Edição 181 - Caderno 1

impressão Jornal laboratório do curso de comunicação social do unibh

ano 28 • número 181 • agosto de 2010 • belo horizonte/mg

distribuição gratuita

Do!s

Moda em Minas Estilistas mineiros ganham espaço no mundo fashion.

Páginas 10 e 11 lUCAs FernAndes

Rebelde por natureza, o rock que nasceu no início dos anos 1950 tomou os centros urbanos influenciando muitas gerações. BH é uma das grandes cidades que agrada os fãs do som, com bares e bandas.

Páginas 10 e 11

cinEma

Mentes criminosas Amantes da sétima arte vêm mudando a preferência dada aos personagens amorosos e “bonzinhos” por figuras mais assustadoras: os psicopatas, com ares mais intrigantes e inteligentes. Páginas 8 e 9 TEATRO

Palácio para todos Quem nunca se sentiu intimidado em entrar em algum lugar por achar que o estabelecimento não condiz com seu nível social? Essa é uma realidade que acontece com frequência em espaços culturais como o Palácio das Artes.

Páginas 2 e 3 mArIAnA medrAno

Ensaio

Um pouco de Portugal no Brasil Páginas 6 e 7

Mesmo após conclusão de boa parte das obras, o trânsito na Avenida Antônio Carlos continua lento

carona mais que solidária

uma iniciativa para desafogar o trânsito das metrópoles A frota de automóveis em Belo Horizonte a sociedade civil investe em iniciativas como a aumentou 79,5% na última década, segundo a Carona Solidária. Especialistas dão dicas para BHTrans. Para combater situações como essa, enfrentar o congestionamento. Páginas 8 e 9

POLÍTICA

Economia

Adolescentes rumo ao desafio das urnas

Moedas desaparecem do comércio de BH

Em um momento que requer maturidade e poder de escolha, projetos investem em estratégias para dar incentivo aos jovens que irão votar pela primeira vez. Página 3

Na grande BH comerciantes enfrentam uma batalha na hora de voltar o troco para o consumidor. As pratinhas de R$ 0,01 e R$ 0,05 são as que mais faltam no mercado. Página 6

bocha

EDUCAÇÃO

Um jogo de foco e muita paciência

Ensino Básico passa a contar com Música

Pouco conhecido no Brasil, o esporte tenta se popularizar. A bocha exige raciocínio para um jogo que pode durar três horas. Página 14

Lei de Diretrizes e Bases da Educação propõe as artes como disciplina obrigatória. Música é favorita para carga horária escolar. Página 7

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Impressão

Belo HorIzonte, AGosto de 2010

tramas urbanas

Editor: rafaEl igor rocha 6º PErÍodo

Carona contra o caos Rafael Sandim 6º PERÍODO

O trânsito em Belo Horizonte se tornou um grande problema e não há mais como evitar que isso atrapalhe o dia a dia de todos. O número de carros só aumenta e poucos veículos saem de circulação. Porém, uma solução tem se mostrado eficaz: a carona solidária.

Apesar das limitações e riscos de entrar no veículo de um desconhecido.

Em sua matéria de capa, o Impressão revela detalhes sobre a possibilidade já adotada por muitos.

Com conteúdo atual e preciso, a edição 181º do Jornal Impressão traz, também, reportagem sobre a moda mineira. A

matéria retrata como o tema está situado na capital, onde ficam os polos da moda e quais são as novidades do meio.

De reciclagem de lixo até eleições presidenciais, este número aborda temas diversificados e repletos de informação.

Como o texto sobre a Uniapomg, cooperativa de reciclagem que conta com a ajuda de aposentados para limpar a cidade e ajudar o meio ambiente. A ideia cresceu e a companhia já vende produtos de própria autoria.

Já os jovens, perto de completar 18 anos e encarar várias responsabilidades, precisam escolher se querem ou não votar.

A decisão eleitoral de qualquer pessoa, inde-

pendente de sua idade, é importante para definir o rumo político do país.

Esporte também não fica de fora: o assunto pode ser conferido nos textos sobre a Bocha, jogo voltado para todas as idades, e futebol americano, modalidade que tem se tornado cada vez mais popular em BH. No começo, uma equipe de 20 atletas surgiu na capital. Agora, o time mineiro já conta com 60 esportistas. Já a Bocha, pouco conhecida, é marcada pela necessidade de concentração. No momento, o interesse é fazer com que ela faça parte das Olimpíadas.

Temas mais sérios também podem ser conferidos, como a deficiên-

DEZcobertas 1

Curling

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O Curling é um esporte praticado em uma pista de gelo. O objetivo do jogo é lançar uma pedra de granito o mais próximo possível do alo no chão. Os competidores utilizam uma espécie de vassoura para ajustar a trajetória da pedra. Simula uma limpeza de chão.

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parkour

É uma combinação de xadrez com boxe. Conceito criado pelo cartunista Enki Bilal, no gibi Froid-Équateur.

Os lutadores se enfrentam por quatro minutos no tabuleiro; depois, por dois minutos no ringue. Ganha quem nocautear ou der um xeque-mate no adversário.

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O parkour é esporte e hobby internacional, ou melhor, a arte de atravessar obstáculos, de uma forma mais simples, apenas com movimentos. O principal objetivo do Parkour é sempre seguir em frente superando os obstáculos com originalidade e velocidade.

Boxe-xadrez

Rugby

constatado que os belohorizontinos continuam a frequentar os botecos, que disputam com as boates a preferência dos amantes da vida noturna na capital mineira.

Com sua veia cultural, o caderno DO!S fala, também, sobre cinema e teatro. O foco é sobre os famosos psicop a tas

das telonas e a respeito da queda de compra de ingressos para os teatros, que só conseguem ter um bom público em época de popularização, quando a entrada fica mais barata.

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Confira a íntegra do jornal: www.jornalimpressao.com.br

saiba mais sobre os esportes pouco divulgados

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Badminton

O jogo é parecido com o tênis, porém, no lugar de uma bola, os atletas devem atravessar para o lado adversário uma peteca, sem deixar que ela toque no chão. A equipe que deixá-la cair perde o ponto. O jogo pode ser realizado individualmente ou em duplas.

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O Rugby é um jogo disputado por duas equipes de quinze componentes, numa partida de dois tempos de quarenta minutos. O objetivo é levar a bola para além da linha do gol adversário e quicá-la no solo. No percurso pode correr com a bola, chutála e passá-la para um parceiro.

cia dos eventos culturais para os cegos, que sofrem com a pequena quantidade de filmes dublados.

As salas de cinema ainda não foram adaptadas, e algumas pessoas até sugerem a entrega de fones de ouvido com áudio que descreva as cenas silenciosas. Sobre música, a preocupação atual é o baixo número de professores capacitados. Agora, está difícil encontrar docentes preparados para ensinar todos os aprendizes de música.

A noite de BH também é assunto desta edição.

Em “Se não tem mar, vamos para o bar”, é

mmA

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O frescobol é um esporte um pouco diferente, pois não existe adversário e sim parceiros. O importante do jogo é tentar fazer o máximo para que seu parceiro consiga rebater a bola. O objetivo é manter a bola no ar pelo maior tempo possível.É um esporte tipicamente praiano.

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O MMA (Mixed Martial Arts), ou artes marciais mistas, é um esporte definido como uma modalidade de luta, em que todos os estilos podem ser utilizados, podendo o lutador usar diferentes técnicas de qualquer arte marcial.

Uma das bases do MMA é o jiu-jitsu.

Frescobol

Beisebol

O beisebol é um jogo com dois times de nove pessoas e quatro juízes, no qual se utilizam um taco, uma bola e uma luva. As metas principais são arremessar, acertar e pegar a bola. O motor do esporte é impulsionado por dois jogadores - o arremessador e o rebatedor.

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Cheese Rolling

De uma colina, são lançados, ao mesmo tempo, vários queijos redondos, em cada corrida. Os queijos rolam pela colina e os participantes devem descer correndo para alcançá-los. A primeira pessoa a cruzar a linha de chegada, que fica na parte de baixo, ganha um queijo.

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Corfebol

É um esporte coletivo praticado principalmente na Europa. Ele se difere de outros esportes, por ser formado por equipes mistas, quatro homens e quatro mulheres. Homem só marca homem e, consequentemente, mulher só mulher. O objetivo é passar a bola até marcar a cesta. pArA seGUIr o JornAl

Site: REITORA Profª. sueli maria baliza dias VICE- REITOR Prof. ricardo cançado PrÓ- rEitor dE graduaÇÃo Prof.Johann amaral lunkes PrÓ- rEitora dE PÓs - graduaÇÃo, PEsQuisa E EXtEnsÃo Profª.Juliana salvador

curso dE comunicaÇÃo social rua diamantina, 567 - lagoinha bh - mg - cEP: 31110-320 tElEfonE: (31) 3207-2811 imPrEssÃo/tiragEm sempre Editora 2.000 exemplares

COORDENADOR luciano andrade ribeiro Editor rEsPonsáVEl Prof. fabrício marques - mg 04663 JP laboratorista ana Paula de abreu (Programação Visual)

monitorEs Ed. JornalÍstica bárbara loureiro (texto) isabella barroso (infografia e diagramação) marina célia messias (texto) rafael igor rocha (texto) Estagiários fernanda toussaint (texto)

lorraine Kelly coelho (diagramação) marcos mendes (texto) mariana medrano (texto) Vanessa guerra (diagramação) colaboraÇÃo luciana cafaggi (ilustração)

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Comunidade no Orkut: Jornal Impressão

Belo Horizonte, AGOSTO de 2010

Impressão

Vida pública

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Editores: rafael igor rocha bárbara loureiro 6º PERÍODO

É a hora da decisão DIVULGAÇÃO

Com proximidade das eleições, programas desenvolvidos em MG conscientizam jovens sobre importância do primeiro voto até mesmo dentro de casa. Com isso, muitos perderam a empolgação com o primeiro voto, desencantaram com a idéia de que podem fazer a diferença”.

Votar ou não votar essa é a grande dúvida dos adolecentes de 16 e 17 anos Tatiana Barros 6ºPERÍODO

O voto para jovens entre 16 e 17 anos é facultativo. Mesmo assim, muitos optam por participar das eleições e exercer, assim, seu direito de cidadão.

Este é um ano de eleições presidenciais e o momento em que muitos desses jovens se veem diante de uma importante escolha: tirar ou não o título de eleitor. Uma vez que essa é uma opção, e não ainda um dever, muito se é questionado sobre o quanto há de interesse, nos jovens, quando o assunto é política. No geral,

há o pensamento que os adolescentes não dão a devida importância à política, talvez por terem outros objetivos e problemas para solucionar de imediato; metas e planos que não condizem com o assunto.

A doutora em Ciências Políticas Terezinha van Stralen acredita que, devido à expansão dos meios de comunicação, os jovens têm se mostrado interessados pelo o que acontece no país, contrariando aqueles que insistem em falar na “alienação” dessa geração: “Existe um saudosismo de que os jovens de

décadas passadas eram participativos e faziam a diferença. Porém, nunca as informações estiveram tão disponíveis para esses jovens. Eles estão preocupados com o acontece no país, embora, em sua maioria, a política partidária não chame tanto a atenção deles”, diz.

Segundo a doutora, uma explicação para essa condição é a decepção, muito influenciada pelos pais, em relação aos políticos: “Criou-se a ideia de que política está ligada à corrupção e todos não prestam. Eles, desde cedo escutam isso,

A voz das pesquisas A Vox Populi, em recente pesquisa realizada em janeiro, procurou entender o perfil político de jovens dessa faixa etária. Uma das questões abordadas foi se esses jovens conversaram sobre política na semana que antecedeu à pesquisa.

Dos 135 entrevistados, sur preendentemente, 90% não falaram sobre o assunto. Dentre os que conversaram, 43% tiveram essa conversa em casa, com os pais.

Outra questão abordada foi sobre simpatia partidária, e foi apurado que, dos 411 entrevistados, 65% não têm fidelidade a nenhum partido.

Essas opiniões podem ser observadas no número de alistamentos eleitorais dos jovens. De acordo com dados do Tribunal Regional Eleitoral-MG, é possível observar uma oscilação nos alistamen-

tos, cujo voto é opcional.

Em 2006, o número de inscritos ultrapassou os 212 mil; já em 2007 esse número decaiu para 194.800.

Até fevereiro de 2010, a quantidade de eleitores ultrapassa os 162 mil. A assessora de Comunicação do TRE-MG, Berenice Rosa, confirma esse desinteresse político.

“Podemos perceber, sim, que há um desinteresse crescente da população.

Os números totais dos alistamentos eleitorais podem mostrar um lado desse fenômeno”.

A estudante do ensino médio Lorena Vilhena, 16 anos, afirma que, de uns tempos para cá, passou a se interessar pelo assunto e que pretende tirar seu título de eleitor o quanto antes. “Nós, jovens, somos as gerações futuras da política, por isso temos que nos envolver”, analisa. Porém, nem todos os amigos de Lorena compartilham da mesma consciência política. Esse assunto, inclusive, não costuma sequer ser abordado quando se reúnem. “Às vezes acontece umas

piadinhas políticas, mas nunca aprofundamos”.

Para fazer uma boa escolha, na hora de votar, a estudante pretende se informar durante esses meses. “Primeiramente, quero a opinião dos meus pais, depois vou analisar as propostas através de propagandas eleitorais, e procurar conhecer a história de cada candidato”.

Já a estudante Lorena Liboni, 17 anos, não pretende tirar seu título este ano. Sua justificativa, provavelmente, vai ao encontro da de vários outros jovens: “Não tirei por preguiça mesmo.

Não me interesso muito por política, acho que essas corrupções têm muito a ver com meu pensamento”, afirma.

Muito do desinteresse, por parte de Lorena, vem da descrença nos candidatos, que a seu ver, não honram os votos que recebem. Diante desse pensamento, ela conclui: “quando for obrigatório, com certeza, eu tiro meu título”.

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Veja as opiniões dos jovens: www.jornalimpressao.com.br DIVULGAÇÃO

Projetos que incentivam Diversos programas são desenvolvidos no Estado, para conscientizar essa parcela da população, sobre a importância que tem o voto de cada um.

O projeto “Expresso Cidadania” visa incentivar a participação política dos jovens, em parceria da Assembleia Legislativa de Minas Gerais com o TRE-MG. A coordenadora do projeto, Eugênia Kelles, observa que “a participação político-eleitoral é um dos caminhos para o fortalecimento da democracia. Ela acontece, principalmente, com o exercício do voto”. Para ela, um grande erro da ju-

ventude é pensar que um voto não faz diferença.

“O que vale é participar, e manifestar se necessário, pois a juventude que dará seu primeiro voto nesta eleição de 2010 tem discernimento suficiente pra optar o que melhor lhe servir”, analisa. Ela diz ainda que os jovens deixaram de ser consequências para se tornarem efeitos, ou seja o efeito é o ato do voto que decidi quem vai governar durante os próximos quatro anos. No intuito de mudar o pensamento daqueles que não acreditam que podem ser a própria mudança, a “Expresso Cidadania”

ressalta que é preciso conversar na “linguagem desses jovens”, além de incentivá-los a participar da vida política, através de mobilizações sociais, campanhas de sensibilização e educação por eleições limpas.

O TRE-MG também promove campanhas voltadas para incentivar os jovens de 16 e 17 anos a se alistarem como eleitores.

Entre essas campanhas está o Voto Jovem, realizada pelo Tribunal Superior Eleitoral em todos os estados. Outro projeto o Voto Forte que visa mostrar a importancia da escolha consciente na hora de votar.

O título de eleitor atualmente é obrigatório em todo o país a partir dos 18 anos

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Impressão

Belo Horizonte, AGOSTO de 2010

Tramas urbanas

Editor: rafael igor rocha 6º PERÍODO

Artesanato reciclado Cooperativa ajuda meio ambiente transformando material do lixo em vassouras e sacolas Jardel Veloso

Vassouras e sacolas produzidas pela Uniapomg, ganham espaço em Sabará Fabiano Santana Jardel Felipe Veloso 6º PERÍODO

Há 12 anos, um grupo de amigos resolveu se

juntar com a finalidade de desenvolver um projeto que oferecesse atividades aos aposentados da antiga Belga Mineira. Assim, em 1997, surgiu a

Cooperativa de Reciclagem dos Aposentados de Minas Gerais (Uniapomg), uma cooperativa que luta pela preservação ambiental. Ela possui

O resgate da cidadania A vontade e a luta de 20 catadores de papel em conseguir um espaço para abrigar o lixo, recolhido na capital mineira, um sonho antes considerado impossível, tornouse realidade no dia 1° de maio de 1990. Assim, surgiu a Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Material Reaproveitável (Asmare), que conta hoje com cerca de 250 associados e beneficia indiretamente mais de 1.500 pessoas. O lixo, matéria-prima reciclável, tornou-se objeto de trabalho.

Segundo o diretor de Comunicação da Asmare, Alfredo de Souza Matos, além do trabalho de coleta realizado pelos ca-

tadores, a associação desenvolve um trabalho de parceria junto a empresas, escolas, condomínios, órgãos públicos, entre outros, para a coleta de recicláveis.

O material reciclado produzido pelos parceiros é doado à Associação que, deste modo, pode gerar e sustentar postos de trabalho para catadores e ex-moradores de rua. A organização da produção é acompanhada pelo processo de resgate da auto-estima e da cidadania de uma população historicamente excluída.

Ainda de acordo com o diretor Alfredo de Souza Matos, a associação recolhe por mês cerca de

450 toneladas de lixo contendo papel, papelão, jornais, latas de alumínio, garrafas PET e plásticos. “Com exceção do vidro e da borracha, recebemos todos os outros tipos de material.

Tudo é separado e prensado, antes de seguir para a reciclagem” enfatiza.

A Asmare recebe patrocínio da Petrobras para reformas do galpão da Avenida do Contorno, e do Banco do Brasil nos cursos de capacitação e liderança. Conta ainda com uma parceria com a Prefeitura de BH pelo trabalho que a associação desenvolve na cidade, recolhendo o lixo, reciclando-o, deixando a cidade mais limpa.

uma fábrica de plástico que, utilizando material reciclado, produz bens de consumo. Os insumos comprados pela associação são recolhidos do meio ambiente, principalmente das margens do rio Sabará. Os associados fabricam os produtos em máquinas desenvolvidas por eles mesmos.

Hoje, a Uniapomg conta com ajuda de 66 cooperados na fabricação de vassouras ecológicas e sacos de lixos. “A Uniapomg tem contribuído muito para a limpeza da cidade e principalmente para o meio ambiente. Se não fossem nossos cooperados, as margens dos rios e estradas estariam cheias de garrafas e plásticos”, ressalta Antônio Marcelino, presidente da cooperativa.

De acordo com Antônio, no início, a cooperativa era considerada apenas um lazer, “com o objetivo de ocupar as pessoas, para que saíssem do marasmo”, afirma. Entretanto, a cooperativa começava a ter custos operacionais, e precisava desenvolver uma atividade que gerasse renda. Assim, nos anos seguintes, a Uniapomg passou a

produzir vassouras e sacolas. Aos poucos o produto foi ganhando espaço no mercado sabarense.

“A Uniapomg tem contribuído para a limpeza da cidade e principalmente para o meio ambiente.”

Antônio Marcelino A partir de alguns anos, a ONG passou a receber doações de garrafas e em determinada época começaram a comprar o material para atender a grande demanda.

“Compramos as garrafas, reciclamos e produzimos as vassouras. É assim que mantivemos a cooperativa ao longo dos anos”, ressalta Antônio. Segundo ele, a cooperativa não recebe ajuda das empresas locais. “A prefeitura

nos ajuda parcialmente na entrega da matériaprima. Tem ano que recebemos, outros não”, enfatiza.

Alguns cooperados estão na ONG desde o início. Dona Eliana Bonfim, 52 anos, há mais de 11 anos contribui para a melhoria da Uniapong.

“Aqui eu faço um pouco de tudo.Ajudo na cozinha, cuido da faxina e trabalho na máquina de desfiar as garrafas”, conta ela. Trabalho que por sinal, não é nem um pouco feminino por exigir grande desgaste físico e domínio no maquinário.

“Produzir o artesanato virou um hábito. Recolho qualquer garrafa que vejo nas ruas e trago para o galpão”, explica.

No município de Sabará e região, é retirada do meio ambiente uma média de 20 a 60 mil garrafas por mês. Para o presidente falta apoio da comunidade, e as empresas e a prefeitura limitam os serviços da cooperativa.

“As pessoas que têm consciência de ajudar o meio ambiente trazem as garrafas para os galpãos”.

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Belo Horizonte, AGOSTO de 2010

Impressão

Tramas urbanas

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Editor: fernanda toussaint 8º PERÍODO

Deficientes visuais e a luta pela inclusão Ana borges

Além de ter que conviver com as limitações impostas pela deficiência, eles ainda são obrigados a vencer dificuldades do dia a dia Ana Borges 6º PERÍODO

Cegos encontram dificuldades para acompanhar eventos culturais, principalmente aqueles que são audiovisuais, como teatros e cinemas.

As principais queixas desse público em relação ao cinema é que os filmes, em sua maioria, são legendados, e os nacionais, por sua vez, apresentam muitas cenas sem áudio.

Os deficientes que frequentam cinemas acham que o problema poderia ser resolvido com fones de ouvidos através de uma áudio descrição, mesmo para filmes dublados. Os fones também são solicitados em espetáculos teatrais, já que não é permitido, ou bem aceito, que haja alguém do público explicando para os deficientes as cenas.

José Carlos Dias, usuário do setor braille da Biblioteca Estadual Luiz de Bessa, afirma que tem mais de 30 anos que não vai ao cinema, uma vez que as salas quase não passam filmes dublados.

“Se os cinemas tivessem filmes dublados, com certeza voltaria a freqüentar”, afirma.

Outra questão que acaba dificultando o acesso das pessoas com deficiência visual a determinados locais é a falta de atenção dos funcionários. Muitos os acompanham até as cadeiras e ficam de buscá-los quando a sessão acaba, mas, em muitos casos, os funcionários não aparecem.

O deficiente visual Alexandro de Lima, revisor Braille da Biblioteca Pública, conta que já foi esquecido junto com seus amigos, também deficien-

tes, dentro de um cinema em BH. “Ao chegarmos lá, um funcionário nos guiou até nossos assentos e disse que iria nos buscar no final da sessão, mas não foi isso que ocorreu. Ficamos esperando por muito tempo até que apareceu uma funcionária da limpeza à qual pedimos ajuda, mas ela não quis nos ajudar. Disse que aquilo não era sua função”.

Clícia Magalhães, mãe de uma cega, diz que abandonou o cinema por causa da filha. “Fico muito triste ao ver minha filha tendo dificuldades de acompanhar os filmes.

Com isso, prefiro nem vê-los”.

No mercado já podemos encontrar três filmes áudio descritivos, todos de produção nacional: Irmãos de fé, com Tiago Lacerda e Padre Marcelo

Dinalva Baumgratz (à esq.) é uma das mais antigas colaboradoras da bibioteca

Rossi; Signo da cidade, de Bruna Lombardi e Carlos Alberto Ricelli; e Ensaio sobre a cegueira, que mesmo baseado no livro do português José Saramago e com elenco de atores estrangeiros, é dirigido pelo brasileiro Fernando Meireles.

De acordo com o último censo do IBGE, existem no Brasil mais de 9 milhões de pessoas com deficiência física. A prefeitura da capital mineira, em parceria com o Governo Federal, criou o programa Belo Horizonte para Todos, que tem como objetivo promover avanços na acessibilidade de pessoas com deficiência. Pontos turísticos como a Fundação ZooBotânica e o Parque Municipal, além de regiões como a área hospitalar, passaram por reformas que as transformaram em espaços melhores capacitados para receber deficientes físicos. Outra iniciativa foi a elaboração de um guia turístico, em Braille, para orientar deficientes visuais, disponível nos postos da Belotur.

Entretanto, ainda estamos longe de poder nos considerar uma cidade acessível.

A Associação Brasilei-

ra de Normas Técnicas (ABNT) por meio da norma NBR 9.050/04, normatiza a “Acessibilidade de Pessoas Portadoras de Deficiências a Edificações, Espaço, Mobiliário e Equipamentos Urbanos”. A norma procura fixar os padrões e critérios que propiciem às pessoas portadoras de deficiência condições adequadas e seguras para o acesso autônomo aos espaços urbanos. No entanto, as dificuldades de locomoção são inúmeras: escadas, altos degraus, banheiros não adaptados, buracos nas calçadas, e elevadores estreitos, são alguns dos obstáculos que acaba por aumentar os desafios que precisam ser vencidos dia a dia por essas pessoas.

Conhecimento Fundada em 1954, a Biblioteca Pública Luiz de Bessa só ganhou um setor braille em 1965.

Além dos livros escritos em braille, a biblioteca também conta com um acervo de CDs de áudio de diversos estilos.

Os voluntários são peças fundamentais para o bom funcionamento do setor. Os mais antigos da casa são Zaíra Tavarez, 80

anos, Dinalva Baumgratz, 74 anos, e Pedro Borges, 80 anos, que já ajudam há mais 15 anos. Eles leem para os cegos, passam livros para o braille e os ensinam a ler e escrever. A biblioteca também oferece cursos de assinatura para cegos e de braille, inclusive para quem não tem deficiência visual.

Como ajudar Muitas pessoas têm dificuldades na hora de guiar um deficiente visual. Segundo dicas de deficientes visuais, é importante que a pessoa que irá prestar a ajuda deixe que o cego segure no seu braço, e siga em frente, para que eles percebam a movimentação do guia.

Quando for conduzi-lo para assentá-lo, o ideal é colocar as mãos nas costas da cadeira, para que eles mesmos se guiem e assentem-se sozinhos.

Outra informação muito importante é que os cegos não são surdos, muito pelo contrário, escutam muito bem. Com isso, não há necessidade de falar gritando.

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Acompanhe uma entrevista com Ana Borges: www.jornalimpressao.com.br

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Impressão

Belo HorIzonte, AGosto de 2010

Economia

Editora: fErnanda toussaint 8º PErÍodo

E as moedas somem dIVUlGAÇão

Falta de circulação de pratas no mercado dificulta o troco e as transações de compra e venda entre comerciantes e consumidores Karine Figueiredo Lucas Catta Prêta 6º PERÍODO

Muita gente fica se perguntando por onde andam as moedas. Na região metropolitana de Belo Horizonte sua circulação está escassa, o que dificulta o troco e faz com que os comerciantes fiquem em uma situação desconfortável. Esse fato, por sua vez, gera em alguns casos insatisfação do consumidor, e causa transtornos principalmente em padarias, farmácias, bancas de jornal, supermercados e nos coletivos. Especialmente as moedas de R$ 0,01 e R$ 0,05, que são as que mais faltam no mercado.

O principal motivo da falta de circulação das pratinhas ocorre porque muitas pessoas acabam guardando-as nos cofrinhos. “Mais da metade das moedas são esquecidas ou depositadas em cofres e gavetas, impossibilitando a circulação do

volume total”, afirma o economista Wilson Benício Siqueira, do Conselho Regional de Economia (Corecon). O final e o início de ano são os períodos em que as moedinhas fazem mais falta devido ao aumento do movimento no comércio.

O ideal seria que toda a população se conscientizasse da importância que as moedas possuem

“Mais da metade das moedas são esquecidas ou depositadas em cofres” Wilson Siqueira

para o dia-a-dia e modificassem seus hábitos de economia doméstica.

Para o economista, ao invés de guardar as moedas em cofres, as pessoas deveriam abrir uma poupança e depositá-las em um banco. “Se a população se conscientizasse disso, as moedas retornariam rapidamente ao comércio local”, ressalta.

Porém, neste assunto, as opiniões são controversas. Muitas pessoas evitam ao máximo as moedas como a estudante Luiza Amâncio Ferreira, 21 anos, que não gosta de receber as pratinhas. ‘’Elas pesam no bolso e na bolsa, fazem volume e um barulho desagradável’’. Ao ser questionada sobre o que faz com a maioria das moedas que recebe, a resposta é direta: “Junto todas e coloco em um cofre para depois trocá-las”. Luiza diz que só as carrega quando é extremamente necessário, caso contrário, prefere pagar com notas.

As primeiras ligas utilizadas na fabricação da moeda foram o ouro e a prata

Balinhas de troco Como a escassez de moedas se dá principalmente em relação ao troco, uma prática ilegal surgiu: as balinhas. Quando o estabelecimento não possui o dinheiro para devolver ao consumidor, ele ‘empurra’ balas e chicletes como troco. De acordo com o Procon, esse ato não é amparado legalmente e está estabelecido no Código de Defesa de Consumidor. As moedas de R$ 0,01 são as que menos aparecem no

Grande afeição pelas pratas A moeda é uma das mais antigas criações do comércio. O primeiro relato de seu uso data do século XI a.C, pela dinastia chinesa Shang. No mundo ocidental, o primeiro registro de fabricação é concedido aos gregos das ilhas de Aegina, por volta de 700 a.C. Outros, porém, dizem que foi na antiga cidade grega de Éfeso, atual Turquia, em 650 a.C. Hosanea Souza diz não abrir mão das pratinhas. Para ela, além do confesso apego pelas moedas, há um motivo em especial: quem é comerciante como ela, não pode prescindir de tê-las sempre à mão.

“Tenho uma padaria de bairro, e o movimento é alto praticamente o dia todo. Até pelo fato de ser um comércio local, que tem como clientes pessoas que saem de casa, ou que estão para o trabalho, para a escola, ou voltando de algum lugar, o meu fluxo de moedas é até considerável. Sempre tem muita criança, e até mesmo adultos, que sem-

pre compram uma bala, um doce, um chocolate, e a maioria deles me paga com moedas, o que acho ótimo”.

A situação vivida por Hosanea foge da realidade de grande parte do Brasil. Segundo João Sidney de Figueiredo Filho, chefe do Departamento do Meio Circulante (Mecir), órgão do Banco Central, quase metade das cerca de 15,6 bilhões de

moedas presentes na economia estão guardadas nas gavetas ou nos conhecidos “porquinhos”. Ou seja, mais de R$ 1,7 bilhão em moedas não está em circulação na nossa economia, o que inegavelmente torna a tarefa de dar troco bastante complicada.

Para o administrador Márcio Catta Prêta, por mais difícil que seja para o comerciante, é tarefa dele arcar com o troco. “É bastante compreensível que muitos comerciantes não tenham moedas. Mas, pessoalmente, não aceito o fato de não me darem R$ 0,03 ou R$ 0,04 de troco.

Em situações do tipo, sempre falo: ‘Me dá R$ 0,05 que eu fico te devendo R$ 0,01.’

Para o comércio, essas pequenas quantidades acumuladas se tornam em vultuosas quantidades em dinheiro”.

mercado, porém, vários produtos são vendidos com preços de R$ 1,99 ou R$ 2,99, por exemplo.

O fato é que os comerciantes não se preocupam em conceder o troço de R$ 0,01 para os clientes, e poucos são os consumidores que cobram o valor.

Wilson afirma que com a falta de moedas os comerciantes deveriam repensar a formação dos preços, estabelecendo valores inteiros que facilitassem os negócios. De

acordo com ele, este tipo de preço é estabelecido com o intuito de elevar o valor da venda passando uma falsa imagem de que o preço está reduzido, situado em um patamar mais baixo, em razão do primeiro número antes da vírgula. “Esta prática dificulta um negócio satisfatório para ambas as partes envolvidas, comprador e vendedor” , alerta o economista.

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Belo Horizonte, AGOSTO de 2010

Impressão

Educação

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Editora: fernanda toussaint 8º PERÍODO

Música volta a ser disciplina obrigatória As escolas do Ensino Básico de Educação têm até 2011 para se adaptarem às exigências DIVULGAÇÃO

Mozart e Beethoven ampliaram as potencialidades do piano no século XVIII Heitor Zagnoli 6ºPERÍODO

Aulas de percussão, flauta doce e algumas cantigas de roda poderão fazer parte do dia-a-dia de alunos do Ensino Básico de Educação de todo o país a partir de 2011. O ensino da música, importante para o convívio social e para o estímulo da criatividade e das emoções, volta a ser obrigatória nas escolas depois de quase 40 anos. Mas, agora, a preocupação por parte dos profissionais

da área musical é que não existem professores o suficiente para atender a demanda.

A lei nº 11.769, sancionada em 2008 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva através de projeto de lei proposto pela senadora Roseana Sarney (PMDB-MA), altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) n.º 9294/96, que propunha o ensino das artes em geral nas escolas, ficando a cargo de cada instituição escolher qual arte seria ministrada.

Agora, entretanto, não há a obrigatoriedade das artes como um todo, mas da música.

Segundo a professora da Escola de Música da UFMG, Betânia Parizzi, a volta da música nas escolas se deve, infelizmente, a questões políticas.

Ela conta que a música foi uma das atividades escolhidas para complementar a carga horária dos estudantes da Escola Tempo Integral criada pelo Ministério da educação (MEC) e pela iniciativa de alguns deputados

em 2006. “Não foram considerados os benefícios da música enquanto bem cultural para a educação e formação dos alunos”, afirma.

De acordo com a Secretaria de Estado da Educação (SEE-MG), foram investidos mais de R$ 430 milhões em ampliação e reforma das escolas em todo o Estado nos últimos quatro anos.

A Escola Estadual Francisco Menezes Filho, na região da Pampulha, foi uma das beneficiada com o projeto Tempo Integral.

Maria de Fátima Tenório, professora de música da escola, diz que o projeto é válido e que tem surtido resultados positivos desde que foi implantado. “A escola possui normatizações da Secretaria de Educação e a carga horária das aulas de música são determinações a serem seguidas, mas na escola em que desenvolvo meu trabalho tenho a liberdade de escolha e trabalho a música em sua essência, com a técnica vocal, o canto e as atividades rítmicas com instrumentos de percussão”, finaliza.

“A volta da música nas escolas se deve infelizmente a questões políticas e não por ser bem cultural” Betânia Parizzi História Para explicar como se deu o paulatino enfraquecimento do ensino da música nas escolas, vamos voltar no tempo do grande compositor Heitor Villa-Lobos, época em que se lotavam estádios de futebol com grandes corais e que o ensino da música era obrigatório nas escolas. Mas, com a morte de Villa-Lobos e por conta de outras questões sociopolíticas, o ensino musical foi gradativamente perdendo seu espaço, principalmente

com o advento da ditadura militar e suas mudanças radicais na educação.

Em 1971, foi criado a LDB nº 5692/71 que instituiu a educação artística que propunha um estudo das várias artes e que seria ministrada por um único professor. Com uma formação precária, esse professor passou a utilizar seu espaço na escola de uma forma pouco comprometedora e o ensino da música, por sua complexidade, foi aos poucos deixado de lado.

A música passou a ser “pano de fundo” das atividades artísticas da escola. “Os cursos de educação artística priorizavam as artes plásticas. A cada ano as escolas ficaram mais silenciosas, com exceção de algumas escolas particulares que, eventualmente, tinham diretores que valorizavam a música”, comenta Betânia.

Em 1982, a Federação Mineira de Conjuntos Corais (FMCC) se propôs a criar e desenvolver corais infantis nas escolas de BH com o projeto Música na Escola.

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Universidades criam cursos A Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) foi uma das pioneiras em criar o curso de licenciatura com habilitação em música em 1999. A Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG), a mais antiga na área das artes com o curso de educação artística desde a década de 1970, criou licenciatura de música apenas em 2001. Já o curso de licenciatura em música da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

oferecia somente oito vagas por ano até 2008. A partir de 2009, esse número passou para 30 vagas anuais.

Em 2004, a UEMG transformou o curso de educação artística, habilitação em música, em um curso de licenciatura em Educação Musical Escolar e criou um curso de licenciatura em música, com habilitação em instrumentos e canto, oferecendo 80 vagas por ano. Os cursos mais recentes de licenciatura

em música são os da Universidade Federal de São João Del Rei - UFSJ (2006) e o do Instituto Metodista Izabela Hendrix (2007).

De acordo com Betânia Parizzi, professora da Escola de Música da UFMG, o país tem pouquíssimos educadores musicais para mais de 40 milhões de crianças e jovens matriculados na Educação Básica.

Apesar de muitos músicos e educadores discordarem, Betânia Pa-

rizzi concorda com a lei sancionada. O artigo que coloca o ensino da música na condição de ser dada apenas por especialistas foi vetado. “A solução agora é formar cada vez mais especialistas para assumirem seu espaço, mas como nós não vamos conseguir isso nos próximos 500 anos, será preciso trabalhar com o professor que está dentro de sala de aula. A proposta é instrumentalizar os professores do ensino básico”, acrescenta.

Instrumentos na grade curricular do Ensino Básico

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Belo Horizonte, AGOSTO de 2010

Especial

Iniciativa legal para d MIRIANE BARBOSA

Carona Solidária é uma boa alternativa para melhorar o tráfego nas grandes cidades e driblar o crescimento da frota que aumentou 80% em 10 anos Lucas Fernandes Miriane Barbosa Pedro Costa 6º período

O asfalto sente a borracha a deslizar sobre sua superfície uma, duas, mil, um milhão de vezes pelas ruas da capital mineira. O volume de carros denuncia: o trânsito pede socorro. Os congestionamentos já viraram rotina.

Segundo a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans), a frota de automóveis na capital aumentou 79,5% na última década. Em 2000, os números apontavam 679 mil veículos. Hoje, registram 1,2 milhão.

Um verdadeiro caos. A fim de diminuir esses impactos surgiu a Carona Solidária.

A ideia é óbvia: se uma pessoa que tem carro oferecer carona a outras quatro, em tese, haverá quatro veículos a menos nas ruas. A iniciativa, de acordo com o analista de relações comunitárias da BHTrans, Marcos Evêncio, pode diminuir o número de carros em 5%, já que, em média, em cada automóvel há apenas uma pessoa.

Assim pensa e pratica

Marcos e tantas outras pessoas, como o estudante do 4º período de Jornalismo do Uni-BH, Thiago Henrique Almeida Costa, que desde o 1º período oferece carona a colegas de classe.

O professor da UFMG e especialista em Engenharia de Trânsito Urbano, Ronaldo Guimarães Gouvêa, acredita que a carona é bem-vinda, porém, limitada. “É muito complicado praticá-la porque as pessoas têm que ter o mesmo itinerário”. Ronaldo também conta que “em Brasília, por exemplo, é mais fácil devido à organização da cidade em áreas residenciais e comerciais”.

Além de ser uma política de alcance restrito, a Carona Solidária implica em uma rotina.

“Quem oferece a carona não pode acordar mais tarde ou passar por outro itinerário, já que tem compromisso com outras pessoas”, explica Marcos Evêncio.

Por outro lado, há vantagens. “Quem oferece a carona economiza com gasolina, ao dividir os custos.”, e o analista da BHTrans completa: “e quem a pega economiza por não ter que gastar com transporte”.

Dentro da própria BHTrans a Carona Solidária é incentivada por meio de projetos entre seus funcionários.

Inclusive, há um abrigo de carona para que os empregados possam arranjá-la.

“Quem oferece a carona pode economizar com gasolina, ao dividir os custos.”

Marcos Evêncio Marcos Evêncio explica que há dois tipos de carona: a programada, em que caroneiros e caronas são definidos anteriormente; e a eventual, de caráter esporádico.

Na empresa, há um sistema de marcação de caronas para funcionários via telefone. Contudo, está em desenvolvimento um “banco de cadastro de caronas” para facilitar este esquema.

A preocupação de Thiago Henrique Almeida Costa é a mesma da gestora do trânsito de BH: a segurança.

Segundo a empresa, conhecimento prévio e cuidados com caronas abertas e de fins de festa são fundamentais. Já o futuro jornalista garante que não dá carona a estranhos. “Ano passado, uma aluna me abordou perguntou se eu poderia levá-la. Como não a conhecia, disse que iria para o lado oposto”, concluiu Thiago.

Ronaldo Gouvêa afirma que a Carona Solidária não é a salvação do trânsito da cidade.

Os investimentos em infra-estrutura e transportes coletivos são essenciais: “Tem que investir no metrô, fundamental para uma cidade do tamanho de BH”. Ronaldo aponta outra solução: “o uso de vans com itinerários alternativos a preços populares”. De acordo com o professor todos preferem pegar uma van sem ter o transtorno do ônibus. “É melhor do que pegar o carro e gastar horas para encontrar uma vaga”, diz.

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Belo Horizonte, junho de 2010

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EditorA: MARINA CÉLIA 6º PERÍODO

desafogar o trânsito Iniciativas pelo mundo Carpool ou rideshare. Assim a Carona Solidária se popularizou mundo afora. Grandes cidades da Europa, Estados Unidos e Canadá, por exemplo, já adotam a medida. Entretanto, cada país tem um motivo diferente para implantar o sistema.

Responsável por 12% do total de emissões globais, os automóveis do Velho Continente preocuparam o Parlamento Europeu, que estimulou a carona a fim de que os

países atingissem suas cotas na redução da emissão de CO2. A população fez da carona uma rotina e as autoridades, em contrapartida, assumiram o compromisso de rever questões importantes, como transporte e melhoria da eficiência energética.

Nos Estados Unidos, a crise de crédito imobiliário fez “secar” os tanques dos carros.

O aumento do preço da gasolina, a dependência do petróleo estrangeiro,

MIRIANE BARBOSA

o aquecimento global e o caos do trânsito tornaram o carpool uma solução economicamente viável, ecologicamente correta e socialmente responsável.

Segundo o professor de Engenharia de Trânsito Urbano da UFMG, Ronaldo Gouvêa, em Washington, a classe média alta pratica a carona por dois motivos: por morar perto - nos subúrbios - e porque há uma pista exclusiva nas principais vias para quem dá a carona.

Thiago Henrique, aluno do 4º período de Jornalismo, e suas colegas caroneiras

MARIANA MEDRANO

LUCAS FERNANDES

Com o aumento de veículos nas avenidas da capital, o trânsito vira um caos ACERVO BHTRANS

Ação da BHTrans: criou um ponto de carona em sua unidade no bairro Buritis

Rapidez e fluidez em horários de pico: efeitos da Carona Solidária no trânsito

De carona, sim senhor!

Jornalista motorista também faz sua parte.

Com o slogan “Carona Solidária, Vamos Nessa!”, o jornal O Tempo comemorou 13 anos e reforçou o papel de instrumento formador de consciência crítica no cidadão. É o que pensa a editora do jornal, Lúcia Castro, que vê no evento a oportunidade de sensibilizar os leitores para a solidariedade e cidadania no trânsito.

Todo vigésimo dia do mês, os funcionários da redação de O Tempo deixam o carro na garagem e optam por outros meios de transporte para

chegar à empresa.

Além deste exemplo, produtores, repórteres e editores do jornal se responsabilizam por manter viva a ideia por meio de publicações aos domingos e pelo hotsite: www.otempo.com.br/ hotsites/caronasolidaria.

Ainda em Minas, um projeto voltado para a sustentabilidade foi lançado em setembro passado pelo Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema) em parceria com a Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag). É o MelhorAr. Um programa corporativo que visa diminuir

o fluxo de veículos que trafegam com mesmo itinerário com servidores e reduzir a emissão de CO2.

O subsecretário de Inovação e Logística do Estado Thiago Grego, afirma ser apaixonado por novidades. Por isso, levou a iniciativa ao Sisema. “O objetivo é reforçarmos nosso papel no processo das mudanças climáticas.”, afirmou.

Thiago ainda garante que “além disso, os servidores poderão se conhecer melhor sem que isso se torne um inconveniente, pois a adesão é voluntária”, explica.

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Belo HorIzonte, AGosto de 2010

Estilo

Editora: marina célia 6º PErÍodo

Jeitinho mineiro nas passarelas da moda Estilistas misturam glamour com tradição e provam que Minas também sabe desfilar Luiza Vianna Prista Michelle Lessa 6° PERÍODO ILUSTRAÇÃO: sImone lImA

AsAFe AlCAntArA

Na última década, a moda brasileira deu um grande salto e, atualmente, é considerada um dos setores da economia mais importantes no mundo. Somente no Brasil, são realizados, por ano, cerca de 50 eventos de grande porte. A maioria se concentra no eixo Rio - São Paulo, destaques do mundo fashion, mas não os únicos.

A concentração das tendências nessas duas capitais tem passado por transformações e cede um lugarzinho (ou “lugarzão”) para outros estados. No ramo fashion, Minas sempre foi conhecida por sua criatividade.

Hoje, consegue aliar graça e

originalidade com o jeitinho mineiro de ser.

“A moda se tornou um setor importante da economia de Minas” Carla Brito O berço do pão de queijo e da broa de fubá pegou um pedaço da “partilha da moda” e se desenvolveu. Surgiram vários estilistas, marcas renomadas, pólos de moda: Ronaldo Fraga, Tereza Santos, Renato Loureiro e Graça Ottoni, além de marcas consagradas desse cenário como Vide Bula, Patachou, Art-Man, Artimanha, Drosófila, Disritmia e Bárbara Bella.

O Estado começou a realizar eventos de importância nacional e internacional, inseridos no eixo dos negócios da moda.

A terra natal de Carlos Drummond, Itabira, atualmente, recebe diversos eventos de moda, o que expressa a vitalidade do setor e evidencia a importância para o estado.

De acordo com a produtora Carla Patrícia Brito, “a moda se tornou um dos setores mais importantes para a economia do estado”, diz.

Em fevereiro, a cidade concentrou o que há de melhor e moderno no Circuito de Moda BH Espera Por Você.

Jaqueline Botrell, uma das organizadoras do evento, afirma que o Circuito resgata o glamour da cidade e inspira os estilistas mineiros. “O BH Espera Por Você apresenta as principais tendências da moda.”. Jaqueline ainda afirma que “O objetivo é inventar uma troca de informações entre todas as faces do mercado

Água no mundo Fashion Asafe Alcantara Luísa Reiff 2º PERÍODO

O ar de BH ficou mais fashion durante a realização da 6ª edição do evento mais importante da moda mineira, o Minas Trend Preview. Desde novembro de 2007, os pré-lançamentos de várias marcas são exibidos duas vezes por ano: uma contempla as tendências de primavera/verão e outra de outono/inverno. Além dos desfiles, o evento oferece palestras e exibição das coleções em estandes.

Nos corredores da grande estrutura montada à beira da Lagoa dos Ingleses, encontram-se renomados jornalistas, compradores nacionais e internacionais, pales-

trantes, ditadores de estilo e amantes da moda mineira. Para se ter ideia da grandiosidade do evento, na penúltima edição, em novembro de 2009, foram atraídos compradores do Brasil e do mundo.

Portugal, Espanha, França, Colômbia, Polônia, República Dominicana e Japão negociaram cerca de 300 milhões de reais.

Em 2010, o tema escolhido pelo estilista e curador do evento, Ronaldo Fraga, foi Água. “Selecionamos um assunto que define os questionamentos em relação ao nosso futuro. É um elemento mágico, sedutor e transformador”, afirma. Outro nome importante na organização do MTP é Carlos Pazzeto, responsável pela consultoria de moda e escalação da equipe

de produção dos desfiles. Sobre a maturidade do evento, Pazzeto garantiu que Minas tem absoluta condição de dividir o espaço da moda com Rio e São Paulo, eixo até então dominante no cenário.

Um dos estandes mais populares era o Chic, por Glória Kalil. A consultora afirmou que a moda mineira tem uma personalidade ímpar e que o evento foi muito bem estruturado.Opinião compartilhada pelo instrutor de passarela de grandes tops, Namie Wihby, que em entrevista exclusiva, elogiou a todos os profissionais presentes no MTP e comentou que Minas ultrapassou o Rio de Janeiro no quesito moda, e hoje ocupa o segundo lugar no ranking brasileiro.

Top Model Izabel Goulart se prepara para o desfile

moderno”.

Com um evento desse porte, BH ganha força no turismo de negócios e emplaca no Calendário da Moda Nacional.

Outro acontecimento aguardado pelos fashionistas é o Griffe Show, que ocorre duas vezes por ano e reúne as principais marcas mineiras, além de contar com um bazar com grandes descontos.

Quando o assunto é

passarela, o BH Fashion Week traz o glamour das mais conhecidas “semanas da moda” e mostra a arte e cultura da capital mineira. O desfile apresenta tendências modernas relacionadas à riqueza de valores e tradições dos belo-horizontinos e tem por objetivo valorizar os talentos existentes no estado.

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A consultora Glória Kalil elogiou o evento mineiro

Belo Horizonte, AGOSTO de 2010

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Estilo

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Editora: marina célia 6º PERÍODO

Para qualquer gosto Grifes abrigam diversidade cultural da capital; resultado faz sucesso no mundo fashion ASAFE ALCANTARA

Exposição de Jovens Estilistas no lounge dos desfiles: glamour, charme e sofisticação dos novos talentos marcaram presença no Minas Trend Preview Marina Vieira Stephanie Zanandrais 6º PERÍODO

A moda boa, bonita e bacana tem seu espaço em Belo Horizonte. Do tradicional e sofisticado ao brega e retrô. Do popular ao elitizado, peças de seleção e modelos exibidos nas novelas.

A capital de Minas concentra seu pólo da moda em três bairros tradicionais: Barro Preto, Lourdes e Savassi.

A estudante de moda Cynthia Batista conta que o mercado em BH é muito bom para qualquer estilista: “acredito que é promissor, tudo de-

pende de conhecer bem o público-alvo”.

Nos três bairros é possível encontrar preços e formas de pagamento variados, além de cortesias criativas para chamar a atenção das consumidoras.

As lojas do Barro Preto, em sua maioria, promovem desfiles de lançamentos e brindes para as consumidoras se sentirem à vontade.

A loja Vida Nua, por exemplo, além de reformar o espaço, oferece 10% de desconto no valor total da compra para a cliente que quiser desfilar com a peça que comprou.A mega produ-

ção inclui ainda uma passarela, luzes, músicas e um locutor para anunciar a consumidora em seu show particular.

Quem não vai querer?

Afinal, além de pagar menos, a cliente tem o seu momento de modelo fotografado e registrado no mural da loja.

“Eu me senti uma pop star, muito massa.

Apesar de ficar sem graça, o locutor me divertiu, fiquei satisfeita.”, afirma a estudante Ana Clara Vieira, que comprou um vestido de gala roxo e um broche de brilhantes.

O trabalho manual tem sido valorizado. Para Cynthia Batista, ele transDivulgação

mite a cultura de Minas na forma como as mineiras se vestem. “Admiro as peças feitas à mão, a utilização de trabalhos como

“O mercado de moda em BH é promissor, tudo depende de conhecer bem o público-alvo”, Cynthia Batista

A vantagem de vender as peças pessoalmente permite que a revendedora se torne amiga de suas clientes, que como consequência se tornam fiéis compradoras. “A mordomia, a amizade e a confiança me permitem dividir o pagamento várias vezes em dinheiro, cheque e cartão”.

Além disso, Alexandra Peres conta que não trabalha com peças repetidas para que a cliente se sinta única em sua roupa: “Eu vendo séries, e, por isso, todas as peças são exclusivas”.

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A última das tendências Thaís Casagrande 6° PERÍODO

Imagem da coleção de Mário Schwab em 3D na revista Dazed & Confused

o crochê de uma maneira diferenciada, que tem a ver com os mineiros”, diz.

Outra opção para comprar belas roupas é ligar para as revendedoras.

As “sacoleiras”, como são chamadas, oferecem uma regalia que agrada e muito. “Eu vou à casa das minhas clientes para apresentar os lançamentos”, conta a revendedora Alexandra Peres.

Para escolher as peças que revende, Alexandra pesquisa as tendências em catálogos de moda, além de visitar varias lojas e analisar qual oferece qualidade e bom preço.

A tecnologia não tem limites: a “moda” agora é o novo método de desfiles, que são transmitidos ao vivo pela Internet e em três dimensões. Os interessados compram o ingresso e acompanham o evento do cinema, em sua cidade.

A Burberry foi uma das pioneiras a divulgar desfiles online. A marca inglesa promoveu exibições do seu desfile para a coleção Outono/Inverno 2010 na semana de moda em Londres. O desfile em 3D foi assisti-

do simultaneamente em salas montadas para convidados em Paris, Tóquio, Dubai e Nova York.

Em 2009, o estilista Mario Schwab criou uma coleção que, vista com óculos 3D, evidenciava cristais nos tecidos.

Porém, o efeito de terceira dimensão na moda serve apenas como conceito.

Segundo a estilista Ana Vilela, “na passarela, é possível identificar os efeitos com o uso dos óculos especiais.”, e conclui que “O mesmo tecido no dia a dia perde seu sentido já que, sem os

óculos, não passa de um tecido comum”.

“A ilusão do 3D é criada através das formas geométricas, texturas e efeitos “origami” feitos com o tecido”, diz Amanda Corrêa, editora de moda da revista Star.

A indústria têxtil já produziu tecidos que reduzem o acúmulo de energia eletrostática, protegem contra os raios UV e ajudam a tratar a celulite.

O avanço da tecnologia impulsiona a moda a procurar novos rumos.

Como consumidores, só nos resta esperar para ver o que mais vem por aí.

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Belo HorIzonte, AGosto de 2010

comportamento

Editora: rafaEl igor rocha 6º PErÍodo

Não custa nada sonhar Acreditar, confiar e manter o foco é fundamental para quem pretende alcançar objetivos Daisy Felício 7º PERÍODO

Conquistar algo, pensar no futuro... Sonhar é pensar adiante, é esperar o inusitado acontecer.

Foi dessa forma que ocorreu na vida de Daniela Saraiva, recentemente aprovada no concurso público da Polícia Militar.

Ela conta que está de certa forma realizada.

“Desde 2006 faço a prova para ingressar na PM, falei para mim mesma que enquanto tivesse idade para entrar na polícia faria a prova, hoje estou com 27 anos e mesmo se não tivesse passado continuaria tentando”, diz.

O Estatuto da Polícia Militar estabelece que a idade máxima para se efetivar na corporação é de até 30 anos.

A conquista de Daniela também fez com que ela tomasse algumas decisões. Para se tornar soldado, a polícia exige cerca de nove meses de estudos intensivos, e dessa forma ela não teria tempo para dedicar aos estudos da faculdade.

Então, optou por trancar a matrícula já no 5º período de pedagogia.

“Depois que eu terminar o Curso Técnico de Segurança volto com a faculdade, não existe possibilidade de conciliar os cursos, já que na polícia ficarei o dia inteiro. Ser pedagoga também é um dos meus sonhos, mas a prioridade é ser militar, ter uma vida estável, pensar no futuro”.

“A vida das pessoas tem um tempo muito limitado, e cheio de pressões, e o sonho é uma fuga ” Cristina MarÌlia

dois anos a dona de casa Raquel Teixeira sonha em adquirir o beneficio de auxílio-doença do governo. Ela paga o carnê de autônomo do INSS há 20 anos e já há algum tempo vem sofrendo problemas de LER/Dort, causados por movimentos repetitivos e contínuos relacionados ao trabalho.

“Os médicos dizem que estou com uma distorção no braço, que é preciso operar, estou na fila para esta operação aproximadamente um ano e meio, meu marido é comerciante e ajudo com algum trabalho em casa, agora já não estou tendo condições de ajudá-lo”. Raquel também conta que já foi ao INSS, que diz que ela está apta para o trabalho.

Mensalmente, Raquel paga o valor de R$ 85,00 do carnê. “A gente paga o carnê anos e anos e quando precisa de um beneficio é isso que temos”, diz. os sonhos

Quem sabe

Há aproximadamente

A empregada doméstica Fátima de Souza tem

dAIsY FelÍCIo

Raquel Teixeira, doméstica, sonha em receber o beneficio auxilio doença do INSS

um tipo de sonho raro, trabalhar no Serviço de Limpeza Urbana (SLU).

Durante sua infância não teve muita oportunidade na vida, o que lhe restava era aprender os

serviços domésticos. A partir de então, passou a ganhar a vida como empregada e também diarista nos dias de folga. “Até hoje sonho em ser uma formiguinha da SLU,

meu sonho é ficar varrendo a Praça Sete o dia inteiro, vendo o movimento”, diz Fátima de Souza.

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ArQUIVo pessoAl

Alegria ou frustração

Sonhar é parte fundamental na vida do homem; se torna uma fuga da realidade

Para a psicóloga Cristina Marília, a necessidade de sonhar é uma atitude dos seres humanos.

“A vida das pessoas tem um tempo muito limitado, cheio de pressões e o sonho é uma fuga. Na medida em que o indivíduo se sente frustrado ele cria alguma coisa que possa compensar o sofrimento do dia a dia”.

Um sonho realizado é como se fosse um processo, um ciclo da vida cumprido. Cristina explica que uma meta alcancada gera outras, “a realização de um sonho ou conquista provoca sensação de alegria, de ter alcançado um objetivo e isso ocasiona outros sonhos, ou seja, esgota-se um sonho e se parte para outro, eles

são uma constante na vida dos seres humanos”.

Já um sonho não-realizado ocasiona a frustração, ou o que os psicólogos chamam de depressão.

Mesmo assim o indivíduo não deixa de sonhar.

“Até no sofrimento a mente humana idealiza coisas para solucionar a dor”, comenta.

Belo Horizonte, agosto de 2010

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Um dia no...

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Editora: bárbara loureiro 6º PERÍODO

Ciranda`s bar Localizado na Avenida Olegário Maciel, o boteco é palco de muita diversão e boas risadas TOMAZ AMâncio

O agitado Ciranda`s bar é o ponto de encontro de vários jovens da zona sul Bruno Torquato Tomaz Amâncio 6º Período

A cidade se apresenta centro de contradições, entre igrejas e os famosos “butecos” que dão título a Belo Horizonte de capital dos bares. O profano e o sagrado se misturam e conferem um ar boêmio a BH. Localizado na Avenida Olegário Maciel em Lourdes, região centrosul, o Cirandas Bar - ou Bar do Miguel, para os íntimos – a clientela fiel é em sua maioria jovens à procura de jogar sinuca, conversar e “tomar uma gelada”.

A contradição fica bem evidente ao observar que de frente está localizada a Igreja Universal do Reino de Deus e, ainda um pouco mais próxima, mais um tem-

plo, “Jesus Cristo é o Senhor”.

Procuramos identificar qual é o público e os motivos que levam tantas pessoas a freqüentar diversos tipos de bares da capital, além de procurar demonstrar as história e dificuldades enfrentadas para aqueles que escolhem trabalhar nesse ramo.

Seja no fim de semana, dia de folga ou por outro motivo qualquer, muitos querem encontrar com os amigos e familiares em um bar onde rola aquele papo descontraído, cerveja gelada e petiscos dos mais variados.

Cada qual tem seu modo de acolher os fregueses, pratos típicos, porções especiais, decoração e um estrutura original para conferir o charme necessário a fim

de conquistar os “bebedores” de plantão.

Do outro lado da história estão os funcionários do bar e o dono, aquele que administra toda a “diversão”.

E, enquanto todos se divertem, eles trabalham e faturam. Foi então que, no último dia 20 de março, sábado, logo após uma boa chuvinha, adentramos nesse universo de lazer e descontração que faz de nossa cidade uma das mais boêmias, como já diz o jargão dos noturnos, onde em cada esquina encontra-se um boteco.

Só em um quarteirão da Avenida Olegário Maciel em Lourdes são 5, o Loop, a Cantina Piacenza (Italiano), Amarelinho, Amore Mio e Balaio de Gato. Dentre eles, o Ciranda´s completando assim a marca

de seis bares.

O Ciranda’s se destaca por ser como uma casa, onde a garagem é a entrada - no 2º piso ficam as sinucas e ao fundo, um espaço para shows e eventos além de telão para transmissão de jogos de futebol.

Nesse dia atrás do balcão no alto estava um televisor ligado no Campeonato Mineiro de 2010. O jogo era Cruzeiro e o estreante América, da cidade de Teófilo Otoni. Os clientes saboreavam a cerveja, conversavam entre si e assistiam ao jogo que, até então, o time da celeste estava atrás no marcador por 1 a 0.

No cardápio do bar estava documentado o que é oferecido. De água, passando por refrigerantes, cervejas e terminando em bebidas destiladas, o Ciranda`s Bar oferece ainda sanduíches e porções. Mas dá para notar que não precisa de muito, pois o que vale mesmo é a diversão, boas risadas e a compania dos amigos.

E para quem pensa que não existe rotina em bar, o proprietário, Miguel Fernando Correa, diz logo o contrário.

“Tem muita rotina. Recebe cerveja, sai para fazer compra. É tudo muito igual, rotina tem sempre”, comenta. E ele sabe muito bem sobre como funciona um bar, afinal Miguel é desde cedo um amante desse ramo. Seu histórico confirma. Gostava desde a infância e aos 14 anos de idade sempre ia para a cozinha de um hotel.

Dois anos mais tarde fizera um curso profissionalizante, trabalhou como garçom por alguns anos e posteriormente veio o desejo de montar seu próprio negócio. O primeiro foi no bairro Padre Eustaquio, região noroeste da capital.

Alguns jovens ainda insistem em trazer algum tipo de transtorno.

Miguel explica: “graças a Deus, nunca tive muitos problemas, mas há muitas pessoas que saem à noite e querem te dar prejuízo de alguma forma, coisa que não existia algum tempo atrás, quando as pessoas saiam apenas para divertir”. E isso acontece com freqüência, “acontece todo dia”, confirma.

O bar lucra em média 40 mil reais por mês, num movimento de 100 a 150 clientes por dia, principalmente às sextas e sábados, quando o bar “bomba”, geralmente a partir das 8h da noite.

“Trato um cliente problemático com muita diplomacia ” Maria José Pereira

A escolha pelo bairro Lourdes para ser o ponto do Cirandas Bar veio em uma conversa entre amigos. Miguel tinha um bar na Rua Sergipe, porém em um pequeno imóvel. Como gostava de trabalhar no ramo, ele comentou a um amigo que gostaria de fazer da casa dele, que estava para alugar um estabelecimento. Com um desconto no aluguel ficou tudo acertado para montar o bar e ele ainda conseguiu se manter próximo de sua clientela.

Para atender os clientes, inclusive os encrenqueiros, Maria José Pereira, cozinheira e também garçonete é sempre a mesma. Segun-

do ela, “a abordagem procura ser a mais confiante e gentil possível.

Trato um cliente problemático com muita diplomacia”. E ainda completa; “mesmo sendo grosso a gente tem que ser o mais educado possível”.

Toda a educação citada por Maria José é confirmada pela estudante de medicina Renata Fernandes. “O atendimento daqui é ótimo”.

Segundo ela, esse é um dos motivos, além da localização e dos jogos: “É o bar mais perto da minha casa e ainda passa futebol”, explica. Sua amiga Juliana Amaral, também estudante de medicina, comenta sobre os 10% cobrado de gorjeta para o garçom, que nem sempre paga.

“Depende do tratamento com certeza, se ele vem e dá atenção. Às vezes você entra pede a cerveja e demora uma hora.

Eu não me importo de pagar quando sou bem atendida”, comenta. Já sobre o projeto de lei do Senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), de aumentar para 20%, ela é enfática “acho que é pesado cobrar na conta 20% ”.

Conversa vai, conversa vem, a hora já tinha passado e o placar do jogo que passara no televisor também. O Cruzeiro virou para 2 a 1 e tornou ainda mais feliz o fim da tarde e inicio da noite para Renata, Juliana e demais clientes, mas não para todos, afinal estavam presentes ali também atleticanos e um tricolor carioca, porque Miguel é torcedor do Fluminense. O simpático proprietário ainda montou um clube de torcedores, os Flumineiros, torcedores da região que se encontram para assistir a todos os jogos do time carioca.

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Belo Horizonte, AGOSTO de 2010

Ação e adrenalina

Editora: bárbara loureiro 6º PERÍODO

As armas da bocha BÁRBARA PEIXOTO

Na bocha a equipe que estiver com as bolas vermelhas começa a partida Bárbara Peixoto Luiz Eduardo Ladeira Guilherme Reis 6º Período

Concentração. Se a bocha fosse resumida a uma palavra, essa seria a forma ideal. No esporte, praticado em canchas longas e estreitas, as partidas podem durar mais de três horas, e, depois de todo esse tempo, calibrar a mão para fazer as bolas, que podem superar o peso de um quilo, rolarem pelo campo e atingirem o seu alvo - um pequenino bolim - pode se tornar uma tarefa árdua, que exige do

esportista destreza e experiência. Além disso, o esporte exige raciocínio estratégico. Muitas vezes os jogadores têm de prever os movimentos seguintes e tentar impedir que o adversário pontue.

O jogo começa com o sorteio das bochas. A equipe, ou jogador, que estiver com as bolas vermelhas, lança primeiro.

O bolim (alvo) é jogado e o movimento dá início à partida. Depois de uma rodada de lançamentos, a equipe cuja bola estiver mais distante do bolim continua jogando. Em partidas individuais são

usadas quatro bolas por jogador. Esse número sobe para seis quando em equipes.

Uma vez arremessadas as bolas, a equipe que estiver mais próxima do bolim pontua, de acordo com o número de bochas.

Conhecer o esporte é fundamental para que ninguém ache ele desinteressante ou feito para pessoas idosas.

Como diz Ubiratan Grisotti, conhecido como Sabiá, praticante da bocha há 24 anos: “A bocha não tem idade, é democrática. Todo mundo, de oito a oitenta, pode jo-

Em Minas Gerais, as duas maiores equipes desse esporte são o Palmeiras e o Cruzeiro

gar”, diz o atleta do Cruzeiro, que joga desde os oito anos de idade. Sabiá é um dos melhores jogadores do clube. Foi campeão nacional por três vezes e terceiro colocado no sul-americano, competindo em trio. Também conquistou oito campeonatos mineiros.

Em Belo Horizonte, os dois maiores representantes na bocha são o Palmeiras, do bairro Santa Efigênia, e o próprio Cruzeiro, que apresenta uma estrutura profissional para a prática do esporte, contando com quatro canchas, sendo que uma delas nos moldes da regra mundial (diferente daquela praticada aqui na América do Sul). O coordenador da bocha no clube celeste, Alexandre da Rocha Comoritto, fala sobre a estrutura do clube: “Sou um profissional remunerado e vivo da bocha. O Cruzeiro custeia todas as competições e nos dá todo o apoio necessário”.

O esporte estreou no programa paraolímpico oficial em 1984 na cidade de Nova Iorque com disputas individuais no feminino e no masculino.

Competem nessa modalidade atletas com paralisia cerebral severa e que utilizam cadeira de rodas.

Nesse caso é permitido o uso de instrumentos de auxílio para aqueles que

possuem um grande comprometimento nos membros superiores e inferiores. No Brasil a bocha paraolimpica é administrada pela Associação Nacional de Desporto para Deficientes (Ande).

Sabiá chegou a trabalhar com algumas crianças portadoras de necessidades especiais no Cruzeiro, e conta: “Só de lembrar eu me emociono.

Eu via as crianças agitadas, querendo arremessar as bolas de qualquer jeito.

Mas aí a gente ia ensinando e eles se acalmavam, e iam caprichando cada vez mais. Dois deles foram campeões na Noruega, em um torneio internacional”.

“A bocha não tem idade, é democrática.

Todo mundo, de oito a oitenta, pode jogar” Ubiratan Grisotti A Confederação Brasileira de Bocha e Bolão e as federações regionais promovem uma campa-

nha para transformar o esporte em uma modalidade olímpica. O objetivo principal é inserir a bocha nas Olimpíadas de 2016, que terá como sede o Rio de Janeiro. O maior apoio que a Confederação espera é do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para Alexandre, “o que falta é a gente difundir as regras praticadas na Europa, que são as consideradas mundiais. Aqui na América do Sul jogamos de uma maneira diferente. È preciso unificar as regras”.

Ubiratan ainda comenta: “O jogo aqui é mais bonito. A nossa cancha é mais leve e as bolas mais pesadas. A diferença pode ser comparada aos pisos do Tênis. Lá é como se jogassem no saibro, e aqui em uma quadra rápida”.

Com essas diferenças, o jogo pela regra sul-america é mais técnico. A bola rola com mais facilidade é preciso um domínio maior sobre ela.

Existe um abaixo assinado que tem como meta chegar a um milhão de assinaturas e que será entregue ao Comitê Olímpico Brasileiro e ao Presidente. Quaisquer pessoas interessadas em apoiar o movimento poderão baixar o documento no link: www.portaldabocha.com.br

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Belo Horizonte, AGOSTO de 2010

Impressão

Ação e adrenalina

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Editora: bárbara loureiro 6º PERÍODO

Locomotiva mineira

Time de futebol americano de Belo Horizonte, Minas Locomotiva, está confirmado na LBFA Barbara Loureiro Rafael Igor Rocha Thaís Manini 6º período

A Associação Social Minas Locomotiva foi o primeiro time de futebol americano que surgiu em BH, criado em 2005 com apenas 20 atletas. Hoje, a realidade da equipe é outra, que conta com equipamentos para as competições e mais de 60 atletas.

Tudo começou com interessados no esporte, que acompanhavam os campeonatos norte-americanos via internet, por meio de um fórum de discussões disponível pela rede Redzone.

Um ano antes, em 2004, alguns membros do fórum Touchdown resolveram se encontrar para trocar informações sobre o esporte: Eli Moisés Rocha, Stéphano Diniz e Gustavo Matos Jorge, atual técnico. Eles organizaram um encontro na região da Savassi.

Porém, não houve o comparecimento daqueles convocados.

No ano seguinte uma nova tentativa de reunião entre os amantes do esporte foi agendada. Des-

Rafael Igor Rocha

ta vez, onde pudessem fazer uma “pelada” de futebol americano. Porém, apenas duas pessoas estavam presentes.

Carlos Eduardo S. L. Gomes e Gustavo Matos afirmam que “mesmo sem sucesso com as reu-

“Cada jogador é responsável pela compra do uniforme e equipamentos” Gustavo Matos niões, ficou o ânimo para continuar e fazer um novo encontro na semana seguinte”. O grupo inicial de fundadores eram, além de Carlos Eduardo e Gustavo, Stéphano Diniz, Eli Moisés Rocha, Tiago Gomes, Guilherme Vieira, Bruno Ribeiro e Breno Recchioni, dentre outros.

Ao final de 2005, o time contava com uma

média de 20 jogadores nas “peladas”. E a partir do momento em que as reuniões se tornavam mais frequentes, houve a necessidade de se criar um nome para o time: BH Goldminers.

Com a tentativa de popularizar o esporte na capital foi decidido que o time deveria mudar de nome, afirma Abraão Coelho, quarterback do time há quatro anos. A escolha do novo nome passou por idéias, até mesmo engraçadas, como Jacarés da Pampulha.

Mas o nome escolhido pelo grupo foi o Minas Locomotiva, “com referência à historia do Estado, remetendo a suas linhas ferroviárias”, segundo Abraão. Essa mudança aconteceu no dia 18 de março de 2006.

O então presidente do time, Eli Moisés, mais conhecido como Jamaica, se empenhou na busca de novos jogadores e nos primeiros materiais, como cones e bolas para os treinos. A compra dos equipamentos e uniformes foi feita através de arrecadação espontânea e doação de particulares.

Atualmente, “cada joga-

Preparação para a LBFA O Minas Locomotiva está confirmado na Liga Brasileira de Futebol Americano, junto a mais 13 equipes. O campeonato acontecerá entre julho a novembro. Cada time terá seis jogos, sendo três em casa e três fora. O time mineiro está na Conferência – provisoriamente – Norte 2. Os times que a equipe enfrentará são o tradicional Sorocaba Vipers, de São Paulo; o Tubarões do Cerrado, de Brasília; e o Corinthians Streamrollers, também de São Paulo.

A preparação da equipe para a LBFA acontecerá, de acordo com Democlydes Carvalho, que também faz parte da dire-

toria, “com dois amistosos, um em casa e o outro fora”. Os jogos do campeonato em Minas serão realizados no Campo Santa Cruz.Uma novidade do campeonato é que cada time terá uma partida transmitida ao vivo pela ESPN e pela Band Sport.

Segundo Guto Michel, assessor e jogador o time também tem o seu próprio campeonato criado pelos seus jogadores: o Interno Bowl, em que eles realizam uma confraternização de fim de ano, que marca o começo das férias. Os jogadores promovem jogos entre si, e ao final realizam uma festa com a familiares e amigos.

Devido ao grande número de atletas são feitos dois times, nos quais os jogadores têm a possibilidade de trocar as suas posições, “como se fosse um rachão no futebol”, conta Guto Michel – linebacker há quatro anos e meio.

E uma das formas criadas pelo time para arrecadar fundos para sua manutenção, como viagens, inscrição para os campeonatos, uniformes, equipamentos, dentre outros, é a “Blitz”. Um sábado por mês, na parte da manhã, a equipe se reúne na Savassi para recolher doações nos sinais de transito da região. Os atletas vão uniformizados para o evento.

Minas Locomotiva atualmente tem seu próprio campeonato, o Interno Bowl

dor é responsável pela compra de seu uniforme e dos equipamentos, além de pagarem uma mensalidade e fazerem rifas para manter o time”, diz Gustavo Matos Jorge, atual técnico (há três anos) do Minas Locomotiva, e jogador – wide receiver há cinco anos.

No ano de 2007, o Minas Locomotiva participou do seu primeiro torneio interestadual, o

Pantanal Bowl, em Cuiabá. Neste campeonato, o time conseguiu o seu primeiro resultado oficial, alcançando o segundo lugar.

E em 2008, a equipe Minas Locomotiva participou de seu segundo torneio interestadual, em Vila Velha (ES), a Copa Vienne, onde já contavam com aproximadamente 50 jogadores. Nesse torneio, a equipe

alcançou a terceira colocação.

Neste ano o time, Minas Locomotiva, conta com quase 60 jogadores.

“Agora o objetivo a ser alcançado é se tornar uma equipe fullpads, ressalta Rafael Lucio, ou seja, utilizando todos os equipamentos necessários para um jogo.

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