Bichionário (Material do Professor)

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NÍLSON JOSÉ MACHADO

DIGITAL DO PROFESSOR
MATERIAL
ILUSTRAÇÕES LIVRO DO PROFESSOR
Dulce Osinski

Jardim Colibri – Cotia/SP – CEP: 06713-280

Editorial
TRGD
Via das Samambaias, 102 – Sala 04

estranhos animais desfilam junto livro que é um convite para que alfabeto a partir do jogo de brincadeira com as rimas.

NÍLSON JOSÉ MACHADO

ILUSTRAÇÕES

Dulce Osinski

MATERIAL DIGITAL DO PROFESSOR – PNLD 2022 Educação InfantilTÍTULO BICHIONÁRIO

CATEGORIA DE INDICAÇÃO Pré-escola

ESPECIFICAÇÃO DE USO

GÊNERO LITERÁRIO

TEMAS ESPECIFICADOS

AUTORIA E ILUSTRAÇÃO

Para que o professor leia para as crianças pequenas

Poemas, trava-línguas, parlendas, adivinhas, provérbios, quadrinhas etc.

Animais da fauna local, nacional e mundial; Mundo natural, meio ambiente, plantas; Biologia e Ciências.

Nílson José Machado e Dulce Osinski

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5 Sumário Apresentação 7 O trabalho com a obra e a Base nacional comum curricular 8 1. Pré-leitura 9 Os autores 11 2. Leitura dialogada 15 3. Pós-leitura 17 4. Literacia familiar 23 Referências bibliográficas 25

Apresentação

Cara professora, caro professor, O livro Bichionário, escrito por Nílson José Machado e ilustrado por Dulce Osinski, oferece-nos um rico repertório de palavras do campo semântico dos animais, os quais são apresentados em ordem alfabética e conduzem poemas divertidos, que brincam com o vocabulário, com o reino animal e com as rimas. Você terá em mãos um material para o letramento de forma lúdica, e este guia traz inúmeras possibilidades de intervenções relacionadas ao desenvolvimento integral da criança, respeitando os seus direitos de aprendizagem: conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se (BNCC, p. 38).

Adicionalmente ao bicho representado em uma detalhada ilustração e, respectivamente, em cada poema com rimas contextualizadas e divertidas, há ampliação do vocabulário com outros bichos cujos nomes iniciam com a mesma letra – aranha, abelha, alce e assim por diante.

Apesar de o alfabeto ser a base na representação da escrita e falada dentro de um sistema alfabético, a alfabetização em um sentido amplo inclui e supera a codificação e a decodificação em relação ao sistema, pois também abrange a compreensão, a interpretação, a construção e a ampliação de conhecimento relacionados a ele. (RUSSO, 2010, p. 28)

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Dessa forma, é possível estabelecer as relações sonoras que apoiarão a construção significativa da escrita.

O TRABALHO COM A OBRA E A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR

As estratégias sugeridas neste material contribuirão para o desenvolvimento das habilidades previstas na BNCC da Educação Infantil destacadas no quadro a seguir.

CAMPO DE EXPERIÊNCIA HABILIDADES

Traços, sons, cores e formas

O eu, o outro e o nós

Corpo, gestos e movimentos

EI03TS01

EI03TS02

EI03EO03

EI03EO04

EI03CG01

EI03CG02

EI03CG03

Escuta, fala, pensamento e imaginação

EI03EF01

EI03EF03

EI03EF07

EI03EF08

EI03EF09

Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações

EI03ET03

EI03ET07

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Apresentaremos a seguir algumas ideias que poderão servir como guia, com o objetivo de propor intervenções pedagógicas nas diversas áreas do conhecimento. São sugestões para que as crianças obtenham uma rica experiência a partir da leitura e exploração de Bichionário.

Supõe que a criança sabe o que é ler, como isso se faz, qual é a atitude, o gesto e o tom adequados, a posição do livro, a sequência pausada das páginas etc. Uma quantidade de informação muito importante que não é possível se, previamente, a criança não teve uma experiência direta e repetida, habitual, de ver os adultos lerem em voz alta para elas. [...] O sentido dessas leituras, o prazer que provocam nos alunos, a emoção que produzem, o bem-estar que experimentam na situação de leitura, o tom afetivo que cerca a situação de ler etc. marcam, sem dúvida, a motivação das crianças para aprender a ler.

(CURTO; MORILLO; TEIXIDÓ, 2008, p. 43)

Antes de iniciar a leitura, a sugestão é levantar os conhecimentos prévios das crianças para envolvê-las na leitura e nas atividades que se seguirão, tornando-as parte do processo de construção do conhecimento.

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1. PRÉ-LEITURA

Para a compreensão de um texto, faz-se necessário usar os conhecimentos prévios, aqueles que o leitor tem sobre o assunto, a situação ou do próprio texto, permitindo-lhe fazer as antecipações, levantar hipóteses, criar expectativas e inferências necessárias para perceber a coerência no texto. (ALVES, 2010, p. 46)

Recomendamos que a etapa citada seja mediada por perguntas que despertem a curiosidade das crianças. Ao se apresentar a capa e perguntar se alguém tem ideia sobre o assunto do livro, é possível que as crianças não levantem muitas hipóteses, por haver letras/palavras (exceto as que já apresentem hipóteses de leitura). Contudo, caso se leia o título para as crianças, poderão associar “Bichionário” a “bicho” e, assim, sentir-se mais confortáveis a arriscar a interação.

Após chegarem à hipótese acerca do assunto do livro – bichos –, a sugestão é que você faça perguntas como: quais bichos já conhece? Será que esse bicho que você conhece tem aqui no livro?

Importante respeitar as falas, as expressões que acompanham as falas e, se possível, registrá-las, para que no futuro apoiem outras intervenções que iremos sugerir no decorrer deste guia (quais bichos não conhecia e agora já conhece e a ampliação do Bichionário).

A aprendizagem da leitura envolve a construção de sentido dos textos, o aluno precisa percebê-la como um desafio interessante, algo que os provoque, mas que poderão alcançar.

É papel do professor considerar a escolha do tipo de texto, seus elementos linguísticos, aspectos discursivos e o conhecimento de mundo que apresenta para, a partir daí, planejar a intervenção que deve acontecer antes da leitura, durante e após [...]. (ALVES, 2010, p. 62)

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OS AUTORES

Conhecer quem escreveu a obra e quem a ilustrou são ações que enriquecem o repertório cultural da criança, fazendo com que percebam que a história partiu da ideia de outra pessoa (ou outras pessoas). Quem é essa pessoa? O que ela pensa? Por que escreveu essa história? Nós, adultos, quando pegamos um livro de nosso interesse, temos a curiosidade natural de saber quem escreveu e as motivações para tal ação – e por que as crianças não teriam? Por que não despertar nas crianças esse movimento de construção de repertório, que as apoiará em futuras escolhas, selecionadas a partir das afinidades, conforme forem conhecendo escritores e escritoras?

Nílson José Machado tem uma vida acadêmica intensa, com muitas publicações. Nesse sentido, ler seu currículo na íntegra poderá despertar pouco interesse nas crianças pequenas. No entanto, trazer elementos que as aproximem do autor, como as obras que ele escreveu para elas, poderá lhes aguçar a curiosidade. Ao apresentar Bichionário como um livro pensado para os pequenos leitores, contando que o autor organizou os bichos de forma muito interessante, você poderá criar um suspense: como será essa organização? Como Nílson José Machado organizou os animais? Pode-se abordar essas questões pontuando-se que o autor gosta de poesias, de rimas (explicando-se que são palavras que têm som parecido com os de outras). Uma boa ideia é citar exemplos do que são rimas, para despertar o interesse das crianças e deixá-las atentas a esse “movimento sonoro”.

Sugerimos o mesmo movimento em relação à ilustradora. Apresentála como uma artista que tem obras de arte expostas em muitos lugares no mundo, que adora arte e até ganhou prêmios ilustrando livros poderá despertar um maior interesse e atenção das crianças em relação aos

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detalhes das ilustrações, estimulando o pensamento de que alguém que gosta muito de fazer desenhos (ilustração) o fez com muita dedicação.

Segue abaixo uma breve biografia dos autores para aprofundamento.

Nílson José Machado é natural de Olinda-PE. Nos anos 1960, veio estudar em São Paulo e aqui se estabeleceu. Em 1972, iniciou a carreira docente no IME-USP (Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo) e em 1984 transferiu-se para a FE-USP (Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo). É mestre em História e Filosofia da Educação pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), doutor em Filosofia da Educação pela USP (Universidade de São Paulo) e livre-docente na área de Epistemologia e Didática, na FE-USP.

Autor prolífico, publicou, entre outros, livros didáticos (na área da Matemática) e paradidáticos nas diversas áreas do conhecimento. Em seu site pessoal (www.nilsonjosemachado.net), há farto material – não somente sobre suas obras comentadas, como também sobre publicações e produções acadêmicas.

Dulce Regina Baggio Osinski, natural de Irati-PR, formou-se em 1983 pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná, possui mestrado em Educação pela Universidade Federal do Paraná (1998), doutorado em Educação pela Universidade Federal do Paraná (2006) e pós-doutorado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2016). Estagiou no Departamento de Gravura da Academia de Belas Artes da Cracóvia, em 1986-87, e realizou curso de aperfeiçoamento em Arte-Educação na Universidade do Tennessee em Chattanooga, nos Estados Unidos, em 1995. Além de mestra em Educação, é professora do Departamento de Artes da Universidade Federal do Paraná.

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Realizou diversas exposições, tanto individuais como coletivas, nos âmbitos nacional e internacional, especificamente na Europa. Conquistou inúmeros prêmios e tem obras expostas em acervos de museus no Brasil e em países da Ásia. Também é autora e atua como ilustradora, tendo diversas participações em publicações. Ilustrou os livros infantis O amigo do amigo invisível , de Monica Mazzoni; Bichionário, de Nílson José Machado; e Mas que bicho lagartixo!, de Sylvia Orthof, pelo qual recebeu indicação de melhor ilustração para o prêmio Jabuti. Contribuiu também com ilustrações para a revista do Concurso Nacional de Contos, além de ter ilustrado o livro Vida em movimento, de Milena Morozowicz.

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2. LEITURA DIALOGADA

Sugerimos que a leitura deste livro ocorra de forma participativa: as crianças poderão levantar hipóteses sobre o próximo bicho que será abordado e, se já conhecerem o alfabeto, é possível que façam a relação do nome do bicho com a próxima letra, arriscando hipóteses que já possuam de escrita. Considerando o letramento, você poderá observar o desenvolvimento das crianças em relação às hipóteses que elas apresentarem:

[...] a necessidade de estabelecer a distinção entre o que mais propriamente se denomina letramento, de que são muitas as facetas – imersão das crianças na cultura escrita, participação em experiências variadas com a leitura e a escrita, conhecimento e interação com diferentes tipos e gêneros de material escrito – e o que é propriamente a alfabetização, de que também são muitas as facetas –, consciência fonológica e fonêmica, identificação das relações fonema–grafema, habilidades de codificação e decodificação da língua escrita, conhecimento e reconhecimento dos processos de tradução da forma sonora da fala para a forma gráfica da escrita. Por outro lado, o que não é contraditório, é preciso reconhecer a possibilidade e necessidade de promover a conciliação entre essas duas dimensões da aprendizagem da língua escrita, integrando alfabetização e letramento, sem

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perder, porém, a especificidade de cada um desses processos [...]. (SOARES, 2004, p. 15)

Cada página, um novo bicho; cada bicho, um universo de abordagens, seja pela letra inicial, a sonoridade das rimas, o gênero poesia ou as ilustrações.

Recomendamos que cada página tenha uma abordagem que amplie a anterior, expandindo-se, consequentemente, os saberes por diversas perspectivas. A compreensão do texto pressupõe que:

[...] o docente planeje atividades de forma que a criança ative conhecimentos prévios, levante hipóteses, crie imagens mentais, realize inferências, relacione informações e questionamentos, participando ativamente do processo de construção de sentidos.

(OLIVEIRA; FERREIRA, 2019)

Propomos que, ao longo do processo, se retome o que as crianças falaram na etapa de levantamento de hipóteses, de modo a se estabelecerem contrapontos e se ampliarem os saberes.

Sugerimos, também, outras estratégias. A leitura da imagem e a relação com a poesia, por exemplo, no trecho dedicado ao bem-te-vi: de quem serão aqueles olhos escondidos? Ou, na poesia da girafa: o que ela tem no pescoço? Por que será que diz “girafa elegante”? Nesse sentido, as oportunidades de intervenções são inúmeras.

A leitura corporal dos bichos representados nas imagens também são excelentes oportunidades para intervenções que favoreçam o letramento: o que o elefante está carregando na tromba? Para quem são as flores?

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3. PÓS-LEITURA

Sabemos que as intencionalidades pedagógicas na educação infantil visam ao desenvolvimento pleno da criança. É nesse período da vida que são preparadas para as próximas etapas; que, pelo brincar, constroem significados, para que, dentre outras importantes competências, em um futuro próximo, estejam aptas a dominar a escrita e a leitura convencionais. Para tanto, as atividades relacionadas a oralidade e repertório linguístico precisam ser cuidadosamente elaboradas. Há que se garantir, além disso, a pluralidade de situações. Assim, seguem mais algumas sugestões de ações pedagógicas que você pode desenvolver com as crianças após a leitura de Bichionário.

Temos de oferecer-lhe oportunidade de contato com diferentes modelos, contextualizando a língua escrita de seus usos, mesmo antes de se tornarem efetivamente capazes de ler e escrever. É a partir desse contato que as crianças farão descobertas fundamentais ao seu processo de alfabetização. (Lucia Lins Browne Rego, in: ALVES, 2010, p. 44)

Nossa sugestão é que essa ação seja iniciada retomando-se os conhecimentos prévios, por meio de questionamentos que resgatem o movimento já realizado: quais bichos não conhecia? Qual bicho mais

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gostou de conhecer neste livro? Por quê? O que ele tem que mais chamou a sua atenção?

Sugerimos perguntas que trabalhem as características físicas. Para isso, é importante desenvolver o trabalho prévio com exemplos do que seriam tais características. Questões como: o leão tem pelos? É forte? É grande ou pequeno? Será que corre? Qual será a cor dele na natureza? É a mesma usada no livro? E assim por diante. Essa abordagem já prepara para as intencionalidades de ampliação dos conhecimentos acerca do ambiente e natureza: onde os leões vivem? Terra, água ou ar? O que será que comem? Quais têm pelos? E quais têm penas?

Outra sugestão é brincar com os nomes e possíveis rimas. Tanto os nomes dos bichos organizados em ordem alfabética quanto o trabalho em si com as rimas são estratégias para criar oportunidades de contato com a leitura e a escrita por meio das brincadeiras que poderão ser realizadas com as palavras, como, por exemplo, aranha/ ganha, formiga/amiga, leão/gatão. O professor poderá sugerir que as crianças encontrem outras palavras com o mesmo som, em um jogo de tentativa e erro, buscando com esse movimento estabelecer relações sonoras. Há outros bichos que aparecem na obra, mas que não ganharam suas próprias poesias; tem-se aí um vasto repertório para ampliar as relações com a letra inicial, como também uma deixa para a elaboração de rimas divertidas com os animais, realizadas com a participação de todas as crianças em uma roda de conversa: na página do tatu, temos outro bicho, qual é o nome dele? Tartaruga e tatu começam com a letra T (sugerimos redigir as palavras para que visualizem as semelhanças, inclusive destacando-se a letra T) – qual palavra tem som parecido com “tartaruga”? É possível que as crianças tentem achar animais parecidos fisicamente, ou bichos que também

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comecem com a letra T. Contudo, estimular essa interação e valorizar as hipóteses apresentadas pelas crianças é importante para que elas se sintam seguras nesses “ensaios” de leitura e escrita, tornando o momento prazeroso e divertido.

Sugerimos também intervenções relacionadas às habilidades de raciocínio matemático – o livro nos proporciona um amplo repertório de possibilidades para trabalhar as quantidades e cálculos: quantos animais já conhecemos hoje? Você poderá usar os bichos abordados no livro, mas também acrescentar os que as crianças mencionaram na dinâmica de levantamento dos conhecimentos prévios. Poderá apresentar desafios, como: quantas patas tem uma zebra? E quantas patas têm duas zebras? Nesse momento, é possível usar a imagem da zebra contida no livro, assim como pedir que as crianças desenhem ou que usem objetos para representarem as patas e poderem contá-las. Essa abordagem pode ser realizada com animais variados, criando-se contextos diversificados:

“Estava muito frio e o urubu se escondeu na caverna deserta. A zebra correu atrás do urubu e entrou na mesma caverna para se esconder também. Quantas patas havia dentro dessa caverna?”. Podemos perceber que essa abordagem apresenta situações-problema de forma lúdica. A partir do trabalho com as características, sugerimos brincar de mímica (imitação dos bichos), com o propósito de se desenvolverem as habilidades corporais por meio da dramatização e da expressão, utilizando-se para isso os conhecimentos que as crianças já possuem, desafiando-as, assim, a empreender novas habilidades corporais. Como afirma Santos (2009, p. 97), “a expressividade dramática evidencia a tendência do ser humano para a representação, isto é, para agir de maneira fictícia, experimentando papéis e vivendo situações diferentes das da vida real”. Quando a criança imita um dos animais, é necessário

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conhecer e trazer à motricidade esse conhecimento, para que as demais descubram que animal é esse – essa troca de saberes, e até a possível necessidade de pesquisar mais sobre como se comporta cada animal, trará um repertório de saberes que as apoiarão em uma futura escrita. Esse movimento aumenta o repertório linguístico e o traz à experiência, tornando a aprendizagem mais envolvente, dinâmica e lúdica.

Esse trabalho poderá se estender a uma produção teatral, na qual os bichos serão representados e da qual o grupo todo poderá participar, elaborando uma cena. Juntas, as crianças poderão decidir o tema da cena. É importante que a mediação direcione as possibilidades – uma sugestão é que você ajude a levantar um problema/situação, um local no qual acontecerá a cena e como poderão solucionar esse problema. A atividade poderá iniciar com perguntas como: o que estará acontecendo com os bichos? Será uma reunião de bichos na floresta? Uma conversa entre os bichos? Uma fuga? Uma festa? Estarão passando por algum perigo? Como o problema pode ser resolvido? Pensando que:

no que se refere às crianças menores, até os cinco anos e meio ou seis, que não constituem um grupo de jogo, visto que possuem limitações inerentes a essa fase, deve-se, acima de tudo, respeitar inclinações naturais para jogar dramaticamente e garantir segurança e liberdade, para que o faz-de-conta possa acontecer. Pode-se convidar os pais ou familiares para assistirem ou participarem de uma brincadeira, mas sem o cunho, oneroso em ansiedade, de espetáculo a ser apreciado.

(SANTOS, 2009, p. 124)

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Vamos ampliar o Bichionário?

Com todo esse material desenvolvido e o registro do processo, temos como proposta comunicativa a ampliação do Bichionário.

Sugerimos como estratégia o registro de outros animais que não estejam no livro, considerando fazer a ilustração, a escrita do nome do bicho e até rimas ou registro de características. Deste modo, você atuará como escriba da turma, tornando essa produção um material coletivo, significativo e que pode ser usado para ampliar a comunicação do que aprenderam nesse percurso.

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4. LITERACIA FAMILIAR

Além de uma possível apreciação dos familiares a esse jogo simbólico da representação de uma cena elaborada nessa parceria das crianças com professor/professora, sugerimos outras atividades complementares e interativas, propiciando momentos de vivência em diferentes espaços de saberes, além da interação escola-família na construção de saberes da comunidade escolar.

Nesse sentido, sugerimos que se peça para as crianças que contem às pessoas que moram com elas quais animais mais gostaram de conhecer. Acrescentamos que é importante dar um objetivo/motivo para tal ação comunicativa.

Para trazer as preferências, opiniões e gostos resultantes dessa interação entre criança e familiares/responsáveis, a proposta é apresentar questionamentos como: qual dos bichos sobre os quais você contou às pessoas da sua casa elas mais gostaram de conhecer? Na sua casa tem algum bicho? Qual/quais? Nesse caso, pode-se sugerir o registro para facilitar a ação comunicativa e a interlocução – desenhar esse bicho, com participação da família/responsáveis, agregando elementos como o nome e algumas características.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, G. F. As práticas docentes de estratégias de leitura na educação infantil . Dissertação (Mestrado em Educação do Programa de Pós-Graduação). Universidade Federal de Pernambuco. Recife, 2010. Disponível em: <https://repositorio.ufpe.br/ bitstream/123456789/4022/1/arquivo226_1.pdf> Acesso em: 2 abr. 2021.

Nesta dissertação do curso de mestrado em Educação, temos um material que nos instrumentaliza em relação às abordagens para desenvolver a leitura significativa e contextualizada para a formação de leitores.

BNCC – Base Nacional Comum Curricular. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO.

Disponível em:

<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_ versaofinal_site.pdf> Acesso em: 1º abr. 2021.

Neste material, encontram-se as orientações necessárias para garantir os direitos de aprendizagem das crianças, além de informações acerca dos campos de experiência e as habilidades que deverão ser desenvolvidas.

CURTO, L. M.; MORILLO, M. M.; TEIXIDÓ, M. M. Escrever e ler: como as crianças aprendem e como o professor pode ensiná-las a escrever e a ler. Trad. Ernani Rosa. Porto Alegre: Artmed, 2000. v. 1.

Um livro que fala dos processos de aquisição da leitura e da escrita, percorrendo a trajetória de como esse processo acontece com as crianças, trazendo exemplos e fundamentando e guiando o trabalho de intervenção pedagógica.

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MACHADO, J. N. Sobre Nílson José Machado . Disponível em: <www. nilsonjosemachado.net>. Acesso em: 31 mar. 2021. Site de Nílson José Machado. Lá, é possível consultar suas obras, produções acadêmicas, palestras, aulas e também acompanhar suas frequentes publicações na seção “Diário de Perdidos e Achados”.

OLIVEIRA, K. R. S. de; FERREIRA, S. P. A. Compreensão de textos literários por alunos da educação infantil. In: Psicologia Escolar Educacional, Maringá, v. 23, e190675, 2019. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S1413-85572019000100315&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 3 abr. 2021.

Neste artigo, as autoras apresentam a sua pesquisa sobre as estratégias de leitura que favorecem o engajamento das crianças na busca pela compreensão dos textos e trazem diversas referências de estudiosos acerca da leitura para crianças.

OSINSKI, D. Um pouco de arte do Paraná. Setor de Pesquisa e documentação

MAC/PR, 2014. Disponível em: <https://docs.ufpr.br/~coorhis/kimvasco/osinski. html>. Acesso em: 31 mar. 2021.

O site disponibiliza um acervo dos artistas do Paraná e, dentre eles, a biografia de Dulce Osinski – a ilustradora do livro a que se refere este guia de leitura.

RUSSO, M. de F. Atividades em alfabetização: teoria e prática na utilização do nome próprio. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2010.

Como diz o próprio título, o livro apresenta teoria e prática sobre a alfabetização e fundamenta como ocorre esse processo, além de incluir diversas atividades relacionadas ao nome próprio. Com esse material, você conhecerá os passos para o letramento inicial e poderá preparar melhor as crianças, desenvolvendo intervenções e construindo um alicerce para a alfabetização.

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SANTOS, V. L. B. dos. Atenção! Crianças brincando! In: CUNHA, S. R. V. da. Cor, som e movimento: a expressão plástica, musical e dramática no cotidiano da criança. Cadernos Educação Infantil. Porto Alegre: Mediação, 1999. Este caderno é dividido em quatro partes, cada uma delas escrita por diferentes autoras, e com um rico material para desenvolver o trabalho com a linguagem artística de crianças de zero a seis anos. Especificamente no capítulo citado neste guia, o capítulo 4 – Atenção! Crianças brincando! –, a autora Vera Lúcia Bertoni dos Santos relaciona as fases do desenvolvimento infantil e as possibilidades do trabalho corporal por meio da dramatização.

SOARES, M. Letramento e alfabetização: as muitas facetas. In: Revista Brasileira de Educação, n. 25, 2004. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/rbedu/n25/ n25a01.pdf>. Acesso em: 3 abr. 2021. Neste texto de Magda Soares, um expoente da Educação, especialista em alfabetização e letramento, o tema é analisado e são explicadas as diferenças e as necessidades de ambos para a formação de leitores e escritores.

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É permitida a criação de obras derivadas deste material desde que não tenham fins comerciais, atribuam crédito ao autor e licenciem as criações sob os mesmos parâmetros.

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