Healthers Ed.09

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www.healthers.com.br

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EXPRESSA:

30 ANOS DISTRIBUINDO SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA. Em 1984 nascia a Expressa. O objetivo original de viabilizar o acesso aos melhores produtos e práticas do mercado de medicamentos hospitalares guiou a empresa durante seus 30 anos de atuação e fez dela uma referência no segmento. O que nos estimula a ir cada dia mais longe é a satisfação de contribuir para a melhoria da saúde e qualidade de vida das pessoas.

1984

2001

Inauguração da Farmácia Santa Paula, embrião da Expressa, em Salvador - BA

2014

Abertura da regional de Recife.Primeira regional da Expressa

1989 Começamos a distribuir para o norte / nordeste

Expressa completa 30 anos

2011

Transferência da Matriz de Salvador para São Paulo.


ÍNDICE

ARTIGOS

12 20

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Entrevista – Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, fala com exclusividade para a Healthers Por um setor mais transparente

30 36

Em Busca do Equilíbrio

46

Desenvolvimento Profissional

58

Soluções em tecnologia. Onde outros países do mundo estão investindo

Integrar e simplificar, como melhorar a situação da TI nos hospitais brasileiros

68

Conexão emocional

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78

Quem mexeu na minha compra ?

3#"45/ B? (%4"2"5'67$

94

Arquitetura – Explorando as novidades do velho mundo

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104

ASAP – O negócio é prevenir

126

Healther

128

Retratos



EDITORIAL

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SETEMBRO DE 2014


Publisher Alberto Leite | alberto@healthers.com.br Diretora Comercial Gabriela Marcondes | gabriela@healthers.com.br Editor Chefe Guilherme Batimarchi | guilherme@healthers.com.br Repórter Isadora Mota | isadora@healthers.com.br Claudia Rocco | redacao@healthers.com.br Maristela Orlowski | redacao@healthers.com.br Ana Luiza Petry | redacao@healthers.com.br Sérgio Spagnuolo | redacao@healthers.com.br Arte e Ilustração Rodrigo Dias | rodrigo@healthers.com.br Fotografia Danilo Ramos | daniloramosfoto@gmail.com Simone Ezaki | simoneezaki@gmail.com Gerente Comercial Karla Lemes | karla@healthers.com.br Executiva de Negócios Rosana Alves | rosana@healthers.com.br Administrativo e Financeiro Julio Portello | juilio@healthers.com.br Coordenadora de Operações Ana Paula Savordelli | ana@healthers.com.br Operações Beatriz Fiore | beatriz@healthres.com.br Conselho Editorial Claudio Tonello Carlos Marsal Marília Ehl Barbosa Carlos Suslik HEALTHERS é uma revista direcionada aos executivos do setor de saúde brasileiro, cujo objetivo é compartilhar conhecimento técnico e prático para comunidades de marketing, TI em saúde, RH, Compra, Venda, Finanças e CEOs. A publicação traz, também, conteúdo acadêmico e artigos escritos por especialistas, além de cases internacionais. As informações contidas nas mensagens publicitárias publicadas pela revista são de exclusiva responsabilidade das empresas anunciantes. Os artigos assinados são responsabilidade de seus autores e não refletem necessariamente a opinião dos editores da revista. Todo o conteúdo da HEALTHERS, revista e portal, é de livre reprodução, sendo necessária a citação da fonte, conforme legislação de direitos autorais. Marketing e Audiência Saiba como promover e valorizar sua marca, seus produtos ou serviços na HEALTHRES | revista e portal. Solicite nosso Mídia Kit pelo e-mail gabriela@healthers.com.br ou pelo telefone: (11) 4327-7007 Editorial: Para falar com a redação da HEALTHERS ligue: (11)4327-7007 ou envie suas notícias para redacao@healthers.com.br Publicidade: Para anunciar na revista, no portal HEALTHERS, ou discutir uma estratégia de comunicação para aumentar as vendas de seu produto ou serviço, ligue para (11) 4327-7007 ou gabriela@healthers.com.br. Distribuição Nacional: Treelog Impressão: Elyon HEALTHERS - Apaixonados pela Saúde. Rua Doutor Nelson Líbero, 103 - Cidade Monções - CEP 04567-010 - São Paulo - SP www.healthers.com.br

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SETEMBRO DE 2014




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FINANÇAS ENTREVISTA

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12

AGOSTO DE 2014


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E

m média, a cada 30 minutos, o sistema de saúde paulista interna um

paciente

de

fora

do estado. De acordo com dados da S ecretaria de Estado da Saúde de São paulo, em 2013, o número de internação de pacientes nessas condições chegou a 22.500, e o número de atendimentos ambulatoriais realizados ultrapassou a marca dos 380 milhões em toda rede pública. Tendo uma das maiores f rentes de atendimento de saúde do País, São Paulo enf renta problemas de superlotação,

acesso,

e

f inancia-

mento da saúde. Em contra par tida, cria soluções como a Criação de Organizações S ociais e PPPs para sanar estes e outros gargalos. Em entrevista exclusiva para a Healthers,

o

governador

do

Es-

tado de São Paulo, e também médico, Geraldo Alckmin, fala sobre PPPs, gargalos no sistema de saúde e critica o subf inanciamento do setor por par te do governo federal e a defasagem da tabela do SUS, def inida pelo Ministério da Saúde.

Healthers: Como o senhor avalia a saúde pública brasileira e em São Paulo? Geraldo Alckmin: O Estado de São Paulo é referência para o país quando o assunto é saúde pública. Aqui em São Paulo estão os principais serviços de saúde do Brasil, como o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, o InCor (Instituto do Coração), o Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo), o Hospital do Câncer de Barretos e a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Para se ter uma ideia, a cada 30 minutos, em média, um paciente de outro Estado é internado em hospitais públicos paulistas, em razão da excelência e da qualidade dos serviços, inteiramente gratuitos, parte deles integrante da rede própria estadual. Esse número provavelmente é maior, porque muitos pacientes dão o endereço de parentes ou amigos que residem no Estado de São Paulo. É importante destacar isso, porque só podemos fazer uma avaliação se tivermos parâmetros de comparação. Por que tanta gente procura atendimento em São Paulo? O que acontece no resto do Brasil hoje, que situação nos traz tantos pacientes? O SUS (Sistema Único de Saúde), nascido da Constituição de 1988, foi sem dúvida uma das mais importantes conquistas sociais da história do Brasil. Antes do SUS, só tinham direito à saúde pública as pessoas que contribuíam com a Previdência Social. E o SUS trouxe avanços significativos. A mortalidade infantil despencou. Doenças como a paralisia infantil, sarampo e difteria, que eram comuns, foram erradicadas ou estão controladas. E temos um AGOSTO DE 2014

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ENTREVISTA

programa de tratamento de pacientes com HIV positivo considerado modelo pela OMS (Organização Mundial de Saúde). O saldo da implantação do SUS no Brasil é inegavelmente positivo, mas está sendo corroído. Temos inúmeros obstáculos a superar, porque a saúde é dinâmica e a população brasileira está vivendo cada vez mais. Há a questão do avanço das doenças crônico-degenerativas, como o câncer. Mas o principal gargalo é a questão do financiamento da saúde pública.

R$ 414 para uma cirurgia de apendicite que custa R$ 1,4 mil, R$ 582 para tratamento cirúrgico de varizes que custa R$ 1,1 mil e R$ 445 para uma cirurgia de hérnia que custa R$ 944. A conta não fecha. Isso precisa ser revisto o quanto antes, porque as Santas Casas e os hospitais filantrópicos conveniados ao SUS estão se afogando em dívidas com o déficit da tabela. Sem remuneração justa, muitos desses hospitais são obrigados a cortar atendimentos para o SUS.

Healthers: Quais os principais desafios do SUS atualmente?

Healthers: A soma do déficit financeiro das instituições filantrópicas de todo o País já ultrapassam os R$5 bilhões, e um dos estados mais afetados por esse problema é São Paulo, com a Santa Casa de Misericórdia de SP, que há alguns ano ameaçou fechar seu pronto socorro por não ter condições financeiras de mantêlo. Existe algum plano do governo para auxiliar essas instituições em SP?

Geraldo Alckmin: Sem dúvida, o financiamento. A União arrecada cada vez mais e investe cada vez menos em saúde, proporcionalmente, e transfere a responsabilidade para Estados e municípios. Para se ter uma ideia: no ano 2000, o governo federal era responsável por 58,5% das despesas proporcionais com saúde pública, enquanto os Estados respondiam por 20,3% e os municípios, 21,2%. Dez anos depois, a participação da União no financiamento da saúde caiu para 44,8%, a dos Estados subiu para 26,9% e dos municípios, para 28,3%. E, no Estado de São Paulo, a disparidade é ainda maior que a média nacional. Além disso, há a questão da tabela do SUS, definida pelo Ministério da Saúde, que está congelada há muitos anos e não cobre os custos reais dos tratamentos na rede pública. A União paga, por exemplo,

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Geraldo Alckmin: As Santas Casas e hospitais filantrópicos respondem por metade dos atendimentos realizados na rede pública no Estado de São Paulo. Daí a importância do programa, que se chama SOS Santa Casa. Na prática, nós decidimos corrigir a tabela do SUS em São Paulo, com um programa que une, de um lado, mais recursos financeiros para as santas casas e, de outro, controle e gestão. Neste ano, o governo de São Paulo está socorrendo 125 Santas Casas e hospitais filantrópicos com um pagamento extra, equivalente a até


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70% do que essas instituições recebem do Ministério da Saúde para atendimentos de média e alta complexidade. O investimento total será de R$ 571,3 milhões. E, além de garantir o custeio de procedimentos, nós reclassificamos os hospitais para fazer os atendimentos conforme suas vocações assistenciais, em uma rede assistencial efetivamente integrada e hierarquizada. Com isso, os hospitais ganham mais fôlego para atender à população e terão seus papéis claramente definidos: podem ser hospitais estruturantes, estratégicos e de apoio, garantindo os atendimentos de baixa, média e alta complexidade, conforme a vocação de cada serviço de saúde. Healthers: Como você avalia a saúde durante sua gestão? Geraldo Alckmin: Avançamos de forma consistente e com importantes inovações. Desde 2011, entregamos sete novos hospitais e 15 AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades), ampliando a assistência médica oferecida à população. Até o fim do ano, mais quatro hospitais serão inaugurados. Implantamos um modelo inovador de PPPs (Parcerias Público-Privadas) para a construção de novos hospitais, para logística e distribuição de medicamentos e operacionalização de uma fábrica da Furp (Fundação para o Remédio Popular), em Américo Brasiliense, onde São Paulo vai produzir 96 medicamentos a custo reduzido, beneficiando pacientes do SUS em

todo o Brasil. Quero destacar um acordo inédito que firmamos com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e que irá viabilizar investimentos de R$ 200 milhões para a construção do novo Hospital Regional de Registro e de mais 18 serviços públicos de saúde no Vale do Ribeira, uma das regiões mais carentes do Estado de São Paulo. Estamos elaborando projetos semelhantes que irão beneficiar, por exemplo, a Região Metropolitana de Campinas e o Litoral Norte, que poderão, assim, expandir a assistência prestada à população. Lançamos a Rede Hebe Camargo de Combate ao Câncer, com 71 serviços que proporcionam assistência integral às pessoas com a doença. Ampliamos o acesso aos serviços com a aquisição de novos equipamentos de radioterapia e instrumentalizamos os serviços oncológicos em todas as regiões. Também é importante destacar a implantação do Programa Recomeço, uma rede inédita no Brasil para tratamento de dependentes químicos, principalmente de crack, que chegará este ano a 3 mil leitos, seis vezes mais do que há quatro anos. Além desses investimentos, nós também trabalhamos na valorização dos servidores da saúde, com o novo plano de cargos e salários e aumento substancial nas remunerações pagas pelo governo. Aprovamos a carreira médica no Estado e definimos o pagamento de incentivos para os médicos que forem trabalhar em hospitais estaduais

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15


ENTREVISTA

da periferia, distantes dos grandes centros urbanos, além de adicionais por titulação em mestrado, doutorado e pós-doutorado. Os salários podem chegar a R$ 17,7 mil, com todas as garantias trabalhistas previstas na legislação, garantindo atendimento médico por profissionais qualificados nos hospitais do Estado. Healthers: O Governo do Estado anuncio a criação de uma nova PPP. Como ela funcionará? Qual será a forma de remuneração do parceiro que investir na construção deles?

previsão de aportes financeiros e incorporação de novas tecnologias para os hospitais durante esse período. Já os serviços clínicos, de assistência médica, ficarão a cargo de uma Organização Social de Saúde, entidade do terceiro setor que for escolhida por meio de convocação pública. Healthers: Como o governo tem trabalhado planos de contingência para surtos e pandemias? Geraldo Alckmin: O Estado de São Paulo é pioneiro em medidas de promoção de saúde e prevenção de doenças. É um investimento fundamental: já se sabe que, a cada real gasto em prevenção, quatro reais são economizados com tratamentos de doenças. São Paulo implantou o programa de prevenção ao álcool na infância e na juventude, para proteger os nossos adolescentes da ingestão precoce e prejudicial de bebidas alcoólicas, e a Lei Antiálcool para menores, que pune com multas, e até mesmo interdição, os estabelecimentos comerciais que venderem álcool, oferecerem ou permitirem o consumo de bebidas alcoólicas por menores de 18 anos. Temos o Agita São Paulo, programa que incentiva a prática de atividade física por 30 minutos, cinco dias por semana, no caso dos adultos, e 60 minutos para as crianças e jovens.

O saldo da implantação do SUS no Brasil é inegavelmente positivo, mas está sendo corroído. Temos inúmeros obstáculos a superar, porque a saúde é dinâmica e a população brasileira está vivendo cada vez mais

Geraldo Alckmin: Essa parceria com a iniciativa privada vai permitir a construção de três complexos hospitalares: um em Sorocaba, um em São José dos Campos e outro na capital, o novo hospital Pérola Byington. Com isso, vamos acrescentar 646 leitos e mais de 1.000 atendimentos ambulatoriais diários na rede estadual. Os investimentos somam R$ 772 milhões, incluindo a obra civil e os projetos, equipamentos médicos e mobiliários, tecnologia de informação, instrumentação cirúrgica e transporte. A empresa parceira do governo é responsável pela construção do hospital, compra e instalação dos equipamentos e pela gestão dos serviços não-clínicos, que permanecerão totalmente integrados ao sistema público de saúde. O contrato entre a empresa privada ganhadora da licitação e o Estado terá duração de 20 anos, com 16

AGOSTO DE 2014

Da maior importância são dois progra-


mas inovadores que criamos neste ano. Na área da saúde da mulher, lançamos em janeiro o programa Mulheres de Peito, de rastreamento do câncer de mama, que todos os anos mata meio milhão de pessoas em todo o mundo. São cinco carretas itinerantes que percorrem as cidades do estado oferecendo mamografia grátis, sem necessidade de pedido médico, para mulheres com idades entre 50 e 69 anos. Em paralelo, oferecemos a oportunidade de que toda mulher acima de 50 anos agende a mamografia, no mês de seu aniversário, também sem pedido médico, em um dos 300 serviços do SUS com mamógrafo existente no estado. Sem burocracia. Isso é muito importante para a detecção precoce do câncer de mama. Quanto mais cedo o diagnóstico, mais chances de sucesso no tratamento.

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O câncer de mama é o maior vilão da saúde da mulher. No caso do homem, são dois: doenças do coração e câncer de próstata. Por isso, em março, estendemos a prevenção para a área da saúde do homem, com o programa Filho que Ama Leva o Pai no AME. Ele incentiva os homens a par tir dos 50 anos a fazerem um check-up anual cardiológico e urológico nos Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs) do governo estadual. No mês do aniversário, o paciente pode ligar para o callcenter da S ecretaria da Saúde, informar seus dados e seu endereço. O check-up é marcado no AME mais próximo da casa dele. S e houver qualquer problema, qualquer alteração no exame, o paciente já é encaminhado para acompanhamento médico e tratamento na rotina do próprio AME. AGOSTO DE 2014

17


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FINANÇAS

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AGOSTO DE 2014


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N

ão é raro encontrar

va, instituições procuram novas fer-

notícias,

denún-

ramentas para se adequar a tal fato e

cias e reclamações

oferecer às pessoas o que elas querem

sobre

problemas

saber. Diferente de outros setores da

de natureza econômica relacionados,

sociedade, a saúde – que é extrema-

de alguma forma, às mais diversas in-

mente complexo e variado - ainda vive

stituições do setor da saúde. Falta de

o paradigma de não fornecer dados

recursos, profissionais e materiais,

suficientes sobre a realidade econômi-

que impedem a eficiência no atendi-

ca e financeira de suas instituições.

mento à população, atraso no repasse e desvio de verbas federais, super fatu-

Para João Luís Romitelli, diretor

ramentos de instituições privadas e

de relações empresariais da Planisa,

abusos cometidos por operadoras de

empresa que oferece consultoria e es-

planos de saúde são algumas das prin-

tratégias em gestão para instituições

cipais questões abordadas por quem

de saúde, a resposta está na história.

ainda acredita que a falta de clareza

“Originalmente constituído por insti-

nos dados financeiros prejudique o

tuições religiosas e grupos familiares

setor e seus beneficiários.

o setor da saúde é, dentre os grandes segmentos da economia brasileira, um

Em um período onde o acesso à in-

dos últimos a se profissionalizar. Desta

formação tornou-se possível para a

maneira, não havia, até então, grande

maioria e no qual a sociedade se em-

interesse e mesmo necessidade da di-

podera de tal realidade e, cada vez

vulgação de informações econômico-

mais, procura tornar-se participati-

financeiras das instituições”, afirma. AGOSTO DE 2014

21


FINANÇAS

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Já Gilberto Vicente de Souza,

tadas nos balanços anuais publicados.”

gerente geral da controladoria do GRAACC, defende que a realidade

De acordo com João Luís Romitelli,

no setor hospitalar, especificamente,

quando feita uma análise do setor no

não seja muito alarmante. “As insti-

cenário internacional, os resultados

tuições de saúde tem como obrigato-

positivos conseguidos nos Estados

riedade a publicação de seus balanços,

Unidos

auditados por empresas externas e independentes. Acreditam forma,

este

que,

desta

mecanismo

de divulgação de informações seja suficiente em termos de clareza. Ainda, a maioria das empresas do setor de saúde mantém uma situação operacio-

“As informações são apresentadas de acordo com o nível de detalhae]flg \]Úfa\g h]dYk demandas e exigências estabelecidas pelo seu mercado consumidor de informações” – João Luís Romitelli, da Planisa

nal relativamente estável,

merecem

destaque.

benchmarking

“O mun-

dial é, sem dúvidas, os Estados Unidos, onde a combinação de uma economia aberta com acesso ao

mercado

de

capitais

e a intensiva utilização de

auditoria

externa

independente propiciaram a quebra deste paradigma gerando um sem núme-

sem grandes investimentos ou fre-

ro de publicações especializadas

quentes alternâncias em suas situações

com um rico e vasto manancial

financeiras ao longo dos anos, o que as

d e i n f o r m a ç õ e s ”.

desobriga em determinados períodos de fornecer mais informações para a

Para que mudanças no setor bra-

comunidade, além daquelas apresen-

sileiro aconteçam, de acordo com o

22

AGOSTO DE 2014


Danilo Ramos

executivo da Planisa, alguns aper-

benchmarking como ferramentas de

feiçoamentos na divulgação das in-

tomada de decisão, estimula a divul-

formações – que já vêm sendo feitos –

gação de dados econômicos no seg-

podem ser um bom caminho. “Seja por

mento”, completa Romitelli.

meio de publicações setoriais, como o “Observatório Anahp” e “CQH” da

Souza destaca a adoção de modelos

Associação Paulista de Medicina, até

e metodologias já consolidadas para

a construção de portais na internet

uma possível mudança, que só deve

como o da ANS. Um caminho efi-

acontecer quando exigida pelo mer-

ciente poderia ser a publicação de

cado consumidor. “As informações

demonstrações financeiras validadas

são apresentadas de acordo com o

por auditores independentes, fato que

nível de detalhamento definido pelas

tende a aumentar com o processo de

demandas e exigências estabelecidas

consolidação em curso no segmento.

pelo seu mercado consumidor de

A transparência das informações é

informações, portanto não requer

fundamental para viabilizar desde a

mudanças significativas enquanto o

tomada de linhas de financiamento de

mercado não as exigir”.

longo prazo até processos de capitalização, mecanismos fundamentais para o desenvolvimento do setor”, pontua.

“BSC - Balanced Score Card, que serve de exemplo de ação para realizar projetos de melhoria do pai-

“Além disso, a profissionalização

nel de informações, abordando as

da gestão das instituições de saúde,

quatro dimensões básicas do BSC

ao

(financeiro,

demandar

a

comparação

e

o

cliente,

AGOSTO DE 2014

processos

e 23


FINANÇAS !"#"$%"&'()**'+$ ,-'.'/0*&)/()$1"/2('(345"$6"-$ '/2('(3'78)2$-)*'.'"202$)$.-36"2$ 90&'*'0-)2$"$2)("-$50$20:5)$;<$5)/(-)$ "2$.-0/5)2$2).&)/("2$50$)1"/"&'0$ =-02'*)'-0<$3&$5"2$:*('&"2$0$2)$ SURÀVVLRQDOL]DU

fonte

cialidade e demonstrar aos gestores a

de informações relevantes que po-

importância das mesmas para o pro-

dem eventualmente serem aprovei-

cesso de benchmarking é um grande

aprendizagem),

servindo

de

tadas para divulgação ao mercado. E o benchmarking, que é uma ferramenta tradicional de comparação e busca das melhores práticas auxiliando a instituição na definição do modelo ideal para, a partir daí, realizar projetos de mudanças e revisão da forma com a qual as informações são comunicadas ao mercado. Neste contexto, esta ferramenta amplia a visão do que se

passo. A Planisa tem participado de esforços desta natureza, principalmente em grupos de instituições

“A mudança de paradigma ocorrerá naturalmente para as instituições que perceberem que a melhoria na clareza da informação, é condição fundamental para a melhoria de seus resultados bem como para sua sobrevivência”

deve ter como informação relevante”, explica o executivo do GRAACC.

– Gilberto Vicente de Souza, do GRAACC

criados dentro das associações representativas da categoria.

Paulatinamente

os gestores que participam destes fóruns enxergam a validade do compartilhamento das informações.”

A mudança de paradigma ocorrerá naturalmente para as instituições que perceberem que a melhoria na clareza

Para uma quebra do paradigma no

da informação econômico-financeira, é

setor, Romitelli acredita que o incen-

condição fundamental para a melhoria de

tivo à divulgação das informações é

seus resultados bem como para sua sobre-

um bom caminho. “Garantir confiden-

vivência, defende o executivo do GRAAC.

24

AGOSTO DE 2014


$ 7HOHLQIR GLVSRQLELOL]D VROXo}HV LQRYDGRUDV GH HQJHQKDULD SDUD DPELHQWHV GH WHFQRORJLD GD LQIRUPDomR HP GLIHUHQWHV VHWRUHV LQFOXLQGR R KRVSLWDODU (VVH PHUFDGR UHJLVWUD FUHVFHQWH GHPDQGD SRU SODWDIRUPDV FRPSOH[DV H LQWHJUDGDV VHP DV TXDLV QmR SRGH IRUQHFHU R DWHQGLPHQWR H[LJLGR QRV GLDV DWXDLV (P XP FHQiULR RQGH DV HPSUHVDV GH VD~GH LQYHVWHP SDUD JDUDQWLU JHVWmR HÀFLHQWH FRP VHJXUDQoD GH GDGRV H YHORFLGDGH QRV SURFHVVRV DSULPRUDQGR DWHQGLPHQWR DR FOLHQWH FRQWUROH GH FXVWRV H VXVWHQWDELOLGDGH D 7HOHLQIR XWLOL]D IHUUDPHQWDV TXH LQWHJUDP GLIHUHQWHV UHFXUVRV FRP REMHWLYR GH JHULU UHVXOWDGRV PDLV UiSLGRV HVSHFtÀFRV H HÀFD]HV 6DLED PDLV VREUH FRPR D WHFQRORJLD SRGH VXVWHQWDU VXD HVWUXWXUD KRVSLWDODU (QWUH HP FRQWDWR FRP D 7HOHLQIR H GHVFXEUD FRPR RXWUDV LQVWLWXLo}HV GH VD~GH PHOKRUDUDP VXD HÀFLrQFLD


FINANÇAS

Gestão de riscos como forma de melhorar performance O termo “risco” tem origem no século XVII e nasceu na indústria da aviação. No século XX verifica-se uma evolução importante com a introdução do conceito e práticas de gerenciamento de risco. Os grandes acidentes verificados nos anos 80 e os escândalos financeiros ocorridos na sequencia, acirraram as discussões sobre o tema e mudaram muito a concepção do risco nas organizações ao redor do mundo. Atualmente, as organizações estão adotando estratégias cada vez mais direcionadas à mitigação de riscos inesperados que possam alterar a qualidade do produto ou serviço final. No mesmo sentido, se observa cada vez mais a preocupação em estabelecer conexão entre estes riscos e os indesejáveis impactos financeiros buscando evitá-los por inter médio de investimentos cada vez mais crescentes. Estima-se hoje que empresas com modelos de governança e gestão bem estabelecidos invistam cerca de 3% a 6% de suas receitas em gerenciamento de riscos. A identificação de fatores de risco contribui de forma extraordinária para a tomada de decisões de investimentos. Pesquisa recente da Ernst & Young Terco aponta que as organizações com melhor desempenho implementaram em média duas vezes mais projetos de gestão de risco que aquelas com desempenho inferior. Outro aspecto bastante interessante é que as melhores perfor mances ocorrem em empresas que conseguiram integrar gerenciamento de riscos, controles e compliance (confor midade). É certo que este movimento caminha a passos largos e tem demonstrado sua eficácia em vários setores de atividade. A pergunta que fica é se as empresas de saúde estão preparadas para discutir em alto nível gestão integrada de riscos? Há entendimento sobre os benefícios que esta implementação pode gerar para a melhoria da performance? Na área de saúde, as ações de gerenciamento de riscos começaram na década de 70 nos EUA e tinham como principais motivações: identificar eventos adversos e apoiar o gerenciamento dos hospitais, ampliar conhecimento sobre as más práticas, ajudar a projetar ambientes mais adequados para segurança 26

AGOSTO DE 2014


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do cuidado e proteger a reputação dos Hospitais. As atividades não eram proativas e o foco era puramente assistencial. Seguindo a tendência internacional, no Brasil este movimento se intensificou a partir da década de 90 com o mesmo foco e foi reforçado com a iniciativa de diversas instituições em obter certificações internacionais de qualidade. Com certeza os gestores hospitalares, de uma forma geral, ainda não dominam as outras dimensões da gestão de risco. Os debates e iniciativas ainda ficam restritos à assistência e mais especificamente a segurança do paciente. É claro que este direcionamento é totalmente justificado, contudo, há muito campo de exploração a partir da integração de todas as dimensões do risco. Isto favoreceria a busca de outros resultados importantes. Mas é justo reconhecer os avanços, sobretudo na integração da gestão de risco assistencial. Contudo, ainda há um longo caminho para identificação e priorização dos riscos em um contexto mais amplo. Na maioria das instituições ainda há necessidade de mapear e integrar outros segmentos de risco como os estratégicos, financeiros, tecnológicos, operacionais, do meio-ambiente, dentre outros. Com esta identificação, fica muito mais fácil classificar os riscos de acordo com sua gravidade e posterior mente definir quais providências devem ser tomadas para tratá-los. No âmbito organizacional várias decisões podem ser tomadas como: prevenir, minimizar ou simplesmente aceitar. Instituições de vanguarda e que possuem desempenho diferenciado, tratam a gestão de risco com relevância estratégica, assim criam processos for mais para definição de níveis de tolerância de exposição ao risco. Também reportam eventos de risco de for ma que a cultura se incorpore rapidamente ao planejamento do negócio. Uma característica marcante é que contam com apoio incondicional e patrocínio da liderança. Buscam também sistematizar o processo agregando softwares de gerenciamento de risco. Estas ferramentas ajudam a registrar, rastrear, monitorar e divulgar de for ma organizada os eventos. O r i s c o e s t á r e l a c i o n a d o c o m q u a l q u e r n e g ó c i o, n e s t e s e n t i d o, a s i n s t i t u i ç õ e s q u e c o n s e g u e m i n c o r p o r a r p ro c e s s o s d e g e s t ã o e m o n i t o r a m e n t o d o s r i s c o s à g e s t ã o d a p e r f o r m a n c e c o n s e g u e m p o t e n c i a l i z a r s e u s re s u l t a d o s n o â m b i t o o p e r a c i o n a l e e s t r a t é g i c o. AGOSTO DE 2014

27




FINANÇAS VENDAS

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30

AGOSTO DE 2014


Entidades reguladoras, prestadoras de serviços médico-hospitalares e operadoras de planos de saúde buscam alternativas para mudar o cenário de vale-tudo na hora de fechar a conta e garantir a sustentabilidade do sistema !"#$%&'(")*#(*+%,$

E

ncontrar medidas que,

faturamento – é o conta aberta por uni-

no

contas,

d a d e d e s e r v i ç o o u f e e - f o r- s e r v i c e . O

ben-

resultado é desgastante: grandes equi-

eficiem tanto presta-

pes de ambos os lados, prestadores e

dores de ser viços de saúde quanto

o p e r a d o r a s , p a s s a m u m “p e n t e f i n o” e m

operadoras de planos de assistência

cada lançamento da fatura e revisam

– tarefa nada simples que tem gerado

quantidades e valores cobrados, uma,

discussões entre entidades regulado-

duas, três ou mais vezes, até chegar a

ras e de classes há anos. Entre os te-

u m a c o r d o, o u n ã o. P r o c e s s o e m q u e s e

mas que sempre entram na berlinda

p e r d e t e m p o e d i n h e i r o.

final

das

literalmente,

est ão mo delo de remuneração, t ip os e reajustes de tabelas, renovação de

De acordo com Francisco Balestrin,

contratos, novas leis regulamentado-

p r e s i d e n t e d a A s s o c i a ç ã o Na c i o n a l d o s

ras, entre outros. A ideia é encontrar

Ho s p i t a i s P r i v a d o s ( A n a h p ) , a n e c e s s i -

alternativas que mudem o cenário de

dade de novas práticas de remuneração

vale-tudo e estabeleçam uma relação

surgiu principalmente para mudar o

harmônica,

entre

foco desse modelo atual – que privi-

os players, garantindo a sustenta-

legia a produção e o volume, e não

bilidade financeira da cadeia de as-

gera valor agregado na busca por me-

s i s t ê n c i a m é d i c o - h o s p i t a l a r.

lhores resultados de saúde para os be-

de

ganha-ganha,

n e f i c i á r i o s . “ Nã o e x i s t e u m a c o r r e l a ç ã o Fechar a conta não é tarefa simples.

lógica entre o padrão de assistência,

No a t u a l m o d e l o d e r e m u n e r a ç ã o d o s

c u s t o s , p r e ç o e r e m u n e r a ç ã o”, a p o n t a

prestadores de ser viço de saúde, por

B a l e s t r i n . “A s a ú d e d e u m a f o r m a g e r a l

e x e m p l o, c a d a i t e m u t i l i z a d o n a i n t e r-

tem vivido um momento de grandes

nação de um paciente é detalhado no

transformações nos últimos anos.

AGOSTO DE 2014

31


VENDAS

A reforma do modelo de remune-

conta aberta aprimorada (conjunto

ração é mais uma iniciativa que con-

de diárias e taxas pré-definidas que

tribui para o processo de fortaleci-

devem ser negociadas com um preço

m e n t o d o s e t o r.”

único) e os procedimentos gerenciados

cirúrgicos

(procedimentos

Já a n o v a p r o p o s t a d a A g ê n c i a Na -

que devem ser cobrados de forma

cional de Saúde Suplementar (ANS)

integral, considerando todos os in-

tem como pilares o foco na gestão

sumos e recursos necessários para a

médica, a redução da variabilidade

e x e c u ç ã o ) . Na s e q u e n c i a , e l a s i r ã o

da assistência e a formulação de pa-

monitorar o funcionamento e verifi-

drões para precificação dos ser viços.

c a r a n e c e s s i d a d e d e c o r r e ç õ e s . Um

Ela estipula que todas as despesas

c a m i n h o l o n g o, j á q u e s e r á p r e c i s o

frequentes de uma internação se-

q u a l i f i c a r p r o c e s s o s d e t r a b a l h o, r e -

j a m c o b r a d a s e m c o n j u n t o. O u s e j a ,

formular protocolos e diretrizes para

recursos físicos, insumos e medica-

c a d a t i p o d e p r o c e d i m e n t o, a s s i m

mentos, assim como ser viços de en-

c o m o m o d e l o s d e g e s t ã o.

fermagem

e

administrativos

serão

cobrados em uma conta única de custos hospitalares.

“C o m i s s o, a l é m d e e s t a b e l e c e r uma relação mais saudável entre os players, esperamos reduzir o prazo

Dezessete operadoras de planos

m é d i o d e r e c e b i m e n t o, q u e , h o j e ,

de saúde e nove hospitais participam

chega a 88 dias entre os hospitais

do projeto-piloto para implantação

m e m b r o s d a A n a h p, a s s i m c o m o a

desse

em

sinistralidade das operadoras, que

m a i o d e 2 0 1 3 . At é o f i m d e s t e a n o,

r e p r e s e n t a 8 5 % , s e g u n d o a A N S”,

as instituições terão que instaurar a

avalia Balestrin. Ele também espera,

32

novo

m o d e l o,

iniciado

AGOSTO DE 2014


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com

os

pacotes

e

procedimentos

dezembro de 2013.

gerenciados bem definidos, a elimi-

Consenso

nação da glosa, que nada mais é do que a recusa de pagamento da con-

Mo h a m a d A k l , p r e s i d e n t e d a C e n -

ta médica pela operadora para gas-

t r a l Na c i o n a l Un i m e d – a

tos que ela entende como desnecessários.

“A reforma do

Ta i s q u e s t õ e s c o s t u m a m ser um entrave nas negociações. Para se ter uma ideia, em 2013, o aumento de

despesas

ficou

acima

do resultado das receitas

modelo de remuneração é mais uma iniciativa que contribui para o proces-

dos 55 hospitais filiados

so de fortalecimento

à Ana hp. A re ceit a líqui-

do setor”

da

por

saída

hospitalar

cresceu 5,1% em 2013 em

– Francisco Balestrin

relação a 2012, índice inferior ao avanço das despesas, que au-

sexta maior operadora de planos de saúde no Brasil, com mais de 1,5 milhão de beneficiários que

–,

assegura

constante

nego-

ciação com os gestores hospitalares para que se consiga equilibrar despesas e receitas.

“Evidentemente,

os

hospitais

de

receber

procuramos

gostariam mais, um

mas

equilí-

brio que viabilize a saúde financeira de operadoras e d e p r e s t a d o r e s ”, r e s s a l t a .

ment aram 6,1% no mesmo p er ío do, comprometendo a margem das insti-

O executivo também concorda que

tuiçõ es. A lém diss o, houve aumento

o modelo atual de remuneração fa-

de glosas de 2,9% da receita líquida

vorece somente o aumento dos cus-

em janeiro de 2012 para 3,2% em

tos, sem considerar a qualidade do AGOSTO DE 2014

33


VENDAS

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Desconfiança

a t e n d i m e n t o p r e s t a d o, e a c r e d i t a q u e a busca de uma nova proposta que promova a melhor remuneração dos prestadores alinhada à qualidade e a satisfação do usuário é imprescindível.

“Estamos

em busca de um consenso ness e s ent ido, p ois aind a há muita divergência sobre o tema. Mas creio sempre na força do diálogo e na convergência em torno de i n t e r e s s e s c o m u n s .”

Quando

questionado

sobre

os impactos das novas medidas

“Evidentemente, os hospitais gostariam de receber mais, mas procuramos um equilíbrio que viabilize a saúde ÚfYf[]ajY \] operadoras e de prestadores” – Mohamad Akl

considera cedo para qualquer avaliação, já que ainda estão sendo testadas. No entanto, afirma que a Central Nacional Unimed tem simpatia pelas mudanças, porque tendem a melhorar os processos, simplificando-os. “Somente a prática dirá, contudo, se as transformações serão positivas. Apostamos e esperamos que sim”, finaliza. AGOSTO DE 2014

opinião de George Schahin, presidente

do projeto-piloto da ANS, Akl

34

Mu d a n ç a s d e m a n d a m t e m p o, n a do

Ho s p i t a l

Santa

Pa u l a , d e S ã o Pa u l o, i n s t i tuição que faz parte do projeto-piloto da ANS e conta com uma carteira de 42 ope r a d o r a s c r e d e n c i a d a s . Pa r a ele, o que existe no mercad o, h o j e , é u m c l i m a d e d e s confiança entre o prestador e o comprador de ser viço de saúde – proporcionada pelo atual modelo de rem u n e r a ç ã o. “ To d o s q u e r e m se proteger e isso precisa m u d a r. D e v e m o s c r i a r u m a

relação comercial saudável, onde a negociação seja sustentável para amb a s a s p a r t e s .” Schahin acredita as novas medidas tragam maior previsibilidade dos custos assistenciais, mas não uma


economia. Redução haverá, sim, na área administrativa de hospitais e operadoras, que direcionam grandes equipes ao processo de análise das contas médicas e glosas – que não serão mais necessárias com a reform a . “A m e l h o r g e s t ã o d o s r e c u r s o s vai contribuir para a maior previsibilidade stituições

orçamentária de

saúde,

consequentemente,

das

in-

propici ando, investimentos

em outros setores, ampliação e m o d e r n i z a ç ã o”, c o n s i d e r a .

Pa r a a e f e t i v a r e d u ç ã o d e c u s t o s , s e g u n d o o m é d i c o, s ã o n e c e s s á r i a s medidas mais enérgicas, como a desoneração da folha de pagamento e a redução da carga tributária em cima d e m e d i c a m e n t o s . Is s o, d e f a t o, t r a r i a !"#$%&'(")&*

reflexos na baixa das despesas hospitalares, assim como no preço final das internações – com consequente benefício às operadoras. AGOSTO DE 2014

35


GESTテグ

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36

AGOSTO DE 2014


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AGOSTO DE 2014

37


?=KL G

“As pessoas gastam milhões comprando robôs cirurgiões, mas se esquecem de investir em equipamentos para limpá-los” % ?]jYd\ E[ <gff]dd$ na[]%hj]ka\]fl] \] 9kkmflgk ;d±fa[gk ] ;a]fl±Ú[gk \Y Kl]jak ;gjhgjYlagf

O

s

av a n ç o s

tec-

s e r l e v ad as e m cont a, c usto s adm i nis -

o

t rat ivos, implic açõ es legais, s eguranç a

do

d o p aci e nte e o s d ano s ao me i o ambi -

século XXI, a cada

ente, p ontuou o amer ic ano G era ld Mc

a n o s u r g e m n ov a s f e r r a m e nt a s , g a d g e t s

D onnel l, v ice-presidente de Assuntos

e g r a n d e s m á q u i n a s c ap a z e s d e f e it o s

C lí ni co s e Ci ent í f i co s d a Ster is C or p o -

qu e h á d e z a n o s p a re c i a m pu r a f i c ç ã o

rat i on, e mpre s a l í de r do s e tor de e ste r-

c i e nt í f i c a . Na á re a m é d i c a , m i l h a re s

i li z aç ão. D onnel l lembrou a i mp or t ân -

d e p e s qu i s a s v ê m s e n d o d e s e nv o l v i -

ci a dos c uid ados com o p aciente, não

d a s e m d i f e re nt e s p a í s e s d o mu n d o

s ó p ara a s aúde d a p opu l aç ão, mas

e s e mpre e m d i f e re nt e s d i re ç õ e s , u n s

t amb ém p ara a e conomi a do p aís. Pois

c r i a m u m p a rq u e t e c n o l ó g i c o, out ro s

c ad a ve z qu e u m p aci e nte volt a ao ho s-

i nv e s t e m e m t e l e c omu n i c a ç õ e s e at é

pit a l, de v ido à uma infe cç ão, iss o gera

e m m a nut e n ç ã o e l i mp e z a d e e q u ip a -

novos c ustos mé dicos que p o der i am

m e nt o s . A He a lt h e r s e s t e v e n o u lt i m o

ter sido e v it ados.

nológicos grande

são

b o om

C on g re s s o Int e r n a c i on a l d e S e r v i ç o s d e S aú d e , p a r a c on h e c e r o q u e A l e -

“Nós gast amos muito din heiro na

m a n h a , E s t a d o s Un i d o s , Is r a e l e In -

s aúde, mas t a lve z não de maneira t ão

g l at e r r a e s t ã o f a z e n d o p a r a m e l h or a r

inteligente

o s s e r v i ç o s d e s aú d e .

p ess o as gast am mi l hõ es comprando

qu anto

de ver í amos.

As

rob ôs cir urg iõ es, mas s e es que cem de Hoj e, qu and o s e f a l a e m i nov a ç ã o,

inve st i r e m e quip ame nto s p ara l i mp á-

há uma s é r i e d e qu e stõ e s qu e d e ve m

los e s ó p erceb em dep ois. Tamb ém

38

AGOSTO DE 2014


há mu ito g asto

p ar a t r at ar d o e nç as

p or iss o o s israelens es ap o st am no in -

e i n fe c ç õ e s , a o i nvé s d e g ast á - l o e m

vest imento nas tele comunic açõ es e na

pre ve nç ã o, t a lve z e ss e d i n he i ro d e-

integ raç ão dos sistemas de infor maç ão

ve r i a

do s ho spit ais do p aís. D e ss a for ma p a -

ser

re d ire c i ona d o“,

a c re s c e n-

t a G er a ld Mc D on nel l.

ci e nte s p o de r i am , p or me i o de apl i c a t ivo s e comput adores re ceb er atendi -

O problema com as infecções hos-

mento em su as c as as, s em pre cis ar ir

pitalares está presente em todos os

até o hospit a l, contou Eya l Jacobs on,

h o s p i t a i s d o m u n d o, e o s u r g i m e n t o

diretor adjunto d a administ raç ão de

de

s er v iços mé dicos do ministér io d a

novas

“s u p e r b a c t é r i a s”,

resis-

tentes aos medicamentos e produtos

s aú d e d e Is r ael.

de limpeza atuais é algo alarmante e m t o d o s o s p a í s e s . “ Ta n t o n o B r a s i l

Ap e s ar d e te r qu as e 1 0 0 % d e o c u-

c o m o o s E s t a d o s Un i d o s n ó s e s t a -

p aç ão em s eus leitos de inter naç ão,

mos lidando com bactérias que não

Israel é considerado um dos p aís es com

p o d e m o s m a i s c o m b a t e r. E n t ã o p r e -

o sistema hospit a l ar mais ef iciente do

cisamos mudar a cultura de trata-

mundo, lembrou C l áudio L ottenb erg ,

mento para uma de prevenção das

pre s i de nte do Ho spit a l Is r ael it a A l -

i n f e c ç õ e s”, d i z o a m e r i c a n o.

b er t Einstein, de s ão Pau lo. O governo israelens e dest ina 7,7% do PIB do

E m Is r a el, a sup e rl ot a ç ã o do s ho s -

p aís p ara o s etor público de s aúde que

pit ais é u m d o s g r ave s probl e mas e n-

atende a to d a a p opu l aç ão. Israel t am -

f re nt a d o s p el as autor i d a d e s públ i c as ,

b ém p ossui s eis rob ôs cir urg iõ es D a AGOSTO DE 2014

39


GESTÃO

Vi n c i , q u a s e t o d o s o s h o s p i t a i s f u n -

l ange n e profe ss or d a FAU, Friedrich-

cionam

Alexander-Universitaet, de Nurenberg.

com

prontuário

eletrôni-

co e, de acordo com Jacobs on, é o único lugar onde existe um centro

S egundo Z ob el, cerc a de 80 mi l hõ es

de simulação com pacientes artifi-

de

ciais para treinamento de alunos da

gover no p ara o des envolv imento de

residência médica.

p es quis a na universid ade. “Na univer-

euros

foram

f inanci ados

p elo

si d ade e st amo s te nt ando nut r i r proj e -

!"# $ %# & ' # '() * + , - * . / &

tos junto com a indúst r i a”, comentou o profe ss or. “A mai or i a de no ss o s pro du-

Os a l e mã e s c r i ar am u m v a l e mé d i c o no ce nto d a re g i ã o d a B av ár i a na c i-

tos vem de noss as universid ades e nos s o s a luno s marav i l ho s o s.”

d ade d e Nu re mb e rg . O cluste r a l e mã o é for ma d o d e i ndust r i as e u n ive rs i d a d e s

Os invest imentos dos a lemães não

com esp e ci a lid a d es na áre a de me-

tem s e limit ado ap enas as universi -

dicina , e nge n har i a e c i ê nc i a . “No ss o s

d ades lo c ais, eles tem bus c ado novas

hospit ais s e fo c am e m p e s qu is a , nã o

p arcer i as t amb ém com cent ro s de en -

t rat amo s ap e nas d e p a c i e nte s . S omo s

sino brasi leiros. “A gente achou que

resp ons áve is p or 4 1 % de to d as as p at-

í amo s t r az e r e du c aç ão e pro duto s e re-

entes apl i c a d as na A l e man ha na áre a

ceb er ap enas merc ado, mas est ávamos

de te c nol o g i a mé d i c a” , d iss e Tobi as

enganados, existem inst itutos aqui no

Z ob el , d i re tor d o Inst ituto C e nt r a l

Brasi l que est ão exat amente no mesmo

de Engen har i a Biomé di c a ( Z i M T ) - E r-

n ível d a A l e man ha”, diss e Tobi as Z o -

40

AGOSTO DE 2014


“Existem institutos aqui no Brasil que estão exatamente no mesmo nível da Alemanha” (...)

g im] \aÚ[mdlY gk afn]klae]flgk ­ Y [gjjmh¬ªg % LgZaYk RgZ]d $ \aj]lgj \g Afklalmlg ;]fljYd \] =f_]f`YjaY :age­\a[Y RaEL! % =jdYf_]f ] hjg^]kkgj \Y >9M$ >ja]\ja[`%9d]pYf\]j%Mfan]jkalY]l$ \] Fmj]fZ]j_

b el, qu e re cl amou d a c or r up ç ã o br a -

Os br it ânicos, assim como os a lemães

si l e i r a , o qu e d e st a c ou c omo u m d o s

acre dit am que a p arcer i as ent re os

ob st á c u l o s p ar a o s i nve st i me nto s . ” Na

hospit ais, indúst r i as e universid ades

A l e man ha nã o no s pre o c up amo s c om

é o c amin ho p ara mel horar a s aúde

o qu e e st á s e nd o fe ito c om o d i n he i ro

públic a do p aís. “É um veíc u lo p ara

de st i na d o à p e s qu is a , nó s o d amo s e pronto. E no Br as i l te m t ant a bu ro cra c i a qu e às ve z e s u ma i d e i a mor re no come ço”, compl e t a .

David

Ni c h o l s o n ,

CEO

d o Na t i o n a l He a l t h S e r v i c e ( N H S ) , explicou o porque que o NHS é considerado

o

Kiely, resp ons ável p or des envolver a áre a inter naciona l do Y&H Ac ademic a He a lt h S cience Net work e Fund ador e

Ao a p r e s e n t a r o s i s t e m a d e s a ú d e b r i t â n i c o,

cres cimento e conômico”, diss e Ke v in

melhor

sistema

de

Diretor d a Me di lin k Y&H.

“O p onto chave é i nve st i r e m qu a l id ade, inovaç ão (pro-at iv id ade) e um prog rama de pre venç ão. Por inovaç ão quero dizer invenç ão, prop agaç ão e

s a ú d e d o m u n d o, c o m q u a s e 1 0 0 % d e

ado ç ão, cr i amo s um siste ma de i nce n -

aprovação pelos seus usuários. “De-

t ivo f inanceiro.”, completou Nichols on

s e nv o l v e m o s u m p r o g r a m a p a r a d i -

que encer rou a su a apres ent aç ão lem -

minuir os custos e aumentar a quali-

brando a homenagem feit a ao NHS

dade. Tivemos 6.8 bi de ganhos no

durante a ab er tura d as olimpí ad as de

nosso sistema de saúde no último

2012 e dizendo: “esp ero que o Brasi l

a n o.”, a f i r m a o p r e s i d e n t e b r i t â n i c o.

p o ss a lembrar do SUS em 2016”. AGOSTO DE 2014

41


HOSPITAIS PRIVADOS

Capital externo para saúde

Investimento estrangeiro está presente em outros setores A necessidade de ampliação da oferta de leitos hospitalares dá uma amostra do desafio para a saúde privada no Brasil. Segundo a Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp), até 2016 o setor precisará de 13.700 novos leitos, na hipótese de que até lá a população de beneficiários dos planos de saúde cresça apenas 2,1% ao ano. Ao custo de US$ 150 mil por leit o , e s s a e x p a n s ã o e x i g i r i a U S $ 1 , 9 b i l h ã o . Po r é m , s e o crescimento dessa população de beneficiários, estaremos diante de um desafio que exigirá investimentos superiores a US$ 3,2 bilhões.

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!"#$%&'(%)*%"(+",&&-.'+/0-" 1+.'-)+2"(%"3-&#'*+'&" 4$'5+(-&"6,)+7#8

Os recursos para suprir a oferta de leitos hospital a r e s e s u a s i n s t a l a ç õ e s p o d e m s e r, e m p a r t e , s u p r i d o s por fontes de financiamento em bancos de fomento, como o BNDES ou de instituições financeiras privadas. Mas ainda não é suficiente. Cheg amos então, à questão central: o artigo 199, parágrafo 3º, da Constituição Fe d e r a l , q u e p r o í b e a p a r t i c i p a ç ã o d i r e t a o u i n d i r e t a do capital estrangeiro na assistência à saúde. Lembraremos que esse mesmo capital estrangeiro, nos últimos anos, tem participado não só dos investimentos como também da gestão nos setores mais importantes da economia brasileira. As empresas estrangeiras estão presentes nas telecomunicações, nas finanças, na energia, na exploração e comercialização de gás e petróleo, na gestão de estradas e aeroportos, na educação, no g rande varejo, no ag ronegócio, na mineração e na indústria.

42

AGOSTO DE 2014


!"#$%&'()*)+,)*) #-,.#+*"#',)/0#+*)$ !!!"#$%&'#$()"*+,"-(

Po r q u e a s e m p r e s a s q u e p r e s t a m a a s s i s t ê n c i a d i r e t a à saúde do usuário não podem ter acesso a uma fonte de recursos fundamental para a expansão da infraestrutur a e d o s s e r v i ç o s d e a s s i s t ê n c i a ? Po r q u e o c o n s u m i d o r não pode ganhar a expansão da infraestrutura, o que lhe ampliará a oferta, reduzirá custos e melhorará a qualidade de atendimento? Mesmo na área de saúde, o capital estrangeiro está presente na produção de medicamentos, na fabricação de equipamentos, nas far mácias e operadoras de planos de saúde. Esses exemplos mostram que é possível quebrar o jejum de recursos exter nos. Vários

hospitais

estão

pressionados

pelos

custos

crescentes e precisam ganhar escala e receber injeção de capital para garantir sua sobrevivência e crescimento. O banimento do capital estrangeiro reduz também a possibilidade de agregar experiência e tecnologia. A abertura para o investimento estrangeiro não é uma panaceia para o déficit de leitos. Mas pode – assim como ocorreu em outros setores – contribuir para expansão da infraestrutura na saúde, com ref lexos pos i t i v o s n o s e t o r p ú b l i c o . Va l e l e m b r a r q u e , à m e d i d a que a saúde suplementar expande sua capacidade, reduz-se a pressão da demanda sobre o Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, os hospitais privados alocam parte considerável de leitos para os usuários do SUS.

AGOSTO DE 2014

43


!



FINANÇAS RH

!"#"$%&'%()"$*&

profissional Como as competĂŞncias comportamentais podem ajudar executivos e empresas a terem mais sucesso !"!#$%&'!#()*+,

46

AGOSTO DE 2014


!"#$%&'()*)+,)*) #-,.#+*"#',)/0#+*)$ !!!"#$%&'#$()"*+,"-(

I

dentificar e potencializar o que o executivo tem de melhor

e,

o desempenho do profissional. “O c o a ch i ng é u m mé to d o e f i c i e nte

dessa

forma,

para equilibrar vida pessoal e profis-

sua

perfor-

sional, desenvolver habilidades, apri-

mance através do aprimoramento de

morar competências e descobrir no-

habilidades comportamentais. Esta-

v a s c a p a c i d a d e s ”, e x p l i c a . O t r a b a l h o

mos falando do papel do coach den-

é realizado através de um processo

tro das empresas, profissional que,

de auto conhecimento, onde o prof is-

por meio de técnicas e ferramentas

sional terá ciência de suas próprias

de

tem

capacidades, além de descobrir o que

como objetivo ampliar o comprome-

o limita, assim o coach trabalhará

timento e a produtividade, aceleran-

para minimizar os bloqueios e poten-

do resultados, em qualquer segmen-

cializar as competências.

desenvolver

desenvolvimento

humano,

to e porte organizacional.

Um e s t u d o re a l i z a d o p e l a c on s u l -

Já é consenso que, além da for-

toria

P r i c e Wa t e r H o u s e C o o p e r s

em

mação e experiência técnica, os as-

64 países revelou que 70% dos ex-

pectos comportamentais são atual-

ecutivos que passaram pelo processo

mente

pelas

de coaching aumentaram seu desem-

organizações. Segundo o presidente

penho profissional. As empresas que

do Instituto Brasileiro de Coaching

usam ou usaram coaching profission-

( I B C ) , m a s t e r c o a c h s e n i o r e t r a i n e r,

al por motivos comerciais, por sua

José Roberto Marques, para ter as-

vez, tiveram um retorno médio so-

censão e sucesso na carreira é pre-

b r e o i n v e s t i m e n t o s e t e v e z e s m a i o r.

ciso apresentar habilidades e com-

“Profissionais que passam pelo pro-

petências que agreguem e aumentem

cesso

bastante

valorizados

de

coaching

conseguem

AGOSTO DE 2014

au47


RH

mentar a produtividade, seu en-

Católica

gajamento

executivos

e,

consequentemente,

potencializar

seus

resultados

e

sas

que

de

Campinas de

grandes

passaram

por

com

dez

empreprocesso

tamb ém o da empresa, p or iss o,

de coaching. A enquete mostrou

o serviço tem sido cada vez mais

que 100% dos profissionais aper-

p r o c u r a d o p e l a s o r g a n i z a ç õ e s ”, e x -

feiçoaram a capacidade de ouvir e

plica Marques.

90% melhoraram a produtividade.

A master coach e sócia da Think

O presidente do IBC acrescenta que

to Be, Karla Lemes, acredita que to-

os benefícios para as empresas que

das as empresas que têm interesse

apostam no trabalho de coaching

em crescer de maneira estruturada

para seus executivos são muitos,

ou mesmo investir na qualidade de

como aumento do engajamento en-

seus profissionais, respeitando o

tre

q u e c a d a u m t e m d e m e l h o r, d e v e -

dos objetivos da empresa com os

ria iniciar o processo de coaching.

dos

“O l e a d e r c o a ch i ng – prof iss i ona l

responsabilidades de acordo com o

treinado

coaching

perfil de cada um; aumento dos re-

dentro das organizações - tem um

sultados; melhoria no ambiente de

visão diferenciada de sua equipe,

trabalho e, consequentemente, di-

sabe se comunicar de maneira mais

m i n u i ç ã o d o t u r n o v e r.

para

realizar

colaboradores;

profissionais;

alinhamento

delegação

efetiva e é capaz de liderar com

Coaching para profissionais

maestria tirando o que cada um

da saúde

t e m d e m e l h o r a o f e r e c e r ”, d i z . Prova disso é a pesquisa feita 48

pela

Pont if ícia

Un i v e r s i d a d e

AGOSTO DE 2014

de

E de que forma o setor de saúde pode se beneficiar desse trabalho? “Q u a l qu e r e mpre s a ou i nst itu i ç ã o,


!"#$"%&'(')*%+,(%-#./0#"1.%-'$.%-#.2 /')).%1'%/."/3456%-.#%/.5+"%-#7-#4"8% -.4)%-'#/'9'(%:0'%;"$+"%5.)%+#'45"2 ('5+.)%.;'#'/41.)%-'$")%'(-#')")% 0("%"9.#1"6'(%'(%-$"5.%1'%"<=.8% ')+#"+>64"%'%;./.%5.)%#')0$+"1.)

i n d e p e n d e n t e m e n t e d o s e t o r, p o d e

da saúde visa o desenvolvimento

se beneficiar com o processo de

de liderança e aumento de perfor-

coaching, pois para qualquer tipo

mance, além da ampliação de com-

de organização o fator chave para

p e tê nc i as e habi l i d a d e s . “Os prof is -

des envolvimento, sucess o e lucro

sionais da área de saúde, mesmo

s ã o a s p e s s o a s ”, d e s t a c a Karla.

A

profissional

acrescenta que, já que

dos

“Ao contrário do que se

o setor de saúde tem

pensa, o processo de

como objetivo princi-

coaching não trabalha

pal cuidar das pessoas,

com foco em desen-

a

excelência

serviços qualidade

de

passa de

seus pela

volver gaps e sim em

atendi-

potencializar o que já

mento dos profissionais que

estão

na

ponta.

existe de melhor dentro

“Por

isso

eles

devem

de cada um”

ter muito claro valores, diferenciais e objetivos

– Karla Lemes, da Think to be

da empresa em que t ra -

setores

administra-

tivos e industriais, lidam diretamente com vidas e muitas

vezes

trabalham

s obre pressão, o que exige

uma

responsabili-

dade muito grande. Nesse s entido, o coaching vem auxiliar

nesse

processo

de tomar decisões rápidas e assertivas de maneira racional e responsável,

desempenhando

com maestria seu papel de contribuir com a saúde

balham para que o paciente possa

das p ess oas e, até mesmo, salvar vi-

ter a melhor experiência dentro

d a s ”. E l e c o n t a q u e o I n s t i t u t o B r a -

d a i n s t i t u i ç ã o”.

sileiro de Coaching já desenvolveu

Marques explica que a busca pelo

um trabalho com uma cooperativa

coaching por profissionais da área

médica e iniciará em breve outro AGOSTO DE 2014

49


RH

com um lab oratório.

z a ç õ e s . “A c r e d i t o q u e o b r a s i l e i r o

Na s e d e d a Un i m e d B r a s i l , e m

já está mais familiarizado com a

São Paulo, 20 gestores médicos re-

metodologia, e que ela atende bem

alizaram formação de Leader Coach

à s n e c e s s i d a d e s d o m e r c a d o”, d i z .

Tr a i n i n g .

O Instituto já formou mais de 7

O

objetivo,

segundo

Marques, era agregar um

“A busca pelo coachaf_ hgj hjgÚkkagfYak da área da saúde visa o desenvolvimento de liderança e aumento de performance”

modelo diferenciado e humanizado Durante

de o

formação.

programa,

participantes

foram

os tre-

inados e habilitados para e s t i m u l a r, s p i r a r,

d e l e g a r,

supervisionar

motivar

seus

ine

mil coaches (profissional que

exerce

a

profissão)

e mais de 200 mil pessoas

tiveram

contato

com

o

coaching

através

dos

cursos,

workshops,

eventos e palestras que o IBC oferece.

liderados

– José Roberto Marques,

através das técnicas e fer-

do Instituto Brasileiro de

salta que os gestores têm

Coaching (IBC)

procurado pelo processo

ramentas do coaching.

de

Em ascensão

Karla

Lemes

coaching

própria,

pois

por

res-

conta

percebem

que falta nos treinamenO presidente do IBC aponta que,

tos oferecidos pelas empresas uma

nos últimos três anos, a instituição

ab ordagem em plano de ação, estra-

percebeu um crescimento de 400%

t é g i a e f o c o n o s r e s u l t a d o s . “A c r e d -

na

trei-

ito que, quando as empresas enten-

namentos em coaching, tanto por

derem os diferenciais do trabalho

profissionais quanto por organi-

de coaching, será quase impossível

50

busca

por

formações

AGOSTO DE 2014

e


nĂŁo ter um profissional coach dent r o d a s o r g a n i z a ç Ăľ e s â€?, d i z .

Se

o

processo

melhor ĂŠ

o

benefĂ­cio

desse

auto conhecimento,

como explica a master coach Karla Lemes, quando o executivo se conhece, ele ĂŠ capaz de tirar de si o que tem de melhor e atingir seus

!"#$%&'()*

objetivos de maneira mais prĂĄtica. “A o c o n t r ĂĄ r i o d o q u e s e p e n s a , o processo de coaching nĂŁo trabalha com foco em desenvolver gaps e sim em potencializar o que jĂĄ existe de m e l h o r d e n t r o d e c a d a u mâ€?, r e s s a l ta. JosĂŠ Roberto Marques acrescen-

!"#$%&"'()*"%+,)-.(#/

ta que o coaching auxilia a pessoa a

%R FRDFKLQJ p XP PpWRGR HĂ€FLHQWH

alcançar seus objetivos de maneira

!"#"$%&'()(*#"#$+(,"$!%--.")$%$

rĂĄpida e eficiente, respeitando toda

SURĂ€VVLRQDO GHVHQYROYHU KDELOLGDGHV

a sua essĂŞncia e seus anseios. “E

"!#(/.#"#$0./!%1230("-$%$,%-0.*#(#$

as empresas sĂŁo responsĂĄveis pelo

3.+"-$0"!"0(,",%-

desenvolvimento de seus colaboradores, por isso buscam o processo d e c o a c h i n g �, f i n a l i z a . AGOSTO DE 2014

51


RH

Como o coaching ajuda o profissional: - C o m u n i c a ç ã o : d e s e nv o l v e n d o a e s c u t a a t i v a , m e l h o r a n d o o r e l a c i o n a m e n t o c o m p a c i e n t e s e c o l e g a s d e t r a b a l h o. - Me l h o r a a v i s ã o s i s t ê m i c a : o s p r o f i s s i o n a i s t e r ã o m e l h o r e n t e n d i m e n t o d e c o m o a e m p r e s a f u n c i o n a c o m o u m t o d o. - C ontrole e inteligência emocional: ampliando sua capacidade de manter as emoções em momentos de estresse, pressão e crises. - Au t o c o n h e c i m e n t o : o C o a c h i n g o f e r e c e u m p r o c e s s o d e a u t o r r e f l e x ã o, o n d e o p r o f i s s i o n a l v a i c o n s e g u i r c o n h e c e r suas próprias características positivas e seus pontos de melhoria. Dessa forma, os trabalhará de forma a contribuir com o s e u d e s e nv o l v i m e n t o. - F l e x i b i l i d a d e : t e r o f a m o s o “ j o g o d e c i n t u r a” p a r a l i d a r com as situações e pressões do dia a dia. - Resiliência: tirar lições positivas das situações que não foram tão boas assim. - Entre muitas outras.

52

AGOSTO DE 2014



RH

Pessoas certas nos lugares corretos Todo mundo fala isso, é simples de entender, mas não tão fácil de executar. 5I[ XWZ Y]w Q[[W IKWV\MKM' 7 UW\Q^W u I\u [QUXTM[ ;M XIZIZUW[ XIZI ZMÆM\QZ U]Qtas vezes existirão dúvidas se o papel que ocupamos em uma organização é o que potencializa o que temos de melhor, portanto o melhor lugar onde poderíamos estar para trazer os melhores resultados. Vou dar um exemplo: Você sempre foi o melhor vendedor da equipe. Metas batidas, superadas, clientes satisfeitos, pipeline promissor e a gerência sempre pode contar com o seu resultado para forecast. O vendedor ideal! Focado em trazer resultados em curto prazo, sem perder o foco. O resultado disso é uma promoção. Você foi promovido a gerente e agora irá liderar 3 pessoas que eram seus colegas, e que têm o papel de fazer exatamente o que você fazia de melhor. Automaticamente você começa a passar para sua equipe experiências de sucesso que ÅbMZIU KWU Y]M ^WKw [M \WZVI[[M W UMTPWZ ^MVLMLWZ LI MUXZM[I <WLW[ W]^MU KWU I\MVtrW IÅVIT \WLW[ Y]MZMU [MZ KWUW ^WKw >WKw u I ZMNMZwVKQI LW UMTPWZ ^MVLMLWZ que uma empresa poderia ter. Então, chega o primeiro fechamento do mês. O vendedor “A” chega perto da meta, o vendedor “B” trás somente 50% do resultado e o vendedor “C” nem sabia que hoje era o fechamento. Você, que agora é gerente, mas que usa toda a sua experiência de vendedor, coloca todo mundo dentro de uma sala e começa a distribuir culpas e culpados. Diz que se fosse você o vendedor, o resultado nunca seria esse (e com certeza não seria). Que eles não sabiam o que estavam fazendo lá, que não passavam de vendedores medíocres e que seria inevitável demitir alguém, pois a pressão da diretoria seria grande em cima dele. Resultado: a equipe sai da sala derrotada e insegura e o gerente procurando a pessoa certa para demitir e mostrar que ali não era lugar de brincadeira. Vamos analisar os fatos e tentar entender, como em um jogo dos sete erros, o que deveria ser feito diferente ou o que aconteceu nesse exemplo tão comum à muitos que estão lendo esse artigo. 1 – O Ex melhor vendedor da empresa assumiu a equipe porque era o melhor vendedor ou porque estava preparado para assumir uma gerência e liderar pessoas?

54

SETEMBRO DE 2014


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!"#$"%&'(')% !"#$%&'(")*$+, -(.+/%%*0.$0$"1*(2$3$" ƉĞůŽ /ŶƐƟƚƵƚŽ ƌĂƐŝůĞŝƌŽ 3'")*$+,.04

2 – Uma vez que o ex melhor vendedor da equipe torna-se gerente, ele se preocupa ou é orientado a mudar seu olhar individual focado em seu resultado para um olhar individual focado nas pessoas de sua equipe para que o resultado seja consequência? 3 – A equipe do ex melhor vendedor tinha o plano de ação claro para atingimento LW ZM[]T\ILW' -[\I^IU \WLW[ VI UM[UI XnOQVI KWU [M][ XIXuQ[ QVLQ^QL]IQ[ LMÅVQLW[' 4 – A equipe enxerga e respeita o ex melhor vendedor da empresa como líder ou seO]M WZLMV[ LM ]U KPMNM' )ÅVIT VrW VMKM[[IZQIUMV\M XWZY]M MTM MZI W UMTPWZ ^MVLMLWZ será um bom gerente. As capacidades de cada função são bem diferentes. 5 – A Diretoria dessa empresa capacitou, treinou e entendeu que o ex melhor vendedor seria a pessoa certa para assumir o cargo de gerente ou também entender que como ele é o melhor vendedor seria automaticamente o melhor gerente? Cuidado! O resultado LI MUXZM[I I K]Z\W XZIbW XWLM M[\IZ KWUXZWUM\QLW IÅVIT W UMTPWZ ^MVLMLWZ VrW I\]I mais diretamente. 6 – O Gerente entende que pessoas são diferentes e que tratar diferentes como iguais faz com que a equipe perca a força individual e complementar do time? 7 – Alguém perguntou para o ex melhor vendedor da empresa se ele se sente confortável e está, como gerente, no melhor lugar que poderia estar na organização, respeitando suas habilidades, diferenciais e preferências? Entender qual a melhor posição para cada um dos colaboradores de uma empresa passa por um grande processo de auto conhecimento, além da capacidade da diretoria em reconhecer talentos e alocar pessoas respeitando e aproveitando o que elas já tem de melhor. Não que competências não possam ser desenvolvidas. Mas acredito que pessoas possuem talentos e capacidades que já são o que tem de melhor naturalmente. E porque não aproveitar isso de maneira inteligente em uma corporação? Uma vez que isso é feito, é como um sistema chave-fechadura. A pessoa se sente perfeita onde está e a empresa entende que consegue tirar dela o que ela tem de melhor. Encaixe perfeito. Brinque de jogo dos sete erros em sua empresa, nem que seja somente em sua cabeça. Você pode se surpreender com o que pessoas certas nos lugares corretos são capazes de fazer em uma organização.

SETEMBRO DE 2014

55




FINANÇAS TI !"#$%&'()*)+,)*) #-,.#+*"#',)/0#+*)$ !!!"#$%&'#$()"*+,"-(

!"#$%&'&($( VLPSOLÀFDU

FRPR PHOKRUDU D VLWXDomR GD 7, QRV KRVSLWDLV EUDVLOHLURV


!"#$"%&'"%()*+)%&,-+%)./)-"%&'"0/&#*).)1+2&%".#34/%&)5*/6-+7+%& 7/&89:&+.;2&7"&+.*"&$#%*"&7"%&%)%*/2+%:&+%&)5%*)*#)34/%&*+2,;2& /5<-/5*+2&-/%)%*=5$)+&7"&$"-("&$.>5)$":&("#$"&<+2).)+-)1+7"&$"2&+%& 5"?+%&*/$5"."6)+%@&A&%".#3B"&(+-+&/%%/&(-",./2+&;&*-+1/-&"&$"-("& $.>5)$"&(+-+&"&7/%/5?".?)2/5*"&7/%%+%&*/$5"."6)+%:&7/&<"-2+&+&$-)+-& (-"7#*"%&C#/&-/+.2/5*/&+*/57+2&+%&5/$/%%)7+7/%&2;7)$+% !"#$%&#'(%)#

B

I, Big Data, prontuário

corporativo de TI do Hospital Sepaco e

eletrônico, RFID, as tec-

presidente da AB CIS.

nologias que auxiliam a gestão

hospitalar,

hoje

“Separar essa necessidade de estar sem-

em dia, são inúmeras. Mas por onde

pre inovando com a real necessidade da

começar? Onde investir? O que realmente

nossa empresa. Esse tipo de coisa acaba

é necessário? As novas tecnologias avan-

interferindo muito na forma com que a

çam muito mais rápido do que o mercado.

gente define o nosso orçamento e faz o

Acompanhar todas as inovações é pratica-

nosso investimento”, disse João Aurélio

mente impossível, além de ser economi-

Blanco Fernandez, gerente de TI da Amil

camente inviável. Há de se levar em conta

Saúde durante o Fórum de TI, promovido

também que, para a adoção de soluções

pela Healthers, em maio desse ano.

de TI é preciso ter uma equipe qualifi-

A situação da TI nos hospitais brasilei-

cada para operar os sistemas e resolver

ros ainda é muito insipiente, são poucas

os problemas. Por esses motivos podemos

as instituições que possuem uma solução

entender o porquê o setor de saúde bra-

integrada de gestão, assim como são pou-

sileiro enfrenta dificuldades para a im-

cos os players no mercado brasileiro que

plantação de novas tecnologias. “Ainda

oferecem esse tipo de ser viço. De acordo o

não conseguimos fazer as empresas en-

assessor da presidência da Planisa, Sérgio

tenderem e usarem o BI (Business Inteli-

Lopes B ento, hoje, cerca de 25% a 30% dos

gence), o que, que a gente vai fazer com

hospitais brasileiros são informatizados,

o Big Data”, disse David Oliveira, gerente

ou seja: possuem uma solução de gestão AGOSTO DE 2014

59


TI

!"#"$%"&'(#$)$*#)+(')$,$*#(-./)$'#"0(#$)$-)#*)$ -12&.-)$*"#"$"$3#("$4($56$7$8)9)$:;#,1.)$<1"&-)$ =(#&"&4(0>$?(#(&'($4($56$4"$:%.1$@"A4(

integrada. “É muito comum encon-

Na

edição

passada,

a

Healthers

trarmos hospitais fora dos grandes cen-

publicou o case do Hospital Agostiniano

tros com sistemas de gestão não integra-

Neto da África do sul, onde a instituição

dos, um para a contabilidade, outro que

começou a adotar novos sistemas infor-

roda folha e um para o faturamento”,

matizados de gestão e, em um ano, au-

disse. B ento explica que a preferência

mentou em 130% as receitas do sistema

pelas soluções individuais se deve ao

de controle interno e diminuiu o custo

alto dos sistemas integrados.

operacional em 15%. Já a Santa Casa de São Paulo, adotando o mesmo método,

Apesar de os custos serem elevados

teve uma economia de R$ 120 milhões

o porta voz da Planisa garante que o

desde que implementou um sistema de

retorno é relativamente rápido e os re-

controle de materiais, os gastos com

sultados da adoção de um sistema in-

medicamentos passaram de 30% para

tegrado é extremamente benéfico para o hospital. “O hospital é um segmento que gera muita informação, porque ele é automatizado na sua área produtiva, tem muitas unidades, por exemplo nos prontos socorro onde há pelo menos 400 atendimentos por dia, além dos atendimentos normais nas unidades.”

60

AGOSTO DE 2014

18% do orçamento da instituição, disse o superintendente da Santa Casa, Antonio Carlos Forte ao site da Healthers.

!"#$%$&"#$'()*+,'$-./0&#$*/1,2, Apesar de ser uma ferramenta importante e que gera economia para as instituições, muitos hospitais enfren-


tam resistência interna para a adoção de

tem que transitar em muitas telas, o

sistemas de gestão. O descontentamento

ganho para a instituição e para o profis-

vem principalmente por parte do corpo

sional é grande. Uma vez vencida a bar-

clínico que alega demorar menos tempo

reira inicial, eles (médicos) aprendem

no atendimento quando usam os méto-

a trabalhar com o sistema, e passam a

dos tradicionais de prescrição, do que

defender o sistema”, comenta B ento.

quando utilizam a tecnologia. Outro ponto levantado durante o 1º Fórum

“Eu costumo dizer que a gente se

de TI da para a Saúde, promovido pela

preocupa muito pouco com informação,

Healthers, foi a falta de amabilidade dos

nada é mais conflitante para um médico

sistemas fornecidos hoje. “Às vezes a

do que ter uma interface bonita cheia e

gente fala muito em interoperabilidade,

informação que ele não precisa. Eu acho

em integrações e, de vez em quando, a

que os CIOs devem se perguntar que

gente peca mais no que é mais simples

informação que o sistema usa e em que

do que é numa camada de apresentação,

isso vai agregar a equipe que vai usá-la”,

mais funcional e mais amigável”, disse

disse Lilian Quintal Hoffmann, superin-

João Aurélio Blanco Fernandez, gerente

tendente executiva de TI da B eneficên-

de TI da Amil Saúde.

cia Portuguesa de São Paulo.

“Eu diria que mesmo com eventuais

Para aceitar trabalhar com o sistema é

problemas de os sistemas não serem

importante que o corpo clínico saiba os

muito amigáveis, o médico muitas vezes

benefícios que a adoção de um sistema

AGOSTO DE 2014

61


TI 1DGD PDLV FRQĂ LWDQWH SDUD XPD PpGLFR GR TXH WHU XPD

LQWHUIDFH ERQLWD FKHLD H LQIRUPDomR TXH HOH QmR SUHFLVD /LOLDQ 4XLQWDO +RIIPDQQ VXSHULQWHQGHQWH H[HFXWLYD GH 7, GD %HQHĂ€FrQFLD 3RUWXJXHVD GH 6mR 3DXOR

de TI pode trazer para o seu trabalho.

!"#$%&'"()*$*&$+),-$"()

“A gente estĂĄ falando muito mais do que registrar dados e eventos assistenciais,

Uma d as s oluç þ e s ap ont ad as p e -

estamos falando de supor te Ă decisĂŁo

l o s CIOs, p ara di m i nui r a re sistĂŞ n -

de

orientar

o cuidado com o paciente atravĂŠs de uma solução informatizadaâ€?,

comentou

Klaiton LuĂ­s Ferretti SimĂŁo, CIO da Rede SĂŁo Camilo de Hospitais. Por isso o CIO defende que deve haver, por parte do depar tamento de TI, um investimento maior na

par te

ci a do cor p o cl Ă­ ni co Ă s no -

efetivamente

assistencial.

“A

gestĂŁo f inanceira chega a determinado ponto em que

“A gente ainda nĂŁo conseguiu ainda fazer as empresas entender e usarem o BI, o que, que a gente vai fazer como Big Dataâ€? - David Oliveira, gerente corporativo de TI do Hospital Sepaco e presidente da ABCIS.

se torna algo estĂĄvel e que responde as demandas do negocio, mas

vas s oluçþ es infor mat izad as, foi

incor p orar

f uncionĂĄr ios

d a ĂĄre a mĂŠ di c a ao de p ar t ame nto de TI e tor nar a te c nolog i a um proj eto de to d a a i nst itui ç ĂŁo. Hoj e, e x iste m mĂŠdicos e enfer meiros que foram deslo c ados de su as f unçþ es e t rab a l ham prest ando assistĂŞnci a tĂŠ cnic a e p ar t icip am d a cr i aç ĂŁo de proj e to s de te cno log i a d a infor maç ĂŁo. â€œĂ‰ mais fĂĄci l ensinar e te cnolog i a p ara a lguĂŠm que j ĂĄ s ab e os j argĂľ es

mĂŠ dicos e as dif ic u ld ades do que o

para gestĂŁo especial o limite esta muito

cont rår io�, diss e o gerente cor p orat ivo

mais alÊm�, completa.

de TI do Hospit a l S ep aco.

62

AGOSTO DE 2014


A saída tem sido a criação de

tanta tecnologia que agora nós sabe-

comitês formados por representantes

mos o que pedir só que o preço é tão

de todas as áreas do hospital, desde

a l t o q u e i nv i a b i l i z a p a r a o p a r c e i r o”,

o f i n a n c e i r o a o c o r p o c l í n i c o, e t o r-

comenta Oliveira.

nar a TI um projeto de toda a ins t i t u i ç ã o. ” Pa r a m a n t e r o p r o j e t o é

Ap e s a r d e h a v e r p o u c o s p l a y e r s n o

preciso trazer o corpo clínico para

mercado nacional, B ento afirma que

a área de TI, capacitar esses profis-

não vale a pena buscar soluções in-

sionais, o trabalho deles é o dar as-

ternacionais, porque os custos seri-

sistência para quem está operado o

am muito maiores do que os atuais.

s i s t e m a”, e x p l i c a o g e r e n t e d e T I d a

“ Nã o t e m o s g r a n d e s p l a y e r s i n t e r-

Amil Saúde.

nacionais atuando no Brasil porque a l e g i s l a ç ã o é m u i t o e s p e c í f i c a”, d i s s e .

A falta de presença de pessoas es-

“O c u s t o d e c o nv e r s ã o d e u m s i s t e m a

pecializadas da área clínica dificul-

externo é muito grande, precisaria

tava ao departamento de TI desen-

ter uma gama grande de hospitais

volver projetos que atendessem a real

d i s p o s t o s a a r c a r c o m e s s e i nv e s t i -

necessidade

m e n t o. A m e l h o r s o l u ç ã o s e r i a i n -

do

setor

assistencial.

“ Po r u m g r a n d e p e r í o d o n ó s n ã o s a -

vestir

nos

fornecedores

b í a m o s o q u e p e d i r. O q u e e s t á a c o n -

porque eles têm evoluído ao longo do

t e c e n d o a g o r a é u m a c o nv e r g ê n c i a d e

t e m p o”, c o m p l e t a . AGOSTO DE 2014

nacionais

63


TI EM SAÚDE

Big Data, small thinking Já faz um certo tempo que eu não ouço ou leio a respeito de BIG DATA. Este é um assunto que, confesso, tenho acompanhado à distância. Principalmente por uma certa incredibilidade. A descrença não é na capacidade de coletar e organizar os dados e infor mações de uma organização. Toda for ma de obter infor mações sobre o mercado, clientes, fornecedores e a própria empresa são importantes e podem fazer a diferença para o sucesso. Mas apenas se estas infor mações forem !"#$%&'()*%

!"#$%&'("$")'*%+,&'("$-" ./0"$%1$)23,2435'"$-" 63%$%"5$"%&3(&+1"$"5$" ($$%&(+&+(378'9

bem utilizadas. Temos o costume de focar na tecnologia e não nas suas razões de uso. Por isso baseio minha incredulidade mais na capacidade de fazer perguntas do que na de ver respostas. Estas atrapalham, quando surgem sem as perguntas adequadas. Sempre que penso em novas tendências olho para ver o que fazemos com as anteriores. A história das fraldas e cervejas, por exemplo, há um tempo levava ao BI. Ainda hoje isso depende de planilhas, apesar de todo o investimento em tecnologia. E é o avô do BIG DATA, não é? Uma das mais eficientes ferrament-as que conheço para obter insights dos clientes é perguntar à ele. Tive a felicidade de trabalhar em uma empresa que atendia milhares de clientes por dia. E lá não tínhamos big data. Tínhamos um hábito raro nas grandes organizações: conversar com o cliente. Falo de uma empresa aérea em que o maior acionista, o presidente, os VPs e Diretores, ao viajar, em um avião com 100 pessoas, se apresentam e passam pelos corredores, conversando com todos. Ao menor indício de convergência em histórias, voltam à frente, pegam o microfone e perguntam “quem mais ....?” Em função do número de mãos levantadas, anotam a infor mação em um pedaço de papel (um guardanapo, em muitas vezes). Em uma viagem de ida e volta e

64

AGOSTO DE 2014


!"#$%&'()*)+,)*) #-,.#+*"#',)/0#+*)$ !!!"#$%&'#$()"*+,"-(

no aeroporto, são cerca de 200 contatos diretos com clientes. Ao chegar na sede, aquele guardanapo chega na mão de alguém. Antigamente era TI. Com a lista organizada, eu testava os conceitos: ligava ao call center e perguntava quantas queixas ou comentários como aqueles da lista tinham aparecido. E quais os “top 10”. Se muitos em comum, tínhamos as bases para um projeto. Se poucos, bastava corrigir algo e responder ao cliente. Sim: responder ao cliente. Outro hábito raro. Perguntar ao cliente tem também seus desafios. Muitas vezes ele não sabe o que quer. Basta lembrar da história do walkman da Sony. Ou mesmo das “iCoisas” que a Apple inventou. Seguramente, nenhuma “pesquisa de mercado” ou “focus groups” levaria àquilo. Mas, além de saber se portar como cliente, os executivos sabiam o que podiam fazer. Sendo assim, saber fazer as perguntas certas é tão importante quanto saber o que fazer com as respostas. Mais importante ainda é saber “ligar os pontos”. Se você já passou por isso, é hora de investir em for mas de organizar melhor seus dados e infor mações. Se ainda não sabe o que perguntar, não saberá o que fazer com as respostas, e, nesse caso, não há como “ligar os pontos”, impossibilitando uma conversar com um cliente. Invista também. Com isso, você vai ajudar algumas famílias da equipe do for necedor. E vai poder dizer aos acionistas que o retor no ainda não veio porque você está investindo em uma tecnologia que vai fazer a diferença no futuro. E, seguramente, no futuro, seus analistas financeiros terão relatórios mais completos, indicando que você precisa: falar mais com os clientes e saber o que fazer com as respostas. Mas até lá, teremos novas tecnologias, para manter você atrás da mesa. AGOSTO DE 2014

65


SAMPLEX

PESQUISA EM SAÚDE www.samplex.com.br


)$*!")"+,-(+(,"*."*/"+0 )$#-+""*/"+,-(+(,/")&/&+

1950

Tratamento: Transfusão de sangue

!"#$%&'&(

2013

Tratamento: Terapia genética

A prestação de serviços surgiu como alternativa para somar valor aos produtos que já eram tratados no mercado como commodities, escolhidas pelo preço. A customização através da prestação de serviços garantiu às organizações prestadoras diferenciais que atraíram novas e melhores demandas. Porém, nos últimos anos, os serviços também foram “comoditizados” e o que antes era diferencial, tornou-se hoje uma obrigação. Dessa forma, passou-se a customizar pela experiência. Gerar situações únicas e agradáveis passou a influenciar consumidores e a criar tendências. Dentro das organizações do setor da saúde não é diferente e nós, da SAMPLEX, medimos constantemente o grau de autenticidade da experiência que você propõe. A evolução está no conhecimento. Com ele, nossas decisões vão além. Pesquisa com clientes contínua Fechamento mensal, demonstração trimestral Metodologia quantitativa + resumo qualitativo Nível de confiança superior a 95%


FINANÇAS MARKETING

!"#$%&"'

$(")*"#+, Investir em marketing humanizado e socialmente responsável tem sido a grande sacada das instituições de saúde na construção da marca !"#$%&'(")*#(*+%,$

!"#$%&'()*)+,)*) #-,.#+*"#',)/0#+*)$ !!!"#$%&'#$()"*+,"-(

68

AGOSTO DE 2014


H

á quem diga que saúde é, muitas vezes, tratada como um produto. Mas as instituições

Difusão

do segmento de healthcare

Para contribuir com a difusão da importân-

mais antenadas à evolução do marketing e no

cia da adoção de hábitos de vida saudáveis para

poder das mídias digitais têm investido em estra-

a prevenção do câncer, o A.C.Camargo Cancer

tégias que colocam a humanização e o social em

Center, de São Paulo, adota várias ferramentas

evidência. O ponto-chave é criar uma conexão

de marketing como ações diferenciadas que

com o cliente, o paciente, e tentar transformar a

propiciam a interação entre as pessoas.

vida dele e, porque não, da sociedade. Conforme explica Adriana Seixas Braga, De acordo com Philip Kotler, o guru mun-

superintendente de Marketing da instituição,

dial do marketing, marketing social é o uso de

no leque há campanhas institucionais, ações

princípios e técnicas para influenciar um mer-

de entretenimento e de prevenção, eventos es-

cado-alvo para que aceite, rejeite, modifique ou

portivos, exposições culturais, programas de

abandone voluntariamente um comportamento

relacionamento com os públicos-alvo, mídias

para o benefício dos indivíduos, grupos ou da

digitais, relacionamento com imprensa e co-

sociedade como um todo.

municação interna. “Para atingir um público mais abrangente,

Cuidado é preciso na hora de criar estraté-

é importante explorar diferentes estratégias e

gias para a grande rede mundial. Para Marcelo

formatos”, considera a executiva. Segundo ela,

Pontes, líder da área de Marketing da Escola Su-

o elo comum entre todos eles é o uso de uma

perior de Propaganda e Marketing de São Paulo

linguagem lúdica, capaz de informar e também

(ESPM), o uso de ferramentas digitais pode ser

engajar o público à causa do combate ao câncer.

bem visto quando o conteúdo colocado na rede

“Cada atividade é pensada para contribuir com a

não transforma a saúde e um produto comercial.

missão A.C.Camargo de combater o câncer pa-

“A melhor sacada é criar ações que mos-

ciente a paciente.”

trem que a instituição se preocupa realmente com o seu cliente, passando segurança e dando acolhimento”, diz. “E, quando essas ações vão para as redes sociais e sites, usar uma linguagem menos técnica e mais palatável para o público leigo”, acrescenta.

Tinta contra o câncer Uma das campanhas do A.C.Camargo foi criada para a conscientização do câncer de AGOSTO DE 2014

69


Marketing: em que era você está? mama no movimento Outubro Rosa. Criada

O marketing evoluiu muito nos últimos

pela agência JWT, a “Tinta contra o câncer”

anos, principalmente quando consideramos

contou com a participação de artistas do

ações, métodos, ferramentas e visão. Hoje, fa-

grafite, que cederam seus trabalhos para uma intervenção urbana com alusão à mastectomia. Os grafiteiros colaram sobre as artes um papel tipo lambe-lambe para criar o efeito de que um dos seios do desenho foi retirado. Cada um dos grafites da ação, situados

la-se na era 3.0, guiada por valores. Mas há 1015 anos, o foco das empresas era a publicidade interruptiva, onde o consumidor era obrigado a frear suas atividades de prazer para ser exposto às marcas. Hoje, novas estratégias que

em trechos de grande circulação e redutos da

oferecem melhor efetividade e resultados são

cultura paulistana e também em cidades do ex-

exploradas, e são os canais digitais que mais

terior, receberam a assinatura “Qualquer mul-

ganham destaques. Tanto que, de acordo com

her pode ser vítima do câncer de mama”. Di-

a última pesquisa da Accenture, consultoria de

zeres relativos ao movimento “Outubro Rosa” com a hashtag #LigaDoRosa também acompanhavam as criações. A ação de rua acabou ganhando força nas redes sociais com a replicação das imagens na web e a disseminação do vídeo-case.

gestão, serviços de tecnologia e outsourcing, em cinco anos, 75% do budget de marketing será digital. Dessa verba, 50% serão destinados ao mobile.

“Além de abordar a importância da preven-

Raphael Gordilho, médico com MBA em

ção e alertar para o diagnóstico precoce da

Marketing e CMO/CCO (Chief Marketing

doença, a proposta da campanha, ao retratar a

Officer/Chief Creative Officer) do Empreend-

mastectomia, foi mostrar que a retirada do seio

erSaúde, fala para a HEALTHERS sobre essa

está longe de representar a perda da feminilidade e do amor à vida”, ressalta a superintendente de Marketing. Como resultado, além da conscientização de milhares de pessoas, veio uma premiação: campanha foi vencedora da categoria

evolução e como as instituições de saúde brasileiras estão se posicionando diante do novo cenário. Para ele, o profissional de saúde atual deve esquecer o famoso plano de marketing com diversas páginas ou o plano de negócios,

PR, com um Leão de Bronze, do Cannes

pois o mercado é ágil e não espera mais as

Lions 2014, o maior festival de publicidade

equipes escreverem esse tipo de documento

do mundo, e entrou para o short list das

durante meses. O profissional deve ser prático

categorias Outdoor e Promo.

e flexível, saber para onde o vento sopra e ter

70

AGOSTO DE 2014


Adriana Braga: Cada atividade é pensada para contribuir com a missão A.C.Camargo de combater o câncer paciente a paciente.”

capacidade de mudar as velas em tempo hábil

mentos (2.0). Como Steve Jobs falava, a Apple

para não ficar para trás.

não vende uma etiqueta de preço, e sim valor. Para valores, não há preço.

1. Que análise você faz sobre o marketing realizado pelas instituições de saúde nos últi-

2. Quem está mais antenado nesse mercado?

mos anos? Não são todos os stakeholders que estão. Embora Philip Kotler, o guru do marketing,

Obviamente os mais antenados são os em-

publique livros sobre o marketing 3.0, a saúde

preendedores e investidores, que têm o hábito

brasileira ainda investe predominantemente

de consumir conteúdo de ponta em referên-

em marketing 1.0, ou seja, vende seu produto

cias nacionais e internacionais, já que buscam

para a grande massa de pacientes. Afirmo ser

por produtos e serviços inovadores e, algumas

um marketing 1.0, pois é caracterizado em

vezes, disruptivos. Noto um grande avanço

vendas para a massa, baseadas em produtos,

em marketing na indústria farmacêutica, por

sem diferenciação e com foco em suas fun-

estarem frequentemente em eventos do setor

ções. Poucas instituições investem em mar-

e terem a maioria de suas matrizes nos EUA,

keting 2.0, onde o objetivo é diferenciar seus

mercado em que a saúde já começa a migrar

produtos/serviços e trabalhar a imagem emo-

com maior facilidade para o marketing 3.0. Já

cional deles além da função. Um bom exemplo

o setor hospitalar, isolado aos líderes de mer-

desse tipo de ação 2.0 é a liberação de inter-

cado, investe cada vez mais em marketing di-

nações com seu animal de estimação no Hos-

gital e ações mais pensadas, ao invés do bom e

pital Albert Einstein, onde o que é vendido é

velho folder do balcão do hospital. O mercado

a função do hospital em curar e a emoção ao

da saúde começa a entender que o seu paciente

gerar empatia com o paciente. A dificuldade

não vai mais ao hospital apenas por saber que

de entrar na era 3.0 é justamente a falta de uma

ele é bom ou o melhor, mas também por se

visão em que o paciente assume o centro do

sentir valorizado pela empresa, não ser con-

sistema e as soluções são personalizadas e se

siderado apenas mais um número na planilha.

conectam com o emocional e racional de cada

Esse paciente quer que a instituição assuma

paciente – e não mais da massa (1.0) ou seg-

um rosto e um papel em sua vida. AGOSTO DE 2014

71


3. Qual a importância de ter uma estratégica

4. Temos uma grande variedade de canais de

de marketing?

marketing digital no mercado. Que tipo de análise as instituições precisam fazer para

O Marketing tem assumido papel cada vez

definir onde investir, o que vale a pena?

mais importante nas instituições de todos os setores. A era em que bastava ser o melhor,

O CMO e os gerentes devem saber exata-

que o cliente vinha até você, acabou. Em um

mente onde encontrar o seu cliente, de que

mundo conectado, não basta mais sua institu-

maneira abordá-lo, quando se comunicar com

ição ter apenas um site. Como diz um grande

ele e qual o tom da conversa. Não adianta falar

nome do mercado, o professor Gil Giardelli:

que a hotelaria do seu hospital é maravilhosa

“Vivemos em uma era em que a moeda é a reputação”. Ou seja, além de ser referência, sua instituição deve se posicionar e aparecer no mercado, lutar para manter sua reputação. E para ser eficiente nas ações, o profissional de marketing deve ser estratégico. Não há mais desculpas para não entender o comportamento do consumidor (no caso, do paciente), para

no Facebook, pois, provavelmente, o cliente não irá compartilhar aquela mensagem, já que o Facebook é uma rede pessoal de relacionamento. Com quem o cliente irá se relacionar ao compartilhar a foto de um quarto de hospital luxuoso? Para ser eficiente a instituição deve se perguntar:

saber de seus interesses, medos, anseios, ob-

1. Qual é meu público? B2B, B2C, B2MD, B2M-

jetivos etc. Existem ferramentas para isso. Ao

D2C...?

identificar seu verdadeiro cliente, a estratégia

2. Onde esse público se relaciona?

para convertê-lo deve ser clara e estruturada, para que toda empresa esteja em sintonia e a instituição trabalhe em conjunto para se tornar e ser vista como referência. Como toda

3. Qual conteúdo devo produzir para ser relevante e compartilhável? 4. Como medir a eficiência? 5. O que aprendi com a ação? 6. Qual follow-up da conversa com o cliente?

estratégia, se for planejada ou executada de maneira errada, os resultados podem ser catastróficos.

72

AGOSTO DE 2014

Entenda: As marcas devem conversar com seus clientes e aprender com eles.


Estratégia de marketing Passos para dar certo:

Entender a importância do marketing na sua instituição Ter uma equipe de marketing de ponta Avaliar o mercado e como ele enxerga sua instituição Definir o papel que a instituição deseja assumir no mercado Definir metas e objetivos

Definir ações

Definir KPIs (key performance indicators)

Medir todas as ações

Reavaliar a estratégia periodicamente Por fim, sair do papel e colocar em prática.

Fonte: Raphael Gordilho

AGOSTO DE 2014

73


As ferramentas de Marketin !"#$%&&'(%)*'"#+%#('&,%*-). que estão em alta /0%#%"*12#%(#'3*'

HubSpot – voltada para a geração de leads; uma das empresas que mais crescem no mundo e uma das maiores referências em inbound marketing

Google Analytics – embora traga uma enorme quantidade de dados, não compila e/ou refina os resultados. Nem por isso perde sua valia nas estratégias que buscam ser eficientes

MOZ – ótima ferramenta para SEO/SEM e Webmasters, com o objetivo de aumentar a visibilidade de seu site

Sales Force – produz o CRM (Gestão de Relacionamento com o Cliente); famosa e eficiente, é um must have para empresas que buscam criar processos internos a fim de melhores resultados

ExactTarget – foi comprada pela Sales Force e tem funções semelhantes às do HubSpot. É uma grande referência em automação de marketing

ChartBeat – promove análise web em tempo real; é uma ferramenta com alto potencial de crescimento, principalmente dentro de empresas que entendem o verdadeiro valor do conteúdo e como esse é o futuro do marketing

“É importante lembrar que a grande estrela deve ser o operador dessas ferramentas, o profissional de marketing. Se ele não tiver poder de análise e visão, não adianta ter as melhores ferramentas. É como se tivéssemos um piloto de fusca em uma Ferrari, provavelmente não extrairíamos o máximo dela” – Raphael Gordilho 74

AGOSTO DE 2014



UNIMED !"#$%&'()*)+,)*) #-,.#+*"#',)/0#+*)$ !!!"#$%&'#$()"*+,"-(

A saúde tem solução A saúde privada brasileira enfrenta g randes desafios diários, como a inf lação da medicina e o envelhecimento da população (sujeita a mais doenças crônicas, em função da idade), mas vai bem melhor do que pode parecer, para quem acompanha a repercussão de problemas localizados de atendimento. No Índice de Desenvolvimento da Saúde Suplementar (IDSS) mais recente, divulgado em dezembro do ano passado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), uma das constatações foi que 74% dos beneficiários são atendidos por operadoras com desempenho bom ou muito bom. Parte expressiva das reclamações dos usuários, que ganham as manchetes, se refere a serviços não cobertos pelos contratos. A insatisfação decorre, também, do alto nível de regulação do mercado. As operadoras prestam contas à ANS, que controla sua situação financeira, atendimentos, rede de clínicas, hospitais e laboratórios. A agência deter mina, ainda, o percentual de reajuste anual dos planos de pessoa física. Para atender aos clientes, as cooperativas, as seguradoras e as operadoras investem R$ 6,00 de cada R$ 10,00 que bancam a saúde no Brasil. Ou seja, 60% do total, apesar de o Sistema Único de Saúde (SUS) atender a um público potencial de 200 milhões de pessoas, quatro vezes o número de usuários dos planos de saúde. Cabem, aqui, algumas comparações inter nacionais. No país mais rico do mundo, os Estados Unidos, não há cober-

76

SETEMBRO DE 2014


!"#$%$&'()*' !"#$%&'(%)*%"(+",%)*$+-" .+/'0)+-"1)'2%(

tura pública universal de saúde, somente prog ramas para g rupos específicos, como idosos, cidadãos de baixa renda e veteranos de guerra. A propósito, nenhum país tem atendimento geral e g ratuito para mais de 100 milhões de pessoas, como é o caso do SUS. Maior sistema de saúde privada no Brasil, a Unimed, for mado por 109 mil médicos cooperados, tem quase 20 milhões de beneficiários. Um dos líderes no mercado norte-americano é o g rupo Kaiser Per manente, com 8,9 milhões de clientes. Bupa, a maior seguradora de saúde do Reino Unido, tem 14 milhões de associados. As discussões sobre a qualidade da saúde pública e privada não são exclusividade nossa. Ocorrem, por exemplo, no Reino Unido, em relação ao National Health Service (NHS), criado em 1948 e considerado um dos melhores do planeta. O NHS emprega 1,3 milhão de pessoas e atende a um milhão de pacientes a cada 36 horas. Também lá, os usuários reclamam das longas filas e da escassez de recursos. Se avaliar mos, então, a medicina pública e privada do Brasil sem paixão política, nem a emoção explicável pela doença, nosso horizonte é positivo. Temos, evidentemente, de melhorar, de adotar novas for mas de gestão e de unir iniciativa privada e gover nos para aperfeiçoar o atendimento. Há, ainda, que aumentar a remuneração dos médicos e ampliar o acesso da nova classe média aos planos de saúde. Assim, reduziremos a pressão sobre o SUS, que poderá melhorar o atendimento às pessoas de baixa renda. Nossa saúde tem solução, se houver menos preconceito, mais bom senso e trabalho conjunto.

SETEMBRO DE 2014

77


FINANÇAS COMPRAS

Quem mexeu na minha

compra? 78

SETEMBRO DE 2014


Quais são os principais benefícios - e desvantagens - oferecidos pelas soluções de mercado para as compras hospitalares?

!"#$%&'()*!!*

U

m dos mais funda-

bilizadas por empresas especializadas,

mentais setores de

que auxiliam no momento da boa nego-

um hospital – bem

ciação para a manutenção da margem de

como o da grande

lucro. Mas, será este o melhor caminho?

maioria das empresas - é o de compras. Ele é quem define quais serão os mate-

A Associação Beneficente Pró-Saúde

riais, insumos e equipamentos disponibi-

utiliza a central de compras da Aba Saúde,

lizados para seus funcionários e pacientes

na qual o comprador publica sua demanda

e qual é a quantidade ideal a ser adquiri-

no portal de compras e os fornecedores

da, a fim de evitar eventuais perdas - de

recebem uma notificação automática via

todas as naturezas -, sendo então um dos

email sobre oportunidades de negócios,

principais resp ons áve is p el o f u nc i ona-

de acordo com o seu segmento.

me nto suste nt ável d a i nst itu i ç ã o. “A eficiência dos ser viços prestados Com tamanha responsabilidade, grande

em um hospital fica evidente com a agili-

parte dos hospitais brasileiros optou por

dade, transparência e governança do pro-

buscar soluções oferecidas no mercado,

cesso de compra e a economia de escala

ou seja, ferramentas de compras disponi-

possibilita a redução de custos diretos.

SETEMBRO DE 2014

79


Q

!"#$%&'"()*$+(+, -*./$&#"."(0%10"$&)*#%&+()"$(/2"()"& VLJQLÀFD GHL[DU GH FRQWDU FRP VROXo}HV HVSHFLDOLVWDV GH HPSUHVDV 3*"&#".)+(/$/2&#+(4"+$%&"&2*+)%& )"25%&5/$/&"()"(#"$&"& DXWRPDWL]DU RV SURFHVVRV

Ainda, há o aumento de produtividade

Supply, que “funciona como um sis-

com redução de custo operacional: esta-

tema integrado e especialista para a

mos perto de 50% de redução do tempo

gestão e operação do processo de com-

de processamento de compra. Podemos

pras de prestadores de ser viços da área

considerar como benefício certo a pron-

da saúde, cobrindo todas as fases desse

tidão de atendimento nas solicitações

processo e todos os itens. Tudo para-

de mais de 14 mil itens ne-

metrizado, gerenciado e

gociados”,

acompanhado pela insti-

afirma

Mônica

Granzo, diretora executiva da Aba Saúde.

Para de

Pedro

Assumpção

diretor

Augusto Venturini,

da

Visual

Software,especializada em

desenvolvimento

softwares mento

de

para

de

“Um sistema especialista de fora pode contribuir para o processo, mas a gestão do sistema e as decisões tomadas dentro dele devem ser sempre de propriedade da empresa e de seus líderes” – Pedro Venturini, da Visual Software

gerencia-

empresas,

os

tuição compradora”.

“Desenvolvemos sistema

que

um

permite

a

relação direta com fornecedores,

sem

a

pre-

sença de intermediários: acompanha toda a cadeia de suprimentos, seus responsáveis e o tempo que

ERP’s apresentam lacunas de gestão

levou cada fase; forma centrais e define

em determinadas áreas, que podem ser

alçadas de decisão (qual unidade e qual

cobertas por integrações com sistemas

comprador ficarão responsáveis por de-

especialistas como a ferramenta VS-

terminada aquisição); permite a visuali-

80

SETEMBRO DE 2014


a n u e x e m Quem

a r p m o c a h min zação de histórico de preços/fornecedores

o maior beneficio, em minha opinião.

em qualquer período de tempo e de in-

Cada fornecedor participante das ne-

dicadores de desempenho da área; emite

gociações eletrônicas consegue obter

relatórios completos para auditorias in-

informações mais rápidas sobre seus

ternas e externas; tudo operado pela web,

preços e participam em curto prazo de

possibilitando a eliminação de papel, pla-

novas cotações, o que gera a reflexão

nilhas e retrabalhos, operando integrado

sobre suas estratégias comerciais. Pa r a

ao ERP ou não”, explica.

processos internos, a possibilidade de integração com os diversos sis-

De acordo com Fabrício Alva de Souza, parceiro da consultoria XHL, es-

temas de gestão hospitalar agilizam m u i t o o p r o c e s s o”.

pecializada na área da saúde, há benefícios nas ferramentas oferecidas hoje em

“Porém,

desvantagens

relacio-

dia no mercado, porém, há também de

nadas aos custos de implantação e ma-

se levar em conta alguns pontos nega-

nutenção

tivos que elas oferecem.

Embora compreensíveis, tais valores

dos

sistemas

disponíveis.

podem corresponder a um percentual “Os principais benefícios estão rela-

significante dos custos do departamento

cionados à composição constantemente

envolvido e os retornos mais significa-

crescente da comunidade de fornece-

tivos nos valores de compras se dão nas

dores que algumas soluções oferecem.

primeiras negociações. Como se trata de

Ainda, a auto regulação de mercado é

um custo fixo, há a necessidade das in-

SETEMBRO DE 2014

81


!"#$%&'()&#*"+'%&,$#-&,".'/&)&' 0,'1")2&34%$,4#2"'5&.'14))&,4#2&.' "14)4%$5&.'/43"'',4)%&5"'

stituições avaliarem constantemente os

parceria com um número específico de

re s u lt a d o s o bt i d o s c om a f e r r a m e nt a

empresas. Da mesma forma, hospitais

p a r a m a nt ê - l a at r at i v a n o pro c e s s o d o

com critérios muito rígidos de ho-

h o s pit a l”, a f i r m a .

mologação de fornecedores e marcas de produtos que os tornam mais ‘fiéis’ a um determinado grupo de

Para o consultor parceiro da XHL, hospitais que con-

não

“Instituições com soluções próprias alcan¬Ye j]lgjfgk ka_faÚcantes na otimização de processos e redução do tempo de aquisição, mas na maioria das vezes não proporciona o crescimento espontâneo da comunidade de fornecedores” – Fabrício Alva de Souza, da XHL

tam com soluções próprias para o setor de compras, também conseguem retornos significativos. “Instituições com soluções próprias alcançam retornos significantes na otimização de processos e redução do tempo de aquisição, mas na

maioria

das

vezes

proporciona

o

crescimento

espontâneo

da

comunidade

de fornecedores. Tal situação

fornecedores,

essa

opção

passa a ser bastante resolutiva”, conclui. Para

Mônica,

da

Aba

Saúde, caminhamos para um fortalecimento das ferramentas oferecidas pelo mercado. “Já é um modelo consolidado e de retorno comprovado. Instituições

que

possuem

seu próprio setor de compras podem conseguir excelentes negociações,

bem

próxi-

é interessante quando o hospital tenha

mas da que oferecemos, mas poderiam

dificuldades cadastrais para novos for-

otimizar o resultado quando o assunto é

necedores e já tenha estabelecido uma

redução de tempo no processo, volume

82

SETEMBRO DE 2014


de demanda garantida e incorporação constante das melhoras práticas de compras corporativas.”

Já Pedro Assumpção defende a união dos dois modelos para uma solução ideal. “A solução adotada para a gestão de compras não deve ser de mercado e nem própria, mas sim as duas coisas. Um sistema especialista de fora pode contribuir para o processo, mas a gestão do sistema e as decisões tomadas dentro dele devem ser sempre de propriedade da empresa e de seus líderes. Uma solução totalmente terceirizada significa perder o controle daquilo que representa 50% de seus resultados. Ousar desenvolver tudo internamente significa deixar de contar com soluções especialistas de empresas que destinaram dinheiro e muito tempo para entender e automatizar os processos. Por que não ter o melhor dos dois mundos?”, finaliza.

SETEMBRO DE 2014

83


COMPRAS

A importância de uma boa gestão de compras na redução dos custos dos insumos hospitalares Em recente artigo nesta revista, comentamos sobre a importância de uma adequada gestão dos insumos hospitalares, pelo papel relevante que os mesmos representam nos custos e nas receitas dos hospitais.

O Observatório ANAHP edição 6/2014, recém-publi-

cado, mostra que os insumos hospitalares associados em 2013 representaram 29,5% do total das despesas (mesmo percentual registrado em 2012), enquanto que em relação ao total das receitas dos mesmos hospitais, os insumos representaram 48,6% (47,5% em 2012). Na estrutura das despesas, eles são o segundo componente em importância, perdendo apenas para o custo de pessoal. Já na estrutura das receitas, são de longe o mais importante componente, representando quase a metade das receitas hospitalares. Estes números, por si só, indicam a importância de uma adequada gestão dos insumos hospitalares.Por isso, a etapa de compras assume importância vital, pois envolve variáveis externas à empresa, e aquela que pode gerar maior economia, se bem gerida dentro do processo de suprimentos. Para uma boa execução das atividades envolvidas no ato de comprar, alguns requisitos prévios são importantes. Destes, destacamos a necessidade de uma padronização dos insumos utilizados no hospital – tanto medicamentos, quanto materiais, o que possibilitará uma redução na quantidade de itens de estoques geridos, e maiores quantidades destes a serem comprados, permitindo a obtenção de ganhos nas negociações. Este esforço na padronização dos insumos envolve desde a criação das comissões de padronização de medicamentos e materiais, até a necessidade de alinhamento com o corpo clínico para a adoção dos protocolos assistenciais. Outro requisito prévio importante é a qualificação e cadastramento dos fornecedores, principalmente para os insumos de maior importância no processo assistencial – pelo menos para aqueles classificados como A e B, no conceito de Curva ABC, uma técnica de gestão de insumos. Esta qualificação envolve aspectos técnicos e qualitativos – para os quais a participação dos farmacêuticos é fundamental, até aspectos negociais envolvendo prazos de pagamento, condições de faturamento e outros. Muitas vezes é difícil para um hospital, isoladamente, poder realizar um trabalho mais intenso de qualificação técnica dos fornecedores, pelos custos envolvidos – tempo e gastos de deslocamento de seus profissionais até os fornecedores. Uma solução é realizar esta atividade através de associações de classe – a 84

SETEMBRO DE 2014


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./(01+23"24$5'+

ANAHP há anos realiza compras centralizadas de insumos, contando com o apoio de profissionais dos hospitais associados para a qualificação prévia dos for necedores, ou mesmo a constituição de grupos de hospitais de uma mesma região, que compartilham os custos, infor mações e benefícios desta qualificação técnica e qualitativa dos for necedores. Para a etapa da negociação de compras, o volume adquirido de cada insumo é fundamental para a obtenção de custos de aquisição mais favoráveis para o hospital. Neste sentido, as compras conjuntas de diversos hospitais têm sido utilizadas com sucesso. Mais uma vez voltamos a citar a ANAHP como um caso de sucesso na obtenção de menores custos de aquisição de insumos, principalmente medicamentos, utilizando as compras conjuntas de diversos hospitais associados. Entretanto, na inexistência de associação de classe, é perfeitamente possível que hospitais de uma mesma região geográfica se mobilizem através da constituição de um grupo ou clubes de compras, e atuem com compras conjuntas dos insumos hospitalares. Para tanto, o importante é um mínimo de padronização dos insumos e, principalmente, uma visão gerencial mais moder na e menos míope. Outro aspecto importante no ato de comprar é a adoção das platafor mas eletrônicas, que ampliam, de for ma significativa, o contato do hospital com o mercado de for necedores, possibilitando a obtenção de melhores custos de aquisição.

As platafor mas de

compras, por outro lado, agilizam e infor matizam todo o processo de cotação, emissão de pedido de compras, reduzindo o custo administrativo dos hospitais. Embora tenha havido evolução no processo das compras conjuntas por parte de associações de classe, ou eventuais grupos de hospitais constituídos sob a for ma de grupos de compras, temos notado que ainda inexistem, ou são muito raras, compras conjuntas para serviços hoje muito utilizados pelos hospitais, tais como serviços de higiene e limpeza, produção e for necimento de refeições, lavanderia, sistemas infor matizados, manutenção predial, engenharia clínica, dentre outros. Esta seria uma prática importante de ser perseguida, principalmente, em regiões delimitadas, que podem ser de interesse dos for necedores em lá se instalar. Além de um método muito interessante para os hospitais, para obter ganhos em seus processos de compras de serviços de terceiros.

SETEMBRO DE 2014

85


2°FÓRUM $

DE FINANÇAS PARA SAÚDE

2 de Setembro

Terça-feira - 8h às 17h

Local: Senac Aclimação Endereço: R. Pires da Mota, 838 Liberdade, São Paulo - SP

No dia 02 de Setembro de 2014, terça-feira, a HEALTHERS realizará a 2ª edição do encontro de gestores de finanças. Levaremos boas práticas, cases de sucesso e convidados para temas que fazem parte do dia-a-dia de cada um dos participantes.

Parceria:


Informações sobre inscrição: beatriz@healthers.com.br / ana@healthers.com.br Tel: 11 4327-8716/ 4327-8726

AGOSTO DE 2014

29


CASE

Integração a caminho !"#$%&'()*'#)+(,-%.'#)*/)01")2'3(")%-&/45') *'*"#).'*'#&5'%#)*/)$'.%/-&/#)/)'4%(%6')&5".') */)%-7"58'9:/#)/-&5/)#/3#)*/6)%-#&%&3&"#

C

!"#$%&'(&)*+,#(+'-%#

onsiderado

uma

f or m a ç õ e s p a r a a i n s t itu i ç ã o, qu e

d as maiores inst i -

t e m o d e s a f i o d e g e re n c i á - l a s , t or-

tuiçõ es

s aúde

n a n d o - a s e s t r at é g i c a s p a r a a op e -

Hos -

r a ç ã o e a g i l i z a n d o o at e n d i m e nt o

do

p aís,

de o

pit a l d as C línic as de São Pau lo

d e s e u s p a c i e nt e s .

(HCFMUSP) impressiona a to dos não ap enas p or su as dimens õ es, mas

Pens ando ness e g rande des af io, a

t amb ém p elo número de atendimen-

áre a de TI do hospit a l iniciou o pro -

tos re a lizado s.

cess o de integ raç ão d as infor maçõ es c ad ast rais de s eus p acientes ent re os

Em

2013,

as

i n s t i t u i ç ã o,

que

possui 380mil metros quadrados

de z inst itutos que comp õ es o complexo do HC.

e cerca de 2.4mil leitos, realizou cerca de 1,6 milhão de atendimen-

D e acordo com o, diretor co orde -

tos ambulatoriais, 320mil atendi-

nador de TI do núcle o esp e ci a lizado

mentos de emergência e mais de

em te cnolog i a d a infor maç ão do HC,

14.4milhões de exames laborato-

Jacs on B ar ros, p ara gan har ag i li -

riais em seus oito institutos e dois

d ade na t ro c a de infor maçõ es, ent re

hospitais auxiliares.

os diferentes inst itutos, a ent id ade re cor reu a uma fer rament a de inte-

Cada

re a l i z a d o

g raç ão for ne cid a p el a InterSystems,

g e r a u m a g r a n d e qu a nt i d a d e d e i n -

o Ens emble, que auxi li ará na con -

88

pro c e d i m e nt o

AGOSTO DE 2014


!"#$%&'()%#*+,-./01%/0#2-3#$-+1%#'30# ./0+1-#0&*010#1%#45#60/0#06/*3%/0/#0#,/%70# 10$#*+8%/30(9-$#1%$#607*-+,-$#1-#$'0#/-1-# $-.'*+1%#0$#+%/30$#1%#3%1-&%#4:;<# =#>07$%+#?0//%$@#1%#45ABCDE

s olid aç ão do us o do p adrão de t ro c a de d ados mé dicos HL7 (He a lt h L e vel 7), p er mit indo a integ raç ão d as infor maçõ es c ad ast rais dos p a cientes reg ist rad as nas unid ades que comp õ em a organizaç ão de s aúde. A s oluç ão integ radora vem s endo uma g r ande a li ad a do HC p ara apr imorar a t ro c a d as infor maçõ es dos p acientes de su a re de s eguindo as normas do mo delo HL7.

O projeto de integração dos sist e m a s d e i n f o r m a ç õ e s , q u e d u ro u t r ê s m e s e s e e nv o l v e u c i n c o profissionais, já trouxe resultados significativos para o trabalho das equipes médicas em relação à velocidade na troca de dados sobre

!"# $ %& ' ( ) * +( ( ' ( O h o s pit a l , qu e j á p o s s u i s i s temas

de

prontu á r i o

(PEP),

pre t e n d e ,

em

e l e t rôn i c o um

f utu ro

próx i m o, e x p a n d i r o u s o d a t e c n o l o g i a i nt e g r a d or a d a Int e r Sy s t e m s , a d i c i on a n d o t a mb é m i n f or m a ç õ e s c l í n i c a s d o s p a c i e nt e s , re g i s t r a d a s n o s prontu á r i o s , p a r a qu e t o d a s a s e qu ip e s m é d i c a s p o s s a m c omp a r t i l h a r o h i s t ór i c o d e s aú d e d o s s e u s p a c i e nt e s ,

i n d e p e n d e nt e

da

uni-

d a d e e m qu e f ore m at e n d i d o s .

A e x p e c t at i v a é d e qu e o HC t r a n s f or m e a t e c n o l o g i a e m s e u i nt e g r a d or

base

em

proj e t o s

de

o cadastro dos pacientes entre as

prontu á r i o s e l e t rôn i c o s e d e c omu -

u n i d a d e s d o H C , c o m o e n d e r e ç o,

n i c a ç ã o i nt e r n a e nt re t o d a s a s u n i -

i d a d e , s e x o, f i l i a ç ã o, e t c .

d a d e s d o c omp l e x o.

AGOSTO DE 2014

89

! #-,. !!!"


LIDERANÇA

As pessoas são diferentes.

E acredite: isso nos traz resultados.

Pe n s a r n o p o d e r d a s p e s s o a s , n o p o t e n c i a l e d e s a f i o que se tem em trabalhar as diferenças, nas situações cotidianas mais básicas e familiares, enfim, nesse universo tão presente em nosso dia a dia, talvez seja a melhor maneira para se ref letir sobre a efetividade dos processos de liderança e gestão. Po r m a i s d i f e r e n t e s q u e a s p e r s o n a l i d a d e s s e j a m , q u a n do coladas juntas, de for ma correta, proporcionam g randes resultados. !"#$%&"'()$*+*#),' -)%.)%$+'/"0),

ŝƌĞƚŽƌ džĞĐƵƟǀŽ ĚŽ 'ƌƵƉŽ ^ĂƷĚĞ ĂŶĚĞŝƌĂŶƚĞƐ

Um bom exemplo: ainda guardamos na

memória a amarga e excelente campanha da Alemanha nessa Copa do Mundo, time que foi orquestrado por meio de um planejamento de médio e longo prazo, focado no perfil e necessidades de seus jogadores; de um prog rama de preparação física e psicológica baseado no estudo do d e s g a s t e f í s i c o e p e r f o r m a n c e i n d i v i d u a l m e d i d o e av a liado em cada partida, de como cada um poderia fazer a diferença dentro de campo. Tu d o b e m , o t e m a f u t e b o l e s t á e m b a i x a e c o m o a c o n t e c e n a s e m p re s a s, e q u i p e d e u m c r a q u e s ó n ã o c o n s e g u e ch e g a r l á , p o d e m o s, e n t ã o, p e n s a r t a m b é m n a t á t i c a d o v ô l e i q u e p re c i s a d e u m l í b e ro, u m l e v a n t a d o r e d e a t a c a n t e s p a r a fo r m a r o t i m e. Fa t o : n o mu n d o c o r p o r a t i vo t a m b é m é n e c e s s á r i o c o n t a r c o m p ro f i s s i o n a i s q u e a t u a m e m d i ve rs a s p o s i ç õ e s c o m fo c o e m p l a n e j a m e n t o, a n á l i s e, c o n t ro l e e re a l i z a ç ã o. S e m i s s o, n ã o h á v i t ó r i a . Va m o s t r a ze r a m e s m a a n a l o g i a p a r a a n o s s a c a s a . E s p o s a , m a r i d o, f i l h o s, n e t o s, av ó s, m ã e s, s o g ro s. . . o q u e e l e s têm

90

AGOSTO DE 2014


!"#$%&'()*)+,)*) #-,.#+*"#',)/0#+*)$ !!!"#$%&'#$()"*+,"-(

de igual ou semelhante, a mesma criação? Certamente você como eu deseja todo o sucesso do mundo aos seus filhos. No meu caso, tenho um casal, um menino e uma princesa, com temperamentos, signos e desejos completamente diferentes, e certamente, a felicidade está em explorar, incentivar e apontar as potencialidades de cada um, além de ensinar a importância da troca, em aprender com o outro. E isso só fortalece a família. Ou seja, não importa qual “time” comandamos, é responsabilidade do “técnico” fazer com que sua equipe - multicultural, com personalidades e forças diferentes - trabalhe em conjunto e contribua para o sucesso da instituição. Mas, quanto realmente o líder conhece a capacidade, as características, expectativas, fragilidades e aspirações de cada um do seu time? Não há mais espaço para equipes padronizadas, míopes, focadas apenas nas tarefas que repousam em suas mesas ou nas funções descritas em seus crachás. O mesmo se aplica ao líder. O gestor precisa desenvolver um processo único de relacionamento e entendimento com seus pares e colaboradores, esquecer o ditado “equipe precisa se moldar ao chefe” e buscar seus resultados na estratégia operacional, se debruçando em conhecer a fundo o seu time, encaixando de for ma certa, as pessoas certas, nas posições certas. Vamos sair de traz de nossos computadores para conhecer mais as pessoas, conhecer as necessidades in loco e nossos processos (aliás, esse será o meu tema para a próxima edição). Enfim, sejamos mais curiosos. E viva a diferença!

AGOSTO DE 2014

91




ARQUITETURA !"#$%&'()*)+,)*) #-,.#+*"#',)/0#+*)$ !!!"#$%&'#$()"*+,"-(

!"#$%&'()%*'+*(%,-)').+*)%*

!"#$%&'()*% 94

SETEMBRO DE 2014


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C

ompartilhando um pe-

IMAginal, e uma empresa de design de

culiar apreço pela ar-

móveis hospitalares, a Imma.

quitetura

hospitalar,

o casal Fábio Cardoso

O objetivo da experiência, claro, seria

e Moema Falci Lores, no início do ano,

ver de perto alguns dos mais avançados

começou a caçar espaços na agenda e le-

centros médicos da Europa. Mas, como

vantar recursos próprios para um novo e

toda jornada em busca de conhecimento,

ortodoxo investimento: deixar para trás

esse tour europeu ser viu como uma ver-

suas merecidas férias e visitar mais de 25

dadeira motivação pessoal e, por que não,

hospitais na Europa.

como uma abertura de “novos horizontes”.

E foi assim que, em 20 de março, o en-

Com um custo total entre 20 mil e 25

genheiro e a arquiteta zarparam para a

mil reais, eles visitaram, além da Holanda,

Holanda, com duas passagens aéreas,

a Inglaterra e a França, com direito a uma

adquiridas em programa de milhagem,

folga de sete dias na B élgica para descan-

rumo a um intercâmbio de 40 dias entre

so, porque ninguém é tem design de ferro.

o que há de mais novo no Velho Mundo quando se trata de design hospitalar. “A

A hospedagem deu-se mediante arran-

motivação foi a gente estar nesse mercado

jos feitos plataforma online de aluguéis

e a vontade de buscar coisas novas”, disse

Airbnb, que acabam saindo mais em con-

Fábio, que, junto com sua esposa Moema,

ta do que hotéis, e as passagens aéreas,

possuem um escritório de arquitetura, o

da-lhe classe econômica. Além disso, muiAGOSTO DE 2014

95


ARQUITETURA

Centro Hospitalar Lagny Marne-la-Vallée, França

tas da refeições incluíram a boa e barata

experiência, e talvez no médio e longo

culinária hospitalar europeia, ao custo

prazo possa trazer frutos disso tudo,

estimado de 5 euros. Pode não ser uma

mas não foi o objetivo principal”, disse

viagem de luxo, mas isso tampouco im-

Fábio.

portava para eles. “É u m i n v e s t i m e nt o q u e e m n e n hu m m om e nt o

a

g e nt e

p e n s ou

q u e n ã o v a l i a a p e n a”, a f i rm ou Fá bi o.

Eles agora buscam maneiras de colocar em prática o que analisaram de perto. “Vamos trazer um pouco dessa experiência para o Brasil, e abrir um

pouco

os

A meta principal foi ver o

“O que vimos são construções bem planejadas e projetadas, com custos semelhantes com a realidade do Brasil”

horizontes”,

hospitalar

contemporânea,

novos desenvolvimentos de tecnologia e, claro, analisar aplicações no Brasil.

O IMAginal já trabalha em um projeto inovador na Santa Casa de Juiz de Fora, mas tudo indica que o escritório

- Moema Falci Lores

segundo Fábio.

florescimento da arquitetura

está pronto para novos empreendimentos, talvez ainda

“A gente tem uma possibili-

mais ousados. “O que vimos

dade até de uma parceria lá da Holanda

são construções bem planejadas e pro-

para uma possível interação com aqui

jetadas, com custos semelhantes com

no Brasil. A gente foi buscando uma

a realidade do Brasil”, escreveu a ar-

96

SETEMBRO DE 2014


quiteta em um artigo sobre a viagem.

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hospital não universitário do país.

Tal dinamismo na arquitetura hospitalar, no entanto, é um cenário que

Apesar de todos os países terem agre-

destoa de grande parte da realidade

gado muitas coisas para a experiência

brasileira, apesar de alguns empreendi-

do casal, não é necessário investigar

mentos pontuais no país. “No Brasil,

muito para saber qual foi o mais im-

você ainda tem pouca inovação na ar-

pressionante. “A Holanda certamente é

quitetura hospitalar e em design de

um dos principais pontos de arquitetura

móveis para saúde, apesar de ter bons

hospitalar de alta qualidade na Europa,

hospitais e bons projetos.”

talvez no mundo”, disse Cardoso, acrescentando que eles visitaram nada menos do que 15 hospitais em 20 dias por lá.

Ele citou como caso a pouca atenção dada à destinação orçamentária para o projeto arquitetônico de um novo hos-

Eles citaram como exemplos bastante

pital, em comparação aos grandes gas-

notáveis o Orbis Medisch Centrum,

tos como equipamentos e outros itens

na cidade de Sittard, considerado por

mais diretamente ligados ao funciona-

muitos como o “hospital do futuro”, o

mento de um centro de saúde.

Martini Hospital, com sua construção flexível e grande incidência de ilumi-

Segundo Moema, no entanto, a questão

nação natural, e o Den B osch, o maior

da saúde está tão ligada ao design do

SETEMBRO DE 2014

97


Foram 40 dias de intercâmbio na Europa, mais de 25 hospitais referência em Arquitetura Hospitalar na Holanda, Inglaterra e França



TI ARQUITETURA

ambiente quanto aos equipamentos e funcionalidades

disponibilizados.

hospital”, afirmou Cardoso.

“A

arquitetura possui vários artifícios que

Um problema, o qual, segundo eles,

podem diminuir o estresse do ambiente

foi resolvido da forma mais proveitosa

hospitalar, ajudar na recuperação mais

possível. ”A gente começou a entrar em

rápida do paciente, além de

contato com os escritórios de

criar um espaço de trabalho

arquitetura responsáveis pe-

que estimule enfermeiros, médicos e funcionários”.

Apesar de os Países Baixos estarem à frente do Brasil em

termos

de

design,

um quesito no qual ambos os países são bastante equiparáveis: o contato de pessoas de fora do meio médico. “A gente começou tentando mar-

“No Brasil, você ainda tem pouca inovação na arquitetura hospitalar e em design de móveis para saúde, apesar de ter bons hospitais e bons projetos.” - Fábio Cardoso

los grandes projetos hospitalares… e fomos muito bem recebidos”, disse o engenheiro.

Um tipo de contato que não apenas foi satisfatório para conhecer as instalações na Holanda, como também gerou bastante interesse das contrapartes europeias nos trabalhos dos brasileiros.

car direto com os hospitais, e foi um fracasso, a gente não

Já na Inglaterra, o casal

teve retorno, era difícil ter uma área es-

teve um contato maior com fabri-

pecífica que recebia pessoas de fora. No

cantes de diversos produtos para hospi-

Brasil é muito difícil também visitar um

tais, inclusive mobiliário, uma área de

100

SETEMBRO DE 2014


bastante interesse do casal. “Na Ing l ate r r a hav i a p ouc o s ho spit ais novo s … o pr i nc ip a l d e l á e r am d e i nov a ç õ e s em pro duto s e mobi l i ár i o s p ar a áre a de s aú d e”, d iss e el e. Um d o s d e s t a q u e s f oi o Wi l h e l m i n a C h i l d re n Ho s pit a l , qu e t e m u m c a r át e r or g a n i z a c i on a l e f í s i c o b a s t a nt e i n ov a d or.

A França também teve um gosto especial, especialmente por conta do Centro Hospitalar Lagny Marne-la-Vallée, no centro do país, cujas fachadas mudam de cor de acordo com a intensidade da luz do sol, o que, segundo Fábio, dá um tom de humanização à natureza hospitalar, geralmente vista pelos pacientes como asséptica.

“Não foi nem o principal projeto que fomos ver, mas o trabalho que ele tem na fachada, com os painéis de cor, em um momento do dia quando aquela luz bate e você vendo de todo o hospital… aquilo dão uma sensação muito agradável.”

Foi uma visita ao conhecido Velho Mundo, mas poderia muito bem ter sido um tour pelo futuro.

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SETEMBRO DE 2014

101




ASAP !"#$%&'()*)+,)*) #-,.#+*"#',)/0#+*)$ !!!"#$%&'#$()"*+,"-(

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104

AGOSTO DE 2014


Saúde Suplementar aposta em ações de promoção de saúde e prevenção \] jak[gk ] \g]f¬Yk& 9ead \akhgfaZadarY k]l] hjg_jYeYk im] Z]f]Ú[aYe mais de 400 mil pessoas em todo o país !"#$%&'(")*#(*+%,$

A

s estatísticas são aterradoras:

oferecem prêmios e descontos nas mensalidades

mais de 70% das mortes que

dos planos. Segundo a agência reguladora, a ini-

ocorrem no Brasil a cada ano

ciativa representa uma mudança de paradigma na

são decorrentes de doenças

saúde suplementar, pois o objetivo do sistema de

crônicas, como diabetes, câncer, problemas car-

saúde deve ser promover a saúde e não somente

diovasculares e respiratórios. No entanto, boa

tratar doenças.

parcela desse índice poderia ser evitada com a adoção de um estilo de vida saudável, prevenção

Aposta

e monitoramento. Por conta disso, a Agência Nacional de

Apostando em iniciativas de prevenção desde

Saúde Suplementar (ANS) tem incentivado

a década de 90, a operadora de saúde Amil dis-

as instituições de saúde – por meio das Resoluções

ponibiliza, hoje, sete programas nessa linha. Eles

Normativas 264 e 265, de agosto de 2011 – a re-

englobam: atendimento domiciliar a idosos; apoio

pensarem suas gestões, de modo a contribuírem

às gestantes de alto risco; identificação precoce de

para mudanças no modelo assistencial, incorpo-

doenças crônicas e câncer de mama; orientação a

rando, progressivamente, ações de promoção da

pacientes com alta hospitalar; prevenção do de-

saúde e prevenção de riscos e doenças.

clínio funcional de idosos; identificação e preven-

O cenário tem mudado. Até 2011, havia 127

ção de doenças metabólicas, cardiovasculares e

programas que beneficiavam 198 mil usuários.

oncológicas; e gestão de pacientes de alto risco.

Em 2012, o número de programas saltou para

Juntos, os programas contam com mais de 400 mil

760 e o de usuários, para 1,2 milhão. Hoje,

beneficiados em todo o Brasil.

segundo a ANS, o Brasil conta com 993 opera-

Uma das iniciativas é o Programa Amil de

doras de planos de saúde em atividade e 1.083

Qualidade de Vida (PAQV), criado em 2001. Vol-

programas de promoção da saúde e prevenção

tado a clientes corporativos, promove prevenção e

de riscos e doenças.

identificação de doenças cardiovasculares, diabe-

Além de estimular hábitos saudáveis, os programas

implementados

pelas

operadoras

tes e determinados tipos de câncer. Alguns fatores de risco associados também são mapeados, como AGOSTO DE 2014

105


ASAP

obesidade, tabagismo e colesterol alto. De acordo com Antonio Felipe Sanjuliani,

da Gestão de Saúde Amil a participar do programa Gestão de Pacientes de Alto Risco (GPAR).

gerente de Gestão de Saúde da Amil, com a marca

A partir de então, os gestores acompanham,

de 270 mil participantes, o PAQV já identificou

diariamente, consultas e procedimentos médicos

altos índices de sedentarismo (64%) nas empre-

realizados pelos clientes, assim como a realização

sas, além de 16,6% de hipertensos, 12,7% de fu-

dos exames indicados, a periodicidade, consultas,

mantes, 11,2% de obesos, 5,3% de dislipidêmicos

entre outros eventos.

e 1,6% de diabéticos.

“Na prática, a ferramenta possibilita o geren-

“O programa é uma ferramenta importantíssi-

ciamento, o acompanhamento e até a antecipação

ma para o cuidado da saúde, sobretudo para quem

de determinados tratamentos, prevenindo com-

não sabe ser portador de doenças e, a partir da

plicações e avanços de algumas enfermidades”,

descoberta, passa a definir quais hábitos necessita

aponta Sanjuliani.

mudar ou quais cuidados deve tomar”, considera.

Riscos

Após quatro anos da adoção do sistema GPAR, os resultados são sólidos. Com mais de 290 mil participantes, o número de consultas, exames e internações de quem aderiu ao programa já é

Uma equipe multidisciplinar acompanha todas

42% menor se comparado ao de pacientes com as

as fases do PAQV, que inicia com a análise das in-

mesmas características clínicas que não partici-

formações resultantes do questionário preenchi-

pam do grupo.

do pelo usuário via web. É o que vai definir o espectro de risco – baixo, médio ou alto.

Visão das empresas

Aqueles que não precisam de tratamento médico, recebem uma série de orientações sobre mu-

As empresas têm percebido, cada vez mais,

dança de hábitos e adoção de estilo de vida mais

os programas de prevenção como um diferencial

saudável. Já os que têm risco de desenvolver doen-

para melhorar a qualidade de vida dos colabora-

ças cardiovasculares, osteomusculares, diabetes

dores e, consequentemente, diminuir os custos em

ou declínio funcional são convidados pela equipe

médio e longo prazos. Há uma consciência maior

106

AGOSTO DE 2014


´9HULĂ€FDPRV TXH R FXVWR PpGLFR GDV LQWHUQDo}HV GHFRUULGDV GH GRHQoDV FDUGLRYDVFXODUHV UHGX]LX DR DQR DV LQWHUQDo}HV WLQKDP PHQRU FRPSOH[LGDGH H R Q~PHUR GH JXLDV SDUD LQWHUQDomR SDURX GH FUHVFHUÂľ 0DUFR $QWRQLR GRV 6DQWRV GD $PLO sobre como as doenças crĂ´nicas geram altos cus-

e 59 anos (46%) e acima de 60 anos (14%), foram

tos quando nĂŁo acompanhadas corretamente e

propostas açþes focadas especificamente nesses

podem, ainda, levar Ă maior taxa de absenteĂ­smo

perfis etårios: mapeamento de doenças cardiovas-

e à redução da produtividade.

culares e diabetes, acompanhamento telefĂ´nico

De acordo com Marco Antonio Ferreira dos Santos, diretor corporativo da Amil, incentivo e

dos pacientes com risco de doenças crônicas e palestras educativas de prevenção primåria.

motivação são grandes desafios na hora de im-

“ApĂłs acompanhar esse grupo por trĂŞs anos

plementar um programa de prevenção dentro de

consecutivos, verificamos que o custo mĂŠdico das

uma empresa. “Percebemos, ao longo dos dois

internaçþes decorridas de doenças cardiovascu-

Ăşltimos anos, que o setor de Recursos Humanos

lares reduziu 28% ao ano, as internaçþes tinham

vem atuando com maior frequĂŞncia nesse pro-

menor complexidade e o nĂşmero de guias para

cesso�, conta.

internação parou de crescerâ€?, revela o executivo.

O trabalho ĂŠ paralelo ao da Amil, que analisa

JĂĄ em outra empresa, com risco de incidĂŞncia

estrategicamente o programa ideal para cada em-

osteomuscular, pelo ramo de atividade, foram

presa, levando em consideração suas caracterís-

realizadas palestras educativas de prevenção

ticas peculiares. Como resultados, em primeiro

primĂĄria e atividades de correção postural. “No

lugar, melhoria na qualidade de vida dos colabo-

primeiro ano de acompanhamento, observamos

radores, impulsionada pelo estímulo às mudanças

decrĂŠscimo de 25% no custo mĂŠdio das inter-

de håbito e atitudes de prevenção; em longo pra-

naçþes por doença osteomuscular no grupo de

zo, redução de internaçþes de longa permanência,

funcionĂĄrios participantes do programa. Nos dois

reinternaçþes e procedimentos invasivos; por fim,

anos subsequentes, a queda registrada foi de 17%.

vem o impacto financeiro na empresa.

TambÊm vimos que as internaçþes tinham menor

Santos conta um exemplo de uma empresa participante do PAQV e do GPAR que apresentava

complexidade e, mais uma vez, houve estabilização no nĂşmero de guias emitidasâ€?.

elevada utilização de procedimentos relacionados a doenças cardiovasculares no plano de saúde. Com uma população distribuída nas faixas de 30

Entre nossas empresas-clientes estão Light, Caçula, Beleza Natural e H.Stern. AGOSTO DE 2014

107


ASAP

Programas de prevenção - Programa Gestante de Alto Risco: realiza o monitoramento de gravidez com alguma condição que coloque a mãe e o bebê em perigo. Atualmente, no Rio de Janeiro, 309 mulheres, de 15 empresas, recebem orientação para marcação de consultas e realização de exames; - PRO Mamãe & Bebê: especialistas orientam a futura mamãe sobre a gestação até o primeiro ano de vida do bebê e, ainda, sobre as técnicas de amamentação. Atuante desde 2012, o programa já atendeu, na rede preferencial da Amil em São Paulo, 1.400 gestantes mensais no in company e mais de 800 gestantes nas empresas-clientes da Amil; - Bem Viver: destinado a idosos que apresentam declínio funcional e têm alta probabilidade de internação hospitalar. Após identificados, eles passam a receber, em seu domicílio, visitas agendadas de equipe interdisciplinar; - Programa de Rastreamento de Câncer de Mama: identifica riscos de incidência do câncer de mama entre mulheres de 35 a 69 anos. Aquelas que apresentam maior chance de desenvolver a doença são orientadas para a realização de consulta com especialistas, além de exames, como a mamografia. - Prevenção de Declínio Funcional do Idoso (PDFI): por meio da aplicação de questionários validados internacionalmente, identifica na população acima de 65 anos os indivíduos com alta probabilidade de internação hospitalar, mas ainda sem perda de sua capacidade funcional. Esses indivíduos recebem acompanhamento ambulatorial de geriatras e passam a ser monitorados por meio do GPAR. Nos últimos 12 meses, o PDFI abordou cerca de 5.500 idosos.

108

AGOSTO DE 2014


2°FÓRUM

DE COMPRAS PARA SAÚDE

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Saúde: sua cadeia é realmente de valor? Um dia desses, em um papo legal sobre a vida, um amigo disse: “uma hora a verdade chega à vida de todos e a gente precisa fazer alguma coisa com ela”. Fiquei feliz em ouvir, pois quando entendemos que só por meio dela encontramos o sentido que precisamos para realizarmos bem tudo o que nos propomos, então evoluímos e fazemos a diferença. Assim, logo pensei que essa genuinidade também chegará para as empresas, principalmente no setor da saúde, área tão carente de desenvolvimento no Brasil. Uma cadeia de valor é aquela que propicia relações verdadeiras, enxerga todos os propósitos de existência e tenta prever os propósitos futuros, se vê como elo fundamental no desenvolvimento de suas partes interessadas e é comprometido com os desafios de seu país, seu mercado e com as pessoas que transitam nele. Há vários pontos de partida dentro do fluxo das atividades que percorremos nos setores da saúde. Vamos olhar de forma integral, começando pela interligação dos órgãos reguladores (ANS, Anvisa, FDA e EMEA) com os três pilares (produtos, serviços e intermediação financeira), em que se baseia toda a cadeia de valor da saúde. Como sua empresa lida com as questões legislativas e constitucionais do setor? Há uma relação próxima? Tem propostas para ajudar esses órgãos a resolverem problemas da área? Agora, vamos falar um pouco do pilar “produtos”, responsável pelo fornecimento de produtos e tecnologias, sejam eles farmacêuticos sintéticos, biotecnológicos, equipamentos médico-hospitalares e a tecnologia da informação a serviço da saúde. Você sabe se seus fornecedores utilizam trabalho escravo? Se eles fazem discriminação com negros, mulheres, gays ou qualquer outro diversidade? Escolhem matérias-primas livres de externalidades negativas? Afinal, não adianta resolver uma ponta em detrimento de outra. Essas perguntas são o início do entendimento de que vocês também são responsáveis por estas escolhas. Vemos isso todos os dias nos jornais até mesmo em outras áreas, como a têxtil, onde grandes empresas estão fechando as portas – a multa é tão alta que elas próprias valem menos. Em “serviços”, podemos destacar a promoção da saúde, prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, monitoramento e gestão de doenças crônicas, lugar especial para o fator de humanização no atendimento, pessoas que amam o que fazem e engajadas em fazer essa relação ser mais confiável e agradável possível – dada a sensibilidade que essa

28

SETEMBRO DE 2014


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esfera possui. Aqui, o importante é “como” suas operações são realizadas, sejam diretamente com o paciente no leito ou com o hospital e a operadora, enfim, com qualquer parte desse ciclo. Não há nada mais valioso do que seu paciente ou cliente virar seu fiel companheiro, feliz com a forma respeitosa com que é atendido. Sua empresa auxilia os colaboradores nisso? Eles sabem da importância que possuem nesse processo? Investe em treinamento voltado ao coaching dos gestores para aproveitar o melhor de todos os profissionais? Não é suficiente apenas o conhecimento técnico. Os gestores precisam ser desenvolvedores dos colaboradores. Além disso, como vocês lidam com os serviços complementares, como os judiciários, tributários e engenharia clínica? São terceirizados? Eles possuem a mesma essência e os mesmos princípios de trabalho? Dão a atenção devida à gestão de pessoas, item básico para qualquer prestadora de serviço? Este pilar é um dos mais complexos, pois lidamos com diversos níveis de consciência e de necessidade e, portanto, é mais difícil extrair resultados 100% satisfatórios. Porém, o intuito é fazer esse percentual aumentar cada vez mais. Já a intermediação financeira representa a propagação e a retenção do capital ao longo dessa cadeia de valor. Este pilar lida com marcas e patentes, gestão pública (SUS), privada (operadoras: seguro-saúde, autogestão, medicina de grupo, cooperativa e filantrópica) e os gastos diretos (empresa, colaboradores e terceirizados). A relação aqui deve ser de franqueza tanto por parte do contratante como dos contratados e parceiros. Possui políticas de pagamento bem claras e justas? Paga no dia correto? Avalia a prestação de serviços em contrapartida com a entrega e o valor cobrado? Dá feedback? A cadeia de valor da saúde é fragmentada e isso aumenta a complexidade na gestão. Quando uma das partes atua para entender somente seus objetivos em detrimento da melhoria como um todo, há grande ineficiência sistêmica, o que pode ocasionar um enorme conflito e, consequentemente, perda em todos os lados envolvidos. No Brasil, diversas organizações adotaram iniciativas em prol de uma gestão sustentável de sua cadeia de valor. Podemos citar os exemplos do grupo Fleury, Hospital Sírio Libanês e Hospital Albert Einstein, por exemplo. Acredito que ser relevante é permanecer como parte viva da sociedade, fazendo a diferença no dia-a-dia de todos os envolvidos em sua história. Isso é fazer alguma coisa com a verdade.

SETEMBRO DE 2014

29


CASE

!"#$%&'(&)'&)*+,) você já pensou sobre isso? 112

AGOSTO DE 2014


!"#$%&'()*)+,)*) #-,.#+*"#',)/0#+*)$ !!!"#$%&'#$()"*+,"-(

Uma nova discussão vem tomando conta dos setores de TI da saúde americana, a segurança de dados, e de acordo com publicações especializadas a coisa vai mal com os nossos vizinhos do norte. A área de TI da saúde é considerada uma das mais vulneráveis cyberataques, e aonde há mais escassez de profissionais especializados. !"#$%&#'(%)#

AGOSTO DE 2014

113


CASE

E

nquanto

falamos

em

mentar, etc, tudo feito de forma online

sistemas de gestão inte-

pode se tornar uma dor de cabeça futura

grado, gerenciamento de

para todo o setor.

Big Data e intero pera-

bilidade nos hospitais, tem alguém da

Mas, além de se preocupar com a segu-

sua instituição falando em c y ber defesa?

rança, privacidade e confiança, os CIOs

Qual é o plano para proteger todas essas

tem mais um motivo para aumentarem a

informações que irão circular na rede e

dose de analgésicos, onde encontrar os

serão trocadas entre pacientes, médicos,

profissional adequado? S egundo Health-

laboratórios e demais empresas do setor?

care IT, existem poucos Healthecare CI-

Pois é, acho que esquecemos desse detalhe.

SOs (Chief information S ecurity Officer) e os que existem, cobram muito caro pe-

De acordo com o site Healthercare

los seus ser viços. S e eles estão escassos

IT, são poucos os CEOs e CIOs do setor

no mercado americano, imagina no bra-

que estão preocupados em contratar es-

sileiro? Ainda conforme a publicação do

pecialista em segurança da informação

site, boa parte da culpa por essa escassez

e criar um depar tamento especializado

é do próprio setor, que tem demonstrado

para essa área. Cy ber S ecurity é um setor

pouco interesse na aérea, desestimulan-

está em alta no mercado de TI em diver-

do o desenvolvimento de profissionais

sos setores da indústria e do governo,

especialistas em segurança na saúde.

porque lidam diretamente com a privacidade, conf iança e os tradicionais proble-

As

informações

que

circulam

nos

mas de segurança. O aumento de troca de

softwares de gestão dos hospitais são

informações entre médicos e pacientes,

de extremo valor para o mercado negro,

entre hospitais, agencias de saúde suple-

como fraudes em operadoras e como

114

AGOSTO DE 2014


uma forma de conseguir prescrições de

vam voltadas para os hardwares, desfi-

substâncias controladas. De acordo com

briladores cardíacos e bombas de infusão

publicação da Forbes, esse ano, o FBI

de insulina por exemplo. Mas depois

reconheceu essa questão como um prob-

dessa declaração de Reese, segundo a

lema sério de segurança lançando um

Forbes, no evento desse ano, que será

aler ta para as indústrias.

realizado em L as Vegas, a questão dos softwares deve estar sob os holofotes dos

“A indústria de saúde não é tão resistente a c y ber ataques como setores f inan-

hackers devido a sua imensa vulnerabilidade.

ceiros e de compras, dessa maneira, mais sucetível a invasões nos sistemas”, aspas do FBI para a Reuters em abril de 2014.

No B r a s i l e s s a qu e s t ã o a i n d a é mu it o i n c ipi e nt e , b e i r a n d o o e s qu e c i m e nt o, e i s s o t r a z m a i s u m pro b l e m a p a r a a T I

“Nós vemos milhões de chineses todos os dias tentando invadir nossos sistemas”, disse B er t Reese, CIO do S entara Healthcare - um provedor de saúde americano com 125 anos de história, que investiu recentemente na contratação de um CISO – a Healthcare IT.

A saúde sempre foi um ponto chave nas discussões da Black Hat – fór um de

d a s aú d e d o n o s s o p a í s . L e v a n d o e m c on s i d e r a ç ã o qu e n o s s o s C IO s a i n d a e n f re nt a m pro b l e m a s p a r a a i mp l e m e nt a ç ã o d e s i s t e m a s i nt e g r a d o s , i m a g i n e c om o s e r á a i mp l a nt a ç ã o d e n ov o s s i s t e m a s d e s e g u r a n ç a , c om a b a i x a qu a nt i d a d e d e p l ay e r s e prof i s s i on a i s especializados

no

s e t or.

E nt re t a nt o,

i n d e p e n d e nt e d a s d i f i c u l d a d e s , e s s a é

discussões de segurança na TI -, mas,

u m a qu e s t ã o i mp or t a nt e e m qu e t e m o s

na maioria das vezes as atenções esta-

d e e s t a r c om o s o l h o s a b e r t o s . AGOSTO DE 2014

115


FÓRUM

FÓRUM DE!"#$%&'! TI

Fotos Danilo Ramos

!"#$%&#'(%)#

O último mês de junho a Healthers realizou o 1º Fórum

Esse evento também contou com palestrantes internac-

de TI para a saúde, o evento reuniu mais de cem pes-

ionais como o uruguaio Nicolas Jodal, CEO da GeneXus

soas para discutir as tendências e soluções para a tec-

International, que falou sobre os futuros dispositivos de

nologia da informação no setor. Entre os participantes

TI e o espanhol Vicent Monchi, CIO do Marina Salud

os CIOs participantes do painel estavam Klaiton Luís

Hospital que contou como o Marina Salud se tornou

Ferretti Simão, da Rede São Camilo, Lilian Quinzztal

um hospital “paperless” por meio de um sistema inte-

Hoffmann, da Beneficência Portuguesa de São Paulo,

grado de gestão. Entre outros convidados estavam Pedro

David Oliveira, do Hospital Sepaco e presidente da

Palocci, diretor presidente do Hospital São Lucas, Dr

ABCIS e João Aurélio Blanco Fernandez, da Amil

KoChia Lin, superintendente administrativo do Hospi-

Saúde.

tal Sino Brasileiro e Severino Benner, diretor presidente da Benner Sistemas.

116

AGOSTO DE 2014


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AGOSTO DE 2014

117


FÓRUM

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118

AGOSTO DE 2014


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AGOSTO DE 2014

119


CASE

Santa Casa

economiza R$ 120 milhões com sistema de controle de medicamentos !"#$%&#'(%)#

O

novo sistema de con-

projeto é a implantação de um sistema de

trole de materiais da

gestão e integrá-lo ao sistema de controle

Santa Casa de Mise-

já existente. “Nos vamos rastrear do forne-

ricórdia de São Paulo

cimento até a cobrança do medicamento ao

já gerou uma economia de 15% no orça-

paciente particular”, explica.

mento da rede, desde que começou a ser implantado há quatro anos. Segundo o su-

Com cerca de 40 unidades, a Santa Casa

perintendente da irmandade, antes da im-

tem um grande desafio pela frente. Nos

plantação do projeto os gastos com medi-

próximos quatro anos, segundo Forte, a

camentos eram de aproximadamente 30%,

rede pretende estar com todos os seus hos-

do orçamento, e hoje estão entorno de 18%

pitais e prontos socorros informatizados e

a 16%, uma economia de R$ 120 milhões

integrados. “Essa não é uma tarefa fácil, é

o período.

como se estivéssemos trocando o pneu de um carro em alta velocidade. O pronto so-

Recentemente, a Santa Casa deu início

corro é muito grande, e é difícil implantar

a dois novos projetos de informatização. O

um sistema novo e não criar dificuldade

primeiro é um sistema de rastreabilidade

para o usuário”. Dos 18 mil funcionários

do Centro de OPME (Órteses, Próteses e

da rede Santa Casa, pelo menos cinco mil

Materiais Especiais). “Antes nós gastáva-

estarão treinados até meados do ano que

mos de 3 a 4 milhões de reais por mês com

vem. “Toda a unidade central , e outros

esses materiais, com o controle podemos

três hospitais devem estar informatizados”,

chegar a uma economia de 30% do valor

informou Forte. Apesar de alguns transtor-

desse gasto, cerca de R$1 milhão de reais

nos e atrasos no atendimento, o PS central,

por mês”, disse o superintendente da Santa

a unidade Santa Isabel e o Hospital Peni-

Casa,

tenciários já estão utilizando o prontuário

120

Antonio Carlos Forte. O segundo AGOSTO DE 2014


“Se eu quiser saber quanto que o departamento de medicina está gastando agora, eu sei.” – Antonio Carlos Forte, da Santa Casa de SP

eletrônico. “Se eu quiser saber quanto que

minuir o custo nosso.”

o departamento de medicina está gastando agora, eu sei.”

!"#$%&'&()$"*+#+ ,#-*./#$"*+*+0,*1.#2)

Forte explica que para esse primeiro projeto não houve investimento inicial pela Santa Casa, o investimento é todo feito por conta da Longimed . “Nos terceirizamos a logística da Santa Casa, não a compra, para

De acordo com o Antonio Carlos Forte,

comprar qualquer coisa nossas unidades

hospitais que trabalham com o SUS, nor-

existe uma comissão que aprova o material

malmente, sofrem de sérios problemas fi-

que vai ser adquirido . Uma vez que todos os

nanceiros.

“Acabamos fazendo compras

fornecedores foram aprovados a Longimed

com prazos maiores. E sempre que o for-

compra com esses fornecedores . E mesmo

necedor te dá prazo maior tem um juro em-

assim, os contratos de compra são fechados

butido”, explica o executivo. A Longimed,

em uma mesa com representantes da Santa

empresa que faz o controle de materiais da

Casa, da Longimed”, conta o médico.

Santa Casa, foi criada em parceria com o grupo Andrade Gutierres, a fim de otimizar

Apesar de as OPMEs serem controladas

a logística de compras e controle de maté-

por uma tag RFID (Identificação por rádio

rias para o hospital.

frequência), todos os outros materiais do hospital são controlados por um código de

“Com uma alta tecnologia, a Longimed

barras. “Ainda não sei se vamos expandir a

faz um controle para diminuir os estoques

tag para os outros materiais, no momento

– porque estoque é dinheiro guardado – e

está tudo funcionando muito bem com o có-

pode fazer as compras com maior sereni-

digo de barras.”, comenta o superintendente,

dade e com prazos menores de forma a di-

satisfeitos com os resultados do hospital. AGOSTO DE 2014

121


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A prestação de serviços surgiu como alternativa para somar valor aos produtos que já eram tratados no mercado como commodities, escolhidas pelo preço. A customização através da prestação de serviços garantiu às organizações prestadoras diferenciais que atraíram novas e melhores demandas. Porém, nos últimos anos, os serviços também foram “comoditizados” e o que antes era diferencial, tornou-se hoje uma obrigação. Dessa forma, passou-se a customizar pela experiência. Gerar situações únicas e agradáveis passou a influenciar consumidores e a criar tendências. Dentro das organizações do setor da saúde não é diferente e nós, da SAMPLEX, medimos constantemente o grau de autenticidade da experiência que você propõe. A evolução está no conhecimento. Com ele, nossas decisões vão além. Pesquisa com clientes contínua Fechamento mensal, demonstração trimestral Metodologia quantitativa + resumo qualitativo

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Ser pioneiro é conhecer as respostas de hoje e se antecipar às perguntas de amanhã. O Hospital Israelita Albert Einstein convida para participar do 1º Fórum - A Medicina do Amanhã. O evento contará com a presença de renomados palestrantes internacionais - incluindo um vencedor do Prêmio Nobel de Medicina, e abordará as novidades nas áreas de pesquisa, tecnologia, inovação, qualidade e segurança, e suas aplicabilidades na prática diária de medicina.

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19 e 20 de setembro. As inscrições podem ser feitas até o dia 14 de Setembro. Para mais informações, acesse: www.einstein.br/amedicinadoamanha ou ligue: (11) 2151-1001.

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C rt Ce rtifific cad ada pe pelo o IQG por Distinção dos Serviços de Higien Higi ene e Ho Hosp spitalarr, a Brasanitas Hospitalar é pioneira a na a ge esstã tão de de equ uip i e multidisciplinar e desenvolve cons co nsta ta an ntte em men entte novas tecnologias com fornece edore dore do res de e ref efer erên er ê ci ên cia. a Alé a. lém disso, mantém as melhore re es prát pr átic cass em ge gere renc re ncia nc i mento de leitos e resídu ia uos o , gest ge stão ã de ro ão roup uparia upar up arria a ia e serviços de apoio. Cont Co ntte co com quem qu é líder em higienização de ho h hosp osp spititai tai aiss,, clííniica c s e laboratórios.

NGMT

Co on ntte c co om a Brasanitas Hospitalar.

GRU GR UP U PO BR PO BRAS ASANITTAS. NOSSA VIDA É FACILITAR A SUA.

132 GERENCIAMENTO DE LEITOS

GESTÃO DE ROUPARIA

HIGIENIZAÇÃO HOSPITALAR

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MANUTENÇÃO PREDIAL

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NOSSA VIDA É FACILITAR A SUA.


HEALTHER

Explorando novas especialidades !"#$%&'$&($')*$%+$&+,&-%$-$.,'-/0&.1+"#/0&,&$#/.2$'3$%&/& +,0,'(/4(".,'-/&+,&'/($0&,02,#"$4"+$+,0&1&*.&/56,-"(/0&'$& #$%%,"%$&+/&#3,7,&+/&2%/'-/&0/#/%%/&+/&8/02"-$4&2$*4"0-$ !"#$%&'(&)*+,#(+'-%#

A

vontade de tornar-se médico veio cedo, logo aos cinco anos de idade, Nilson Maeda, chefe do pronto socorro do Hospital Paulista, seria o primeiro de sua família a tornar-se médico. Ao contar sua história, o jovem médico, de 33 anos, lembra de suas visitas ao pediatra, aos cinco anos, e após a consulta dizendo que iria ser como o médico que o atendeu.

faculdade e nos primeiros anos de sua carreira. “Uma coisa que me marcou nesse início de carreira ocorreu ainda estava na faculdade. Enquanto atuava em um estágio de pediatria tive de acompanhar um parto e como parte do processo de aprendizagem eu e alguns colegas tínhamos de recepcionar o recém nascido e realizar os primeiros cuidados como, encaminhamento ao berçário, limpeza, aspiração etc.”, lembra.

Ao longo de sua vida, no colégio, Maeda foi amadurecendo essa ideia e a decisão veio nos últimos anos de escola, antes de prestar o vestibular para a Faculdade de Medicina de Taubaté, onde foi aprovado.

Outros pontos marcantes em sua carreira foram o início de sua residência no zHospital Paulista quando fez sua primeira cirurgia, a prova para o título de especialista, por ser um período estressante e de muito estudo para o aluno de residência médica e claro, a primeira cirurgia após receber o título de especialista.

Após a conclusão da faculdade, em 2006, e trabalhar pela região, o chefe do pronto socorro do Hospital paulista retornou para a Grande São Paulo e iniciou o programa de residência médica em otorrinolaringologia, em 2008, no mesmo hospital onde trabalha até hoje. Após concluir o programa de residência, em 2010, o jovem médico não parou de estudar e buscou uma subespecialidade dentro da otorrinolaringologia para especializar-se novamente. Dessa vez o título que receberia seria o de especialista em medicina do sono. Após concluir suas especializações, Maeda retorna ao hospital onde fez sua residência, mas dessa vez para integrar seu corpo clínico, onde, uma ano depois, ocuparia o posto de chefe do pronto socorro. Ao contar sobre sua carreira, o médico lembra de alguns episódios que o marcaram na época da 126

AGOSTO DE 2014

De acordo com Maeda, todo médico sonha em ter um reconhecimento profissional durante sua carreira. “Por gostar dessa área de medicina do sono, tenho focado muito minha atenção no tema, que é considerada algo recente. Poder acompanhar toda essa evolução na medicina do sono e poder participar em frentes de pesquisa e ajudar os pacientes nessa área, para mim, é algo fantástico, bem como as cirurgias robóticas que têm sido realizadas nessa área, pois o objetivo maior é sempre melhorar a qualidade de vida e ajudar o paciente.” A maior lição que a medicina me ensinou até agora foi ser paciente e saber escutar as pessoas, principalmente o paciente. “Antes de qualquer tratamento é preciso saber escutar o paciente, suas queixas e anseios para poder ajuda-lo da melhor maneira possível”, finaliza.


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SETEMBRO DE 2014 SETEMBRO DE 2014


Fotógrafo há mais de 20 anos, André François

fundou,

em

1995,

a

ImageMagica, uma organização que trabalha com a fotografia como ferramenta de transformação social dentro de escolas e hospitais de todo o Brasil.

Hospital Pequeno Príncipe, Curitiba, PR. Esta imagem faz parte do livro Cuidar – Um documentário sobre a saúde humanizada no Brasil, de André François, fotógrafo e fundador da ImageMagica, uma organização que faz projetos sociais com fotografia dentro de escolas e hospitais. Conheça esse e outros trabalhos da ImageMagica em: www.imagemagica.org Acompanhante observa área de convivência do hospital, onde as crianças podem passear, desenhar e brincar enquanto aguardam atendimento

SETEMBRO DE 2014 SETEMBRO DE 2014

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INSIGHT

O Futuro

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Albert Arnold Al Gore Jr, mais conhecido como Al Gore, jรก errou em algumas previsรตes, como I KI\I[\Z~ร KI IVnTQ[M [WJZM W KTQUI OTWJIT Y]M IVITQ[ILI XWZ W]\ZW[ KQMV\Q[\I[ XIZMKM] ~J^QI e nรฃo muito precisa. Porรฉm, sua visรฃo sobre o futuro, descrita no seu รบltimo livro intitulado ironicamente de โ O Futuroโ parece iluminar-se de uma visรฃo absolutamente lรบcida sobre os XZ~`QUW[ IKWV\MKQUMV\W[ UM[UW Y]M M[[M[ VrW VW[ TM^MU I VMVP]U N]\]ZW Danilo Ramos

5MTPWZ XMV[IZ I[[QU LW Y]M TMZ ,IV *ZW_V ยน1VNMZVWยบM [WKQITQbIZ [M KWU ,IV\M W] WTPIZ W OZnร KW LM KZM[KQUMV\W XWX]TIKQWVIT M QUIOQVIZ Y]M I[ L]I[ [WT]tย M[ Jn[QKI[ [MZQIU" ]UI O]MZZI W] I UWZ\M XWZ NIT\I LM ZMK]Z[W[ )T /WZM \ZIb I V~[ ]UI ^Q[rW ITIZUIV\M JI[MILI MU QVย UMZI[ ^IZQn^MQ[ M LM NWZUI KWZIRW[I XZWXย M [MQ[ XI]\I[ XIZI I IOMVLI OTWJIT" <ZIJITPW ยท I UQOZItrW KILI ^Mb UIQ[ VI\]ZIT LI[ NWZtI[ LM \ZIJITPW MU [MV\QLW PWZnZQW WKQLMV\M WZQMV\M M W] I \MZKMQZQbItrW XIZI I[ UnY]QVI[ ) +PQVI XWLM VrW [MZ W N]\]ZW LI UIV]NI\]ZI UI[ Pn UIQ[ LM ^QV\M XIy[M[ LW WZQMV\M Y]M PWRM MU LQI KWTWKIU [M I LQ[XW[QtrW K]T\]ZIT M XWTy\QKI XIZI \IT# +WU]VQKItย M[" I I[KMV[rW LI 1V\MZVM\ Y]M LM] WZQOMU I ]UI XZWTQNMZItrW ยน[MT^IOMUยบ LI QVNWZUItrW I XIZ LI KIXIKQLILM Y]M I XWX]TItrW U]VLQIT \MU XIZI [M KWVMK\IZ LM NWZUI QV[\IV\pVMI M LM IKWZLW KWU ]U KWVR]V\W LM XZWX~[Q\W[ [MU M[Y]MKMZ W ITKIVKM KZM[KMV\M LI 1V\MZVM\ XWZ XIZ\M LW[ XIy[M[ MU LM[MV^WT^QUMV\W# 8WLMZ" W KQKTW LW XWLMZ M[\n I [WNZMZ \IUJuU ]UI U]LIVtI LM LQZMtrW LW WKQdente para o oriente e, mais preocupante para Gore, dos governos nacionais para players de UMVWZ LQUMV[rW KWUW MUXZM[I[ M KWZXWZItย M[ UI[ \IUJuU XIZI XTIaMZ[ XMZQOW[W[ KWUW OZ]XW[ LM \MZZWZQ[\I[ M LM O]MZZQTPI# ,MUWOZIร I" W I]UMV\W [MU XZMKMLMV\M[ LI XWX]TItrW U]VLQIT MU KWVR]V\W KWU W[ UW^QUMV\W[ QV\MZVW[ M M`\MZVW[#

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