você com certeza, após ler o artigo, já parou pelo menos para pensar em uma ou duas situações que poderia utilizar essa técnica em sua empresa ou vida pessoal.
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Guilherme Montoro SAMPLEX - Diretor Executivo A voz do paciente na economia da experiência.
ALTA EXCELÊNCIA DIAGNÓSTICA - Diretora Mercado de luxo. Este mercado pelo prisma da Saúde e a criação da marca.
Com a nova economia baseada em experiências quem é o novo cliente? Como pensa? Como abordá-lo? Quais métricas utilizar?
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Anderson Criativo João Dalla GOOBEC - Sócio-Diretor Oportunidades das empresas de saúde nas ferramentas de publicidade Google. Oportunidades das empresas de saúde nas ferramentas on-line na busca e retenção de clientes.
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A importância de superar os desafios encontrados e garantir a boa gestão de materiais e medicamentos.
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PLANEJAR
Por Cláudia Rocco redação@healthers.com.br
PARA PODER REMEDIAR Gestores dos departamentos de Compras
tância sua consideração na negociação junto
e Suprimentos e Logística das instituições de
aos fornecedores. E não basta apenas com-
saúde encontram desafios diários na realização
prar bem, é necessário considerar o desempe-
de seu trabalho, pois apesar do alto custo – o
nho do estoque nos quesitos giro e cobertura
segundo maior nas despesas hospitalares –, da
de estoque, obsolescência e perdas.”
imprevisibilidade e dos poucos recursos investi-
“Além disso, para atingir um bom resul-
dos, o abastecimento e a gestão de materiais e
tado na gestão de estoque é necessário con-
medicamentos são de fundamental importân-
siderar todas as áreas de serviço, de tal forma
cia para o bom funcionamento de um hospital.
a segmentar por ordem de criticidade e de
A gestão de materiais e de medicamentos
volume. Mecanismos de inventário rotativo,
requer que prazos de validade, armazena-
perfil de consumo e estoque de segurança
mento, demanda, controles de entrada e sa-
são utilizados para um bom planejamento”,
ída, logística e comercialização, entre outros
completa Oyama.
aspectos, sejam levados em conta, sem deixar de lado a saúde financeira da instituição.
Para Daliane Piccolo e Daniele Frias, responsáveis pelo setor de compras da Dal Ben
Segundo análise de Carlos Oyama, dire-
Home Care, a gestão de materiais em uma
tor de Suprimentos e Logística do Hospital
empresa que atende a diferentes patologias e
Israelita Albert Einstein, a composição de
complexidades se coloca como um grande de-
receita dos hospitais privados mostra a de-
safio. “Todo esse desafio nutre o elo que liga
pendência da margem de comercialização de
as equipes médica, de Farmácia, Nutrição e
materiais e de medicamentos, motivada pelo
Enfermagem. As atribuições de um gestor nes-
desequilíbrio na remuneração dos serviços
sa área são de fazer girar essas grandes rodas,
prestados. “Por isso, é de fundamental impor-
todas ao mesmo tempo”, afirma Piccolo.
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COMPRAS “Composição de receita dos hospitais privados mostra a dependência da margem de comercialização de materiais e de medicamentos, motivada pelo desequilíbrio na remuneração dos serviços prestados.” Carlos Oyama, do Einstein “A gestão de estoque da Dal Ben Home Care é
Algumas instituições, como é o caso do Hospital
estrategicamente dimensionada, feita por ‘ponto de
do Câncer de Barretos – referência nacional no setor
pedido’, método no qual o estoque mínimo é estipula-
–, buscam novos métodos para superar as dificuldades
do de acordo com a demanda de dispensação. O res-
encontradas no controle de insumos hospitalares e nos
suprimento é feito através de aquisição via plataforma
estoques de medicamentos.
eletrônica de compra em fornecedores qualificados
O hospital no interior de São Paulo investiu cerca
por comissão competente. Todos os itens são cadas-
de R$ 600 mil para a implantação de um novo modelo
trados em um Sistema de Gestão para Home Care
de gestão, o projeto AGE, que tem como objetivo dar
e recebem um código de barras. O armazenamento
suporte para garantir a realização dos processos ope-
é realizado em local adequado e climatizado. A dis-
racionais, buscando o controle dos estoques através da
pensação ocorre mediante separação e conferência
informatização – todo o controle é feito por um sistema
eletrônicas”, explica Daniele.
de código de barras – e promovendo melhor organização e integração – todos os sistemas do hospital trabalham de forma integrada.
re administrativo-financeiro de gestão (ERP – Enterprise
As OPMEs (Órteses, Próteses e Materiais Espe-
Resource Planning) que apoia outro software, o de gestão
ciais) também são alguns dos desafios encontrados pelos
hospitalar (SGH – Sistema de Gestão Hospitalar).
departamentos de Suprimentos e Logística, por serem
“O módulo de Movimentação de Materiais garan-
produtos caros e geralmente não constarem nos almo-
te a gestão adequada, possibilitando o cadastramento
xarifados das instituições. Porém, de acordo com Carlos
de todos os materiais, criando um banco completo de
Oyama, a alta dos custos hospitalares é atribuída ao uso
informações (família a que pertencem, códigos internos
cada vez maior e de valores expressivos das OPMEs,
e cruzamento com os códigos dos fornecedores, equiva-
motivando ações das fontes pagadoras com o objetivo
lências, fornecedores homologados, históricos de volu-
de reduzir seus impactos. “Se considerarmos as dificul-
mes e preços, controles de aprovação, dados de estoque,
dades de previsibilidade em seu uso e aplicação com seu
sinalização de quebra de estoque etc.). A estrutura de
alto custo, normalmente esses itens são estocados no re-
distribuição de materiais e de medicamentos é com-
gime de consignação. Isso minimiza investimentos em
posta de farmácias satélites automatizadas, farmácias
estoque, mas reduz a capacidade de gerir melhor nossos
convencionais, estoques intermediários, sistema de dose
recursos e margens”, explica.
unitária e preparação de injetáveis, além de centros de
De acordo com Daliane Piccolo, atualmente tra-
distribuição. O nível de serviço é medido através do in-
balham na Dal Ben com diferentes materiais especiais
dicador de OTIF (On Time In Full), que significa a dis-
como bomba de infusão, cardioversor e compressor
ponibilidade no momento da solicitação, mas as metas
pneumático intermitente, concentradores de oxigênios
são contratadas em função da criticidade do item e de
e BIPAPS. “A relação comercial é definida por meio de
sua disponibilidade”, explica Oyama.
contratos de consignação ou locação”, afirma.
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Danilo Ramos
Já no Hospital Israelita Albert Einstein, o controle dos materiais e dos medicamentos é feito por um softwa-
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Divulgação
Daliane e Daniele – O maior prejuízo em um planejamento mal elaborado é deixar de atender no momento certo.
Na opinião do diretor do departamento de Suprimentos e Logística do Hospital Israelita Albert Einstein, quando não há um bom planejamento dos materiais hospitalares, os principais desperdícios estão relacionados à obsolescência e às perdas por vencimento. “Além, é claro, dos custos financeiros pela gestão inadequada do estoque. E o maior desafio está relacionado à previsão de demanda relacionada ao consumo e à necessidade das áreas, além do excessivo inventário na cadeia em razão das dificuldades na importação de insumos”, conta. Já para as responsáveis pelas compras da Dal Ben Home Care, o maior prejuízo em um planejamento mal elaborado é deixar de atender no momento certo. “Contudo, existem problemas inerentes a um processo complexo de atendimento, os quais podem ser uma aquisição em caráter de urgência ou uma entrega não realizada pelo fornecedor na data programada”, finalizam.
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GESTÃO
Sérgio L. Bento
Relacionamento com fornecedores na gestão hospitalar Com base nas informações divulgadas pela ANAHP, em seu Observatório, os insumos, aqui considerados os hospitalares materiais, medicamentos, OPMEs e os insumos não operacionais, isto é, aqueles não administrados aos pacientes, representaram 28,3% do custo dos hospitais associados àquela entidade. Se incluirmos na categoria de fornecedores, os de serviços, tanto na área operacional, quanto de apoio e administrativos, este percentual cresce significativamente. A gestão de suprimentos, e mais particularmente, o relacionamento com os fornecedores é uma das áreas da administração que mais evoluiu nas últimas décadas. Em vários segmentos, o conceito de cadeia produtiva, ou cadeia de valor é praticado já há muito tempo, com total integração entre fornecedores e produtores, integração esta que vai desde os sistemas de informação, que permitem aos fornecedores alimentarem os estoques dos fabricantes automaticamente, a partir de regras preSérgio L. Bento
Diretor técnico da Planisa
definidas, até os modelos de produção praticados nas indústrias montadoras, onde o fornecedor está inserido na linha produção. Esses modelos são baseados em contratos de fornecimento de longo prazo, previamente licitados e negociados pelos fabricantes com seus fornecedores pré-qualificados. Em grande parte dos hospitais brasileiros, a prática mais frequente no setor de compras é realizar um processo de aquisição a cada necessidade de repor o suprimento, realizando seleção de fornecedores, licitação e fechamento da compra. Os contratos de fornecimento por um determinado período de tempo ainda são muito pouco comuns, principalmente quanto ao fornecimento de insumos hospitalares. Esta situação é, parcialmente, explicada pela falta de padronização desses insumos na maioria de nossos hospitais, que tem dificuldade em estabelecer listas padronizadas, em conjunto com seus corpos clínicos. Nestas condições, fica difícil estabelecer algum vínculo mais consistente com fornecedores. É bem provável que os hospitais poderiam obter economias significativas, se adotassem contratos de fornecimento. Outro aspecto que merece atenção é o relacionamento com fornecedores, principalmente os
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de serviços, é a gestão dos contratos de fornecimento. Um hospital tem uma grande quantidade de prestadores de serviços, desde serviços assistenciais, até administrativos, e é comum encontrarmos estes contratos sendo geridos em diferentes áreas da instituição. Muitos hospitais têm investido na estruturação de uma área de Gestão de Contratos, subordinada á área de suprimentos, ou à controladoria, que assume a responsabilidade pela gestão de todos os contratos com fornecedores, estruturando desde o processo de licitação, passando pelo modelo de contrato e sua negociação, definição dos SLAs Service Level Agreement em conjunto com o gestor do contrato, até o controle mensal de execução dos mesmos, em conjunto com o seu gestor. Portanto, abordamos neste artigo duas práticas que recomendamos para os hospitais, no que diz respeito à gestão de suprimentos e, em especial, ao relacionamento com fornecedores: a adoção dos contratos de fornecimento para os insumos hospitalares e para os não operacionais, e a implantação de área de Gestão de Contratos, com o objetivo de padronizar sua gestão e controle de todos os contratos com os fornecedores e prestadores de serviços.
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HOSPITAIS
Francisco Balestrin
Na saúde, nem tudo que reluz é ouro O sistema de saúde brasileiro tem enfrentado grandes desafios nos últimos meses. Após a implantação do programa ‘Mais Médicos’, para suprir as carências nas regiões remotas do país, nos deparamos com outra questão bastante delicada e que terá impacto incalculável para a qualidade do atendimento nas instituições de saúde – a redução da jornada de trabalho dos enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. Atualmente, a jornada de trabalho da enfermagem é regida pelas leis trabalFrancisco Balestrin
Francisco Balestrin, Presidente do Conselho de Administração da Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados)
histas, não podendo exceder 44 horas semanais. O projeto de Lei n° 2.295/00 propõe modificar a Lei 7.498/86, alterando a carga horária desses profissionais para 30 horas semanais. A justificativa para a mudança é que as atividades ligadas diretamente à saúde são consideradas insalubres, e as jornadas de trabalho excedentes a seis horas diárias são menos produtivas e mais sujeitas a erros. Os impactos dessa medida para a sustentabilidade do setor precisam ser analisados com cautela. Não adianta reduzir a jornada de trabalho da enfermagem, visando à melhoria da qualidade de vida desses profissionais e novas oportunidades de emprego, se para atender os novos postos de trabalho esses mesmos profissionais precisariam aderir às múltiplas jornadas, uma vez que não há mão de obra suficiente para atender a demanda dos mais de 235 mil novos postos de trabalho que seriam criados. Os impactos financeiros para o sistema de saúde também são uma grande
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preocupação. A medida deve custar R$ 8,6 bilhões para o sistema de saúde, considerando apenas salários e encargos para as novas contratações, a fim suprir a demanda com a redução da jornada. Os custos com benefícios e treinamento não estão contemplados nesse montante. No setor público, os municípios terão o maior impacto, R$ 1,7 bilhão por ano. No setor privado, a medida deve ocasionar um aumento de custos da ordem de R$ 5,4 bilhões por ano, sendo as instituições sem fins lucrativos, que atendem principalmente o sistema público de saúde, as mais prejudicadas (R$ 3,1 bilhões por ano).
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A enfermagem representa cerca de 50% dos colaboradores de uma instituição hospitalar e, sem sombra de
enfermagem para 804 mil vínculos, e 158 mil enfermeiros para 218 mil vínculos.
dúvidas, é a maquina propulsora do sistema de saúde. A
Se reduzirmos ainda mais a carga horária para 30
luta da categoria por melhor qualidade de vida é nobre,
horas, possivelmente, não haverá profissionais suficientes
mas ao mesmo tempo contraditória à prática de mais de
para preencher as novas posições de trabalho e teremos
65% dos auxiliares e técnicos de enfermagem e cerca de
mais um grande problema a ser resolvido.
40% dos enfermeiros, que possuem dupla jornada.
A escassez de profissionais de enfermagem não é uma
A redução da carga horária de trabalho, certamente
preocupação apenas no Brasil. O tema tem sido discutido
vai estimular ainda mais as múltiplas jornadas, prejudi-
em diversos países, como Estados Unidos e Canadá. Es-
cando o desempenho do profissional e proporcionando
tudos realizados estimam o déficit futuro de profissionais
sérias implicações em sua saúde, o que pode colocar em
ocasionados pela baixa oferta de mão de obra e pelo au-
risco a vida de pacientes, além de elevar os índices de
mento da demanda, especialmente com o envelhecimento
absenteísmo nos hospitais.
da população.
Outra questão extremamente importante e que não
O Brasil, a exemplo de outros países que enfrentam
podemos deixar de nos atentar é ao número de enfermei-
o mesmo dilema, deveria realizar estudos e projeções
ros, técnicos e auxiliares de enfermagem disponíveis no
antes de adotar medidas drásticas, que podem compro-
mercado, que já é inferior à demanda atual. Segundo Ca-
meter a segurança do atendimento ao paciente, a quali-
dastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES,
dade de vida dos profissionais da assistência e o próprio
2012), existem 490 mil técnicos e auxiliares de
financiamento do setor.
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HEALTHER
Por Guilherme Batimarchi
guilherme@healthers.com.br
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Devoção e comprometimento Marcos Sanches, coordenador clínico do Hospital alvorada conta sua trajetória como médico, suas inspirações e histórias curiosas que coleciona ao decorrer de sua carreira Foi ainda quando criança que o coordenador clínico do
Ainda de acordo com ele, a medicina é uma devoção,
Hospital Alvorada, Marcos Sanches, decidiu tornar-se
um misto de conhecimento do cuidado ao paciente
médico. A inspiração para seguir um dos mais admirados
com a satisfação pessoal e professional. “A medicina me
ofícios não veio da influência de um familiar, muito pelo
completa como pessoa, e me permite ajudar de alguma
contrário, Sanches foi o primeiro médico de sua família,
forma a sociedade.”
e a decisão veio de sua admiração pelo profissional que o
Durante sua carreira, Sanches coleciona histórias curio-
tratou, aos quatro anos de idade, de uma doença rara, que
sas, como a de seu primeiro encontro com sua esposa,
felizmente foi curada após alguns anos de terapia.
também médica. Durante um plantão, em sua residência,
Sanches ingressou na faculdade de medicina em 1992, em
ao chegar no hospital ele viu uma mulher de branco dei-
Marília, interior de São Paulo, e é especialista em clínica
tada em uma maca.
médica, nefrologia e UTI. O coordenador clínico conta
Ao perguntar para uma das enfermeiras o que havia
que, ao entrar na faculdade de medicina voltou ao con-
ocorrido, Sanches foi informado que a paciente sofria de
sultório do médico que o tratou quando criança para dar
cólicas renais. Por ser residente da especialidade de ne-
a notícia e contar que sua dedicação ao cuidado que teve
frologia, na época, Sanches foi cuidar da colega paciente
com seus pacientes o inspirou a seguir na profissão.
que, alguns anos depois, tornou-se sua esposa. “Geral-
Após 17 anos de formação e com tr6es especialidades, San-
mente estamos ali, trabalhando no mesmo plantão mas
ches conta um pouco sobre o que é ser médico para ele.
não temos a oportunidade de conhecer nossos colegas.
“Não há profissão que complete mais uma pessoa do que a
Mas graças a um crise de cólica renal tive a oportunida-
medicina. não estou menosprezando as outras, mas a satis-
de de conhece-la”, brinca Sanches ao falar de seu pri-
fação em poder auxiliar o próximo não tem comparação.”
meiro contato com sua esposa.
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“NÃO HÁ PROFISSÃO QUE COMPLETE MAIS UMA PESSOA DO QUE A MEDICINA”
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RETRATOS
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Simples atitudes fazem a diferença para uma medicina mais humana. Foi isso que motivou o fotógrafo paulistano André François a buscar profissionais da saúde que se destacavam por gestos singelos que tornavam seu trabalho mais humano e mais próximo dos pacientes e familiares pelo Brasil. O resultado foi lançado no livro Cuidar – Um documentário sobre a medicina humanizada no Brasil (2006), que tem versão gratuita disponível para iPad. Nesta cena, Dr. Francisco Hélio Cavalcanti, do Instituto do Câncer do Ceará, carrega criança sedada antes de entrar na cirurgia. A atitude, embora simples, diminui o trauma das crianças que enfrentam procedimentos cirúrgicos. Fotógrafo há mais de 20 anos, André fundou, em 1995, a ImageMagica, uma organização que trabalha com a fotografia como ferramenta de transformação social dentro de escolas e hospitais de todo o Brasil. Nos hospitais, os educadores utilizam a fotografia entre pacientes, familiares e equipe de saúde como forma de humanizar a relação entre eles. É frequente, dentro dos hospitais atendidos, muitas homenagens dos pacientes àqueles profissionais que se dedicam diariamente ao cuidado deles. MAIS INFORMAÇÕES EM:
www.imagemagica.org
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INSIGHT Acompanhe este e outros conteúdos em www.healthers.com.br
A superficialidade do novo Danilo Ramos
Há algum tempo venho observando o novo.
são quase um terço de nossa população. Temo de-
O novo é altamente viciante. Todos gostam.
mais pelo que vem na frente. Apartamentos hoje
Todos amam vitrines, odeiam armários. Sempre
são lançados a R$ 11.000,00 o metro quadrado
considerei a manutenção mais difícil do que a
com banheiros coletivos. A geração nova não faz
compra, por mais incrível que isso possa parecer.
questão de ter o seu, prefere compartilhar. OK.
Por mais entediante que seja, manusear o que
A geração nova abre uma empresa e não
já tem ou é parece ser deveras “chato”, mas não é.
sabe exatamente no que isso vai ajudar e como
O novo se esconde aí, na manutenção.
vai ganhar dinheiro. Participam de concursos de
Adicione a essa discussão uma outra mais profunda que fala sobre a superficialidade. A nova
Pedem dinheiro no mercado financeiro e re-
geração, querendo ou não querendo, é superficial.
cebem o dinheiro. Algumas centenas de milhares
Ela possui acessos inigualáveis em toda a história
de dólares. Você entra na empresa e todo mundo
da humanidade.
é diretor de algo, com idades que variam entre 19
Hoje um estudante de 16 anos pode fazer um
Alberto Leite é CEO da Healthers, e professor de inovação e estratégia do MBA da FIA.
Ao primeiro sinal de necessidade, crise, im-
res escolas do mundo por meio do Coursera. Gra-
pacto, procuram seus pais e choram a volta para
tuitamente. Pode viajar com milhas e se hospedar
casa. Tem medo de encarar os desafios de frente,
trocando de lugar com outro que vem para sua
de não pagar uma conta, de enfrentar concorren-
casa usando um site qualquer do mundo. Pode se
tes, fornecedores, de demitir, de contratar, enfim,
locomover usando sua bicicleta. Pode baixar livros
não possuem o que a geração anterior passou:
e artigos gratuitamente pela web. Pode ler notícias
experiência s profundidade.
sem pagar por elas. Pode andar com um GPS gra-
Quer conhecer sobre profundidade? Marque
tuito baixado em seu smartphone. Pode namorar
uma reunião com alguém que tenha entre 50 e 70
a distancia. Pode criar uma empresa e, mesmo
anos. A reunião é com você, somente com você.
que ela não tenha nenhuma explicação lógica ou
Faça uma reunião com alguém de 20. A
modelo de negócios, ele obtém recursos com an-
reunião é com você e com a rede completa de
jos ou no próprio mercado financeiro, que possui
amigos do Facebook. Ao mesmo tempo.
que está na “onda”.
Isso não leva a nada. Estou assistindo de camarote anjos perderem dinheiro, jovens arro-
Enfim, o novo pode tudo.
gantes andarem com seus tablets gritando novas
O que o diferencia em parte do antigo é sua
regras de negócios, quando na verdade o que pre-
superficialidade.
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e 23 anos de idade. OK.
curso gratuito no MIT ou em uma das 89 melho-
metas de “dar” dinheiro para simplesmente dizer
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empreendedorismo e vencem. OK.
valece no mundo é uma coisa simples: gente.
Participo de grupos de jovens empreende-
Gente faz diferença. Empresas vão e vem por
dores e vejo a facilidade com que trocam de em-
falta de gente boa. Empresas quebram por não ter
prego, projeto, sonhos. Parece surreal viver num
tido a coragem de demitir, de contratar, de man-
mundo daqueles, mas é assim que são. No Brasil
ter, de dar oportunidade.
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