Política & Saúde Edição N°25/2015

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Política & Saúde Brasília, 15 de dezembro de 2015

Edição N°25/2015

editorial

Foto: Reprodução/Internet

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a última semana, a Câmara dos Deputados colocou em pauta os desafios de acesso à saúde para pacientes com diagnóstico de Ataxia de Friedreich, uma doença neuromuscular que provoca a incapacidade de realizar movimentos finos, precisos e coordenados, e é multissistêmica, ou seja, afeta vários sistemas do corpo humano, levando à complicações neurológicas, ortopédicas, cardiológicas entre outras. Todavia, o eixo da discussão foi enviesado para a indústria farmacêutica, com a ampla defesa um novo fármaco, que tende a ser promissor no tratamento de pacientes atáxicos. Para a eficácia na inserção desse produto no Brasil, devem contar com a realização de um cadastro nacional de pacientes, hoje não existente, e isso permitirá a realização de ensaios clínicos, e posteriormente, o registro na Anvisa e incorporação pelo SUS. Especialistas e participantes defenderam que o tratamento para doenças neuromusculares é realizado por uma equipe multiprofissional – médicos e não-médicos, e devem ser concentradas nos Centros de Referências em Doenças Neuromusculares, que contribuem para a redução da progressão da doença e consequentemente para a qualidade de vida desses pacientes. Outra novidade na área de medicamentos órfãos foi a doação de 250 mil dólares da Food and Drug Administration (FDA) para a Organização Nacional para as Doenças Raras (NORD) dos Estados Unidos. O valor será para a realização de estudos de história natural em pacientes com doenças raras, que contribuem para avaliar ensaios clínicos sobre biomarcadores, dados demográficos, variáveis genéticas e ambientais, progressão da doença, bem como as perspectivas e desafios de quem vive a doença. Por falar em fármaco, na pauta política, no dia 15 de dezembro, acontece o VII Fórum Nacional sobre Medicamentos no Brasil, um dos temas em discussão será o desenvolvimento de novos medicamentos para doenças raras estarão na discussão.

PESQUISA

Foto: Reprodução/ Internet

Políticas públicas também tratam a saúde como mercadoria O pesquisador Edward Meirelles, da Universidade de Paulo, defendeu em sua tese de doutorado na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto sobre o Sistema Único de Saúde (SUS): contradições determinadas pelo desenvolvimento das forças produtivas da sociedade. Segundo o pesquisador, a predominância da ideia de saúde como mercadoria reduz o direito à saúde, principalmente para as famílias de baixa renda, pois o interesse não está na saúde da população e sim no lucro. A transformação da saúde brasileira em mercadoria faz com que qualquer bem de consumo, por exemplo, produtos alimentícios, medicamentos, produtos de beleza, aparecerem como propiciadores de saúde. “Isso faz com que as pessoas deixem de reconhecer o direito à saúde como processo sócio-histórico, reconhecendo-o apenas como um elemento de negócio.” Baixe o estudo na íntegra: http://bit.ly/1J5WF6X


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