Revista Mirante - nº 1 - outubro de 1980

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ΙΡιΑΝΤ


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MIRANTE

MIRANTE

Pundada em março de 1957

Diretor:

Araken Martins

ANO 1

PIRACICABA/OUTUBRO/1980

NO6 (NOVA FASE)

Editor:

João Maffeis Neto - Reg. 9.579

Redação:

Araken Martins, Ari Gomes, Barone e Lucio Domenico

Vera Maria Queiroz. Fotografia:

Christiano Diehl Neto, Nelson

Campos, Henrique Spavieri e

Cícero Correa dos Santos

Composição:

Empresa Gráfica Piracicabana Ltda. — tana, 94 —

Rua Rangel Pes-

Fone: 33-3099 —

Piracicaba —

SP.

Impressão: de Menores

Lar Franciscano

— Av. Independência, 1146 — Fone: 22-8835 —

Piracicaba —

SP.

Tiragem:

3.500exemplares

Redação, administração e anúncios:

Rua São José,851 caba —

Piraci-

NOSSA CAPA

SP.

MIRANTEé publicada por intermédio de Jal —

Arte & Co-

Marilisa Seghesi Romani,

fotografada por Christiano Diehl Neto, do Studio Macro

municação S/C Ltda.— Rua

(Câmera

São José, 851 — Piracicaba —

Nikon

F2, lente 105 mm,

filtro Soft)

SP.

SUMÁRIO

Distribuição: Distribuidora Piracicabana de Jornais e Revistas Ltda.

Travessa Almeida Junior, 355 —

Fones: 33-3315 e 22-6289 —

Piracicaba — SP.

Todos os direitos são reservados, sendo proibida a repro-

dução total ou parcial dos anúncios

e matérias

constan-

tes desta edição.

Os pedidos de assinaturas de-

vem ser feitos diretamente à

Rua São José,851, ou através de

nossos

contatos

mente credenciados.

devida-

ZOOLOGICO

O CENTRODE REABILITAÇÃO UM RESTAURANTE DIFERENTE

CAFÉ EM SOCIEDADE AMOR NELLY KIM, JUMBO ELETRO: SETE ANOS CINEMA MODA

MOTO: UMA NOVA IMAGEM FILATELIA

4 9 12 14 16 11

22 24 26 29 3



ZOOLÓGICO O terreno que o zoológico

de Piracicaba ocupa atual-

concretizada no

governo de

pertencia à Fazenda mente Areão, da Esalq. Ciente do o dr. Edterreno abandonado,

Cássio Paschoal Padovani. O dr. Kiehl lembra-se perfeitamente da proposta feita pelo Secretário de Obras, Lá-

de doação em 1962 por inter-

zoológico. Vocês arrumam os

mar Kiehl entrou com pedido médio

do Lions Clube de Pi-

racicaba-Centro,do qual era

zaro Capellari:"Eu arrumo o animais?"

A

administração munici-

do 1--lomeroPaes de Athayde substituiu a Cássio Paschoal Padovani.

GASTOS E VERBAS Resistindo a várias admizoológico foi nistrações, o de an;número em crescendo encargos. e funcionários mais, Gangorras, bebedouros e disco voador deram novo aspecto ao Paraíso da Criança. Os gas-

presidente. Seis anos se passa-

pal cedeu as máquinas para a

do da pelo então governador de Barros. Estado, Adhemar

eucalíptos; foram

zoológico, o Lions Centro contou com o apoio do Lions Leste e dos três Rotary existentes. Os cinco clubes de servi-

apenas dois anos o zoológico estava pronto, sendo inaugu-

mil cruzeiros mensais. Segundo o dr. Kiehl, quando Adilson B. Maluf assumiu a pre-

1971.

feitura, foi destinada

entanto, que é considerado uma extensão do zoológico, só em 12 de oufoi inaugurado

posteriormente para 100 mil.

ram até que a doação efetiva-

Para a implantação do

ço formaram

uma

comissão

para a criação do zoológico mas, na época, o prefeito Luciano Guidotti não concordou com a idéia, que só veio a ser

terraplenagem, conservando os marcadas

as ruas e construído o lago ar-

tifical existente até hoje. Em

rado a primeiro de agosto de O Paraíso da Criança, no

tubro do ano seguinte, quan-

tos giravam em torno de 40 ao zooló-

gico a irrisóriaverba anual de 50 mil cruzeiros, aumentada

No fim do mandato, Maluf deixou um orçamento de 300 mil

5


cruzeiros para a administração João Herrmann

Neto. De-

pois de tantos cortes, essa quantia

ficou reduzida

pela

metade. Nessa época a verba

destinada pela prefeitura de Sorocaba

ao

considerado um

seu

zoológico,

dos melhores

do interior do Estado de São Paulo, era de 3,5 milhões de cruzeiros.

Uma fase difícil relembra-

da pelo dr. Kiehl: "A alimense tacão dos bichos sempre maiores dos num constituiu a problemas, principalmente Polícia que a no carnívoros, dos colaborou, muito Rodoviária sobre os anicomunicando-nos

mais mortos por atropelamen-

to nas cercanias de Piracicaba".

Esse serviço que a Polícia

Rodoviária ainda presta ao zoológicoé de grande valia. Pa-

ra se ter idéia do consumo

de

carne, um leão come de três a

cinco quilos de carne diariamente. São consumidos também cerca de 15 mil pintinhos

todo mês, conforme afirmação do profissional da área veteri nária, dr. Hélio Negrelli Filho

que, junto com o dr. Miguel Morano Junior, prestam servicos à Prefeitura, através da Coordenadoria

Municipal

de

Turismo, responsável diretapeIo zoológico e Paraíso da Crian-

ça, depois do afastamento do antigo diretor. De julho de 1979 a janeiro deste ano, além do repovoade animais através de mento captura, empréstimo, doação, permuta

e aquisição, o zoológi-

co e o parque passaram por muitos melhoramentos, alguns dos quais de grande importância, como a drenagem do lago, reparos nos encanamentos e esgotos, reformas de viveiros em estado precário,consertos

de brinquedos e substituição das grades de proteção ao público.


Contando com 300 animais entre aves, mamíferos

e

répteis —-o zoológicoe o par-

que, que tem mais de vinte

funcionários, receberam no ano passado aproximadamente 300 mil visitantes.Otimista ou

irreal, essa estimativa é baseada no relatórioda Cootur

(17

de janeiro de 1980), que dispõe sobre a administração do zoológico e Paraíso da Criança. Casos interessantes aconte-

cem no dia a dia do zoológico. deles,segundo o dr. Ne-

Um

grelli, aconteceu com uma leoa que sofreu duas cesárias, ope-

rações bem

sucedidas, muito

embora perigosas e com grande margem de risco de vida. Na primeira vez, passados cinco dias, a leoa arrancou os pontos

i3t:.

da operação, sendo necessária a reconstituição à noite, sob a luz de um poste. A outra operação foi seguida pela castração, evitando-se dessa forma

nova gravidez que poderia ser fatal.

Se a média diária de visitantes é de 800, realmente a

população de Piracicaba tem interesse naquela e cultura.

Não

área de lazer

ao

seria conveniente

município pensar no zoológico

em termosde Fundação?

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O Centro de Reabilitacão O Centro de Reabilitação de Piracicaba, fundado há mais de dez anos com a finalidade de atender às crianças excepcionais da cidade e re-

gião, desponta hoje como um

dos mais importantescentros

ção do Bem Estar do Menor, Prefeitura Municipal, Centro

de adaptação do interior. Entidade particular e filantrópica, mantém-se a partir de

Nacional de Educação Espe-

sileira de Assistência,Funda-

campanhas beneficentes.

convênios com a Legião Bra-

cial, Secretaria da Educação,

além de sócios contribuintes e


de neurologia, fisiatria, ortopedia, pediatria, odontologia, assistência social, psicologia, fisioterapia, terapia ocupacional,

Basicamente, o Centro de

Reabilitaçãode Piracicaba tem por finalidade a adaptação e

readaptação física, psicológica, educativa, social e profissional,

fonoaudiologia

integrando equilibradamente tais processos parciais com um fim único global de máximo

desenvolvimento

potencial

orientação

de

nato e ambulatorial. Somente são admitidas as crianças de idade inferior a 14 anos incompletos, portadores de deficiêy cia física elou mental, excluindo-se as que possuam deficiência da sensibilidade especial,

no aos aprendizes que atingi-

rem desempenho qualitativo e

notadamente os de categoria

portamento do.

cável, destaca-se o trabalho desenvolvido na Oficina de Tra-

Seguindo esse esquema, os aprendizes recebem por pro-

balho Abrigada Piracicaba —

O.T.A.P. —

funcionando no

próprio Centro, ainda em instalações precárias, das 8:00 às 17:00 horas.

A O.T.A.P., que abriga

jovens de 15 a 25 anos, tem por objetivo promover treina-

visão e audição.

colocação em emprego exter-

mal e que possuam um com-

educacional treinável ou edu-

mais de 350 paAtendendo três recientes, são mantidos gimes: semi internato, exter-

excepcional na força de

trabalho; promover treinamento profissionale possibilitar

pedagógica. Favorecendo a adaptação do excepcionalà comunidade.

cada paciente.

tais como

e

menor

profissional aos excep-

quantitativopróximo do nor-

dução,

laborativo adequa-

através de

subcontra-

tos mantidos

com

sas Alutec —

Indústria e Co-

as empre-

mércio, Fábrica de Vassouras Primavera e Philips do Brasil S.A.

Procurando atingir todos os setores e ampliar ao máximo a possibilidade de integra-

O Centro de Reabilitação funciona atualmente em pré-

mento

cionais que atingiram todas

cão do excepcional à comuni-

dio próprio, à rua Almirante Barroso, n.0 500, cujo terreno foi doado pela Prefeitura Mu-

as etapas do setor educacional; psicofavorecer ajustamento

dade, o Centro de Reabilitação oferece, através do seu setor

nicipal,estando capacitado pa-

borativa, independência

ra um

atendimento

e

social; romover adaptação lae tra-

balho remunerado; pesquisar

trata-

mento de melhor nível. Para atender e cobrir todas as necessidades dos excepcionais, uma equipe de profissio-

nais presta serviços nas áreas

interesses, aptidões e habilidades laborativas; favorecer aquisição de hábitos, atitudes de

trabalho e resistência à fadiga; promover a integração do

educacional, com duas pedagogas e vinte e duas professoras especializadas, as classes

de Treinamento de Condutas Básicas, Maternal, Jardim dr Infância, Pré-Oficina, Pré-AIfabetização, Primeira Série e Oficia Pedagógica.

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10

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Jumbo Eletro : a grande atracão

do comércio

OS NOVOS DEPARTAMENTOS

lançou sua grande venda de

aniversário com o já tradicio-

Passados sete anos desde sua inauguração,

o Jumbo

nal tema

Ele-

aniversárioe quem

tro mantém-se como a maior atracão do comércio, atraindo

ano

seu

de atividades em

caba e servindo também

da a região,o Jumbo

Eletro faz

ganha o

presente é você".

milhares de clienmensalmente e região. Piracicaba de tes

Completando

"Jumbo

Além das incontáveis ofertas especiais cujos preços são r e alm e n te convidativos, o

grande centro comercial co-

sétimo

memorou

Piraci-

um

a to-

Eletro

a data distribuindo

bolo de mil quilos à sua

clientela no dia 11 de outubro.

Passando por completa reem

formulação

todos os seus

setores,a loja ganhou visual. Todas gistradoras

novo

reas máquinas " check-outs"

foram substituídaspor outras mais modernas

e funcionais e

aumentadas em número de quatro. Em 9.500 m2 de área construída, encontram-se os de-

partamentos de supermercado, lanchonete (totalmente reformada), frios e laticinios,verduras, cereais, bomboniere, tabacaria, cine-foto-som, discos,

camping,

móveis, aparelhos

domésticos, ferramentas, brinquedos, bazar, cristais,prataria, tapetes, cortinas, forrações, cosméticos, bijouteria e confecções infantis, masculinas e femininas. Além de todos esses depar-

tamentos, dois outros foram

criados para atender as exi-

gências do consumidor: uma

completa rotisserie e uma mo-

dema padaria e confeitaria,

IVülltlll\

que, além de oferecer pães, bolos e doces o dia todo, tami

bém aceita encomendaspara

festas.

Por outro lado, também se

preocupando com o cliente, e empresa

se interessa pelo ní-

vel de preparação dos funcionários ao auto-serviço. Por ou-

tro lado, pessoal especializado cria vendedores de gabarito dando-fnes condições de continuidade nos estudos e oferecimento de cursos técnicos em

administração e comercialização. 11


-68.0 Z

ESTÃURANTE

restaurante diferente

Inicialmente, parecia uma idéia maluca, apesar de origi-

nal: utilizarum

vagão da FE-

PASA como restaurante para estudantes. Mas a idéia estava lançada dentro da Faculdade de Odontologia de Piracica-

ba.

Sabia-se da possibilidade de consegui-lo e foi com a inter-

venção do deputado Jairo Ribeiro de Mattos e do dr. Anto12

nio Carlos Neder junto ao pre-

portes Lubiani

col), que a doação se concreti-

No mês

sidente da ferrovia, Tuffic Ja-

zou.

A partir daí, uma equipe começou a trabalhar sob a coordenação

do dr. Fausto Bér-

zin. Desdea escolha do vagão em Rio Claro até a preparação da base de concreto e os primeiros contatos com a Cater-

pillar Brasil S.A. e a Trans-

Ltda., três me-

ses se passaram.

de maio o vagão es-

tava pronto para a remoção da Estação

da Paulista ao campus

da FOP. Fora construídoem

1917 nas oficinas da antiga Paulista de EstraCompanhia da de Ferro e servia como restaurante à administração da estrada em suas viagens de inspeção. Com 17 metros de com-


Um

restaurante

diferente, agradável e funcional.

primento, pesando mais de 30 toneladas, a difícil tarefa de transportá-lo coube às duas

grandes empresas locais.Foram utilizadasduas empilhadeiras de alta tonelagem

da

terpillar e um Scania com carreta especial para cargas pesadas da Lubiani, movimentando

ainda equipes da Polícia Rodoviária,Telesp e Companhia Paulista de Força e Luz. O dr. Fausto Bérzin já dizia na época: "Vamos fazer o pos-

sível para devolver ao vagão as suas cores originais mar-

IUBIANI TRANSPORTES LTDA.

rom terra e amarelo — e man-

ter o estilo"Art Nouveau" que prevalecia desde sua constru-

cão"

Hoje, totalmente restaura-

do e circundado

por 300 mu-

das de árvores frutíferas tradi-

cionais (jambo, jambolão, pitanga, ingá, etc.), doadas pelo Departamento do Estado

de Sivicultura

o vagão

restaurante

atende não somente estudan-

tes,como também professores e funcionários da faculdade, além de ser mais um ponto de atração no campus da FOP.

PRONTA

O primeiro em transportes pesados de Piracicaba Rua or. JoggaCoury-4S-SS—

•Fon.:

13


EMSOCIEDADE * Uma nova casa de modas vai dar muito o que falar a partir de novembro. Anote o

nome: Kamarin. As proprietárias são Elaíne Eliane Andia.

Giannetti

e

* Por falar em moda, a Galeria "O Beco", na Governador, está levando vantagem com

conceituada boutique se

uma

instlando primeiras

em

de

uma

lojas.

suas

lá confe-

rir. * Também será inaugurado * Reinaugurada com finocoquetel depois

de ter passado

por complete reforma, a loja

de calçados e bolsas "Chaplin" está recebendo a selecionadíssima clientela de Piracicaba e região desde o dia 5 de outubro. A partir de então, a mulher elegante e inteligente não

mais precisa se locomover para grandes centros quando

quiser marcas famosas como Ducho, Tereza Gureg, Lefan, Bruno & Ferrari e outras mais. Nos bastidores de todo esse sucesso está o casal Fernando Augusto (Silvia) Z. Faraht.

no início de novembro o imponente edifício Sisal Center, da Construtora Fagundes. Luiz

Antonio Lopes Fagundes está radiando

* Registramos o recebimento do primeiro exemplar da nova fase de "O Trator", jornal in-

terno da Caterpillar Piracicaba. Com

*

O

professor dr. Antonio

Carlos Neder,

titular da

área

de Farmacologia, Anestiologia e Terapêutica da Faculdade

de

Odontologia de Piracicaba, que

já vem dando sua colaboração como membro de órgãos fede-

rais como o Conselho Nacional de Saúde

e a Central de

Medicamentos, acumula agora duas outras funções importantes dentro do Conselho Federal de Odontologia. A primeira

como presidenteda Comissão de Fiscalização dos Cursos de

Especialização existentes no Brasil e a outra como assessor para assuntos relativos a medicamentos

de uso em odonto-

logia. * Sob o comando

do cap.

uma badalada Shop realizou

festa para clientes e convidados especiais. Muito uísque e champagne francesa marca-

ram o acontecimentoaté alta madrugada, que tevelugar na

boite Crocodillus.

14

* Ivone Maluf Goldschimidt, dama

de nossa sociedade, pro-

moveu com grande sucesso o

seu "Café da Manhã", em co-

memoração aos 20 anos da Maison

D'Or. Figuras de des-

taque da socila piracicabana

marcaram presença ao evento na

mansão

de Isa Silveira

tiragem

de

3 mil

exemplares,impressão em off-

set e capa 2 cores, "O Trator"

traz entre outras matérias uma reportagem completa so-

bre

o

serviço de

assistência

médica da Caterpillar.Quem viu e leu o novo "Trator", sem

dúvida alguma, deve ter gostado.

Mello. Um colorido todo especial foi dado pelo organista Belito e pelo cantor Sanny. O

buffet Manoelina de São PauIo serviu aos convidados.

Vive Ia différence!

* Devidamente anotada a ausência de intelectuais nativos

no lançamento do livro "Direito, Poder

Francisco Stefanovitz, a New

felicidade.

e Opressão",

de

RobertoArmando Ramos de Aguiar, dia 9 de outubro, no

saguão do Teatro Municipal.

Por outro lado, a noite de autógrafos foi prestigiada por um

tipo diferente de pessoas.

interessadas em algo mais além

de coquetel.

Em

nossa

próxima edição estaremos comentando

esse livro.

* Olhaí o trio masculino do colunismo social: Mauro Pereira Vianna, Paulo Cesar e

Mario Terra.


UMA NOITE

PARA GENTE MUITO

ESPECIAL. * A sociedade piracicabana viveu no dia 12 de setembro

uma noitadainesquecível com o desfilede modas

"Summer

Collection", do estilista Gregório Faganello, no ex-teatro

São José.Com a presença de badaladas manequins do eixo Rio-São

Paulo

entre elas

Isis,do Planeta dos Homens; Monique, ex-Pedrinho Aguinaga; Estela, da novela Plumas e Paetês; Veluma, Silvia,

t.2zWoL•

E.aZ

Marcela e Beth Lago — a soçaite pôde apreciar os últimos ditames da moda

verão-80.O

buffet Eduardo's de São Paulo foi o responsável pelo requintado jantar. A apresentação es-

teve a cargo da charmosa artista de teatro e televisão Al-

cioneMazzeo, que juntamente com outras manecas recebeu o toque de beleza de Horácio Cabelereiro.

15


Nelly Kim, meu amor FERNANDO VAZ Três profundas decepções marcaram indelevelmente a vida de Adalberto.E podem ser resumidas

sentado de branco no primeiro ban-

como

pecar em sua vida, se Ele fizesse

se segue:

PRIMEIRA— Com Deus— No domingo seguinte à sua primeira comunhão, aos oito anos de idade. Um homem de longuíssimas barbas brancas, sentado num

trono reluzente, em alturas inalcansáveis pelos humanos mortais. Ele tinha feito o mundo e amava as crianças que por sua vez sofriam muito nas mãos dos adultos incapazes de compreender e atender a seus anseios e desejos. Deus tudo podia e tudo fazia.

Adalberto queria uma bola oficial marca Drible e um par de chuteiras. Seu pai, insensível, adiava de mês a mês a compra, alegando falta de dinheiro. Por isso no dia mes-

mo de sua primeira comunhão,

um

domingo ensolarado e amarelo, 16

cheio de luz e alegria, Adalberto, co da nave, prometera a Deus não

com que sei pai lhe desseao menos a bola oficial marca Drible. E cumpriu à risca a promessa, tanto que no domingo

seguinte,no-

vamente no primeiro banco da nave, coração puro e alma leve, comungou

sem

necessidade

de

se

confessar. Voltou para casa certo de encontrar a bola em algum canto. Em vão, vasculhou todos os vãos e nada de bola. Pegou sua

bicicleta e saiu passear pela cidade, sem camisa, assobiando contra o vento. Numa esquina, logo após a curva, se viu frente a frente com um

Chevrolet 52. A Caloi bateu no

pára-choque, Adalberto alçou espetacular voo e sua cabeça em-

Berrou com todos os pulmões, dor e desespero, desesperança e ódio. Não era justo que Deus tratasse assim um menino que lhe prome-

tera jamais pecar vida a fora a troco de simples bola de capotão marca Drible. Quanto mais sangue corria de sua boca, manchando-lhe a camisa e o capô do Chevrolet, mais

nervoso ficava Adal-

berto, enquanto o motorista berrava por auxílio, dizendo que precisavam levar urgente o menino ao hospital, pois ele devia ter comido a própria língua. Exagero do motorista, Adalberto tinha apenas quase dividido em duas partes es-

sa maravilhosa mucosa gustativa, ainda inteira por acaso, obra mia raculosa de inexplicável e imprevisto fio de

carne

e nervo. Adal-

berto berrava, colocaram-no num b e r r a va

branqueceu o vidro do carro em estilhaçosmil. Uma dor aguda na

mais, colocaram-no numa mesa de

língua e o gosto acre de sangue.

pequena cirurgia. Adalberto berra-

automóvel.

Adalberto


va mais e mais; o médico aplicoulhe injeçño na língua. As enfermeiras seguravam-no, o médico pedia pra ele ficar quieto, bonzinho, aquilo ia ser fácil de curar. E quando Adalberto se viu no coIo de seu pai, segurando uma gase na ponta da língua, se sentiu mais

seguro, a dor já era menor. Recechuva de carinho dos

beu uma

pais, dos avós e dos tios, dormiu durante

profundamente

toda

a

tarde e quando acordou encontrou a seu lado a bola de capotão marca Drible e um par de chuteiras. Não se comoveu com os presentes,

raciocinou apenas: Se o preço foi

todo esse sofrimento, preferível não ganhar mais nada na vida.

burro, indisciplinado? Assim, uma espécie de animal semi-domestica-

do. Ainda precisou carregar por mais um ano essa fama, no Tiro de Guerra, sob cerrada persegui-

cão do sargento que, ao menor deslize, lhe aplicava os mais arbitrários castigos: guarda durante quinze dias ininterruptamente, um mês consecutivo fazendo a fa-

xina da sede, recuperar devidamente, sozinho, na base da enxada, rastelo,ancinho e enxadão 0

campo de futebol e a pista de atletismo, etc.. E quando se via livre das garras do sargento estava entregue ao chefe do escritórioda Retífica Confiança, para quem ne-

estava bem

memorando

nhum

Por isso,pouco brincou com a bo-

feito, nenhuma

1a; as chuteiras ainda estavam novas em folha e não entravam mais

de acordo, o livro-caixaandava

em

seus pés.

SEGUNDA — Com os homens

— Estava na primeira série do ginásio e não atinava com sidade

de

decorar

a neces-

tantas coisas

inúteis. Números fracionários, regras de acentuação, declinações la-

tinas, perspectiva geométrica, capitaisdos estados,nomes de personagens históricas.Para que tudo

isso? Seu

pai sabia

essas

coi-

sas? Provavelmente não e, no entanto, tinha seu emprego e ganhava dinheiro. Mas esse argumento de nada valeu, sequer pôde

ir à segunda época: levou bomba em cinco matérias das onze existentes então. E assim, com dois

anos em cada uma das séries, obteve seu diploma ginasial no mesmo

ano em

que fez seu alista-

mento militar. Desajeitado, com barba na cara, subiu no palco e recebeu

simbólico

canudo

pelas

mãos do diretor. "Em verdade, Adalberto, você merecia dois canudos, porque fez o ginásio duas vezes." Ele não gostou da brincadei-

ra do diretor, mas se calou porque agora estava livre daquela gente toda e jamais haveria de se sentar num banco escolar novamente. Não bastavam os cascudos

que tinha levado ao longo desses oito anos, em casa ou na escola? Não bastava a vergonha de carregar consigo a fama de retardado,

nota

fiscal tirada

petição de miséria, o diário um

em

verdadeiro descalabro.Sem contar de seu os constantes resmungos pai. "Não tem mais jeito,está perdido. Um animal, se cair de quatro nunca mais vai ser capaz de se levantar". Por

isso, Adalberto

não aprendeu a dançar, não frequentou

nem

bares, não

fez amigos,

teve namoradas. Embora

amasse em segredo muitas meninas da cidade.

TERCEIRA— Com a distribuição de rendas — Adalberto só gostava mesmo de estar sozinho em seu quarto,sonhando com amores

imposíveis. Ali se casou centenas de vezes com

as mais bonitas mu-

lheres. Algumas eram artistas que via nas telas do Cine Alvorada. Num sábado à tarde, seu avô tirouo desse peculiar sossego onírico: — Adalberto, você não quer ser

funcionário público? Só

que

vai

Arrumou as coisas e partiu para São Paulo, onde fez os exames médicos de praxe antes de tomar posse no seu cargo de Escriturário ref. 11 do então Departamen-

to de Tisiologia I da Secretaria dos Negócios da Saúde do Governo do Estado de São Paulo. Estávamos no inicio de 1.963.Adalpensão, berto instalou-se numa mas não suportava a convivência aqueles 'rapazes de sua idade, cheios de sonhos e ambições, palavras e atitudes.Tão logo recebeu

com

o primeiro ordenado alugou um duquarto-e-sala-conjugados, a zentos metros de seu local de trabalho. Ali começou a viver como desejou: inteiramente só. sempre Fazia sua própria comida, se dei-

tava cedo, levantava mal clareava o dia, casava-se e descasava-se com artistasde cinema, colegas de trabalho ou simples pedestres com quem cruzava na rua. Tinha pouca roupa, comia pouco e sem nenhum prazer. Seu ordenado era todo mês lhe mais que suficiente, dinheiro que ia sobrava algum

guardando sem saber exatamente pra quê. Recebia cartas de seus pais e não

as respondia. Certa fei-

ta, eles foram a São Paulo. Encontraram-no magro, desleixado, de unhas compridas e sujas, cabeludo, barba de dias. — Mas você não pode ir tra-

balhar assim, meu filho, causa má

impressão! Você precisa se cuidar melhor. Adalberto ouviu, chateado, todos os conselhos e ficou satisfeito quando eles partiram. Contudo,

uma coisa do que falaram a Adal-

berto acabou calando:

Por que você pelo menos

não

ter de ir trabalhar em São Paulo.

compra uma televisão? Ele ouvia seus colegas de tra-

da vida. Ele aceitou, principalmente ante a perspectiva de sair de casa,

balho comentando

Emprego bom, seguro, pro resto

de ir viver pra sempre

lugar onde

não

sozinho, num

conhecesse nin-

guém. E pouco depois de ter recebido seu Certificado de

Reser-

vista foi cumprimentado primeiro por seu avô, então por seu pai, depois pelo chefe do escritório da Retífica Confiança

e finalmente

pelos demais colegas de trabalho.

humorísticos,

os programas

as novelas. De

fato,

uma televisão poderia dar novo

colorido a sua vida. Num

sábado

cedo saiu pela cidade para ver preços. E percebeu que suas econo-

mas não mias eram insuficientes,

cedeu à tentação de fazer crediá-

rio. Não por escrúpulos económicos, antes pela dificuldade de en-

contrar avalista e pela chateação de ter de todo mês sair de sua ca-

17


sa para efetuar o pagamento das Se

prestações. Pensou:

até hoje

vivi sem televisão, posso esperar mais, vou guardando quando der compro.

dinheiro e Assim fez.

Mas de volta à loja percebeu que os preços tinham

se elevado a

olímpicas alturas e seu dinheiro do que o que ti-

era ainda menos nha

quando

ra vez. Mas

foi à loja pela primei-

não mudou

de idéia,

não cedeu à tentação fácil do crediário. Continuou economizando,

agora com redobrado vigor. Por

mais iria entender mais refinado

e complicado problema, qual seja,

a importância do desporto na vida do homem

civilizado. Por isso,

toda vez que a programação normal era interrompida pra levar ao ar as moscovitas competições olímpicas,

Adalberto reclamava

para as paredes, alto e bom som. Que me importa se o mundo é meio

parecido com uma laranja azul rolando no espaço? Nem me interessa saber se é verdade que a so-

ma do quadrado dos catetos é

isso, quando chegou à loja tempos depois o dinheiro era mais que suficiente,ia até sobrar um pouco. Já estava quase efetuando o negócio, mas notou um apare-

Naquela noite disse isso às paredes de sua quitineche,se levantou

lho que transmitia a cores e perguntou se aquele também era pra

do furioso para a televisão. Como

ser vendido. se destinasse Como exatamente à venda, perguntou o preço e viu que seu dinheiro era

insuficiente. Mas adiou ainda uma

não desistiu, vez a compra,

pois iria adquirir um daqueles aparelhos a cores que além de mais bonito transmitem muito mais vida e beleza. E com triplicado vigor voltou a economizar. Assim foi que apenas no primeiro semestre de 1.980 Adalberto, após 17 anos de serviço público e com 31 de idade, adquiriu sua televisão.A cores,

lógico,

Efetivamente,

ela

modificou sua vida por completo. Agora, mais que nunca, seu mundo era a velha quitineche onde se abrigava há dezesseisanos. Lá podia ver as mulheres mais bonitas Lá se casou com Ree fantásticas. gina Duarte, fez piqueniques com

Marília Gabriela, deflorou Lucélia

igual ao quadrado

da hipotenuza.

e ficou a andar da cama até a única porta de sua vivenda, olhan-

queríamos

demonstrar, toda pro-

paroxítona leva acento agudo na sílaba tónica, dizia e caminhava batendo os pés, quando de repente se interessou por uma moça,

cara de japonesa que fazia cambalhotas e saltos mortais, elegan-

18

jando-se naquela caminha

estrei-

ta da quitineche.Ela agradecida,

Adalberto tirando-lhe a roupa. Sim, era preciso fazer alguma coisa para salvar Nelly Kim. Mas ante o abrupto aparecimento de sua última ex-mulher, Bruna Lombardi, dando entrevista na qual se defendia da acusação de plágio que a imprensa vinha fazendo con-

tra ela, Adalberto se esqueceu por um minuto de Nelly Kim e tentou as palavras de Bruacompanhar na. Como não entendesse o que

mulher! E voltou à sua vida conju-

sas e Adalberto permanecia

senta-

do, irrequieto, na expectativa de outra vez admirar aqueles olhos puxados da ginasta. Precisou esperar algum tempo e só a pôde ver rapidamente, no pódio ao lado de

Nadia Comaneci.Mas valeu a espera, pois

descobriu

seu

nome:

ra Adalberto. Interessava-lhe apenas que estavam, ele e Nelly Kim, se amando desesperadamente, Não precisou se desquitar de Gal Cos-

provas da esfericidade da Terra ja-

berdade. Ele e ela, deitados, bei-

poder fixar muito tempo sua atencão nas feições da ginasta. Logo, outras meninas e outros rapazes começaram a fazer as mesmas coi-

em sua cama e fitou o vídeo, extático. Irritava-se apenas por não

bardi para ir viver com Gal Costa, dentre outras peripécias.

Adalberto nunca chegou a compreender a importância do conhecimento da regra de três e das

resgate de Nelly Kim para a li-

era plágio, tampouco

Nelly Kim. Era russa e campea

QUARTA — O amor — Claro, se

como as demais ginastas? Sim, Nelly Kim não estava na Rússia por vontade própria. Devia ter sido roubada ao Japão e levada à força àquele país dos mil demónios onde, para não ser assassinada, aprendeu todas aquelas bobagens absolutamente inúteis. Seu corpo tremeu e Adalberto se viu metido numa aventura de espionagem, cujo final feliz era o

temente, ao som de uma música desconhecida. Achou-a maravilhoSentou-se samente encantadora.

Santos, salvou a vida de Sonia Braga com quem acabou se casando, desquitou-se de Bruna Lom-

No entanto, à quarta decepção Adalberto, não resistiu.Ela chegou mais ou menos junto com as imagens das Olimpíadas de Moscou e pode ser contada como se segue:

magricela

do mundo em ginástica olímpica. Nada disso tinha importância pa-

ta, pois naquele dia pôs os pés no

chão e pensamento fulgurante perspassou seu cérebro: O que estaria tão bonita moça fazendo num país como a Rússia, onde não

se tem liberdade nem de escolher a melhor marca de pó de café? E por que estaria a televisão mostrando-a ao mundo

inteiro?

Por

que Nelly Kim não era loirusca e

atinasse com

a utilidade de se fazer poesia, dis-

se, Hipotenuza! 0 mundo é feito uma laranja azul rodando no espaço e já não vivo mais com essa gal, tranquila ultimamente, desde que Pelé se convenceu de que nada conseguiriacom Gal Costa. Dia seguinte

cedo,

Gal

Costa

ficou

dormindo enquanto ele fez seu café, deixou adiantado seu almoço e foi para o trabalho, mas antes deixou tudo no jeito pra que Gal Costa fizesseseu desjejum com facilidade, coitadinha, pois com tanartísticos pretos compromissos cisava se alimentar conveniente-

mente. No

entanto, ao bater seu

ponto, ouviu a palavra mágica e

he esqueceu que estava bem casa-

do com Gal Costa. Um colega de trabalho dizia que fora injusto Nelly Kim ter dividido o primeiro lugar que, por justiça, era só de

Nadia Comaneci.

Mas Adalberto

ouviu apenas Nelly Kim. Sim, era preciso fazer alguma

coisa.Sentou

em sua mesa e, ao invés de redigir

o ofício,fez longa carta a Nelly,

prometendo

que iria buscá-la em

breve, tirá-la o quanto antes das

mãos daqueles bárbaros, resgatá— Ia para a civilizaçãoe o amor.


Envelopou-a e colocou junto com a correspondência que o contínuo

à tarde levaria ao correio. Mas en-

quanto não chegavao dia de ir a

Moscou resgatar Nelly Kim voltou à sua vida conjugal com Gal Costa, agora novamente tumultuada por causa de Maria Bethânia que não se conformava com a felicidade do casal e vivia a caluniá-los pela imprensa falada, escrita e televisada.Por causa disso,estavam

Adalbertoe Gal Costa para fazer uma turnê pelo Japão. Esta palavra mágica trouxe outra vez a infeliz Nelly à vida de Adalberto. E

assim passaram os dias, como diz o bolero, até aquela noite em que Adalberto viu pelo Jornal da Glo-

bo Nelly Kim desembarcando no Aeroporto de Congonhas, ao lado de russos e russas. Lembrou-se:

ela

estava cumprindo a promessa, fazia exatamente o que tinha dito em sua última carta que o contínuo da repartição, rindo muito, lhe

entregou na ante-véspera. Agora as coisas estavam fáceis: era seguir as instruções de Nelly: com-

prar um buquê de rosas vermelhas, vestir-se inteiramente de branco e ir ao Ibirapuera como quem vai assistirao show. Quando anunciassem o nome de sua

— Fica difícil a gente determinar o dia, porque, como o senhor deve estar sabendo, a Nelly

e eu precisamos antes resolver alguns problemas legais. Creio que

não vai demorar muito. Fique sossegado, acho mesmo que vou convidar o senhor pra um de nossos padrinhos. Envaidecido, o chefe de Adal-

berto até se arrependeu do pensamento

de pouco antes, qual se-

ja, tanto fazia para o bom andamento

dos serviços a presença ou

a ausência de Adalberto na repartição. Pensou em fazer uma pergunta e agradecer ao convite, mas Adalberto já deixava apressa-

ma

loja de confecções e comprou

calça, camisa, meias e sapatos brancos. O vendedor lembrou-lhe que faltava a cinta. Adalberto agradeceu, comprou-a e pediu doze

lenços brancos também. Aí, pensou melhor: Se nosso amor vai se

concretizar comigo usando roupa branca, vou me

vestir assim en-

eterno. Comprou

então mais as se-

camisas, meia dúzia de pares de meias, duas cintas e dois pares de

sapatos,tudo absolutamente branco. Depois, Adalberto entrou nu-

ma floricultura e comprou o mais belo buquê

de rosas vermelhas.

Sedosas, nem pareciam reais. Fi-

ra abrigá-los a salvo dos fascínoras soviéticos sob égide das justas

nalmente, numa

leis brasileiras.

mado para carta, envelope idem

Assim, seus colegas acharam inacreditável que, após dezessete assiduidade, anos de exemplar Adalberto, sem justificativascon-

vincentes, iria faltar. Pelo menos foi o que o chefe tinha entendido:

Infelizmente, o senhor não

pode contar comigo hoje, pois tenho compromisso inadiávelcom

Nelly. A propósito, quantos dias de

gala a gente tem pra se casar? Paciente, o chefe respondeu que oito e perguntou quando seriam as núpcias.

camburão

à

delegacia num

da Polícia Militar. Cla-

para decifrar o mistério. Aquela,

guintes peças: três calças, cinco

avisada do que estava por ocorrer, estaria esperando os amantes pa-

encaminhado

tas! É isso: o amor. De fato, era o amor, pois Adalberto entrou nu-

cão à quadra e, exatamente no meio da exibição de Nelly Kim,

Lá fora, a polícia, previamente

policiais brasileiros até ser retirado do Ginásio do Ibirapuera e ser

ro, não chegou a ver nos jornais os comentários sobre o incidente,

amada, desceria devagar em dire-

lhe-ia o buquê de rosas vermelhas.Sairiam correndo do ginásio.

rava, esperneando, que Nelly estava traindo-o. A ginasta, prestes a desmaiar, com seus olhos puxados, mais linda que nunca para Adalberto, pediu chá numa língua estranha, deixou o buquê de rosas vermelhas caído no meio da quadra e nem percebeu que mesmo manietado por policiaisAdalberto mandava-lhe beijos como derradeira e definitiva prova de amor imorredouro. Sim, Adalberto sofreu pequenas e compreensíveis violências de

do a sala. Restou ao chefe sorrir e pensar: Por isso que ele anda esquisito ultimamente. Aquelas car-

quanto ele perdurar. Quer dizer, a vida inteira, pois nosso amor é

postar-se-ia diante dela, entregar-

para junto de Adalberto que ber-

riu papel

papelaria,adqui-

pergaminado

e perfu-

bidem e foi,conforme o combina-

do na carta de Nelly Kim, escrever a dedicatória, simples mas sincera:

PARA VOCÊ NELLY KIM MEU ETERNO E INESQUECÍVEL AMOR.

O mais se passou conforme o previsto, exceto quanto à reação inesperada de Nelly Kim, que in-

terrompeu sua sequência com um grito que assustou a multidão presente e atraiu musculosos russos

preocupado na

que

certa, não

andava

apenas

era a verdadeira

Nelly Kim. Sem dúvida, os russos, esses espertos, tinham é mandado ao Brasil uma sósia de sua eterna

amante. Mas, por volta do meiodia, Adalberto chegou à definitiva conclusão: tinha sido sequestrado pelos soviéticos. Só assim

se expli-

cava estarem confinando-o naqueIa cidade tão cheia de gente, on-

de não se pode ter um apartamento só seu, onde até a televisãodeve ser vista sob olhares ferrenhos

de guardas e em companhia dos outros habitantes. Tudo comum: refeições, horários,

roupas.

Sim,

não havia dúvida. Mas os russos estavam enganados, eles não tinham vencido a batalha apenas

porque conseguiram levar Adalberto a Moscou. Agora as coisas até que lhe ficavam mais fáceis:

bastava conseguir saltar aquele muro que separa as mulheres dos homens em Moscou para tomar Nelly Kim nos braços e se livrarem definitivamente do inferno comunista. Aliás,imediatamente providenciou contatos com o governo brasileiro que estava disposto a

ajudá-los.Era só esperar que o

helicóptero da FAB sobrevoasse Moscou, então saltaria o muro, iria para o lado feminino da capital russa,onde tomaria Nelly Kim nos braços e fugiriam triunfantes para o Brasil.Sim, muito burros es-

ses soviéticos. 19


Os 60 anos da

DEDINI

Da pequena oficina de ferraria e carpintaria dos anos 20, fundada por Mário Dedini e Armando

Cesare Dedini, até a

formação do grande complexo industrial de hoje,

sob a orientaçãodo

presidente Dovílio Ometto, a DEDINIcaminhou com segurança, a passos largos, em direção a um futuro sempre construido com o trabalho árduo e dedicado de muita gente. Sessenta anos depois do

seu nascimento, uma análise das realizações e do crescimento da DEDINI revela um desenvolvimento surpreendente, que transformou a pequena oficina num começo longinquo.

Siderúrgica A Siderúrgica DEDINI foi fundada em 1955, para suprir a M. DEDINI S.A. Metalúrgica, que já existia, no setor de fundição de bronze. Logo depois iniciou suas atividades em laminaçãode vergalhões de aço, montando,para isso, uma aciaria elétrica. Hoje, a Siderúrgica DEDINI é uma das maiores produtoras e exportadoras brasileiras do ramo, com instalações de 52,357metros quadrados e moderníssimo equipamento,sendo responsável, junto com a Metalúrgica, por metade do faturamento das empresas DEDINI. Nas dependências da Siderúrgica trabalham 1.700pessoas, que possuem

completaassistência social, médica e hospitalar. No setor de laminação, a Siderúrgica fornece vergalhões de aço para construção civil e exporta barras de aço de qualidade condizente com as normas técnicas internacionais. No setor de peças fundidas, a Siderúrgica produzia apenas para a M. DEDINI S.A. Metalúrgica. Agora, a fundição teve sua capacidade de produção ampliada para atender o mercado em geral de fundidos pesados, leves e mecanizados, em peças de aço ou ferro, Com essa ampliação do setor de fundição, a Siderúrgica põe à disposição do país e do mercado externo mais produto com a.qualidade DEDINI.

Codistil Em julho de 1943,Mário Dedini iniciou seus projetos para a criação de uma empresa que deveria produzir e instalar destilarias para álcool e aguardente. Passaram-se cinco meses e, com oito funcionários, a Construtora de Distilarias DEDINI S.A. entrava em atividade. Hoje, a Codistil 20

A pequena oficina fundada em 1920.

ocupa uma área total de 213.000 metros quadrados e conta com o trabalho de 1.500 funcionários, construindo e comercializando destilarias, máquinas e implementospara indústrias de fertilizantes e inseticidas, químicas e petroquímicas, papel, cerâmica, usinas de açúcar e congêneres.

A evoluçãoda Codistil está ligada a eventos nacionais e internacionais que lhe proporcionaram uma grande expansão, transformando-a em uma das maiores indústrias do ramo, com uma participação da ordem de 80% no mercadoalcooleiro. Neste setor, a Codistil entrega cinco destilarias completas por mês, além de atender outras indústrias a ela ligadas e ainda projetos de terceiros. Com mais de 100 produtos lançados no mercado, a Codistil, em sua linha normal de produção, apresenta destilarias para álcool com capacidade unitária variando de 20.000 a 220.000 litros/dia, e que formam conjuntos de destilação de grandes capacidades, acoplando várias unidades e perfazendo 800.000 litros/dia. Este desenvolvimento, aliado à moderna tecnologia. é o grande responsável pelo crescimento da empresa que, em 1977, atingiu um aumento de 128% em seu faturamento,com relação ao ano anterior.


DEDINI hoje.

Hoje, as Empresas DEDINI possuem, aproximadamente. 10 mil funcionários, assistidos peta DEDINI Serviço Social, que coordena as cooperativas de assistência médica

e farmácia.

Comendador Mário Dedini, fundador da DEDINI

Em 1980, a DEDINI completará 60 anos de existência, uma vida construída com luta

A DEDINI, que hoje se constitui num dos mais importantes

cionais e de controle,são 25 as empresas

complexos industriais a serviço da infra-estrutura nacional, surgiu em 1920, quando Mário Dedini e Armando Cesare Dedini, dois técnicos italianos, fundaram em Piracicaba uma pequena oficina de ferraria e carpintaria. Ainda na década de 20, esta pequena oficina instalou uma pequenafundição de ferro e uma seção de mecânica. Esta expansão tinha por objetivo a manutençãode pequenos engenhos

de aguardentee de açúcar bruto,que existiam na região de

Piracicaba. Naquele tempo, o centro da economia açucareira do país era o Nordeste,mas a visão empreendedorade Mário Dedini, animou-o à implantação da agro-indústria em São Paulo, fazendo do nosso Estado o maior centro açucareiro do Brasil.

e garra por seus funcionários.

Entre as empresas de apoio. as opera-

que formam o complexo DEDINI: Açúcar e Alcool São Luiz S.A.; Agro Pecuária Santa Veridiana Ltda.; Cobrafe Indústria e Comércio Ltda.; Construtorade Disti• larias DEDINI S.A.; DEDINI Agro PecuáriaLtda.: CRE (Dedini Comercial Ltda., Dedini Refratários Ltda. e Dedini Equipamentos Elétricos Ltda.); DEDINI Construtores Ltda.; DEDINI Coppus Turbinas S.A.; DEDINI Fordath Produtos Químicos para Fundição S.A.; DEDINI Kawasaki Engenharia S.A.; DEDINI Segurança S/C Ltda.; DEDINI Toft EquipamentosAgríco-

Ias S.A.: GD - Distribuidorade Títulos e Va-

lores Mobiliários Ltda.; L. J. Corretagem e Administração de Seguros S/C Ltda.: M. DEDINI Indústria de Destilarias Ltda.; M. DEDINI S.A. Metalúrgica;M. DEDINI S.A. Metalúrgica Nordeste; M. DEDINI S.A. Participações; M. DEDINI S.A. Siderúrgica; Siderúrgica DEDINI S.A.: Usina São Francisco do Ouilombo Ltda., Cooperativa de Consumo das Empresas DEDINI; e DEDINI Serviço Social.

DovílioOmetto

NÃO ESPERE O RACIONAMENTO

AIIA

9.

nos amaha ajuda você Ela ternpos custa de crise economiza pouco manutenção. gaso lina e Isso as e nem por deixa mocionante de sua V ser moto conheça nova ou os financiamento planosusada e a sua que de disposiçãotemos A Yamaha recebeu os novos modelos 81; venha comprar ou trocar sua moto

O YAMAHA

OYAMAHA REVENDEDOR AUTORIZADO

21


O cavaleiro elétrico Direção de Sydney Pollack

THE ELECTRIC HORSEMAN O "cowboy" Sonny Steele (Robert Redford) foi campeãomundial cinco vezes. Agora, chegando na casa dos trinta, desgastado pelo trabalho com touros, cavalos e pela bebida, está mais popular do que o era em qualquer

tempo de sua carreira de vaqueiro. "Garoto-propaganda"de um comercial de cereais, seu rosto aparece estampado em posters, cartazes e milhões de pacotes desse produto. Posando para os comerciais de televisão de qualquer maneira, ele conse•

gue vencer pela sua personalidade e pelo seu charme natural. Vestindo uma roupa fosforecente púrpura toda enfeitada, ele viaja pelo país abrindo superrnercados,abrilhantandofeiras e convenções,passandotodo o tempo possível em camas estranhas ou bebendo. É nesse estado que se apresenta durante uma dessas convenções em Las Vegas. Lá, ocorrem dois incidentes perturbadores. Primeiro Sonny descobre Rising Star, seu cavalo que já fora campeão, totalmente dopado. Depois, durante uma entrevista coletiva de imprensa, uma reporter de TV sofisticada, Hallie Martin (Jane Fonda) atinge-o com tipos de perguntasque só poderão ter respostasesquivas.Inicialmente tudo que ela quer de Sonny Steele são algumas declarações interessantes e mesmo quando ele monta Rising Star e passeia pelo cassino, desaparecendo no deserto, seu interesse continua friamente profissional. Se ela o encontrar, ela terá aquela história de interesse humano que faz subir o índice de audiência. E com a ajuda de seus companheiros (Willie Nelson e Timothy Scott) e de sua ex-mulher (Valerie Perrine) ela finalmente o encontra, perseguido por um pequenoexército de carros de polícia. A antipatia inicial de um pelo outro transforma-se em hostilidade. Eles são pessoas radicalmente diferentes.

22

Sonny é simples, direto, inculto; acostumado à vida agitada: mantandoum bezerro, combatendo os novilhos, tomando pileques e metendo-seem encrencas. Ele não entende que espécie de gente aceitaria um trabalho à espera

de um desastre de automóvel ou outra desgraça antes de ter algo para fazer. Ela é urbana, sofisticada, deveria arranjar um cara da "alta" ao invés de andar atrás de um cowboy maluco e um cavalo sequestrado. Não parece uma base para uma história de amor, mas é. QuandoSonny é taxado de bêbado-psicopata pelos seus patrões, ele finalmente concorda em enfrentar as c¿meras de Hallie e contar o motivo do roubo de Rising Star, Mas ele recusa revelar seus destinos enquanto cruzam a fronteira de Nevada para Utah. E não é preciso. Hallie percebera para onde estão indo . e porque. E com um total desinteresse para com ela mesma, seu trabalho e tudo mais em que ela estava certa acreditar, vai atrás dele para ajudá-lo

Sonny . Hallie. .

Charlotta.

Wendell. . . Hunt Sears, . Fitzgerald Danny Fazendeiro.

Gus....

ELENCO

. ROBERT REDFORD . JANE FONDA

. VALERIE PERRINE . WILLIE NELSON . JOHN SAXON .NICOLAS COSTAR . AL LAN ARBUS .WILFORD BRIMLEY

. WILL HARE


DAS PAGINAS IMORTAIS DE BOCCACCIO

'DECBMERON PIER PAOLO PASOLINI De Pier Paolo Pasolini,o homem tanta

me

celeuma

causou

mais audacioso,

com

que nos deu grandes filmes e que

"Teorema

''Decameron"

tos de Boccaccio, numa

" e ''Porcille", agora

(II Decameron),

o seu fil-

tirado dos con-

PREMIO

OURSO DE PRATA" n 01 NO FESTIVAL ,0VW DE BERLIM

produção de Alberto Grimaldi, para a PEA

(Roma) —Les ProductionsArtistes Associés(Paris) e Artemis Film (Berlim),rodado em Technicolor em Nápoles e no Iémen. Selecionando oito das mais famosas e picantes históriasdo célebre escritor italiano da época da Renascença, Pasolini realizou seu filme com uma soberba reconstituição histórica,escolhendo seus atores a dedo,

sendo

poucos

os profissionais:

Franco Citti,Ninetto Davoli, Gianni Rizzo e ele próprio, que faz o pintor Giotto, e mais de 50 não profissionais, escolhidos entre o

povo napolitano. Vencedor do grande prémio "Urso de Prata" no Festivalde Berlim", o filme, que

bateu todos os recordes de bilheteria na Itáliae na França, no ano passado, será uma apresentação do mais alto ga-

barito,da United Artists.

PASOLINI EMSEU FILME MAIS AUDACIOSO:"DECAMERON" O Filme é baseado em conhecidos contos do famoso escritoritaliano da época da Renascença, no século XVI, Boccaccio.

Algumas das históriasmais conhecidas do célebre "Decameron" foram selecionadas por Pasolini: A história da Andreuccio

de Peruggia,

valos e se mete em enaencas

com

que

vai a Nápoles

comprar

ca-

uma jovem napolitana que se diz

sua irmã e acaba roubando todo o seu dinheiro,terminando por Mas, inesperadamente, tudo deixá-lonuma situação bem crítica. para ele, quando se envolve com dois ladrões que o obria entrar na tumba do Arcebispo de Nápoles, para roubar-lhe um valosfssimo anel com que fora enterrado.. acaba bem

gam

A história de Massetto,um hortelã que se faz passarpor mudo para entrar num

convento

de freiras.E o que acontece ali dentro.

A históriade Peronella,que, ao ser surpreendidapelo marido nos braços do amante, ajeitaas coisasde um modo que o pobre acaba sendo "enrolado", ganhando um dinheiro por causa de um enorme jarro de barro que Peronella vende ao amante. Ciappelletto,um homem devasso que acaba se arrependendo em seu leitode morte. Ricardo e Catarina, um par de jovens amantes que são surpreendidos pelos pais da jovem em pleno colóquio amoroso e o que acontece daí em diante... Lisabetta e Lorenzo,

dois apaixonados

irmãos dela, que acabam

matando

que são separados pelos três na flores-

o rapaz e enterrando-o

ta. Don Giovanni e a históriada mula que se transformava em mulher durante

a noite..

,

Meuccio e Tingoccio e suas comadres, que descobrem, de um jeito

fantástico, que amar não é pecado. e, finalmente, a figura do grande Giotto e seu afresco na Igreja de

Santa Clara,em Nápoles, com o seu maior trabalho:"O Juízo Fi-

Os filmes comentados nesta edição já estão programados para exibição nos cinemas locais.

nal"..

23


A moda, além de ser aquilo que veste melhor cada corpo, está impreterivelmente ligada ao que chega de novo em cada estação.

Esta idéia é agora reforçada por uma boa parte das con fecções criadas por costureiros brasileiros, que oferecem uma amplitude de estilo, satisfazendo

a maioria feminina e masculina.

-f-4ta;c.09 Qtadn.,

UM VERÃO LEVE E AGRADÁVEL

Embora na plenitude da primavera, o colorido ingénuo das cores em tons pastéis,pas-

h.w.h

p/ d/)

ZUPVPta-..s .

elitrs

PRAÇA DA CATEDRAL, 1023 LOJA 6 FONE 33-2658

24

Com ele o macacão, as bermudas, os vestidinhos que invocam os anos 60, juntos com a

sa a dominar com sua beleza dupla calça e blazer-jaquetão, deixando antever muita novimarcam pontos altosem madade para a moda-verão. téria de estilo.

Algodão, brim, crepom, linho e anarruga formam a linha de frente no que se refere aos tecidos.

O anarruga é o "must" da

estação, que

retorna com

no-

me importado — "seersucker".

Além disso tudo, não se pode deixar de repassar as atuais tendências às curtas medidas. Os minis revivem a moda de alguns anos atrás e as variações são as que melhor enfati-

zam

as pernas femininas.


PEÇAS COORDENADASPARA O HOMEM

A moda masculina/80 também reserva um verão de topálidas,

nalidades um

pouco

deixando

de lado as cores tra-

dicionais, mais escuras, porém com

muitas

opções dentro de

uma linha de padrão mais fle-

xível e dinâmica.

Inspirada em tonalidades quentes com nuances de areia, ocre, ferrugem

e o linho como

tecido básico, a roupa masculina também é leve, perfeita para o verão.

Bermulas, o "hit" que veio para ser sucesso, os conjuntos de calça e blusão e a camisa de

algodão com

com

calças em

linho

preguinhas a partir do

cós, constituem-se nos destaques da moda masculina.

A FORÇADOS ACESSÓRIOS

Acompanhando

a moda, os

óculossurgem como um dos acessórios. mais importantes Os formatos ousados se con-

trastam com a leveza das ar-

mações

e o colorido suave nas

lentes.Os "degradées" são a

melhor opção para maior conforto.

A novidade que os óculos

trazem são os materiais trans-

lúcidosque formam ções.

as arma-

eP2idan' CANTINHO INTELIGENTE DA MODA MASCULINA

Rua Governador Pedro de Toledo, 834 Telefone: 33-1408 25


0

Moto: uma nova imagem mais a imagem tornada inesquecível por James Dean. O

motocicletas, acompanhando

veis particulares, os números não são tão otimistas.Se no ano de 1978 havia mais de 40 mil carros licenciados em Pi-

casaco de couro, cabelos compridos e preocupado com cor-

governamental desestimulando

uma redução de aproximadamente 13%, enquanto que em

o uso individual do automóvel.

apenas quatro anos as motocicletas aumentaram em 528%,

fissional liberal,o funcionário,

resultado, as motoComo cicletas em circulação estão

devido principalmente ao crescente custo do combustível.

lendo-se dela mais como instrumento de trabalho. pesMotocicleta, segundo quisa recente, é veículo prin-

crescendodesde 1976,quando as primeiras unidades monta-

não só em A motocicleta,

Piracicaba mas em todo o Brasil, está perdendo cada vez

próprio motoqueiro com

seu

A surpresa verificada pelo

aumento da produção fica mesmo

com

as montadoras

de

com cautela o potencial de mercado e o próprio incentivo

ridas, deixa campo para o pro-

o estudantee o operário,va-

cipalmente de classe média: a

maioria das vendas são feitas o por pessoas que ganham

equivalente a cinco salários mínimos zo.

26

e que compram

a pra-

das no Brasil entraram no comércio. Nesse ano, o número de licenciamentos verificado

na Delegacia de Trânsito de Piracicaba foi de 1053.Os dados iniciais indicam

um

cres-

cimento anual, jamais retro-

cedido. Quanto aos automó-

racicaba, esse número sofreu

Para muitas famílias a mc-

tocicleta está se constituindo em alternativa para o segundo automóvel; mos meses

tanto que os últido ano passado in-

dicavam que quase 60% dos compradores de motocicletas eram proprietários de automó-

veis.


SEGURANÇA Apesar das campanhas feitas pelos fabricantes, há ainda

bastante preconceito contra a moto, tanto pela imagem criada pelos "motoqueiros" como pela pouca segurança que ela inspira. Os motoqueiros representam, apesar de tudo, u-

ma população tão reduzida co-

mo a dos motoristas irresponsáveis (e que nem por isso afastam os compradores de automóveis).

A insegurança— desde que a moto

Ano

Automóveis particulares

Motocicletas

1975

13.133

673

1976 1977 1978 1979

19.830 22.830 40.024 31.721

1.053 2 .045 2.370 3.553

eeeeeeeeeeeeeeeee•e

ijumbo

seja utilizada segundo

suas regras próprias — prati-

camente não existe: basta evi-

DE PIRACICABA :

tar as batidas e a chuva, usar capacete, blusão, botas e lu-

vas.

usuário piracicabano Um que utilizaa moto quase que exclusivamentepara o trabaseu conselho

lho, dá

VENHA CONHECER O MAIOR E MAIS MODERNO CENTRO DE COMPRAS DA REGIÃO!

aos ini-

ciantes: "Deve-se dirigiruma moto mais pelos espelhos re-

que vale mais do trovisores, que a simples atenção no tràn-

sito frontal. Nos

primeiros

tempos, o novato vai deixar a

moto "morrer" em pleno cruzamento, vai se assustar com as fechadas dos carros, mas,

e

aos poucos, sentirá que seu veículo,além de ser uma opção menos cara de transporte, dependerá bastante de sua aten-

cão, que não deve menospre-

OS PREÇOS MAIS BAIXOS DA REGIÃO EM MÓVEIS, DECORAÇÓES, ELETRODOMÉSTICOS,e

zar em hipótese alguma"

Por outro lado, as duas prin-

cipaisconcessionáriasde motocicletasda cidade, a União

de Veículos e a Motoway, representando

respectivamente

VESTUÁRIO, ESPORTES, CAMPING, SOM, CINE-FOTO E ALIMENTAÇÃO

a

Yamaha e a Honda, possuem cursos gratuitos de pilotagem,

oficinas próprias, assistência técnica, peças de reposição e em especializadas boutiques

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roupas para motociclistasde ambos

os sexos.

Abaixo, os índices de vei-

culos licenciados em Piracica-

ba, ano a ano, desde 1975. Os

dados foram fornecidos pela Delegacia de Trânsito ao Banco de Dados da Prefeitura Municipal.

42 DEPARTAMENTOS DE VENDAS 9.000 M2 DE ÁREA DE VENDAS 2.000 M2 DE ÁREA DE ESTACIONAMENTO

e

PADARIA - CONFEITARIA ROTISSERIA LATICíNlOS E LANCHONETES

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27


LITERATURA

Tia Júlia

Fernando Vaz

TIA JúLA E O ESCREVINHADOR,

Lições sérias OS CARBONÁRIOS, Memórias clandestinidade.

rias, ou pelo reembolso pos-

tal: Rua

Vai acompa-

da Guerrilha Perdida, de Al- nhar o racha da nossa já na fredo Syrkis, Global Editora, época inexpressiva extrema esCr$ 390,00, encontrável

nas li-

vrarias e bancas de jornais.

No dia 8 de dezembro de

1.970,Alfredo Syrkis completa-

va 20 anos, na infra do tio, ou seja, no aparelho mais procurado pela polícia, onde se ocultava o

Embaixador

Suíça, libertado após

da

40 dias

de cativeiro a troco de 70 pre-

sos políticos. Mas o que fazia

lá esse menino, filho da alta classe média, com todas as

querda que, sem

quaisquer

condições materiais ou intelec-

tuais de continuar existindo, se perdia em risíveisquestões

Por que

Alfredo Syrkis jogou fora todo esse "brilhante" futuro a troco de uma aventura inconse-

quente, onde se jogava a própria vida? Estas respostas você vai encontrar na leitura de Os

Carbonários, onde assistirá à aventura de um

secundarista

que das inofensivaspasseatas estudantis parte para a Clandestinidade e acaba participando do seqüestro de dois embaixadores e consegue deixar o

país com passaporte oficial. Perfeita trama para excelente romance policial e o livro de Al-

gênero. Muito suspense, muita

ação. Lamenta-se apenas que são abso-

sileiros — inutilmente,

Por outro lado, você vai en-

trar em íntimo contato com a 28

Piracicaba) .

Pra mim, Mário Vargas

Olga Savary. No entanto, isto

tolerância desses grupos

e vai

o autor

de Conversasiónen Ia Cate-

dral, já traduzido no Brasil por

não significa que seus outros ser relegados ao livros devem

acabar compreendendo melhor a importância que assume a

esquecimento. Ao

ta em nosso país, porque Al-

na excelente tradução de Re-

anistia ampla, geral e irrestri-

que houve

de 64 a nossos dias.

Invariavelmente, chegamos à

conclusão de que não é justo que nossa sociedade continue dividida entre vencidos

e ven-

cedores de uma guerra que terminou logo em seu início.

A meu ver,há um senão nesse livro. A linguagem é eivada de termos próprios desses

grupos de esquerda,bem como de siglasidem ibidem, o que acaba por confundir um pou-

contrário,

Pantaleão e as Visitadoras,

my

Gorga Filho,me causou

horas

de

agradável

prazer e

inolvidávelrisadas.Remy tam-

bém traduziu o Tia Júlia, que só vim a ler na edição do Cír-

culo. É uma evocação lírica e

satírica, sarcástica e engraçada. do começo da carreira do próprio Vargas Llosa. Num plano, assistimos ao desenrolar confuso das novelas do boliviano Pedro Camacho, cuja solene bronca pelos argentinos provocou protesto formal do

embaixador portenho no Peru. Explorado e inteiramente absorvido pelo seu trabalho, as-

co o leitor não familiarizado com tal jargão. Há também descuidosaqui e ali, principalmente na pontuação, mas um

sas

em

da, após estágio num hospício.

observador atento encontrará reduzido número

alguns

erros de maior monta. Contudo, isso não empana

o brilho

te.

Mas fica anotado, como su-

gestão para que numa próxi-

ma edição (tenho certeza que lutamente verídicose acabou haverá, e brevemente) se faça por ceifar a vida de alguns bra- uma revisão apurada para elios fatos aí narrados

RJ; há também edição do Círculo do Livro, cujos associados podem adquirir pelo correio ou numa das lojas (uma delas era

espantado com a inépcia e a in-

vai chegar ao fim da leitura

fredo Syrkis tem a virtude de da linguagem oswaldiana de nos prender como se estivésse- Alfredo Syrkis, leve e atraenmos mesmo diante de algo do

de Itambé, 28,

Llosa é principalmente

em alguma universidade, for- dados para repensar tudo o

de Carlos Lamarca?

Barão

Botafogo, Rio de Janeiro

programáticas ou em absurdos auto-críticas. Finalmente, você

fredo Syrkis exorciza, espanta oportunidades para ingressar fantasmas e nos fornece novos mar-se, enfim, ter um destino desejado pela maioria absoluta de outros rapazes de sua geração? O que fazia lá ao lado

de Mário Vargas Llosa,

Editora Nova Fronteira, encontrável nas bancas de livra-

minar

esse senão de somenos.

Trata-se de um livro que

precisa ser lido.

sistimos à triste saga às avesdesse

escrevinhador,

ídolo nacional

de

e desprezível in-

formante de uma revista fali-

Noutro

plano, assistimos ao re-

lacionamento do autor com

sua "tia Júlia", divorciada,fogosa e bem mais velha que ele.

A oposição da família, as peripécias de um

grupo de jovens

para conseguir a realização do

casamento etc..Mas subjacen-

te a essa movimentada histó-

ria, está o destino do intelec-

tual no terceiro mundo, onde, forma geral, é quase impossível viver exclusivamenteda profissão de escritor.


Sob o signo mágico

dos selos Edna

A Filatelia é um passatempo científico,sério, instrutivo

FRANCE

J.Perez POSTES

3.00

TAPEÇARIA

"A vida é uma tapeçaria,

financeiro, de e, no aspecto rentabilidade "fora do uma

retratando-a sobre pedaços coloridos de esperanças, anseios, desilusões, fantasias. A tapeça-

comum".

ria engloba a maior de todas as artes — a arte de compor

Filatelista é a pessoa que coleciona, estuda e classifica os selos; é o indivíduo que se dedica ao "hobby" dos selos e a todos os seus fascínios.

pedaços

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coM0 INICIAR UMA COLEGÃO

e totalizar o global."

Selo desenhado por Jean Picart Le Doux, formato horizontal (48x36,85) , valor de 3,00 F. (França). Impresso em heliogravura.

Uma coleção é iniciada com um propósito fixo ou aciden-

pode talmente.O principiante colecionar selos de toda espécie pois ao travar interesse peIo "hobby", ganhará ou adquirirá pacotes de selos dos mais variados temas.

TECNOLOGIA

História do automóvel sueco

SVENSK BILHISTORIA

3

: SVERtQE90 :

Após ter sido despertado o interesse e firmada a iniciativa, passa a dedicar-se por uma

especializaçãoquanto ao mc-

tivo,seja sobre países, animais, flores, etc. As peças filatélicas em duplicatas e as demais julgadas fora do interesse do co-

140 150

z

lecionadorpodem servirpara

trocas ou presentear amigos que tenham

interesse pela fila-

telia. Por ser de melhor compreensão a legenda, fácil entendimento a consulta nos ca-

tálogos, ao aconselhado

principiante é

iniciar sua

cole-

ção com selos do Brasil,para

e estudar melhor conhecer rinossa história, costumes, quezas, ciências, belezas natüilustres. rais e personagens Esses selos podem ser encontrados com facilidade nas casas especializadas e nas agências postais.

PRiS: 9 KRONOR Administração

A

Sueca uma

coloca em

folha em

Postal

circulação

miniatura

enfo-

cando "automóveis suecos".Os

selo no valor de 1,40 kr; Thulin

(1923), selo no valor de 1,50 kr; Volvo (1927), selo no valor de 1,70 kr.

Os

selos foram

gravados

sueseis tipos de automóveis , (1898) cos são: G. Erickson's

por ZIatko Jekus, baseados nas

(1903), selo no valor de 1,15 kr; Vabis (1909) , selo no valor (1917), de 1,30 kr•, Tidaholm

da e Bertil Persson (Museu e Tecnologia de Estocolmo . Sordertaije) Scania Museu de

selo no valor de 90 ore; Scania

de Kage Bjorklund fotografias

29




A OPCAOQUE FALTAVA EM PIRACICABA

KAMARI Av. F

a, 87 · Tel. 33一 844

CidadeJardtm


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