Tributo Cássia Eller

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TRIBUTO A UMA VIDA ABREVIADA Wilson Albino Pereira “CÁSSIA ELLER – O MUSICAL” estréia hoje no Centro Cultural Banco do Brasil e fica em cartaz até o dia 1 setembro. Sob a direção de Vinícius Arneiro e João Fonseca. O show conta a trajetória da artista que morreu no dia 29 de dezembro de 2001, aos 39 anos. O espetáculo, que homenageia uma das melhores cantoras pop do Brasil, embora considerado simples por causa do cenário e da iluminação, é sucesso de público desde a primeira apresentação que começou em maio, no CCBB do Rio de Janeiro. “Reviver os bons momentos, apreciar uma sonoridade rara e curtir muito, tudo isso faz parte do show”, afirma Lan Lan, que além de amiga, fez parte da banda que acompanhou a cantora durante anos. É ela quem está na direção musical do espetáculo. A cantora e atriz curitibana Tacy de Campos, escolhida entre mais de 1000 candidatas interpreta o papel principal. “Acho muito difícil atuar. Somos até parecidas sim, mas, só no físico e na voz. Nossas personalidades são bem diferentes” diz.

Diante das câmeras Cássia Eller tentava disfarçar a timidez. Mas, muitas vezes o olhar e as palavras pareciam destoar. A dona de um timbre vocal inconfundível se atrapalhava tentando dosar a verdade. Com o tempo a cantora aprendeu uma dura lição. Constatou que falar francamente de si era muito perigoso. Ainda mais quando as declarações correspondiam aos fatos. “Abrir a carteira e olhar pra foto do meu filho, enche minha alma”, “Gosto de birita, drogas e sexo”, são declarações dadas por Cássia Eller em entrevistas concedidas a jornais e revistas de Minas e São Paulo. Será que o musical consegue condensar a veemência exibida nos shows com a brandura da mãe amorosa que Cássia aparentava ter? A coragem de Cássia direcionou os holofotes para a hipocrisia existente nos bastidores do mundo artístico. Provou que a agonia, o êxtase e os entorpecentes se complementam. Nunca foi diferente. Sobram motivos para fumar, beber ou se drogar. Cássia Eller afirmou, em programas de TV, que consumia grandes quantidades de bebida alcoólica, maconha e cocaína, e por causa

disso internou-se numa clínica para se reabilitar. Será que a atriz representa tamanha aflição? Ainda que o foco do musical seja outro, mas, numa trajetória se inclui bons e maus momentos. Além dos arranjos e interpretações que eternizaram Cássia Eller, será que os atores e músicos conseguem mostrar que entre a fama e os dramas, o que existiu foi um ser humano talentoso, mas, igual a todos de sua espécie, e como tal sentiu dores, temores e desejos, por tanto, sujeito às adversidades da vida? Quando se lê biografias de compositores geniais tal qual Raul Seixas, ou intérpretes extraordinárias como Elis Regina e Cássia Eller, os malefícios causados pelo uso desenfreado de substâncias entorpecentes ficam ainda mais evidentes. A impressão é que embora os personagens sejam outros, o filme que mostra as drogas abreviando a vida e anulando talentos é sempre o mesmo. Serviço: Quando? 08 de agosto a 01 de setembro (sexta a segunda-feira) Onde? Centro Cultural Banco do Brasil. Quanto? R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia) – na bilheteria do teatro e no site: veloxtickets.com.br Informações: (31) 3431-9400


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