Healthers Ed.02

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www.healthers.com.br

Apaixonados pela Saúde

OLHO NO PACIENTE novas estratégias para aproximar o cliente

Dinheiro no bolso

Políticas de remuneração podem ser mais eficiente na hora de incentivar equipes

Prevenção Todos podem ganhar com a gestão de saúde populacional

Investimento

Como é a captação de recursos de seu hospital? HEALTHERS_02 1

cboard

Denise Santos

O desafio é garantir o futuro do hospital

Novos tempos O que mudou no papel do CIO de saúde?

Pensando

fora da caixa

Investir e inovar em vendas pode gerar bons resultados para uma organização Ano 1 | Número 2 Junho de 2013

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Gestão de Projetos

Consultoria em Gestão Hospitalar

“Hospital sem Papel”

Desenvolvimento Específico de Soluções

Diagnóstico Organizacional Mapeamento e Otimização de Processos

Lean Healthcare

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Certificação Digital Gestão de Mudanças Organizacionais Seleção de Soluções de Mercado

Normas administrativas e operacionais Certificações de Qualidade (ISO, ONA, Joint Commission, Niaho).

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NESTA EDIÇÃO

20

OPINIÃO 26 Gestão Onde você pretende

Denise Santos

A nova CEO da Beneficência Portuguesa de São Paulo fala sobre sua carreira e expectativas frente a um dos maiores hospitais da América Latina

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NEGÓCIOS

28

FINANÇAS

36

MARKETING

42

VENDAS

48

TI EM SAÚDE

54

COMPRAS

58

RH

estar em 2020?

34 Finanças Administração

do caixa em hospitais, contexto e desafios

40 Marketing Geomarketing: Um aliado na estratégia e no aumento de receita e margem

46 Compras Humanização em saúde: diferencial de marca?

52 TI O que a computação em

Gestão eficaz

Novo modelo de gestão traz vantagens para o setor

Em busca de investimentos

Investimentos e captação de recursos são necessários para um bom desempenho do setor

Mudar para ganhar

Diferentes tipos de estratégias para se destacar no mercado de saúde

Pensando fora da caixa

Investir e inovar em vendas pode gerar bons resultados para uma organização

O novo papel do CIO

Qual o papel dos gestores de tecnologia no sistema de saúde?

Bons negócios

Instituições buscam garantir um negócio ágil e lucrativo, sem perder a qualidade

Dinheiro no bolso

Para obter um resultado satisfatório, modelos de distribuição e pacotes de remuneração são oferecidos à entidades

nuvem deveria oferecer

64 Insight Entre novos e usados

ERRAMOS

66 Vendas Vender é a arte

Na edição anterior, as aspas contidas na legenda da foto, na página 46, pertencem ao consultor Paulo Celso, e não a Claudio Collantonio como mencionamos. Nas páginas 74 e 75, as fotos publicadas correspondem à sala de conforto médico do Hospital Santa Cruz e a Leonel Fernandes, superintendente do hospital.

de influenciar

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EDITORIAL

Pensando diferente Pensar diferente não é apenas entender o que seu cliente quer e correr para atender essa demanda. Pensar diferente, é olhar muito além do horizonte para encontrar soluções, e novas práticas, em lugares onde não imaginávamos que estariam. Um executivo do setor de saúde não precisa se restringir a cases e práticas de outras instituições da área, sejam elas nacionais ou internacionais. Às vezes, as respostas estão muito além, em outros setores da economia. É cada vez mais comum, encontrarmos hospitais e laboratórios adotando práticas de segurança em TI que já são comuns ao mercado financeiro, ou processos comuns na indústria automotiva. Essa é uma prova de que, na saúde, não é preciso complicar e reinventar a roda, mas sim adaptar o que já existe para o setor, com o objetivo de desenvolve-lo e equilibrar a relação custo versus qualidade assistencial. Apresentar estas ações e provar que é possível importar uma tecnologia ou boa prática à saúde é uma das missões da Healthers. Como já mencionei no editorial passado, “Somos apaixonados pela saúde”, e por isso, faremos o possível para fornecer ferramentas adequadas para que o executivo de saúde possa pensar diferente. Na primeira quinzena de maio, a Blumberg, divulgou um de seus indicadores que apontou a indústria de saúde como o setor com melhor desempenho nos primeiros quarto meses de 2013. Essa performance, só foi atingida por que o segmento está em franca expansão no mundo e seus líderes, sejam eles médicos ou administradores acreditam que, desenvolver o setor não é apenas lançar novas tecnologias ou vender equipamentos. Mas sim, pensar em novas práticas, modelos de gestão e negócios onde todos os players do mercado ganhem.

Guilherme Batimarchi EDITOR

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Publisher Editor Repórter

Alberto Leite | alberto@healthers.com.br Guilherme Batimarchi | guilherme@healthers.com.br Gabrielle Rocha | gabrielle@healthers.com.br Gilberto Pavoni Junior | redacao@healthers.com.br Claudia Rocco | redacao@healthers.com.br

Ilustração

Rick Zafala | redacao@healthers.com.br

Comercial

Leandro Premolli | leandro@healthers.com.br Adriana Ferreira | adriana@healthers.com.br

Arte

Flávio Della Torre

Fotografia

Danilo Ramos Ricardo Benichio

Operações e Marketing Administrativo e Financeiro Conselho Editorial

Pedro de Assumpção Venturini | pedro@cboard.com.br Ana Paula Savordelli | ana@cboard.com.br Juliana Higa | juliana@cboard.com.br Claudio Tonello Carlos Marsal Erickson Blun Marília Ehl Barbosa

HEALTHERS é uma revista direcionada aos executivos do setor de saúde brasileiro, cujo objetivo é compartilhar conhecimento técnico e prático para comunidades de marketing, TI em saúde, RH, Compra, Venda, Finanças e CEOs. A publicação traz, também, conteúdo acadêmico e artigos escritos por especialistas, além de cases internacionais. As informações contidas nas mensagens publicitárias publicadas pela revista são de exclusiva responsabilidade das empresas anunciantes. Os artigos assinados são responsabilidade de seus autores e não refletem necessariamente a opinião dos editores da revista. Todo o conteúdo da HEALTHERS, revista e portal, é de livre reprodução, sendo necessária a citação da fonte, conforme legislação de direitos autorais. Marketing e Audiência Saiba como promover e valorizar sua marca, seus produtos ou serviços na HEALTHRES | revista e portal. Solicite nosso Mídia Kit pelo e-mail leandro@cboard.com.br ou pelo telefone: (11) 4327-7061 Editorial: Para falar com a redação da HEALTHERS ligue: (11)4327-7007 ou envie suas notícias para redacao@healthers.com.br Newsletter: Para receber assine nossa Newsletter no endereço: www. healthers.com.br Publicidade: Para anunciar na revista, no portal HEALTHERS, ou discutir uma estratégia de comunicação para aumentar as vendas de seu produto ou serviço, ligue para (11) 4327-7061 ou leandro@healthers.com.br. Distribuição Nacional Impressão: Ibep HEALTHERS/CBOARD - Apaixonados pela Saúde. Rua Helena, 280 | 04552-050 | Vila olímpia - São Paulo/SP Tel: 55 (11) 4327-7061 www.healthers.com.br

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ENTREVISTA Por Guilherme Batimarchi

guilherme@healthers.com.br

De olho no paciente e no futuro DENISE DOS SANTOS, CEO da Beneficência Portuguesa, conversou com a Healthers sobre sua carreira, suas expectativas e desafios à frente de um dos maiores hospitais do País e da América Latina. HEALTHERS – Entre 2009 e 2011 você foi

e no varejo contribuíram para a geração de valor

diretora do Hospital São Luiz, antes da

do outro lado, no São Luiz, que é ter processos

compra pela Rede D ‘Or. Quais foram

mais organizados, poder aplicar aquilo que aprendi

os maiores aprendizados à frente da

em multinacionais, Taylor made, mas de forma

instituição?

um pouco mais estruturada. Talvez o segmento

DENISE SANTOS – Fui CEO do São Luiz durante

da saúde ainda tem muitas oportunidades para

dois anos e meio. O hospital foi um marco

amadurecimento.

importante em minha carreira pois foi por meio dele que tive o privilégio de pisar pela primeira vez

H – Quais competências você considera

na área da saúde. Mais do que isso, ele permitiu

necessária para um líder no setor de saúde?

fazer uma migração de negócios que eu conduzia

DS – A liderança, ainda mais no segmento da

em formato B2B e B2C para a prestação de

saúde, tem que ser, e eu cobro isso muito dos que me

serviços. Então do ponto de vista de vivência, foi

rodeiam, um extenso ato de solidariedade. É preciso

fantástica em termos de experiência, e segundo por

se preocupar com o outro, é preciso ter proximidade.

que marcou uma transição importante em minha

Essa proximidade é muito mais do que apenas hands

carreira, onde, antes, eu atuava em fábrica, varejo

on, é saber identificar naquele momento o que está

e fui para serviço que está consumindo o produto

afetando a pessoa ao seu lado. É viver plenamente

naquele exato momento, seja ele o paciente, médico

essa questão das relações. Não acredito que isso

ou a fonte pagadora.

seja exclusivamente no setor de saúde. Apesar de

Do ponto de vista profissional, Atuar na indústria

ouvirmos discursos maravilhosos quando se fala em

Eu vim para a Beneficência Portuguesa para fazer parte da história dessa instituição que possui mais de 150 anos

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Acompanhe este e outros conteĂşdos em www.healthers.com.br

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ENTREVISTA

liderança nas empresas, porém, a aplicação disso não

H – Quais suas expectativas em relação ao

é tão simples.

novo cargo a frente da BP? DS – Eu vim para a Beneficência Portuguesa para

H – Após sua saída da Rede D’Or você ficou

fazer parte da história dessa instituição que possui

um ano atuando em outros segmentos do

mais de 150 anos. Dentro de um pensamento de

mercado. Quais experiências e práticas você

longo prazo, entendemos que, não só a renovação de

pode trazer para o setor de saúde?

parque tecnológico, e infraestrutura, nós deveríamos

DS – Antes de ir para a Rede D’Or, passei 17 anos

ter também uma renovação no planejamento

na Siemens e outros dois anos em outras empresas.

estratégico da empresa com foco na perenidade da

Podemos dizer que minha experiência é maior fora

instituição, basicamente olhando o futuro.

desse setor de saúde. Porém, há uma coisa que não

Por esse motivo, a Beneficência, de dois anos para cá,

muda nesse segmento, e em lugar nenhum, que é o

vem trabalhando essa questão da profissionalização da

tratamento ao público.

gestão e contratando executivos importantes no mercado.

Cada vez que passamos por experiências

Nesse último ano, o Hospital trouxe uma equipe de seis

diferentes, temos que aprimorar esta prática,

novos executivos com o objetivo de garantir essa cultura

que é muito relevante. Quando saí do São Luiz,

de investimentos e planejamento de longo prazo.

durante minha transição de carreira atuei em outro setor na área de prestação de serviços

H – Quais os desafios a se enfrentar?

gerindo uma empresa com quase 14mil pessoas.

DS – Do ponto de vista prático, tenho um

Então essa parte de ligar com pessoas é muito

importante plano diretor que deve ser cumprido

importante e irá agregar muito em minhas

até 2015. Esse plano consiste na entrega do novo

funções aqui no hospital.

centro cirúrgico, com cerca de 40 salas, que já está

Também nesse período trabalhei na RBS, na área

70% concluído, hemodinâmica, banco de sangue,

de planejamento estratégico, que nessa área de

pronto socorro, que já foi entregue. Além disso,

saúde é vital, e na Beneficência Portuguesa é muito

temos ainda a reforma das áreas de internação e a

bem estruturado.

reforma externa do hospital onde criaremos entradas

Na área da saúde, temos muito em mente aquela

exclusivas para SUS e convênios.

prática imediatista, da cura, e pensar em longo prazo não é muito natural mas que encontrei aqui na

H – Como é administrar um dos maiores

instituição, que é vital para a sustentabilidade.

hospitais da América Latina?

Não podemos tratar a saúde exclusivamente vendo

DS – São instituições muito diferentes. Aqui, somos

apenas o lado da saúde, mas também precisamos

um hospital com 1200 leitos, 7mil colaboradores e

voltar nossos olhares para a área de investimentos.

2mil médicos. Esse é outro grande desafio, só o fluxo

Nós aqui no hospital, nos últimos dois anos

de pessoas aqui é tão enorme, e não podemos perder

investimos cerca de R$160milhões em parque

a mão, caso contrário as coisas podem desandar.

tecnológico e infraestrutura.

Além de um grande desafio, será divertidíssimo

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administrar uma entidade desse porte, pois diariamente temos desafios novos, seja com o público atendido, seja para continuar consolidando a Beneficência Portuguesa como hospital de referencia no Brasil e na América Latina. H – Além de você, outros executivos também foram anunciados para o hospital, e foram criadas duas novas superintendências. Isso aponta uma mudança na estratégia da instituição? DS – Sempre que uma empresa, seja ela da saúde ou de outro setor faz uma mudança como esta, significa que haverão sim mudanças nas estratégias. Essas mudanças, principalmente no corpo diretivo, sempre geram impactos. Nós esperamos, que aqui, estes impactos sejam positivos. Também foram criadas novas superintendências na organização que consideramos importantes dentro da complexidade que temos na instituição. Por exemplo, nós não tínhamos uma superintendência de TI, e trabalhar

“A liderança, no segmento da saúde, tem que ser, um extenso ato de solidariedade”

com sistemas de informação é algo vital dentro de um hospital. Outra superintendência que criamos foi a de hotelaria hospitalar, pois entendemos que esse setor também faz parte de uma excelência no atendimento que oferecemos.

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NEGÓCIOS Por Guilherme Batimarchi e Gabrielle Rocha

guilherme@helthers.com.br - gabrielle@healthers.com.br

Uma gestão onde todos ganham Garantir acesso à assistência médica não é o suficiente para manter uma boa gestão de saúde. É preciso avaliar riscos, analisar perfis e determinar estratégias de intervenção

G

erenciar a saúde de um terminado grupo de

necessidade que existe, tanto nos planos de saúde,

pessoas, seja dentro de uma empresa ou fora

quanto nas empresas e outras organizações que lidam

dela, parece uma ação óbvia e comum para gestores de saúde e companhias que atuam dentro do segmento. Porém, a realidade não é exatamente essa.

com uma grande quantidade de pessoas.” A principal meta da GSP é conscientizar o gestor das organizações privadas de que elas têm que assu-

Ao contrário dos Estados Unidos, onde o concei-

mir a responsabilidade pela saúde das pessoas, e não

to de Gestão de Saúde Populacional (GSP) vem sendo

apenas contratar serviços como planos de saúde para

desenvolvido, e aplicado, há cerca de dez anos, o Bra-

atender as necessidades que possam surgir.

sil ainda engatinha nesse sentido. Porém, associações

O executivo ressalta que este processo começa

como a Aliança para a Saúde Populacional (Asap)

com a identificação do perfil de saúde de uma deter-

surgem para consolidar essa cultura nas organizações

minada população – nesse caso, os funcionários de

e desenvolver, cada vez mais, este conceito no País.

uma empresa – estratificando em grupos o risco e

De acordo com o vice-presidente da Asap, Fábio

oferecendo programas de intervenção para adequar

de Souza Abreu, um dos objetivos da entidade é tra-

os perfis de saúde. Caso o grupo identificado já pos-

zer o conceito para o Brasil e adaptá-lo ao mercado

sua alguma enfermidade, como doenças crônicas, por

nacional e as necessidades dos gestores de saúde. “En-

exemplo, o trabalho dos gestores é manter a doença

xergamos que a gestão da saúde populacional é uma

sob controle e proporcionar a melhor qualidade de

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NEGÓCIOS

Senra: A gestão de saúde populacional tem que agir não só na prevenção, mas também em campos como a segurança do trabalho

vida possível para o paciente, fazendo com que ele te-

funcionários e identificar riscos e grupos de risco

nha uma vida sem limitações e continue apto às suas

como doentes crônicos ainda é pouco comum.”

funções na empresa. Esse levantamento realizado, também pode auxi-

IMPACTO NA CADEIA E NOS NEGÓCIOS

liar na identificação de grupos que possuem dificulda-

De acordo com estudos realizados pela Organização

de em entender seu papel em relação a própria saúde

Mundial da Saúde (OMS), para cada dólar investido

e iniciar um trabalho de conscientização. O resultado

em prevenção, poupam-se outros US$4 em assistên-

dessas ações pode, e deve, ser medido, para avaliar a

cia. Porém, olhar para a medicina preventiva somente

eficácia dos programas implementados e ver o impac-

como um meio de poupar recursos financeiros pode

to dessa gestão sobre os resultados da empresa.

ser um equívoco.

No Brasil, as primeiras ações de gestão de saúde

Para Senra, é fundamental enxergar além do fator

populacional foram iniciadas pelo médico Oswaldo

financeiro e focar as ações em bem estar da popula-

Cruz, que tentou erradicar a febre amarela matan-

ção, sua longevidade e para a redução de doenças que

do os animais transmissores da doença. Na época,

causam, tanto o presenteísmo quanto o absenteísmo.

segundo registros históricos, houve grande resistência

Concordando com Senra, o vice-presidente da

em adotar esse tipo de programa por parte da classe

Asap ressalta que a prevenção é apenas um detalhe da

médica e também da própria população.

gestão de saúde populacional. “A gestão consiste em

“A gestão de saúde populacional tem que agir não

oferecer o recurso certo, no momento correto, para o

só na prevenção, mas também em campos como a

risco já identificado de um determinado grupo.” Ain-

segurança do trabalho, como o uso de Equipamentos

da de acordo com o Abreu, não adianta uma empresa

de Proteção Individual (EPI), uso de jalecos pelos mé-

realizar programas de ação e prevenção à saúde se

dicos, campanhas de estímulo ao uso de preservativos

ela já possui colaboradores diagnosticados com algum

etc. Tudo isso são ações de gestão de saúde populacio-

tipo de doença crônica, por exemplo.

nal”, acrescenta o presidente da Asap, Paulo Marcos Senra Souza.

Para cada grupo identificado, é necessário uma ação diferente. O objetivo dessas ações não é apenas

Segundo Senra, atualmente, é muito comum

gerar economia, mas sim, melhorar a efetividade

encontrar empresas preocupadas com a saúde de

dos programas de saúde. Com o estabelecimento

seus funcionários. Porém, poucas delas investem em

desses programas, os resultados são o aumento na

programas de gestão de saúde populacional. “O que

produtividade dos funcionários, redução de afasta-

vemos hoje são as organizações preocupadas em ofe-

mentos por licença médica e até mesmo a redução

recer bons planos de saúde para seus funcionários, o

do presenteísmo.

que não está errado, porém, traçar um perfil de seus

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Apesar de parecer afetar o negócio de prestadores

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Não queremos ser concorrentes de ninguém, queremos apensar somar" Marília Ehl Barbosa, da ASAP

Souza: A gestão da saúde populacional é uma necessidade que existe, tanto nos planos de saúde, quanto nas empresa

ciente. “O médico vai ganhar porque o paciente vai procura-lo para manter sua saúde em ordem. Os laboratórios vão ganhar mais porque toda a população fará exames de prevenção”, acrescenta Senra. Outra ação realizada pela Asap foi uma parceria feita com a CCA (Care Continuum Alliance), uma instituição norte-americana, que atua inserida na cadeia de valor de GSP. A associação utilizou o knowde serviço, realizar uma gestão de saúde populacional

-how, além de um intercâmbio tecnológico e acadê-

eficiente não vai contra os interesses desses prestado-

mico, para obter acesso às novidades de procedimen-

res. “Vemos muito desperdício em todo o processo as-

tos, materiais e publicações, o que gerou um network

sistencial, em toda a cadeia. Nosso objetivo é buscar

eficaz. “Tudo o que buscamos no exterior temos que

efetividade nesse processo”, acrescenta Abreu.

adaptar à realidade brasileira, pois são modelos com-

Segundo o executivo, existem muitas instituições de saúde que possuem parte de seus leitos ocupados

pletamente diferentes”, enfatiza a superintendente da Asap, Marília Ehl Barbosa.

por pacientes crônicos que poderiam estar em casa, se

Além do conceito de gestão populacional de saúde,

tivessem feito um acompanhamento correto de saúde

a instituição possui outros projetos em vista como, par-

e não precisariam chegar ao ponto de serem inter-

cerias com a ANS e o próprio Ministério da Saúde. O

nados para tratamento. Estas internações, em geral,

objetivo destas ações é tornar a entidade referência em

possuem um tempo maior do que a média e conso-

metodologias de gestão de saúde populacional.

mem recursos do hospital que poderiam ser alocados de outras maneiras. Além de desonerar leitos, médicos e laboratórios também ganham com a aplicação de uma gestão efi-

“Nós temos o foco totalmente diferente das associações que existem. Não queremos ser concorrentes de ninguém, queremos apensar somar”, finaliza a superintendente.

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ROSERLY FERNANDES, Gerente de Comunicação e Marketing da Rede São Camilo, é uma Healther apaixonada por corrida.

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LUCIANO REGUS, Diretor Geral da MV Sistemas, é um Healther apaixonado por golfe.

KELLY RODRIGUES, Superintendente de Marketing da Home Doctor, é uma Healther apaixonada por viagens.

CLAUDIO TONELLO, Conselheiro da HEALTHERS, é um Healther apaixonado por natação.

JEAN SAGHAARD, Gerente de Marketing Institucional do Insper, é um Healther apaixonado por slackline.

MARIANA PALHA, CEO da Brazilhealth, é uma Healther apaixonada por tênis.

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ALBERTO LEITE, Presidente da HEALTHERS, é um Healther apaixonado por guitarra.

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MARCOS LE PERA, Presidente da Le Pera Comunicação, é um Healther apaixonado por cachorros.

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INDEPENDENTEMENTE DA PAIXÃO DE CADA UM, TODOS SOMOS APAIXONADOS PELA SAÚDE.

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Aliar o poder econômico e a importância do setor da saúde às boas práticas de gestão torna-se vital para o bem-estar de uma população na outra ponta da cadeia. Em países como Brasil, que contam com modelo de atendimento híbrido (público e privado), o acesso a conteúdo qualificado e a troca de conhecimento são fundamentais.

RS,

da

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PROGRAMAÇÃO 8h00 9h00 10h15 10h45 12h00

Welcome coffee

13h00 14h30 16h00 16h30 18h00

Case I

Keynote Speaker

Pensando nisso, a HEALTHERS desenvolve uma agenda de encontros entre os gestores de áreas estratégicas das maiores empresas de saúde do país, levando de forma única opiniões, debates e cases de grandes personalidades do setor. Quando as partes se atraem a conexão acontece naturalmente. Como empresas da saúde podem aproveitar meios de comunicação de massa para agregar valor a sua marca e melhorar seus resultados? Marcia Ladeira, Diretora de Merchandising da Rede Globo

Coffee Break Painel Almoço

Case II Coffee Break Case III

A saúde e seus obstáculos na comunicação - O desafio de comunicar uma área tão complexa considerando todos os seus stakeholders e as legislações em vigor. Participantes: Claudio Tonello – Healthers; Roserly Fernandes – São Camilo; Kelly Rodrigues – Home Doctor; Hiram Barolli – Folha de São Paulo; Guilherme Batimarchi – Healthers Notório: Este paciente muda a rotina de um hospital - Roserly Fernandes, São Camilo Atributos de uma marca - Como comunicar o conceito através da marca? Kelly Rodrigues, Home Doctor Special Case Book

Encerramento

Agende-se para os próximos fóruns:

FINANÇAS

AGOSTO 2013

RECURSOS HUMANOS NOVEMBRO 2013

Mais informações: ana@healthers.com.br

Uma empresa do Grupo Cboard

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Apaixonados pela saúde

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istockphoto.com

DESENVOLVIMENTO

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Não há resposta certa para a pergunta errada… R

Kip Garland

é professor de Inovação na Fundação Dom Cabral, ex-sócio do Guru de Inovação, Gary Hamel, na Consultoria de Inovação Strategos, e Fundador da Consultoria de Inovação InnovationSEED. Garland é formado em Física e liderou o famoso projeto de inovação da Whirlpool. Ele também liderou projetos de inovação nas Américas do Norte e do Sul, na Europa, na África, na Ásia e no Oriente Médio.

ecentemente no Brasil muitas companhias come-

ser envolvido, papéis dos times, das lideranças, dos par-

çaram a reconhecer a importância da inovação

ticipantes de workshops etc..

para a definição de um saudável portfólio de projetos

Porém, essa abordagem leva as empresas a dei-

para o seu crescimento futuro. E, como consequência,

xarem de lado a mais poderosa questão de inovação:

elas passaram a investir tempo, dinheiro e energia para

o “por quê”. Afinal, se a empresa conseguiu crescer

adquirir um melhor entendimento do que é inovação

de forma saudável durante muitos anos sem ter que

no contexto de seus negócios. O que se constata é que,

focalizar a inovação, por que ela tem que passar a

na maioria das vezes, as suas iniciativas têm o foco no

fazê-lo agora?

“o quê”, “como” e “quem” da inovação. Entretanto,

Na realidade, é exatamente por não ter respondido

elas seriam imensamente mais bem-sucedidas se focali-

ao “por quê”, a maioria dos esforços em inovação tem

zassem primeiro o “por quê” da inovação.

falhado, como mostra o exemplo de uma das maiores

Hoje, as empresas estão muito ansiosas para saber:

empresas multinacionais de seguro, que lançou um

i) “o quê” da inovação, ou seja, quais são as ideias, os

ambicioso projeto global de inovação, no qual havia

produtos, os serviços, os processos, os tipos de inova-

uma metodologia padronizada a ser aplicada regio-

ção etc., ii) “como” elas devem fazer para inovar, isto

nalmente. Cada região ficou encarregada de alocar os

é, quais são as técnicas para inovar, como o funil da

recursos, as ferramentas e as pessoas necessárias para

inovação (stage-gate), os sistemas, as metodologias, as

implementar, em seus países, os processos de inovação

ferramentas, as técnicas de criatividade, a inovação

definidos globalmente. No Brasil, todo o esforço resul-

aberta, a inovação sustentável etc. e iii) “quem” deve

tou em um grande fracasso, mostrando-se incapaz de

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DESENVOLVIMENTO

produzir o crescimento significativo tão esperado. E

O ESTADO DA INOVAÇÃO NO BRASIL

não foi por causa da falta de ideias (“o quê”), da falta

Eu comecei a trabalhar exclusivamente com inovação,

de participação (“quem”) ou da falta de uma estrutura

no Brasil, em 1999. Tinha acabado de aceitar uma

adequada para processar as ideias (“como”). Foi por-

posição como diretor-associado na Consultoria de

que a estratégia já existente não contemplava cresci-

Inovação Strategos, empresa de Gary Hamel, e estava

mento fora dos negócios atuais.

bastante animado pela possibilidade de aprender como

Apesar de todos os líderes terem mostrado apoio

fazer a inovação funcionar no ambiente competitivo

ao projeto, a inovação representava um desvio de

brasileiro. Foi a Strategos que fez o projeto de inovação

atenção e energia na execução da estratégia existen-

que transformou a Nokia, uma empresa finlandesa de

te. O principal desafio para a empresa não era o de

borracha de cinco bilhões de dólares ao ano, no atual

criar novas ideias, mas manter o foco e os esforços

líder do setor de telecomunicações que fatura mais de

nos planos existentes. Ou seja, eles tinham certezas

cinquenta bilhões de dólares ao ano.

demais sobre seus negócios para que um projeto de inovação desse certo.

Naquela época, fomos visitar as maiores empresas do Brasil para entender como estavam tratando a inovação.

Sem dúvida, o mais importante – o “por quê”

Embora praticamente todas mostrassem interesse pelo as-

da inovação - é ajudar a companhia a descobrir

sunto, quase nenhuma delas apresentava real disposição

novas maneiras de crescer. Embora pareça que

para fazer algo de maior envergadura. Hoje, 11 anos de-

as empresas estejam sempre abertas a esses no-

pois, vemos que, embora superficialmente, algumas coi-

vos modos de crescer, elas quase nunca têm uma

sas mudaram em relação à inovação no Brasil: temos as

definição clara do que significa “crescer de novas

“leis da inovação”, cursos de inovação nas universidades

maneiras”. Acontece que, na prática, as compa-

e diversos eventos sobre inovação. Algumas empresas se

nhias sempre dão preferência a crescer da forma

preparam para fazer a “gestão da inovação” (uma frase de

que elas já conhecem. Porém, para crescer de

moda, que apresenta muitos erros conceituais...).

forma diferente, precisamos descobrir e articular

No entanto, a não ser por essas medidas superfi-

com clareza o “por quê” da inovação antes de dar

ciais, o Brasil ainda não está inovando suficientemen-

respostas ao “quê”, “quem” e “como”. Quan-

te. Eu espero que, provocando um profundo debate

do fazemos uma busca profunda do “por quê” de

sobre inovação no contexto brasileiro, possamos ir

inovação, encontramos significativas razões que

muito além da “gestão da inovação”, da “inovação

provam que até mesmo companhias com boas es-

aberta” e de outros conceitos e mitos populares, de-

tratégias e planos devem procurar continuamente

senvolvendo melhores alternativas de abordagem

novas formas para crescer.

para a inovação no Brasil.

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A possibilidade de inovar e produzir novos modelos de negócio no Brasil é bastante dificultada pelo excesso de regulamentação, tributação asfixiante, além da tendência geral de copiar as “melhores práticas” e benchmarks. No melhor livro já escrito sobre inovação, Cresci-

II - CAPACITAÇÃO

mento Através de Inovação, Clayton Christensen des-

As empresas no Brasil ainda não desenvolveram a ca-

taca os dois requisitos fundamentais para a o sucesso da

pacitação para inovar de forma consistente. Em vez

inovação: 1) Motivação e 2) Capacitação. Uma análise

disso, preferem o caminho mais fácil de estruturar pro-

mais aprofundada do ambiente competitivo no Brasil

jetos para captar recursos oferecidos por programas de

mostra que essas duas condições, além de não terem

incentivos mal concebidos (como a Lei “do bem” e a

provocado melhora significativa nos últimos dez anos,

Lei de “Inovação”). Além de buscar um dinheiro “de

de fato, até pioraram a situação.

graça” do governo (que acaba saindo muito caro para o país), as empresas acabam limitando seus esforços

I - MOTIVAÇÃO

em “programas de inovação” e treinamento.

Muitos dos setores impulsionadores da inovação,

Algumas empresas (e muitas universidades e ins-

como a tecnologia da informação e as telecomunica-

titutos), no Brasil, ficaram encantadas com a “gestão

ções, são ainda, lamentavelmente, muito sobretaxa-

da inovação”. Esse conceito é inadequado quando se

dos e subcompetitivos no Brasil. E a ambição política

considera a complexidade da verdadeira inovação.

de criar “supergigantes” nas telecomunicações vai

Na verdade, não há nenhuma evidência concreta

piorar esse quadro, além de desestimular que empre-

que confirme que obedecer a uma série de passos

sas menores e mais flexíveis inovem nesse setor. Gran-

sequencial, como stage gates, realizar concursos de

des empresas de sucesso no Brasil são antiquadas e

inovação aberta etc. terá qualquer impacto real so-

utilizam os modelos de negócios de sempre, copiados

bre a capacidade futura de crescimento das empre-

da Europa e dos Estados Unidos.

sas. Muito do que é considerada “gestão da inova-

A possibilidade de inovar e produzir novos mo-

ção” consiste em tomar um problema complexo e,

delos de negócio no Brasil é bastante dificultada pelo

simplesmente, transformá-lo em uma sequência de

excesso de regulamentação, tributação asfixiante,

etapas nada inovadoras.

além da tendência geral de copiar as “melhores prá-

A verdade é que o equilíbrio da economia brasilei-

ticas” e benchmarks. Mais importante ainda é que a

ra ainda é baseado em um grande e amplamente pro-

falta de competitividade no Brasil significa produtos

tegido mercado interno e um mercado de exportação

e serviços muito caros. Ainda pior: não existe mo-

largamente baseado em commodities. Não há muita

tivação real para inovar quando é possível vender

coisa que realmente tenha mudado e a inovação é ain-

produtos e serviços “não inovadores” com grandes

da um longo caminho a ser percorrido. É uma boa

margens (margens ainda maiores, se considerarmos

hora para aprofundar o debate sobre as estratégias de

os custos financeiros).

inovação mais adequadas para o Brasil.

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GESTÃO

Erickson Blun

Onde você pretende estar em 2020? Era uma vez um hospital fundado e gerido por um médico. Dono de uma boa visão de futuro, ele foi capaz de transpor os limites impostos por sua formação acadêmica e, entre erros e acertos, construir um negócio bem-sucedido. Seu plano, passar o comando da instituição ao filho médico. Assim nasceram e cresceram muitos hospitais renomados no País, num passado nada remoto do qual nos lembramos de maneira cristalina. Hoje, o mercado de saúde suplementar é bem diferente. A exemplo de outros setores da economia, vem sendo alvo de fusões e aquisições. Alguns hospitais familiares experimentaram a gestão profissional, com a contratação de executivos, para em seguida Erickson Blun superintente do Hospital e Maternidade Brasília

serem adquiridos por grandes grupos e, até mesmo, por fundos de investimentos. E esse é um processo que está apenas no início. Gerir hospitais na era do health-care-business demanda o desenvolvimento de competências bem específicas. Não podemos nos dar ao luxo de ter apenas um único gestor financeiro. De todos os executivos, estratégicos e operacionais, espera-se uma atuação que garanta rentabilidade à empresa. Se antes a concepção e a melhoria de processos era um desafio no dia-a-dia dos hospitais, agora é preciso avançar nesse âmbito sem gerar custos que não poderão ser repassados às fontes pagadoras. Ao mesmo tempo, nada pode comprometer a assistência. Até então, os hospitais escolhiam estabelecer ou não programas de gestão pela qualidade. Em pouco tempo, a apresentação de indicadores positivos será regra para permanecer no setor. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que regula as operadoras de maneira firme, já anunciou: vai avaliar também a qualidade das redes credenciadas. Nada mais justo, visto que toda a operação está centrada na preservação da vida humana.

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Parece um desafio e tanto. E é – ainda mais quando se espera que o hospital-empresa mantenha compromisso contínuo com a inovação. É imprescindível agir aqui-agora e, ao mesmo tempo, desenhar o futuro. Protocolos alinhados com os principais centros mundiais, tecnologia competitiva e serviços diferenciados são algumas das características das instituições capazes de se perpetuar nos novos cenários. Rumo a 2020, os profissionais voltados à gestão em saúde devem reconhecer que jamais estarão prontos. Como participantes de um mercado no qual os players podem estar em qualquer lugar do planeta, aprender é o nome do jogo.

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FINANÇAS

De olho nos investimentos Estratégias de investimentos definem trajetórias para alcançar novos horizontes Por Gabrielle Rocha

gabrielle@healthers.com.br

A

Constituição Federal de 1988, em seu artigo 196 dispõe que “a saúde é direito de todos e dever do Estado”. Dizem, tam-

bém, que saúde não tem preço. Mas, um bom atendimento, equipamentos modernos e profissionais especializados, acarreta em altos custos para os hospitais. E como suprir essas necessidades? Antigamente, não existia tanta competitividade no sistema de saúde, muito menos necessidade de grandes investimentos. A evolução da medicina colaborou com o aumento dos custos de assis-

tência e, para que os hospitais consigam equilíbrio entre receita e despesa, é necessário investir numa gestão competente, visando captação de recursos para acompanhar o progresso tecnológico. Para a maioria das instituições, a forma mais segura de

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Divulgação

FINANÇAS

Carlos Marsal: Mesmo com a clareza dos gastos e a adoção de sistemas de custos, a redução ainda é um tema difícil de ser abordado.

investir é por meio do BNDES, que possui juros mais baixos do que os bancos comerciais, mas sua parcela de participação geralmente é de 50% do montante do valor solicitado. “Tenho visto grandes hospitais privados realizando seus projetos de expansão com recursos do BNDES. Se esta fonte de recursos estiver disponível, certamente será uma das melhores, uma vez superados a burocracia e os prazos de liberação dos recur-

área de especialidade, nenhum país de primeiro mun-

sos”, conta o gerente geral de controladoria do Gra-

do consegue pagar remédios e acompanhar os avan-

acc (Grupo de Apoio o Adolescente e à Criança com

ços tecnológicos das instituições sem o apoio da so-

Câncer), Gilberto Vicente de Souza.

ciedade. “Não conheço nenhum país no mundo que

No entanto, para haver crescimento, é necessário

tenha a medicina de ponta com impacto tecnológico

ousadia. Por isso, algumas empresas de saúde procu-

ou medicamentos de última geração, sem o apoio da

ram outras formas de captação de recursos.

iniciativa privada. No caso do nosso hospital é mais

É o caso da Rede D’Or São Luiz. Para consolidar

fácil, pois somos 100% SUS”.

seu crescimento no País, a entidade utilizou-se de em-

O momento econômico atual pelo qual o merca-

préstimo do IFC (International Finance Corporation)

do brasileiro passa está propício para investir, tanto

e através de seu setor de Merchant Banking realizou

em novos projetos quanto em reformas e expansão

parceria com o banco BTG Pactual adquirindo ações.

dos hospitais. Para isso, a gestão deve optar pelo me-

Na opinião de Souza, o financiamento de investi-

lhor tipo de financiamento.

mentos por meio de parcerias com grupos financeiros

Antes de decidir qual modelo de investimento

nacionais ou estrangeiros é algo viável, porém, há o

será implantado, é necessário que haja uma estra-

risco de perda do controle financeiro dependendo do

tégia operacional. “Cada estratégia adotada dire-

porte do parceiro escolhido.

ciona a entidade para um determinado patamar

Existem também fontes de financiamento como a

de qualidade e de resultado. A questão é fazer a

Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), agências

entidade reavaliar sua estratégia”, expõe o gerente

multilaterais como o DEG/KFW (Alemanha), Pro-

financeiro do Graacc.

parco (França) e BID (Estados Unidos).

Toda instituição busca um modelo operacional

O diretor geral do Hospital de Câncer de Barre-

próprio, sempre visando qualidade e valorizando a

tos, Henrique Prata, acredita que, em oncologia, sua

acreditação do modelo assistencial, uma etapa deci-

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Danilo Ramos

Gilberto Souza: A importação de insumos e equipamentos, principalmente da Ásia, tem sido uma opção viável dado o nível de tecnologia que esta região atingiu nos últimos dez anos.

siva na hora que o mercado decide contratar serviços de saúde. Para Prata, um dos modelos de investimentos, com a intenção de aliar rentabilidade e qualidade, é fazer uma gestão competente, como a economia de desperdício e o controle de medicamentos, que é um grande caos para os hospitais de alto custo. “Os custos dos medicamentos para o câncer são muito altos. Há dois anos, passamos a controlar os nossos insumos online, assim, informatizamos 100% o hospital. Isso trouxe segurança, economia e um grande controle de desperdício”. A redução dos custos não pode interferir na qualidade dos serviços e o sistema de saúde vem trabalhando para que isso não ocorra. O superintendente de controladoria e finanças do Hospital Sírio-libanês, Carlos Alberto Marsal, diz que

“Cada estratégia adotada direciona a entidade para um determinado patamar de qualidade e de resultado. A questão é fazer a entidade reavaliar sua estratégia.” Gilberto de Souza, do GRAACC

redução de custos é um assunto complicado. “Mesmo com a clareza dos gastos e a adoção de sistemas de custos, a redução ainda é um tema difícil de ser abordado. Porém, com a necessidade de maximizar margens para melhor aplicação dos recursos e a busca por melhor produtividade, a redução de custos é um caminho sem volta”. Algumas estratégias são utilizadas para essa redução, tais como, a economia de escala, protocolos clínicos e cirúrgicos, centrais de compras, treinamento e capacitação de colaboradores, terceirização de serviços e projetos arquitetônicos que contribuem na logística interna. “A importação de insumos e equipamentos, prin-

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FINANÇAS

Henrique Prata: Um dos modelos de investimentos, com a intenção de aliar rentabilidade e qualidade, é fazer uma gestão competente.

cipalmente da Ásia, tem sido uma opção viável dado o nível de tecnologia que esta região atingiu nos últimos dez anos”, refere-se Souza. Modelos de financiamentos estrangeiros sempre são estudados, principalmente pelas instituições que mantém vínculos com hospitais de outros países. Mesmo com a crise na Europa e nos Estados Unidos, a melhoria da imagem do Brasil internacionalmente tem permitido que agências multilaterais invistam no segmento. Um exemplo disto é o Graacc, que em grande parte se espelha no modelo de financiamento adotado pelo St. Jude Children’s Research Hospital, em Memphis, nos Estados Unidos. No hospital norte-americano, a maior parte dos recursos vem da própria comunidade apor meio de doações espontâneas.

Outro cuidado é com a governança. “O empreendedor tem que saber que entrará um investidor

O St. Judes, em conjunto com o grupo científico e

e, com isso, terá que dividir as decisões. Ele deixa

médico do GRAACC, utiliza essas doações para pes-

de ser dono para ser um executivo, mas muitas ve-

quisas de novos medicamentos e para aprimorar os

zes não está preparado para isto”, afirma o profes-

métodos laboratoriais.

sor do Insper.

Outra possibilidade é buscar investimentos com

A última preocupação é em relação ao contrato

capital de risco. Mas, todo o cuidado é pouco. Segun-

do aporte de capital. É preciso ter um excelente ad-

do o professor e coordenador do Centro de Empreen-

vogado, que entenda do mercado de capital de risco,

dedorismo do Insper (Instituto de Tecnologia e Pes-

discuta e esclareça as cláusulas, que, eventualmente,

quisa), Marcelo Nakagawa, é necessário ficar atento

podem ser perigosas para o empreendedor.

aos riscos de optar pelo fundo de investimento errado.

É muito importante avaliar de forma exaustiva

Em primeiro lugar, é preciso entender a lógica

a estratégia de financiamento. “Fatores como varia-

do capital de risco. Em seguida, ter cuidado com a

ção cambial, projeções irreais, prazos incompatíveis e

negociação do valor da empresa e se preocupar com

contratos mal formulados podem gerar problemas na

o planejamento do negócio, estudando todas as pos-

capacidade de pagamento da instituição e até litígios

sibilidades de um investimento para o futuro.

internacionais de difícil solução”, finaliza Marsal.

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FINANÇAS

Carlos Marsal

Administração do caixa em hospitais, contexto e desafios. Gerir um corpo profissional altamente qualificado, atender as demandas e as exigências crescentes dos consumidores, assegurar um modelo de qualidade que garanta melhoria contínua, incorporar novas tecnologias, desenvolver constantemente os colaboradores e ainda, garantir recursos suficientes para honrar todos os compromissos, são tarefas cotidianas de um hospital de ponta. O cenário é complexo porque, como um dos últimos elos de uma complexa cadeia produtiva, o hospital acaba incorporando as diversas transferências de riscos que ocorrem desde a contratação do serviço. Carlos Marsal é superintendente de controladoria e finanças do Hospital Sírio-Libanês

Há ainda uma incompatibilidade entre o prazo médio de recebimento, de pagamento e de estocagem. Isto traz um caráter ainda mais dramático para a administração do fluxo de caixa das instituições. No setor de saúde, não é incomum haver uma diferença de trinta a quarenta dias, devido ao burocrático processo de apuração/auditoria das contas hospitalares pelas operadoras, caracterizando uma necessidade de buscar financiamento para a operação nos bancos. Os prazos de pagamento são curtos comparados aos prazos de recebimento, os prestadores de serviços pagam seus insumos geralmente em 30 dias, a situação é agravada quando é definida a agenda para pagamentos de determinados insumos (principalmente materiais, medicamentos e prestadores) antecipadamente ao ato do recebimento. A efetivação do recebimento pode demorar até 80 dias tendo em vista todo o ciclo de preparação, análise e aprovação de contas médicas. No final, restam as baixas de glosas e descontos reconhecidas no resultado e toda a inadimplência a ser administrada. Somam-se a estes fatores, as dificuldades crônicas de entendimento dos custos. É comum observar no setor muitas instituições que ainda falham na apuração dos custos, na implementação de uma estrutura organizacional enxuta e com alta produtividade, na adequada classificação e na definição de políticas efetivas de gerenciamento e de otimização na utilização de recursos. Há uma mudança importante na cultura vigente: a cultura consagrada era de que que bastava que os procedimentos médicos fossem realizados para que a conta fosse encaminhada com todos os itens relacionados sem o cuidado de avaliar se de alguma maneira, os custos po-

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deriam ser minimizados. Hoje, o mercado indica uma pressão crescente sobre os prestadores de serviços no que se refere a um melhor controle de seus gastos, exigindo maior controle de custos por procedimentos. As fontes pagadoras estabelecem prefixações as quais muitas instituições hospitalares aderiram sem o entendimento claro de seus custos reais. Diante deste cenário complexo, ainda identificamos que a maioria dos hospitais privados não geram capital de giro próprio suficiente para honrar diariamente seus compromissos, este cenário estabelece a necessidade da ajuda de capital de terceiros, normalmente obtida no mercado financeiro em linhas de crédito de curto e longo prazo. Este grau de dependência pode gerar problemas uma vez que a oferta e os custos destas operações dependem do contexto econômico do momento. Ainda assim, muitos hospitais conseguem manter um determinado nível de caixa paras atender as dificuldades e incertezas do seu fluxo de pagamentos, recebimentos e estocagem. Segundo Keynes (1936), as empresas mantêm recursos em razão dos seguintes motivos: Transação: efetuar pagamento de suas operações normais e certas Preocupação: efetuar pagamento de despesas imprevistas ou inesperadas Especulação: aproveitamento de oportunidades especulativas de ativos não monetários, por exemplo: aproveitamento de um baixo custo de um material estocável. Além de todos os pontos, o administrador financeiro ainda tem que apoiar e assegurar recursos necessários para viabilizar os contínuos projetos de investimentos. É muito importante enfatizar que as ferramentas financeiras de tomada de decisão (TIR, Payback, VPL, ROE) devem ser utilizadas à serviço do processo decisório, contudo, dada a característica do negócio, a decisão deve ser baseada também por outros quesitos como interesse estratégico, científico, qualitativo, de risco, benefício sistêmico, dentre outros. Não é responsabilidade única e exclusiva do administrador financeiro garantir solidez financeira à Instituição, este compromisso é de todos os gestores. Porém, neste cenário, e diante das barreiras culturais do setor, é imprescindível que tenha um perfil incansável e inconformista para que possa assegurar orientação aos pares e a sustentabilidade do negócio. O grande desafio continuará sendo atender o paciente com a maior relação qualidade x efetividade x custo.

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MARKETING

a disputa pelo

SUCESSO Fidelizar clientes é o passo principal para construir relacionamentos duradouros e lucrativos Por Gabrielle Rocha gabrielle@healthers.com.br

C

onstantemente, a economia mundial é invadida

opções no mercado.

pelos efeitos da concorrência. Salários, preços,

Antigamente, a competição entre hospitais era

métodos de produção e distribuição de recursos re-

pequena. “Com a evolução da tecnologia e dos recur-

sultam nesse processo. A presença de um concorrente

sos médicos existentes, os hospitais começaram a se

muda toda a estrutura do negócio.

aparelhar mais, o consumidor está muito mais infor-

“Concorrência é o esforço para conquistar aquilo que, ao mesmo tempo, outro também se esforça para conquistar”. Esta citação, feita por Samuel Jhonson, pensador inglês do século XVIII, é válida até hoje.

mado e ativo”, explica o professor Afonso de Matos, diretor-presidente da Planisa. As organizações precisam ter capacidade de descobrir antecipadamente as oportunidades que estão ao seu redor

Seria imprudente dizer que não existe concor-

e as ameaças presentes, para conseguir driblar a concor-

rência no sistema hospitalar, pois ela está aumen-

rência. É necessário fazer um reconhecimento detalhado

tando gradativamente. É bom para as instituições

do ambiente econômico: nível de inflação, crescimento

e melhor ainda para os pacientes, que terão mais

da economia, renda per capta, carga tributária e,

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Cristiano Sant'Anna

MARKETING

Daniela Pontes: “É fundamental que a equipe esteja alinhada e com o conhecimento necessário para realizar uma entrega com excelência aos pacientes, familiares e corpo clínico.”

principalmente, pesquisar o público-alvo sempre na busca da modernização e valorização do cliente. Para um hospital se destacar no mercado, é fundamental montar táticas visando os três clientes: médico, operadora e paciente. A gerente de marketing do Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, conta que a instituição trabalha não somente com três, mas seis steakholders. “Para cada uma delas, desenvolvemos um plano estratégico, com desdobramento em ações de comunicação e relacionamento. As estratégias divergem conforme o público: pacientes e familiares, corpo clínico, operadoras, empresas, fornecedores e colaboradores”.

Hoje, os hospitais se preocupam em ter uma vantagem competitiva baseado em uma diferenciação téc-

Na construção de cada ciclo estratégico, através de

nica. “Os hospitais buscam ter na sua estratégia uma

um processo de co-criação, o hospital gaúcho identi-

demonstração de qualificação diferenciada, isso junto

fica quais são os atributos de valor para cada um dos

a pacientes e também para atrair e reter médicos espe-

públicos, desdobram estes atributos e trabalham em

cializados”, opina o diretor-presidente da Planisa.

parceria com os setores de compras e financeiro, com

Para verificar a efetividade das estratégias, hospi-

a intenção de verificar possíveis oportunidades de entre-

tais realizam pesquisas de satisfação entre os clientes,

gar serviços que auxiliem na transparência das relações.

funcionários e análises de utilização, que devem es-

Para conquistar consumidores ou financiadores,

tar associadas sempre aos indicadores de desempe-

as instituições buscam oferecer o que tem de melhor, procurando sempre diferenciar os serviços para se tornarem exclusivos no sistema.

nho econômico-financeiro. “Se pretendemos verificar a “força” da marca, utilizamos pesquisas. Com os pacientes e familiares,

"Competitividade “empobrece” uma área de marketing, é ela que traz a necessidade da inovação.” Daniela Pontes, do Moinhos de Vento

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Divulgação

Afonso de Matos: “Com a evolução da tecnologia e dos recursos médicos que existem hoje, os hospitais começaram a se aparelhar mais, o consumidor está muito mais informado e ativo.”

O marketing é uma importante ferramenta utilizada pelas instituições. Seu objetivo é conquistar o crescimento e desenvolvimento do negócio, tornando-o mais rentável e próspero, direcionando a organização a realizar com sucesso sua missão. “É fundamental que a equipe esteja alinhada e com o conhecimento necessário para realizar uma entrega com excelência aos pacientes, familiares e corpo clinico”, afirma Daniela. A concorrência está tomando conta do sistema e o prestador de serviços acaba participando por conavaliamos por meio de indicadores que apontam se

ta do mercado competitivo. Para se sobressair nessa

estamos sendo efetivos em nossa comunicação”, ex-

disputa é necessário que a instituição tenha capacida-

põe Daniela.

de de manter ou aumentar os lucros e quem melhor

Cada vez mais, hospitais no exterior utilizam ro-

apresentar o produto final, ganha a batalha.

bôs automatizados, que realizam tarefas simples com

Matos acredita que uma concorrência saudável

eficiência e ajudam os médicos a interagirem com os

é competir com qualificação técnica, oferecendo ao

pacientes fora dos leitos. Os robôs contribuem com a

mercado o melhor produto e a melhor solução assis-

redução dos custos operacionais, tornam os serviços

tencial ao cliente. “É necessário ter preços bem for-

mais eficazes e servem como ferramenta de marke-

mulados, fundamentados no uso eficaz do recurso e

ting para posicionar as entidades como adaptadores

baseados em indicadores de custos.”

de tecnologia de última geração.

Para obter êxito nos negócios por um período

Este ano, a GE Global Research’s anunciou que

maior de tempo, os hospitais precisam, em primeiro

desenvolverá um sistema inteligente que irá esterilizar

lugar, fidelizar clientes, isto é, determinar o público

e rastrear instrumentos cirúrgicos, mas só será testa-

em que irá se relacionar. Para isso acontecer, precisa

do em 2015. De acordo com o investigador principal

haver uma relação de confiança junto aos clientes, de-

e especialista em auto-ID technology da GE Global

senvolver sentimentos de fidelidade e lealdade.

Research’s, Lynn DeRose, estão bem posicionados

“Qualquer indústria com baixa competitividade

para construir uma solução inteligente que possa fazer

“empobrece” uma área de marketing, ela é que traz

com que centros cirúrgicos funcionem com mais efi-

a necessidade da inovação. Obviamente, esses efeitos

ciência, economizar milhões de dólares em custos de

não são só para o marketing. A competitividade im-

saúde e levar os melhores resultados para os pacientes.

pulsiona o crescimento”, ressalta Daniela.

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MARKETING

Claudio Tonello

Geomarketing: Um aliado na estratégia É uma pena que esta visão, um tanto quanto míope e distorcida, ainda seja realidade nos dias de hoje. Porém, temos sorte que o número de profissionais com essa visão seja cada vez menor. Comunicação é apenas uma das várias disciplinas que compõe o mix do marketing moderno. Uma das disciplinas que mais podem ajudar os profissionais de marketing, atualmente, no setor de saúde, é o Geomarketing. Com ele, conseguimos entender e atender vários de nossos públicos-alvo, sejam eles, pacientes, médicos ou operadoras de saúde. Em felação aos pacientes, o geomarketing pode auxiliar as instituições por meio de um cadastro de clientes eficiente. Podemos, por exemplo, imputar informações básicas como o CEP Claudio Tonello

de moradia e do trabalho dos pacientes em um banco de dados, e com isto descobrir através

é executivo de marketing na área da saúde

do cruzamento de informações, de qual região da cidade são oriundos os clientes que passam atualmente pelo pronto-socorro. Com essas informações, podemos entender os pólos regionais dos clientes atuais, se vem de casa ou do trabalho e identificar áreas geográficas que não atraem clientes. A partir destas informações podemos traçar planos de captação de clientes. Ainda no campo das hipóteses, podemos identificar se moradores de um determinado bairro de classe alta, embora vizinhos do hospital, não sejam clientes e não se sintam atraídos para frequentarem esta instituição. Por falar em captação, entra aqui também um outro e por que não dizer, um dos mais importantes clientes de uma instituição hospitalar: os médicos. Através da identificação das especialidades estratégicas que podem aumentar receita e margem de um determinado hospital, podemos inserir toda a base de médicos de uma cidade ou região, por especialidade, por operadora, etc, e identificar onde, geograficamente estão localizados. Na sequência entram outras ferramentas táticas do marketing, como comunicação, visitação, abordagem, pesquisa da identificação e levantamento das necessidades destes profissionais e, finalmente, a captação médica para que a ampliação desta determinada especialidade estratégica, seja de fato alcançada. Claro que um programa bem feito pode significar “atração e captação”, mas se enganam aqueles que pensam que o trabalho encerra-se aí. Tão importante quanto atrair e captar é “reter” os bons talentos e os bons profissionais. Para isso, uma consistente plataforma de relacionamento que atenda as necessidades deste público pode ser de fundamental importância. Percebam que não estamos falando de investimentos vultuosos. Muitas vezes atender uma reivindicação muito simples e de baixo custo de implementação, já é o suficiente e pode gerar um grande e positivo impacto. Pode ser a contratação

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de um manobrista de carros para os médicos não perderem tempo estacionando seus veículos e seguirem para o centro cirúrgico com maior agilidade, tão pouco esperarem demais para recebe-los na saída do hospital rumo aos seus consultórios. O importante é saber que não vale a pena investir um alto volume de capital nas duas primeiras fases e descuidar da terceira, a de retenção, pois todo o trabalho, tempo, esforço e dinheiro, podem ser jogados fora. O equilíbrio entre eles me parece o mais sensato. Muito valorizado hoje em dia, um bom trabalho de aproximação com empresas também podem ser iniciado por meio do Geomarketing. Tudo se inicia com um mapeamento das empresas de determinada região alvo e claro, com o cruzamento de dados importantes como, o número e perfil dos colaboradores, operadoras e planos de saúde que oferecem aos seus funcionários, etc…. Cabe aqui uma regra bastante importante, respeitar e fazer tudo em linha com a operadora de saúde que atende esta empresa e que é parceira e cliente do hospital. Mas como o geomarketing pode ser útil para o hospital em se tratando do cliente operadora de saúde? Dentro do Marketing, a área de inteligência de mercado deve levantar a participação das operadoras em termos de receita e margem. Definir quais os “gaps” e oportunidades com determinadas operadoras e definir um plano de ação em conjunto com a área comercial e de operações para aumentar a participação desta operadora no negócio do hospital. Pode ser a melhoria da distribuição numérica e ponderada das especialidades, “pricing” ou a captação de médicos que trabalham com esta determinada operadora. Neste caso, basta que a operadora divulgue sua lista de médicos credenciados que o geomarketing faz o restante. Como disse anteriormente, podemos mapear os médicos de determinada operadora, por especialidade, região, rua, etc… Utilizando o Geomarketing, até a comunicação passa a ser cirúrgica, mais focada e dirigida, muito mais eficaz, sem dispersão e com baixo custo. Particularmente, gosto também de usar esta disciplina, para conhecer com muito mais profundidade qualitativa, o perfil da população de determinada região. Este conhecimento se dá através de informações disponíveis na ferramenta como: participação das diversas faixas etárias da população, classe sócio-econômica, número de habitantes por domicílio, nível de instrução e formação, número de escolas na região, de hospitais concorrentes, além de vários outros indicadores de fontes oficiais como IBGE, MEC, IPEA entre outros. Por essas e outras que, cada vez mais, os profissionais que pensam que marketing é apenas folheteria, se tornam, cada vez mais, escassos no mercado.

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Pensando fora

da Caixa Novas ideias e investimentos no setor de vendas de uma organização geram resultados significativos e com qualidade Por Gabrielle Rocha

gabrielle@healthers.com.br

C

onstruir uma instituição vencedora consiste em investir em uma estru-

tura de vendas que esteja baseada em organização, controle e análises dos resultados do produto no mercado. Vender não é somente ofertar. É imprescindível ter conhecimento sobre o tipo de cliente e seu comportamento no mercado. Para promover mudanças no setor, é necessário inovar, ampliar os negócios e modificar os modelos de vendas que vêm sendo utilizados. Porém, qualquer alteração pode acarretar riscos. O laboratório Hermes Pardini, na capital mineira, investe em estratégias de

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VENDAS

negócio atuando em duas áreas: captação própria,

Divulgação

Santoro: No mercado de apoio, o que nos evidencia em relação à concorrência é o nosso nível de entrega.

participação do mercado.

que consiste no atendimento direto ao cliente e

“O primeiro passo é entregar aquilo que você

B2B, onde presta serviços mais especializados para

acorda com seus parceiros, no nosso caso, as ope-

cerca de 5 mil laboratórios em todo o Brasil. Essa

radoras de saúde, que respondem por 98% do

operação leva o nome de Negócio Apoio. “Nossa

nosso movimento. Quando o paciente é o prin-

estratégia de crescimento é capitalizar ainda mais

cipal foco da estratégia, temos sempre que ter

em número de unidades. A empresa estava muito

qualidade no processo”, explica o sócio diretor da

concentrada na região centro-sul, e agora, para

Home Doctor, José Eduardo Ramao.

aproveitar o crescimento das classes C e D, está

O segundo passo, ainda de acordo com Ra-

mais próxima desses clientes”, conta o presidente

mao, é cercar-se de bons profissionais, fazer a

do laboratório, Roberto Santoro.

prospecção de mercado e ver onde estão os focos

Com referência à unidade de Negócio Apoio,

principais para expandir dos negócios.

a estratégia da empresa é ter a melhor relação

A concorrência está sempre presente neste

custo serviço em apoio laboratorial a outros labo-

segmento. Na opinião de Santoro, em relação ao

ratórios no Brasil, além de buscar ser a primeira

mercado de apoio, quanto maior o número de

escolha na área de imagem. Para isso, a institui-

laboratórios de pequeno porte, melhor, pois eles

ção aperfeiçoa sua logística e procura ter soluções

irão se espelhar nos grandes laboratórios e tê-los

de serviços para os clientes, para que tenham uma

como referência.

fidelização maior no setor.

O crescimento do negócio é a preocupação de

Uma boa estratégia de negócio, melhora o de-

qualquer empresário. Com a concorrência, a ne-

sempenho da instituição, aumenta a produtivida-

cessidade de modernizar com qualidade tornou-se

de com qualidade, reduz custos e oferece melho-

constante. “É preciso focar na qualidade e na en-

res preços. A consequência disso é o aumento na

trega do serviço. Concorrência é saudável e sem-

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"Não dá para vender um peixe do tamanho que você não tem. Mas é preciso aceitar desafios, sempre com os pés no chão" Eduardo Ramao da Home Doctor

pre vai existir, não adianta ser único no mercado e

que vai ser uma grande ideia para o mercado. É

não querer alçar vôos mais altos”, relata Ramao.

preciso focar sempre em coisas novas que tenham

Para se destacar, é preciso ter competência

resultado”, expõe Ramao.

para gerenciar o negócio, investir em conheci-

Baseado no Método Hoffmann, criado por

mento, ter iniciativa e habilidade para se adaptar

Catalina Hoffmann, fundadora e CEO do Grupo

às mudanças. Além disso, ter uma comunicação

Vitalia, esse trabalho passa a entrar no mercado

clara e objetiva é necessário para compreender as

internacional. Catarina afirma que o Grupo irá

prioridades do público interno e externo.

estabelecer negócios nos Estados Unidos, no Mé-

“Não dá para vender um peixe do tamanho que você não tem. É preciso aceitar desafios, sem-

xico e também no Brasil, além de projetos em outros países que estão em andamento.

pre com os pés no chão, ter autocrítica e reavaliar

De acordo com a OMS (Organização Mun-

seu trabalho. Assim, conseguimos progredir cada

dial da Saúde), o governo brasileiro tem gasto por

vez mais”, afirma Ramao

ano US$ 466 per capita com a saúde dos cida-

O Hermes Pardini aposta na área de P&D e

dãos, bem menos que a média mundial. Nos EUA,

assessoria científica em campo para se diferenciar,

por exemplo, os gastos anuais chegam a US$ 3,7

além de uma integração de sistemas, que permite

mil. Porém, na última década, o País avançou em

que um resultado saia em até 24 horas após os

relação aos investimentos na área.

exames. “No mercado de apoio, o que nos eviden-

O Hermes Pardini tem obtido um aumento

cia em relação à concorrência é o nosso nível de

significativo das vendas nos dois mercados em que

entrega”, descreve Santoro.

atua. “Temos crescimento de vendas em torno de

A Home Doctor está investindo em diversos projetos, tais como, uma nova unidade em 2014, estudos na área de telemedicina e o serviço de Day Care, que já começa a ser implantado

20% ao ano no mercado de apoio e 10% ao ano no mercado local”, aponta Santoro. Atualmente, o setor de saúde representa 8,8% do PIB brasileiro, e movimenta cerca de

A entidade foi buscar na Espanha este modelo

R$300 bilhões por ano. Segundo Ana Maria Ma-

de atendimento, chamado Centro-dia Vitalia, que

lik, coordenadora geral do GV Saúde (Centro de

visa cuidar do envelhecimento da população bra-

Estudos em Planejamento e Gestão de Saúde da

sileira, uma realidade cada vez mais evidente. O

Fundação Getúlio Vargas), os negócios neste se-

serviço atua com foco no bem-estar do idoso e no

tor, hoje, não podem estar voltados para redução

envelhecimento com qualidade de vida. “Estamos

de custo, mas sim para se aproveitar melhor os

estudando esse projeto há muito tempo e acredito

recursos existentes.

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COMPRAS

Marcos Le Pera

Humanização em saúde: diferencial de marca? Muito se fala no mercado de saúde a respeito de humanização. Para entender o que a palavra significa é fácil. Humanização é tratar o ser humano levando em conta que ele possui um corpo físico, mas também um corpo emocional. Traduzindo: instituições de saúde não são oficinas mecânicas onde se trocam peças de um motor com defeito. Até ai nenhuma novidade. O que existe de novo é que as pessoas estão trocando o profissional técnico e frio pelo profissional técnico humano. Isso também serve para as instituições. Cena 1 | Uma pessoa do meu convívio cuja esposa terá de fazer uma cirurgia de porte, estava em dúvida entre dois profissionais com os perfis que citei acima. Advinhe qual eles escoMarcos Le Pera é diretor de planejamento da Le Pera Comunicação, tem mais de 30 anos de comunicação e construiu cerca de 400 marcas.

lheram. Bingo quem disse que foi o mais humano. Cena 2 | Acabo de ver a nova campanha do Hospital Einstein. Agora podem levar seus cachorros para visitar os donos internados, ou celebram casamentos no hospital para aqueles que não podem ir até um padre ou rabino. Sinais dos tempos? Duvido. Inteligência de marca é o nome. Descobriram cedo que o gatilho da preferência de marca passa pelo coração. Não aquele coração das artérias entupidas, mas aquele bonitinho que a gente desenha quando se está apaixonado. Cena 3 | Procuro o fone do meu médico em meio a uma crise renal. Danadas pedrinhas minúsculas que fazem um homem ajoelhar de dor. Ligo para ele e não me atende. A dor aumenta. Devidamente munido de meu seguro saúde e em direção ao hospital ele me liga. O que houve? Cólica renal – sussuro. Estava em uma cirurgia, onde você está? Indo para o hospital. Certo, te encontro lá em 30 minutos. Chego ao hospital e sou medicado. Depois de

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algum tempo encontro ele na recepção. Ele olha, me abraça, sentamos e conversamos. A pergunta que vale milhões de dólares: para quantos amigos eu irei indicá-lo? Ele me atendeu ou me transformou em advogado não remunerado de sua imagem? Responda-me você. Cena Final | Vivemos no auge de uma crise de valores em nossa sociedade. Ligue os telejornais e me responda rápido: isso que vemos na TV está acontecendo de verdade ou é roteiro de um filme de terror? Estamos correndo consciente ou inconscientemente em direção as relações humanas e na área de saúde não é diferente. Perceber isso e fazer sua instituição professar este credo, é o caminho mais rápido para sua marca se distanciar das demais e tornar seus pacientes em fãs incondicionais de sua marca. Aja. A hora é agora.

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TI EM SAÚDE

O papel do novo CIO na saúde é também muito antigo Os gestores de tecnologia do setor estão entre os que mais sabem das vantagens de tendências inovadoras e que outras empresas sequer começaram a discutir. Mas, ao mesmo tempo, estão amarrados a problemas que outros CIOs resolveram há anos Por Gilberto Pavoni Junior

redação@healthers.com.br

O

s CIOs estão em plena transformação em vários segmentos de mercado. Mas na saúde, esse executivo está ainda mais comple-

xo. Tudo por causa do momento do setor, que vive uma convergência tecnológica e cronológica. É preciso recuperar o tempo perdido, pensar no futuro, mostrar competência comum da tecnologia da informação (TI), ser um líder em estratégia de negócios e ainda preparar-se para os avanços científicos em diagnósticos e tratamentos. “Estamos vivendo os últimos 20 anos em apenas um ano”, analisa o presidente da Associação Brasileira de CIOs da Saúde (ABCIS), David Oliveira. Para se ter uma ideia da complexidade, os CIOs do setor financeiro – um setor tradicionalmente avançado em TI – começam liderar o avançar em Big Data, mobilidade, analytics e cloud computing. Eles são favorecidos por uma sólida infraestrutura já montada, processos internos automatizados e a única papelada existente é aquela obrigatória por lei. Os gestores de tecnologia dos bancos, por exem-

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Divulgação

TI EM SAÚDE

Margareth: Quando se tem desafios de inovar, e o trabalho é feito com sensibilidade, o profissional fica naturalmente mais completo

plo, praticamente já viraram executivos de negócio. Em hospitais, tudo isso também está ocorrendo, só que ao mesmo tempo em que a infraestrutura básica está sendo preparada. É quase impossível dizer se os CIOs do setor são mais técnicos ou de negócio. Dependendo do dia e dos problemas a serem resolvidos sua função muda. E depois muda de novo. E de novo. Em muitos casos, a preocupação com Big Data se dá simultaneamente à padronização de preenchimento

tão intensamente as mudanças que serão valorizados

de formulários simples e em papel ainda. A mobilidade

por isso no futuro”, destaca Vettori. E ainda levarão

nasce junto à chegada de equipamentos de diagnósticos

a experiência de passarem por um setor que tem vi-

ultramodernos. O prontuário eletrônico é instalado en-

sões diferentes sobre a tecnologia.

quanto os cadastros são padronizados, etc. “Existe um

“A saúde teve uma informatização tardia, mas sem-

ideal novo que está sendo construído ao mesmo tempo

pre houve necessidade de entender a estratégia e ficar

que problemas básicos são resolvidos a toque de caixa”,

próximo às áreas de negócio”, lembra a superintendente

aponta o líder da área de Life Science & Health Care da

de Tecnologia da Informação do Hospital Sírio-Libanês,

consultoria Deloitte, Enrico de Vettori.

Margareth Ortiz de Camargo. Para ela, cuidar de custos e de pessoas sempre fez parte da atividade e isso irá dei-

OS MELHORES PARA O FUTURO

xar os CIOs de saúde mais preparado do que qualquer

A boa notícia é que quem sobrevive a esse sufoco

outro. “Quando se tem desafios de inovar e o trabalho é

tem lugar garantido entre os melhores executivos do

feito com sensibilidade, o profissional fica naturalmente

futuro, e em qualquer empresa. “Eles estão vivendo

mais completo”, comenta.

Confira alguns itens da agenda de urgências atuais e simultâneas de um CIO da Saúde.

para AGORA

para ONTEM

Big Data, BI, analytics

Erros em cadastros, bancos de dados obsoletos

Eliminar papéis (paperless)

Muitas instituições sequer possuem ERP e dependem de formulários em papel

Mobilidade e Bring Your Own Device (BYOD)

Estrutura de rede com pouca capacidade e sem segurança digital

Cloud computing

Há processos que precisam ser definidos e medidos antes de migrar.

Diagnósticos com imagens e dados digitais

Sistemas e infraestrutura de TI antigas não suportam tráfego e armazenamento

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As

10 novas qualidades do CIO na saúde

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PARTICIPANTE DO BOARD – uma das novas funções é puramente política. O CIO precisa ter cadeira no board e ajudar a definir estratégias da empresa com uso da TI. O lugar também ajuda a definir melhor o budget da área. CARTÓGRAFO DE COLABORAÇÃO – é preciso mapear áreas-chaves nas equipes de atendimento, assistencial e administrativa para estabelecer alianças e estratégias para o crescimento. A colaboração envolverá parceiros de fora também. Ele precisa explorar além das paredes da TI. VISIONÁRIO – novos avanços do mercado e científicos trarão para sua alçada temas como medicina preventiva, interatividade on line com pacientes, Genoma e terapias genéticas, nanotecnologia, robótica e telepresença. Tudo dependerá da TI e de sua análise estratégica. GESTOR DE INFORMAÇÕES – o cientista de dados é a profissão que fará parte de várias empresas. Na saúde, o CIO pode assumir isso ou ser o coordenador de toda informação em qualquer formato que entra, circula e sai da empresa para inovar no negócio. AGENTE DE MUDANÇAS – tudo dependerá da tecnologia. Mas não basta saber comprar e instalar. O CIO deve ser o líder a unir as diversas áreas impactadas no desafio de criar novos hábitos e culturas FACILITADOR DO CRESCIMENTO - fusões, aquisições, expansão de prédios e novos serviços de forma digital tornam-se comuns no setor. O CIO é a melhor pessoa para saber onde o digital encaixa no físico ou o que pode ser apenas digital e menores custos. PATROCINADOR DE COMPLIANCE – qualquer nova regra, lei ou diretrizes da instituição terá impacto na TI e em todos que a usam. O CIO usará a tecnologia e sua capacidade administrativa para cumprir prazos e requisições. EVANGELISTA PAPERLESS – a eliminação do papel e automatização máxima é uma necessidade no setor. Mas há resistências e medos quanto à segurança e eficiência do novo mundo. Cabe ao CIO instruir e buscar soluções para a digitalização das informações, além do prontuário eletrônico e registro digital. EVANGELISTA M-HEALTH – tablets e smartphones nas mãos de médicos e pacientes são apenas o início de uma revolução na saúde. O CIO deve comandar a oferta de novos serviços e a integração do legado da TI com o mundo da mobilidade. DESIGNER DO HOSPITAL DO FUTURO – a saúde caminha para uma atividade de prevenção às doenças e não só de cura. O foco tem saído da instituição e ido para o paciente. A mudança ocorre porque informação virou digital, os negócios buscam a responsabilidade social, o consumidor está mais conectado e a tecnologia evoluiu para o social business. O CIO tem todas as condições de visualizar estratégias e enfrentar desafios para o novo modelo que surgirá.

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TI EM SAÚDE

David Oliveira

O que a computação em nuvem deveria oferecer Quando se ouvia falar sobre computação em nuvem, muitos diziam ser a grande solução para os problemas e, também, uma preocupação com a renovação tecnológica. Seguindo o princípio de computação em grade, modelo capaz de alcançar altas taxas de processamento utilizando diversas máquinas simultaneamente, nasceu à nuvem. Uma boa analogia para ela é a bicicleta com seis lugares: todos pedalam ao mesmo tempo e cada um faz menos esforço, certo? Na computação não é diferente, pois já se percebeu que há diversos servidores em empresas que não tem a capacidade utilizada maior do que 50%. No inicio, não se entendia muito bem suas aplicações. Fato é que a computação em David Oliveira

nuvem existe muito antes de sua “bolha”, nos bons e velhos serviços em “cluster”, seguin-

é gerente de TI do Sepaco e presidente da ABCIS

do o mesmo conceito da nuvem. O que vemos hoje é uma computação capaz de atender todos os tipos de negócios. Entretanto, antes de decidir o que vai para nuvem é preciso entender o comportamento dos seus clientes e serviços de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação). Existem, atualmente, quatro modelos de computação em nuvem: Privado (exclusiva da empresa, dentro de seu Data Center); Público (criadas por terceiros, diversas empresas compartilham recursos); Comunidade (grandes corporações ou grupos compartilham seus serviços com preocupação em cadeia); e Híbrido (privado + público). Quanto às vantagens da computação em nuvem? São inúmeras, exceto pela destagem do custo. Com o advento da nuvem, muitos fornecedores saíram vendendo o que não tinham, passaram a oferecer serviços de hosting (seu Data Center físico em outras instalações). Não! A computação em nuvem é muito mais do que isso. Ela é, ou pelo menos deveria

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ser, um investimento muito mais barato do que fazer em casa, mas no Brasil ainda não é realidade. Temos um problema grave de infraestrutura de rede e elétrica que não passam segurança na hora de pensar em colocar serviços críticos para nuvem, além de custar muito caro, ainda é pouco usada na sua concepção. Por fim, a computação em nuvem veio para ficar! Passamos por reestruturações em escala global e, ainda, é mais barato colocar em nuvem pública no exterior. Os parceiros precisam oferecer muito mais do que já fazem, pois este mecanismo não deve, jamais, ser ofertado em um único continente. Ele deve oferecer bilhetagem compatível com uso. No Brasil, para nós CIOs (permitam-me afirmar colegas) a computação em nuvem para sistemas críticos representa um perigo imediato para o negócio. Tão importante quanto, a TI não é mais uma simples troca da sigla CPD (Centro de Processamento de Dados), ela está além das suas fronteiras. Olhe ao seu redor e veja tudo que possui tecnologia embarcada.

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Garantindo uma boa compra Instituições de saúde adotam central de compras, plataformas eletrônicas e empresas especializadas para garantir um negócio mais ágil e lucrativo, sem perder a qualidade

O

setor de compras é um dos mais importantes e vitais para qualquer tipo

de empresa ou instituição, pois além de definir o tipo de produto e material que disponibilizará para seus funcionários e clientes e reger o perfeito funcionamento da organização, é também responsável pela redução ou aumento de custos e, consequentemente, maior ou menor geração de lucros. Nos hospitais não é diferente. A área res-

Por Cláudia Rocco

redacao@healthers.com.br

ponsável pela compra dos itens de consumo como medicamentos e materiais é responsável por cerca de 25% dos gastos e 50% dos lucros da instituição. Por isso, uma boa compra depende de uma boa negociação que mantenha a margem de lucro e isso é possível com a ajuda de sistemas inovadores e modernos disponíveis no mercado para auxiliar a visão, consulta e compra destes itens. Paulo Câmara, responsável pelas rela-

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Divulgação

COMPRAS

Câmara: a utilização de sistemas integrados que permitam a economia em escala realizadas com agilidade e segurança para o abastecimento de suprimentos de saúde, são essenciais hoje em dia.

ções externas da Pró-Saúde, instituição de gestão de serviços de saúde e administração hospitalar, afirma que as compras precisam ser centralizadas e negociadas em blocos com os fornecedores, já que os resultados financeiros do hospital são obtidos com materiais e medicamentos. “A utilização de sistemas integrados que

processo como almoxarifado, farmácia, financeiro, comissão de padronização e farmacoterapia.

permitam a economia de escala, realizadas com agili-

Para Silvério Pinheiro, gerente de suprimentos

dade e segurança para o abastecimento de suprimen-

do Hospital Sírio Libanês, o fator mais importante

tos de saúde, são essenciais hoje em dia.”

para realizar uma boa compra sem perder a margem

A Central de Compras da Pró-Saúde, certificada

de lucro é trabalhar a concorrência. “Sem perder de

em 2012 com a ISO 9001-2008 e que atende hoje

vista o princípio de qualidade, quanto melhor é o

mais de 40 serviços de saúde em diversas regiões do

preço da compra, melhor será a rentabilidade para

País, utiliza a estratégia eletrônica de compra e-pro-

o hospital”, afirma. “Dentro do hospital temos clien-

curement, que mapeia, em tempo real, as demandas

tes que não podem ter problemas com a qualidade

de quem compra e as ofertas dos fornecedores, sen-

ou quantidade dos produtos, por isso, bons produtos

do possível identificar os menores preços de acor-

com um bom custo mantêm a sustentabilidade de um

do com o volume de pedidos e oferecer economia

bom negócio para todos os lados.”

de escala, agilidade, segurança e transparência no

A área de compras do Sírio Libanês recebe o

abastecimento de medicamentos e equipamento,

apoio das áreas de Comissão de Farmácia e Terapêu-

entre outros itens.

tica, que fornece subsídios técnicos para a seleção e

“Adotamos a solução do Paradigma WBC, uma

aquisição de medicamentos; Comissão de Padroniza-

plataforma amigável e confiável, sustentada na apli-

ção de Equipamentos e Materiais Descartáveis, que

cação da metodologia de Strategic Sourcing, que au-

dá subsídios técnicos para a seleção e aquisição de

xilia os serviços de saúde na gestão de compras, com

materiais descartáveis; e Nutrição, responsável pelos

foco no aumento da produtividade e redução de custo

subsídios técnicos para a seleção e aquisição de gêne-

a 12%”, diz Câmara. O executivo garante ainda que

ros alimentícios e nutrição enteral.

há uma ligação direta entre a Central de Compras e

Há pouco mais de um ano, o Sírio implantou a

outras áreas dos hospitais, que sempre participam do

plataforma Bionexo, considerada a maior comuni-

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25%

dos gastos de um hospital são com itens de consumo

50%

dos lucros de um hospital particular são da venda dos itens de consumo

dade de compras eletrônicas hospitalares da Amé-

que a gestão de compras dos hospitais melhorou

rica Latina e Europa. “Eles já contam com toda

com a plataforma.

a documentação legal e aprovação da vigilância

O Grupo Saúde Bandeirantes, do qual fazem parte

sanitária para a uma decisão segura e nos oferecem

os hospitais privados Bandeirantes e Leforte, em São

uma ferramenta dinâmica e eficiente para com-

Paulo, passou por uma grande reestruturação na área

pras”, afirma Silvério.

de compras e conseguiu economizar R$15 milhões

Nesta plataforma, segundo o gerente de supri-

com a melhora dos processos por meio da renegocia-

mentos do Sírio Libanês, é possível enxergar todos

ção de contratos, movimentação de pessoas, capacita-

os produtos que precisam ser comprados e estocados

ção de compradores, ajuste de processos de aquisições

no hospital. “Com isso visto, fazemos o pedido, re-

e desenvolvimento de alternativas de abastecimento.

cebemos as cotações e conseguimos fechar a melhor

Outro momento importante dentro do processo

proposta”, finaliza Pinheiro, que ressalta ainda que

de compras de um hospital é a escolha e fidelização

trabalha com importação de produtos, o que é um di-

dos fornecedores. De acordo com Paulo Câmara, o

ferencial muito grande e traz economias de até 10%.

processo de qualificação é muito importante e vem

Maurício De Lazzari Barbosa, presidente da Bio-

junto a uma matriz de requisitos, alinhada às estraté-

nexo Brasil, garante que a empresa moderniza o mo-

gias e valores do hospital.

delo de gestão hospitalar e oferece um novo ambiente

Silvério Pinheiro, do Sírio Libanês, conta que

de negócios para hospitais e fornecedores. Uma pes-

para a escolha de seus fornecedores há um proces-

quisa nacional feita pelo Iopec (Instituto de Opinião

so de homologação. “Temos um grupo de avaliação

Pública, Estatística e Qualidade) junto a fornecedo-

para nossos fornecedores e estamos sempre baseados

res, mostrou que, para 75% das empresas entrevista-

nos princípios de qualidade, padronização e preços.

das, a comunidade eletrônica proporcionou abertura

Com isso, mantemos uma boa relação com eles, o que

para novos mercados, aos quais não tinham acesso

é muito importante para a fidelização e a manuten-

anteriormente, e 65% dos fornecedores apontaram

ção de nossa qualidade”, finaliza Pinheiro.

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RECURSOS HUMANOS

A ordem é

motivar Instituições da área da saúde adotam modelos de distribuição de resultados e ferramentas como stock options para atrair, motivar e reter empregados. Por Cláudia Rocco redacao@healthers.com.br

A

motivação dos empregados é um tema presente

to da produção com a oferta da opção de remuneração

na mesa de discussão de grande parte dos gesto-

em forma de contratos privados para compra de ações.

res de empresas. Diversos modelos de distribuição de

Nos Estados Unidos, algumas cadeias de hospi-

resultados e pacotes de remuneração são oferecidos

tais de alta complexidade viram os preços das ações

para que o trabalho traga resultados satisfatórios para

subirem no ano passado, o que resultou no aumento

o indivíduo, equipe e instituição.

do exercício das stock options e, consequentemente, a

Ver o salário consideravelmente incrementado ou poder comprar ações da empresa por um preço, nor-

remuneração global foi maior, apesar dos pacotes de remuneração mais baixos.

malmente, abaixo do valor de mercado e vendê-las com

O presidente e CEO dos 132 hospitais da cadeia

uma boa margem de lucro – sistema conhecido como

Community Health Systems, no Tennessee, Wayne

stock option - são algumas das formas encontradas pelos

Smith, viu uma diminuição de 19,7% na remunera-

empregadores, inclusive as instituições de saúde, para

ção anual, porém teve um aumento significativo na

atrair novos e motivar e reter os bons funcionários.

remuneração total após a compra das stock options,

As stock options surgiram na década de 50 nos Esta-

oferecidas pela empresa. Por isso, com a inclusão das

dos Unidos, atingiram o seu auge no país entre os anos

stock options, o valor da remuneração total de Smith

de 2000 e 2001 e até hoje são um benefício oferecido pe-

no ano passado chegou a US$ 21,5 milhões, US$ 400

las empresas, que têm a intenção de incentivar o aumen-

mil a mais do que no ano anterior.

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RECURSOS HUMANOS Danilo Ramos

Teixeira: Avaliamos o potencial e o desempenho de nossos funcionários para que sejam elegíveis para receberem as stock options

Trevor Fetter, presidente e CEO da Tenet Health-

ção de nossos best performers”, afirma Teixeira.

care Corporation, um dos maiores sistemas privados

A Novartis oferece ainda o Programa de Partici-

de prestação de saúde dos Estados Unidos, afirmou

pação nos Lucros e Resultados, a PLR, que, de acor-

que esta ação representa um dos maiores aumentos

do com Teixeira, é um bônus adequado que leva em

salariais no ano de 2012. Após aplicar as stock op-

consideração os resultados individuais e os resultados

tions, Fetter viu sua compensação anual chegar aos

da empresa. “Todos os nossos profissionais partici-

US$ 32,1 milhões, depois de um aumento de 58%

pam da PLR, o que é um incentivo para que o fun-

no valor das ações compradas. Em 2011, o executivo

cionário busque a superação, cresça individualmente

ganhou US$ 10,7 milhões sem as stock options.

e traga também o crescimento para a empresa.”

No Brasil, o grupo farmacêutico Novartis, também

O executivo da Novartis, afirma ainda que o ob-

oferece a seus funcionários este tipo de benefício, que

jetivo de trabalhar com modelos de distribuição de

segundo Gerson Teixeira, gerente de remuneração e

resultados é ter o funcionário mais satisfeito e trazer o

benefícios da multinacional, é uma ferramenta de remu-

conceito de remuneração total para seus empregados.

neração para o reconhecimento e retenção de talentos.

“Deixamos claras as regras do jogo e juntamos o fator

“Avaliamos o potencial e o desempenho de nossos fun-

monetário com a motivação e superação que ele deve

cionários para que sejam elegíveis para receberem as

buscar. Além disso, trazemos informações e noções

stock options e, com isso, queremos trabalhar na reten-

para que tenham condição de avaliar a remuneração

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Vettori: Buscar os resultados qualitativos, e não apenas o dinheiro, é muito importante, principalmente na área da saúde

Divulgação

total, incluindo as stock options e PLR, que são resul-

saúde. Isso torna mais efetivo o resultado positivo para

tados de objetivos e esforços”, finaliza.

a empresa e para o funcionário, garantindo mais as-

Enrico de Vettori, líder da área de Life Science and

sistencialismo e mais segurança para o paciente”, diz.

Health Care da consultoria Deloitte no Brasil, garante

Além disso, Vettori destaca uma estrutura basea-

que, cada vez mais, as pessoas buscam reconhecimento

da em quatro pilares: medição de desempenho, meri-

e os modelos de distribuição de resultados acabam inte-

tocracia do funcionário, boa remuneração e um pla-

grando os funcionários às empresas, fazendo com que

no de desenvolvimento sustentável de carreira para os

eles se sintam participantes daquela realidade.

colaboradores. “Baseado nestes quatro pontos, tudo

O especialista afirma que o espírito de equipe deve ser valorizado e as questões pessoais devem ser sempre

tende a se desenvolver da melhor maneira para empresa e funcionário.”

levadas em consideração. “De uma maneira geral, a

A utilização de modelos de distribuição de resul-

equipe e a empresa devem estar bem integradas para

tados e ferramentas como as stock options para atrair,

trazerem resultados quantitativos e qualitativos, que se-

motivar e reter funcionários, já é utilizada nos Esta-

rão resultados satisfatórios para ambas as partes”.

dos Unidos e na Europa há cerca de 50 anos, mas

Segundo Vettori, a definição de critérios de um

chegou ao Brasil e começou a fazer sucesso a cerca de

modo harmônico no momento da avaliação pode

20. Especialistas acreditam que esta é uma tendência.

ajudar empresas a terem funcionários mais satisfeitos.

Enrico de Vettori ressalta que modelos de remunera-

“Buscar os resultados qualitativos, e não apenas o di-

ções já são utilizados em várias indústrias e que, cada

nheiro, é muito importante, principalmente na área da

vez mais, está chegando à área da saúde.

Stock Option Surgimento nos Estados Unidos na década de 50 e ganhou grande visibilidade após os anos 80, quando se tornou uma prática quase absoluta entre as empresas americanas de grande porte;

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Auge do sistema de concessão acontece nos Estados Unidos, entre os anos de 2000 e 2001;

Na Europa os planos de “Stock Options” tiveram repercussão na década de 70, atingindo o seu auge na década de 90;

62 em cada 100 empresas americanas aprovaram e concederam Planos de “Stock Options” para seus empregados (estudo realizado no ano de 2000 pelo National Center for Employee Ownership (NCEO) - dos Estados Unidos);

No ano 2000 mais de 11 milhões de trabalhadores foram retribuídos com opções de ações, contra apenas 1 milhão em 1992 empregados (estudo realizado no ano de 2000 pelo National Center for Employee Ownership (NCEO) - dos Estados Unidos);

No Brasil, os primeiros registros da concessão de “Stock Options” pelas empresas para empregados e administradores ocorreu na década de 80, inicialmente por instituições bancárias, internacionais e as empresas de tecnologia e informática;

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LIFESTYLE

Câmera Mirorless Samsung Simples, inteligente e funcional. Estas são algumas das características da Smart Câmera da Samsung, NX2000. O dispositivo possui tela touchscreen conectividade WiFi e resolução de até 20,3 megapixels. Além de diversas opções em seu menu, a câmera traz o Adobe Lightroom 4, uma lente 20-50mm e um flash externo que aumenta a capacidade de iluminaçãoo da câmera em ambientes com baixa luminosidade. R$1.400

iPhone 5 O mais novo dispositivo da Apple, o Iphone 5, é o sexto smartphone lançado pela empresa. Mais fino e com corpo feito de alumínio, o novo iPhone traz fones de ouvido EarPods e um novo conector lightning. O aparelho possui tela de 4 polegadas, com resolução de 1136x640 pixels e tecnologia Retina Display. R$2.500

Pocket Cell Novidade no mercado brasileiro, a bateria móvel Pocket Cell, da fabricante Innergie, chega para simplificar a vida de qualquer pessoa. O dispositivo possui design prático, arrojado e serve para carregar gadgets como: mp3 players, tablets, smartphones e outros equipamentos que possuem entrada USB. R$199 62

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Ultrabook slider híbrido Com a proposta de integrar as capacidades avançadas dos ultrabooks com a interatividade dos tablets, o Vaio Duo 11, da Sony, é mais uma inovação da marca japonesa. O dispositivo é um híbrido de alto desempenho e já vem preparado para comportar o Windows 8. Sua tela touchscreen possui resolução Full HD. R$ 5.299

Beats Ipad Mini Menor, mais leve e rápido. Estas são algumas das propostas apresentadas pela Apple ao lançar o iPad mini. O modelo possui tela de 7,9 polegadas e processador Dual-core A5. A resolução do pequeno tablet é a mesma do iPad 2 e pesa apenas 308 gramas. Leve, elegante e cabe em qualquer bolsa. R$ 1.200

Com design atraente, o fone da linha Beats PRO, da Monster, possui excelente qualidade de som. Indicados para os amantes de uma boa música o fone de ouvido é confortável, tem almofadas removíveis e laváveis, além de ser feito em metal ultra-resistente, o que garante maior durabilidade. R$2.715

Toca-discos A TEAC Corporation, renomada marca de áudio japonesa, trouxe para o Brasil o toca-discos LP-R500. O aparelho permite ouvir músicas de diversas formas: Toca-discos, Rádio AM/FM, Cassete, CD, CD-R/RW, USB, saída de áudio e entrada auxiliar. Além disso, possui um mecanismo de alta tecnologia que grava LPs e Cassetes em CD. Através da entrada USB, o aparelho também digitaliza discos e fitas no computador. R$1.999

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INSIGHT

Alberto Leite

Entre novos e usados Danilo Ramos

Vivemos num mundo realmente estranho. Há algum tempo os melhores empre-

Infelizmente faço parte de uma mi-

criar coisas quase indestrutíveis. Hoje em

noria, intitulada de idiotas, que ainda

dia ganha quem criar algo que gere receita

acredita em coisas como amor, troca, ex-

recorrente, margem alta e escala, palavras

periência, vida, alma, coisas desse tipo,

que soam como melodia nos ouvidos de

que quase não são mais faladas, nem em

engravatados de fundos de investimento.

comercial de sabonete. Hoje em dia o que

timento vire mais e mais em pouco tempo.

Tem coisa que não troco, me desculpem. Não troco o sorriso da minha avó,

la SOP (Sem obsolescência Programada),

o abraço do meu sobrinho, o abanar de

também espanhol, criou a lâmpada que

rabo do meu cãozinho pug, o abraço da

nunca queima e está ameaçado de morte.

minha família no dia 31 de dezembro

Quem poderia querer ameaçar um homem

com choros desejando outro ano me-

que cria algo que dura mais do que cem

lhor; não troco um final de E.T. com

anos? Você tem três chances de acertar.

Elliot em dúvida se subiria na nave ou

Acertou. Isso mesmo.

ficaria com sua mãe, os últimos segun-

Fora isso o que vale é a troca. Trocam-

dos da Nona de Beethoven que nos

-se as baterias de celulares, trocam-se as

fazem querer que ela continue até a

versões de software, troca-se o hardware,

eternidade ou o ecoar de um Luciano

troca-se de esposa e marido. Troca-se tudo

Pavarotti cantando com alma Nessun

hoje em dia, porque virou algo simples. Fa-

Dorma. Não troco o caminhar numa

vorece-se a troca. Ela ficou fácil, acessível

montanha e olhar pra baixo com ar de

e, mais do que isso, incentivada.

“consegui”. Não troco um agradeci-

Há algum tempo ouvi uma frase que

mento de um funcionário feliz que foi

dizia que hoje em dia amamos as coisas e

promovido, um beijo de alguém que es-

usamos as pessoas. No início achei forte,

perou por ele por algum tempo.

entrevistas que você tem que tomar cui-

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vale é a troca.

Benito Muros, da empresa espanho-

mas um dia desses ouvi num programa de

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coisas do que perdê-las para uma pessoa.

sários do mundo eram aqueles capazes de

Tudo isso é feito para que seu rico inves-

Alberto Leite é CEO da Cboard, empresa de gestão de comunidades que publica a revista Healthers e professor de inovação e estratégia da FIA USP.

dado ao se casar, é melhor preservar suas

Sinceramente não suporto mais tanta troca.

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Não quero trocar minha TV de 50 por uma de 60, meu Iphone 4s por um 5, meu IPAD por um IPAD com retina. Não quero mais trocar e ponto. Quero cuidar mais do que tenho. Quero olhar menos vitrines e olhar mais meu armário. Quero conservar. Quero jogar mais golfe com meus tacos usadinhos sem pensar em novos (acho até que quando penso em trocá-los eu jogo pior por vingança dos velhinhos). Quero lavar meu carro e deixá-lo limpo. Quero tocar com minha guitarra velhinha e manjada. Quero ver filmes antigos e entender mais sobre eles. Quero meus amigos aqui perto de mim rindo de tudo, mesmo que for das velhas piadas. Quero trabalhar com pessoas e não desistir delas até que “morte da relação” nos separe. Quero escrever mais por observação e menos por gramática. Quero falar mais e escrever menos. Quero ligar mais e usar menos SMS. Quero ver mais filmes no cinema comendo pipoca e menos no iTunes. Quero realmente comer mais coisas

saborosas e com mais tempo do que um hamburger. Quero correr na praia e não na academia. Quero, quero e quero tudo menos a troca. Posso querer isso sem que me ameacem de morte?

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VENDAS

Valdemar Batista Jr.

Vender é a arte de influenciar “As equipes estão em todas as partes. Nas empresas, nos esportes, nas artes e até na política.” Tanto nos aspectos pessoais como profissionais de nossas vidas, as equipes têm um lugar importante. Não obstante, nem todos os grupos são uma equipe e nem todas as equipes são eficazes.” Este paragrafo tirado da publicação de Glenn M. Parker, retrata uma verdade intrínseca no dia-a-dia de todos nós, “vendedores”. Ao meu ver, mesmo quando trabalhamos sozinhos constituímos equipes, pois uma venda eficiente, na maioria das vezes, está intimamente ligada a habilidade do profissional que vende e, um profissional eficiente, Valdemar Batista Jr. é superintendente comercial da Home Doctor

nunca deve ser parte única e total do processo de vendas, é quase uma necessidade estabelecer vínculos confiáveis desde o inicio da venda. Trazer vários players para as diversas fases da venda, traz segurança e permite um entendimento mais claro das necessidades do comprador/Cliente. Portanto vale afirmar que, todos somos vendedores, mesmo quando compramos tentamos passar uma ideia mais próxima de nossa necessidade, e isso nos torna uma espécie de vendedores de nossas próprias necessidades. Nesta linha podemos dizer que existem três tipos de profissionais ligados a arte de vender: Estão vendedores: aqueles que exercem temporariamente uma condição de vendedores, aquela condição que visa atender uma necessidade própria, geralmente ligado ao varejo ou ainda à venda de produtos. São vendedores: Quantos de nós, vendedores, já não escutaram a frase, “este nasceu vendedor”. É exatamente isto, ser vendedor esta na natureza de pessoas que são apaixonados pelo ato de Vender. Naturalmente conseguem influenciar pessoas e na maioria das vezes procuram estabelecer seus próprios processos de vendas. São profissionais de vendas: aqueles que buscam constantemente informação, mas não qualquer informação. Ele evoluiu e procurou desenvolver-se e especializar-se em uma determinada área de atuação, adquiriu conhecimento, olhar critico e diagnostico assertivo. Seu conhecimento baseia-se não somente na formação acadêmica, mas complementar-

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mente em suas experiências e casos de sucessos. O Profissional de Vendas, tem sua atuação focada na necessidade do cliente, normalmente segue uma metodologia focada no entendimento da situação, dividindo o processo de vendas em fases e calçado na identificação dos diferentes players: iniciadores, centro de gravidade, bloqueadores, aprovadores e decisores.

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Atuando no limite do conhecimento, para alcançar as melhores taxas de cura do câncer infantojuvenil

Transplante de Medula Óssea

O

GRAACC é uma instituição que trabalha no limite do conhecimento científico, perseguindo de forma determinada a cura de crianças e adolecentes com câncer. Para isso, administra e mantém um hospital, o Instituto de Oncologia Pediátrica (IOP/ GRAACC/Unifesp), preparado para realizar um tratamento eficaz e humano, que o coloca em igualdade com os maiores centros de oncologia pediátrica do mundo.

Brinquedoteca

Cirurgia

Quimioteca

UTI

Ressonância

Pesquisa

A união de profissionais capacitados, recursos tecnológicos, equipamentos e tratamentos avançados permite a realização de cirurgias complexas, para os mais diversos tipos de tumores. Tudo isso acrescido do suporte social aos pacientes e seus familiares. Trabalhando em parceria técnicocientífica com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o GRAACC opera em regime de hospital-dia, beneficiando seus pacientes com os resultados

Responsável Técnico: Dr. Sérgio Petrilli - CRM 16.434

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das atividades realizadas nas áreas de ensino, pesquisa e extensão, além de formar novos mestres e doutores que levam o conhecimento avançado e o tratamento de qualidade em oncologia pediátrica para todas as regiões do país. E, tudo isso, para oferecer à criança e ao adolescente com câncer todas as chances de cura, com qualidade de vida. Saiba mais em: www.graacc.org.br

Rua Botucatu, 743, Vila Clementino São Paulo/SP, Cep04023-062 (+55 11) 5080-8400

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PARA O DR. MARCELO, INDISPENSÁVEL É TER FACILIDADE NA GESTÃO.

C

M

Y

CM

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CY

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K

Dr. Marcelo Medeiros Diretor Institucional Grupo Saúde Bandeirantes

O Grupo Saúde Bandeirantes (SP) utiliza as soluções MV para automatizar o fluxo de informações entre os setores e integrar todos os processos de trabalho dos hospitais Bandeirantes e Le Forte. Para o Dr. Marcelo Medeiros, contar com as soluções MV desde 1999 tem facilitado a gestão dos hospitais, proporcionado informações confiáveis para tomadas de decisão, maiores ganhos financeiros e a certeza de que a parceria com a MV foi a escolha certa. Indispensável é ter mais eficiência na gestão de saúde.

/comunidademv

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