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O projecto de David Chow para a praia do Gamboa, em Cabo-Verde, continua sem ver a luz do dia. Após sucessivos adiamentos e vários pedidos de explicações para a demora na construção de um projecto acordado em 2017 e que deveria estar concluído em 2021, o Governo da antiga colónia portuguesa aguarda desde meados do ano passado por uma explicação do lendário empresário de Macau.
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O antigo deputado acredita que apenas os receios face à Lei de Segurança Nacional e a situação criada pela pandemia evitaram que a insatisfação face à actuação do Governo resultasse em protestos nas ruas. Ainda assim, Ng afirma que o Executivo é conhecedor dos sentimentos da população e que, se quiser, tem espaço para melhorar
APESAR de nos últimos anos não ter havido manifestações em Macau, Ng Kuok Cheong acredita que há um ambiente de insatisfação acumulada. Em declarações ao jornal All About Macau, o ex-deputado explicou que apenas o medo da Lei de Segurança Nacional, actualmente em debate na Assembleia Legislativa, e a pandemia fizeram com que não houvesse protestos nas ruas de Macau.
Para o membro fundador da Associação Novo Macau, mesmo que a sociedade não tenha conseguido mobilizar-se, tal não significa que a população avalie o trabalho do Governo positivamente.
Ng Kuok Cheong acredita que o próprio Governo está consciente de que “as queixas da população se foram acumulando muito ao longo dos últimos anos” e que há espaço para melhorar.
Com o processo da renovação das licenças de jogo terminado, Ng considera também que o Governo tem as condições necessárias para implementar mais medidas de auxílio à população e que contribuam para reduzir o sentimento de insatisfação.
No entanto, o democrata levanta dúvidas sobre se efectivamente existe vontade no Governo de Ho Iat Seng de contribuir com mais medidas de apoio.
Em relação ao que considera ser o “caos” criado durante o surto mais recente em Macau, Ng
Pereira Coutinho quer bónus de um salário para a função pública
JOSÉ Pereira Coutinho defende a atribuição de um subsídio extra para “os trabalhadores da linha da frente”, e não só, da função pública. Para o deputado estão em causa os muitos sacrifícios feitos por estes trabalhadores, ao longo dos três anos de isolamento da RAEM.
Segundo Coutinho, a “súbita e inesperada” mudança da política de zero casos de covid-19 para a política de coexistência com o vírus “obrigou à sobrecarga de trabalhos dos trabalhadores da linha da frente”. Por isso, o legislador defende que agora é “o momento ideal para que o Governo venha a reconhecer e recompensar publicamente os muito sacrifícios” de todos os trabalhadores da função pública.
afastou o cenário de existir qualquer responsabilização política. Este ponto de vista é sustentado não só devido à postura mais recente do Governo, que evita este tipo de responsabilização, mas também por haver receio que se abra a caixa de Pandora.
“Se o Governo responsabilizasse algum governante pelo que aconteceu desencadeava um processo em que a população ia querer ver mais pessoas responsabilizadas”, argumentou o ex-deputado.
Por outro lado, Ng não se mostrou surpreendido com a falta de recursos médicos, que ficou bem patente em Dezembro. Para o antigo legislador é o resultado de anos seguidos a negligenciar os Serviços de Saúde.
“Macau sempre teve falta de recursos médicos. Só que
antes o Governo era rico e podia recrutar mais profissionais para virem até Macau. Ao mesmo tempo, os recursos médicos do Interior eram canalizados para Macau, em casos de necessidade”, apontou. “Desta vez, o Interior
Ng Kuok Cheong acredita que o próprio Governo está consciente de que “as queixas da população se foram acumulando muito ao longo dos últimos anos” e que há espaço para melhorar
também enfrentou um surto, e Macau ficou sem hipótese de recorrer ao seu maior apoio em alturas de crise, por isso, como os recursos médicos que já estavam sobrecarregados colapsaram imediatamente”, explicou.
Apesar da actual situação, Ng Kuok Cheong não deixa de reconhecer que a escassez de recursos pode ser ultrapassada, quando o edifício de doenças transmissíveis do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas, que estão em construção, forem concluídos. A entrada em funcionamento da Faculdade de Medicina da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau é também vista como uma solução. Nunu Wu e João Santos Filipe
As autoridades de Zhuhai anunciaram ontem o prolongamento até 30 de Abril da medida que limita a uma passagem a circulação de pessoas pelos postos fronteiriços de Gongbei e Qingmao. A medida tinha sido aplicada no ano passado, devido às obras do antigo Edifício do Posto Fronteiriço de Gongbei, e inicialmente estava previsto que fosse temporária, e terminasse a 2 de Fevereiro. A informação foi avançada pelo lado de
A proposta apresentada através de uma interpelação escrita passa assim por atribuir o valor equivalente a um salário mensal: “Independentemente das condecorações honoríficas e promoções avulsas até hoje concedidas a título aleatório, vai o Governo proceder à atribuição de um subsídio correspondente a um mês de salários como forma de reconhecimento público dos trabalhadores [...] que muito se sacrificaram nos últimos três anos no combate à covid-19?”, pergunta.
Além de apresentar um pedido de subsídio ao Governo, na mesma interpelação o deputado aborda também o problema da obesidade e a relegação deste tipo de serviço no hospital público para segundo plano, em virtude da covid-19.
“Ao longo dos três anos da pandemia, a área de cuidados alimentares e nutricionais dos Serviços de Saúde tem sido bastante negligenciada, sendo actualmente o parente pobre, quando comparada com outras especialidades”, denunciou o deputado. “Os profissionais de Saúde [nutricionista] são atirados para um canto do Centro Hospitalar Conde São Januário e estão constantemente ‘saltitando de um cubículo para outro cubículo, causando elevados transtornos aos utentes que procuram esta especialidade”, acusou.
No cenário traçado pelo deputado ligado à Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), estes profissionais têm falta de meios. Pereira Coutinho quer assim saber se o Governo vai alterar a situação e dotar os serviços de cuidados alimentares e nutricionais dos equipamentos necessários para poderem desempenhar com eficácia as suas funções. J.S.F.
Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), disse, no âmbito da última reunião do Conselho para os Assuntos Médicos, que a gestão da crise pandémica ainda não terminou. “Com o termo do período de transição, as diversas políticas de prevenção da epidemia foram ajustadas de forma ordenada, mas isso não significa o término de toda a luta contra a epidemia”, referiu, citado por um comunicado. O encontro serviu ainda para a apresentação do “Relatório de inquérito sobre a vontade de utilização da ‘Plataforma de Registo de Saúde Electrónico’” [eHR], bem como o “plano de trabalhos para o futuro”. Os membros do Conselho “manifestaram o seu apoio e reconhecimento em relação à promoção da eHR para melhorar a acessibilidade das informações”, sendo que alguns frisaram que, “na fase inicial da implementação, é inevitável a necessidade de adaptação durante o período de transição”.
Numa interpelação escrita, o deputado Leong Sun Iok quer saber quais são os planos do Governo para reduzir o uso do papel, com vista a concretizar gradualmente uma sociedade praticamente sem papel, que valoriza a protecção ambiental. O deputado dos Operários recordou que ao longo dos anos, o Governo fez muitos esforços para que os documentos electrónicos substituam o papel. No entanto, considera que alguns serviços públicos ainda utilizam papéis em muitos procedimentos, como declarações, requerimentos, notificações, ou recibos, e que devia existir alternativas, para que não fosse usado tanto papel. Leong Sun Iok quer ainda saber como é que vão ser criados incentivos para que a população participe neste esforço e como vão ser alteradas as leis, dado que alguns regulamentos legais ainda pedem o uso de papel na entrega de documento ou nas emissões de notificações.
Adeputada está preocupada com a segurança dos autocarros públicos que utilizam energias alternativas e pede garantias ao Governo. O apelo consta numa interpelação escrita, e surge em resposta ao incidente de meados deste mês, quando um autocarro da Transmac se incendiou durante o serviço.
Para Ella Lei, acidentes como este fazem com que a população questione a segurança dos autocarros públicos, pelo que é preciso que o Governo garanta a sua segurança.
“Como é que as autoridades estão a acompanhar o acidente? E quais são os mecanismos que têm à disposição para reforçar a supervisão
e garantir a segurança dos transportes?”, questiona a deputada.
A legisladora ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), afirma também que a empresa devia assumir um papel mais activo ao fornecer informação sobre o acidente. “Será que a empresa de autocarros vai tomar a iniciativa de explicar à população o sucedido, revelar todos os pormenores, e apontar as medidas de melhoramento que podem ser adoptadas, depois da investigação?”, pergunta.
Com as viaturas que se movem com energias alternativas a serem cada vez mais frequentes, Ella Lei questiona as medidas de inspecção de veículos no território. A deputada
quer saber como é que o Governo se preparou para viaturas que exigem um tipo diferente de inspecção.
O pedido de informações de Ella Lei surge depois de algumas críticas ao Governo e à Transmac, devido à falta de informação sobre o incêndio com o autocarro híbrido.
Em causa, está o facto de não ter havido muita informação pública sobre o assunto, mesmo por parte da companhia, ao contrário do que aconteceu em outras situações.
“Para assegurar a segurança da população são necessárias mais explicações das autoridades. De facto, tem havido alguns problemas com os novos autocarros movidos
com energias alternativas”, aponta Ella Lei. “Houve casos em que autocarros emitiram grandes quantidades de fumo branco durante a manutenção ou em que autocarros movidos a gás natural se incendiaram durante o serviço. O Governo tem de acompanhar estas situações de forma activa”, vincou. Após o acidente, a empresa revelou que cerca de 24 veículos semelhantes ao que ardeu ficaram parados, por precaução. Apesar da polémica, e de pedir mais informação, Ella Lei elogiou a política adoptada nos transportes locais, por considerar que é positivo existir cada vez mais veículos com emissões reduzidas. João Santos Filipe
OGoverno revelou ontem o novo regime de requerimento, apreciação, execução e entrega do relatório da licença sabática para os professores das escolas oficiais da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ). O documento foi publicado no Boletim Oficial, através de um despacho da secre-
tária para os Assuntos Sociais e Cultural, e estabelece que cada professor, ao longo da carreira, apenas pode gozar de duas licenças sabáticas, no caso de trabalhar em instituições que não fazem parte do ensino superior. Estas licenças são aprovadas para os docentes autorizados a participar em projectos de forma-
ção ou de investigação científica e só podem ser gozadas, depois de autorizadas por um conselho liderado pelo director da DSEDJ, com um intervalo de pelo menos sete anos.
O documento define ainda que as licenças sabáticas têm uma duração máxima de um ano escolar e não pode ser pro -
longada mesmo por motivos de força maior.
O novo regime estabelece igualmente a criação do chamado Conselho de Apreciação, que avalia se os docentes cumprem os requisitos para gozar de uma licença sabática. Este conselho é liderado pelo director da DSEDJ, que possui competências para
escolher todos os restantes membros.
No caso de o pedido de licença sabática ser recusado, o regime estabelece que os interessados podem impugnar a decisão, dentro de 15 dias, junto da secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, ou, se preferirem, no prazo de 30 dias, junto do Tribunal de Segunda Instância.
Em meados do mês de Janeiro, um autocarro híbrido da Transmac incendiou-se durante o serviço, alegadamente devido a um problema com as baterias eléctricas. Ella Lei exige mais explicações ao Governo e à empresa
ATRASOS nas obras, reestruturação do projecto com um novo calendário e promessas de esclarecimentos que tardam em chegar. É esta a situação do hotel Djeu-Praia, que a empresa Macau Legend está a construir em Cabo Verde, de acordo com o Governo do país africano.
Após as notícias em Cabo Verde sobre a carta de David Chow a desistir da posição de cônsul honorário do país em Macau e a anunciar o encerramento do consulado, o Governo do país ilhéu emitiu um comunicado com um ponto de situação sobre o investimento de 250 milhões de euros.
No documento, é recordado que em 2017 foi assinado “uma convenção de estabelecimento”, que obrigava a empresa a realizar a requalificação de toda a praia da Gamboa, a construir e explorar um hotel com casino, uma marina turística, centro de congressos, infra-estruturas residenciais e hoteleiras na zona da Praia do Gamboa e Chã d’Areia e ainda um parque de estacionamento.
Em Abril de 2019, com as obras a decorrer, a Macau Legend faz uma proposta para construir o empreendimento turístico por fases. A primeira previa um investimento de 90 milhões de euros, menos de metade do inicialmente prometido, a entrar em funcionamento em Fevereiro de 2021.
Segundo esta promessa, que foi aceite, além da construção do único edifício de oito andares edificado e da ponte que liga a praia ao ilhéu de Santa Maria, era ainda necessário concluir o estacionamento, estruturas de apoio e o hotel com Boutique Casino, com 250 quartos e uma grande piscina.
Novo atraso
Com os novos termos do contrato em vigor, a Macau
de Cabo Verde revelou que o Governo do país africano está desde o final do ano passado a tentar perceber o que se passa com o andamento das obras do hotel prometido pela empresa de Macau. Os trabalhos deveriam ter ficado concluídos em 2021
O Gabinete do Ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional de Cabo Verde, Rui Figueiredo, negou a existência de uma viagem a Macau com carácter urgente, na sequência da decisão de David Chow abandonar o posto de cônsul-honorário. Ao contrário do que tinha sido publicado pelo Jornal A Nação, os motivos da viagem são apontados pelo ministro como particulares. “Sua Excelência o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional tem uma viagem agendada para Macau, há bastante tempo, mas trata-se de uma viagem de carácter privado com a família, sem qualquer ligação com a matéria aludida na notícia”, pode ler-se no comunicado.
Verde sobre a resposta recebida.
Lembranças judiciais Passado mais um mês, a 24 de Novembro, a CVTI aceita o pedido da Macau Legend, permitindo que os esclarecimentos sejam prestados até ao fim de 2022. Esta carta, diz o Governo de Cabo Verde, ficou “sem qualquer retorno”.
O ano chega ao fim. E a 18 de Janeiro a CVTI envia mais uma carta, em que estabelece o prazo de sete dias à Macau Legend para prestar os esclarecimentos pedidos há mais de três meses. Desta vez, a empresa é recordada que podem ser activados os meios judiciais para obrigar a cumprir as suas obrigações.
Legend sofreu grandes alterações a nível dos accionistas, principalmente com a entrada na empresa de Levo Chan, proprietário da empresa junket Tak Chun.
Porém, nem sequer o capital trazido pelo homem que actualmente está a ser julgado por vários crimes relacionados com a promo-
Em Dezembro do ano passado, a taxa de ocupação média dos quartos de hóspedes foi de 42,8 por cento, menos 12,0 pontos percentuais, em comparação com Dezembro de 2021, de acordo com os números publicados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). No mês passado, a taxa de ocupação média dos quartos de hóspedes dos hotéis de 5 estrelas situou-se em 39,2 por cento, menos 13,9 pontos percentuais, uma média inferior
ção do jogo, contribuiu para acelerar o andamento dos trabalhos.
O prazo de Fevereiro de 2021 foi assim ultrapassado,
à do sector em geral. Neste período, os estabelecimentos hoteleiros hospedaram 457.000 indivíduos, menos 29,8 por cento, em termos anuais, com o número de hóspedes do Interior (343.000) e locais (77.000) com quebras de 35,4 por cento e 9,9 por cento, respectivamente. Durante o ano 2022, a taxa de ocupação média dos quartos de hóspedes dos estabelecimentos hoteleiros foi de 38,4 por cento, menos 11,7 pontos percentuais, relativamente ao ano anterior.
no contexto de pandemia, sem que a primeira fase ficasse concluída.
Finalmente, a 14 de Setembro do ano passado,
mais de um ano após o prazo previsto, o Governo de Cabo Verde admite, através da empresa Cabo Verde Trade Invest (CVTI), ter pedido à Macau Legend novas informações sobre o “cronograma de execução do projecto, incluindo as fases do mesmo” e uma “demonstração da capacidade financeira para a retoma e a conclusão das obras”.
A 24 de Outubro a companhia responde pela primeira vez ao Governo de Cabo Verde. “A Macau Legend Development requereu um prazo de três meses para poder dar resposta ao solicitado, justificando os atrasos com os efeitos da pandemia e do conflito com a Ucrânia”, revelou o Governo de Cabo
“É então concedido, pela Agência [CVTI] um novo prazo, agora de sete dias para a resposta sob pena de accionamento dos mecanismos legais e convencionais previstos nos diversos instrumentos jurídicos que disciplinam as relações entre o Estado de Cabo Verde e a promotora [Macau Legend]”, revelou o Governo da antiga colónia portuguesa.
A empresa com sede em Macau reage a 27 de Janeiro, através do “representante legal”, que justificou “o atraso na resposta com as férias ligadas ao Ano Novo Chinês” e promete “uma reposta o mais depressa possível”.
Até ontem não havia informações sobre uma nova resposta do lado da Macau Legend. João Santos Filipe
O Ministério das Finanças
O Governo de Cabo Verde afirma que está desde 14 de Setembro a aguardar esclarecimentos sobre o andamento do projectoOLGA SANTOS
Na noite do domingo, registou-se um apagão na zona do Jardim de Camões que durou cerca de duras horas e afectou 265 famílias em 29 edifícios. Segundo o jornal Ou Mun, o apagão aconteceu às 18h30, e obrigou à intervenção da polícia, que teve de se deslocar a esta zona da cidade para manter a ordem no trânsito e reforçar o patrulhamento na zona. Também os bombeiros estiveram no local, mas não receberam qualquer pedido de ajuda. Ao fim de cerca de duas horas, os funcionários da Companhia de Electricidade de Macau (CEM) descobriram a origem do problema numa falha de um cabo. Com o diagnóstico feito, a situação foi resolvida por volta das 20h30.
O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus anunciou ontem que foi diagnosticado um caso confirmado de covid-19, no domingo. Após o diagnóstico, a pessoa foi encaminhada para as instalações de isolamento e tratamento dos Serviços de Saúde. Segundo os dados oficiais, cujos critérios foram sofrendo várias alterações ao longo da pandemia, desde Janeiro de 2020 foram detectados 3.486 casos confirmados de covid-19 em Macau, com as autoridades a declararem 120 mortes.
O Centro de Serviços de Tele-Assistência “Peng On Tung” recebeu mais pedidos de ajuda nos últimos dias de pessoas com dificuldades em lidar com as baixas temperaturas. Segundo o jornal Ou Mun, Pun Ka Lon, gestor do Centro, falou em 100 pedidos de ajuda por dia no período do Ano Novo Chinês, número que passou a 150 nos últimos dias devido às baixas temperaturas que se fizeram sentir. Também os pedidos de ajuda por pessoas doentes, com sintomas de constipações ou dificuldades em respirar aumentaram, com mais 15 pedidos por dia face ao habitual, sobretudo da parte de idosos. Muitos deles, portadores de doenças crónicas, tiveram de ser encaminhados para o hospital. Os últimos dados divulgados pelos Serviços Metereológicos e Geofísicos (SMG) prevêem a continuação do tempo frio. Para hoje, os termómetros deverão continuar a registar uma temperatura mínima de 12 graus Celsius ou valores inferiores.
A multinacional britânica de seguros Prudential plc obteve autorização das autoridades locais para abrir uma sucursal no território. A ideia é que a presença em Macau, bem como em Hong Kong, possa constituir um forte elo de ligação ao mercado da Grande Baía
AS autoridades locais concederam autorização à multinacional britânica de seguros Prudential plc para abrir uma sucursal em Macau a partir da presença que a empresa já tem em Hong Kong. Segundo um comunicado, divulgado no passado dia 26, a Prudential plc passa, assim, a estar presente em 24 mercados na Ásia e África.
A ideia é disponibilizar seguros de vida e de saúde com um foco no digital, com opções disponíveis em várias moedas, a fim de assegurar “as necessidades de poupança, cuidados de saúde e protecção” dos clientes.
Lilian Ng, responsável pela área de Negócios Estratégicos do grupo, disse que a presença no território “completa os passos da empresa na área da Grande Baía”.
“À medida que vemos um rápido desenvolvimento económico em Macau, a penetração do mercado das seguradoras permanece em baixa. Com o rápido envelhecimento populacional, existe uma grande procura, da parte dos residentes, por soluções que os possam ajudar na busca por cuidados de saúde privados em Macau e também na zona da Grande Baía”, adiantou a mesma responsável.
Desta forma, a sucursal da Prudential plc em Macau “vai
A sucursal da Prudential plc em Macau “vai desempenhar um papel primordial na nossa estratégia para tornar mais acessíveis à população da Grande Baía a segurança nas áreas financeira e de cuidados de saúde”
desempenhar um papel primordial na nossa estratégia para tornar mais acessíveis à população da Grande Baía a segurança nas áreas financeira e de cuidados de saúde, com base na nossa experiência em providenciar seguros aos clientes de Hong Kong, com uma idade média de 50 anos”, frisou Lilian Ng.
Chris Ma no comando A sucursal da Prudential em Macau terá como director-geral Chris Ma,
que será responsável por toda a operação estratégica da empresa e por dar a conhecer as propostas de seguros da empresa.Chris Ma tem “uma sólida experiência de 30 anos” neste mercado, tendo sido CEO da AIA Macau antes de se juntar à multinacional britânica.
No mesmo comunicado, a seguradora fala de dados que revelam como os seguros são ainda uma opção para poucos. A penetração das seguradoras no mercado local foi de 6,4 por cento, menos de um terço dos 17,3 por cento de penetração do mercado detido pelas seguradoras de Hong Kong. “Em 2021, o valor dos prémios dos seguros no mercado de Macau cresceu 26 por cento, em termos anuais, tendo atingido os 33 mil milhões de patacas, aproximadamente quatro mil milhões de dólares americanos, tendo em conta a elevada procura por este tipo de produtos no território”, pode ler-se.
Lawrence Lam, CEO da Prudential em Hong Kong, e que tem feito a gestão da abertura da sucursal em Macau, adiantou que a presença dos escritórios na RAEM “é um grande passo para a estratégia que o grupo tem para a Grande Baía”. Andreia Sofia Silva
HELENA de Senna
Fernandes, directora da Direcção dos Serviços de Turismo (DST), disse esperar que este ano o território venha a receber uma média diária de 40 mil turistas, mas que a plena recuperação em matéria
de visitantes só deverá fazer-se sentir após o período do Ano Novo Chinês.
Segundo o canal chinês da Rádio Macau, a dirigente mostrou-se satisfeita com os números do turismo oriundo de Hong Kong, uma vez que houve apenas
menos 25 por cento dos turistas por comparação a igual período de 2019.
Relativamente à taxa de ocupação hoteleira, foi de 90 por cento em três dos sete dias de feriados. Mesmo com um aumento dos preços dos
quartos, por noite, em 50 por cento face a igual período do ano passado, regista-se ainda uma quebra face aos valores praticados por comparação a 2019. Helena de Senna Fernandes admitiu que a falta de recursos hu -
manos e as mudanças de funcionamento nos hotéis que recebiam pessoas em quarentena veio afectar o fornecimento de quartos em Macau, uma situação que só deverá voltar à normalidade após o período das festividades.
Em um poema escrito nalgum ponto do século IX, Yu Xuanji (魚玄機, 844-869 d.C.) descreve sua vida veranil em montanhas que apenas a biógrafos é dado conhecer. Na tradução brasileira de Ricardo Primo Portugal e Tan Xiao, assim sabemos de sua estada montesa:
“VIVENDO NAS MONTANHAS NO VERÃO
Aqui, onde habitam os deuses, fiz minha morada
Bosques e arbustos misturam-se à revelia
Roupas lavadas penduro à menor das árvores
Sento-me à fonte; das pedras, nasce meu vinho
Abro as janelas à trilha dentre os bambus
Finas sedas tornaram-se embrulho de livros
Remando desço o rio, entre cantos à lua leva-me o vento ao retorno: e ainda recito”
É sabido que a poesia chinesa manifesta certas tendências de sua cultura letrada, especialmente por suas temáticas e imagens recorrentes, sua autorreferência e a continuidade de vínculos e influências clássicas em seus versos. No poema acima, vemos duas presenças cruciais para a tradição poética — e mesmo espiritual — chinesa: as montanhas e, por paradoxal que seja, a própria noção de ausência: o vazio.
Yu Xuanji abre seu poema com uma afirmação categórica e muitíssimo relevante: ela faz sua morada nas montanhas, “onde habitam os deuses”. Não há dúvidas quanto
a isso; seja pela própria deidade das montanhas, do espírito do vale taoísta, do caminho natural que a tudo conduz e que, nas montanhas, ganha concretude; seja pelas deidades que na montanha vivem, povoando todas as tradições religiosas, místicas, indígenas, exógenas, taoístas, budistas, ancestrais, a verdade afirmada pela poeta é esta: a montanha é a morada dos deuses. Local, também, em que a poeta vai morar.
Um texto bem conhecido do budismo
Zen japonês, O Sermão das Montanhas e Águas do Mestre Dogen, manifesta em suas linhas o mesmo apreço pelas montanhas, a mesma consideração divinal e cosmológica, que nossa poeta chinesa parece indicar. E isso porque, embora japonês, o Mestre Dogen foi profundamente marcado por sua circulação pela China, onde aprendeu com monges, mestres, pessoas comuns e laicas, pescadores, habitantes de montanhas e muitos eventos mais. O Zen japonês, por exemplo, não existiria sem o Chan chinês; e o próprio Chan, pode-se aventar, não existiria sem a profundidade que na China já se encontrava desde antes do Dharma ali chegar.
Fato é que, para Dogen, falar de “montanhas e águas” — como se intitula seu discurso — é compreender “um panorama natural; ou a própria natureza [...] Olhar a natureza é olhar a própria verdade budista. Por tal razão, mestre Dogen acreditava ser a natureza tal qual os sutras budistas. Neste capítulo, expõe a forma real da natureza, enfatizando sua relatividade” (DOGEN, 2007, p. 217, n.t., tradução nossa).
As montanhas são morada dos deuses porque, dentre outras razões, os deuses ali se percebem natureza. E porque a poeta assim percebe as montanhas, e os deuses, e um lugar possível para si no seio da sociedade em que vive, vai ela viver nas montanhas no verão. Yu Xuanji viver na singeleza do espaço, do território montanhoso que lhe dá guarida, e as pequenezas se lhe apresentam: os arbustos, a menor das árvores que lhe serve de varal às roupas, as pedras da fonte que lhe derramam vinho, a água pura e decerto fresca da terra, a fina seda que lhe embrulha os versos, os livros, os clássicos… Não admira que uma poeta — e que a poesia chinesa, muitas e muitas vezes, ao longo de todo o tempo que há no mundo; e não
As montanhas são morada dos deuses porque, dentre outras razões, os deuses ali se percebem natureza. E porque a poeta assim percebe as montanhas, e os deuses, e um lugar possível para si no seio da sociedade em que vive, vai ela viver nas montanhas no verão
apenas a poesia, mas também a pintura, toda forma de arte, ascetismo, caligrafia, eremitérios — não admira que uma poeta se vá refugiar nesse espaço dos deuses, na própria deidade montanhosa. Afinal, para lermos tal movimento com Dogen uma vez mais:
“Normalmente, vemos as montanhas como pertencentes a um território, mas as montanhas pertencem às pessoas que as amam. Montanhas sempre amam seus ocupantes, e por isso os santos e sábios, pessoas de extrema virtude, seguem para elas. Quando santos e sábios vivem nas montanhas, porque as montanhas pertencem a eles, árvores e rochas abundam e florescem, e pássaros e mamíferos se tornam misteriosamente sublimes. Isso acontece porque os santos e sábios as cobriram de virtude.” (DOGEN, 2007, p. 224).
Santos e sábios e santas e sábias e poetas e poetas — este termo que, ao menos no Brasil em que ora escrevo, tem servido a homens e mulheres que deitam seus versos ao papel e ao mundo —, assim, são co-habitantes das montanhas, ao lado dos deuses, das águas e da natureza que, de certo modo, também ali habita. E por serem santas e sábias e poetas e atentas, pessoas com a sensibilidade de Yu Xuanji também apontam para a natureza daquilo que, na natureza espiritual da China, seja taoísta, seja budista, fundamenta a concretude do mundo, dos fenômenos todos, inclusive materiais: o vazio.
Vejam-se os versos “Abro as janelas à trilha dentre os bambus” e “Remando desço o
rio, entre cantos à lua// leva-me o vento ao retorno: e ainda recito”. Contrastando-se às imagens materiais da montanha onde os deuses habitam (bosques, arbustos, roupas lavadas, a menor das árvores, fonte, pedras, vinho, seda e livros), temos o coração do vazio manifesto: à trilha entre os bambus que, do vão da janela, anuncia o veio pelo qual a energia da montanha há de fluir — e os caminhos de quem a ela acede, santos e sábios e poetas e deuses, provavelmente percorrem.
Esse vazio, complementando a concretude da paisagem natural e da vida material da montanha, dá o tom da experiência de se estar habitando tais paragens: é por essa estrada, pelo caminho, pela via do meio que se abre entre os bambus, que a poeta segue remando rio abaixo, entoando loas à lua, inspirada pelo vento que talvez lhe suba do vale e recitando um poema que havemos de ler em algum lugar. Nesta ou em outras traduções, séculos após sua morada.
Bibliografia
DOGEN, Zenji. Shobogenzo: The True Dharma-Eye Treasury. Vol. 1. Taisho Volume 82, Number 2582. Tradução do japonês de Gudo Wafu Nishijima e Chodo Cross. Tradução do Sermão das Montanhas e Águas, Carl Bielefeldt. Berkeley: Numata Center for Buddhist Translation and Research, 2006.
YU, Xuanji. Poesia Completa de Yu Xuanji. Tradução, organização e notas de Ricardo Primo Portugal e Tan Xiao. São Paulo: Editora Unesp, 2011.
ZHAO GOU (1107-87), o imperador dos Song Gaozong (r.1127-62), abdicou em 1162, com apenas 55 anos, assumindo o título tradicional de Taishang huang, «o imenso imperador anterior» como já fizera por exemplo o seu pai, o soberano esteta Huizong, com a faculdade de influenciar o futuro exercendo poderes de forma discreta. E a partir daí dedicou-se a cultivar as artes na companhia da esposa, a imperatriz Wu (1115-97).
No retrato oficial que se encontra no Museu do Palácio Nacional em Taipé (rolo vertical, tinta e cor sobre seda, 185,7 x 103,5 cm), ele está sentado com uma simples veste vermelha e o barrete preto utilizado por altos funcionários dito zhanjiao putou, «barrete de chifres estendidos», com longas asas estreitas, estendidas na horizontal que podiam medir até um metro, que se diz ter sido desenhado pelo imperador Taizu (r.96076) para que em assembleias os burocratas não pudessem dizer segredos aos ouvidos uns dos outros.
Morosos enfeites descobrem o estatuto do retratado; na esquina do espaldar da cadeira, minuciosamente esculpida uma cabeça de dragão, almofadas nas costas e nos pés finamente bordadas a ouro; e o colarinho e os punhos deixam entrever delicadas roupas interiores cor-de-rosa. Esse jogo de revelar, escondendo, notar-se-á na popularidade que então alcança o uso de leques, em particular o leque rígido circular tuanshan, dito em forma de lua com um pequeno pau para o segurar. Usado de
modo expressivo no ritual do casamento, quando a noiva esconde o rosto atrás do leque queshan, aprofundando o mistério, a timidez e exorcisando espíritos malignos, só se destapando quando o noivo a impressiona, escrevendo ou lendo um poema, por exemplo. Na dinastia Song torna-se comum os literatos escreverem poemas e pinturas nesses leques, trocando-os como presentes.
Feng Dayou (1130-69), um pintor de Suzhou, colaboraria com o imperador Gaozong fazendo uma pintura num leque em que o observador se sentirá imerso na minuciosa lentidão da vida de plantas e animais de um lago. Em Lago Taiye com lótus, que se apresenta como uma folha de álbum (tinta e cor sobre seda,23,8 x 25,1 cm, no Museu do Palácio Nacional em Taipé), o pintor representou uma visão consoladora com três pares de patos, símbolos da união do casal; borboletas, as graças do romance mas sobretudo a pintura é um panorama cheio de flores de lótus, as bênçãos da paternidade numerosa, alternando brancas e cor-de-rosa, algumas ainda em botão, embaladas no vento suave onde voa uma andorinha.
O imperador reforça essa impressão de prenúncio do advento da estação mais fria, escrevendo na sua caligrafia um poema de Wang Ya (764-835) Pensamento numa noite de Outono, do outro lado do leque. O nome do lago – Taiye, «a grande piscina líquida», refere um venerável lugar do passado que servirá de referência simbólica em futuras edificações de jardins.
Feng Dayou, Lago Taiye com lótus
A China registou um terramoto de magnitude de 6,1 na escala Richter, na região autónoma de Xinjiang, no extremo oeste chinês, informou ontem o Centro de Redes Sísmicas do país. O sismo ocorreu no domingo, às 07:49 na vila de Shayar, a 50 quilómetros de profundidade. Shayar fica a pouco mais de 600 quilómetros da capital da região, Urumqi, e a cerca de 300 quilómetros das fronteiras da China com o
Cazaquistão e o Quirguistão. Não foram relatados, até ao momento, danos ou vítimas mortais, devido ao terramoto que, apesar de ocorrer numa zona “desabitada”, foi sentido nas cidades vizinhas e nas zonas rurais, de acordo com a agência de notícias oficial chinesa Xinhua. A imprensa estatal pediu aos habitantes da zona que tenham cuidado, face a possíveis réplicas que possam ocorrer nas próximas horas.
Um total de 4.100 km de novas linhas ferroviárias ficaram operacionais em toda a China em 2022, incluindo 2.082 km de caminhos de alta velocidade, indicam dados da China State Railway Group Co., Ltd. Até o final do ano passado, as linhas ferroviárias da China atingiam um comprimento total de 155.000 km, dos quais 42.000 km eram de rede de alta velocidade, de acordo com o grupo, citado pela Xinhua. O investimento em activos fixos nas linhas ferroviárias da China
atingiu 710,9 mil milhões de yuans em 2022, promovendo um lote de grandes projectos no campo da construção de infraestruturas. Em 2023, a China planeia lançar novas linhas ferroviárias com mais de 3.000 km, incluindo 2.500 km para comboios de alta velocidade, informou o grupo. O país construiu a maior rede ferroviária de alta velocidade do mundo para atender à crescente procura das pessoas por viagens convenientes e confortáveis, remata a Xinhua.
ARegião Autónoma
Uigur de Xinjiang, noroeste da China, planeia investir 83,2 mil milhões de yuans na construção de estradas em 2023, indica o Diário do Povo. O investimento será alocado para 66 projectos de construção de estradas, dos quais 22 serão concluídos este ano, disse Li Xuedong, vice-director do departamento.
Nos últimos anos, Xinjiang tem assistido a um desenvolvimento robusto dos transportes. “Apenas em 2022, Xinjiang gastou mais de 74,8 mil milhões de yuans na construção de estradas, um recorde desde 2018”, disse Li.
OCentro de Controlo de Doenças da China (CDC) disse ontem que a vaga de casos de covid-19 no país “não registou uma subida significativa” durante as férias do Ano Novo Lunar, terminadas no sábado.
“A actual vaga na China está a chegar ao fim”, afirmou o CDC, na última edição da revista semanal. A agência explicou que “não foram encontradas novas variantes” do coronavírus e o pico da actual vaga “foi atingido no final de Dezembro passado”.
Até ao final de Janeiro, “o número de novos casos diários caiu” e a “pressão hospitalar reduziu-se”, indicou a mesma fonte.
O número diário de óbitos nos hospitais causados pela doença atingiu o pico a 4 de Janeiro, quando 4.273 pessoas morreram, de acordo com o CDC.
Face ao descontentamento popular e à queda dos dados económicos, as au-
O período de festividades na entrada no Ano do Coelho decorreu de acordo com as previsões, não tendo sido registado o aparecimento de novas variantes do coronavírus, nem o aumento significativo de casos
toridades chinesas optaram por um desmantelamento acelerado da estratégia ‘zero covid’, que vigorou no país ao longo de quase três anos e
incluía o isolamento de todos os casos positivos e contactos próximos, bloqueio de cidades inteiras durante semanas ou meses, a realização cons-
O número diário de óbitos nos hospitais causados pela doença atingiu o pico a 4 de Janeiro, quando 4.273 pessoas morreram, de acordo com o CDC
tante de testes em massa e o encerramento das fronteiras.
A súbita retirada das restrições, no início de Dezembro, sem estratégias de mitigação, resultou numa vaga de infecções que inundou o sistema hospitalar e os crematórios do país. O CDC apontou que o pico de pa-
cientes em estado grave foi registado no dia 5 de Janeiro, quando atingiu os 128 mil.
O número de visitas hospitalares por motivos de febre “caiu mais de 90 por cento”, a partir do final de Dezembro, acrescentou.
Os especialistas chineses alertaram para uma possível propagação do vírus durante as férias do Ano Novo Lunar, entre 21 e 27 deste mês. Durante este período, centenas de milhões de chineses regressaram às respectivas terras natais.
As autoridades de saúde pediram às zonas rurais que se preparassem para a propagação do vírus localmente, onde os recursos dos cuidados de saúde são escassos.
A empresa britânica de análise de dados de saúde Airfinity estimou que o número de mortes diárias durante aquele período terá chegado a cerca de 36 mil por dia. De acordo com os dados oficiais, 6.364 pessoas morreram em hospitais devido à doença, entre 20 e 26 de Janeiro.
A extensão total das vias rápidas em Xinjiang atingiu 11 mil km. Todos os lugares de nível da sub-região e quase 90 por cento dos lugares do nível distrital estão acessíveis por este tipo de estradas.
Em Junho do ano passado, ficou operacional uma nova estrada que atravessa o deserto de Taklimakan.
Localizada na sub-região autónoma mongol de Bayingolin, no sul de Xinjiang, a estrada que liga o distrito de Yuli e o distrito de Qiemo é a terceira através do deserto de Taklimakan, o segundo maior deserto de areia movediça do mundo.
CRIADO em 2016, a nova edição do Rollout Dance Film Festival, com carácter bianual e inteiramente dedicado aos filmes sobre dança, começa esta quinta-feira apresentando dezenas de filmes de vários países, escolhidos a partir de uma competição de cariz internacional, com a inclusão de películas sobre Macau. Os 49 filmes que serão exibidos nesta quarta edição do festival foram seleccionados no ano passado, podendo o público contar com a exibição de 27 filmes finalistas a prémios e 22 filmes da selecção oficial. Depois de um evento inteiramente online que decorreu no passado dia 27, os amantes de cinema poderão agora desfrutar, até ao dia 12 de Fevereiro, da dança espelhada nas suas várias formas no grande ecrã.
Destaque para a exibição de dois filmes portugueses no próximo dia 8, quarta-feira, no Cinema Alegria, a partir das 19h30. “Body-Buildings”, de Henrique Pina, de 2021, é um deles, onde se revela uma mistura de dança, arquitectura e cinema, com diferentes identidades e conceitos.
“Body-Buildings”, mostra seis coreografias de seis artistas de renome em Portugal, como é o caso de Tânia Carvalho, Vera Mantero, Victor Hugo Pontes, Jonas & Lander, Olga Roriz e Paulo Ribeiro, filmadas em seis localizações diferentes, onde a arquitectura marca uma forte presença.
A outra película lusa, “Isabella”, de Ricardo S. Mendes, de 2021, realizada entre Hong Kong e Taiwan e co-produzida por Tai Kwun e Hsingho Co., Ltd será apresentada mesma tarde. Este é um filme “sentimental” sobre dança com uma pitada de bom humor que revela pedaços do mundo do circo, contando com as participações dos artistas circenses Patrick Pun e Chien Hung Shu.
No dia 5 de Fevereiro serão exibidas duas rondas de filmes ligados a Macau, incluídos nas secções “Macau Dance Film Pulse I e II”, e que incluem 11 trabalhos. Destaque para títulos como “Planet X”, de Iris CCI e Wil Z, “Shapes of Aether”, uma co-produção de Macau e Áustria com a assinatura de Elias Benedikt Choi-Buttinger, o mesmo autor que traz
Começa esta quinta-feira mais uma edição de um festival de cinema inteiramente
produção oriunda da Suécia da autoria de Marcus Lindeen. Esta é uma produção que remete para o período mais difícil da pandemia no país da Europa do Norte, quando teatros e companhias de dança tiveram de fechar portas. No entanto, a coreógrafa americana Deborah Hay decidiu que os seus bailarinos, ligados à companhia de dança Cullberg, iriam continuar o trabalho já feito num teatro vazio de Estocolmo. O documentário retrata esse processo de trabalho à distância, uma vez que Deborah Hay escreveu aos bailarinos, a partir da sua casa em Austin, Texas, uma proposta experimental para uma coreografia diferente. Na quinta-feira, mas às 19h30, será tempo para ver as películas da secção “Dance to Remember, Dance to Heal”. Na sexta-feira, às 19h30 e também na Casa Garden, serão exibidas seis películas da China em “China Dance Film Pulse”, com títulos como “Shattered Ripples”, de Siye Tao, ou “Feng.Liu”, de Krono Cao. Às 20h30 o cartaz prossegue com a secção “Ageless, Timeless, Boundless”.
Na selecção dos filmes sobre, e de Macau, destaque também para “Pátio da Claridade”, de Keng U Lao, Chloe Lao e Karen Hoi, onde o tradicional e histórico pátio habitacional de matriz chinesa, situado na zona do Porto Interior, serve de cenário
Sábado e domingo, ou seja, dias 4 e 5 de Fevereiro, poderão ser vistos os filmes finalistas da competição do Rollout.
o filme “Beyond The Broken Hoop 2.0”. É um filme de dança experimental “criado no meio da natureza sagrada das montanhas austríacas”, lê-se no programa do Rollout.
Desta forma, o filme convida “os espectadores a considerarem a relação entre os humanos e a natureza, explorando este tema através da linguagem física do movimento”. Em
“Beyond The Broken Hoop 2.0”, os bailarinos movem-se em coreografias mescladas com o meio ambiente, “usando os corpos para comunicar e conectar-se com o ambiente à volta”.
Na selecção dos filmes sobre, e de Macau, destaque também para “Pátio da Claridade”, de Keng U Lao, Chloe Lao e Karen
Hoi, onde o tradicional e histórico pátio habitacional de matriz chinesa, situado na zona do Porto Interior, serve de cenário. O público poderá ainda ver “Beyond the Edge”, da autoria de António Sanmarful e Alice Leão.
Documentários e afins No Rollout Dance Film Festival há também lugar para o
género documentário. Serão exibidos, já esta quinta-feira, na Casa Garden, às 20h30, “Stillness in the Wave”, uma produção de Hong Kong da autoria de Cheuk Cheung, onde se faz o retrato de uma das mais antigas companhias de dança de Hong Kong, já com 40 anos de existência. Será também exibido nesse dia “Dear Dancer”, uma
O Cinema Alegria recebe, dia 9 de Fevereiro, um filme em foco, “A Body In Fukushima”, exibido às 19h30. “The Ferryman”, outro filme em foco, será exibido no dia seguinte, no mesmo horário e local. O festival termina dia 12 de Fevereiro. Andreia Sofia Silva
dedicado a filmes em competição onde a dança é o tema principal. O Rollout Dance Film Festival traz uma secção sobre filmes em português, exibidos no próximo dia 8, no Cinema Alegria, além de uma selecção de películas sobre MacauO Cinema Alegria recebe, dia 9 de Fevereiro, um filme em foco, “A Body In Fukushima”, exibido às 19h30. “The Ferryman”, outro filme em foco, será exibido no dia seguinte
É blues e podia estar tudo dito. Mas House Of The Blues é mais, é um disco de John Lee Hooker. São doze temas entre acordes e solos de guitarra contrapostos à voz do intérprete. Canções de dor que põe qualquer pé a bater e são mais do mesmo, que no caso, é sempre muito bom. Disco obrigatório e para todas as ocasiões.
Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores João Luz; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; João Santos Filipe; Nunu Wu Colaboradores Anabela Canas; António Cabrita; Ana Jacinto Nunes; Amélia Vieira; Duarte Drumond Braga; Gonçalo Waddington; José Simões Morais; Julie Oyang; Paulo Maia e Carmo; Rosa Coutinho Cabral; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Colunistas André Namora; David Chan; João Romão; Olavo Rasquinho; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Tânia dos Santos Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Pátio da Sé, n.º22, Edf. Tak Fok, R/C-B, Macau; Telefone 28752401 Fax 28752405; e-mail info@hojemacau.com.mo; Sítio www.hojemacau.com.mo
ESTE É O PRIMEIRO artigo publicado depois do Ano Novo Chinês, quero desejar a todos os leitores um feliz ano novo, muita saúde e tudo de bom.
O Ano Novo chinês e o “envelope vermelho” são inseparáveis. O envelope vermelho é designado por “lai-si”, o que significa bênçãos e votos de felicidades. Dentro do envelope vermelho está dinheiro para concretizar esses votos.
O conceito de bênção e felicidades contido nos envelopes vermelhos, foi, com o aumento do materialismo, sendo gradualmente substituído por dinheiro, e criou-se o equívoco de que “quanto mais dinheiro, maior a bênção”. Mas o significado do envelope vermelho deste ano parece ter ido mais longe.
Em Jiangsu, na China continental, dois gémeos de 13 anos, um rapaz e uma rapariga, moveram um processo contra o pai para reaverem cerca de 16.800 dólares do envelope vermelho.
A imprensa noticiou que os pais dos gémeos estão divorciados e que os jovens estão a ser criados pela mãe. Antes de processarem o pai tentaram muitas vezes reaver este dinheiro, mas como nunca conseguiram, seguiram para tribunal. O tribunal considerou que o envelope vermelho é um “presente” e é propriedade daquele a quem está endereçado, como seja, neste caso, propriedade dos gémeos. Como os jovens residem com a mãe, o conteúdo dos vários envelopes vermelhos que receberam deve ser entregue à progenitora.
Houve alvoroço depois do caso ter sido publicado online. A maioria dos internautas pensa que é errado usar este método para recuperar o dinheiro. Mas parece ter sido a única forma de os gémeos recuperarem o seu dinheiro.
O processo contra o pai desencadeou uma discussão entre os internautas sobre o que os pais devem fazer com o dinheiro dos envelopes vermelhos destinados aos filhos, o que levou a outro incidente. Em Taiwan, China, uma mãe teve de assinar um recibo afirmando ter recebido 6.500 NT$6.500 destinados ao filho e que os devolveria na integra depois de o jovem completar a sua formatura na Universidade.
Por qualquer razão desconhecida, a expressão “devolver na íntegra” foi grafada como “não devolver de todo”. Os internautas também têm debatido este aspecto, dizendo que a pessoa que redigiu o recibo era inculta e escreveu uma frase muito importante dando-lhe o sentido contrário. Alguns internautas também responderam ironicamente, dizendo que esta pode ser uma forma de as mães educarem os seus filhos, para que as crianças compreendam a importância de escrever correctamente.
Na sociedade actual, a informação é rapidamente divulgada através das redes sociais, e os jovens de hoje em dia têm muito mais acesso às notícias do que no passado. Por isso, estes jovens desenvolvem as suas próprias opiniões sobre como lidar com o dinheiro dos envelopes vermelhos e, como tal, esta passou a ser também uma preocupação dos pais no Ano Novo chinês. Podem dá-lo imediatamente aos filhos e deixar a gestão ao seu encargo. Claro que a preocupação é que os jovens o gastem todo rapidamente. Podem ainda considerar chegar a um consenso e entregar aos filhos de imediato apenas parte do dinheiro dos envelopes vermelhos. Desta forma, depois das crianças gastarem a sua parte do dinheiro em compras, os pais podem ajudá-los a perceber a diferença entre aquilo que é “necessário” e o que é “desejado”. Com o dinheiro que os pais guardam, pode ser aberta uma conta bancária onde se podem ir depositando dinheiro sempre que possível, para os jovens aprenderem como é importante economizar.
Existem muitas maneiras de os pais lidarem com o dinheiro dos envelopes vermelhos destinados aos filhos, e cada um dos métodos tem as suas vantagens. A responsabilidade dos pais é proteger os interesses dos filhos, por isso qualquer método que maximize esses interesses é
Deixemos as crianças compreenderem que ‘Lai-si” significa bênção sincera, amor e cuidado e eduquemo-las para que tenham um conceito correcto de gestão financeira
um bom método. Na lei, o superior interesse não se traduz em dinheiro, refere-se aos benefícios que a criança pode receber. Deixemos as crianças compreenderem que ‘Lai-si” significa bênção sincera, amor e cuidado e eduquemo-las para que tenham um conceito correcto de gestão financeira, para que desenvolvam bons hábitos de poupança e para usarem de forma correcta o dinheiro dos envelopes vermelhos, e estamos a zelar pelos seus superiores interesses. As crianças compreenderão as razões que presidem à gestão dinheiro dos envelopes vermelhos e os membros da família vão relacionar-se mais harmoniosamente. Desta forma, estaremos em consonância com o significado do Ano Novo Chinês- reunião familiar e uma vida melhor em conjunto.
Embora os gémeos ganhassem o processo contra pai, quem vai beneficiar de imediato é a mãe.
Em termos legais, congratulamo-nos sempre que um bem é devolvido ao seu proprietário. Mas mais importante, é passarmos os valores e o significado do ‘lai-si’. Terem ganhado o caso, não implicou que os gémeos tenham ficado a compreender a melhor forma de lidar com o dinheiro dos envelopes vermelhos. Para isso é preciso que a mãe os eduque nesse sentido. Se isso for feito, este tipo de casos não volta a existir.
OMS mantém nível máximo de alerta para a covid-19
AOrganização Mundial de Saúde (OMS) decidiu manter o nível máximo de alerta para a pandemia de covid-19, depois de uma reunião do Comité de Emergência dos Regulamentos Internacionais de Saúde.
Embora o comité tenha reconhecido que a pandemia pode estar a aproximar-se de um ponto de viragem, decidiu que “não há dúvida” de que o coronavírus SARS-CoV-2 continuará a ser um agente patogénico permanentemente estabelecido em seres humanos e animais para o futuro e, por conseguinte, é criticamente necessária uma acção de saúde pública a longo prazo, anunciou a OMS em comunicado ontem divulgado.
“Embora a eliminação deste vírus dos reservatórios humanos e animais seja altamente improvável, a mitigação do seu impacto devastador na morbilidade e mortalidade é viável e deve continuar a ser um objectivo prioritário”, salienta a OMS.
O director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, diz no comunicado concordar com o Comité de Emergência sobre a pandemia de covid-19, resultante de uma reunião realizada na sexta-feira, no parecer de continuar a considerar esta doença como “uma emergência de saúde pública de interesse internacional”.
“A recente avaliação rápida dos riscos continua a caracterizar o risco global da covid-19 para a saúde humana e a sua transmissão em curso como elevada”, refere o comunicado.
Tedros Ghebreyesus analisou os pareceres do Comité relativos às recomendações temporárias propostas que divulga no comunicado, nomeadamente manter o objectivo de alcançar uma cobertura de 100 por cento da vacinação contra a covid-19 nos grupos mais vulneráveis e fazer as doses de reforço.
Melhorar o relatório dos dados de vigilância do SARS-CoV-2 à OMS, para “detectar, avaliar e monitorizar variantes emergentes” e identificar alterações significativas na epidemiologia covid-19, bem como compreender o peso da covid-19 em todas as regiões estão também entre as recomendações.
Outras das recomendações é que os Estados reforcem o acesso às vacinas, diagnósticos e terapêuticas para a covid-19, e que mantenham “uma forte capacidade de resposta nacional a eventos futuros para evitar a ocorrência de um ciclo de negligência e de pânico”.
Os países devem também considerar a forma de reforçar a sua prontidão para responder a surtos, incluindo a atenção à capacidade da mão-de-obra em saúde, à prevenção e controlo de infecções e ao financiamento da preparação e resposta de agentes patogénicos respiratórios e não respiratórios.
“Embora o mundo esteja em melhor posição do que estava durante o pico da transmissão da variante Ómicron do SARS-CoV-2 há um ano, mais de 170.000 mortes relacionadas com a covid-19 foram reportadas globalmente nas últimas oito semanas”, salienta a OMS.
A OMS refere que “a vigilância e sequenciação genética têm diminuído globalmente, dificultando o rastreio de variantes conhecidas e a detecção de novas” e adverte que os sistemas de saúde estão actualmente em dificuldades com a covid-19, a gripe e o vírus sincicial respiratório, face à escassez de mão-de-obra em saúde e ao cansaço dos profissionais.
Globalmente, foram administradas 13,1 mil milhões de doses de vacinas contra covid-19, com 89 por cento dos profissionais de saúde e 81 por cento dos maiores de 60 anos com a série primária completa.
“Não rir, nem lamentar-se, nem odiar mas compreender.’’