Revista Mirante - nº 3 - maio de 1957

...mirando o que acontece...

LAR FRANCISCANO DE MENORES Um mundo de •felicidade para os pequenos sem lar.

pag. 7

O DIA DAS MÃES

...nas mãos das mães a salvação do mundo.

pag. 14

A HISTÓRIA de . um FEITO

MEMORÁVEL pag. 22

MENINA e MOÇA Maria Isabel — encanto e meiguice

pag. 28

MIRANTE

Revista Mensal -

Maio de 1957

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Joaquim do Marco

Afinal não era mesmo de estranhar que os

passageiros do ônibus sc sentissem algo chocados.

Eram quase todos roceiros, vestidos de pano limpo mas grosso, uns calçados modestamente, outros de pé no chão. E constituiam a froqüêncianormal do ônibus machucado pelos estragos do tempo

e do

caminho, do ônibus que ligava à cidade maior o vilareJ0distante e decadente.

Entrara a moça granfina, de saia marrom, rodada e longa, blusa branca de linho, bordada, óculos de vidros verdes, «ray-ban»,e sentara-se, de sembaraçada, atrevida, no banquinho da frente, ao lado do chofer. E sorria com os lábios pintados e os dentes bonitos, fazendo gestos leves com as mãos

finas de unhas longas, esmaltadas, e dois anéis rebrilhando nos dedos. Tagarela va com o motorista e o cobrador, um tanto desajeitados ambos pela indumentária pouco limpa e a barba de dois dias à espera de navalha...

Os passageiros— e não podia ser de outra forma — ficaram embasbacados com aquela compa-

nheira tão diversa, tão estranha ao ambiente. Ho-

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mens e mulheres e até crianças olhavam de soslaio,

como que não compreendendobem porque se acha va ali entre êles aquela mocinha tão bonita, tão delicada, tão incomum.. . Já se notavam alguns espíritos conturbados e outros dominados de mal-

dosa irritação. Mas ha via outros que bendiziam ingênuamente a figurinha, pela suavidade que trans-

mitia à viagem.

Felizmente, o inesperado aconteceu e aconteceu

de maneira cativante para todos. Ê que o ônibus estacionara para receber mais passageiros modestos.

Como estava cheíssimo, os que entravam só a muito

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tida de chita e descalça. trazendo o filhinho nos

onde todos se calcam porque enconIram o calçado que

cou-a amorosamente em seu colo perfumado. Aca-

procuram pelo preco

custo encontravam um lugar para ficar de pé. E entrou u'a mãe roceira, tÔda queimada de sol, ves-

braços. A mocinha granfina ergueu-se rápida, tomou a criancinha envolta em roupinhas pobres e colo— riciou-a sorrindo, — a criança era pobre mas linda e assumiu aquela atitude tocomo os amores cante de mãe que nina o nenêzinho.

Um frêmito do entusiasmo e de agradecimen•

que desejam

to sacudiu os corações de todos aquêles camponeses

angulosos de mãos calejadas. A mocinha granfina humanizara-se num quadro edificante, que, sem

Casa Santos

o do anjo da guarda.

Depositária dos

muito esfôrço, eles poderiam identificar como sendo

Depois disso, que importavam o calor, o apêrto e os solavancos que, no machucado ônibus, vinha sofrendo aquela gente simples e boa?

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O fruto proibido é uma tentação eterna, As gerações passam Porém há sempre «outras» criancas passando por baixo do pano do circo...

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Sob o monumentalpórtico da Praça José Bonifácio, anunciando os jogos de basquete que trariam amais uma espetacular vitória para o XV de Novembro,passa o imponente desfile luminoso de comemoraçao ao 60.0aniversario de fundadação do Instituto de Educação «Sud Mennucci» (Foto Cicero)

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Piracicaba em Mirante Fotos de : Cantarelli, Paulo Ribeiro da Silva Sobrinho, Cicero, Lacôrte e Geraldo de Toledo

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F One - 2444 Acontecimentohistórico: inauguração das instalações da Falcudade e Odontologia de Piracicaba, conjugada com a instalação da Ia. Jornada Odontológi-

ca Brasileirae Ia. Semana Piracicabanade Bons Dentes Sessão solene no

Salão Nobre da Faculdade: a mesa ouve, de pé, o Hino Nacional executado pela Orquestra Piracicabana de Amadores, regida pelo Prof. Benedito Dutra

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«Corvo» é o nome que imprópriamentese dá ao nosso prestativo urubu.

Ave típica da Europa, é preta,

que ser artistas de sete instrumentos. O que, en-

tretante, não impediu que das «complementares» saissem grandes mestres, sue carnivora também do magistério, alrridades conque a semelhanças vivas, cujas ainda gumas ave nossa fundemcom a adquiriforam fulguraçõps por de rapina a enxamear cardas em tais escolas.disse, tôdaa parte onde hú O «eorvo», como ne deteriorada que lhe aproveite,

Ambossão negros, negros como a noite, negros ca. comoa necessidade,atudo restia, a privação de quanto é essencial neste

não era prêto. Nem era mulatoou, ao menos.mo-

o reno: era louro. Tinha rosto comprido, bigode aparado e os olhos azuis muito vagos, exquisitamenincertos... te Cristo. mundode Ningt'ém, através das Pois eu tive um profesda alma», era sor, na adolescência.a «cortinastactear-lhe @es-

capaz de pipito. Impenetrável a qualquer devassa que se quisesse fazer-lhe, era, no eloqüente•nas auo nariz aduncocomo o entanto. sensíbico da ave que lhe em- Ias que ministrava, poeta, deliprestava o nome. Era o vel como um uma garota seu andar lento, gingado cado como e cadenciado,que lhe dava melindrosa.

Eu adorava-o ! certa parecença com a ave Magro, esquipático como carniceira. repartido Pendidopara a frente, um urubu, cabelo exsempre concentradoe en- ao lado, éste homem nos simesmado, o «corvc• ia cepcional pelo saber, de casa para a escola e faz viver, até hoje, os domomentos desta para casa com se- ces. os suavestempos em gurança ritmica, sera olhar daqueles bons jovens vara os lados, sem cum- que uma plêiade de primentar ninguém, sem fulgurantes de talento e simpatia sorviamsuas aupestanejar...

Dedicadíssimo ao estudo, Ias e se impregnavam de mercê de sua tenaz fôrca seu espírito de mestre que de vontade, era um gran- sabe o que ensina, sente quem os colegas apelida. ram de «corvon. Não que fôsse prêto ou sequer pardo. Tambem não possuja

de mestre, mesmoporque, o que tala e transmite pelo velho regime das «es- uma dose imorredourade

HAITI Caféideal da família

o recanto

piracicabana

sua vida àquêles que vão seguir-lhe as pegadas. suir uma cultura geral Não sei qual de meus ampla e sólida para dar colegas lhe pôs o apelido conta do recado. Cada de «eorvo». Malvado! Des«catedrático» não se ocupa- leal! Eu fiquei rulo quanva apenas de uma discipli- do o soube! Magoado, na, mas de tôdas as disci- triste ! Mas o apelido pegou. plinas de determinadoano Mal sabia eu que ia ser do curso. o motivo de um incidente Para avaliar-se o que desagradável entre aquêle

colas complementares», o professor precisava pos-

eram as tais «complemen- mestre,que eu adorava,

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tares», basta dizer que não passavam de grupos escolares com programas grandemente ampliados, onde os mestres tinham a obrigação de lecionar, no mesmo dia, álgebra, português, francês, trigoneme-

e meu falecido pai. O caso foi que, tendo eu organizado um album de poesias sob a orientação do proressor, cometí a leviandade de, para êle, passar um

soneto da lavra de meu pai, que foi ótimo poeta,

trja, história,etc. Tinham com algumas criaçoes que

5

rivalizam .com as melhores de seri•tempo.

O (kcorvo», digo o mestre, não gostou da história e fêZ uma critica pouco favorável à peça literária incluida no album sem sua

Não me competia, po.

do «velho» e, especialmente, dc s amigos do «velho»,

Mais tarde, êsse maior

rém, ser juiz na questão.

Se o motivo dera-o eu, a polêmicaque se fizesse entre os maiorais da lite. ratura de nossa terra, em 1908.E meu pai, para isso, autorização.Dai a reação era impiedoso.

crítico do mundo da lua ue tacharam o professor foi lente e diretor, com

e o maior- critico do muitos méritos, da•Escola mundoda lua!

P'ros diabos ! E fui eu Normalsecundáriade São a bela cidadeda que, alfim, suportei calado Carlos, paulista. uma tremenda catilinária Desse episódio algo trisque uatéhoje me soa aos ouvidos. te mas pitoresco ainda

restam bem vivos para dêle falarem Ottoni Pompeu da. umadolescentee tinha Piza, Breno Ferraz do Agrande respeito e adoração maral, Elias de MelloAypo,••meu mestre? res. João Teixeira de Lara, Um colega meu, que Marciano de Toledo Piza, Brigar com éle? Respon-

der'? Como, se eu era, ain-

ainda vive, indignado e Alcindo Nascimentoe oumal impressionado com o tros. Como se vê, gente incidente, ao nos levantar- limpa. de grande projeçño

mos dos bancos para a no magistério, a qual, cersaida, dirigiu-se a mim e tamente,recebeuda velha «complementar»,inclusive disse, perentório : —se eu fôsse você, hoje,

do esquisito «corvo», o sairia expulso da escola, velho e belo espírito que

mas não levavaêsse desa- os tornou homens dignos e mestres excelentes. fôro para casa.

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Lar franciscano de Menores Um mundo de felicidadec alegria para os pequenossem lar.

A igreja do Lar...

Preparando o futuro na forja do trabalho.

Substituindoa familia. Anonimato injustificável e colaboração que se impõe.

Porque sempre

admiramos

com veneração o

trabalho, as obras dos Franciscanos, foi com sumo prazer que aceitamos a incumbência de escrever algo sôbre o Lar Franciscanode Menores, ignorado por muitos.

Escreveu:

RenanCantarelli

Fotografou : •Cantarelli

Essa admiração, que já era grande, passou a ser agora imensurável,pois, ao iniciarmosnossa visita ao «Lar», assistimos, logo na entrada, a uma cena realmente edificante Vimos a figura simpática,

bondosa de Frei Evaristo de Santa Ursula. recebendo um menor desamparaao de uma forma que nos comoveu muito. Com a mão direita sÔbre a cabeça do menor, Frej Evaristo lhe fazia carinhos, enquanto a outra, a esquerda, indicava o longo corredor por onde o petiz deveria entrar para encontrar um «mundo imenso de felicidades». apren-

der o caminho do bem, a ser um homem útil à sociedade, tendo quem lhe ensinasse os primeiros passos para um trabalho honesto e o habilitasse a ser, no futuro, uma pessoade valor e respeitada.

A finalidade do Lar Franciscano de Menores Após deixar entregue êsse novo hóspede aos

cuidados dos seus dois companheiros de uma luta sem fim, Freis João de Piracicaba e Fabiano Silvia nópolis,

Frei Evaristo,

demonstrando sentir-se

feliz por ter mais um ente para guiar no caminho do bem, recebeu-noscom alegria repassada da preocupação pelo extenso trabalho que a vocação lhe

impôs.

Frei Evaristo, inicialmente, fêz questão de men

cionar a verdadeira finalidade do «Lar» que consiste em CRIAR AS CRIANÇAS ABANDONADASNO AMOR

AO

'I'RABALHO

PARA QUE

MAIS

TARDE, POSSAM SER CIDADÃOS dTEIS Ã PÁTRIA. Estas palavras, que são o lema de geu

trabal ho, vimo-las confirmadas pelo que pudemos

notar dentro do «Lar». No comêçodo amplo corredor da entrada, logo ao lado esquerdo, fomos encontrar uma parte da tipografia a secção de encadernação.Ali, 6 ou 8 menores estavam trabalhando com dedicação e atenção a tôda prova, encarando, com a máxima seriedade, o trabalho que lhes competia, procurando assim mostrar o seu reconhecimento aos bondosos frades que os amparam

Daqui sairão brevemente sapateiros conscensiosos

Frei Evaristoé incansávelem proporcionar aprendizadoreal aos menores

'TÊS?

seu pouco de esfôrço, para a e contribuindo, com obra dos franciscanos. manutençãodessa benemérita igualmente, um oposto, lado Em outra sala, ao

na secção de sapatagrupo de menores trabalhava modo que seus mesmo ria e encarava o trgbalho do Em outraspartes, encadernação. da companheiros por diversos modos vimos mais crianças colaborando vivem. Na horta, que na manutençãodo cLar» em causar inveia a poderiam as plantações de verduras com que são muitos sitiantes, tal a maneira correta

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Evaristo nos esclarecia que o Lar Franciscano de Menores teve a sua pedra fundamental lançada a 7 de Dezembro de 1941 e foi inaugurado em 5 de Outubro de 1942. Começou, nessa data, com 22 menores, número atualmente elevado para 60. Mais não existem porque as condições financeiras não o permitem, pois, caso contrário, êsse número poderia

chegar casa dos mil. Para tal não faltam candidatos e nem vontadeaos frades.

Tudo o que vimos confirma as palavras iniciais de Frei Evaristo, pois quatro menores estão

frequentandoatualmente o GinásioSalesianoDom Especializada em motores estacionários

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Bosco, dois aprendem ofício, quarenta e quatro frequentam o curso primário e os restantes ainda não chegaram à idade escolar.

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Dentro do «Lar» reina o ambiente de uma grande família, pois os menores sñO tratados pelos frades com o máximo zêlo e carinho, recebem ali-

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em ordem, brinquedos em quantidade, não lhes fal tando nem mesmo aquilo com que tôda a criança

a capacidade.

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afi é natural

que a horta do cLar» cause inveja a muitossitiantes.

gosta de brincar — um cãozinho de nome «Peru», disputado por todos os menores «Peru», durante o dia -inteiro, é solicitado pelos guris e com todos brinca causando alegria geral.

Do que precisa o Lar Gostariamos de ter espaço para descrever tudo o que vimos no «Lar» . Não sendo possível isto, no momento, antes de enéerrarmos, queremos mencionar

que a principal preocupação de Frei Evaristo é a construção de um barracão onde possa instalar toda

a tipografia, que atualmente funciona em diversas salas e diferentes lugares do prédio, não permitin—

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do serviços eficientes, dificultando mesmo o bom andamento dos que nela se executam. Frei Evaristo já deu os primeiros passos para conseguir o que almeja. Alguns bons piracicabanos já deram seu apoio e por certo outros mais irão contribuir para que a tipografia do «Lar» fique localizada em lugar único. Assim produzirá mais e, em consequência, melhorada a situação financeira, mais alguns menores poderão partilhar dos ensinamentos e proteção dos bondosos freis franciscanos.

Ao finalizar estas notas, queremos frisar que, não obstante a contribuição imensa dos monges franciscanos à assistência aos menores, em Piracicaba, aeus esforços quase se perdem no anonimato incompreensível e injustificável. Não há dúvida de

que todos nós piracicabanos, de nascimento ou de coração, temos uma dívida grande de gratidão para

com os freis que dirigem o Lar Franciscano de Menores e devemos ampará-los da melhor maneira

possível,tal a importânciada obra que realizam.

Frei Evaristo, Frei Joã0 de Piracicaba e Frei Fabiano os sábios comandantes e a turma dos comandados.

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Entregando o pão do corpo

há 50 anos Reportagemde J. Morais Fotos: Cantarelli

Essa figura curiosa de um entregador de pão, há 50 anos firme e imutável no mesmo

taquara penduradas aos braços, cheias do pão

fresco que ia entre-

gando à freguesia .

Vê-lo agora, velho modesto mister, mee rece as honras de um mas ainda forte e teí— reg;stro especial. Não mando no mesmo oficio,

deve ficar apenas na com a agravante de memória perecivel dos resistir ao progresso dos vivos. Precisa ser im- veículosa traçao animal pressa nas páginas da ou mecanizados, é coisa própria história para que mexe com a saudade e com o pensaos pósteros.

Chama-seAdel ino mento da gente.

Pardavasco hercúleo, de Mello. Desdeque nossos olhos souberam porém manso de maanotar a singularidade neira e de falas, «Baré o apede certos personagens, ra Forte» parece haver há mais de meio scculo, lido lá pelos idos de 1906, nascido para trabalhos lembramo-nos déie, cont pacíficos. Daí o ter-lhe duas grandes cestas de assentado bem o encarAdelino de Mello - o «Barra Forte» - em

sua missão pacifica de entrega de pao

Há cinqüenta anos êle exerce, firme, o mesmo tnister. E pelo visto ainda vai a longe...

go de distribuir, pela benfazeja para quem, cidade, o pão do corpo, adquirindo-o, fazendo-o, porém, ao bondoso operário os urna assiduidade e hu— mildade que mais indicariam um distribuidor de pão do espírito. E bem pode ser aliás, que. pela forma modesta e digna de seu trabalho, o pão de trigo que êle distribui, ganhando qua. se nada, se torne hóstia

meios de viver com seu

próprio labor, retrógra• do mas honesto.

Dantes e quando ainda frequentávamos o grupo escolar, êle nos vendia pães quentinhos e deliciosos, fabricados numa padaria então conceituadissima

11

do António Ribecco, que

foi um dos magnatas do dinheiro em Piracicaba.

Lembramo-nos m u i to

mãe, concedeu-lhe fre-

guesia.

O progresso dos vei-

culos a traçño animal bem, e ainda lhes sen• ou motorizada, já o distimos a «gostosura» de

semos, não o empolgou.

nosso paladar de crian- Nem mesmo a carrocica, do pão-dágua, do nha a traçao humana pão Napoleão e do pão suportou, desde que, tendoce, de perfume, tama- do adquirido uma, ela nho e cores convidati- tombou um dia na vos. Manhãzinha ainda, rua e espalhou o pão êle transitava pelas pelo 8010. VOItou às ruas, cestas penduradas cestas penduradas aos aos braços, andar pe- braços, seguras e sem sado e lento e não complicações. Com elas, mudou até hoje! êle mantém uma traditregando o pão aos fre- cão cinquentenária, que gueses para o café. Re- só se extinguirá quando vemo-lo,

com

cores

as fórças do corpo não

mais vivas, nas manhãs mais o ajudarem, porfrias, densas de neblina, que, espiritualmente,êle

jamais deixará seu hufauas de neblina pela milde porém digno misrespiração. Nossa casa, ter de entregar aos frepor muito tempo e quan• gueses o pão nosso de do ainda vivia nossa cada dia... soltando êle mesmo gol-

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quasebi-centenáriavida de cidadeé possuir o titulode Athenas Paulista, título que, realmente; lhe assenta como luva. E dentre os muitose tradicionaisestabelecimentos

de ensino que concorreram e ainda concorrem para outorgar-lhe a distinção tem saliência excepcional o Instituto de Educação «Sud Mennuécin.

Foi por isso que a população piracicabana acompanhou entusiasmada e unânime os festejos comemora-

tivos do 60.0 aniversário da fundação da antiga Escola Complementar, a primeira do interior do Estado, um dos onze pilaresiniciais do monumental ensino normal

paulista. A efeméride ocorreu a 21 de Abril — uma das mais expressivasdatas de nossa história. Por coincidir, este ano, com o Domingo de Páscoa, as comemorações de fundação da Escola foram transferidas para o dia 27.

Tais comemorações— está na memóriade todos e amplamente registrado nos' jornais da terra — foram

de um brilhantismoe significadoinvulgares,à altura do

magnífico evento festejado. Começando com o hasteamento da Bandeira, na Escola, às 7 horas, realçado por belíssima oração do Prof. Benedito de Andrade, prosse-

guiramcom visita aos túmulosde Erotidesde Campos, Antóniode Páduanutra e outros professoresfalecidos,

no cemitério, com solene e imponente missa na Catedral, em que se ouviu o esplêndido côro da Pró-Arte, com a Professores reverentes ante o

túmulode Erotidesde Campos

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Elias de Mello Ayres, profere sua magnifica oração evocando a Escola Complementar, ante a herma de

Sud- o Mestre

homenagem ao patrono Sud Mennucci ante sua herma em bronze, na Praça José Bonifácio, e concluiu

commagnificentedesfileluminosode todos seus alunos, à noite. A homenagema Sud Mennuccifoi tocante, e o ato de depositar flôres aos pés da herma, ao som

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impressionantede um clarimanunciandosilêncioe sob palavrasvibrantesde ArchimedesDutra,até a formosa oração evocativade Elias de MelloAyres, tudo foi um perfeitohino de louvorà antiga EscolaComplementare ao atual Institutode Educação.

Fêcho brilhante das comemorações, entretanto, devia ser o desfile luminoso, à noite. Acontecimento que há muito tempo não se vê, na cidade, veio teste-

munharcomoaindavive e vibra o velho estabeleci-

mento, despeptandoà açüo dinâmica de seu novo diretor, o Prof. Adolfo Basile, que já se integrou de corpo e alma nas gloriosas tradiçõesdo educandárioda Rua

São João, e trazendo para a rua multidãoincalculável de piracicabanos,que assim demonstraramsua admiracão, seu respeito e sua confiança por uma Escola que tanto tem engrandecidoa fama culturalde Piracicaba.

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Mirante reverencia

O dia das Maes "Mães,sois vós que tendes nas mãos a salvação do mundo"

Leon Tolstoi

I). Cristina representa, em MIRANTE,nossa homenagem às mães piracicabanas.

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Farta, fartíssima e linda tambémé a literatura dêste dia de ternura universal. l)esde que. em Filadélfia, Ana Júrvis, numa inspiração estupenda,transferiu a homenagemque prestavam a

sua mãe para tôdas as mães do mundo,cresce, de para ano, o que se diz, escreve e faz no Dia dasano Mães.

Ainda há pouco tempo, lemos numa revista a informação de que o Dia das Mães, nos Estados Unidos, adquiriu popularidadequase tão grande como as restas do Natal. É hoje a segunda festa familiar daquela naçüo irmã.

Todavia, a Mãe, como tema literário, em seus aspetos social, sentimental, cientifico e religioso, perdese na noite dos tempos Difícil seria localizar sua origem, que os textos sagrados da Bíblia na figura de Eva, a primeira mãe — traída simbolizaram pelo êrro e condenada

Reportagem de Joaquim do Marco Fotos: Cantarelli

ao sofrimento, O significado salta evidente: Mãe é, originàriameate, sinônimo

de padecimento, de dor, mas dor e padecimento indispensáveis à perpetuação do gênero humano.

É a própriaBíblia, aliás, na sua portentosasedimentavüode sabedoria,que se incumbe criar a mais grandiosa e expressiva glorificação da de Mãe, fazendo-a gerar o Filhode Deus,o que a elevou à altura suprema de divindade.Mãeé, realmente,um ser divino...

O Dia das Mães,

porém, com G sentido e amplitude atuais, é de criação relativamente nova. Surgiu, em 1914,em Filadélfia, nos Estados por inspiração de uma professôra. Ana Járvis. Unidos, Quando amigos parentes rendi suas últilnas homenagens à Mãe dee Ana, que falecera, a filha. consternada, sugeriu que essa homenagem se dirigisse a tôdas as mães ralecjdas. O costume pegou, ampliou-se e acabou estendendo-se a tôdas as mães do mundo. mortas e vivas.

No Brasil, a resta das Mães, que é comemorada mundialmente, no segundo domingo do mês de Maio, teve inicio em 1921,por iniciativa da Associação Crista de Moços.

A aproximação dc, dia consagrador das mães é motivo sempre

de enormealvorôço espiritual e comer. cial. Tudo passa a girar em torno d!ts homenagensàs

mães Reeditam-se poesias e páginas literárias Coelho Netto comparece obrigatàridmente comclássicas. seu célebre soneto : «Ser mãe é desdobrar fibra por fibra. » Ramon

AngelJara é citado na íntegra de seu «Retrato

de Mãe. : «Há u'a mulher que tem algo de l)eus pela imensidade de seu amor, e muito de anjo pela incansável solicitude de seus cuidados....

Jornais, revistas, estações de rádio enchem-se de noticias, de sugestões, de lembretes, de concursos, enfim uma imensidadede estímulospara intonsjficaros atos de consagração das mães.

O próprio comércio, injustamente acusado de interesseiro, em sentido pejorativo, constitui-se o maior propugnador dos festejos. É injusto, realmente, vêr na propaganda intensa que êle faz do Dia das Mães, apenas o objetivo mesquinho do lucro. Basta lembrar que os comerciantes também são fi:hos e, por isso, têm mãe

ou esposa, o que lhes dá o direitoe o dever de possuirem sentimentoscomo os outros mortais. Razão as.

siste, cremos, a Genivsd Rabelo quando diz esta essencialmente o sentido mais profundo do Diadas Mães: o comércio promove amor, vendendo mais do que mercadorias, vendendo felicidade'.

Aspeto que muito nos impressiona, nestas homenagens às mães,vé a sua aceitação universal, pacífica, sem controvérsias filosóficas nem religiosas. Nunca vimos restriçõesao Dia das Mães .por causa de sua origem protestante. Ao contrário, todos os ramos eemque se dividiu a. religião cristã o aceitam e praticam com entusiasmo e sem reservas. É esta, talvez,a maior prova de que a Mãe é o mais divino dos seres,, acima dag discussõesmesquinhas que separam os homeng. Dai, por certo, aquela sentença profunda de Tolstoi, que serve de mote a estas linhas descosidas.

«Mirante» não podia estar fora dessa consagração universal e pacífica. E não podia, principalmente porque reflete

quanto pode pensamentose sentimentos de Pirar•icgba-— terra que goza da primazia de manter um culto oermanente de carinhoe assistência às mães, através de várias organizaçOesdeetinadas especialmente a cuidar da maternidade.

Constantemente risonha - um grande exemplo de bom humor - D. Cristina prepara «o rancho».

D. Cristina e Há quemse orgulhe de dinheiro„. oito filhos.

Bruno

orgulham-sede maior riqueza:

Dentre elag, salientaremos, pelo nome e pela finalidade cípua, a «Eecola de Mães Dr. Alvaro Guião», fundada, solidadae mantida por T). Branca Motta de ToledoSach.. exemplar a quem bern poderiarnos atribuir profegaôra e

o titulo de Ana Jarvig ,piramc.abana.

«Escola de Mães...» Véde bem. Lugar onde traina a ser rnñe, rnàrrqente àquelas que, por falta de instrução

de meios, precisam gaber corno aplicar bem seu amor filhos. É urna Escola sublime, com dezenas de mãeg•profmai,. atendendo a centenas de mães-aiunas. Comove realmente

verificar o afã destas em buscar os conhecimentose o amparo

que lhes permitam o desempenho acertado do papel sagrado de mãe. E o aproveitamento que conseguem! Aquéle tocante «amor à balança», por exemplo, para «pegar a saúd••do filho, Observadopor D. Branca. é coisa de que nunca esquecemos. E a dedicacao dos médicos que lá prmtarn seus perviçog, carinhosa e desinteressadamente, oferecendo

mãee a mais bela das homenagens! . . D. Branca penu e age bem «Em caga, no Dia das Mões. não

mos presentes materiais ás nossas -próprias mães, que dê!" não necessitam porque já têm tudo; preferimos, em seu aorne,

A escada completa do feliz casal: Francisco, Terezinha, Elisabeth, Raquel Lúcia, Odila Maria, Maria Cristina, Vera Regina e Bruno Filho

presentear inúmeras mães menos felizes com objeto• que lhes faltam». E D. Branca, num hino de três estrofes a poetisa mimosa,soube traduzi'. prop3Arealinr, porque:— Obra perfeita que sua Escola

"A Mie é da Patriaa sentinela, «A Mãe não

compete «A Mãe é o esteio do Universo.

Daria, gem dúvida, um capítulo a ples anotaçãodo que saia o número, o valor e a dedicação dag mães piracir•abanaa.

Nao talvezy onde não encontremos há um quarteirão da cidade pelo menos duas ou três santificadaspela figura querida e impressionante de u'a como D. Cristina Castilho Perraiolo, esposa de—e cidaõão que é Bruno Ferraiolo, que toda Piracicaba adrrnra e estima pela sua Bltnplicidade,retidáo de carúter e aplicar;üO àa lides da profissão e reportagem

para

do lar. D. Cristina—

escolhida pela

representar, em «Mirante•, . no Dia Mães, a mãe Piracicabar•a, é filha de Francisco Castilho,désse velho bom e simpático que nos viu nascer lú 00 Bairrodos Morais.Tern doze irmãos vivos. índice evidente de que tambéis. gua mãe, D. Madalena Munhoz, ainda bem viva, foi

Na hora do lanchea

turma avança disposta,

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por sua vez, uma grandemãe. Em D. Cristina,portanto,a

prole numerosa é tradição. É por isso que, casada em 31 de Dezembro de 1935 (evitou o bissexto?),há 21 anos, portanto, ela já tem oito filhos, o último com cinco anos.

Conhecêmo-lamenina ainda, viva e graciosa, frequentando nossa casa e foi um puro prazer para nós revê-la agora, volvidos mais de trinta anos, mulher animada e alegre, esposa feliz e, sobretudo.mãe compenetrada e firme de oito filhos sadios, bem educados,trabalhadores, que lhe enchem

(e ao marido)a vida e o lar de felicidade.O lar é modesto mas organizado a valer. Nêle, menos o Bruninho que é o caçula e não passa dos cinco anos todos têm obrigações a executar, supervisionados por b. Cristina, ue é, na linguagem expressiva da giria, um uem entra ali, verifica logo que é um lar onde todos cooperampara mantê-loem ordem e só pode existir quando tem a ventura de ser dirigido pelo génio divinal de uma verdadeira mãe.

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Enceradeiras D. Cristina, em todos seus atos, da sempre uma «lição de mãe». ser por ela que Deus abençoou êsse lar.

E deve eo Em dezesseis anos, vieram dois homens,o primeiro derradeiro, e seis mulheres intermediárias. Todos os

partos felizes, normalíssimos e os felizardos amamentados nos seios fartos da mãe durante quase um ano.

Não é de admirar que hajam crescido fortes, livres de moléstias graves e suportando, sem complicações,o sa-

e rampo,a catapora,a caxumba e a tosse comprida, caseique agora venhamtodos brilhando nos trabalhos ros e nos estudos, dando alegria e prazer á santa do lar — a MAE.

Muito obrigado, pois, D. Cristina, pela magnífica «lição de inúe» que nos propiciou e pudemos registrar em «Mirante», como urnapálida mas sincera homenagem a tôdas as (Ilães piracicabanas, a tôdas aquelas a quem

cabe dar a nossa terra filhos fortes e capazes de en— grandecê-la e dignificá.la cada vez mais. À senhora bem «A se aplica a sábia sentença de Ramalho Ortigão grande, a elevada, a importante função da mulher na sociedade humana, não é ser telegrafista, ser boticária, ser jornalista ou ser doutora; é ser mãe e espôsa».

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do matriarcado». Nada mais explicável do que o rancor de um homem contra o chamado sexo frágil.

Bastar lhe-á, para tanto, a ocorrência de ume desilusão amorosa... O que espanta é que possa haver uma antefeminista. Pois há. Chama-se Rosina

dos Anjos, é pintora, jovem e formosa. Numa con— ferência assaz longa, realizada há menos de um mês, no México, ela se revelou autêntica adversária do seu

óprio sexo.

Nêsse trabalho

curioso sob vários aspectos,

Rosina sustenta que a mulher é produto exclusivo do espêlho. Todos os seus gestos são estudados,

como se se destinassem a ser repetidos em 'cêna aberta. Porque, para a intrépida artista, é a mulher uma atriz que está sempre em ação, salvo quando

se recolhe ao lar. Suas qualidades, enquanto namorada ou noiva, são artificiais. Só se revelam na sua

chatice, depois que ela se casa. «Não, há um moespontâneas — corrige mento em que se Rosina : — quando se irritam. Vêja-se um garotinho

Despois, olhe-se no espêlho...

de cinco anos ao lado de urna menina de três. Tôdas as atitudes do guri revelam absoluta naturalidade, ao passo que ela já aprendeu, por instinto, a cuidar da sua aparência».

Rosina critica a pseudo beleza feminina. A seu juizo e parecer, o homem é muito mais belo que a mulher, teoria iá esposada por Van Loon.

MULHER

MULHERES Entrevistade José Lino Amado A opinião de Stephen Hecquet:

"Nossaépocaé a oportunidadede ouro para escravizaras mulheresa fimde evitar um perigoso adventodo matriarcado".

A opiniãode Rosinados Anjos: espêlho.

A mulher é produto exclusivo do como se Todos os seus gestos sio estudados, destinassema ser repetidosem cena aberta.

-A A formosuradas mulheresé um artifício econô• mulherraz do casamentoum problema por casam se mico. Só 99.9%das mulheres do que o amor- A mulheré menosinteligente nas mulheres homem O instintodo mandonismo

Os antifeministas

jamais formam legiões, em-

de bora saibamos ser ainda constante a influência públicamente admoestar Schopenhauer no hábito de em abono as mulheres por defeitos aue, diga-se atualidade, Na comuns. delas, nem sempre lhes são logrou um nome ressonante o advogado francês Stephen Hecquet, mercê da gozada tese de que «nossa época é a oportunidade de ouro para escravizar as mulheres a fim de evitar um perigosoadvento

A formosura da mulher é artificial. Sem querer, avaliza o ponto de vista de Stephen Hecquet, quando

convida a pequena Eva para examinar-secom

atenção do espêlho: «Você se acha bela? Então vamos fazer uma experiência. Vá ao cabelereiro, corte os cabelos como o homem; jogue na lata de lixo os trnta ou quarenta produtos de beleza que se acham em cima do toucador; experimente pôr calças, sapatos e meias masculinos. Em seguida, olhe-se, novamente, no espêlho. Você vai verificar como ficou feia

A pintora disserta longamente sôbre a desi—

gualdade de ânimo da mulher, sua lógica baseada nas conveniências pessoais, stra dissimulação, seu

exclusivismo, a tendência incoercível para a menti-

ra, a astúcia, que redunda em projeções, graças

às quais elas soem atribuir ao pai, ao irmão, ao marido, os erros que comete, a negligência na edu-

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comodismo e outras quacação dos filhos, por mero dela «um sêr quase sem lidades negativas que fazem consideram o casamento função social». Calculistas, Segundo os cálculos de uma questão econômica. das mulheres se casam Rosina dos Anjos, só 99 %

REIíFlcn

por amor. que o A mulher é muito menos inteligente pode ela Superar anos homem. Até à idade de treze solução dos seus um colega da mesma idade na frente, o menino para Daí problemas escolares. ajunta a armacaco o deixa-a longe, «tal como que — só se malicia de dose tista, com grande

adianta ao homem nos primeiros mêses de seu de—

ROMANO

scnvolvimento».Para Rosina: Eva nunca se preocupa com um problema de relevância, está sempre distraida diante de qualquer assunto que não se relacionar com a sua pessoa fisica. Só tem espírito crítico para fer'r. observa a Tôdas elas gostam de mandar conferencista — tôd.as. Como são astuciosas, dão às vezes ao marido a ilusão de que é por êle governada. Mas, na realidade, nunca abdicam de sua autoridade. Também a apregoada intuição da mulher não passa de uma burla. Interpretar sonhos e

dêles tirar presságioa é no que se cifra êsse tal sexto sentido, de que tanto se ufanam. Se lhes disserem que os sonhos estão em função do passado e

nãô do futuro, fingem acreditar, mas continuam a explicá-lo sempre com base nas previsões.

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Nela está O SEGURO

DE VIDA DE SEU CARRO Para terminar, Rosina dos Anjos fala-nos da ela acha que a mulher com tendência para o crime crueldade entre as mulheres. Repetindo Alfred Matter,

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sobreleva-seao homemno que se refere à perversidade.

Assinalemos, de passagem,

bem interessantes que ela faz da projeçãoose estudos racionalização entre as mulheres, assim como do delírio de auto-referência das solteironas. Nem se esquece da «maneirade falar» da mulher. Ouçam-na : «A fala da mulher é diversa da do homem. Êste

não tem malícia para perceber

guagem feminina, cheias de as nuances da lincircunlóquios intencionais, de

subentendidos, de pequenos desvios. Se um moço pede à namorada — ela, que é que se defina me calculista,pode responder «De certo — e o namorado, que está em fase de semi-imbecilidade,imagina que e não o é. Assimtambém uma é por ela.amado' pequenx expressão do seu léxico pôde ser leza, agrado a qualquertomado por atenção, gentitretanto, no íntimo, ela homem desprevenido. o está mandando para o

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veio para o Brasil - via E a "Copa Atlantico•' Piracicaba !!! - Classe, técnica, fibra e juventude,

Nacional - Ases do a serviço do Basquetebol Cesto personalizamPiracicaba esportiva.

Texto:- g. REBELLO Fotos - Cicero - Fil/eti - Lacôrte

...Esta é a história de um feito

memorável, êstes os heróis da grande jornada internacional

O técnico Braz

Mané

Esta página é a homenagem, é a gratidão, o reco-

profusão e de tôdas formas, convertidas no marcador,

os grandes «ases» dos grandes momentos.

As noites portenhas vi-

uma poderosa Celeste Olimpica do Uruguai, uma homogênea seleção platina de Buenos Ayres e uma perigosa seleção do interior argentino. Aconteceu no

nhecimentode um povo que enaltece e reconhece veramindubitàvelmente horas de emoção, tão bem

caracterizadas pelo espetacular «esporte da cesta»,

quando tiveram a oportunidade de assistir aos duelos empolgantes, salpicados p e I os sucessivos

«chuás» de um acrobático

«scratchman», WIamir Mar-

ques, os da classe inconfundível de Pecente, ou pela elegância de Nascimento, ou pela calma ma-

tematizada com base na

fleugma de Mané; pela técnica de Paula Motta e da espetaculosidade de um Amaury Passos. Cestas em

Paula - Motta

que somadas derrotariam

W/omir

mais esquecer o preco das grandes vitórias conquistadas, representadas pela classe, técnica, fibra e ju-

Brasil,atravésde Piracica-

neio de categoria internacional. Ninguém poderá ja-

Pecente

iista e Ipiranga, jogou pela

ventude vibrátil de treze. Selecão Pauiista durante 12

«players• que, a serviço diplomático do esporte brasileiro em quadras argentinas, enalteceram o nome Luna Park a consagração esportivo de São Paulo. do apoteótica dos jovens atle- Brasil e personalizaram a tas de Piracicaba que, em já famosa Piracicaba esdiferentes condições arnportiva no ambito internabientes, conquistaram o cional.

ESTA É A HISTORIA RECORTADX DE titulo de Campeões do Quadrangular da maior UM FEITO MEMORÁVEL. cidade da América do Sul, ...estes os herois da numa eloqüente demonstraçño da pujança do fagrande jornada interbuloso «five» quinzista, que nacicnal conseguiu trazer para o ba, o orgulhoso galardão de campeonissimo de um tor-

cesta» em 1945; defendeu com destaque as côres do Pinheiros, Corintians Pau-

João Francisco Braz (té-

cnico) — Nasceu em São Paulo, Capital, aos 25 dias de novembro de 1920. Iniciou-se no -esporte da

anos, um dos recordes do «basquet» nacional; 10 anos

pelo selecionadoBrasileiro Presente às Olimpiadas de Londres e Finlândia em 1948 e 1952, respectivamen-

te. Quatro vêzes campeão paulista e cinco vêzes vicecampeão. Tri-campeão bra-

sileiro de lance-livre, e

outros títulos conquistados em torneios e campeonatos.

Técnicoda Selecão Paulista Juvenil por duas vêzes, foi

técnico do Ipiranga e atualmente empresta se u s reconhecidos conhecimentos ao E. C. XV de Novembro.

Manoel Antonio BortoIotti — (Mané) Natural de

Zé Carlos

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Buck Rio Claro, onde veio ao mundo aos 12 de Junho de 1931. Começou a jogar bola L ao cesto em 1947.

Jogou pelos clubes da terra ou seja, o Grêmio e o Bandeirantes, passando após

para o São Carlos Clube e daf para o XV de Novembro. Professorde edu-

cação física e conhecedor profundo do basquetebol, Mané, há muitos anos, é um

Recebemos variadíssimo sortimento de roupinhas de malha de lã para crianças e artigos de inverno em geral

«doublé» de técnico e jogador. Uma vez campeão pelos Jogos Abertos e três vezes vice-campeão, quatro vezes campeão dos jogos do Obelisco, vencedor de diversos campeonatos e torneios pelo «Nhô Quim»e Seleção de Piracicaba.

WIamir Marques — o fa

moso «diabo louro»,nasceu em São Vicente aos 16 de Julho de 1937. Iniciou as primeiras pêgadas no cestobol em 1951,em sua terra

natal. Jogou pelo C. li. Tamiarú (S. Vicente) e XV de Piracicaba, onde está atualmente. Integrante da famosa seleção Brasileira, por seis vezes disputou o Campeonato Mundial, as

Olimpíadas de Melbourne

(Austrália), dois Campeona-

Miro's Bazar

tos Sulamericanos e Pana-

mericano.Atuou pela seleção

paulista seis vêzes e duas pela seleção paulista juvenil; tomou parte em outros diversos compromissos in-

Governador, 983 Fone - 4019

ternacionaise brilhouin-

tensamente quando da vitória conquistada contra a Rússia. Possui um dos maiores cartéis de títulos conquistados por um joga-

dor de basquetebol,apesar de sua curtacarreira.Vicecampeão mundial, campeão

Nascimento panamericano,

vice-cam-

peão sulamericano, bi-campeão brasileiro (juvenis), campeão brasileiro em 55

e outros inumeros títulos

em competições regionais e estaduais, como Jogos Abertos do Interior e Jogos do Obelisco. Considerado um dos mais perfeitos jogadores do mundo por cronistas estrangeiros e por Mr. Greyim, presidente da

F.I.B.A.

Pedro Vicente Fonseca — (Pecente) — Também nas-

cido e criado na bela e

histórica São Vicente, aos 21 de Janeiro de 1935,Contador e funcionárioexemplar da M Dedini SIA. Ini-

ciou-se no basquetebolem

1951, jogando pelo São Vicente Praia Clube, passando depois para o Santos, de onde transferiu-se para Piracicaba. Jogou pela selecão paulista e «scratch» nacional. Campeão brasileiro, vice-campeão sulamericano, campeão santista. Conquistou outros títulos como os Jogos Abertos, Jogos do Obelisco.

Campeão do Interior e em outros ínumeros torneios. É considerado atualmente como dos mais perfeitos jogadores do continente.

José de Paula Motta Filho — Filho de tradicional familia de Minas Gerais, natural de Ponte Nova, onde nasceu aos dias do mês de marcocinco de Académico da gloriosa1934.

Escola Superior de Agronomia «Luiz de Queiroz. Começou a praticar o esporte da cesta em 1950.

Jogou pelo Minas Tenis Clube, Seleção Mineira, Brasileira,

Paulista e Universitária Brasileira. Pratica o chamado «fino»do basquete e já

conquistou inumeros títulos tais como: campeão brasi-

leiro,

campeão

mineiro,

campeãomundial universitário, vice-campeão sulamericanoe foi detentordo titulo de campeão brasileiro de lance-livre. Con-

quistou pelo XV diversos campeonatos e torneios.

José Carlos C. Hebling — (Zé Carlos) — Nasceu aos 16 de marco de 1937, na bela Rio Claro. Professor de Educação Física, iniciou-sena prática do basquetebol em 1950. Jogou pelo Grêmio e Bandeirantes ambos de sua terra natal.

Depois defendeu com destaque as côres,do São Car10s Clube, seleção sitária, selecionado paulista

e o «scfatch» brasileiro.

Duas vêzes campeão brasileiro de lance livre, em 54, juvenil e 55, adultos. Campeão brasileiro, adulto, juvenile universitário.

Campeão em diversos torneios por São Carlos e pelo XV. Zé Carlos destaca-se entre as grandes revelações do basquetebol nacional dêstes últimos anos. Considerado um dos mais perfeitos arremessadores.

Hilton Dupart Nascimenna Capital paulista aos 26 de julho de to — Nasceu

1935,primogénito do famoso arqueiro Nascimento, das selecões paulista, brasileira. do Palestra e do Vasco. Es-

tudante e futuro «calourv da novel Faculdade de

Odontologia de Piracicaba.

Iniciou-se na prática de bola ao» cesto em 1952e

25

logo surgiu como uma das maiores revelações do cestobol paulistano, pelo Floresta, e dai para seleções

paulista e brasileira. Cam-

peão paulista e brasileiro pela seleçño juvenil. Campeão brasileiro de 1956e campeão paulista (categoria

aspirantes). Sua aquisição pelo XV, foi realmente notável. Nascimento destacase pela incomparável flexi-

bilidade e elegância no

basquetebol, cópia fiel do «papai» como futebolista do passado.

(Buck) Milton Salibe

— Natural da «Terradas

laranjas»,a nossa vizinha l.imeira.Iniciou-seno cestobol em 1949, jogou pelo

Nosso Clube e empresta sua valiosa cooperação atualmente ao XV de No— vembro,apesar de residir em sua terra natal. Telo XV, já conseguiu diversos títulos, como vencedorpor duas vêzes dos Jogos do Obelisco,campeão e vicecampeão dos Jogos Abertos e de outros torneios Exímio «reboteador», o esuio Buck agiganta-se em

aixo do «cesto» pela sua

altura e precisão nos saltos.

José Carlos Ometto (Zé

()binha) — Uma das gratas revelações do basquetebol

piracicabano, nasceu em 22 agosto de 1936, na «Noiva da Colina». Comecou R jogar bola ao cesto em 1952, pelo C. R. de Piracicaba. Atual„.ente é «caLQ».lmoço louro» da «ESA popular pelo seu gêni0 afável e espirituoso. como cestobolista tem urna!bri• lante carreira pela frente,

pelos inegáveis predicados

na prática dêste esporte.

Tetra campeão dos Jogos do Obelisco, vice-campeão

em 54 e 56 dos Jogos Abertos e campeão em 55.

Campeãodo Interior, Tro-

féu Bandeirantes em 1955.

Vire. campeão do Estado e dos Jogos de Inverno.

Veio ao Enio Celles mundo aos 30 dias de Maio

de 1937,na cidade de Itú.

Joga bola ao cesto apenas há dois anos e já acompanha com destaque seus companheiros de «five».

Risonha revelação do nosso fabuloso cestobol. Estudante, jogou pela Escola In-

dustriol e já conseguiu ínumerostítulos. Duasvêzes campeão pelo jogos do Obelisco, vice-campeão dos

Jogos Abertos e campeão pelo torneio «Gualberto Moreira». Possui excelente altura para a prática dêste esporte.

Heitor Pergola Junior —

Uma das mais recentes conquistas do basquetebol piracicabano, também é filho de RioClaro, onde nasceu a 31 de Agôsto de 1934.Atuelmente reside em Piracicaba, onde exerce suas funções como funcio-

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Jogou pelo Bandeirantes e seleçño de Rio Claro. Campeão dos Jogos do Obe-

lisco e campeão do torneio «Gualberto Moreira». Possui notáveis qualidades no

esporte que abraçou.

Roberto Gatti — Piracicabano nascido em 1.0 de Maio de 1940, portanto o «caçula» do XV de Novembro. Revelou-se tenista de

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predicadose deixou o «es- por diversos colégios e porte branco» para dedi- chegou até a seleção Pau— car-se sómente ao basque- lista juvenil. Bi-campeão tebol, que começou a pra- juvenil e colegial. Viceticar em 1953. Jogou por campeão dos Jogos Aberdiversos colégios locais, tos e Jogos do Inverno.

onde estudou e atualmente é uma das revelações do XV. Tomou parte na seleção paulista juvenil.

Campeão colegial e juvenil.

Campeão dos Jogos do

Campeão do «Cbelisco» em

56 e do torneio «Gual.

berto Moreira».

Amaury Passos — O fabuloso«Scratchman»nacio• nal, nasceu em São Paulo,

Obelisco e do 'I'orneio Capital, é figura obrigatória

em tódas as representações paulistas e brasileiras. Per tence ao C. R. Tietê de São Paulo, onde joga há muitos Interior.

Sempre que conviCyro Augusto Gatti Fer- anos. emprestou seu varaz de Toledo (Cirinho) — dado concursoao notavel Natural de Limeira, onde lioso «quinteto» quinzista. Detennasceu aos 19 de julho de tor de inumeros 1939. Começou a praticar diversas vêzes títulose o bola ao cesto em 1952. nal, Amaury é internacioDe pequena estatura. mas mente, junto cominegavelWlamir, de agilidade impressionanAlgodão te, destaca-se também co- popular e Angelim, o mais da mo risonha revelação do atualidade, do basquetebol basquetebol local. Jogou nacional e sulamericano.

«GualbertoMoreira» e vicecampeão dos Jogos do Inverno e Jogos Abertos do

Cirinho

fimoury

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dois torneios que inegavelmente, representam o quasi «tudo» do basquete-

bol nacional. No quadrangular de RibeirãoPreto,

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superou com facilidade ao Jundiai e Botafogo de Ribeirão Preto, por 101 a 59 e 100 a 58, respectivamente, para ao depois alcan-

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ameaçador, e poderoso rival:

de vencer o espetacular quadrangular .«Dr. Dovilio Ometto». Desenrolaram-se os jogos, o XV sempre Ievando vencidos o Vasco

da Gama, o São Carlos, para em final magnifico e empolgante arrancar o títuIo do hexa-campeão carioca, ou seja do Flamengo.

Está aí ou por aí, o campeonato bandeirante de futebol,ou especie de «papa filas» ou «papa níqueis».

Quase uma «vintena» de clubes, uns para salvar um lugar na divisão principal e outros para tentar o titulo de 1957 0 XV de Novem. bro estará neste duri*imo páreo e desta feita com ausências em seus dominios das esperadas visitas do Palmeiras, São Paulovaie Corintians. A parada fórca e ser dura, muita Ganharevamos para lá. mos como da vez,passada.

A questão é esta: o prin-

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da Gama, sua 8a. vitoria alcançada por «100» ou ccesta-centena», já record nacional. Até quanto irá ?

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A dança é sua maior preferênc

MENINn Encanto do presente que o futuro Estudos e arte por vocação e não de vitalidade e saúde Manias

capítulo

parte.

Reportagem de Joaquim do Marco Foios Contarelli

Os esportes fazem parte das exigências de sua vi¿alidade

«Tu, que és quase uma criança, e que enlevada sorris à tentadora esperança de ser amada e feliz, Sê formosa; entre as formosas reina e brilha se puderes : que a beleza entre as mulheres é como o viço dos rosas.'

Vicente de Carvalho

Foi dêstes versos e de outros de Bernardim Ribeiro que nos lambrámos quando vimos e ouvimos Maria Isabel — Bela na intimidade. Ê mesmo aquêle encantoindefinido de menina e moça que desespera os poetas e perturba os namorudos.

Radiosa. atraente, nos seus quase quinze anos.

Naturalmente feliz, ainda na ignorancia do que seja a

protege. vida e na segurançado amor familiar que agraciosa vai O porte «mignon», em que a menina admitidesaparecendoe já se advinha a moça bonita,moreno

artistica

ria qualquer côr de pele e de cabelos. Mas o ténue daquela e o escuro sedoso dêstes assentam-lheà a maravilha. Dão-lhe mesmo certo «salero» atrevido, denunciar preciosa ascendência andalusa, e a tornam ansioso. êsse encanto do presente que o futuro aguarda sabe que Bela Quemtem a ventura de conhecer não' o é apenas não exageramos. seu todo tão atraente pela soma inpor essa beleza exterior, mas, sobretudo,os : nas vejável de meiguice estampada em todos e traços límpido, na linhas finas do rosto, no olhar profundo das mãos fala mansa da voz sonora, nos gestos serenos pensamentos es. delicadas, na expressão simples dos fraternal, da solipontaneos. Meiguice do amor filial e dariedade humana. querê— Se quero bem a meuspais? Comonãogozo na o que

sou e 10s,se eu lhes devotudoo queamaria.

Mas, por tudo vida? Só por ser filha eu os eu não só os amo, adoro-os.

quanto eles fazem por mim, E os raanos? sempre unidos e Os manos também. Somos Demais, eu passageiras. e leves sempre as rusgas são Viemos gémeos. somos Waltemir, e o Zô, Isto é, o juntos ao mundo e vivemos como unha e carne.

e MOCA...

e solidariedade humana aguarda ansioso —Meiguice filialdiversões como exigências irnpostos — Esportes, passeios e espanho Ia e superstições moderadas

Leitura : um

pessoas?

E de outras simpatia geral por todos e pena, muita

Tenho as semanas visito dos infelizes. Tôdas pena, dos pobres,que e tem uma colégio do perto mora uma cega pobre prazer especial em ensinar catecismo Sinto quando dianimais. Fico magoada Quando as crianças. Adoro vira-latas. urn é Robert' Chorei muizem que meu «Milon — morreu.

Negrinha — êle nasceu, mae também, gosto muito dêles e não 0 to. Os canarinhos Ali! a tartaruguinha 9ue um rem me esqueço de trata-los. belezinha.

Uma vê-la? trouxe! O senhor quer (Veninae Moca...parece (IQui mais moca do que menina

30

Ela gosta de danço clássica e se exercita sempre. Terezinha uo piano

gato frajola desenhado na parte interior. Hú anos que está aqui em casa.

Não vão penSar que ela fala muito. A menina e está mesmo um tanto acanhada ante o velho professor e o artista que parecem submetê-la a exame.

Felizmenteestão ali a mana Terezinha, professôra e

Bela só voou uma vez em teco-teco,

e acha que nunca mais Toará.

pianista, garota de beleza e amabilidade adoráveis, o Zô,atencioso oportuno, e a mãe, 11 Maria Ignez, excelente mestra primária, com larga fôlha de serviços ao ensine rural do municipio. Com tanta gente. a conversa se anima, o contrangimento

Ela ainda não se preocupa com os problemas quejá preocupamos futuros namorados...

se desfaz. D. Maria Ignez,

vai buscar umcafezinho. Estão lora de discretamente", casa o pai. Manoel Munhoz fiuiz, batalhador vitorioso no comércioe que conhecemos apichote» no bairro do Buraco Frio, onde nasceu, e o irmão mais velho, José Munhoz Filho, que estuda, em São Paulo na Escola de Economistas«AivaresPenteado». É. POIS,num bate-papo animado que Maria Isabel vai dizendocertas coisas boas de serem ragistradas.

— Gosto demais dos estudos ginasiais e artísticos.

Dedico-me a êles por vocação, ninguém -me força a estudar. Já cheguei à 4 série do ginásio e espero, com 18 anos. ser professóra. Dos estudos prefiro as ciências

e as Inatemáticas.mas não acho as línguas difíceis. Em arte, estudo piano 'e, principalmente, «ballet». Adoro o «ballet»e, se o talentome ajudar, hei de ser bailarina.

Já tomei parte, com sucesso. em várias apresentações públicas da Pró-Arte. Foram minhas professôras, naque-

le educandário, D. Iris Ast e D. Maria Kikuchi Atual. mente, frequiiento, no Conservatório Dramático e Musical, as aulas do Prof. Joshey Leão, primeiro bailarino do Teatro Municipal de São Paulo. Prefiro a dança clássica, mas pratico também, com prazer, a espanhola.

— Voz do sangue, por certo. E os esportes?

— Freqüento o Clube de Canpo e pratico a natacão, a equitação e o -ténis. Aprecio o basquete, mas não o pratico, nem sou torcedora apaixonada dêle.

— Passeios e diversões, que diz dêles? sempre um prazer novo.

— Adoro-os.

Nãotenho viajado muito.Porém, já tive o gosto de ir a Campos do Jordão, onde me impressionou a novidade das montanhas, um espetáculo. Fui também ao frio de Janeiro, a Petrópolis.— Linda, mas emocionante, a viagem ao Pão de Açúcar, no trenzinho aéreo envelhecido...

Minha diversão preferida: o cinema. Gosto também de teatro, reumões sociais, festinhas de aniversários. Não freqüento ainda bailes, apesar de estudar dança. Madri-

nha de um «bicho».este ano. fui ao baile dêles e dan-

cei a valsa com o afilhado.. ... Esportes, passeios e diversões, quero-os não por predilecão exclusiva, mas por serem uma exigência de minha vitalidade.

— Tem manias, superstições, mêdo?

— Manias, mas não muito pronunciadas : coleciono flâmulas, minha mania mais forte, e caixinhas de fósfo-

ros. Esta agora vai diminuindo... Não cultivo supersticoes, ou melhor, vejo-as à moda espanhola: nñOcreio nelas, mas que «Ias hay». é quase certo. Nunca senti mêdo, nem de gente, nem de animais, nem de escuridão.

— E leituras? Se gosta de estudar...

Ah! êsse é um capítulo à parte para mim. Cumpro quanto mais depressa posso minhas obrigações para ler. Deveres escolares, piano, tratamento dos canários, bordados, tudo procuro fazer bem feito, mas a leitura é a minha predileção. Mamãe que o diga. Quantas vezes precisa até arrancar-me dela.

— Tudo quanto posso. O senhor sabe. O tempo é pouco, infelizmente. As materias do ginásio são muitas.

As aulas de dança, os esportes exigem horas. Mas ieio revistas, especialmente, o Cruzeiro, Querida e agora Mirante Tambem leio os artigos e curiosidades selnpre edificantes de Selecões do IReader's. O forte, porém, da leitura são os romances... de mocas. Fui freguesa assi-

duade MadameDelhy. Li e reii encantada a «Moreni-

nha» de Macedo. Que mimo de romance! Agora estou na coleção de José de Alencar, da editora José Olympio, encadernação azul, bonita. O senhor conhece? Fiquei empolgada com Iracema e O Guarani. Já passei para O Tronco do Ipê...

Gostariamos de ouvir mais, Bela, de conhecer mais virtudes de seu espírito de menina e moça tão bem formado. Mas «Mirante» é uma revista ainda pequena e pobrezinha. Não pode agasalhar tôdas as riquezas que deseja. Não se esqueça, porem, de nosso conselho: persista na trilha certa do aprimoramento do espirito e do coração.

Gosta de coleções de flâmulas e caixas de fósfo-

ros, mas não é mania absorvente

Maria Isabel e Zô vieram ao mundo juntos e

continuamunidoscomounha e carne

Estudetambém a poesia e ouça,para encerrar, o mesmo Vicentede Carvalhoque abriu estas linhas:

«Sê bondosa; entre as melhores «sê a melhor, se puderes: «que a bondade enfre as mulheres «é como o aroma (1as flôres.•

Coração boníssimo, pleno de solidariedade humana.

T

A natação é seu esporte favorito.

As águas recebem-na encantadas.

Robert» com curinho os animais - seu «Milon não é um simples Tira-lata para ela

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64, têm razão: a golidão, na velhice, é triste e amarga.

Viuvo há 4 anos, êle morava em Pôrto Feliz, com seu filho único que, nomeado para o cargo de professor em Tatui, mudou-se para esta cidade, levando consigo o pai.

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inimigo: a solidão. paVai daí, remexeu no para êle e nem ela... baú das recordações e ra a vida velha eles vão trocar nova E agoracomeçando vida

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CINEMA

Depois de prolongada

por ROBERTO AZEVEDO

ausência, Ann

Foram necessarios 2 .anos e uma que por certo agradará ao grande

Sheridan voltQ ao cinema, no filme: ''Quando

a Primavera Vier'

fortuna p Ira produzir •'O FILHO PRÓDIGO". É um filme público por sua luxuosa montagem. No elenco estão LANA

TURNER, EDMUND PURDOM, LOUIS CALHERN, NEVILLE BRAND. Direção deRichardThoâe

41

Amigos leitores:

Uma das tarefas mais difíceis do de cinemaé encontrar matéria que atendacolunista ao interesse de seus leitores;isto porque as opiniõesdivergem

os gostos variam, espantosamente, de pessoa para pessoa. Assim sendo, uns preferem ler urna crónica retrospectiva sobre os filme; exibidos; outros gos mais de «correr

tam

os olhos» numa críticn prévia

acêrca dêste ou daquêle filme, sem contar com urna considerável parcela dos que «devoram» os cos e curiosidadessôbre a gente de cinema. Pen— sando assim, resolvidividir a minha secçãoem três

Uma

partes: uma é da crítica retrospectiva; outra, da prévia; outra ainda, dos mexericos e curiosidades em tôrno dos «astros» e «estrêlas». Creio chegar ao

meu maior objetivo, qual seja: agradar a todos, setu exceçüo. «Tá>?

«Vidas Amargas» Profundamente humano e intensamente dramático, «Vidas Amargas» converteu-se, como era de se esperar, numa das maiores realizações do cinema, nos ú ititnos tempos. Encerrando situações comoventos e reais, irrepreensívelmente desempenhadas

das cenas dramáticas do prometedor filtne «Corações em

por um elenco de grandes, a película correspondeu a enorme expectativa que se formou pela propaganda de que veio precedida. O original de John

Steinbek mereceu tratamento e adaptação, cinema-

tograficos perfeitos, não perdendo, assim, seu con— teúdo vigoroso e arrojado. A direção de Elia Kazan, soberba sob todos os aspectos.

Individualmente, não poderiamos deixar de falar sobre James Dean, o inesquecível cCal», figu-

Angustia»

ra-tronco de «Vidas Amargas', não só porque o

rapaz inegàvelmente se constitui, ainda, mestno

falecido, num dos maiores cartazes do cinema, mas

também porque foi um ator de reais meritos, como sobejamente o demonstrou. Seu papel, nessa película, foi vivido com absoluta naturalidade, segurança e

propriedade.Impressionanteo trabalho do infortunado Dean. entre os

Justifica-se plenamente a sua inclusão da 7.a Arte.

CONTINUA

42

As mais belas fotos de

tacazt%tog

«Corações em

Angustia: : duas mulheres

putam uma criança

Ú;

sempre novo.

velhotema

dis-

Injustiça clamorosa seria omitir os nomes de Julie Harris (revelação surpreendente e promissora) e Raymond Massey,o veterano e correto ator, que

dividiram com Dean, os triunfos do filme.

Um filme positivamente inesquecível. Resta apenas lastimar que tlinda existam mentalidades

tão tacanhas ou mal-formadas que tenham rido

/7/71

despropositadamente e até (pasmem !) tocado «gaitinha» durante as cenas mais dramáticas dessa obraprima do cinema. Creio que a censura deveria ter

estendidomais o limite de idade...

«Corações em Angustia»

É uma produção de Michael Balconi para a Organização S. Arthur Rank, distribuida pela Republic Ficcures.

O filme tem merecido as mais favoráveis críticas e aceitação integral por parte do público. Laureado As crianças continuam apresentando grandes atuações no cinerna. Esta também não foge regra.

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43

n Americana As mulheres ele-

gantes nunca se esquecem de que é na «A Americana» que elas encontram os mais famosos Lana

Turner, ainda em grande forma (física), éa

principal figura femenina

de «O Filho

Pródigo»

com o prémio «Golden Laurel Award», no recente

produtos de beleza e de toucador

Festival de Edinburgh, e tendo como protagonistas Miss Cornell Brochers (atual sensação feminina in-

ternacional) e Ivonne Mitchell, ambas laureadas com o prêmio da Academia

britânica

(equivalente

n Imericana

ao 'Oscar», gira em torno de um terna bastante

accessíveie apreciadopelo grande público e particulartnente pelo feminino: a disputa entre duas

R.

do filho. Não percam.

FONE - 2336

mães, uma adotiva e outra verdadeira, sôbre o amor

* Ingrid Bergman, não compareceuà entrega do 'Oscar» a que fêz jus pelo seu desempenhoes petacular em «Anastazia». Muita gente estranhou o fato. Poucos se lembraram, no entanto, de que o prêmio seria entregue por Anna Magnani, vencedora do ano passado, com «Rosa Tatuada*. Anoa Magnani era a éspôsa dc Rossellini, quando Ingrid

virou a eabeça dêste...

Por que Ingrid Bergman não compareceu para re ceber o «Oscar»?

Por

temor ou del icadeza ?

* Por falar em «Oscar»: o veridito dos Juizes do concurso parece não ter convencido e agradado a todos. Urna das causas do desagrado, foi Yul B' yner, ter sido o laureado, ao invés de Kirk Douglas (pelo seu trabalho na vida de Van Griegh). * Já os «Golden Globes», ambicionados troféus que a crítica norte• americana oferece anual-

mente. foram entregues a Kim Novak e James Dean, campeões de popularidade em 48 países.

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