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10 / 11 noites desde Roma
/ PARTIDAS ENTRE MAIO E SETEMBRO 2025 /
Alasca, Ásia, Galápagos, Norte da Europa, América do Sul, Caraíbas…
» Navios mais elegantes e modernos da Indústria «
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A queda do Governo é mais do que um episódio político, reflete a crescente instabilidade e o afastamento entre governantes e cidadãos. O desgaste das instituições e a falta de consensos têm enfraquecido a confiança na democracia, no entanto, este momento pode ser uma oportunidade de renovação. Portugal precisa de lideranças que inspirem credibilidade e promovam soluções reais para os desafios do país. Cabe à sociedade exigir uma política mais transparente, responsável e eficaz. O futuro ainda pode ser construído com estabilidade e esperança.
Compromisso Com a defesa naCional
A entrevista com o ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, realizada em fevereiro, reflete um compromisso sólido com a modernização das Forças Armadas e a valorização dos militares. A estratégia delineada foca-se no reforço da capacidade tecnológica, na modernização das infraestruturas e na ampliação da presença internacional de Portugal. Os desafios futuros exigem uma abordagem integrada, que combine inovação, motivação dos efetivos e cooperação internacional. A modernização das Forças Armadas não é apenas uma questão de segurança nacional, mas também um investimento no futuro do país e na sua posição no cenário global. O compromisso do Governo é claro: garantir que Portugal tenha uma defesa sólida, moderna e capaz de responder às exigências de um mundo em constante transformação.
volvo es90:
o futuro da mobilidade sustentável
O Volvo ES90 representa um passo significativo na evolução da mobilidade elétrica, combinando sofisticação, tecnologia avançada e um compromisso inegociável com a sustentabilidade. Este modelo reafirma a aposta da Volvo num futuro livre de emissões, oferecendo um desempenho eficiente sem comprometer o luxo e o conforto.Com um design elegante e aerodinâmico, o ES90 integra um conjunto de funcionalidades inovadoras, desde sistemas de assistência à condução até uma autonomia otimizada para longas viagens. No interior, destaca-se a qualidade dos materiais sustentáveis e um ambiente pensado para proporcionar a máxima comodidade. A Volvo continua a liderar a transformação da indústria automóvel, provando que a eletrificação pode coexistir com uma experiência de condução premium. O ES90 não é apenas um automóvel, mas uma visão do futuro da mobilidade, onde eficiência e prazer de condução andam de mãos dadas.
2.º raid região beiras e serra da estrela: aventura e emoção Com o Clube esCape livre
O 2.º Raid Região Beiras e Serra da Estrela, promovido pelo Clube Escape Livre, voltou a oferecer aos amantes do todo-o-terreno uma experiência inesquecível. Num percurso desafiante, que atravessou paisagens deslumbrantes e trilhos exigentes, os participantes puderam testar as capacidades das suas máquinas enquanto desfrutavam do melhor que a região tem para oferecer. A aventura combinou o espírito de descoberta com a adrenalina de superar obstáculos naturais, proporcionando momentos únicos de convívio e paixão pelo TT.
Hotel mont Cervin: elegânCia nos alpes suíços Localizado no coração de Zermatt, o Hotel Mont Cervin Palace é um ícone de luxo
e sofisticação nos Alpes Suíços. Com uma tradição de hospitalidade que remonta a 1851, este hotel combina charme histórico com um serviço de excelência, proporcionando aos hóspedes uma experiência inesquecível. Os quartos e suítes oferecem vistas deslumbrantes para o majestoso Matterhorn, enquanto as instalações de bem-estar, incluindo um spa de classe mundial e piscinas aquecidas, garantem momentos de puro relaxamento. A gastronomia do Mont Cervin é outro dos seus pontos altos, com restaurantes que elevam a cozinha alpina a um patamar de requinte e inovação. Ideal para quem procura um refúgio luxuoso na neve ou uma escapadinha romântica, o Mont Cervin Palace continua a ser uma referência na hotelaria suíça. Entre o conforto absoluto e a paisagem deslumbrante, este é um destino que promete tornar cada estadia verdadeiramente memorável.
Celebramos mais um ano da revista FRONTLINE
Nesta edição, celebramos mais um ano de dedicação à informação, ao rigor e à qualidade editorial. Ao longo dos anos, a revista FRONTLINE tem sido um espaço de reflexão e análise sobre os temas que marcam a atualidade, sempre com o compromisso de oferecer conteúdos relevantes e inspiradores. O nosso percurso tem sido feito com a confiança dos nossos leitores, parceiros e colaboradores, a quem deixamos um agradecimento especial. É essa confiança que nos motiva a continuar a evoluir, a inovar e a trazer novas perspetivas sobre o mundo que nos rodeia. Que este novo ciclo traga novos desafios e conquistas, e que possamos continuar a contar consigo, leitor, nesta caminhada. Obrigado por fazer parte da nossa história!
8/ NEWS
12/ GRANDE ENTREVISTA
Nuno Melo
22/ OPINIÃO
Luís Mira Amaral
Maria de Belém Roseira
Carlos Zorrinho
Luís Lopes Pereira
Fernando Leal da Costa
28/ PANORAMA
Crise política
30/ GRANDE ANGULAR Serviço público
32/ SAÚDE
Serviço Nacional de Saúde
34/ ANÁLISE
Sustentabilidade hídrica
36/ VISÃO
Envelhecimento
38/ EM FOCO Democracia
40/ ATUALIDADE Liderança
42/ MAGAZINE Habitação
44/ RETROSPETIVA Cuidados de saúde
FICHA TÉCNICA
Diretor: Nuno Carneiro | Editora:Ana Laia | Colaboram nesta revista Luís Mira Amaral, Fernando Leal da Costa, Luís Lopes Pereira, Carlos Zorrinho, Isabel Meirelles, Samuel Fernandes de Almeida, Carlos Mineiro Aires, Fernando Santo, Fernando Negrão, Carlos Martins, Antóno Saraiva, Pedro Mota Soares, Alexandre Miguel Mestre,Rui MiguelTovar,Jorge Garcia,Casimiro Gonçalves,Fernanda Ló,João Cordeiro dos Santos,José Caria,M.Sardinha | Revisão:Helena Matos | Fotografia: Mariana Themudo Abreu/FF e Orlando Lima, CML / Museu de Lisboa / EGEAC / José Avelar, Francisco Almeida Dias, João Cupertino, Martina Orsini, Miguel Figueiredo Lopes / Presidência da República, Nelson Teixeira, Nuno Madeira, Pedro Sampayo Ribeiro, Rui Ochoa/Presidência da República | Diretor Comercial: Miguel Dias | Proprietário:Armando Matos | Produção: DesignCorner Lda., Rua Infante D. Henrique, 21, 3000-220 Coimbra Sede: Airport Business Center Avenida das Comunidades Portuguesas Aerogare, 5º piso–Aeroporto de Lisboa 1700-007 Lisboa – Portugal E-mail: geral@hvp-design.pt | Registada no ICS com o n.º 125341 | Depósito Legal n.º 273608/08 | Estatuto editorial disponível em: www.revistafrontline. com Facebook: RevistaFRONTLINE
46/ DOSSIER
Saúde digital
48/ DESPORTO
Direito ao desporto
50/ LIVROS
52/ ANIVERSÁRIO
FRONTLINE
54/ MOTORES
Volvo ES90
58/ ON THE ROAD
60/ OFF ROAD
Raid Região Beiras e Serra da Estrela
66/ SPA
THE SPA by Corinthia Lisbon
68/ REAL GARRAFEIRA
70/ IMOBILIÁRIO
Berkshire Hathaway
HomeServices Atlantic Portugal
72/ CHECK-IN
Mont Cervin Palace
76/ APRESENTAÇÃO
DS Nº8
Leapmotor T03 e C10
Volvo EX90 e XC90
Fiat Grande Panda e Abarth 600e
82/ SOCIAL
International Club of Portugal
ruz V ermelha P ortuguesa
Celebrou 160 anos
Dia 11 de fevereiro, a Cruz Vermelha Portuguesa celebrou um marco histórico: 160 anos a levar esperança, apoio e dignidade a quem mais precisa. “Esta é uma data que nos enche de orgulho e reforça o compromisso que nos une a todos, nesta missão de proximidade, solidariedade e impacto real na vida das pessoas”, referiu António Saraiva. A cerimónia, que contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e do ministro da Defesa, Nuno Melo, entre outros, foi igualmente marcada pela nomeação das novas embaixadoras da CVP, que irão amplificar a missão e os valores da instituição junto da sociedade. Com os olhos postos na inovação, no reforço de parcerias e na expansão das suas respostas, a CVP continua fiel ao seu propósito maior de proteger, socorrer e dignificar a vida humana.
C om uma V isão inoVadora e fo C ada na ex C elên C ia
Atualmente como Marketing Operations da Volvo Car Portugal, Luís Santos é responsável por implementar a estratégia global da marca no mercado português, garantindo consistência, criatividade e impacto comercial. Defensor da mobilidade sustentável, segura e pessoal, trabalha para posicionar a Volvo como referência no setor automóvel.
Com uma trajetória sólida em CRM, marketing digital e experiência do cliente, especializou-se na criação de estratégias personalizadas que aproximam marcas e consumidores. Antes da indústria automóvel, passou pela área comercial da FNAC Portugal, onde aprofundou a sua visão estratégica sobre gestão de vendas e experiência do cliente.
Luís Santos juntou-se à Be Insight Improve Your Future para partilhar insights sobre marketing orientado por dados, experiência do cliente e construção de marcas autênticas.
P roença - a - n oVa destaca - se na btl 2025
O Município de Proença-a-Nova encerrou a sua participação na BTL 2025 com um balanço positivo, reforçando a visibilidade do concelho como destino turístico de excelência. Com um stand próprio no Pavilhão 2, Proença-a-Nova atraiu centenas de visitantes ao longo dos quatro dias do evento, consolidando a sua posição como um destino que alia natureza, aventura, cultura e tradição, adequado para ser explorado ao longo de todo o ano. Inspirado no Ano Municipal das Raízes, o stand ofereceu uma experiência interativa e envolvente, convidando os visitantes a redescobrirem a sua ligação com a natureza e o património local. O Jogo da Roleta revelou-se um verdadeiro sucesso, com dezenas de visitantes a conquistarem vouchers para estadas em alojamentos locais, entradas no Centro Ciência Viva da Floresta, brindes promocionais e plantas autóctones, reforçando o compromisso com a sustentabilidade e valorização dos recursos naturais.
A animação itinerante promovida pelos AtrapalhArte mostrou que Proença-a-Nova é um “destino de outro mundo”, oferecendo dinâmica ao espaço da feira e despertando a curiosidade dos visitantes para as riquezas naturais, culturais e gastronómicas do concelho. A interação direta com o público gerou momentos de grande envolvimento, reforçando a notoriedade de Proença-a-Nova no panorama turístico nacional.
V odafone P ortugal
V ende cartões e s IM a bordo de aVI ões da ta P
A Vodafone pretende facilitar o acesso à rede móvel no país de chegada, garantindo que os passageiros estejam sempre ligados, com conveniência e simplicidade. A compra de cartões eSIM está disponível em diferentes plataformas, antes, durante e após o voo da TAP.
A bordo, a compra será possível na plataforma de entretenimento da TAP, disponível em mais de 30 aviões. Através da ligação ao Wi-Fi da TAP no avião, o passageiro digitaliza com o seu dispositivo móvel um QR code que o remete para uma página na qual seleciona o seu destino. Feita a compra a bordo, o passageiro ganha uma hora gratuita para acesso à internet durante o voo – tempo que poderá utilizar, por exemplo, para instalar o eSIM no seu dispositivo, qualquer que seja o seu operador de telecomunicações.
Inicialmente esta oferta está disponível para Portugal, Europa, Brasil, Canadá e Estados Unidos da América. O objetivo é cobrir, gradualmente, o máximo de destinos operados pela TAP, tirando partido da abrangência internacional da rede móvel do Grupo Vodafone.
M arta P ere I ra da c osta a P resenta gu I tarra P ortuguesa no fe MI n I no Sem Palavras é o mais recente trabalho da guitarrista Marta Pereira da Costa, um novo longa-duração, que, segundo a artista, juntou a sua guitarra portuguesa e o piano do vencedor de um Grammy Latino, Iván Melón Lewis. “Achei que a ideia de juntar o pianista cubano, não perdendo a identidade da guitarra portuguesa, mas criando novas pontes, seria o próximo passo a dar na minha carreira”, explicou a artista sobre este trabalho gravado em Madrid e totalmente interpretado e produzido pelos dois músicos. O alinhamento integra composições da guitarrista, como o primeiro single , “Dia de Feira”, e clássicos do fado e do jazz.
O espetáculo de apresentação deste novo trabalho teve lugar em Lisboa e representou um espetáculo emotivo, sensorial e intimista, em que à música se juntou a dança e a moda, enfatizando a mensagem de Marta: “levar o fado para o mundo e trazer o mundo para o fado”.
f ortaleza do g u I ncho co M g I l f ernandes a renoVar estrela M I chel I n Gil Fernandes e a sua equipa viram renovada a prestigiada estrela Michelin, distinção que obtiveram pela primeira vez em 2001 e que mantêm ininterruptamente até hoje. Este é o restaurante com mais anos consecutivos a ostentar uma estrela Michelin em Portugal. O prémio é um reflexo do talento, da paixão e da consistência que são apresentados diariamente no elegante restaurante com vista para o Atlântico.
A Fortaleza do Guincho é um local absolutamente singular, cuja cozinha é um tributo aos sabores locais e sazonais, com um enorme foco na sustentabilidade e uma estética muito própria de Gil Fernandes. Foi com “Memórias: Degustação e Experiência”, que o chef se expressou ao longo deste ano, no qual partilhou a sua história de vida e a filosofia da sua cozinha, reafirmando o compromisso de elevar o hotel e, naturalmente, manter a sua estrela.
A cozinha de Gil Fernandes é subtil, elegante e natural, profundamente influenciada pela sua infância em Ribamar, na Lourinhã, e pelos dias passados no majestoso Guincho, entre o mar e a serra, nos quais se inspira e abastece. “Sinto que esta estrela é um reconhecimento merecido e traz-nos um orgulho imenso, pois reflete o trabalho e a dedicação diária da nossa equipa. Partilho-a com todos eles, pela sua entrega incansável, e com a diretora do hotel, Petra Sauer, pelo seu apoio e visão”, afirmou o chef Gil Fernandes.
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por Nuno Carneiro
Nuno Melo, ministro da Defesa Nacional, enfrenta um dos maiores desafios do seu mandato: modernizar as Forças Armadas portuguesas num contexto global cada vez mais instável.
Com a crescente pressão geopolítica, as exigências das alianças internacionais e a necessidade de reforço interno, o ministro delineia uma estratégia que visa não só renovar os equipamentos militares, mas também valorizar os efetivos e reforçar as infraestruturas nacionais.
Nesta entrevista, partilha a sua visão sobre as prioridades estratégicas de Portugal e os investimentos necessários para garantir a soberania e a segurança nacional.
Qual é a sua visão global para a Defesa NacioNal No atual coNtexto geopolítico?
Nos últimos anos, a Defesa Nacional não esteve entre as prioridades da política, numa negligência que comprometeu a sua capacidade operacional e o moral dos efetivos.
Quando assumi a tutela na Defesa Nacional, considerei fundamental dignificar as Forças Armadas, compensar a condição militar e implementar medidas de emergência para melhorar a motivação dos militares e a sua operacionalidade,
bem como para aumentar a atratividade em relação aos jovens, com os olhos postos no recrutamento. Em oito anos, Portugal perdeu mais de 5 mil militares, reduzindo o efetivo para cerca de 22 mil, quando o número ideal seria entre 30 e 32 mil.
Identificamos os problemas e estamos a dar as respostas capazes de inverter esta tendência e reforçar a capacidade de resposta das Forças Armadas, tanto em missões internas como internacionais. Aumentamos salários e suplementos. A este propósito e em vários níveis, há
militares que no final do ano auferem agora um montante equivalente a mais 2 salários, o suplemento da condição militar cresceu de 100 para 400 euros, os suplementos de serviço aéreo e de embarque foram atualizados para resposta a problemas graves vividos na Força Aérea e na Marinha, a par de outros.
Criamos o primeiro mecanismo de apoio em caso de incapacidade ou morte de militares, apoiamos os antigos combatentes com medicamentos comparticipados faseadamente a 100%, modernizamos equipamentos, elimina -
Qual é a sua visão global para a Defesa NacioNal No atual coNtexto geopolítico?
“ESTAMOS AINDA A CONSOLIDAR UMA
mos atrasos na avaliação de processos de deficientes das Forças Armadas, melhoramos infraestruturas, avançamos para as indústrias de defesa, estamos a investir na Saúde militar e reforçamos as missões internacionais ao serviço da NATO, ONU, EU, Frontex e Coligações. Há 10 meses o Exército só beneficiava de 30 mil euros de PRR. No dia 25 de fevereiro multiplicamos este número por 100, assegurando um investimento de mais de 31 milhões de euros que irá reabilitar 15 edifícios do Exército em diversos concelhos, que serão vocacionados para habitação a baixos custos, beneficiando 600 famílias e modernizando ainda o Colégio Militar e os Pupilos do Exército.
Para o que importa, aqui chegados, verificamos que as coisas estão a mudar para muito melhor. Comprovando-o, os números de candidatos aos três ramos das Forças Armadas dispararam e já invertemos a tendência de saídas. Por seu lado, o reforço da presença internacional e o cumprimento das metas de investimento em Defesa são fatores decisivos para garantir a credibilidade do país junto dos seus aliados. Estamos ainda a consolidar uma Defesa Nacional moderna, capaz de responder a novos desafios, como a cibersegurança e a ciberdefesa, a defesa do espaço marítimo e o apoio em missões humanitárias.
como avalia o estaDo atual Das forças armaDas e Quais são as priNcipais prioriDaDes para a sua moDerNização?
As Forças Armadas estão a fazer um caminho determinado com vista à sua modernização. A este propósito gostaria de assinalar várias aquisições em curso muito relevantes, no âmbito da Lei da Programação Militar e fora dela, tendo em conta o curto tempo de vida desta governação, como é o caso de 12 aeronaves A29 Super Tucano e um simulador de voo, num investimento de 200 milhões de euros, dos quais 75 milhões aplicados na indústria portuguesa, 12 aeronaves de instrução elementar de pilotos CIRRUS e um simulador a ser desenvolvido em Portugal, aeronaves KC390, 2 bombardeiros Canadair para combate aos fogos, a criação da capacidade aérea no exército, com 5 helicópteros Black Hawk, até 36 sistemas de artilharia Caesar, viaturas táticas blindadas NBQR, viaturas táticas médias não blindadas para equipar batalhões Infantaria nos Açores e na Madeira, 2 navios reabastecedores, o navio porta-drones (plataforma naval multifuncional) D. João II, sistema antiaéreo Rapid Ranger, entre muitos outros. Como é evidente, medidas assim, conjugadas com outras, como as anteriormente descritas, ajudam a melhorar a eficácia e a capacidade de prontidão das Forças Armadas e a atrair e reter talento, garantindo um corpo militar mais
motivado e preparado para enfrentar todos os desafios.
c omo po D e p ortugal fortalecer a sua i ND ústria D e D efesa e Q ual a importâ N cia Da cooperação i N ter NacioNal N esse setor ?
A indústria de defesa nacional tem um papel estratégico na modernização das Forças Armadas e no fortalecimento da economia do país.
Estudos recentes demonstram que as indústrias de defesa são atualmente mais de 360 empresas, 60 entidades de desenvolvimento, educação e formação. Asseguram 30 mil postos de trabalho, 2,5% das exportações, com o dobro de exportações e o dobro dos salários, em comparação com a média da economia geral (1652€ contra 818€).
As indústrias de defesa investem 3,2% em investigação e desenvolvimento, contra 0,5% das demais e a produtividade média dos trabalhadores é 50% maior. Estamos a trabalhar na criação do ambiente de captação de investimento que permitirá que venham a ser muitas mais e em áreas diversas, com exemplos na produção de munições, veículos autónomos e outros, componentes, engenharia, espaço, têxteis tecnológicos ou calçado. No que tem que ver com a participação do próprio Estado, as OGMA são hoje um modelo virtuoso de uma empresa
“
SUFICIENTE PARA COBRIR TODAS AS NECESSIDADES, ESPECIALMENTE NUM CENÁRIO
EM
que passou por profundas dificuldades e depois de submetida a uma privatização parcial a favor da Embraer, se transformou numa empresa de referência mundial no setor aeronáutico.
As próprias aquisições de bens e equipamentos podem alavancar o desenvolvimento de indústrias nacionais. Cada KC 390 vendido significa um encaixe financeiro de 10 milhões para o Estado português, por causa da participação no projeto e tecnologia nacional incorporadas. Dos 200 milhões de euros investidos na aquisição das aeronaves A29 Super Tucano, 75 milhões de euros serão direcionados para indústrias portuguesas chamadas a concretizar a reconfiguração de acordo com as especificações da NATO. Noutro âmbito, de ajuda à Ucrânia, Portugal investiu 52 milhões de euros na iniciativa liderada pelo Reino Unido para aquisição de drones, que serão produzidos em Portugal, num setor em que damos cartas a nível global.
O objetivo é criar um ecossistema de Defesa que promova a autonomia estratégica de Portugal e potencie a economia nacional, gerando emprego e incentivando a inovação e o desenvolvimento tecnológico.
A cooperação internacional é essencial para o desenvolvimento da indústria de Defesa. Através de parcerias com aliados da NATO e da União Europeia, conseguimos acesso a tecnologia de ponta, formação especializada e oportunidades de parti-
cipação em projetos de inovação tecnológica, contribuindo para a segurança global.
o orçame N to Da D efesa é suficie Nte para respoND er às N ecessi Da D es Das f orças a rma Das ?
O orçamento da Defesa nunca é suficiente para cobrir todas as necessidades, especialmente num cenário em que as exigências internacionais e as ameaças globais estão em constante transformação. No entanto, estamos a assistir a um aumento progressivo dos investimentos no setor.
O Estado português vai investir 2% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2029 em Defesa, para cumprimento dos compromissos assumidos no âmbito da NATO. Este aumento significativo de financiamento irá permitir modernizar os equipamentos, reforçar as infraestruturas e, acima de tudo, valorizar os nossos militares. No entanto, o verdadeiro desafio não reside apenas em aumentar o orçamento, mas sim em garantir que cada euro seja aplicado de forma eficiente e transparente, racionalizando recursos e eliminando desperdícios.
Além disso, estamos a direcionar parte deste investimento para o desenvolvimento tecnológico, com foco em áreas como a ciberdefesa, a inovação em armamento e a modernização das comunicações. Este esforço visa dotar as Forças Armadas de capacidade tecnológica de ponta, essencial para enfrentar os desa -
fios contemporâneos e garantir a segurança nacional.
o Que muDa com as Decisões De WashiNgtoN sobre a ucrâNia, No Que tem Que ver com portugal e a Nato?
A Aliança Transatlântica é fundamental, com os EUA como parceiro liderante.
A NATO assegurou paz na Europa depois da Segunda Guerra Mundial, salvo conflitos de dimensão regional. Todo o meu esforço vai no sentido de preservar a Aliança Atlântica e o papel dos EUA.
A NATO só venceu a guerra fria por ser política e operacionalmente forte. Não confundo um Estado, com uma liderança. As declarações da administração Trump só nos obrigam a reforçar o pilar europeu da NATO.
Entendo que EU e Ucrânia devem estar à mesa das negociações. O Pilar Europeu da NATO ajuda a Ucrânia no esforço de guerra, para preservação da liberdade e da democracia, sem intenção de apropriação de quaisquer recursos naturais do país. Aliás, é com o mesmo espírito que participaremos no esforço de reconstrução do pós-guerra. O facto de as lideranças da França e do Reino Unido, curiosamente potências nucleares, participarem em reuniões em Washington, também poderá ajudar num realinhamento futuro quanto à relação transatlântica, à guerra na Ucrânia e ao que se espera da NATO.
o serviço militar obrigatório po D e voltar a ser uma reali Da D e em p ortugal ?
Neste momento, a reintrodução do serviço militar obrigatório não está em discussão. No entanto, estamos atentos às práticas de outros países da NATO e da União Europeia, que têm vindo a explorar modelos híbridos de recrutamento, conjugando o voluntariado com mecanismos de serviço obrigatório adaptado às necessidades nacionais.
Acreditamos que um modelo baseado na motivação e na valorização profissional será mais eficaz para responder às necessidades da Defesa Nacional.
Apesar disso, não podemos excluir reflexões que em cada momento a evolução da situação geopolítica global possa justificar.
como poDem as forças armaDas coNtribuir para a seguraNça iNterNa e resposta a crises NacioNais, como iNcêNDios e catástrofes Naturais?
As Forças Armadas desempenham um papel essencial no apoio à proteção civil e na resposta a situações de emergência. Os militares não estão fechados em quartéis e em tempos de paz estão empenhados em missões de busca e salvamento, prevenção e rescaldo de incêndios, emergência médica, transporte de órgãos vitais usados em transplantes que salvam vidas, patrulhamento de zonas de risco, ações de repatriamento e auxílio em catástrofes, para dar alguns poucos exemplos.
Também por isso, na modernização de equipamentos temos sempre em conta uma perspetiva de duplo uso, civil e militar, com exemplo em aeronaves, veículos especializados e equipamentos de monitorização, como drones e sistemas de vigilância aérea.
A Marinha, o Exército e a Força Aérea estão preparados para atuar em situações de emergência diferenciadas, sendo essenciais no serviço às populações, em cooperação também com entidades civis como a ANEPC e o ICNF.
Q ual o papel estratégico D o a tlâ Ntico e Das regiões autó N omas Na política D e D efesa N acioNal ? Portugal ocupa uma posição geoestratégica única no contexto atlântico. A nossa vasta Zona Económica Exclusiva (ZEE),
uma das maiores da Europa e do mundo, representa um ativo estratégico que exige proteção e vigilância constante. A esse propósito as Forças Armadas são insubstituíveis, defendendo os interesses marítimos nacionais, assegurando a segurança das rotas comerciais e protegendo recursos naturais.
Por seu lado, as regiões autónomas dos Açores e da Madeira são pontos estratégicos essenciais para a política de Defesa Nacional. A base aérea das Lajes, nos Açores, é um elemento central na projeção de poder no Atlântico Norte e no apoio às operações da NATO. A sua localização permite monitorizar o tráfego marítimo e aéreo, além de servir como plataforma de apoio logístico para operações internacionais.
Na Madeira, a presença militar tem um papel relevante na defesa das águas territoriais e na vigilância das rotas comerciais. Além da vertente militar, o Atlântico assume um papel estratégico no reforço das parcerias internacionais, nomeadamente com os Estados Unidos e os países membros da NATO, transformando Portugal, pela sua posição privilegiada e credibilidade, num parceiro fundamental na segurança transatlântica e reforçando o seu papel no contexto das alianças internacionais.
c omo está p ortugal a preparar - se para e N fre N tar ameaças D igitais ?
A ciberdefesa e a cibersegurança são desígnios estratégicos do Ministério da Defesa Nacional.
O avanço das tecnologias digitais trouxe novas ameaças, que se manifestam de forma invisível, mas com potencial devastador. Os ataques cibernéticos, que podem comprometer infraestruturas críticas, sistemas financeiros e redes de comunicação, exigem uma resposta robusta e coordenada.
Portugal tem investido de forma consistente na criação de capacidades cibernéticas, com a implementação da Cyber Academy, uma instituição dedicada à formação de especialistas em cibersegurança. Além disso, foi criado o Comando de Ciberdefesa, responsável pela proteção das infraestruturas digitais das Forças Armadas, garantindo uma resposta rápida a eventuais ataques.
Estamos também a investir na criação de parcerias internacionais, reforçando a cooperação com países da NATO e da União Europeia. A partilha de informação e a colaboração em projetos de investigação são fundamentais para desenvolver ferramentas de defesa inovadoras e eficazes.
Q ual é o pla N o para reforçar a capaci Da D e Naval e aérea D o país ?
Concretizando as aquisições e investimentos previstos na Lei de Programação Militar e mais além, como de resto é nítido no conjunto de bens e equipamentos anteriormente mencionados, com referência ao tempo deste Governo.
A conjugação de navios polivalentes concebidos para cumprimento de múltiplas missões, com a arma submarina, fragatas e navios de patrulha oceânica, é determinante para apoio em operações humanitárias, a proteção do espaço marítimo, o reforço da presença no Atlântico e o cumprimento de missões internacionais. Para este efeito contribui também a Força Aérea, acrescendo em ações de transporte e vigilância, missões de busca e salvamento, evacuação médica e defesa aérea.
A modernização e aquisição de aeronaves de diferentes tipos e características e de novas plataformas tecnológicas, como drones de vigilância e aeronaves não tripuladas, permitirá aumentar a eficiência em todas as operações e reduzir os custos operacionais.
De referir ainda infraestruturas de apoio, como bases aéreas e portos militares, também a ser modernizados, com o objetivo de garantir uma resposta rápida e eficaz a qualquer ameaça ou missão internacional.
e xiste abertura para aume N tar o N úmero D e militares portugueses
D estaca D os N o estra N geiro ? Portugal mantém um compromisso sólido com a segurança internacional, participando ativamente em missões da NATO, da União Europeia e das Nações Unidas, Frontex e coligações. Atualmente, as Forças Armadas estão envolvidas em 22 missões internacionais, com cerca de 1755 militares destacados em quatro continentes. Apesar de já ser muito significativa no contexto comparativo internacional, o Governo tenciona reforçar esta participação de forma equilibrada e em conso -
nância com as capacidades operacionais do país.
A participação em missões internacionais não se resume ao cumprimento de obrigações com os nossos aliados, representa também uma oportunidade para os nossos militares ganharem experiência em cenários reais de operação, reforçando a sua preparação e competência.
A decisão de aumentar o número de efetivos destacados será sempre ponderada em função dos recursos disponíveis e das prioridades estratégicas definidas no âmbito da Defesa Nacional.
D e Q ue forma p ortugal está a i Nvestir em tec N ologias emerge N tes , como i N teligê N cia artificial e robótica , para mo D er N izar as f orças a rma Das ?
As novas tecnologias representam uma revolução no setor da Defesa. A inteligência artificial (IA), a robótica e a auto -
mação estão a transformar a forma como as operações militares são conduzidas.
Em Portugal, estamos a investir no desenvolvimento de tecnologias emergentes, através de parcerias com universidades, centros de investigação e empresas do setor tecnológico.
A aplicação de IA está a ser explorada em várias frentes, desde o desenvolvimento de sistemas de vigilância autónomos até à otimização de processos logísticos e de manutenção de equipamentos. Estamos também a investir em veículos terrestres e aéreos não tripulados, que permitem realizar missões de reconhecimento e vigilância com maior eficiência e segurança.
A robótica tem um papel fundamental na desminagem, na assistência médica em cenários de guerra e na manutenção de equipamentos em ambientes hostis. Estes avanços tecnológicos contribuem não só para a modernização das Forças Arma -
das, mas também para a segurança dos nossos militares em missões de alto risco.
c omo é Q ue p ortugal tem participa D o em missões huma N itárias i N terNacioNais e Q ual o impacto D essas operações ?
As missões humanitárias são uma das vertentes mais nobres da atuação das Forças Armadas Portuguesas. Portugal tem participado ativamente em missões internacionais de assistência humanitária, em cooperação com organizações como as Nações Unidas e a União Europeia. Estas operações incluem o apoio em zonas de conflito, a assistência em situações de catástrofes naturais e o envio de ajuda humanitária a populações vulneráveis. Recentemente, as Forças Armadas participaram em missões de evacuação de cidadãos em zonas de guerra e em operações de resgate em áreas afetadas por desastres naturais.
O impacto dessas missões vai além da ajuda humanitária direta. Elas contribuem para o reforço da imagem de Portugal no cenário internacional, consolidando a posição do país como um parceiro responsável e solidário. Além disso, oferecem aos nossos militares uma experiência operacional valiosa, essencial para a sua formação e preparação.
Qual coNsiDera ser o maior Desafio Da Defesa NacioNal Nos próximos aNos? O maior desafio da Defesa Nacional nos próximos anos será garantir que as Forças Armadas estejam preparadas para enfrentar as ameaças emergentes num contexto geopolítico cada vez mais instável. A adaptação às novas tecnologias, a modernização dos equipamentos e o reforço das capacidades operacionais são fundamentais. Além disso, é essencial garantir a motivação e retenção dos efetivos, criando condições atrativas para os militares e oferecendo oportunidades de progressão e valorização profissional. A sustentabilidade financeira das reformas em curso e a adaptação ao contexto internacional serão desafios adicionais a enfrentar.
O futuro da Defesa Nacional depende da capacidade de Portugal se adaptar às exigências do século XXI, investindo em inovação, reforçando alianças internacionais e consolidando um sistema de defesa robusto e eficiente.
Realizamos milhares de milhões de feitos num só batimento cardíaco, somos exemplos espantosos da tecnologia da natureza.
Mas também somos humanos.
Enfraquecemos. Falhamos.
E quando isto acontece, os nossos extraordinários corpos exigem soluções extraordinárias que transformam a vida.
Lideramos a tecnologia médica global, resolvendo com audácia os problemas de saúde mais desafiantes, que a humanidade enfrenta atualmente.
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AUnião Europeia (UE) comprou aos EUA 160 mil milhões de dólares de equipamento militar para fornecer à Ucrânia. Temos tido dinheiro para esse apoio à Ucrânia, não há é produção europeia de armamentos suficiente, sendo crucial a criação duma indústria de defesa pan-europeia, aposta que deverá ganhar um forte impulso com a consciência de que é necessário aumentar os gastos europeus na Defesa. Portugal só terá gasto, em 2024, em Defesa, 1,6% do PIB, o 7.º mais baixo da NATO, com o peso do pessoal a atingir a maior parte, 60% do total. Não vale a pena passar os dias a insultar o Trump, conviria antes tratar da Defesa europeia. A capacidade militar europeia é insuficiente para impedir o ataque russo à Ucrânia. Precisamos, com efeito, dum mercado único para a Defesa, aumentando a concorrência entre fornecedores, o que aumentaria as capacidades militares por euro gasto. Também são necessárias compras conjuntas a nível europeu, o que harmonizaria os standards entre os exércitos dos Estados-membros, levando a ordens
de compra de maior dimensão, conduzindo a menores preços unitários. A maior parte do equipamento militar americano que nos é fornecido não poderá ser produzido por um Estado-membro sozinho, precisa dum esforço pan-europeu. E o es -
precisa de ser complementado por um fundo europeu, como a Comissão Europeia agora propôs, focado quer em promover compras pan-europeias, quer em apoiar os Estados-membros mais vulnerá-
junto de rearmamento.
Não temos uma política europeia de Defesa semelhante à americana, dado a UE não ser uma união política, ao contrário dos EUA que têm um governo federal e um orçamento central suficientemente robusto, mas conviria, embora com essas limitações, que a UE aprendesse com os americanos o conceito de indústrias duais, em que o Pentágono, o verdadeiro Ministério da Indústria e Tecnologia dos EUA, passa às empresas privadas fabulosos contratos de desenvolvimento de equipamento militar. O contribuinte
americano, através dos gastos de despesa, paga o desenvolvimento dessas tecnologias e a partir daí as empresas facilmente desenvolvem produtos para aplicações civis utilizando tais tecnologias, o que leva a que os impulsos de despesa pública teham óbvios efeitos de supply-side na economia, com a dinamização do lado da oferta e a criação de valor no mercado com a produção de bens e serviços de forte conteúdo tecnológico. Conviria então que uma patética Comissão Europeia, que só se preocupava com o Green Deal, dinamizasse um ambicioso programa europeu para as indústrias de defesa e acabasse com a proibição do acesso ao Horizonte Europa do setor da Defesa, privilegiando o conceito de indústrias duais, e que se começasse a pensar em aproveitar capacidades que ficam ociosas, por exemplo na indústria automóvel, para produção de equipamentos militares. Portugal tem competências para esta aposta, designadamente nos drones, na construção e reparação naval, no espaço, na robótica, nos materiais avançados, TI, têxteis e calçado.
“ A MAIOR PARTE DO EQUIPAMENTO MILITAR AMERICANO QUE NOS É FORNECIDO NÃO PODERÁ SER PRODUZIDO POR UM ESTADO-MEMBRO SOZINHO, PRECISA DUM ESFORÇO PAN-EUROPEU ”
Apesar de ter completado o curso de Direito com o mesmo conteúdo curricular do de qualquer dos meus colegas de faculdade do sexo masculino, tinha como certo, pelo simples facto de ser mulher, o estarem-me vedadas, à partida, duas saídasgistratura. Ao longo do curso, também, aprendi a dimensão da menoridade das mulheres que a lei consagrava, fosse logo no Direito Constitucional através da de-
Direito de Família e das Sucessões. No âmbito do Direito de Família, a dimensão da inferioridade era tal que as mulheres tinham as suas obrigações e de-
matrimonial e familiar, mas nem sequer tinham capacidade para administrar os bens que levassem para o casamento ou
tava já desfasada do próprio contexto sociológico, no entanto constituía o modelo -
giava para que fosse cumprido. Esta também auxiliada pela doutrinação religiosa. Tudo mudou do ponto de vista legal com a revolução democrática e passaram já 50 anos. Mas a realidade de todos os dias mostra bem como as Mulheres ainda estão
bem longe de ver reconhecido o estatuto de igualdade de direitos e de dignidade que hoje a lei nacional e internacional consagram. Os crimes de violência doméstica mostram-no à exaustão e da forma mais revoltante. Mas todos os outros indicadores, como os relativos à igualdade salarial, ao acesso a cargos de direção, seja no contexto económico ou político, ou aqueles em que o talento e as capacidades deveriam ser o fator decisivo, continuam a -
zação social. Por isso continuam as mulheres a ser o rosto da pobreza e as que têm
seja a que nível for.
E é esta a minha grande perplexidade. Se na minha geração todo o ambiente reinante ajudava nesse sentido, porque é que hoje, apesar das profundas alterações que se verificaram, ainda estamos tão longe do reconhecimento efetivo de que todos, homens e mulheres, temos a mesma igualdade de direitos e de dignidade? A violência no namoro aí está para mostrar como se continua a reproduzir um fenómeno aviltante, mesmo entre os mais jovens.
Sabemos que o problema tem o peso de milénios de organização social num sentido diferente. Sabemos que para esse
“PORQUE É QUE HOJE AINDA ESTAMOS TÃO LONGE DO RECONHECIMENTO EFETIVO DE QUE TODOS, HOMENS E MULHERES, TEMOS A MESMA IGUALDADE DE DIREITOS E DE DIGNIDADE?”
peso cultural muito contribuíram e continuam a contribuir as religiões. Ainda há dias, afirmava o grande teólogo e filósofo Padre Anselmo Borges numa das suas cró -
dos maiores esteios da sociedade patriarcal. Até inconscientemente, com a doutrina tradicional, embora esta não encontre apoio no Evangelho.”
Mas algo será necessário fazer para que as mulheres passem a ser efetivamente respeitadas enquanto agentes de parte inteira no desenvolvimento pessoal e social. Desperdiçar os seus talentos é um
atinentes não têm sido eficazes. Agravar os quadros sancionatórios aplicáveis às infrações e aos crimes pode ser um caminho mas dificilmente melhorará o panorama. Precisamos, sim, de melhor legislação, mas precisamos também de maior persuasão por parte de quem, convictamente, seja no contexto familiar, no contexto empresarial, no contexto político, no contexto das instituições públicas, em todos os contextos de expressão das nossas vivências, acredita que o respeito de uns para com os outros é a única palavra de ordem, o único comportamento que é urgente e indispensável assegurar. E isso é o mais básico que temos que passar a exigir.
No início da década de 80 do século passado, o desenvolvimento das bases de dados relacionais permitiu desenvolver os primeiros sistemas de in-
temas de informação que refletiam as organizações de forma virtual na mesma linha do tempo, permitindo aos gestores agirem diretamente sobre a organização real e indiretamente através do seu espelho virtual.
Coordenando uma equipa da Universidade de Évora, tive a oportunidade de participar ativamente no desenvolvimento, em articulação com a Compta, representante na altura em Portugal da Oracle, dos primeiros sistemas de informação em tempo real nas empresas Cimianto e Sorel. Dessa experiência resultou a base para o meu doutoramento em 1991, cujo tema foi a interação entre o desenvolvimento dos sistemas de informação e das organizações e cuja base conceptual está sintetizada no livro Gestão da Informação , publicado no mesmo ano pela Editorial Presença.
O desenvolvimento da Inteligência Artificial Generativa constitui, para a representação virtual da realidade, um salto disruptivo comparável com o que foi provocado há quase 40 anos pela disseminação das bases de dados relacionais, com a diferença de termos agora modelos de linguagem que aprendem com os padrões, geram novos padrões e abarcam não apenas os sistemas organizacio -
Enquanto espelho do real, capaz de o interpretar, acrescentar, distorcer ou mani -
tornou-se uma arma geopolítica fundamental e uma nova plataforma de leitura para as dinâmicas económicas e sociais em todos os níveis da existência humana. Os sistemas de informação em tempo real eram espelhos em que se podia imaginar e desenhar caminhos para a construção do real. Agora e por maioria de razão, acredito que a IA é o espelho do nosso futuro comum e que, como tal, é nossa obrigação tentar inscrever nele os valores com que o queremos ver acon -
tecer. Destaco duas opções-chave que temos que tomar rapidamente.
Em primeiro lugar, queremos uma IA distribuída, multilateral, interdependente, ou preferimos um campeão centralizador e aglutinador? Ambos os caminhos têm riscos e oportunidades. O primeiro pode incentivar a cooperação em benefício da humanidade ou gerar uma guerra global impulsionada pelos algoritmos. A segunda pode gerar umadade e do direito à identidade.
Em segundo lugar, queremos resistir na União Europeia (UE) na defesa de uma transição digital focada nas pessoas, nos seus direitos e na interoperabilidade concorrencial das plataformas? Se a UE desistir do princípio, por que tanto me bati no Parlamento Europeu, de que as empresas que operam no seu território devem fazê-lo segundo as regras e valores da União (refletido nos regulamentos dos mercados e serviços digitais e da inteligência artificial), terei menos orgulho em ver-me ao espelho como europeu.
“ A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL GENERATIVA
Argumentos não faltam para tarifar qualquer produto na nova organização mundial. Vejamos como a nova liderança mundial vai olhar para setores como a Saúde. A União Europeia tem tradicionalmente uma balança transacional altamente positiva no que toca ao mercado de medicamentos (Statistics Explain April 2024: International trade in medicinal and pharmaceuticals Products), sendo os EUA o melhor parceiro da UE tanto nas exportações como nas importações. Este balanço já atingiu um saldo total positivo em quase €180 B. A questão que se põe é se a política tarifária dos EUA será cirúrgica ou generalizada, dando início a uma guerra que, aceitando a evidência económica do passado, não trará benefícios reais a nenhuma das partes.
A China tem ultimamente impedido que os fabricantes europeus concorram em concursos públicos de dispositivos e equipamento médicos, como, por exemplo, equipamento de raios-X, implantes, produtos para tratamento de feridas, etc. Esta conclusão resultou de uma investigação do
EU’s International Procurement Instrument que busca a promoção da reciprocidade no acesso aos mercados de procura pública (ref.ª China ‘discriminating’ against European medical devices in tenders: EU, artigo da Healthworld). Creio que a UE não tomou medidas, mas tarifar as importações de produtos da China poderia ser uma boa moeda de troca para negociar com a nova administração americana.
Da forma como os EUA estão a orientar a política externa, numa perspetiva estratégica aparentemente mais transacional e menos diplomática, na realidade com o horizonte posto na ameaça chinesa que pretende ter o maior exército mundial dentro de poucos anos e comandar todas as rotas comerciais, a Europa tem de saber posicionar-se e negociar, usando a sua força de maior mercado valorizado do mundo, já que a nova lei da força militar não a favorece.
A Europa tem assumido ultimamente o papel de regulador do mercado da saúde, tendo aumentado severamente as medidas de controlo de produção e introdução no mercado de novas tecnologias. Essas
“ A EUROPA TEM ASSUMIDO ULTIMAMENTE O PAPEL DE REGULADOR DO MERCADO DA SAÚDE, TENDO AUMENTADO SEVERAMENTE AS MEDIDAS DE CONTROLO DE PRODUÇÃO E INTRODUÇÃO NO MERCADO DE NOVAS TECNOLOGIAS”
medidas restritivas, além de garantirem maior segurança para os utentes, podem eventualmente afastar concorrência desleal do seu mercado. Mas, na verdade, a regulamentação europeia tornou-se bastante penalizadora também para os fabricantes -
carem as políticas tarifárias e as restrições como as que são impostas na China, então duas das maiores indústrias europeias, a de medicamentos e a de dispositivos médicos, irão sofrer um grande revés.
A minha questão é saber se a política tarifária poderá funcionar como uma arma de negociação entre a Europa e os EUA. Dito de outra forma, ao tarifar os produtos de saúde chineses, Bruxelas pode convencer os EUA a não tarifar produtos europeus, eliminando pelo menos os produtos de saúde da guerra tarifária. Na verdade, o grande competidor de equipamento e dispositivos médicos dos EUA e da EU é a República Popular da China, denominador comum para todo o Ocidente. Eventualmente este approach poderia ser seguido noutras indústrias estratégicas para ambas as partes.
Conta-se aquela anedota do presidente que na tomada de posse terá dito que tinha encontrado a nação à beira do
próximo primeiro-ministro. Mas, no que concerne a Saúde, haverá quem diga, já o diz há dezenas de anos, que o SNS olha o abismo. Não será totalmente assim, mas é honesto reconhecer que a garantia constitucional de tudo fazer para salvaguardar o direito à proteção da saúde está cada vez mais difícil. Sabemos porquê. Há mais necessidades do que capacidade para lhes
apesar de haver muita confusão e discórdia. Confusão na atribuição de valor a cada uma das causas prováveis e discórdia nas soluções possíveis.
Não sabemos se o Governo vai mudar. Se sim, quem for o contemplado com a direção da política para a Saúde terá de ter um mapa claro sobre o que fazer, atacar as causas com medidas de intervenção rápida, assumir que não poderá tratar de tudo em simultâneo, perceber o que é essencial, procurar soluções que possam resolver mais do que um problema e apresentar-se com uma liderança indefetível. Só isto? É claro que não. Vai arrostar com um passado que
nos conduziu onde estamos e vai precisar de tempo. Tempo político, de governação, que o Governo em funções não teve e, temo, o próximo também não terá. Comoção de plataformas de entendimento pluripartidário para a reforma do SNS, a longo prazo, que lhe possam garantir a sustentabilidade que está em permanente ameaça. Vai ser preciso cuidar dos recursos humanos, manter e renovar estruturas e equiresolver carências relevantes para a saúde do maior número possível de pessoas, intervir precocemente na saúde de cada um,líticas interministeriais com as necessidades decorrentes da proteção da saúde, assegurar o básico – não é o mais simples, mas é o que está na base e sustenta o edifício –, não desperdiçar no que for mais diferenciado –porque é diferente e só pode ser aplicado
diferenças –, separar o frequente do que é raro, envolver todos e tudo na prossecução de objetivos. Objetivos que devem ser indicadores de saúde e não apenas números de cirurgias ou de consultas. Hercúleo e, lamentavelmente, nada de novo. Apenas mais agudamente necessário. Em suma, assegu-
rar um SNS com qualidade, efetivo, seguro, comportável. Comportável num mundo emtenção da segurança, um sine qua non da proteção da saúde, e a nossa defesa coletiva. Conversa da treta? Não é. Mais do mesmo? Talvez. Se for mais do mesmo é porque não sido feito. Mas nada se resolverá se nos mantivermos num ambiente de catástrofe e passa-culpas para o anterior, tratando de governar para comprometer o êxito do sucessor. O SNS tem pontos de fraqueza estrutural e de rotura. Consolidemos os primeiros e tratemos dos segundos. Mas ainda tem forças que devem servir de apoio para o que aí vem. Tenho vários doentes estrangeiros que vieram de países com elevado nível de desenvolvimento. Por exemplo, França, Reino Unido, Alemanha, Itália, só para citar alguns. Além de nacionais que regressaram da emigração na Suíça e de países já estávamos não eramos tão bem tratados.”
verdade, eu sei que é. E é fundamental que, na Saúde, continuemos a ser melhores do que os outros para que possamos ser também melhores em tudo o resto.
“ HÁ MAIS NECESSIDADES DO QUE CAPACIDADE PARA LHES RESPONDER. AS CAUSAS ESTÃO IDENTIFICADAS, APESAR DE HAVER MUITA CONFUSÃO E DISCÓRDIA ”
por António Saraiva
Presidente da SPAL
Há poucos meses, na sua mensagem de Natal, o primeiro-ministro afirmava que, num mundo em convulsão, com guerras militares e comerciais a gerar incerteza e imprevisibilidade, Portugal era um referencial de estabilidade e um país de oportunidades.
A“convulsão mundial” de que falava o primeiro-ministro atingiu, desde então, uma dimensão que poucos poderiam prever. Se as atenções já estavam focadas nas intenções protecionistas de Donald Trump, as ameaças alargaram-se, com sucessivos sinais de que a nova Administração norte-americana está apostada em
destruir as regras sobre as quais a ordem internacional foi sendo construída, desde a Segunda Guerra Mundial. Logo nos primeiros dias após a posse do presidente Trump, os Estados Unidos abandonaram organismos internacionais, como a Organização Mundial da Saúde, e desvincularam-se de acordos interna -
cionais, como o acordo fiscal global da OCDE e o Acordo de Paris sobre as alterações climáticas.
Ao longo das últimas semanas, tornou-se cada vez mais clara a desestruturação total da ordem geopolítica mundial, com os Estados Unidos a desprezar as suas tradicionais alianças, ao ponto de alinhar
o seu voto ao da Rússia e da Coreia do Norte contra uma resolução na ONU sobre a guerra da Ucrânia. Poucos dias depois, assistimos à humilhação pública do Presidente Zelensky na Casa Branca e à suspensão de toda a ajuda militar prestada pelos Estados Unidos à Ucrânia. Os aumentos de tarifas, à revelia das regras da Organização Mundial do Comércio, foram tomando forma, embora com avanços e recuos, começando pelos vizinhos mais próximos e pela China, mas ameaçando também a Europa. Poderia prosseguir com mais exemplos de falta de respeito da Administração norte-americana pelos seus aliados e pelo direito internacional. Um recente artigo publicado no The Economist concluía, em jeito de síntese, que o mundo já começou a preparar-se para uma era sem lei.
a u nião E uro PE ia Neste cenário, a União Europeia parece ter começado a reagir, tomando consciência da sua vulnerabilidade, com uma clara mudança de prioridades. Competitividade e defesa são agora as palavras de ordem. Aliviam-se de excessos peças legislativas adotadas há menos de um ano.
Abre-se a porta a decisões que há semanas pareciam politicamente impensáveis. Projeta-se um plano de 800 mil milhões de euros para aumentar as despesas europeias de defesa. A presidente da Comissão Europeia afirma que o “tempo das ilusões acabou”. Parece confirmar-se o que Jean Monnet afirmava: “a Europa será forjada na crise, e será a soma das soluções adotadas para essas crises”.
Na Alemanha, as duas principais forças políticas moderadas ultrapassam a desconfiança que surgiu durante a campanha eleitoral, entram rapidamente em negociações para formar uma coligação estável e juntam esforços para levar a cabo uma reforma constitucional que permita impulsionar o investimento em infraestruturas e defesa.
E E m P ortugal ?
Precisamente quando estabilidade e coesão internas são fatores fundamentais para enfrentar os desafios e ameaças que se nos colocam, as principais forças políticas não souberam evitar uma crise que os portugueses não compreendem. Teremos agora eleições antecipadas, das quais não irá certamente resultar um cenário
de maior estabilidade do que aquele em que temos vivido.
A incerteza criada e o interregno que teremos com um Governo limitado na sua capacidade de ação poderá fazer adiar decisões de investimento, nomeadamente de investimento estrangeiro.
A Moody’s avisou que se a incerteza política se prolongar no tempo, irá penalizar o crescimento, prejudicar de forma significativa a execução de investimentos e reformas e, potencialmente, levar a um corte da notação financeira atribuída à República Portuguesa.
A imprensa internacional difunde uma imagem pouco lisonjeira do nosso país. Veja-se o Financial Time s que escreve que a atual situação veio reforçar a perceção pública de corrupção generalizada na política portuguesa. A Reuters cita um cidadão anónimo que afirma que ninguém entende porque é que há novas eleições tão cedo, acrescentando que os políticos se culpam uns aos outros, mas todos eles estão a ser irresponsáveis.
Será que Portugal ainda se pode apresentar como um referencial de estabilidade e um país de oportunidades, num mundo em convulsão?
por Carlos Carreiras Presidente da Câmara Municipal de Cascais
Quem ocupa cargos de responsabilidade no serviço público tem o dever de prestar contas. Essa tem sido a minha convicção ao longo de quase duas décadas de dedicação a Cascais – cinco anos como vice-presidente e quinze como presidente da Câmara.
Durante duas décadas, implementámos um modelo de escrutínio transparente e exigente, tornando Cascais uma referência de governança participativa e integrando os munícipes nas decisões autárquicas. Agora, a poucos meses do fim deste ciclo (por força da lei, não poderei recandidatar-me), lancei o projeto “Prestar Contas”, uma iniciativa que inclui a edição de vídeos e a publicação de textos que explicam as diversas políticas
desenvolvidas, mas também os objetivos que (ainda) não foi possível alcançar. Neste balanço, convido todos os cascalenses a acompanhar esta viagem de 20 anos, refletindo sobre o que conquistámos juntos e sobre os desafios que ainda nos aguardam. Além de destacar as realizações, quero também evidenciar o que falta fazer, para que cada munícipe tenha uma visão informada e crítica sobre o nosso concelho.
D emocracia participativa e colaborativa
Cascais passou de uma democracia representativa para uma democracia participativa e colaborativa. Criámos ferramentas que deram poder aos cidadãos, promovemos o envolvimento da sociedade civil e desenvolvemos mecanismos de transparência que permitem a todos acompanhar e avaliar o trabalho da Câmara. Essa abor-
dagem consolidou-se como um dos pilares do nosso mandato e, por isso, o “Prestar Contas” surge como uma extensão natural desse compromisso. Inovação, desenvolvimento e qualidade de vida andam de mãos dadas. Ao longo dos anos, Cascais transformou-se profundamente, tornando-se um concelho mais desenvolvido, sustentável e voltado para o futuro. Hoje, contamos com 214.124 munícipes e acolhemos 143 nacionalidades. Ainda assim, gosto de enfatizar que em Cascais não há estrangeiros.
Além disso, fruto de uma gestão rigorosa, baixámos os impostos que estão na competência legal da Câmara, aumentámos o investimento em infraestruturas básicas e essenciais e atingimos um volume de ativos superior a mil milhões de euros. Reforçámos substancialmente o estado social local, preservámos e regenerámos os nossos recursos naturais e promovemos uma relação equilibrada entre a natureza e o homem. Foram vários os desafios que encontrámos quando iniciámos este percurso. Cascais, como referi, carecia de infraestruturas essenciais: os centros de saúde estavam degradados, as escolas mal equipadas, a oferta de transportes era inexistente e o Parque Natural de Cascais estava ao abandono. Faltavam parques verdes nos bairros e os serviços municipais necessitavam de modernização. Resolvemos muitos destes problemas e, pelo caminho, enfrentámos crises económicas nacionais e europeias, a maior crise de saúde pública do século e o impacto da guerra na Ucrânia.
Um momento que me marcou profundamente foi a vinda do Papa Francisco a Cascais no âmbito da Jornada Mundial da Juventude. Aquele evento não só foi um marco para a nossa vila, mas também uma oportunidade de mostrar ao mundo a força e a solidariedade da nossa comunidade.
c oncelho em crescimento
Apesar dos desafios, fizemos de Cascais um concelho mais moderno, dinâmico e solidário. Hoje, olhamos para um orçamento municipal que cresceu de 170 milhões de euros em 2011 para 520 milhões de euros em 2025. Este crescimento refletiu-
-se num aumento da qualidade de vida dos cascalenses, sustentado por investimentos em segurança, proteção civil, saúde, ambiente, desporto, juventude e cultura. A segurança sempre foi uma das nossas prioridades. Reforçámos os meios das forças de segurança, construímos e modernizámos infraestruturas, como a nova Divisão da PSP, e apostámos na tecnologia, com 400 câmaras de videovigilância ligadas a um Centro de Comando e Controlo. Tornámo-nos também um exemplo nacional no âmbito da Proteção Civil, implementando um sistema moderno e coordenado. Apostámos na prevenção, reforçámos os meios dos bombeiros, reduzimos o risco de incêndios e cheias através de estratégias eficazes e melhorámos os meios de socorro à população. Conseguimos, assim, um concelho mais seguro para viver e visitar, mais preparado para enfrentar qualquer crise.
A saúde foi (e continua a ser) outra das grandes prioridades estratégicas. Construímos, ampliámos e requalificámos Centros de Saúde em todas as freguesias, criámos o programa Bata Branca, garantimos teleconsultas gratuitas 24 horas por dia e
reforçámos a saúde mental e o apoio aos mais vulneráveis. Fizemos o que o Estado Central deveria ter feito. Durante a pandemia, estivemos na linha da frente, garantindo testagem em massa, apoio aos lares e medidas económicas para proteger as famílias e as empresas. Desde 2021, investimos mais de 30 milhões de euros para garantir que a saúde é um direito de todos. Nada disto teria sido possível sem as equipas excecionais que me acompanharam ao longo destes anos, por quem tenho um enorme respeito e profundo agradecimento. Por isso mesmo, cada área abordada e a abordar estará representada por um técnico, porque, como digo tantas vezes, nunca falei sobre tanta coisa que não sei. E poder estar rodeado de boas equipas e bons profissionais tornou o exercício de presidente da Câmara mais fácil.
Convido todos a acompanharem esta viagem. Vamos olhar para o que fizemos e mobilizar-nos para o que falta fazer. Para que Cascais continue a ser o melhor lugar para viver um dia, uma semana ou uma vida inteira.
Acompanhe os vídeos e faça parte desta história em www.facebook.com/CarlosCarreiras
por Miguel Guimarães
O Serviço Nacional de Saúde (SNS) é um dos pilares fundamentais do Estado Social, garantindo o acesso universal aos cuidados de saúde. No entanto, enfrenta desafios importantes, que envolvem o capital humano, o modelo de gestão e a eficiência organizacional.
Aumentar a eficiência do SNS passa por reconhecer o valor indiscutível dos profissionais de saúde a todos os níveis e por uma gestão moderna, que inclua modelos de gestão pública e privada. Valorizar os profissionais não se pode limitar apenas a aumentar salários. Envolve também criar um ambiente de trabalho adequado, com melhores condições de progressão na carreira, menos burocracia, elevada qualidade de formação, incentivos por desempenho
e reforçar as condições de trabalho nas unidades de saúde (hospitais e centros de saúde), de forma a garantir uma infraestrutura moderna e acesso a novas tecnologias, reduzindo também o desgaste emocional, físico e ético dos profissionais de saúde. Sem profissionais motivados, devidamente valorizados e integrados em equipas multidisciplinares e multiprofissionais, é difícil otimizar níveis elevados de desempenho com resultados mais eficientes.
Por outro lado é crucial a existência de um planeamento estratégico da força de trabalho no SNS. A previsibilidade na contratação e a existência de incentivos múltiplos à fixação de profissionais em regiões menos atrativas constituem medidas de gestão que podem contribuir para reforçar o SNS na sua missão de garantir equidade no acesso aos cuidados de saúde. Para melhorar a eficiência da capacidade de resposta do SNS, não é suficiente au -
mentar apenas o financiamento e reforçar de forma clara o capital humano. O financiamento é fundamental, mas sem uma gestão adequada de todos os recursos, as dificuldades existentes no acesso aos cuidados de saúde pode manter-se como o principal desafio da Saúde em Portugal.
E xp E riência positiva
O modelo de administração centralizada tem levado a desperdício de recursos, tempos de espera elevados e dificuldades logísticas. Assim, é essencial explorar modelos alternativos, incluindo dar mais autonomia à gestão pública e utilizar a gestão privada de algumas unidades de saúde do SNS. A experiência com as Parcerias Público-Privadas (PPP) em saúde demonstrou que, quando bem reguladas e fiscalizadas, podem resultar em serviços mais eficientes e economicamente sustentáveis.
Hospitais geridos por entidades privadas, mas integrados no SNS, revelaram no passado recente apresentar melhores indicadores de desempenho, menores tempos de espera e maior satisfação dos doentes. De facto, os relatórios oficiais produzidos por várias entidades (Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos do Ministério das Finanças, Tribunal de Contas e Entidade Reguladora da Saúde) e as avaliações realizadas por entidades privadas, como a Universidade Católica ou a IASIST, mostraram que a experiência com o modelo de gestão privada de alguns hospitais do SNS foi positiva (melhores resultados financeiros, de produtividade e de qualidade). Por exemplo, em termos financeiros a poupança para o Estado foi superior a 200 milhões de euros. Isto não significa necessariamente que os gestores do setor privado são melhores que os gestores do setor público. Na verdade existem excelentes gestores em ambos os setores. O que é diferente é mesmo o modelo de gestão. É que as amarras na gestão pública não permitem atos de gestão e de decisão, que são possíveis com a gestão privada. Os instrumentos de gestão não são iguais. Por exemplo, a flexibilidade da gestão privada permite uma alocação mais racional e mais rápida de recursos, como por exemplo na aquisição
de equipamentos, na contratação de profissionais e na manutenção das infraestruturas. Permite também valorizar mais os profissionais. E premiar a produtividade e a qualidade. Ou seja, tem uma dinâmica diferente da gestão pública. Ainda assim, é essencial garantir uma supervisão rigorosa, para assegurar o regular funcionamento das unidades de saúde e a qualidade dos serviços prestados.
Q u E stão política
Porque é que o Governo liderado por António Costa (que implementou as PPP na saúde) deixou cair as PPP, quando os hospitais em que existiam estavam a ter melhores resultados e a ser escrupulosamente acompanhados? Apenas por uma questão política. Para manter o apoio ao Governo do BE e do PCP, que são frontalmente contra a existência de PPP na saúde. Isto é, o anterior primeiro-ministro preferiu proteger o Governo que liderava, prejudicando os doentes e abrindo a porta de saída aos médicos. Vale também a pena recordar que um hospital público com gestão privada continua a ser um hospital do SNS; que processos de gestão sem as tradicionais amarras impostas por uma Administração Pública “pesada” e decadente geram po -
tencialmente melhores resultados globais e mais rapidamente.
Os estigmas que algumas pessoas têm sobre as PPP em saúde não são justificáveis. A evidência científica mostrou que na saúde, as PPP foram uma mais valia para o SNS e, sobretudo, para os doentes. Quero acreditar que ninguém prefere que os doentes não tenham acesso a cuidados de saúde em tempo clinicamente aceitável, cumprindo os tempos máximos de resposta garantidos (TMRG), só porque o modelo de gestão é diferente, mais moderno e flexível!
Temos de continuar a dar ao SNS condições para que seja cada vez mais forte e capaz de responder aos anseios e necessidades das pessoas! Para isso é preciso investir nos profissionais de saúde e nas unidades de saúde do SNS. É isso que o Governo da AD começou a fazer: acordos com profissionais de saúde, novas unidades de saúde (hospitais e centros de saúde), e requalificação de unidades de saúde já existentes. A decisão do Governo de implementar um modelo de gestão privada (PPP) em algumas Unidades Locais de Saúde (ULS) é uma decisão baseada na evidência científica disponível, que potencialmente permite servir melhor as pessoas doentes.
Por norma as galinhas que põem ovos de ouro têm o seu habitat próximo do mar, necessitando de água em abundância para assegurar a sobrevivência da espécie e os estranhos hábitos dos humanos que as multiplicam, sob pena de os ovos de ouro perderem valor. Está provada a sua letal alergia a massificações urbanísticas e dislates conexos, pois por falta de água perdem valor.
Na orla marítima ibérica multiplicam-se os casos e teima-se em repetir os erros, como os que se registaram no Algarve e na costa de Espanha, e agora nos territórios designados por Comporta, que se estendem de Troia a Melides e
até perto de Alcácer do Sal, onde as autarquias não têm a capacidade técnica e a força que seria necessária para acautelar determinadas situações.
Quem estiver mais atento e, quiçá, mais preocupado e informado, apercebe-se da
repetição dos erros e da não existência (pelo menos que eu saiba) de um estudo integrado que fundamente a sustentabilidade hídrica da ocupação e do crescimento de investimentos turísticos, mas não só, pelo que não é tida em conta a necessidade de
uma efetiva gestão da água para consumo humano, regas de espaços verdes, campos de golfe e atividades agrícolas, algumas com finalidades discutíveis, entre outros.
Dado que os agricultores não abdicam, e muito bem, de uma gota da já escassa água que corre e se perde nos deteriorados canais de rega que se estendem por várias dezenas de quilómetros, desde as barragens construídas pelo Estado Novo, hoje meio vazias, até aos arrozais do litoral, a alternativa é o recurso indiscriminado a águas subterrâneas.
a baCia do Tejo/sado
Pela sua extensão, espessura e produtividade, a bacia do Tejo/Sado é a maior massa de água subterrânea do país, onde a recarga natural dos seus recursos hídricos é basicamente assegurada pela infiltração da água da chuva, cada vez em menor quantidade, e também a partir de cursos de água. Estende-se por uma área de cerca de 8500 km2, desde o Ribatejo (distrito de Santarém) até aos concelhos de Alcácer do Sal e Grândola, estando subjacente às massas de água salgada do mar e do estuário do Sado, o que permite a extração de água doce na estreita península de Troia, onde num pequeno espaço estão já inúmeros furos que não param de crescer.
Na sua extensa área existem importantes atividade industriais e agrícolas, estas devido à diversidade e riqueza dos solos, bem como significativos polos de ocupação humana. Apesar de ser abundante, o recurso padece de sobre-exploração, captações ilegais e nem sempre executadas nas devidas condições, o que pode colocar em contacto águas subterrâneas superficiais com as mais profundas, o que a deficiente, se não mesmo ausente, fiscalização não permite controlar, estimando-se em milhares os furos executados sem licenciamento.
A par, a deficiente monitorização não permite ter informação fidedigna sobre o rebaixamento dos níveis freáticos devido à exploração descontrolada e ao déficit da recarga natural, e também sobre a degradação da qualidade das águas subterrâneas por ações antropogénicas, ou seja, pela poluição difusa devido a atividades agrícolas e poluição tópica devido a ações localizadas, caso de indústrias, criação de gado, esgotos ilegais, etc.
risCo de ConTaminação
Questão mais grave, por ser irreversível, é o efetivo risco de contaminação salina que pode facilmente ocorrer na bacia do Tejo/Sado, sobretudo nas áreas próximas dos estuários.
Muito se ouve falar do risco de contaminação dos aquíferos pela construção do novo aeroporto Luís de Camões, em Samora Correia, bastas vezes demonstrando a total ignorância e atrevimento dos mensageiros que desconhecem que numa infraestrutura moderna desta natureza nem uma gota de água que escorra dentro do seu perímetro deixará de ser recolhida, tratada e reutilizada.
A área cautelarmente reservada para a ampliação até quatro pistas (3400 ha), que não pode ser confundida com a área muito menor que será impermeabilizada, é despicienda no contexto da área total do aquífero. É, pois, o menor dos problemas dentro dos 8500 km2 que o aquífero abrange e corresponde a uma insignificante redução de 0,09% nas infiltrações, motivada pela área impermeabilizada no aeroporto, numa zona onde as extrações de água, designadamente para consumo na agricultura, campos de golfe e no abastecimento às populações, já ameaçam o limite do que seria sustentável. Desconhecendo-se ainda se as origens de água para o aeroporto serão obtidas através de captações subterrâneas ou se terão origem no sistema da EPAL, não há porém qualquer dúvida de que todas as escorrências (águas de chuvas e lavagens) serão recolhidas, tratadas e reutilizadas, o que reduz substancialmente as necessidades de água limpa.
TerriTórios da ComporTa
Mas voltemos aos territórios da agora designada Comporta, onde a dessalinização já surge como panaceia para os erros de planeamento e densa ocupação do território, onde apenas aponto alguns casos.
Com surpresa, foi recentemente reprovada uma plantação de abacates que inicialmente previa 722 hectares (ha) e 34 furos de captação de água, tendo sido reduzidos para 658 ha e 32 furos, isto é, praticamente para o mesmo, mas ficou a intenção.
Já tinham sido autorizados 500 ha de produção de tangerinas em plena Zona Especial de Conservação da Comporta-Galé, inserida na rede Natura 2000 e a abertura de 26 furos para extração anual de mais de 3 milhões de metros cúbicos de água. Também foi noticiado que o mais recente projeto aprovado na mesma zona (Herdade da Comporta/Alcácer do Sal), designado como um Plano de Intervenção em Espaço Rural, junta cerca de 80 proprietários e prevê o aumento de mais 3 mil camas, abrangendo uma área de mais de 1700 ha em 76 propriedades e, pasme-se, a crer no que foi publicado, propõe que a água seja obtida em furos indiscriminados e os esgotos rejeitados para fossas sépticas individuais, em vez de um sistema de abastecimento público de água e de saneamento básico, o que é um retrocesso preocupante.
É, pois, lamentável que não exista a perceção e o sentido público de que o pretenso desenvolvimento não pode ser feito a qualquer preço e que os potenciais benefícios aportam graves riscos e danos irreversíveis num balanço que nunca importa realizar.
por Luís Pisco Presidente do Conselho Diretivo da ARSLVT até agosto de 2023
A longevidade dos portugueses tem aumentado nas últimas décadas, acompanhando a tendência dos países desenvolvidos.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a esperança média de vida à nascença em Portugal tem evoluído de cerca de 59 anos, em 1950, para aproximadamente 72 anos, em 1980, cerca de 77 anos em 2000 e cerca de 81 anos em 2023 (em termos de género, 78 anos para os homens e 84 anos para as mulheres). De uma forma geral, a esperança de vida à nascença na Europa, neste século XXI, continuou a aumentar, apesar de algumas oscilações. No entanto, houve períodos em que a longevidade estagnou ou até diminuiu temporariamente, especialmente devido a eventos como a crise financeira de 2008-2013 e, mais recentemente, uma
ligeira diminuição entre 2019 e 2021, atribuída ao aumento de mortes no contexto da pandemia de Covid-19.
Em relação à esperança de vida aos 65 anos, no período de 2020-2022, foi estimada em 19,6 anos para o total da população. Especificamente, os homens aos 65 anos podiam esperar viver mais 18 anos e as mulheres mais 21 anos.
A br A ndA mentos
Um estudo conduzido por uma equipa de investigadores da Universidade de East Anglia (UEA) e publicado na revista The Lancet Public Health concluiu que o aumento da esperança de vida na Europa abrandou
desde 2011. A má alimentação, a obesidade e a inatividade física, juntamente com a Covid-19, seriam os fatores-chave que teriam contribuído para o abrandamento da esperança de vida. Entre os países analisados no decorrer do estudo, a Inglaterra foi o país que registou o declínio mais significativo nos ganhos de esperança de vida. Este abrandamento da esperança de vida à nascença provocou alguma preocupação e sugeriu a ideia de que já não estaríamos a viver mais tempo como anteriormente. Recentemente, um estudo conduzido por investigadores da Universidade de Illinois (EUA) e publicado na revista Nature Aging concluiu que a esperança de vida humana
está a aumentar a um ritmo mais lento do que no século XX sugerindo que pode haver um limite biológico para a longevidade humana – e que podemos estar a atingi-lo. A esperança média de vida nos países desenvolvidos cresceu consideravelmente no século XX, com aumentos médios de aproximadamente 30 anos, cerca de três anos por década, em grande parte impulsionada pelos avanços na saúde pública e na medicina. A redução da mortalidade foi observada inicialmente em idades mais precoces e continuou em idades médias e mais avançadas. No entanto, não era claro se este fenómeno e o consequente aumento acelerado da esperança de vida continuaria no século XXI. Constatou-se que, desde 1990, as melhorias globais na esperança de vida desaceleraram. Os autores sugerem que é improvável que a sobrevida até aos 100 anos exceda 15% para as mulheres e 5% para os homens, sugerindo que, a menos que os processos de envelhecimento biológico possam ser marcadamente retardados, a extensão radical da vida humana é implausível neste século.
A umento dA longev I dA de São conhecidos os fatores que influenciam de forma positiva o aumento da longevidade, nomeadamente:
• Melhorias na Saúde – O acesso a cuidados médicos, vacinação e tratamentos
para doenças crónicas aumentou significativamente.
• Alimentação Mediterrânea – A dieta portuguesa, rica em azeite, peixe e vegetais, contribui para a saúde cardiovascular.
• Redução da Mortalidade Infantil – A taxa de mortalidade infantil caiu drasticamente, impactando a esperança de vida média.
• Melhores Condições de Vida – Acesso a saneamento, água potável e educação influenciam positivamente a longevidade. Por outro lado, desafios como o envelhecimento populacional e as doenças crónicas (sobretudo a diabetes, a obesidade e os problemas cardiovasculares) tornam-se preocupações importantes para o futuro. Para contrariar esta situação, os investigadores sublinham a importância de se adotar estilos de vida mais saudáveis desde tenra idade. Apelam também aos governos para que invistam em iniciativas sólidas de saúde pública para promover o bem-estar a longo prazo. Acentuam ainda que a esperança de vida das pessoas idosas em muitos países continua a melhorar, o que demonstra que ainda não atingimos um teto natural de longevidade.
A esperança de vida reflete principalmente a mortalidade nos mais jovens, em que temos muita margem para reduzir os riscos nocivos e prevenir as mortes prematuras.
e volução no século XXI
Os progressos da saúde pública e da medicina no século XX permitiram que a esperança de vida na Europa melhorasse ano após ano. Mas já não parece ser esse o caso. Entre 1990 e 2011, as reduções nas mortes por doenças cardiovasculares e cancros continuaram a conduzir a melhorias substanciais na esperança de vida. Mas décadas de melhorias constantes acabaram por abrandar por volta de 2011, com diferenças internacionais acentuadas. As mortes por doenças cardiovasculares foram o principal motor da redução das melhorias na esperança de vida entre 2011 e 2019. Sem surpresa, a pandemia de Covid foi responsável por reduções na expectativa de vida observadas entre 2019 e 2021. Depois de 2011, os principais riscos, como a obesidade, a hipertensão e a hipercolesterolemia, aumentaram ou pararam de melhorar em quase todos os países. Melhores tratamentos para o colesterol e para a pressão arterial não foram suficientes para compensar os danos da obesidade e das dietas pobres. Embora a expectativa de vida tenha crescido muito no último século, esses fatores podem fazer com que esse crescimento desacelere ou até mesmo se reverta em alguns locais. Mas os avanços na medicina, políticas públicas e literacia em saúde poderão ajudar a reverter esta tendência.
por Fernando Negrão
Jurista
Os partidos políticos, sucedâneo de movimentos políticos que agiam de forma violenta na disputa do poder e designados por “fações”, acompanharam
sempre a evolução das democracias representativas, o que aconteceu a partir dos séculos XVII e XVIII, acompanhando sempre o surgimento e evolução do regime democrático.
Aevolução das democracias e, em simultâneo, das estruturas organizativas respetivas, depois designadas por partidos políticos, fez-se sentir no seu início quando os políticos perceberam que era possível chegarem a acordo relativamente a questões fundamentais da vida dos povos. E aqui, nestas circunstâncias, começam a surgir os movimentos partidários que se fizeram sentir a princípio nas atividades de Tories (conservadores) e Whigs (liberais), por ocasião da Revolução Gloriosa, na Inglaterra de 1688.
Igualmente aconteceu com os federalistas republicanos, nos Estados Unidos da América pós-independência, e, ainda, como os jacobinos e girandinos no levante revolucionário francês. De incipientes, estes movimentos iniciais da criação dos partidos políticos evoluíram para estruturas políticas organizadas no sentido da criação de um aparelho adequado a regular as diferenças de opinião e, por isso, da divergência, bem como da contraposição e respetiva relação entre maiorias e minorias. Estava fixado o qua-
dro de funcionamento dos partidos políticos como elemento nuclear do funcionamento da democracia, dando voz a quem não a tinha e assim moderando os debates entre os detentores de opiniões diferentes e criando um sistema de respeito pelas minorias, sem nunca deixar de respeitar a representatividade das maiorias. Como já se sente, foi também no âmbito desta evolução que começaram a surgir os parlamentos, lugar de excelência para o debate democrático através dos partidos políticos e respetiva representatividade.
a crise dos partidos políticos
Chegados ao século XXI, é hoje um facto a crise dos partidos políticos e o seu visível declínio. Acusados de não terem sabido acompanhar os novos fenómenos sociais, bem como de se terem transformado em grupos de acolhimento de interesses, desejáveis e indesejáveis, os partidos políticos estagnaram e são hoje acusados de dificultarem a renovação democrática, também por não terem sabido olhar para a sociedade e para as pessoas, compreender as profundas transformações que sempre ocorrem e criar soluções para melhorar a vida de cada um e, dessa forma, melhorar a de todos.
Vejamos o número de aderentes ou militantes dos partidos políticos, através do estudo “Mair e van Biezen, 2001”: entre13 democracias há muito estabelecidas na Europa Ocidental, a filiação partidária enquanto percentagem do eleitorado nacional desceu de uma média de 9,8% em 1980 para 5,7% em finais dos anos 1990. Ou seja, a filiação partidária enquanto percentagem do eleitorado registava no final do século XX pouco mais de metade dos níveis de há apenas duas décadas. No nosso país, à semelhança do que acontece em Espanha e Grécia, registou-se nas últimas cinco décadas um crescimento da filiação partidária, o que acontece por serem países que se democratizaram só nos anos 1970 e só nessa altura se iniciou a organização dos respetivos sistemas partidários. Contudo, os problemas que os partidos políticos vão tendo nas democracias mais antigas já chegaram ao nosso país, não só na redução do número de aderentes como também na erosão da identidade partidária por se começar a perceber que os eleitores são mais ou menos potencialmente acessíveis a todos os partidos, como também todos os partidos estão mais ou menos disponíveis para todos os eleitores.
B om funcionamento da democracia
Os partidos políticos são fundamentais para o bom funcionamento da democracia. São eles que organizam e promovem o debate de ideias, é através deles que a democracia se desenvolve, é com eles que a sociedade obtém consensos. Nos últimos anos temos também no nosso país assistido a um enfraquecimento visível da influência benéfica dos partidos políticos na vida de todos os dias. Gente sem qualidade pessoal e política que descredibiliza os partidos políticos, a política e a democracia, dando azo a acontecimentos que nos envergonham, a episódios ridículos, a outros desnecessários. Mas o pior é quando se começa a ter a sensação de que os partidos políticos poderão estar a ser usados para a satisfação de benefícios pessoais. Precisamos que os partidos políticos percebam o que está a acontecer, que ponham cobro a isso num diálogo o mais alargado possível no sentido da reabilitação deste instrumento sem o qual as democracias seriam mais pobres!
por Isabel Meirelles
Advogada, Docente Universitária,
Ex-Deputada à Assembleia da República e ao Conselho da Europa
Giorgia Meloni, líder do partido Fratelli d’Italia, ascendeu ao cargo de primeira-ministra, numa conjuntura que simbolizou o regresso à condução do país de uma vertente nacionalista. Esta ascensão, histórica à luz do facto de se tratar do primeiro governo de âmbito tão conservador desde o pós-guerra, é também o reflexo de um eleitorado ávido por mudança e a reafirmação de valores tradicionais.
Atrajetória política de Meloni assenta na defesa intransigente da identidade nacional, num contexto em que o retorno a discursos enraizados na memória histórica e cultural italiana se tornou uma exigência do eleitorado. No que concerne ao seu posicionamento, a primeira-ministra manifesta uma postura que mescla um rigor conservador com um pragmatismo necessário à governação moderna.
A sua retórica, por vezes rotulada de populista, esconde uma intenção estratégica de reafirmar e reforçar a soberania de Itália. Por outro lado, apesar de uma postura crítica face a alguns elementos do establishment europeu, Meloni não defende um afastamento do projeto comunitário. Ao contrário, o seu governo procura negociar uma maior autonomia para Itália dentro de um quadro que, inegavelmente, continua a reconhecer a importância das instituições da União Europeia. No âmbito interno, o governo de Meloni depara-se com o desafio de equilibrar a retórica nacionalista com as imperativas realidades económicas e sociais do país, de que se destaca o reequilíbrio das Contas Públicas, a Segurança e Ordem Social, as Políticas Sociais e Demográficas e a gestão dos fluxos migratórios.
P anorama euro P eu
No contexto europeu, os desafios são igualmente complexos e multifacetados e a postura de Meloni pode ser interpretada como uma defesa da autonomia nacional, mas compaginada com um conjunto maior de compromissos e obrigações comunitárias.
A influência de Giorgia Meloni no panorama europeu deve-se, antes de tudo, à sua ascensão histórica como a primeira mulher a ocupar a chefia de governo na Itália, um feito que, num país onde as tradições políticas se mostram resistentes à mudança, simboliza uma profunda renovação institucional.
Esta marca, por si só, tem um peso considerável, mas o que de facto a eleva a patamar de figura central na política con -
tinental é a sua capacidade de transformar, a partir de raízes conservadoras e, por vezes, marcadas por um passado pós-fascista, o seu partido num verdadeiro motor de mudança.
A primeira-ministra italiana tem sabido canalizar, com notável pragmatismo, os anseios de um eleitorado que clama por uma reafirmação da soberania nacional e por respostas mais contundentes a desafios transnacionais, desde a crise migratória até às tensões geopolíticas que afetam a segurança e a estabilidade do continente.
A sua postura firme, aliada à habilidade para estabelecer alianças estratégicas tanto no seio da União Europeia como com líderes de destaque internacional, tem consolidado a sua imagem de chefe resoluta e inovadora, capaz de influenciar o destino da Itália e também de moldar o debate político europeu.
reconhecimento internacional
Adicionalmente, o reconhecimento internacional, dado pelas classificações da revista Forbes, que a listou como uma das mulheres mais poderosas do mundo, e pelo ranking da revista Politico, que a apontou como a pessoa mais influente da Europa, reforça o impacto das suas políticas e a capacidade de traduzir a sua visão numa prática governamental eficaz.
Em suma, a liderança de Giorgia Meloni representa uma relação complexa entre a reafirmação da identidade italiana e a exigência de inserção num contexto europeu, cada vez mais exigente, e encarna a síntese entre tradição e modernidade, simbolizando a emergência de uma liderança forte num continente que se encontra, mais do que nunca, em processo de reconfiguração política. Estaremos, com Meloni, perante a Senhora Europa, de que tanto carecemos?
por Fernando Santo Engenheiro
Bastonário da Ordem dos Engenheiros 2004-2010
Há ou não especulação imobiliária, é a questão que tentarei explicar.
Opreço da habitação em Portugal aumentou 10,4% em 2024, face ao ano anterior, com o aumento de 7,3% no Porto e 5,1% em Lisboa. O preço mediano das vendas, em todo o território, atingiu 2827€/m2, mas este valor não reflete o preço das habitações novas, pois resulta do preço de venda de cerca de 75% de habitações usadas e 25% de novas, pelo que o preço das habita-
ções novas é muito mais elevado. O preço da mediana também não reflete a realidade de cada município, que é muito diferente, e o preço mais elevado foi registado em Lisboa com 5718€/m2
Como a crise continua, sem que os anteriores programas e medidas tenham resultado, a culpa passou a ser da Especulação Imobiliária. Desta forma simples, populista, igno-
ram-se as verdadeiras causas, identifica-se o inimigo através da palavra mágica, Especulação Imobiliária, limpam-se as responsabilidades e atribui-se culpa aos promotores, proprietários, construtores, senhorios e a todos que, na sua atividade, colocam habitações no mercado a preços elevados, como se fosse possível colocá-las a preços baixos. Só que, não são estes os responsáveis pelo estado a que chegámos.
Na produção de qualquer bem, incluindo automóveis, os preços variam conforme a qualidade, mas há a preocupação em produzir com exigências que permitam o acesso a famílias com menores rendimentos e por isso o mesmo tipo de bens tem preços distintos. A produção de habitação deveria seguir o mesmo padrão, mas não segue, pois as exigências são iguais para vender a 3000€/m2 ou a mais de 10.000€/m2
C ustos elevados
O problema está na legislação que ao longo de décadas tem maiores exigências, dificuldades e impostos, que não permitem custos mais baixos, à semelhança dos produtos low cost
Quando os custos eram mais reduzidos, o preço final era dividido em 360 prestações de um empréstimo que se ajustava ao rendimento. Por isso, o custo era menos condicionante e promoveu a gradual imposição de todo o tipo de exigências. Muitos destes custos foram agravados por legislação que transpôs diretivas comunitárias e outras apenas nacionais, sobre a sustentabilidade ambiental, eficiência energética, defesa do património,
ordenamento do território, impostos, etc., sem nunca perguntarem quanto custa cada medida e se as famílias podiam pagar. Só que chegou a um limite que já não dá para esconder, pois o custo direto, sem margens, é incompatível com o rendimento das famílias, mesmo recorrendo a empréstimo.
Se o negócio da promoção fosse tão bom como tentam insinuar, então a oferta teria crescido de acordo com a procura, como sucedeu no passado, mas não é o que tem sucedido.
Apesar de haver terrenos urbanos para construção e edifícios à venda para reabilitar, a produção continua reduzida, próximo de 30 mil habitações por ano, ou seja, 30% da produção média anual entre 1981 e 2011. A explicação é simples, os investidores não estão interessados em promover habitação porque os custos são muito elevados, os licenciamentos e a burocracia são insuportáveis.
C onstruir ou reabilitar
Como o preço de venda é elevado, só uma pequena percentagem das famílias pode comprar habitação. Neste contexto, os promotores não estão disponíveis a correr o risco de construir e depois não terem clientes para comprar, como sucedeu há 15 anos, sendo obrigados a entregar os imóveis aos bancos. Como consequência, uma parte dessa produção está centrada no segmento elevado, onde se incluem os estrangeiros. É muito difícil construir e vender habitação em Lisboa ou no Porto, onde a palavra especulação mais aparece, a preços inferiores a 7000€/m 2 de área privativa, o que significa o preço de 700.000€ por 100 m 2 de área privativa.
Se em vez da construção nova usarmos como referência a compra de edifícios para reabilitar, o custo e a incerteza ainda conduzem a preços mais elevados. Mas, sendo claro o objetivo, reduzir custos e burocracia, cada nova medida é imediatamente contestada, sem avaliação dos supostos resultados que pode dar, porque colide com muitos interesses. Organizam-se movimentos de ativistas, conferências, entrevistas e publicam-se
artigos para dar suporte às estratégias políticas de alguns partidos, reféns de condicionalismos ideológicos.
Tudo o que se atravessar nesta forma de fazer política, porque os interesses partidários se sobrepõem aos supostos interesses do país, é destruído na praça pública. A forma desproporcionada e os argumentos utilizados contra a transformação dos terrenos rústicos em urbanos é o exemplo mais recente. Nessa oposição surge também a defesa do centralismo e de alguns organismos públicos criados para impor a sua visão, e que não estão interessados em perder o poder. O poder político, seja qual for a sua cor, já está refém deste modelo. Ora, se a construção nova e a reabilitação têm custos muito elevados, os apartamentos existentes ajustam o preço em termos comparativos, pois se alguém vendesse a sua habitação ao preço que custou há mais de 20 anos, mesmo adicionando uma taxa de juro normal, não conseguiria comprar mais do que 30% a 40% do preço de uma habitação agora concluída.
C rise da habitação
Mantendo-se o modelo, a crise da habitação continuará de vento em popa, enquanto não for dada resposta a cinco causas: (i) o aumento do custo dos terrenos e da construção, resultado do agravamento das exigências dos planos, dos regulamentos e da dificuldade de obter lotes urbanos; (ii) menor capacidade das empresas de construção, que se debatem com falta de mão de obra e grande dependência dos subempreiteiros; (iii) dificuldades para se obter o licenciamento; (iv) impostos elevados e (v) rendimentos insuficientes para compra de habitação ao preço de custo, mesmo sem qualquer margem.
Sendo o diagnóstico simples, é imprescindível o entendimento entre os diferentes partidos para implementar as soluções que respondam às causas da crise, ou continuaremos a assistir ao contínuo aumento dos preços.
Há de facto especulação, mas de quem transformou a promoção imobiliária, que deveria ter custos de produção compatíveis com o rendimento das famílias, numa atividade para produzir bens de luxo.
por Adalberto Campos Fernandes
Professor NOVA ENSP
A hospitalização domiciliária foi uma das reformas mais bem-sucedidas do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em Portugal nos últimos anos. Esta estratégia inovadora possibilitou oferecer aos doentes um modelo de internamento seguro e eficaz na sua residência, mantendo os padrões de qualidade dos hospitais e, ao mesmo tempo, incentivando uma utilização mais eficiente dos recursos de saúde.
Aimplementação da hospitalização domiciliária em Portugal começou com um projeto-piloto assente na melhor evidência científica e em experiências internacionais bem-sucedidas. O objetivo era ambicioso: assegurar que os doentes pudessem receber cuidados de saúde hospitalares de excelência no conforto e segurança do seu lar, sempre que a sua condição clínica o permitisse. Desde então, o desenvolvimento desta abordagem tem sido notável. Em poucos anos, a hospitalização domiciliária expandiu-se para dezenas de unidades hospitalares, cobrindo, gradualmente, todo o território nacional. O modelo mostrou vantagens tais como a redução do risco de infeções hospitalares, a melhoria da experiência do doente e da sua família, além de uma utilização mais racional dos recursos clínicos e operacionais.
Os resultados são claros: milhares de doentes são tratados anualmente, com taxas de satisfação superiores a 90% e uma significativa diminuição dos custos operacionais para o SNS. A relevância dessa reforma não se limita aos números. A humanização dos cuidados, a proximidade com a família e o reforço do papel dos profissionais de saúde na comunidade têm sido fatores fundamentais para a consolidação deste modelo. O sucesso da hospitalização domiciliária em Portugal não teria sido possível sem uma liderança competente e dedicada. À frente deste projeto tem estado, ao longo de oito anos, o Dr. Delfim Rodrigues, um servidor público de exceção que soube garantir a continuidade desta política pública servindo quatro governos de diferentes maiorias políticas.
A sua visão estratégica e capacidade de execução foram determinantes para consolidar esta reforma como um pilar essencial do SNS. Sob a sua liderança, a hospitalização domiciliária não só sobreviveu às mudanças políticas, como se expandiu e aperfeiçoou, tornando-se um exemplo de como uma boa política pública, quando bem planeada e executada, pode modificar e melhorar o sistema de saúde de forma estrutural.
U m modelo de excelência
A estabilidade e a previsibilidade da implementação desta reforma demonstram que é possível desenvolver políticas pú -
blicas sustentáveis e transversais às circunstâncias políticas, quando considerada a evidência científica, o planeamento rigoroso e uma liderança forte e comprometida. Ao longo destes oito anos, a hospitalização domiciliária consolidou-se como um modelo de excelência, mostrando ser possível aliar a inovação à eficiência e à humanização dos cuidados de saúde. A sua evolução constante tem sido um sinal do compromisso do SNS com soluções modernas e sustentáveis. O desafio atual é assegurar a sua consolidação e evolução para um nível ainda mais ambicioso. A digitalização dos ser-
viços, a telemonitorização e a expansão da hospitalização domiciliária a novas especialidades médicas serão fundamentais para a reforma continuar sendo uma referência nacional e internacional. O sucesso desta iniciativa demonstra que, quando há visão, planeamento e liderança, é possível transformar positivamente o SNS e melhorar substancialmente a vida dos cidadãos. A hospitalização domiciliária é um exemplo de que uma reforma bem concebida pode ser sustentável, transversal a ciclos políticos e, sobretudo, centrada nas necessidades reais dos doentes e das suas famílias.
por Ricardo Jardim Gonçalves
Professor Catedrático da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa/UNNova
O envelhecimento da população é um dos maiores desafios demográficos da atualidade. O aumento da longevidade traz consigo a necessidade de soluções inovadoras para garantir qualidade de vida, autonomia e eficiência nos serviços de saúde.
As tecnologias digitais emergem como um pilar essencial na prevenção do envelhecimento, permitindo monitorização remota, acompanhamento personalizado e otimização dos recursos da saúde pública. O avanço da tecnologia aplicada à saúde tem permitido uma transformação sem precedentes no acompanhamento da população idosa. Sensores inteligentes,
plataformas digitais e análise de dados em larga escala possibilitam a prevenção de doenças crónicas e a deteção precoce de problemas de saúde, reduzindo a necessidade de hospitalizações e aliviando a pressão sobre os serviços de saúde. Entre as iniciativas mais relevantes nesta área, destaca-se o projeto europeu SmartBear (Smart Big Data Platform to
Offer Evidence-based Personalised Support for Healthy and Independent Living at Home, www.smart-bear.eu). Financiado pelo programa Horizonte 2020, o projeto envolveu cinco países europeus (Portugal, França, Grécia, Itália e Roménia) e teve em Portugal, na Madeira, o seu maior destaque, sendo reconhecido pela Comissão Europeia como o “Pilot of the Pilots”.
Este reconhecimento deve-se ao impacto extraordinário alcançado na região, onde 501 idosos participaram ativamente no piloto, beneficiando de tecnologias digitais que melhoraram significativamente a sua qualidade de vida.
Estes participantes tinham comorbilidades identificadas, como dor lombar, dificuldade de audição, perda de equilíbrio, perda de memória, depressão, ansiedade ou doenças cardiovasculares. Para melhorar a sua qualidade de vida, tiveram acesso a dispositivos de monitorização, que permitiram acompanhar parâmetros essenciais, incluindo tensão arterial, níveis de glicose, peso, capacidade auditiva, frequência cardíaca e padrões de sono, entre muitos outros. Os seus dados eram analisados em tempo real, permitindo intervenções personalizadas e imediatas. Além disso, a plataforma facilitava a comunicação entre pacientes e profissionais de saúde, promovendo um acompanhamento contínuo sem necessidade de deslocações frequentes, com uma integração automática e direta dos registos digitais de saúde (EHR) de cada participante no sistema regional de saúde. Este modelo apresenta benefícios duplos, pois dá autonomia aos idosos, permitindo-lhes gerir ativamente a sua saúde, e ao mesmo tempo otimiza os recursos dos sistemas de saúde, garantindo maior eficiência operacional e redução de custos.
e vento final
A Madeira destacou-se como um laboratório vivo para inovação em saúde digital. O evento final do SmartBear, realizado entre 24 e 28 de fevereiro de 2025, reuniu mais de 700 participantes, incluindo representantes da Comissão Europeia, do Governo Português e Regional, especialistas do setor da Saúde Digital, bem como os seus participantes. O secretário Regional da Saúde e Proteção Civil da Madeira, Pedro Ramos, enfatizou a importância do projeto para a modernização da saúde na região, sublinhando que a digitalização será um fator-chave para um envelhecimento mais autónomo e sustentável. Segundo Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira, a digitalização da saú-
de “é o futuro e permitirá aliviar a carga sobre os serviços de saúde, garantindo que os cidadãos possam viver com mais independência e dignidade”.
A secretária de Estado da Saúde, Ana Póvoa, destacou o impacto económico e social do SmartBear, realçando que “a integração de tecnologias digitais no acompanhamento da população sénior não só melhora a qualidade de vida, como também reduz significativamente os custos para os sistemas de saúde”. Para a governante, a digitalização não é apenas um avanço tecnológico, mas “uma resposta inteligente e necessária aos desafios do envelhecimento”. O representante da Comissão Europeia, Bernd Gawlik, elogiou o impacto do SmartBear, afirmando que “Portugal demonstrou uma capacidade exemplar de inovação na saúde digital, e o caso da Madeira prova que estas soluções não são apenas viáveis, mas essenciais para o futuro da Europa”. Gawlik reforçou ainda que o sucesso do projeto “é um sinal claro de que a Europa precisa de investir mais em práticas e tecnologias de monitorização remota para um envelhecimento digno e sustentável”. O impacto do SmartBear na Madeira foi significativo, não apenas pelo volume de dados recolhidos, mais de 6 milhões de observações clínicas registadas, mas também pela mudança na forma como os idosos percebem e gerem a sua própria saúde. A adesão foi tão elevada que o evento final precisou de adaptações para acomodar todos os interessados.
Q uestão central
A questão da sustentabilidade das soluções digitais para a longevidade é central para a sua continuidade e expansão. No
evento final do SmartBear, especialistas debateram estratégias para a integração destas tecnologias em políticas públicas de longo prazo, garantindo que os benefícios alcançados não se limitem ao período de execução do projeto. Os avanços proporcionados pelo SmartBear são um exemplo concreto do potencial da transformação digital na saúde. Para que estas soluções sejam escaláveis e acessíveis a mais cidadãos, é essencial um compromisso estratégico entre governos, setor privado e academia, garantindo investimento contínuo e adaptação dos modelos de saúde pública à realidade digital. O sucesso do SmartBear não foi um acaso. Foi resultado de um ecossistema robusto de inovação em Portugal, onde instituições como o IDEA (www.idea-institute.pt) e o UNINOVA (www.uninova.pt) desempenham um papel fundamental na digitalização da saúde. Estes centros de excelência foram essenciais para o desenvolvimento e implementação das soluções tecnológicas do projeto, consolidando Portugal como uma referência internacional na área da saúde digital. O Madeira Digital Health and Wellbeing (www.digit-madeira.pt), ecossistema que integra o SmartBear e outros projetos inovadores, continuará a desempenhar um papel fundamental na construção de um modelo de saúde mais eficiente e centrado na pessoa. O sucesso alcançado na região pode servir de modelo para outras partes da Europa, provando que a tecnologia, quando bem aplicada, tem o poder de transformar o envelhecimento num processo mais saudável, autónomo e digno. A revolução digital na saúde já começou. E os seus benefícios serão cada vez mais visíveis nos próximos anos.
por Alexandre Miguel Mestre Advogado, Docente Universitário
Os cidadãos com deficiência deparam-se com inúmeras barreiras, de diferente índole, no acesso à prática desportiva, que lhes restringem ou impedem exercer o seu direito ao desporto
Odesporto assegura ao cidadão com deficiência mais saúde física e psíquica; permite-lhe ganhar autonomia e independência, logo liberdade; ajuda-o a melhorar a imagem, a confiança e a autoestima; confere-lhe competência e proximidade social; dá ao cidadão com deficiência novos sentidos e perspetivas à vida.Assim, os fins prosseguidos pelos cidadãos com deficiência quando procuram praticar desporto são essencialmente três: terapêuticos; lúdico-sociais; competitivos. O chamado
Desporto para Todos abrange os dois primeiros; o Desporto de Excelência, em cujo topo se encontra o Desporto Paralímpico, encerra a dimensão competitiva. Lamentavelmente, os cidadãos com deficiência deparam-se com inúmeras barreiras, de diferente índole, no acesso à prática desportiva, que lhes restringem ou impedem exercer o seu direito ao desporto. Para que os cidadãos com deficiência possam ver plenamente efetivado o seu direito ao
desporto, a existência de legislação é fundamental. Tudo começa no Direito Internacional – com destaque para a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência –, a que se segue a Constituição da República Portuguesa, da qual resulta que o direito ao desporto dos cidadãos com deficiência é um direito fundamental, seja no prisma da dignidade da pessoa humana, do livre desenvolvimento da personalidade, do princípio da igualdade, do desenvolvimento
da personalidade, do direito ao desporto e mesmo de um preceito próprio para “os cidadãos portadores de deficiência”, sem olvidar as disposições referentes à saúde, à educação e ao ensino.Tal direito é conferido, ainda, em especial, a específicos escalões etários da população, concretamente à “Juventude” e à “Terceira idade”.
Da conjugação dos diferentes comandos constitucionais resulta que o cidadão com deficiência, na sua vida, em geral, e na prática desportiva em particular, não pode ser objeto de qualquer discriminação inadmissível ou injustificada, e pode exigir do Estado a adoção de medidas tendentes à remoção de obstáculos que impeçam a sua participação desportiva em igualdade de circunstâncias com os demais cidadãos, e que lhe facilitem uma participação social digna e útil através do desporto.
OrdenamentO jurídicO pOrtuguês
No ordenamento jurídico português há diversas leis de base nas quais também se funda o direito ao desporto dos cidadãos com deficiência, na dupla vertente
Desporto para Todos e Desporto de Excelência: a Lei de Bases da Atividade Física e do Desporto; a Lei de Bases da Prevenção e da Reabilitação e Integração de Pessoas com Deficiência; a Lei de Bases do Sistema Educativo; a Lei de Bases da Saúde. Não faltam aqui também fontes, entre outras, no plano infraconstitucional, quer legislação mais especificamente ligada ao desporto, quer a mais geral com incidência também no desporto.
No que concerne aos instrumentos normativos mais específicos, destacam-se os que versam sobre matérias como: (i) acessibilidades; (ii) seguro desportivo obrigatório; (iii) legislação sobre Educação Física e Desporto Escolar, e a recente legislação sobre a formação desportiva; (iv) criminalização do abuso sexual de cidadãos menores com deficiência; (v) legislação sobre o mergulho recreativo ou amador, que autonomiza a figura do mergulho adaptado; (vi) medidas de apoio no alto rendimento; (vii) medidas de apoio às seleções e outras representações desportivas nacionais; (viii) medidas de apoio no pós-carreira; (ix) concessão direta de
apoio financeiro ao movimento associativo; (x) fiscalidade; (xi) governança; (xii) comunicação social; (xiii) combate à dopagem; (xiv) proteção jurídica das propriedades paralímpicas.
No que toca a legislação mais geral, com incidência também no desporto, destacamos os seguintes mecanismos de acolhimento e acompanhamento de população vulnerável, designadamente dos cidadãos com deficiência: (i) Cuidadores Informais; (ii) Modelo de Apoio à Vida Independente (MAVI); (iii) Lares Residenciais; (iv) Serviço de Apoio Domicilário; (v) Acolhimento Familiar de Idosos e Adultos com Deficiência; (vi) Centros de Atendimento, Acompanhamento e Reabilitação Social para Pessoas com Deficiência e Incapacidade; (vii) Centros de Atividades Ocupacionais; (viii) proibição e discriminação em razão da deficiência e da existência de risco agravado de saúde; (ix) relações laborais, designadamente no Código do Trabalho e na legislação avulsa que fixa um sistema de quotas de emprego para pessoas com deficiência, com um grau de incapacidade igual ou superior a 60%.
Lacunas da Lei
Aqui chegados, resulta evidente que sobram fontes normativas com base nas quais se tutela o direito do cidadão com deficiência ao desporto, na sua ampla definição (abrangendo o direito do praticante e do espetador) e na dupla vertente do Desporto para Todos e do Desporto de Excelência,
maxime Desporto Paralímpico. Mas não se mostra suficiente, porque ainda há lacunas e outras necessárias vias de ação.
De facto, a lei tem algumas lacunas ou carece de alguns aperfeiçoamentos, por exemplo: (i) em sede de vital redução do IVA; (ii) na necessidade de incluir expressamente o Comité Paralímpico de Portugal no Estatuto do Mecenato Desportivo e no Estatuto do Dirigente Desportivo em Regime de Voluntariado; (iii) no reforço de uma representação adequada dos cidadãos com deficiência nos órgãos com poder de decisão das organizações desportivas, designadamente através de mecanismos de discriminação positiva/ações afirmativas (“ Nada sobre nós sem nós ”); (iv) no reforço do enquadramento jurídico da formação de recursos humanos especializados, designadamente em sede da Lei dos Ginásios, da Lei dos Treinadores e da legislação referente à animação turística e aos campos de férias; (v) em matéria de investigação aplicada. Ademais, se ainda é insuficiente o número de cidadãos com deficiência a praticar desporto em Portugal, o problema não estará fundamentalmente na produção legislativa. Sem curar de explorar razões conexas com políticas públicas, diremos que o que poderá eventualmente estar em falta é divulgar, informar e fiscalizar melhor a lei existente, porquanto do enforcement da lei também depende, e muito, a efetivação do direito ao desporto dos cidadãos com deficiência.
AGORA E NA HORA DA NOSSA SORTE
Francisco Moita Flores
Casa das Letras
Imagine que faz parte de um grupo de amigos que, todas as semanas, joga no Euromilhões. Instala-se a rotina e, de súbito, a aposta é premiada com 52 milhões de euros. Porém, passadas as primeiras horas de festejos, o grupo descobre que perdeu o talão que garantiria o levantamento do dinheiro. Ora foi isto que aconteceu a Clóvis, dono do Café Paris, e a mais cinco amigos que jogavam em sociedade. Foram ricos por uma hora e a fortuna esvaiu-se num esquecimento. Nenhum deles tem memória de ter ficado com a aposta premiada e começa a procura do Euromilhões. Claro que surgem suspeitas de que algum deles enganou os restantes. Também se admite que o papel foi furtado ou, pura e simplesmente, extraviado. Quando o desespero põe em franja os nervos dos apostadores, eis que um deles é assassinado.
HERODES, O GRANDE
Martin Goodman Bertrand Editora
O nome de Herodes faz-nos pensar num tirano cujo governo sangrento deixou um rasto de sofrimento na história. Tanto judeus como cristãos criaram mitos sobre a sua crueldade e imprudência: na tradição bíblica ficou conhecido como o rei que ordenou o Massacre dos Inocentes; no Talmude surge como um perseguidor de rabinos. Mas quem foi, afinal, Herodes? Martin Goodman oferece-nos uma visão nova e multifacetada sobre esta personagem histórica, situando-a no seu tempo e no seu espaço: contemporâneo de Júlio César, Augusto, Marco António e Cleópatra, Herodes não foi apenas um déspota. Foi também um político astuto que governou a Judeia no tumultuoso contexto da República Romana e dos inícios do Império.
INTELIGÊNCIA VITAL, ESTUPIDEZ ARTIFICIAL
Alexandre Castro Caldas
Contraponto
Serão as máquinas capazes de produzir e manifestar inteligência? Numa época em que tanto se fala de inteligência artificial, impõe-se uma questão prévia: mas o que é a inteligência? O conceito tem sido objeto de definições e interpretações diversas – tantas quantos os especialistas que sobre ela se debruçaram. Neste livro, o prestigiado neurologista Alexandre Castro Caldas dá a conhecer a evolução do conceito ao longo dos séculos e apresenta a inteligência como uma capacidade não exclusiva dos seres humanos, mas própria dos seres vivos em geral, ainda que com expressões diferentes de espécie para espécie. Nesse sentido, serão as máquinas capazes de produzir e manifestar inteligência? Existirá, de facto, inteligência artificial? Ou o ambicioso projeto surgido nos anos 60 do século passado, que pretendia copiar a mente humana, limitar-se-á a simular grosseiramente o que é próprio dos seres vivos?
Fernando Namora
REGRESSO À PATAGÓNIA
Bruce Chatwin e Paul Theroux
Quetzal Editores
Desde a sua descoberta por Fernão de Magalhães, em 1520, a Patagónia era descrita como um país de neblinas negras e redemoinhos no fim do mundo. Este desconhecido e longínquo território fixou-se na imaginação europeia como uma metáfora para o limite, o fim de tudo, o abismo além do qual não se pode ir. Nestas páginas, Chatwin e Theroux exploram os momentos em que os “destinos finais do exílio” afetaram a imaginação literária sobre a Patagónia e para relembrar alguns dos seus viajantes extraordinários, passados e presentes – de W.H. Hudson ao Capitão Joshua Slocum e Butch Cassidy. Trata-se de um pequeno e raro livro de culto onde se cruzam dois dos mais importantes autores de literatura de viagens.
UTOPIA PROFUNDA
Nick Bostrom
D. Quixote
O livro anterior de Bostrom, Superintelligence – Paths, Dangers, Strategies, desencadeou um debate global sobre a Inteligência Artificial (IA) que continua até aos dias de hoje. Esse livro, que se tornou num bestseller à escala global, centra-se no que pode acontecer se o desenvolvimento da IA correr mal. Mas, e se as coisas correrem bem? Suponhamos que desenvolvemos a superinteligência de forma segura e ética, e que utilizamos corretamente os poderes quase mágicos que esta tecnologia permite. Seria o despontar de uma era em que o trabalho realizado pelos humanos se tornaria obsoleto –uma condição pós-instrumental, em que não seriam necessários esforços para alcançar objetivos práticos. Além disso, a própria natureza humana tornar-se-ia muito maleável.
UMA VIAGEM TERAPÊUTICA
Alain de Botton
D. Quixote
Este é um livro sobre não estarmos bem. Sobre perder o rumo e a esperança. Sobre achar que nos desiludimos a nós próprios e a toda a gente. Mas é também um livro sobre como melhorar. Sobre recuperar o fio condutor, redescobrir o que nos liga à vida, e encontrar um caminho de volta ao que nos dá alegria. Neste livro, Alain de Botton faz uma viagem de saúde mental que começa num momento de crise e acaba na sua superação: os momentos em que nos apercebemos de que não conseguimos lidar com a situação; os cuidados que temos connosco mesmos e a terapia que nos tranquiliza; os dias em que finalmente recuperamos a estabilidade. Escrito com compreensão e bondade, é uma companhia nos nossos momentos mais solitários e um guia prático que nos ajuda a encontrar razões para ter esperança.
Visando agradecer a todos os que, de forma direta ou indireta, contribuem para o sucesso deste projeto, a revista FRONTLINE reuniu, uma vez mais, um conjunto de personalidades dos mais diversos quadrantes, numa noite repleta de elegância e convívio. O Hotel Corinthia Lisbon, palco da sua edição inaugural em abril de 2008, foi o local escolhido para este encontro especial, que celebrou não só a história da publicação, mas também o compromisso partilhado com a excelência editorial. Desde o seu lançamento, a FRONTLINE tem desempenhado um papel essencial na comunicação, distinguindo-se pela sua inte-
gridade jornalística e pela abordagem rigorosa dos temas mais relevantes da atualidade. Em tempos de desafios e mudanças constantes, a revista mantém-se firme na sua missão de informar com qualidade, proporcionando aos leitores conteúdos que fazem a diferença.
Este evento, marcado pelo espírito de união entre amigos, parceiros e colaboradores, reafirma o nosso compromisso com a ética, o profissionalismo e a inovação editorial. Uma noite memorável, onde se celebrou não apenas o passado e o presente, mas também o futuro, sempre na linha da frente da informação.
O Volvo ES90 é a mais recente adição ao portefólio de automóveis premium da marca sueca. Combinando a elegância refinada de um sedan, a versatilidade de um fastback e o espaço generoso de um utilitário desportivo, este modelo promete redefinir o conceito de automóveis elétricos. Versátil e espaçoso, o ES90 foi concebido para se adaptar tanto à vida familiar como ao mundo profissional, proporcionando uma experiência de condução sem compromissos.
OES90 foi projetado para evoluir ao longo do tempo. Equipado com computadores de última geração que garantem um desempenho oito vezes superior à geração anterior, este é o primeiro Volvo com tecnologia de 800V, proporcionando maior autonomia e um carregamento mais rápido do que qualquer outro modelo elétrico da marca. Incorporando tecnologia de segurança pioneira, o ES90 apresenta um design sublime que promete tornar-se um clássico do design escandinavo. Com o livro de encomendas aberto em mercados selecionados, incluindo Portugal, o ES90 junta-se aos modelos EX90, EX40, EC40 e EX30, reforçando a jornada da Volvo rumo à eletrificação total.
Design moDerno e funcionaliDaDe premium O ES90 destaca-se pela sua postura confiante e distinta. A posição de condução
ligeiramente elevada proporciona uma visão ampla da estrada, enquanto a linha de teto fluida equilibra um design elegante com a eficiência aerodinâmica, aumentando a autonomia elétrica.
A frente exibe a icónica assinatura luminosa “Martelo de Thor”, conferindo-lhe uma identidade Volvo moderna e robusta. A traseira é igualmente expressiva, com novas luzes LED em forma de “C”, complementadas por iluminação adicional na janela traseira. O ES90 está disponível em sete cores exteriores e quatro opções de jantes, entre 20 e 22 polegadas. O espaçoso portão traseiro facilita o carregamento de bagagens volumosas, com uma capacidade de carga de 424 litros, expansível para 733 litros com os bancos traseiros rebatidos. Adicionalmente, o frunk dianteiro oferece 22 litros extra para armazenamento de pequenos objetos.
c onforto e tecnologia a bor D o No interior, o foco está no conforto premium , com materiais sustentáveis e um design funcional. Graças à sua distância entre eixos de 3,1 metros, oferece espaço generoso para os passageiros da segunda fila. Os seis temas de iluminação ambiente e as opções de estofos personalizáveis elevam ainda mais o conforto.
O teto panorâmico, com proteção UV de 99,9%, pode ser eletrocrómico, permitindo ajustar a transparência com um simples toque. A climatização de quatro zonas inclui um purificador de ar avançado, capaz de eliminar 95% das partículas PM 2.5 e 99,9% dos alérgenos.
O sistema de som Bowers & Wilkins, com 25 altifalantes e tecnologia Dolby Atmos®, proporciona uma experiência sonora imersiva, incluindo um modo especial que simula os lendários Abbey Road Studios.
O sistema de infotainment de última geração, com Google integrado, inclui Google Maps, Google Assistant e aplicações do Google Play. Equipado com conectividade 5G e alimentado pela plataforma Snapdragon® Cockpit da Qualcomm, apresenta informações críticas num visor de 9 polegadas e num display head-up . O visor central de 14,5 polegadas permite acesso intuitivo à navegação, entretenimento e climatização. Uma câmara de 360° com vista 3D auxilia em estacionamento apertado.
D esempenho e sustentabili Da D e Construído sobre a arquitetura SPA2 e baseado na tecnologia Superset da Volvo Cars, o ES90 permite melhorias contínuas através de atualizações over-the-air Equipado com uma configuração dual NVIDIA DRIVE AGX Orin, é o Volvo mais poderoso em termos de capacida -
de de computação central.
A tecnologia de 800V garante carregamentos mais rápidos e maior eficiência. O ES90 pode adicionar 300 quilómetros de autonomia em apenas 10 minutos num carregador rápido de 350 kW, oferecendo uma autonomia total até 700 quilómetros (WLTP). Com um coeficiente de arrasto de apenas 0,25, é o Volvo mais aerodinâmico de sempre, garantindo menor consumo de energia.
s egurança D e referência
Desenvolvido com base em 55 anos de pesquisa em segurança, o ES90 supera os padrões regulamentares. Equipado com uma estrutura robusta e sistemas de retenção avançados, integra um conjunto de sensores de última geração, incluindo um lidar, cinco radares, sete câmaras e 12 sensores ultrassónicos, permitindo uma perceção alargada do ambiente circundante.
O sistema de monitorização do condutor (D.U.S.) pode detetar sinais de distração e intervir, se necessário. Adicionalmente, o alerta de abertura de portas previne acidentes com ciclistas e peões, enquanto o sistema de deteção de ocupantes assegura que nenhum passageiro é esquecido no interior do veículo.
O Volvo ES90 representa o futuro da mobilidade premium, combinando eficiência, design sofisticado e tecnologia de vanguarda. Com autonomia alargada, segurança inigualável e um compromisso sustentável, é um modelo que redefine os padrões da indústria automóvel. Além disso, a atenção ao detalhe e o compromisso da Volvo com a sustentabilidade fazem do ES90 uma opção de excelência para quem procura um automóvel inovador e ecologicamente responsável. Em Portugal, em preço de campanha, está disponível enquadrado dentro da barreira fiscal dos 62.500€ +IVA.
SUZUKI S-CROSS
O Suzuki S-Cross 1.4 S3 4WD MC24 é um SUV compacto que combina design robusto com elegância. A frente apresenta uma grelha hexagonal em preto piano e faróis LED integrados, enquanto a lateral exibe uma linha ascendente marcante e arcos de roda musculados. A traseira destaca-se por luzes LED embutidas e um spoiler aerodinâmico. Disponível em oito cores, incluindo o novo cinza escuro titan pérola metalizado, o S-Cross oferece opções para diversos gostos. No interior, o espaço é generoso, acomodando confortavelmente cinco passageiros. A bagageira possui 430 litros de capacidade, adequada para várias necessidades. O painel de instrumentos inclui um ecrã multifunções de 9 polegadas com Apple CarPlay sem fios, proporcionando conectividade moderna. Os bancos em pele, com design entrelaçado em pele sintética, acrescentam sofisticação ao habitáculo.
RENAULT CAPTUR CP1
O Renault Captur CP1 é um SUV compacto que combina estilo moderno, eficiência e versatilidade, destacando-se no segmento urbano. Disponível em várias motorizações, o Captur oferece opções para diferentes preferências e necessidades dos condutores. Apresenta um design exterior elegante, com linhas fluidas e opções de pintura bi-tom que permitem personalização adicional. No interior, destaca-se o conforto proporcionado pelos estofos em tecido Equilibre e a possibilidade de incluir jantes em liga leve de 17 polegadas Ediris com pneus 215/60 R17 96H. Para quem busca um toque extra de sofisticação, estão disponíveis pinturas metalizadas ou nacaradas em cores como Cinzento Cassiopeia, Preto Estrela e Branco Nacarado.
Entre as opções de motorização, destaca-se o motor a gasolina TCe 90, que oferece um consumo combinado de 5,8 l/100 km e emissões de CO2 de 131 g/km, conforme o ciclo WLTP.
O Dacia Duster Extreme TCe 130 4x2 é um SUV compacto que alia robustez e modernidade, destacando-se pelo seu design aprimorado e tecnologia atualizada. Esta versão apresenta um motor a gasolina TCe 130 de 1199 cm³, capaz de gerar 131 cv de potência às 4500 rpm e um torque máximo de 205 Nm às 1750 rpm. Equipado com tração dianteira (4x2) e uma caixa manual de 6 velocidades, o veículo atinge uma velocidade máxima de 180 km/h e acelera de 0 a 100 km/h em 9,9 segundos.
Em termos de consumo, o Duster Extreme TCe 130 4x2 apresenta uma média combinada de 5,5 l/100 km, com emissões de CO 2 de 124 g/km, cumprindo a normativa Euro 6. O depósito de combustível tem capacidade para 50 litros, proporcionando uma autonomia considerável para viagens longas.
O design exterior do Duster Extreme destaca-se por linhas robustas e detalhes modernos, enquanto o interior foi atualizado para oferecer maior conforto e tecnologia.
O Lexus NX Híbrido representa a síntese perfeita entre luxo, tecnologia e eficiência, consolidando-se como uma das escolhas mais sofisticadas no competitivo segmento dos SUV premium. Com um design robusto e elegante, a silhueta dinâmica do NX destaca-se pela grelha frontal imponente, linhas angulosas e assinatura luminosa em LED, elementos que reforçam a identidade arrojada da marca japonesa. Debaixo do capot, o Lexus NX aposta numa motorização híbrida autorrecarregável, combinando um motor a gasolina de 2.5 litros com um motor elétrico, oferecendo uma potência combinada que ronda os 244 cv. A tração integral E-Four, disponível em algumas versões, garante uma condução segura e eficiente em diferentes tipos de terreno. A resposta do sistema híbrido revela-se suave e silenciosa, com uma transição praticamente impercetível entre o modo elétrico e o motor a combustão, proporcionando uma experiência de condução refinada e económica.
NISSAN QASHQAI E-POWER
ADVANCE - TT + SKY
O Mazda CX-30 e-Skyactiv X apresenta-se como uma proposta distinta no universo dos SUV compactos, refletindo a filosofia da marca japonesa em oferecer uma condução centrada no condutor e uma eficiência excecional. Com um design que segue a linguagem Kodo, o CX-30 exibe linhas elegantes e fluidas, reforçando a sensação de movimento mesmo quando parado. Este estilo dinâmico e sofisticado confere-lhe uma presença marcante, tanto em ambiente urbano como em trajetos mais aventureiros. No coração desta versão está o inovador motor e-Skyactiv X, uma proposta tecnológica que combina características de um motor a gasolina com alguns princípios de funcionamento dos motores Diesel, através da tecnologia SPCCI (Spark Controlled Compression Ignition). Com 186 cv de potência e um binário de 240 Nm, este motor atmosférico de 2.0 litros oferece um desempenho equilibrado, privilegiando a eficiência sem comprometer a entrega de potência.
O Nissan Qashqai e-Power representa a mais recente evolução do SUV que redefiniu o segmento. Equipado com a inovadora tecnologia e-Power, o modelo junta a eficiência de um sistema híbrido com a sensação de condução de um veículo elétrico. O design moderno e robusto mantém a essência que tornou o Qashqai um sucesso, com linhas marcantes e uma presença imponente em estrada, complementada pelo pacote TT + SKY, que adiciona um toque de exclusividade e sofisticação, com teto panorâmico em vidro que inunda o habitáculo de luz natural. O sistema e-Power da Nissan distingue-se pelo seu conceito único: um motor a gasolina de 1.5 litros atua exclusivamente como gerador, alimentando um motor elétrico que move o veículo. Esta configuração oferece uma potência combinada de 190 cv e um binário imediato de 330 Nm, proporcionando uma resposta instantânea e uma condução suave, típica de um elétrico, mas sem a necessidade de carregamentos externos.
A segunda edição do Raid Região Beiras e Serra da Estrela decorreu no passado mês de fevereiro, assinalando o início do Calendário de Atividades do Clube Escape Livre para 2025.
Aorganização conjunta da Comunidade Intermunicipal Região Beiras e Serra da Estrela (CIMRBSE) e do Escape Livre, com o apoio da MCoutinho com a marca Land Rover, reuniu cerca de 50 automóveis e quase centena e meia de participantes (do Algarve ao Minho) que ficaram a conhecer a região de uma forma única e inesquecível.
A Região Beiras e Serra da Estrela voltou a oferecer o que tem de melhor: trilhos espetaculares, pérolas culturais e históricas inesperadas e uma gastronomia de excelência.
O contrato do Clube Escape Livre com São Pedro voltou a ser cumprido, com três dias de tempo seco e, em algumas
zonas, clima ameno. Os percursos, atravessando os concelhos de Belmonte, Covilhã, Fundão, Manteigas, Sabugal e Seia, foram um verdadeiro desafio, mas também uma celebração das paisagens e do património da região. O entusiasmo dos participantes no final do dia de sábado confirmou a excelente escolha dos trilhos pelo Escape Livre.
B oas - vindas
Foram identificados diversos locais inesperados e desconhecidos, proporcionando aos participantes uma experiência única e memorável. A base do evento foi estabelecida no Alambique Hotel Resort
& Spa, oferecendo a possibilidade de usufruir do Golden Rock Spa, um dos elementos que contribuiu significativamente para o sucesso do raid . A prova de vinhos da Adega Cooperativa do Fundão marcou o início das atividades, durante o jantar de boas-vindas na sexta-feira, onde estiveram presentes o presidente da CIMRBSE, Luís Tadeu, o secretário executivo, António Miraldes, e o presidente da Câmara Municipal do Fundão, Paulo Fernandes. A noite prosseguiu com uma visita noturna a Belmonte, incluindo passagem pelo Ecomuseu do Zêzere, instalado na antiga Tulha dos Cabrais, e pelo Museu Judaico.
P ercursos e visitas
No sábado, o dia amanheceu com céu limpo e temperatura amena, garantindo condições ideais para o percurso dinâmico e exigente. Lama, charcas e caminhos desafiadores tornaram a experiência ainda mais emocionante. Entre as paragens
do dia, destacou-se a visita ao Museu do Queijo em Peraboa, com passagem por uma das mais conhecidas quintas de produção vinícola da região.
Um dos momentos altos do evento foi a visita à Quinta dos Termos, onde os participantes não apenas degustaram os seus famosos vinhos, mas também tiveram a oportunidade única de plantar vinhas. Este gesto simbólico garante que, no futuro, os participantes poderão encontrar nos rótulos dos vinhos da Quinta dos Termos uma ligação direta com este evento inesquecível.
O almoço decorreu no Cró Hotel Rural, onde o presidente da Câmara do Sabugal, Vítor Proença, deu as boas-vindas aos participantes. As aventuras da manhã dominaram as conversas, sempre acompanhadas por um entusiasmo partilhado. A tarde reservou um percurso ainda mais surpreendente e desafiante, consolidando a impressão geral: “Que espetacular foi este trilho.”
Ao final do dia, o regresso ao hotel permitiu mais uma visita relaxante ao spa antes do jantar de encerramento. Durante o jantar, foram entregues várias lembranças e os desejados Troféus SPAL alusivos ao evento. Nesta ocasião, José Carvalho, do grupo MCoutinho, reforçou a importância da parceria entre a marca Land Rover e o Clube Escape Livre.
Ú ltima jornada
O domingo amanheceu cinzento, mas sem chuva, permitindo uma última jornada através das paisagens deslumbrantes da serra da Estrela. A meio do percurso para o Museu do Pão, fez-se uma paragem especial na Ecolã, a famosa fábrica
de burel. Aqui, os participantes tiveram uma visita guiada exclusiva pelo próprio João Clara, entusiasta defensor do burel e das suas tradições.
Mesmo sob um nevoeiro persistente, a descida pela serra da Estrela até Seia revelou-se um momento épico, culminando com o almoço no Museu do Pão e uma visita guiada ao icónico espaço. No momento da despedida, uma certeza ficou no ar: esta edição do Raid Região Beiras e Serra da Estrela será lembrada como uma das melhores de sempre, tal foi a satisfação dos participantes e a lama que, orgulhosamente, decorava a maioria dos veículos que completaram esta inesquecível aventura.
por Ana Laia
No coração de Lisboa, o THE SPA by Corinthia Lisbon destaca-se como um dos mais sofisticados refúgios urbanos, oferecendo experiências exclusivas de relaxamento e tratamentos de alta qualidade.
Um spa é um santuário de bem-estar, um espaço dedicado ao relaxamento do corpo e da mente, onde através de rituais de cuidado e terapias especializadas se alcança um estado de harmonia e revitalização. Situado no segundo piso do prestigiado Corinthia Hotel Lisbon, o THE SPA é um verdadeiro templo de serenidade, dispondo de 13 salas de tratamento meticulosamente concebidas para proporcionar experiências de puro bem-estar. Entre estas, encontram-se salas individuais e luxuosas suítes para casais, algumas delas equipadas com piscina de hidromassagem, banho turco, sauna e chuveiros Vichy. O Circuito de Terapia de Água é um dos grandes atrativos deste spa, oferecendo duches sensoriais, piscina dinâmica, jacuzzi, sauna, banho turco, fonte de gelo e um tanque de imersão fria. Estes elementos conjugam-se para criar uma experiência de spa verdadeiramente holística, que promove a revitalização do corpo e da mente.
O menu de tratamentos do THE SPA by Corinthia Lisbon é extenso e desenhado para atender às necessidades específicas de cada visitante. Destacam-se massagens terapêuticas como a Inner Calm, que combina blends de aromaterapia para aliviar tensões e nutrir a pele, e a Deep Muscle, que utiliza técnicas de alongamento ativo para restaurar o conforto muscular. Além disso, estão disponíveis tratamentos específicos como o Anti-Cellulite Contouring, que reduz a gordura localizada e tonifica a pele, e a Massagem Mum to Be, especialmente concebida para futuras mães, proporcionando um relaxamento profundo e seguro. Para complementar a experiência de bem-estar, o spa oferece um ginásio totalmente equipado com a mais recente tecnologia da marca Technogym, bem como uma piscina interior aquecida e um solário natural. Estes espaços permitem que os visitantes mantenham uma rotina de exercício equilibrada, combinando a atividade física com momentos de relaxamento absoluto.
O THE SPA by Corinthia Lisbon tem parcerias exclusivas com marcas de renome mundial, como a ESPA e a 111Skin, garantindo que todos os produtos utilizados nos tratamentos sejam da mais alta qualidade e eficácia. Estas marcas são reconhecidas pela sua abordagem inovadora e pela utilização de ingredientes premium, que maximizam os benefícios dos rituais de beleza e bem-estar. Com um horário alargado que permite visitas diárias das 9h às 21h, este spa é o local ideal para uma pausa regeneradora no meio da agitação urbana. O acesso à piscina interior e ao ginásio é garantido para os hóspedes do hotel, enquanto o Circuito de Terapia de Água proporciona uma experiência exclusiva de rejuvenescimento. Mais do que um espaço de relaxamento, o THE SPA by Corinthia Lisbon é uma verdadeira jornada sensorial, onde cada detalhe foi pensado para oferecer um momento de tranquilidade e renovação. A sua localização privilegiada, aliada à excelência dos serviços e à sofisticação das instalações, faz deste spa um dos destinos de bem-estar mais exclusivos de Lisboa. Seja para um tratamento rejuvenescedor, uma massagem revigorante ou simplesmente para um momento de quietude, este spa é um convite irrecusável ao equilíbrio e à harmonia.
João ClaRa ReseRva 2018
Algarve | Vinho Tinto | Quinta João Clara Castas: Syrah, Alicante Bouchet e Touriga Nacional
Enologia: Joana Maçanita
PrEço: 23,00€
“Nós prosperamos em fazer vinhos com paixão que enriquecem o paladar e a alma.”
aComPanha bEm: assados de carne, grelhados e queijos.
Q uinta do P esseguei R o 2017
Douro | Vinho Tinto | Quinta do Pessegueiro
Castas: Vinhas Velhas, Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz
Enologia: João Nicolau de Almeida
PrEço: 28,20€
“Paixão… compromisso inabalável na autenticidade, favorecem a elaboração de vinhos excecionais, que vos convidamos a descobrir nestas páginas e, sobretudo, nas nossas garrafas.”
aComPanha bEm: todos os tipos de pratos de carne, especialmente carnes grelhadas.
Falua unoaked ReseRva 2018
Tejo | Vinho Tinto | Falua
Castas: Touriga Nacional
Enologia: Antonina Barbosa
PrEço: 15,00€
“Viver o vinho com paixão. Com sabedoria. Com conhecimento e também com alguma rebeldia, para que se encontrem caminhos novos para saberes antigos.”
aComPanha bEm: carnes assadas, pratos de bacalhau, peixe assado, queijos e enchidos.
vale da Mata ReseRva 2017
Lisboa | Vinho Tinto | Rocim
Castas: Encruzado
Enologia: Catarina Vieira e Pedro Ribeiro
PrEço: 20,35€
“O Vale da Mata Tinto Reserva é um vinho autêntico que revela de forma única o terroir da região, marcado pela frescura e mineralidade do Oceano Atlântico.”
aComPanha bEm: pratos de carne, queijos.
PaRCela ÚniCa alvaRinho 2019
Monção e Melgaço | DOC Vinho Verde | Anselmo Mendes
Castas: Alvarinho
Enologia: Anselmo Mendes Vinhos
PrEço: 37,30€
“Experimentar, reinventar, superar, tomar em mãos o desafio de criar vinhos de excelência, que nascem de uma longa e profunda ligação à terra e desafiam as convenções e os sentidos.”
aComPanha bEm: carnes brancas, peixe e saladas.
g Colheita taRdia
Região Vinhos Verdes | Colheita Tardia |
AB Valley Wines
Castas: Alvarinho
Enologia: António Sousa
PrEço: 20,00€
“O prazer de fazer vinhos que expressam a ousadia, a inovação e uma irreverência sem igual. Inovar, respeitando a Natureza e potencializando o melhor das castas nativas na sua região dos Vinhos Verdes, proporcionando uma experiência com significado, intensa e diferente do habitual.”
aComPanha bEm: queijos e sobremesas.
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Luxuosa moradia de traço arquitetónico moderno, inserida num dos mais exclusivos e prestigiosos complexos residenciais e de golfe do distrito de Setúbal, a Herdade da Aroeira. Distribuída por três pisos, tem 5 suítes que proporcionam todo o conforto e privacidade aos seus residentes, além de uma ampla sala de estar que vive em perfeita simbiose com o espaço exterior, ideal para o convívio entre amigos e família.
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PVP: 5.200.000,00€
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Em pleno coração de Portugal e a uma hora de Lisboa, localiza-se esta magnífica quinta repleta de história e simbolismo. Constituída por palacete do século XVII, preserva a arquitetura exterior original e tradicional, estando rodeada por um jardim e espaço exterior com 6000 m 2 (potencial construtivo autorizado). Lago, árvores de fruto, tanques de rega, furo, pombal e poço são algumas das facilidades de apoio existentes no exterior. Para saber mais, aceda a bhhs-atlanticportugal.com e use a referência MAS_228
PVP: 3.500.000,00€
BERKSHIRE HATHAWAY HOMESERVICES ATLANTIC PORTUGAL
Moradia de luxo desenhada ao pormenor, com linhas contemporâneas e qualidade de construção elevada. Com quase 700 m2 de área habitacional, distribui-se por 3 pisos onde a projeção de luz natural foi pensada para enaltecer o equilíbrio perfeito entre o espaço interior e exterior. No piso principal encontra-se a zona social, composta por formidáveis salas de estar e jantar, a cozinha e a zona privativa, com 3 suítes. Para saber mais, aceda a bhhs-atlanticportugal.com e use a referência CAS_262
PVP: 4.200.000,00€
BERKSHIRE HATHAWAY HOMESERVICES ATLANTIC PORTUGAL
APARTAMENTO T6 COM GARAGEM AVENIDAS NOVAS, LISBOA
Apartamento T6, com 4 casas de banho, arrecadação e 2 lugares de garagem. Com 6 confortáveis e espaçosos quartos, é ideal para famílias grandes que procuram um espaço generoso para morar e não prescindem da centralidade da capital. O interior deste apartamento é elegante e moderno, com acabamentos de alta qualidade, e a cozinha está totalmente equipada. Para saber mais, aceda a bhhs-atlanticportugal.com e use a referência APA_257
PVP: 3.350.000,00€
BERKSHIRE HATHAWAY HOMESERVICES ATLANTIC PORTUGAL
IMPRESSIONANTE APARTAMENTO
DUPLEX T4 – CASCAIS
Com um total de 4 suítes, é ideal para famílias que valorizam privacidade e comodidade. Os quartos são amplos e as casas de banho elegantes e bem equipadas, com acabamentos e comodidades de luxo.
O pé-direito duplo na sala e as amplas janelas, que conferem a entrada de muita luz natural, são características distintivas desta habitação.
Para saber mais, aceda a bhhs-atlanticportugal.com e use a referência DUP_274
PVP: 6.000.000,00€
BERKSHIRE HATHAWAY HOMESERVICES ATLANTIC PORTUGAL
PALACETE DE ARQUITETURA
NEOCLÁSSICA – PRÍNCIPE REAL, LISBOA
Localizado num bairro que hoje se assume como um dos mais cosmopolitas e vibrantes da cidade, este palacete apresenta uma arquitetura neoclássica, com traços característicos da zona envolvente dos jardins da Praça do Príncipe Real.
Com génese no século XIX, o palacete é composto por 2 pisos principais e um terceiro piso de mansarda. A entrada principal dá-se através de um imponente salão de receção.
Para saber mais, aceda a bhhs-atlanticportugal.com e use a referência PAL_259
PVP: 7.000.000,00€
BERKSHIRE HATHAWAY HOMESERVICES ATLANTIC PORTUGAL
No coração de Zermatt, aos pés do icónico Matterhorn, encontra-se o Mont Cervin Palace, um dos mais emblemáticos hotéis dos Alpes suíços. Fundado em 1851, este cinco estrelas exala uma atmosfera de requinte, combinando tradição e modernidade para proporcionar uma experiência inesquecível aos seus hóspedes.
Desde a sua inauguração, o Mont Cervin Palace tem sido um ponto de referência para viajantes sofisticados que procuram hospitalidade de classe mundial. Com mais de 170 anos de história, o hotel evoluiu mantendo-se fiel às suas raízes de elegância alpina. Zermatt, conhecida por ser uma vila sem automóveis, conserva um charme autêntico, permitindo que os visitantes apreciem um ambiente tranquilo e puro, em perfeita harmonia com a natureza. O hotel oferece uma seleção diversificada de quartos e suítes, distribuídos entre o edifício principal e os espaços adjacentes, como o Le Petit Cervin e os Chalets Mont Cervin.
Os interiores combinam design clássico com elementos contemporâneos, utilizando madeiras nobres, tecidos luxuosos e amplas janelas que permitem uma vista deslumbrante para os Alpes. Para quem deseja uma experiência única, as suítes panorâmicas oferecem varandas privativas com vista para o Matterhorn, enquanto as Chalets Suites garantem um refúgio acolhedor com lareiras e detalhes artesanais.
G astronomia de classe mundial
O Mont Cervin Palace conta com uma oferta gastronómica diversificada, capaz de agradar aos paladares mais exigentes.
O Grill Le Cervin, com uma estrela Michelin, destaca-se pela cozinha refinada, onde carnes e peixes são grelhados à perfeição.
O Ristorante Capri transporta os hóspedes para uma experiência mediterrânica, com pratos inspirados na cozinha italiana
e ingredientes frescos. Para uma atmosfera mais descontraída, o Joseph’s Bar e o Rendezvous Bar oferecem cocktails exclusivos e uma seleção primorosa de vinhos suíços e internacionais.
B em - estar e relaxamento
O MCP Spa & Wellness é um verdadeiro santuário de relaxamento. Com piscina interior e exterior aquecida, saunas, banho tur-
co e um leque de tratamentos exclusivos, o spa convida os hóspedes a mergulharem num mundo de serenidade. As massagens com óleos essenciais e as terapias rejuvenescedoras são ideais para recuperar energias após um dia nas pistas de ski
a tividades e entretenimento
A localização privilegiada do Mont Cervin Palace proporciona acesso às melhores pistas de ski de Zermatt. Durante o inverno, os hóspedes podem desfrutar de ski-in/ski-out, bem como de passeios guiados pela região. No verão, as atividades incluem caminhadas panorâmicas, ciclismo e passeios de helicóptero para admirar os glaciares. Para as famílias, o hotel disponibiliza o Kids Club, com atividades supervisionadas para crianças de todas as idades, permi-
tindo que os pais relaxem e aproveitem as comodidades do hotel.
s ustenta B ilidade e compromisso am B iental
O Mont Cervin Palace está comprometido com a sustentabilidade e a preservação dos Alpes. O hotel utiliza energia renovável, incentiva a reciclagem e aposta em ingredientes locais para a sua oferta gastronómica. Além disso, participa ativamente em iniciativas de conservação da fauna e flora alpinas. O Mont Cervin Palace não é apenas um hotel, é um símbolo de luxo, tradição e hospitalidade impecável. Perfeito para quem procura um refúgio exclusivo nos Alpes suíços, esta unidade promete uma estadia inesquecível, onde cada detalhe é pensado para garantir o máximo conforto e sofisticação.
A apresentação à imprensa nacional do novo DS N°8 decorreu no requintado Palmares Beach Hotel, no Algarve, um cenário à altura da sofisticação e inovação que caracterizam este novo modelo da DS Automobiles.
Inspirado no concept DS Aero Sport Lounge, o DS Nº8 posiciona-se como o novo porta-estandarte da marca, destacando-se pela qualidade, autonomia alargada e um conforto absoluto, tornando-se assim no mais imperturbado dos automóveis elétricos.
Com um design carismático, esguio e elegante, o DS Nº8 adota o formato SUV Coupé, combinando a robustez de um SUV com a fluidez aerodinâmica de um coupé. A sua motorização elétrica proporciona uma autonomia combinada de 750 quilómetros no ciclo WLTP e mais de 500 quilómetros em autoestrada, um desempenho excecional na sua categoria. Este feito é alcançado graças a um coeficiente aerodinâmico de referência (Cx de 0,24), que otimiza a eficiência energética e maximiza a autonomia. O interior do DS Nº8 redefine os padrões de conforto e luxo, elevando a arte de viajar ao estilo francês a um novo patamar. Materiais sofisticados e acabamentos meticulosos criam um ambiente requin -
tado, enquanto a tecnologia embarcada garante uma experiência de condução fluida e intuitiva. A conectividade avançada, suportada por inteligência artificial, adapta-se às necessidades do condutor e passageiros, proporcionando uma interação natural e imersiva.
Em termos de desempenho, o DS Nº8 impressiona com uma potência que pode atingir os 350 cv, estando disponível em versões de tração a duas ou quatro rodas motrizes. Este modelo inovador será lançado na Europa a partir de meados de 2025, reforçando a aposta da DS Automobiles na mobilidade elétrica premium e reafirmando a sua posição como referência em design , tecnologia e conforto.
A Leapmotor, marca chinesa de automóveis elétricos, estreia-se oficialmente em Portugal com dois modelos inovadores e acessíveis: o compacto urbano T03 e o SUV C10. A apresentação oficial à imprensa nacional decorreu em Cascais, no restaurante Maré, de José Avillez, e no Guincho, reforçando a aposta da marca na sofisticação e na tecnologia de ponta.
OLeapmotor T03 é um citadino 100% elétrico, compacto e eficiente, pensado para a mobilidade urbana. Com um design moderno e funcionalidades inteligentes, destaca-se pela sua autonomia competitiva e preço acessível, tornando-se uma opção atrativa para quem procura um automóvel prático e sustentável. Já o Leapmotor C10 é um SUV espaçoso e tecnologicamente avançado, desenvolvido para oferecer conforto, desempenho e segurança. Com uma abordagem inovadora, o modelo aposta em sistemas de assistência à
condução, conectividade avançada e uma experiência premium a um preço competitivo. A Leapmotor conta com um forte compromisso com a inovação e sustentabilidade, trazendo ao mercado português veículos elétricos equipados com tecnologia de ponta. A marca destaca-se pelo design moderno, segurança e eficiência energética, tornando a mobilidade elétrica mais acessível. Além disso, os modelos T03 e C10 foram desenvolvidos para responder às necessidades do dia a dia, combinando desempenho e conforto.
Com esta estreia, a Leapmotor reforça a sua presença na Europa, apostando em soluções inteligentes e económicas para um público cada vez mais focado na eletrificação automóvel.
A chegada da Leapmotor a Portugal integra-se numa estratégia global de expansão da marca, que procura democratizar o acesso a veículos elétricos de alta qualidade. Com uma forte aposta na relação custo-benefício, a marca promete desafiar o mercado nacional e conquistar um lugar de destaque na crescente mobilidade elétrica.
O cenário imponente do Forte da Crismina, no emblemático Guincho Secret Spot, em Cascais, foi o palco escolhido para a apresentação à imprensa nacional de dois ícones da Volvo: o novo EX90 e o renovado XC90 Híbrido Plug-In. Este evento reforçou o compromisso da marca com a inovação, segurança e sustentabilidade.
OVolvo EX90, o novo SUV 100% elétrico da marca sueca, simboliza o futuro da mobilidade premium, combinando tecnologia de ponta, design sofisticado e uma autonomia líder no segmento. Com um interior minimalista e sustentável, aliado a um avançado sistema de condução assistida, o EX90 representa a nova era da Volvo, onde a eletrificação e a segurança são prioridades absolutas.
Já o Volvo XC90 Híbrido Plug-In surge como uma evolução do clássico SUV de luxo, oferecendo maior eficiência energética sem comprometer a performance. Com um motor eletrificado mais potente
e uma autonomia elétrica otimizada, esta versão reafirma a versatilidade do modelo, agora ainda mais alinhado com as exigências de um futuro sustentável.
A escolha do Guincho Secret Spot para esta revelação não foi por acaso. A paisagem envolvente, marcada pelo oceano e pela natureza selvagem, refletiu na perfeição o espírito da Volvo: inovação em harmonia com o meio ambiente. Com esta apresentação, a Volvo reforça a sua posição na vanguarda da mobilidade sustentável, antecipando um futuro onde tecnologia, luxo e consciência ecológica caminham lado a lado.
Realizou-se a apresentação à imprensa nacional dos novos Fiat Grande Panda elétrico e Abarth 600e Scorpionissima, dois modelos que marcam uma nova era na eletrificação das icónicas marcas italianas.
Oevento teve lugar no Kartódromo Internacional de Palmela, proporcionando aos participantes uma experiência completa de condução, tanto em pista como em estrada.
Este acontecimento permitiu aos jornalistas e entusiastas do setor automóvel conhecer de perto as novidades destes modelos, destacando-se pelas inovações tecnológicas, design moderno e desempenho eletrificado.
O Fiat Grande Panda elétrico, fiel ao espírito prático e funcional da marca, promete ser uma solução sustentável para a mobilidade urbana, combinando eficiência e versatilidade.
No kartódromo, foram realizadas diversas atividades dinâmicas, incluindo testes de aceleração e manobrabilidade, permitindo explorar as capacidades do Grande Panda elétrico em diferentes cenários de condução.
Em seguida, a experiência seguiu para a estrada ao volante do Abarth 600e Scorpionissima, uma edição especial que mantém o ADN desportivo da marca do escorpião, agora impulsionado por um motor elétrico de alto desempenho.
O contacto com ambos os modelos reforçou a aposta da Fiat e da Abarth na eletrificação, mantendo a essência e o carácter que sempre definiram as marcas.
“A DEFESA NACIONAL EM TEMPOS DE REDEFINIÇÃO
eve lugar, no Sheraton Lisboa Hotel & Spa, um almoço-debate promovido pelo International Club of Portugal. O orador convidado foi Nuno Melo, ministro da Defesa.
Nuno Melo alertou para o facto de o modo de vida ocidental estar em risco, questionando a capacidade da ONU para enfrentar o contexto geopolítico, lembrando a extinta Sociedade das Nações e o risco de a história se repetir.
Numa análise aos desafios da segurança ocidental, citou o papel da China como “pivô ocidental” das rotas da seda, a sua “parceria estratégica” com a Rússia e a crescente influência de países como o Irão e a Coreia do Norte, ainda que com “ambições geopolíticas muito distintas”.
Sobre o atual cenário internacional, defendeu que a contestação ao alinhamento mundial definido no pós-Segunda Guerra Mundial “deve ser compreendida” e “deve ser contestada porque os países não têm de guardar para si o destino que outros quiseram para eles”. No entanto, sublinhou que o Ocidente “tem de estar à altura daquilo que lhe é pedido neste contexto mundial”. “O que está mesmo em causa é o nosso modo de vida. E o que está em causa é a nossa necessidade de defendermos o nosso modo de vida. Eu tenho um bom modo de vida, e que não pretendo substituir por qualquer outro”, afirmou, acrescentando que estas mudanças no contexto geopolítico “reforçam a evidência da transição para uma ordem multipolar”.
O ministro alertou ainda para o facto de se prever que o investimento da Rússia em defesa em 2025 deverá ultrapassar a globalidade dos 27 países-membros da União Europeia, considerando que não são números animadores, e salientou que a União Europeia deve reforçar a sua contribuição para a NATO, para garantir a partilha de encargos e assegurar que não vive “debaixo do guarda-chuva protetor dos outros”.
1| Luís Mira Amaral, Luís Queiró, Peter Kirby-Higgs, Felipa Xara-Brasil, Nuno Melo, Manuel Ramalho, Jorge Camões, Carlos Monteiro, Frederic Thenault e José Serra de Carvalho Peres 2| Luís Infante da Câmara, Felipa Xara-Brasil e Manuel Pinto Coelho 3| Manuel Neves e Ricardo Santos Lopes 4| Nuno Sardinha e Frederic Thenault 5| Filomena Sabóia e Henrique Picat 6| Álvaro Castelo Branco 7| Embaixador Haldun Koç e Miguel Morgado Ribeiro 8| Nuno Carneiro 9| Ana Laia 10| Luís Mira Amaral 11| Embaixadora Ana Ilic 12| Fernando R. da Silva 13| Pedro Sardinha14| José Serra de Carvalho Peres e Victor Vodopianov 15| Nuno Melo 16| Nuno Melo e Manuel Ramalho