Edição 193 - Caderno 3

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especial ciência

DIVULGAÇÃO

Jornal Laboratório do Curso de Comunicação Social do UniBH Ano 31 • número 193 • Novembro de 2013 • Belo Horizonte/MG

Sol: amigo e inimigo da mulher Raios solares podem causar benefícios e malefícios à saúde Bárbara Braga Jade Vieira 8º PERÍODO

Pele bronzeada, há alguns anos, era sinônimo de saúde, vitalidade e beleza. As mulheres, principalmente, além de usufruir dos raios solares, muitas vezes buscavam –ainda buscam! – métodos artificiais para preservar a cor adquirida durante o verão. Outra medida utilizada por quem se preocupa com a tonalidade ideal para o corpo é o uso de cosméticos bronzeadores, que ajudam a intensificar e realçar o bronze. Já os protetores solares e hidratantes, produtos que realmente deveriam ser usados por quem se expõe ao sol, nem sempre são os mais consumidos. Além de ser um ótimo ingrediente para a estética da pele feminina, o sol possui recursos medicinais como a produção de vitamina D e de sensações que podem até combater a depressão. Esses benefícios, como explica o professor adjunto de Dermatologia do Hospital das Clínicas da UFMG, Claudemir Aguilar, são alguns dos resultados da exposição à luz solar por pelo menos 20 minutos diários sem protetor. “Entre 10 e 11 horas é o ideal, expondo, sobretudo, a região da face e dos membros. Esse hábito fortalece o sistema imunológico e fixa o cálcio nos ossos”, esclarece. O dermatologista deixa claro que o bloqueador solar deve ser evitado durante horário e tempo indicado, pois “impede a síntese da vitamina D, que tem início na superfície da pele”. A atividade se desenvolve em decorrência da ação dos raios ultravioleta em contato com as glândulas sebáceas da pele. Por combater deficiências fisiológicas e doenças psicológicas, esse tipo de tratamento é aplicado em mulheres com faixa etária variada, principalmente naquelas com mais de 40 anos. A funcionária pública Laudi Braga, que recebeu a orientação

médica de tomar sol diretamente na pele devido a uma avitaminose, adotou o método há três meses. Apesar de não notar nenhuma mudança no organismo, já se sente mais disposta. “A recomendação é não deixar de seguir o tratamento, pois daqui três meses vou repetir os exames para ver se o índice de vitamina D aumentou”, relata. Além disso, Laudi faz uso de um composto orgânico todos os dias para complementar o procedimento. Sobre o hábito de se expor ao sol, apenas quando vai à praia, o que só acontece durante o período de férias. Laudi acredita que se tivesse esse costume há mais tempo, poderia ter evitado a deficiência atual, por isso, não pretende parar e garante que vai repassar o costume. “O sol, na medida certa, é sempre uma ótima opção para se prevenir de várias doenças, além de gerar um efeito bonito na pele. O que precisa ser regrado é o tempo de exposição e os horários”, alerta. Grande parte da população toma sol de forma involuntária, seja no carro, caminhando e até no trabalho, como é o caso da faxineira de aeronaves Fernanda Vertelo. A dica é se prevenir da maneira que puder. Ciente dos males trazidos pelo sol, ela se protege da exposição obrigatória. Durante o expediente e na volta para casa ao meio dia, no horário de maior incidência, Fernanda já sofreu diversas vezes com “vermelhidão e coceira, que sempre aparecem nos períodos em que o sol está mais forte”, explica. Segundo Claudemir, pessoas com a pele clara como a de Fernanda têm mais tendência a problemas com essa exposição. O médico também afirma que esse tipo de pele envelhece mais rápido quando se tem esse contato direto com o sol, mesmo que de forma involuntária. É por isso que a faxineira se protege. “Para evitar mais problemas, eu faço uso diário de protetor solar”. Dessa forma, ela previne doenças mais

graves, como o câncer de pele, e se diz disposta a mudar de trabalho caso algum dia essa exposição fique ainda maior. “Iria considerar a situação da minha saúde em primeiro lugar”, garante. Ainda há aquelas pessoas que tomam sol por prazer, como uma forma de lazer em clubes, praias e cachoeiras. Cássia Soares é uma dessas pessoas fascinadas pelo sol. Como trabalha a semana toda dentro de um escritório, a serventuária da justiça procura, durante os finais de semana, se divertir no clube e aproveita para se bronzear. O único problema é o horário de exposição, de 10 às 16 horas, período em que há mais incidência dos raios solares. Com o aquecimento global, o dermatologista alerta ter ainda mais risco, pois “há menor dissipação da radiação UV, aumentando a carga que chega à pele das pessoas”. Mas Cássia afirma que, embora faça uso de bronzeadores, apenas utiliza aqueles que “contenham algum fator de proteção solar, mesmo que mínimo”. Quando mais nova, ela teve algumas queimaduras por usar bronzeador caseiro, que não apresenta nenhum tipo de cuidado com a pele. Hoje, ela está mais ciente dos riscos que corre pelo excesso de exposição, por isso não abusa. “Quando sinto que está muito quente passo uma água no corpo e fico um pouco na sombra”. O sol tem essas duas faces: quando a pessoa se expõe de forma consciente, pode usufruir de todos os benefícios que ele oferece, como combate à depressão e a produção de vitamina D, que melhora a absorção de cálcio no organismo; em excesso, a exposição pode causar queimaduras, câncer de pele e até catarata, segundo Claudemir. Desta forma, o que a população e, sobretudo as mulheres, precisam compreender é o limite que o sol exige para que se possa usá-lo de forma correta e saudável. O astro da natureza, apesar das restrições, tem muito a oferecer.


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