Universo das Descobertas - História - Livro de práticas -4º Ano

Page 1

universo das DESCOBERTAS

História História

Ensino fundamental – Anos iniciais – História

4O ANO

universo das DESCOBERTAS

História História

Ensino fundamental – Anos iniciais – História

O

5ANO

MANUAL DE PRÁTICAS E ACOMPANHAMENTO DA APRENDIZAGEM
responsável
Editor

Ensino fundamental – Anos iniciais – História

Priscilla Cerencio (editora responsável)

universo das DESCOBERTAS universo das DESCOBERTAS

4O ANO

Bacharel em História pela Universidade de São Paulo Mestre em História Social pela Universidade de São Paulo Editora de materiais didáticos

MANUAL DE PRÁTICAS E ACOMPANHAMENTO DA APRENDIZAGEM

História História História História

Ensino fundamental – Anos iniciais – História

O5ANO

1a edição São Paulo, 2021

Universo das Descobertas História –Manual de Práticas e Acompanhamento da Aprendizagem – 4o ano

© UDL Educação

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Angélica Ilacqua CRB–8/7057

U51 Universo das descobertas [livro eletrônico] : História : Ensino fundamental : Anos iniciais : 4o ano : Manual de práticas e acompanhamento da aprendizagem / editora responsável: Priscilla Cerencio. — São Paulo : Universo da Literatura — UDL Educação, 2021.

PDF (Universo das descobertas ; 4)

ISBN 978-65-89964-33-9 (e-book)

1. História (Ensino fundamental) – Manual do professor 2. História (Ensino fundamental) – Ensino 3. Aprendizagem –Acompanhamento 4. Aprendizagem – Avaliação I.Cerencio, Priscilla II. Série

21–5148

Conselho Editorial

Alessandro Gerardi, Alessio Fon Melozo, Luis

Afonso G. Neira, Luis Matos, William Nakamura

Direção Editorial

Alessandro Gerardi

Coordenação Editorial

Priscilla Cerencio

Edição

Priscilla Cerencio

Colaboração

Andressa Pontinha

Copidesque e Preparação

Dora Helena Feres

Revisão

Débora Tamayose e Luigi Andrade

Projeto gráfico

Escala Editorial e Regiane Santana

Capa

IlustraCartoon

Editoração eletrônica e Arte

Regiane Santana

Licenciamento de textos e imagens

Ex-libris Soluções Didáticas e Editoriais

Pesquisa iconográfica

Ex-libris Soluções Didáticas e Editoriais

CDD 372.89

Todos os direitos reservados:

UDL Educação

Av. Ordem e Progresso, no 157, sala 803Várzea da Barra Funda

CEP 01141-030 - São Paulo - SP – Brasil

Tel/Fax: 55 11 3392 3336

www.udleducacao.com.br

contato@udleducacao.com.br

© 2021 UDL Educação

São Paulo • 1a edição • 2021

ISBN 978-65-89964-33-9

Sumário Apresentação IV Os conhecimentos esperados para o 4o ano V Plano didático ........................................................................................................................... VIII Primeiro bimestre – História: a ciência que estuda a humanidade no tempo e no espaço ............................................................................................................................... VIII Segundo bimestre – Moradia: necessidade física e sociocultural IX Terceiro bimestre – A chegada a Pindorama X Quarto bimestre – Um país, muitas culturas XII 1o BIMESTRE 4 História: a ciência que estuda a humanidade no tempo e no espaço Consolidação da aprendizagem 4 O tempo e a História 4 A Arqueologia e a História ......................................................................................................... 6 Avaliação das aprendizagens essenciais 8 Práticas de aprofundamento..................................................................................................... 10 Pode dividir o tempo histórico? 10 Mudanças e permanências na capital do nosso país 12 2o BIMESTRE 16 Moradia: necessidade física e sociocultural Consolidação da aprendizagem ................................................................................................ 16 Povos nômades e povos sedentários 16 Os primeiros habitantes do Brasil 18 Os povos indígenas brasileiros 20 Avaliação das aprendizagens essenciais 22 Práticas de aprofundamento 24 A nossa ancestral mais antiga 24 Trabalhando com fósseis............................................................................................................ 25 3o BIMESTRE 28 A chegada a Pindorama Consolidação da aprendizagem 28 O encontro entre europeus e indígenas 28 As terras indígenas no presente ............................................................................................... 30 A cultura africana: o caso da capoeira 32 Avaliação das aprendizagens essenciais................................................................................... 34 Práticas de aprofundamento 36 Resistência indígena e ancestralidade 36 Identidade, cultura e alimentação 37 Arte mural africana 38 4 o BIMESTRE 40 Um país, muitas culturas Consolidação da aprendizagem 40 As tradições culturais dos imigrantes no Brasil 40 A comunicação que nos une 42 Avaliação das aprendizagens essenciais 44 Práticas de aprofundamento 46 Cyberbullying: o bullying da internet ...................................................................................... 46 Referências 48

Apresentação

Este material tem o objetivo de identificar, registrar e analisar as aprendizagens dos estudantes e dar subsídios a você, professor, para reorientar o processo de ensino e encaminhar ações individuais ou coletivas e assim resolver quaisquer problemas de defasagens que encontrar em sua turma.

Para que esse instrumento seja eficiente, é importante que você documente e sistematize os dados que obtiver durante a observação das atividades realizadas pelos estudantes. O registro o auxiliará a ser assertivo na identificação das aprendizagens individuais de cada estudante e na avaliação do alcance de cada um nas expectativas de aprendizagens para o ano.

Para facilitar o seu uso, o material é organizado em quatro bimestres. Você pode utilizá-lo em sala de aula, como encaminhamentos de atividades a serem realizadas em casa ou em aulas virtuais, uma vez que o material foi elaborado para que o estudante tenha o máximo possível de autonomia. Claro que algumas atividades dependem da sua orientação e interação, afinal, o papel do docente é essencial no processo de ensino. Você é o guia da aprendizagem dos estudantes.

Neste material destinado ao seu uso, você encontra quatro breves planos de desenvolvimento bimestrais, estruturados em sequências didáticas, planos de aula, atividades de acompanhamento das aprendizagens dos estudantes e de aprofundamento dos conhecimentos adquiridos.

Todas as propostas apresentadas buscam avaliar as aprendizagens essenciais e os principais conceitos em construção pelos estudantes dessa faixa escolar, destinadas ao desenvolvimento das habilidades e competências presentes na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e de acordo com a Política Nacional de Alfabetização (PNA).

Para dar sequência aos estudos do componente curricular História, é fundamental que, ao final do ano letivo, os estudantes:

• tenham se apropriado dos significados históricos e reconheçam os principais conceitos trabalhados ao longo do ano letivo;

• sejam capazes de localizar os acontecimentos históricos de maneira cronológica e identificar permanências e rupturas entre o passado e o presente;

• por meio de pesquisa, aprendam procedimentos relacionados aos conhecimentos históricos, como examinar, analisar, observar e indagar diferentes fontes;

• por meio dos trabalhos em equipe, sejam capazes de ouvir, posicionar-se diante do grupo, apresentar opiniões e argumentos e respeitar as diferentes ideias apresentadas, participar das atividades em grupo de modo a favorecer a construção de um saber compartilhado.

A avaliação dos conhecimentos obtidos pelos estudantes é fundamental para acompanhar o desenvolvimento deles em suas habilidades e competências, permitindo conhecer e identificar suas dificuldades e pontos fortes.

No decorrer deste material propomos que a avaliação seja feita de modo investigativo e constante, buscando reconhecer como os estudantes aprendem e tomando as providências necessárias para suprir as dificuldades individuais que eles venham a ter a fim de atingir os objetivos educacionais desejados.

O processo avaliativo pode ser importante como um registro dos resultados obtidos por meio da valorização dos conteúdos, impulsionando a autonomia dos estudantes e assim contribuindo para o desenvolvimento de indivíduos autônomos e cidadãos críticos e responsáveis com o coletivo. Destacamos, assim, a proposta de que as avaliações essenciais propostas a cada bimestre podem ser momentos para compartilhar conhecimentos e, para sistematizar esse processo, além do preenchimento da ficha de autoavaliação que consta no final de cada bimestre.

IV

Os conhecimentos esperados para o 4o ano

Para o 4o ano, a BNCC (acessível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_

EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf), nas páginas 9, 10, 357, 402, 412 e 413, preconiza o desenvolvimento das seguintes competências e habilidades:

COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.

8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.

9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

V

COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DE CIÊNCIAS HUMANAS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL

1. Compreender a si e ao outro como identidades diferentes, de forma a exercitar o respeito à diferença em uma sociedade plural e promover os direitos humanos.

2. Analisar o mundo social, cultural e digital e o meio técnico-científico-informacional com base nos conhecimentos das Ciências Humanas, considerando suas variações de significado no tempo e no espaço, para intervir em situações do cotidiano e se posicionar diante de problemas do mundo contemporâneo.

3. Identificar, comparar e explicar a intervenção do ser humano na natureza e na sociedade, exercitando a curiosidade e propondo ideias e ações que contribuam para a transformação espacial, social e cultural, de modo a participar efetivamente das dinâmicas da vida social.

4. Interpretar e expressar sentimentos, crenças e dúvidas com relação a si mesmo, aos outros e às diferentes culturas, com base nos instrumentos de investigação das Ciências Humanas, promovendo o acolhimento e a valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

5. Comparar eventos ocorridos simultaneamente no mesmo espaço e em espaços variados, e eventos ocorridos em tempos diferentes no mesmo espaço e em espaços variados.

6. Construir argumentos, com base nos conhecimentos das Ciências Humanas, para negociar e defender ideias e opiniões que respeitem e promovam os direitos humanos e a consciência socioambiental, exercitando a responsabilidade e o protagonismo voltados para o bem comum e a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

7. Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica e diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais de informação e comunicação no desenvolvimento do raciocínio espaço-temporal relacionado a localização, distância, direção, duração, simultaneidade, sucessão, ritmo e conexão.

COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DE HISTÓRIA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL

1. Compreender acontecimentos históricos, relações de poder e processos e mecanismos de transformação e manutenção das estruturas sociais, políticas, econômicas e culturais ao longo do tempo e em diferentes espaços para analisar, posicionar-se e intervir no mundo contemporâneo.

2. Compreender a historicidade no tempo e no espaço, relacionando acontecimentos e processos de transformação e manutenção das estruturas sociais, políticas, econômicas e culturais, bem como problematizar os significados das lógicas de organização cronológica.

3. Elaborar questionamentos, hipóteses, argumentos e proposições em relação a documentos, interpretações e contextos históricos específicos, recorrendo a diferentes linguagens e mídias, exercitando a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos, a cooperação e o respeito.

4. Identificar interpretações que expressem visões de diferentes sujeitos, culturas e povos com relação a um mesmo contexto histórico, e posicionar-se criticamente com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

5. Analisar e compreender o movimento de populações e mercadorias no tempo e no espaço e seus significados históricos, levando em conta o respeito e a solidariedade com as diferentes populações.

6. Compreender e problematizar os conceitos e procedimentos norteadores da produção historiográfica.

7. Produzir, avaliar e utilizar tecnologias digitais de informação e comunicação de modo crítico, ético e responsável, compreendendo seus significados para os diferentes grupos ou estratos sociais.

VI

UNIDADES TEMÁTICAS OBJETOS DE CONHECIMENTO HABILIDADES

Transformações e permanências nas trajetórias dos grupos humanos

A ação das pessoas, grupos sociais e comunidades no tempo e no espaço: nomadismo, agricultura, escrita, navegações, indústria, entre outras

(EF04HI01) Reconhecer a história como resultado da ação do ser humano no tempo e no espaço, com base na identificação de mudanças e permanências ao longo do tempo.

(EF04HI02) Identificar mudanças e permanências ao longo do tempo, discutindo os sentidos dos grandes marcos da história da humanidade (nomadismo, desenvolvimento da agricultura e do pastoreio, criação da indústria etc.).

O passado e o presente: a noção de permanência e as lentas transformações sociais e culturais

(EF04HI03) Identificar as transformações ocorridas na cidade ao longo do tempo e discutir suas interferências nos modos de vida de seus habitantes, tomando como ponto de partida o presente.

Circulação de pessoas, produtos e culturas

A circulação de pessoas e as transformações no meio natural

(EF04HI04) Identificar as relações entre os indivíduos e a natureza e discutir o significado do nomadismo e da fixação das primeiras comunidades humanas.

(EF04HI05) Relacionar os processos de ocupação do campo a intervenções na natureza, avaliando os resultados dessas intervenções.

A invenção do comércio e a circulação de produtos

(EF04HI06) Identificar as transformações ocorridas nos processos de deslocamento das pessoas e mercadorias, analisando as formas de adaptação ou marginalização.

As rotas terrestres, fluviais e marítimas e seus impactos para a formação de cidades e as transformações do meio natural

O mundo da tecnologia: a integração de pessoas e as exclusões sociais e culturais

(EF04HI07) Identificar e descrever a importância dos caminhos terrestres, fluviais e marítimos para a dinâmica da vida comercial.

(EF04HI08) Identificar as transformações ocorridas nos meios de comunicação (cultura oral, imprensa, rádio, televisão, cinema, internet e demais tecnologias digitais de informação e comunicação) e discutir seus significados para os diferentes grupos ou estratos sociais.

VII

As questões históricas relativas às migrações

Plano didático

O surgimento da espécie humana no continente africano e sua expansão pelo mundo

(EF04HI09) Identificar as motivações dos processos migratórios em diferentes tempos e espaços e avaliar o papel desempenhado pela migração nas regiões de destino.

Os processos migratórios para a formação do Brasil: os grupos indígenas, a presença portuguesa e a diáspora forçada dos africanos

Os processos migratórios do final do século XIX e início do século XX no Brasil

As dinâmicas internas de migração no Brasil a partir dos anos 1960

(EF04HI10) Analisar diferentes fluxos populacionais e suas contribuições para a formação da sociedade brasileira.

(EF04HI11) Analisar, na sociedade em que vive, a existência ou não de mudanças associadas à migração (interna e internacional).

Nossa proposta é que o material seja utilizado ao longo do ano letivo, incorporado em seu planejamento anual, como um complemento tanto aos estudantes que necessitam de reforço quanto àqueles que buscam ampliação de seus conhecimentos.

Com essa intencionalidade, propomos sequências didáticas divididas em aulas que tem o objetivo de retomar os conhecimentos essenciais para o desenvolvimento de habilidades da BNCC preconizadas para o ano; atividades de avaliação dessas aprendizagens, que você pode aplicar em sala de aula ou solicitar que os estudantes realizem em casa; e atividades de práticas de aprofundamento, que também podem ser realizadas dentro ou fora do ambiente escolar e tem o intuito de desenvolver nas crianças maior autonomia em seus estudos e investigações para ampliação de seus conhecimentos.

Primeiro bimestre – História: a ciência que estuda a humanidade no tempo e no espaço

Objetivos gerais

• Identificar diferentes formas de marcação de tempo.

• Entender os conceitos de tempo cronológico e tempo histórico.

• Entender os conceitos de mudança e permanência.

• Reconhecer a noção de processo histórico.

• Compreender a utilidade de uma linha do tempo.

• Refletir sobre o processo social da construção da História.

• Identificar a noção de registro histórico.

• Identificar a importância do trabalho do arqueólogo.

VIII

Sequência didática 1: O tempo e a História

Duração: 3 aulas

Objetivos de aprendizagem: Explorar conceitos de temporalidade, como passado e presente, mudanças e permanências, processos históricos e linha do tempo. Dessa forma, espera-se que ao final do trabalho, os estudantes possam refletir sobre tempo histórico e temporalidade histórica, além de reconhê-los em seu cotidiano.

Habilidades desenvolvidas: EF04HI01, EF04HI03

Recursos didáticos:

• Livro de Práticas e Aprofundamento da Aprendizagem do estudante.

Plano de aulas:

• Aula 1 – Página 4.

• Aula 2 – Página 5.

Sequência didática 2: A arqueologia e a História

Duração: 3 aulas

Objetivos de aprendizagem: Refletir sobre a produção do conhecimento histórico e sobre o papel desempenhado pelos vestígios arqueológicos nesse processo.

Habilidades desenvolvidas: EF04HI01, EF04HI03

Recursos didáticos:

• Livro de Práticas e Aprofundamento da Aprendizagem do estudante.

• Objetos pessoais do cotidiano.

Plano de aulas:

• Aulas 1 e 2 – Página 6.

• Aula 2 – Página 7.

Avaliação das aprendizagens essenciais

Nessa seção são propostas atividades que avaliam se os estudantes compreenderam os conceitos de História e fontes históricas, di-

ferenciam a função dos historiadores da dos arqueólogos e compreendem o objetivo de se elaborar linhas do tempo.

Práticas de aprofundamento

Nessa seção os estudantes são incentivados a refletir sobre o tempo histórico ao fazer a leitura, interpretação de texto e análise do texto de um historiador e a pesquisar sobre a capital do Brasil para descobrir a intencionalidade na criação dessa cidade, as mudanças e as permanências que envolvem esse acontecimento histórico e a importância dele para a história do nosso país.

Segundo bimestre – Moradia: necessidade física e sociocultural

Objetivos gerais

• Identificar as características do modo de vida nômade dos primeiros grupos humanos.

• Reconhecer o processo de sedentarização dos primeiros grupos humanos.

• Refletir sobre o processo de surgimento das primeiras cidades.

• Identificar as principais transformações sociais propiciadas pelo domínio da agricultura.

• Identificar as principais rotas de deslocamento dos primeiros grupos humanos pelo mundo.

• Identificar as características dos primeiros povos que povoaram o Brasil.

• Refletir sobre a diversidade cultural dos povos indígenas.

• Caracterizar diferentes sociedades indígenas.

Sequência didática 3: Povos nômades e povos sedentários

Duração: 3 aulas

Objetivos de aprendizagem: Refletir sobre os conceitos de nomadismo e sedenta-

IX

rismo, de modo que os estudantes possam compreender as implicações para a humanidade da passagem de um modo de vida para outro, assim como as transformações no modo de as sociedades se organizarem.

Habilidades desenvolvidas: EF04HI01, EF04HI02, EF04HI04

Recursos didáticos:

• Livro de Práticas e Aprofundamento da Aprendizagem do estudante.

• Papel sulfite ou cartolina.

• Caneta hidrográfica, lápis de cor, giz de cera, entre outros materiais de desenho.

Plano de aulas:

• Aula 1 – Página 14.

• Aulas 2 e 3 – Página 15.

Sequência didática 4: Os primeiros habitantes do Brasil

Duração: 3 aulas

Objetivos de aprendizagem: Refletir sobre o processo de povoamento do território que posteriormente formaria o Brasil, bem como explicar a importância dos sítios arqueológicos brasileiros no estudo dessas primeiras sociedades.

Habilidades desenvolvidas: EF04HI01, EF04HI02, EF04HI04, EF04HI09, EF04HI10

Recursos didáticos:

• Livro de Práticas e Aprofundamento da Aprendizagem do estudante.

• Mapas que mostrem as possíveis rotas migratórias de povoamento da América.

• Equipamento para exibição de filme ou imagens com acesso à internet.

Plano de aulas:

• Aula 1 – Página 16.

• Aulas 2 e 3 – Página 17.

Sequência didática 5: Os povos indígenas brasileiros

Duração: 3 aulas

Objetivos de aprendizagem: Desenvolver uma pesquisa sobre culturas indígenas com o objetivo de explorar as informações pesquisadas relacionando-as com a comunidade da qual os estudantes fazem parte. Dessa forma, busca-se tanto aprofundar a reflexão acerca dos povos originários quando desenvolver noções importantes de pesquisa.

Habilidades desenvolvidas: EF04HI09, EF04HI10

Recursos didáticos:

• Livro de Práticas e Aprofundamento da Aprendizagem do estudante.

• Computador, tablet ou celular com acesso a internet.

• Cartolina, canetas hidrográficas, entre outros materiais para desenho (opcional).

Plano de aulas:

• Aula 1 – Página 18.

• Aulas 2 e 3 – Página 19.

Avaliação das aprendizagens essenciais

Nessa seção são propostas atividades que avaliam se os estudantes compreenderam a transição do nomadismo para o sedentarismo, as transformações em atividades econômicas milenares, como ocorreu o povoamento da América e os vestígios brasileiros das ocupações pré-históricas.

Práticas de aprofundamento

Nessa seção os estudantes são incentivados a refletir sobre a importância do trabalho dos arqueólogos e da preservação dos fósseis, além de serem incentivados a criar uma representação de um fóssil.

Terceiro bimestre – A chegada a Pindorama

Objetivos gerais

• Entender os fatores que propiciaram aos portugueses iniciar a expansão marítima.

X

• Analisar a maneira como os portugueses iniciaram a exploração das terras americanas.

• Refletir sobre os primeiros contatos entre portugueses e povos indígenas.

• Entender como os portugueses vieram para a América.

• Reconhecer as causas que levaram os portugueses a povoar a América.

• Refletir sobre o caráter forçado e violento da vinda de africanos para a América.

• Analisar a constituição do comércio de africanos escravizados para a América.

• Entender como foi a chegada dos africanos na América.

• Identificar diferentes formas de resistência dos africanos contra as violências da escravidão.

Sequência didática 6: O encontro entre indígenas e europeus

Duração: 2 aulas

Objetivos de aprendizagem: Propor uma reflexão sobre o encontro entre os europeus e os nativos do litoral do que viria a se tornar o atual território brasileiro. Para isso, a proposta é que os estudantes comparem a narrativa desse encontro pelo olhar dos portugueses e dos indígenas.

Habilidades desenvolvidas: EF04HI06, EF04HI09, EF04HI10

Recursos didáticos:

• Livro de Práticas e Aprofundamento da Aprendizagem do estudante.

Plano de aulas:

• Aula 1 – Página 28.

• Aula 2 – Página 29.

Sequência didática 7: As terras indígenas no presente

Duração: 3 aulas

Objetivos de aprendizagem: Refletir sobre a situação atual das comunidades indí-

genas brasileiras, especialmente aquelas que vivem em terras demarcadas; e relacionar o processo de conquista da América, iniciado no século XVI, e a situação atual de grupos indígenas que vivem no território brasileiro.

Habilidades desenvolvidas: EF04HI06, EF04HI07, EF04HI09, EF04HI10

Recursos didáticos:

• Livro de Práticas e Aprofundamento da Aprendizagem do estudante.

• Mapa com terras indígenas no Brasil na atualidade.

• Fotografia de diferentes sociedades que vivem em terras indígenas.

Plano de aulas:

• Aula 1 – Página 30.

• Aulas 2 e 3 – Página 31.

Sequência didática 8: A cultura afro-brasileira: o caso da capoeira

Duração: 3 aulas

Objetivos de aprendizagem: Promover uma reflexão sobre a formação da cultura afro-brasileira a partir da análise de uma manifestação característica dessa cultura: a capoeira. Dessa forma é possível evidenciar a importância da cultura afro-brasileira na formação da cultura brasileira.

Habilidades desenvolvidas: EF04HI06, EF04HI09, EF04HI10.

Recursos didáticos:

• Livro de Práticas e Aprofundamento da Aprendizagem do estudante.

Plano de aulas:

• Aula 1 – Página 32.

• Aulas 2 e 3 – Página 33.

Avaliação das aprendizagens essenciais

Nessa seção são propostas atividades que avaliam se os estudantes compreenderam o processo de conquista da América Portuguesa, o impacto do contato entre portugueses e in-

XI

dígenas, as motivações da colonização e o papel dos africanos escravizados nesse contexto.

Práticas de aprofundamento

Nessa seção os estudantes são incentivados a refletir sobre o ponto de vista indígena acerca da religiosidade por meio da leitura de parte de uma entrevista com Ailton Krenak; a identificar as influências indígena, portuguesa e africana em elementos da nossa cultura e a pesquisar sobre a representatividade histórico-cultural da arte mural africana.

Quarto bimestre – Um país, muitas culturas

Objetivos gerais

• Entender o processo de imigração para o brasil a partir do final do século XIX.

• Refletir sobre as motivações dos imigrantes para se mudar.

• Refletir sobre a diversidade cultural presente na sociedade brasileira.

• Reconhecer a importância dos meios de comunicação na disseminação de informação e conhecimento.

Sequência didática 9: As

Duração: 3 aulas

Objetivos de aprendizagem: Propor uma reflexão em torno do tema da imigração para o Brasil entre o final do século XIX e os dias atuais. Para isso, a proposta é que os estudantes reflitam sobre as diferentes influências culturais que essa imigração deixou na sociedade brasileira, especialmente por meio da pesquisa de festas típicas de imigrantes.

Habilidades desenvolvidas: EF04HI06, EF04HI07, EF04HI09, EF04HI10, EF04HI11.

Recursos didáticos:

• Livro de Práticas e Aprofundamento da

Aprendizagem do estudante.

• Materiais para pesquisa e montagem de mural (físico ou virtual).

Plano de aulas:

• Aula 1 – Página 40.

• Aulas 2 e 3 – Página 41.

Sequência didática 10: A comunicação que nos une

Duração: 4 aulas

Objetivos de aprendizagem: Promover uma reflexão sobre a diversidade de veículos e práticas comunicativas e relacioná-los com o desenvolvimento das relações sociais e circulação de ideias na nossa sociedade.

Habilidade desenvolvida: EF04HI08

Recursos didáticos:

• Livro de Práticas e Aprofundamento da Aprendizagem do estudante.

• Jornais variados.

• Computador com software de edição de texto.

Plano de aulas:

• Aulas 1 e 2 – Página 42.

• Aulas 3 e 4 – Página 43.

Avaliação das aprendizagens essenciais

Nessa seção são propostas atividades que avaliam se os estudantes compreenderam o que motivou a imigração de diferentes povos ao Brasil a partir do século XIX, o quanto esses povos influenciaram a formação da nossa cultura e como os veículos de comunicação podem ser, simultaneamente, agregadores e também símbolos de desigualdade social.

Práticas de aprofundamento

Nessa seção os estudantes são incentivados a refletir sobre o cyberbullying e a promover uma campanha de combate a esse tipo de agressão na escola.

XII
tradições culturais dos imigrantes no Brasil

universo das DESCOBERTAS

História História

Ensino fundamental – Anos iniciais – História

4O ANO

Priscilla Cerencio (editora responsável)

Bacharel em História pela Universidade de São Paulo Mestre em História Social pela Universidade de São Paulo Editora de materiais didáticos

universo das DESCOBERTAS

História História

Ensino fundamental – Anos iniciais – História

5ANO

1 1a edição São Paulo, 2021
O
LIVRO DE PRÁTICAS E ACOMPANHAMENTO DE APRENDIZAGEM

Universo das Descobertas História –Livro de Práticas e Acompanhamento de Aprendizagens – 4o ano

© UDL Educação

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Angélica Ilacqua CRB–8/7057

U51 Universo das descobertas : História : Ensino fundamental : Anos iniciais : 4o ano : Livro de práticas e acompanhamento da aprendizagem / editora responsável: Priscilla Cerencio. — São Paulo : Universo da Literatura — UDL Educação, 2021. 48 p. (Universo das descobertas ; 4)

ISBN 978-65-89964-31-5

1. História (Ensino fundamental) 2. História (Ensino fundamental) – Livro de atividades I. Cerencio, Priscilla II. Série

CDD 372.89

21–5147

Conselho Editorial

Alessandro Gerardi, Alessio Fon Melozo, Luis

Afonso G. Neira, Luis Matos, William Nakamura

Direção Editorial

Alessandro Gerardi

Coordenação Editorial

Priscilla Cerencio

Edição

Priscilla Cerencio

Colaboração

Andressa Pontinha

Copidesque e Preparação

Dora Helena Feres

Revisão

Débora Tamayose e Luigi Andrade

Projeto gráfico

Escala Editorial e Regiane Santana

Capa

IlustraCartoon

Editoração eletrônica e Arte

Regiane Santana

Licenciamento de textos e imagens

Ex-libris Soluções Didáticas e Editoriais

Pesquisa iconográfica

Ex-libris Soluções Didáticas e Editoriais

Todos os direitos reservados:

UDL Educação

Av. Ordem e Progresso, no 157, sala 803Várzea da Barra Funda

CEP 01141-030 - São Paulo - SP – Brasil

Tel/Fax: 55 11 3392 3336 www.udleducacao.com.br contato@udleducacao.com.br

© 2021 UDL Educação São Paulo • 1a edição • 2021

ISBN 978-65-89964-31-5

2
3 Sumário 1o BIMESTRE 4 História: a ciência que estuda a humanidade no tempo e no espaço Consolidação da aprendizagem 4 O tempo e a História 4 A Arqueologia e a História 6 Avaliação das aprendizagens essenciais 8 Práticas de aprofundamento 10 Pode dividir o tempo histórico? 10 Mudanças e permanências na capital do nosso país 12 2o BIMESTRE 16 Moradia: necessidade física e sociocultural Consolidação da aprendizagem 16 Povos nômades e povos sedentários 16 Os primeiros habitantes do Brasil 18 Os povos indígenas brasileiros 20 Avaliação das aprendizagens essenciais 22 Práticas de aprofundamento 24 A nossa ancestral mais antiga 24 Trabalhando com fósseis 25 3o BIMESTRE 28 A chegada a Pindorama Consolidação da aprendizagem 28 O encontro entre europeus e indígenas 28 As terras indígenas no presente 30 A cultura africana: o caso da capoeira 32 Avaliação das aprendizagens essenciais 34 Práticas de aprofundamento 36 Resistência indígena e ancestralidade 36 Identidade, cultura e alimentação 37 Arte mural africana 38 4 o BIMESTRE 40 Um país, muitas culturas Consolidação da aprendizagem 40 As tradições culturais dos imigrantes no Brasil 40 A comunicação que nos une 42 Avaliação das aprendizagens essenciais 44 Práticas de aprofundamento 46 Cyberbullying: o bullying da internet 46 Referências 48

Sequência didática 1: O tempo e a História

BIMESTRE

Consolidação da aprendizagem

O tempo e a História

A História é uma ciência que investiga as ações humanas ao longo do tempo. Para conhecer os fatos, é preciso pesquisar como viveram nossos antepassados, e, para isso, analisamos os vestígios deixados por eles.

Ao estudar História na escola, como um componente curricular, apropriamo-nos de conhecimentos produzidos no passado para, entre outras razões:

• encontrar soluções ou explicações acerca das necessidades da vida prática e do tempo presente;

• desenvolver o raciocínio histórico e compreender as origens de fatos do cotidiano;

• desenvolver a consciência histórica, ou seja, a capacidade de observar a realidade que nos cerca e interpretar os acontecimentos políticos, sociais e culturais.

1 Você faz parte da História? Explique.

Espera-se que os estudantes indiquem que sim e percebam que além de ter sua própria história, eles são parte da história de outras pessoas e que suas ações, seus projetos e suas vivências também contribuem para a história da comunidade da qual fazem parte.

2 Ligue cada tempo ao seu respectivo conceito.

Tempo cronológico

Tempo da natureza

Tempo histórico

Acontecimentos que são marcos históricos de um povo ou de toda a humanidade.

Períodos fixos em que as atividades humanas são organizadas.

Calculado com base na observação dos ciclos da natureza.

Componentes da PNA

• Compreensão de texto.

• Desenvolvimento de vocabulário.

Habilidades

EF04HI01

EF04HI03

Aula 1

Procedimentos iniciais: Organize os estudantes em sala de aula de modo que todos possam participar das reflexões propostas.

Andamento: Apresente os conceitos de tempo e temporalidade e explique o quanto eles são fundamentais para o estudo de História. Para isso, você pode dividir a aula em duas etapas.

Na primeira etapa apresente diferentes maneiras de organizar o tempo e procure dar exemplos concretos do tempo da natureza, do tempo cronológico e do tempo histórico.

Na segunda etapa, apresente o conceito de mudanças e permanências. Nesse caso, procure trazer aos estudantes exemplos relacionados à comunidade em que vivem, de modo a dar concretude aos conceitos apresentados. Procure também destacar que o trabalho dos historiadores consiste na análise desses movimentos de permanência e mudança ao longo do tempo em diferentes sociedades humanas. Após essa retomada, você pode solicitar aos estudantes que façam as atividades 1, 2 e 3.

Para encerrar a aula, esclareça que uma das formas registrar visualmente acontecimentos ao longo do tempo é construindo uma linha do tempo.

A partir dessa etapa, peça aos estudantes que pesquisem cinco datas importantes para a história da comunidade em que vivem. Cite como exemplo a data de surgimento da comunidade; do nascimento de uma figura histórica importante para o local; a inauguração de uma instituição de referência na comunidade; entre outras possibilidades. Peça a eles que tragam essas datas na próxima aula, para que elas sejam utilizadas realização da atividade 4.

4
4
1o
História: a ciência que estuda a humanidade no tempo e no espaço

3 Observe as duas imagens a seguir.

Aula 2

Procedimentos iniciais: Organize os estudantes em sala de aula para a apresentação das datas pesquisadas que inicialmente poderão ser registradas na lousa. Para a elaboração das linhas do tempo você pode organizar os estudantes em duplas.

a) As duas imagens mostram: parte de uma mesma cidade. cidades diferentes.

b) A fotografia foi tirada quanto tempo após a gravura ser feita?

Mais de um século. Mais de quinze décadas.

c) Identifique pelo menos uma mudança e uma permanência nesse local:

• Mudança:

• Permanência:

Espera-se que os estudantes identifiquem as mudanças na paisagem. Espera-se que os estudantes identifiquem a importância do rio para a comunidade.

4 Elabore uma linha do tempo com os dados da sua pesquisa sobre a história da comunidade.

Andamento: Nesta segunda aula será produzida uma linha do tempo da atividade 4. Para isso, no início da aula, peça que apresentem as datas que foram coletadas por eles nas pesquisas. É importante organizar as informações na lousa, de maneira sistemática, já que elas serão utilizadas por todos na confecção das linhas do tempo.

Verifique também eventuais discrepâncias nas datas citadas pelos estudantes. Por exemplo: em caso de datas divergentes para a fundação da comunidade trazidas por grupos diferentes, é importante verificar a informação correta para mantê-la como referência. Além disso, estipule um número de datas para a linha do tempo e decida com os estudantes quais são as datas mais relevantes para serem nela, considerando que o número de datas pesquisadas poderá ser elevado. Em seguida, reserve um momento da aula para que todos façam a atividade 4. Nesse caso, procure circular entre os estudantes de modo a verificar se todos estão se organizando de forma adequada para a produção dos materiais. Lembre-os que as datas devem ser organizadas em ordem cronológica.

No final da aula, proponha aos estudantes que debatam sobre as linhas do tempo produzidas, retomando sua função e refletindo sobre o que elas podem contribuir sobre a história da comunidade em que vivem. Além disso, observando os eventos históricos é possível responder: que tipo de transformações ou permanências podem ser identificadas na comunidade por meio da linha do tempo?

Como avaliar

A avaliação pode ser feita de forma contínua, acompanhando o envolvimento e a participação dos estudantes em todas as etapas, bem como a partir das respostas dadas às atividades e das linhas do tempo produzidas.

5
5
BIBLIOTECA BRASILIANA GUITA E JOSÉ MINDLIN –PRCEU/USP
SANDRA
BIARD, Auguste François. Óbidos, 1862. Gravura em madeira, 11 cm. × 16 cm.
MORAES/SHUTTERSTOCK
X X X
Vista do porto da cidade de Óbidos, no estado do Pará, em 2019.

Sequência didática 2: A Arqueologia e a História

A Arqueologia e a História

A Arqueologia é a ciência que investiga sociedades antigas por meio da descoberta e da análise de materiais produzidos e deixados por diferentes grupos humanos.

Para averiguar com mais profundidade os materiais encontrados, a Arqueologia faz parcerias investigativas com outras áreas científicas, como Antropologia, História, Geografia, Geologia, Paleontologia e Medicina.

Os lugares onde são encontrados os vestígios arqueológicos são chamados de sítios arqueológicos

1 Nomeie cada uma das fontes históricas de acordo com os tipos indicados no quadro. escrita visual oral material

Componentes da PNA

• Compreensão de texto.

• Desenvolvimento de vocabulário.

• Produção escrita.

Habilidades

EF04HI01

EF04HI03

Aulas 1 e 2

Procedimentos iniciais: Organize os estudantes de modo que todos possam participar de um debate em sala de aula.

Andamento: Apresente os conceitos de vestígio histórico e de Arqueologia. Para isso, você pode iniciar a aula explicando que o conhecimento sobre o passado é produzido por meio da análise de historiadores e de outros cientistas.

Em seguida, retome com os estudantes exemplos de registros históricos diversos (escritos, visuais, orais e materiais) para que eles possam compreender os diferentes tipos de fontes, como são preservadas e quais informações podem fornecer. Esclareça que cabe ao historiador identificar e analisar essas fontes, depois, peça que realizem a atividade 1.

Na segunda aula, trabalhe a importância dos estudos arqueológicos para o conhecimento histórico. Para isso, esclareça que os arqueólogos utilizam diferentes técnicas para encontrar vestígios, como escavações, análises químico-físicas dos objetos, comparação de diferentes objetos, entre outros; e que o trabalho desses profissionais recupera em detalhes o conhecimento sobre as sociedades humanas ao longo do tempo. Enfim, a Arqueologia permite a reconstrução histórica das sociedades do passado por meio da análise dos objetos encontrados. Finalizadas as explanações, peça aos estudantes que realizem a atividade 2.

Para encerrar a aula, solicite aos estudantes que tragam na aula seguinte um objeto do cotidiano deles para realizar uma análise com olhar arqueológico.

6
6
1
a)
Moedas de
real.
RIDO/SHUTTERSTOCK Diário de um soldado que lutou em uma guerra na década de 1940. d) SUSAN LAW CAIN/SHUTTERSTOCK AMÉRICO, Pedro. Independência ou morte, 1888. Óleo sobre tela, 760 cm × 415 cm. c) MUSEU PAULISTA (SÃO PAULO, SP) Pais contam histórias às filhas. b) RIDO/SHUTTERSTOCK Material. Oral. Visual. Escrita.

2 Qual das fontes da página anterior não é objeto de estudo do arqueólogo? Por quê?

A narrativa oral. Espera-se que os estudantes cheguem a essa conclusão ao observar que os arqueólogos trabalham exclusivamente com fontes materiais.

3 Siga as instruções do professor e registre a sua análise do vestígio arqueológico do presente.

Aula 3

Procedimentos iniciais: Receba os objetos trazidos pelos estudantes. Caso exista algum objeto que julgue, explique o motivo para deixá-lo de fora. Em seguida, organize o material de modo que todos possam acessá-los.

Andamento: Informe aos estudantes que eles atuarão de forma semelhante aos arqueólogos, analisando evidências em vestígios encontrados, no caso, os materiais trazidos por eles. Na sequência, peça que se reúnam em grupos de quatro e selecionem no máximo três dos objetos expostos e reflitam acerca de quais informações sobre a nossa sociedade podem obter deles. Procure dar um exemplo de como esse trabalho é realizado. Você pode exemplificar analisando um aparelho celular, que traz em si elementos de quais são os conhecimentos técnicos necessários para a produção de uma tecnologia complexa para a comunicação a longa distância, as diversas de fontes de energia, entre outras informações.

Em seguida, proponha que formulem em grupo hipóteses sobre as evidências que os objetos despertam, seguindo o procedimento do exemplo apresentado. É importante que todos participem desse momento, dando sugestões sobre diferentes objetos. Reserve metade da aula para essa discussão.

Após as hipóteses formuladas em grupo, peça aos estudantes que elaborem textos com a síntese das ideias formuladas explicando quais informações esse objeto pode fornecer sobre o modo de vida na nossa sociedade para registrar na atividade 3.

Como avaliar

A avaliação dessa sequência didática pode envolver duas etapas diferentes. A primeira consiste na realização das atividades 1 e 2 e na seleção dos objetos, para verificar a participação dos estudantes. Já a segunda é a análise dos textos produzidos na atividade 3.

7
7
Resposta pessoal.

Avaliação das aprendizagens essenciais

1. Qual é a importância de estudar História?

O estudo de História é essencial para compreender a origem dos fatos e dos acontecimentos do presente, interpretar acontecimentos políticos, sociais e culturais e encontrar soluções e explicações para fatos e acontecimentos do cotidiano.

2. Qual é a função da linha do tempo no estudo de História?

A linha do tempo nos ajuda a organizar os acontecimentos de forma cronológica, possibilitando uma visualização mais objetiva da história estudada.

3. O que são evidências ou registros históricos?

As evidências ou registros históricos são tudo que os seres humanos do passado criaram, foram preservados ao longo do tempo e, atualmente, podem ser objetos de estudo de historiadores e de outros cientistas.

4. Assinale os exemplos de evidências históricas.

Objetos do cotidiano

Construção

Música

Filme

Receita de bolo

Jogo de videogame

5. Qual é a importância das evidências arqueológicas para o estudo da História?

As evidências arqueológicas são objetos que contêm informações das sociedades humanas do passado, por isso elas são fontes históricas materiais de muita importância aos historiadores.

Orientações

Com a finalidade de que o estudante tenha uma nova oportunidade de rever seus aprendizados sobre o tema, você pode propor as seguintes atividades:

1. Pesquise o que cada um desses profissionais realiza em seu ofício.

a) Arqueólogo: profissional que investiga a cultura e as sociedades humanas do passado por meio da análise de vestígios materiais.

b) Geólogo: especialista em Geologia, área que estuda a origem e a formação da Terra.

2. Faça uma linha do tempo organizando em ordem cronológica o surgimento dos ancestrais do ser humano até a nossa espécie.

A linha do tempo deve ser composta das seguintes informações: 5 milhões de anos atrás –Australopiteco; 2,4 milhões de anos atrás – Homo habilis; 1,8 milhão de anos atrás – Homo erectus; 400 mil anos atrás – Homo neanderthalensis; 200 mil anos atrás – Homo sapiens.

3. Defina o tempo cronológico.

Trata-se do tempo medido por meio das atividades humanas, contabilizado em relógios e calendários.

4. Explique o que é tempo histórico.

Trata-se do tempo que prioriza os acontecimentos que marcaram a história de um povo, que evidencia fatos como as revoluções, guerras, curas de doenças, revoltas, entre outros fatos de intenso impacto e repercussão.

8
8
X X X X X X

Orientações

É importante esclarecer aos estudantes a necessidade de conhecer a história do Brasil. Adquirir esse conhecimento é parte do protagonismo, afinal, só é possível sermos bem-sucedido nos temas que temos domínio, e ter uma boa compreensão do próprio contexto inclui que, ao que longo da história, povos de muitos lugares trouxeram para o Brasil suas culturas, conhecimentos, costumes, religiosidade e artes.

Atividade complementar

Para oferecer uma nova oportunidade de compreensão do tema você pode oferecer seguinte atividade:

1. Reflita sobre o que você aprendeu, e assinale corretamente. O Brasil começou a ser povoado por seres humanos após qual evento histórico:

a) Chegada dos portugueses, há cerca de quinhentos anos.

b) Fixação de pessoas em cidades, há cerca de quatrocentos anos.

c) Migração de povos nômades, há milhares de anos.

Resposta c.

9
9
6. Imagine que você encontrou a pintura rupestre a seguir. Que informações ela pode fornecer sobre o modo de vida das pessoas que a produziram? Pinturas rupestres no sítio arqueológico da Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato, Piauí. Foto de 2016. SANDRA MORAES/SHUTTERSTOCK Espera-se que os estudantes mencionem que as pessoas que viviam nesse local tinham a capacidade de se expressar e se comunicar por meio de desenhos e conhecimentos de produção de tintas em cores diferentes. Além disso, eles devem perceber que tudo o que é representado na imagem possivelmente faz parte do cotidiano de quem a registrou, ou seja, havia um importante contato com animais e com outras pessoas.

Práticas de aprofundamento

Pode dividir o tempo histórico?

Leia o texto a seguir e, com base nele, responda às questões.

Um dos problemas essenciais da humanidade, surgido com o próprio nascimento, foi dominar o tempo terrestre. Os calendários permitiram organizar a vida cotidiana, pois quase sempre estão ligados à ordem da natureza, com duas referências principais, o Sol e a Lua. Contudo, os calendários em geral definem um tempo cíclico e anual, e permanecem ineficazes para pensar tempos mais longos. Ora, se por um lado a humanidade, até o presente, não é capaz de prever o futuro com exatidão, por outro lhe importa dominar seu longo passado.

Para organizá-lo, recorreu-se a vários termos: falou-se de “idades”, “épocas”, “ciclos”; contudo, o que me parece ser mais adaptado é “períodos”. “Período” vem do grego períodos, que designa um caminho circular. [...]

O recorte do tempo em períodos é necessário à história, quer seja ela considerada no sentido geral de estudo da evolução das sociedades ou no de tipo particular de saber e de ensino, ou ainda no sentido de simples desenrolar do tempo. Entretanto, essa divisão não é um mero fato cronológico, mas expressa também a ideia de passagem, do ponto de viragem ou do período precedente. Por conseguinte, os períodos têm uma significação particular; em sua própria sucessão, na continuidade temporal ou, ao contrário, nas rupturas que essa sucessão evoca, eles constituem um objeto de reflexão essencial para o historiador.

LE GOFF, Jacques. A história deve ser dividida em pedaços? São Paulo: Editora Unesp, 2015. p. 11-12.

1 Por que você imagina que o autor afirma que um dos principais problemas da humanidade foi dominar o tempo?

Espera-se que os estudantes indiquem que foi necessário bastante conhecimento acumulado para o ser humano dominar o tempo, pois esse conhecimento provém da observação constante da natureza para perceber que o tempo é cíclico e das práticas sociais necessárias para a sobrevivência em cada um desses ciclos.

2 Por que os calendários são considerados ineficazes para períodos mais longos?

Orientações

A leitura desse texto evidencia o quanto a cronologia é uma das invenções essenciais da humanidade. Esse é o conjunto de conhecimentos que usamos até os dias atuais para controlar e organizar nossas ações cotidianas, projetos, produções e trabalho individuais e coletivos.

Descobertas arqueológicas indicam que desde os primeiros hominídeos havia grupos de pessoas preocupadas com a medição do tempo, seja por motivos religiosos, agrícolas ou de estudo dos fenômenos celestes, o que podemos nomear como uma forma antiga de Astronomia.

Trazendo o tema para a atualidade, refletir e dominar a gestão do tempo ajuda a colocar em perspectiva habilidades socioemocionais, auxilia os estudantes a serem mais disciplinados e responsáveis, desenvolver a capacidade de identificar quais atividades precisam realizar em determinados horários e a compreensão de que realizando-as poderão usufruir de tempo para se divertir.

Espera-se que os estudantes percebam que os calendários são objetos que podem ser usados para registrar ciclos determinados, como dias, meses e anos, mas, por conter informações bem pontuais, não contribuem para o estudo de períodos longos.

Quando a rotina está planejada fica mais fácil saber o que é necessário fazer, evitando sensações de ansiedade e acúmulo de tarefas. Pensando no cotidiano de um estudante, conseguir que eles compreendam esses limites e a importância desse funcionamento é essencial como estímulo para a autogestão.

Nesse contexto o estudante tem a oportunidade de compreender a organização lógica dos compromissos como a saída para lidar com a ansiedade e manter o equilíbrio.

10
10

3 De que modo datar e separar os acontecimentos históricos em períodos colabora na realização do trabalho do historiador?

Espera-se que os estudantes concluam que a datação auxilia os historiadores na organização dos acontecimentos no tempo, enquanto a separação em períodos contribui na identificação de características sociais, políticas ou culturais comuns a determinado período.

4 Observe a periodização da História do Brasil a seguir:

Orientações

Na atividade 4, após os estudantes fazerem a pesquisa, você pode organizar os tópicos para identificar os fatos mais significativos de cada um dos períodos, por exemplo: Período colonial:

1500 - A expedição de Pedro Álvares Cabral chega ao Brasil.

1501 - Américo Vespúcio faz uma expedição exploratória na costa brasileira.

Reúna-se com três colegas e, juntos, pesquisem essas datas e o que elas representam para a História do Brasil. Depois, com base no que aprenderam, elaborem uma nova periodização que tenha significado para vocês.

1504 - Chegam ao Brasil navegadores franceses para exploração do território.

1530 - É instituído o regime de capitanias hereditárias por Dom João III. A expedição colonizadora de Martim Afonso chega ao Brasil.

1532 - Fundada a Vila de São Vicente, primeira vila do Brasil por Martim Afonso.

1534 - O Brasil é dividi do em capitanias hereditárias. Início da escravização indígena no Brasil.

11
11
Resposta de acordo com a análise do grupo. Antes dos portugueses Período Pré-Cabralino Período Colonial Período Imperial Período Republicano
DANIELALA/SHUTTERSTOCK 1500 1822 1889 Não há uma regra sobre quais acontecimentos devem ser registrados nessa linha do tempo, você pode solicitar que os estudantes indiquem os fatos e fazer uma curadoria dos marcos a ser registrados. Para a criação da linha do tempo os estudantes podem utilizar marcadores diversos, que contenham temas culturais ou qualquer outro tema que chame a atenção e possa fazer sentido para a interpretação e compreensão sobre a decorrência do tempo cronológico.

Mudanças e permanências na capital do nosso país

Você conhece Brasília, a capital do nosso país? Brasília é um exemplo de grandes mudanças, planejando uma longa permanência. Vamos conhecer um pouco mais? Reúna-se com três ou quatro colegas e façam pesquisas, respondam às atividades e sigam as etapas.

Etapa 1 – Onde fica Brasília?

A ilustração ao lado dá algumas dicas que ajudam a responder a essa pergunta. Com os colegas, consultem, na biblioteca ou na internet, um atlas geográfico para encontrar as respostas às seguintes perguntas:

Para essa pesquisa, vocês podem usar o Atlas Escolar do IBGE, disponível em: https://atlasescolar.ibge.gov.br.

1 Onde se localiza Brasília?

Brasília se localiza no Planalto Central, no Distrito Federal, na região Centro-Oeste.

2 O que é uma Unidade Federativa?

Unidade federativa ou Unidade da Federação (UF) é a denominação dada aos 26 estados brasileiros e ao Distrito Federal. Eles recebem essa denominação porque o Brasil é uma Federação, e os estados e o Distrito Federal são as unidades federativas que constituem essa Federação.

3 O que diferencia o Distrito Federal dos outros estados?

Diferentemente dos estados brasileiros, o Distrito Federal não é formado por municípios, e sim por 31 regiões administrativas. Brasília é a sede do governo do Distrito Federal e tem características tanto de estado como de município, por isso tem um governador que determina o trabalho dos administradores das regiões administrativas.

Orientações

Entre as informações importantes que os estudantes precisam encontrar na pesquisa está a seguinte: O Distrito Federal não é um estado, mas sim uma unidade autônoma composta por regiões administrativas. Não possui capital, e Brasília é sua sede de governo.

Talvez para eles essa informação não seja clara. Se perceber dificuldades, retome a explicação.

Atividade complementar

Para ampliar o tema você pode propor aos estudantes uma pesquisa sobre as capitais do Brasil antes de Brasília:

1. Em quarteto, pesquisem quais cidades foram capitais antes de Brasília, e na sequência, façam o que se pede:

a) Selecionem uma das três cidades para elaborar um panfleto turístico sobre ela.

b) Pesquisem em livros e materiais impressos ou digitais, imagens do passado e do presente da cidade escolhida.

c) Pesquisem quais são os costumes locais, músicas típicas, pratos típicos e curiosidades.

d) Em uma folha de papel tamanho A4 ou em um programa de edição de texto no computador, escrevam o nome da cidade, acrescentem as imagens selecionadas, e de forma criativa, escrevam um texto convidando a população para conhecer a localidade, com destaque os pontos fortes locais, como belezas naturais, construções históricas, hospitalidade, culinária etc.

Para que possam conseguir informações confiáveis sobre cada uma das cidades, se for possível dentro da estrutura da escola, ou como pesquisa para casa, incentive o uso dos dados do IBGE: https://www. ibge.gov.br/cidades-e-estados.html?view=municipio.

Não sendo possível, sugerimos como lugar para pesquisa o acervo da própria escola.

12
12
TUNASALMON/SHUTTERSTOCK

Etapa 2 – Como surgiu Brasília?

Nenhuma cidade surge do nada. Algumas foram criadas por grupos humanos que se reuniram em um mesmo lugar e, com o passar do tempo, organizaram-se em uma sociedade. Outras cidades foram planejadas, como Brasília. Observe na imagem o plano da construção dela.

Orientações

É importante explicar ao grupo que as cidades planejadas são aquelas construídas intencionalmente, geralmente com uma finalidade de caráter geopolítico. No Brasil, temos como exemplo as cidades de Brasília, Goiânia, Curitiba, Palmas, Aracaju, entre outras.

Plano piloto de Brasília, 1957.

Você consegue imaginar como seria planejar e construir uma cidade inteira? Com os colegas, consultem na biblioteca, ou na internet, materiais sobre a história de Brasília para encontrar as respostas às seguintes perguntas:

4 Quem planejou Brasília? Quando?

Brasília foi planejada em 1957, pelo urbanista Lúcio Costa e pelo arquiteto Oscar Niemeyer, por encomenda do presidente

Juscelino Kubitschek.

5 O formato do traçado de Brasília remete a qual meio de transporte?

Ao avião.

6 Qual era o objetivo ao construir Brasília?

Atividade complementar

Quanto às cidades espontâneas, são a maioria das cidades existentes, criadas sem planejamento ou infraestrutura. Em geral, originam-se na margem dos rios, os quais proporcionam alimentação e facilidade de transporte; ou na margem de estradas, buscando a facilidade no deslocamento e oportunidade de negócios.

Pesquise as principais características e a atual condição da seguinte cidade planejada: Goiânia. Espera-se que os estudantes encontrem informações que Goiânia foi a primeira cidade brasileira planejada no século XX e que até 1942, a capital do estado de Goiás era Goiás Velho, município tombado como Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO. Embora a capital goiana tenha sido planejada para uma população de 50 mil habitantes, hoje já são mais de 1,3 milhão de pessoas morando na cidade. A geografia de Goiânia é caracterizada pelo relevo de planalto, pela vegetação de Cerrado e pelo clima tropical. Metropolitana, ela forma um dos principais aglomerados populacionais da Região Centro-Oeste e do Brasil. Quanto à economia de Goiânia se constitui nas atividades terciárias, como comércio e serviços. A cultura goianiense é bastante diversificada, e são pratos típicos da cidade o arroz com pequi e a pamonha.

13
13
Para essa pesquisa vocês podem usar o site do Governo do Distrito Federal, disponível em: https://www.df.gov.br/historia/. ARQUIVO NACIONAL, RIO DE JANEIRO.
O objetivo era transferir a sede do governo nacional para um lugar que fosse mais protegido em caso de uma invasão e levar desenvolvimento para o interior do país.

Etapa 3 – Da inauguração aos dias de hoje

Em 21 de abril de 1960, o então presidente Juscelino Kubitschek inaugurou Brasília, tornando-a a nova sede do Poder Executivo brasileiro.

A partir dessa data, Brasília passou a ser a capital do Brasil. Isso significa que é nesse local que os governantes eleitos trabalham. Houve muitas mudanças entre 1957, quando foi feito o Plano Piloto, e 1960, quando a cidade foi inaugurada, assim como ocorreram muitas mudanças entre 1960 e os dias atuais. No entanto também houve muitas permanências. Nesta última pesquisa, vamos observá-las.

Onde trabalha o presidente da República?

Onde mora o presidente da República?

Onde mora o vice-presidente?

Onde trabalham os senadores?

Onde moram os senadores?

Onde trabalham os deputados federais?

Onde moram os deputados federais?

Onde trabalham os ministros do Superior Tribunal Federal?

Autoavaliação

Presidente Juscelino Kubitschek hasteia a bandeira na inauguração de Brasília, em 21 de abril de 1960.

No Palácio do Planalto, que fica na Praça dos Três Poderes.

No Palácio da Alvorada.

No Palácio do Jaburu.

No Congresso Nacional, que fica na Praça dos Três Poderes.

Em apartamentos funcionais em Brasília ou em residência própria na cidade.

No Congresso Nacional, que fica na Praça dos Três Poderes.

Em apartamentos funcionais em Brasília ou em residência própria na cidade.

No Supremo Tribunal Federal, que fica na Praça dos Três Poderes.

Orientações

É importante acompanhar os estudantes na coleta das informações. Caso a escola disponibilize uso de internet, o site confiável para buscar as informações é: https:// www.gov.br/planalto/ pt-br/conheca-a-presiden cia/palacios-e-residencias Acesso em 19 nov. 2021. Em geral o tema causa interesse. É possível que surjam perguntas, como se a casa realmente é do presidente ou onde irá morar a pessoa que ocupa a presidência após o término do mandato. Lembre-se que se trata de um tema novo para os estudantes, portanto acolha todas as perguntas para incentivar a curiosidade sobre os temas da vida pública do país.

Aproveite a oportunidade da autoavaliação proposta na página 15 para estimular a metacognição, pois ela é uma oportunidade de o estudante entrar em contato com seus métodos de estudar e aprender. Por isso, incentive o processo de forma estimulante, mostre ao grupo a importância de identificar o que é facilidade e o que é fragilidade nos processos de aprendizagem.

Seja disponível, mas não interfira no processo avaliativo, respeite o posicionamento e as interpretações do estudante sobre o próprio aprendizado.

14 14
ARQUIVO NACIONAL, RIO DE JANEIRO.

7 Com base no que vocês pesquisaram, os edifícios governamentais planejados em 1960 ainda têm o mesmo uso? Justifique.

Espera-se que os estudantes percebam que sim, porém devem notar que também há outros edifícios governamentais, pois, com o passar do tempo, foi necessário criar novos espaços para atender a novas demandas administrativas.

8 Com base nas descobertas, que mudanças o grupo proporia para adequar a cidade às necessidades atuais?

Resposta de acordo com as conclusões do grupo.

Ficha de autoavaliação

Neste bimestre eu Sim Parcialmente Não

Conheci diferentes formas de registro do tempo.

Compreendi os conceitos de mudança e permanência.

Reconheci noções de processo histórico.

Identifiquei a importância e os usos da linha do tempo.

Autoavaliação

Caso os estudantes reconheçam dificuldades no processo de aprendizagem, será necessário retomar os temas, afinal, aqui estão elencados os temas mínimos necessários para que avancem para a próxima etapa.

Caso o estudante identifique que não conheceu diferentes formas de registro do tempo, peça para que retome especialmente as atividades das páginas 4 e 10. Converse com os estudantes que sentirem dificuldades em compreender o tema, pois às vezes é preciso uma explicação individualizada.

Entendi a importância da Arqueologia e do trabalho do arqueólogo.

Compreendi o processo de construção do saber histórico.

Realizei atividades de pesquisa e aprendi a coletar dados.

Caso o estudante não tenha compreendido os conceitos de mudanças e permanências, retome a ideia de o percurso da vida transcorrer como um contínuo de fatos ao longo do tempo. Nesse percurso, muitas coisas se transformam, outras permanecem iguais ou se parecem, isso faz parte da nossa história.

Caso o estudante identifique que não compreendeu o que são processos históricos e ou a importância da linha do tempo, retome a explicação, se necessário de forma individualizada, e conte a ele que os processos históricos são o modo de descrever, entender, explicar e narrar acontecimentos cujo encadeamento permite compreender a situação no tempo atual do sujeito. Se você julgar necessário, peça que o estudante trace a própria linha do tempo, e sintetize explicando que a narrativa que encadeia os fatos é o processo, o meio pelo qual e as contingências que levaram aos próximos estágios. Procure partir da história do estudante para que ele transponha essa compreensão para outros objetos.

Caso o estudante identifique que não compreendeu a importância da Arqueologia e do trabalho do arqueólogo, proponha uma conversa com o grupo escolar, peça que os estudantes compartilhem o que compreenderam sobre o tema e, na sequência, sistematize todas as falas, fazendo um pequeno resumo.

Os dois últimos itens são de resolução individuais e pode ser necessário conversar individualmente para sanar as eventuais dúvidas.

15 15
Respostas pessoais.

Sequência didática 3: Povos nômades e povos sedentários

Componentes da PNA

2o BIMESTRE

Moradia: necessidade física e sociocultural

Consolidação da aprendizagem

Povos nômades e povos sedentários

Os grupos humanos mais antigos de que temos conhecimento tinham um modo de vida nômade, ou seja, estabeleciam-se em determinado local enquanto nele houvesse alimento e água. Quando esses recursos se esgotavam, eles se mudavam. Esses grupos viviam da caça e da coleta, desenvolveram técnicas e criaram utensílios para facilitar suas atividades cotidianas.

Há cerca de 12 mil anos, diversos grupos humanos dominaram a técnica da agricultura e da domesticação de animais. Com isso, passaram a dispor de alimento por períodos mais longos, tornando desnecessária a migração em busca dele, o que permitiu que diversos grupos se fixassem, deixando de ser sedentários.

O nomadismo, embora hoje não seja o mais comum, ainda existe.

1 Marque V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas.

a) Os povos nômades antigos eram caçadores e coletores.

• Compreensão de texto.

• Desenvolvimento de vocabulário.

• Produção escrita

Habilidades

EF04HI01

EF04HI02

EF04HI04

Aula 1

Procedimentos iniciais:

b) Os povos nômades antigos abandonavam a localidade onde estavam instalados quando não encontravam mais recursos para sobreviver.

c) Os povos nômades antigos eram carnívoros e não se alimentavam de vegetais.

V F

2 De que forma podemos relacionar o desenvolvimento da produção agrícola à formação das primeiras comunidades sedentárias?

Espera-se que os estudantes identifiquem que, com a agricultura, nossos ancestrais puderam se alimentar melhor e garantir a subsistência de grupos maiores. Com mais nascimentos e a sedentarização, surgiram as primeiras comunidades organizadas, que passavam períodos maiores na mesma região.

Organize os estudantes de modo que todos possam participar das reflexões propostas.

Andamento: Para trabalhar o conceito de nomadismo, você pode iniciar a aula mencionando que atualmente a maioria das pessoas vivem de forma sedentária, ou seja, moram em lugares fixos e desenvolvem relações socioeconômicas nas proximidades.

Esclareça que viver de forma sedentária não significa que os indivíduos não se desloquem para outras regiões em trânsitos de curta ou de média periodicidade. Para exemplificar esse conceito complexo você pode mencionar as pessoas que moram em cidades-satélites ou cidades-dormitórios, que trabalham em uma cidade e moram em outra; por vezes retornando somente aos finais de semana. Essas pessoas são sedentárias, pois têm uma moradia em local determinado, ainda que se desloquem bastante.

Destaque que o contrário da vida sedentária é chamado de vida nômade e peça que leiam a explicação do primeiro parágrafo do Livro do Estudante. Porém, mencione que a questão da subsistência não é uma exclusividade, pois atualmente há grupos nômades em diversas regiões do planeta que tem esse modo de vida por uma questão cultural.

Finalizada a conversa sobre o assunto, solicite que respondam às atividades 1 e 2.

Para encerrar a aula, peça para os estudantes contarem como eles imaginavam que viviam os seres humanos antes do domínio da agricultura. Isso pode ser feito de forma oral, com os estudantes reunidos em círculo ou com produções escritas.

16
16
V

3 Reúna-se com um colega da turma e elaborem uma história ilustrada que retrate a passagem do modo de vida nômade para o sedentário. Para isso, sigam as orientações.

• Separem folhas de papel sulfite para a realização da atividade.

• Definam a narrativa que vão contar. É necessário que ela tenha começo, meio e fim. Registrem o resumo dessa narrativa e apresentem ao professor para uma avaliação inicial.

Respostas pessoais.

Aulas 2 e 3

Procedimentos iniciais: Organize os estudantes em duplas e de modo que todos possam participar da das reflexões propostas.

Andamento: Organize a segunda aula em dois momentos.

• No caderno, organizem todas as cenas que serão criadas e façam uma breve descrição para que possam se orientar.

No primeiro momento, ressalte que com o domínio da agricultura os seres humanos não precisavam mais se deslocar em busca de alimentos, já que podiam ser produzidos na região onde eles viviam. Para isso, foi necessário que vivessem próximos de rios, para poderem irrigar as plantações.

• Façam rascunhos das cenas e do desenvolvimento do enredo.

• Apresentem o rascunho a outra dupla. Peçam aos colegas que avaliem e indiquem correções e sugestões de melhorias e procedam do mesmo modo com o rascunho dos colegas.

• Analisem as críticas da dupla ao trabalho de vocês e façam as mudanças que considerarem adequadas.

• Nas folhas de papel sulfite, reproduzam a versão final da história de vocês.

• Compartilhem o material final com toda a turma. Não se esqueçam de contar como foi o processo criativo de vocês.

Explique que essa passagem da vida nômade para a sedentária mudou radicalmente a maneira como os seres humanos viviam e se organizavam. Destaque, por exemplo, que os grupos humanos cresceram, já que era possível produzir mais alimentos capazes de sustentar grupos maiores; desenvolveram novas técnicas, e passaram a produzir ferramentas e objetos diversos. Muito tempo depois, com o uso e o desenvolvimento de técnicas agrícolas, surgiram as primeiras comunidades organizadas, que passaram a viver como sociedades estruturadas.

Após a reflexão, organize os estudantes em duplas para a realização da atividade 3. Esclareça que a atividade avalia tanto a criatividade quanto a compreensão dos temas estudados.

Na terceira aula peça aos estudantes que apresentem suas produções e analise-as de forma coletiva. Peça a eles que expliquem a maneira como pensaram a proposta e representaram a passagem do nomadismo para o sedentarismo. Verifique a compreensão dos conceitos principais explorados e retome as questões que suscitaram mais dúvidas.

Como avaliar a sequência didática

A avaliação dos conteúdos aplicados pode ser feita de forma contínua, acompanhando o envolvimento e a participação dos estudantes em todas as etapas de reflexão, a produção da representação visual e, principalmente, a discussão final do trabalho.

17
17

Sequência didática 4: Os primeiros habitantes do Brasil

Os primeiros habitantes do Brasil

A busca por lugares com melhores condições de vida foi uma das principais razões para a migração dos seres humanos pelo planeta, incluindo para o continente americano. Esse foi um processo lento e gradual que durou milhares de anos.

No último século, os cientistas, com base nos vestígios encontrados no continente, elaboraram diversas teorias para explicar como os seres humanos teriam migrado da África (de onde se originaram) para a América. As principais apontam que a migração teria ocorrido em razão do baixo nível das águas do oceano Glacial Ártico e do congelamento dessas águas no Estreito de Bering, o que teria possibilitado a passagem da Ásia à América; e que grupos humanos teriam vindo de regiões do sul asiático, em especial da Polinésia e da Oceania, por meio de navegações feitas em embarcações pequenas.

Evidências arqueológicas indicam que o território onde está localizado o Brasil já era ocupado há cerca de 12 mil anos. Esses povos viviam em cavernas ou cabanas de palha e madeira; usavam instrumentos como lanças de madeira com pontas afiadas e machados para caçar e pescar; coletavam frutos diversos e produziam utensílios de cerâmica.

Componentes da PNA

• Compreensão de texto.

• Desenvolvimento de vocabulário.

• Produção escrita

Habilidades

EF04HI01

EF04HI02

EF04HI04

EF04HI09

EF04HI10

Aula 1

Procedimentos iniciais: Organize os estudantes de modo que todos possam participar de um debate em sala de aula.

a) Escreva o nome dos continentes.

b) Trace as principais rotas de povoamento da América.

Andamento: Para iniciar a aula, relembre os estudantes que os primeiros seres humanos surgiram na África e se deslocaram para diferentes regiões do mundo, inclusive para o continente americano. Ressalte que esse processo foi bastante lento e gradual, levando milhares de anos para acontecer, e que faz parte dos deslocamentos que os povos nômades faziam em busca de alimentos e condições melhores de sobrevivência (como proteção contra o frio e o calor).

Após essa introdução, inicie o estudo do processo de deslocamento dos seres humanos para a América e as hipóteses formuladas pelos pesquisadores desse processo. É interessante selecionar mapas e recursos visuais que possam enriquecer a reflexão. Também é importante estimular a participação dos estudantes com a formulação de hipóteses sobre o processo de povoamento da América. A partir das hipóteses deles, é possível apresentar as teses formuladas pelos pesquisadores sobre o tema e solicitar que respondam à atividade 1.

Para encerrar a aula, peça aos estudantes que expliquem oralmente como aconteceu o povoamento da América e como se organizaram algumas das sociedades americanas há milhares de anos. Na sequência, eles podem realizar a atividade 2. Dessa forma, é possível sintetizar os temas trabalhados até aqui e verificar o entendimento dos estudantes.

18
18
1 Observe a ilustração a seguir de um mapa-múndi e faça o que se pede.
América Ásia Europa África Oceania
DRANDY/SHUTTERSTOCK

c) Explique como viviam as populações que migraram para a América.

Espera-se que os estudantes concluam que se tratava de povos nômades coletores e caçadores que, sem moradia fixa, migravam para conseguir melhores condições de subsistência.

2 Forme dupla com um colega, e, juntos, pesquisem, em livros ou na internet, quais são as teorias de ocupação do continente americano. Depois, registrem aquela que, na opinião de vocês, é a mais convincente e expliquem o motivo da escolha.

Resposta pessoal. Não há resposta correta, visto que todas as hipóteses têm respaldo científico. Neste exercício você poderá avaliar a capacidade argumentativa dos estudantes e o engajamento no tema tratado.

Aulas 2 e 3

Procedimentos iniciais: Organize um espaço e equipamento para exibir um documentário sobre o Parque Nacional da Serra da Capivara (Direção: Edson Fogaça, 2013. 40 min.), que está disponível no canal da Unesco (https://youtu.be/9576H -X39J8).

3 Após assistir ao documentário apresentado pelo professor, respondam às questões.

Andamento: Para iniciar os trabalhos, explique a formação de algumas sociedades que se organizaram no atual território do Brasil há milhares de anos, como os povos dos sambaquis e os marajoaras.

a) Qual era o principal objetivo de Niède Guidon em suas pesquisas na Serra da Capivara?

Espera-se que os estudantes tenham compreendido que o principal objetivo de Niède, e dos arqueólogos em geral, é encontrar vestígios de grupos humanos que revelem fatos sobre a história da humanidade.

b) Qual era a função do exame de DNA na pesquisa feita por Niède Guidon?

Na sequência, apresente o Parque Nacional Serra da Capivara, um dos principais sítios arqueológicos do Brasil com informações sobre as primeiras sociedades humanas que se organizaram no território. Esclareça que os sítios arqueológicos são fundamentais para o estudo das primeiras sociedades e por isso é necessário preservar esses espaços. Uma das formas de preservá-los é com a organização e manutenção de um museu ou parque no local. Aproveite a oportunidade para mostrar a localização geográfica do Parque Nacional da Serra da Capivara e, em seguida, exiba o documento ou trechos selecionados dele. Caso não seja possível exibir filmes com os recursos disponíveis na escola, pesquise informações sobre o parque para apresentá-las em sala de aula e refletir sobre o tema junto com os estudantes.

Na última aula, peça para os estudantes contarem quais foram as informações mais interessantes que eles aprenderam sobre o parque, que apontem algumas das hipóteses formuladas pelos pesquisadores sobre o povoamento da América com base no estudo das evidências arqueológicas presentes no local e respondam à atividade 3.

Como avaliar a sequência didática

A avaliação pode ocorrer com na participação dos estudantes nas reflexões e análises em sala de aula, especialmente no debate final sobre o Parque Nacional da Serra da Capivara. Verifique o envolvimento dos estudantes e o esforço de cada um deles em formular hipóteses sobre as questões propostas ao longo das aulas.

19 19
A função do teste de DNA é descobrir de onde migraram os seres humanos que chegaram à América.

Sequência didática 5: Os povos indígenas brasileiros

Os povos indígenas brasileiros

Com a ajuda da Antropologia e de outras ciências, atualmente sabemos que a primeira ocupação do território que viria a ser o Brasil ocorreu há cerca de 12 mil anos. Esses povos, chamados paleoíndios ou paleoamericanos, são os ancestrais dos povos indígenas brasileiros da atualidade.

Durante milhares de anos, os povos nativos do Brasil viveram da caça, da pesca, da coleta e de algumas práticas agrícolas. Eram povos ágrafos, por isso, o conhecimento era transmitido oralmente de geração a geração.

Cada comunidade tinha costumes e modos de vida próprios. As normas e as regras eram decoradas e transmitidas aos mais jovens da forma mais clara possível. O conhecimento que temos hoje acerca desses povos foi obtido, na maior parte, das descobertas arqueológicas, porém ainda é possível ter contato com parte dos conhecimentos antigos ao ter contato com comunidades indígenas atuais.

Componentes da PNA

• Compreensão de texto.

• Desenvolvimento de vocabulário.

• Produção escrita.

Habilidades

EF04HI09

EF04HI10

Aula 1

A cerâmica marajoara é um dos objetos cuja técnica de produção foi transmitida durante várias gerações.

1 Reúna-se com um colega, acessem o site https://mirim.org e pesquisem as informações a seguir.

a) Quantos são os povos indígenas brasileiros?

Mais de 250 povos.

b) Ao todo, são quantas pessoas?

Mais de 890 mil.

c) Quantas línguas indígenas brasileiras existem?

Mais de 150 línguas.

2 O que os números coletados na atividade anterior nos mostram?

Espera-se que os estudantes percebam que se trata de um grande número de pessoas e uma grande riqueza sociocultural.

Procedimentos iniciais:

Organize os estudantes em um espaço onde possam realizar pesquisas utilizando a internet ou em livros ou revistas que tenham informações acerca da cultura de alguns povos indígenas.

20

Andamento: Para iniciar a aula, proponha uma roda de conversa sobre a importância dos povos indígenas para a formação da sociedade brasileira. Deixe que os estudantes se expressem livremente.

Depois, esclareça que eles irão pesquisar informações sobre as culturas indígenas existentes no território brasileiro. Inicie instruindo-os a acessar o site Povos Indígenas no Brasil Mirim, organizado pelo Instituto Socioambiental (disponível em: https://mirim.org). Instrua-os a navegar pelas diversas opções do site para ler os textos e observar as imagens. Durante a leitura, solicite que formulem frases com as informações que mais lhe chamaram a atenção sobre os modos de vida dos povos indígenas e selecionem algumas imagens de que gostaram. Esse material será utilizado aula seguinte. É importante acompanhar todo o trabalho para que os estudantes não copiem os textos do site, mas elaborem as frases com base em suas leituras.

Antes de finalizar essa etapa, garanta que os estudantes registraram os materiais pesquisados. Isso pode ser feito por escrito, salvando os arquivos nos computadores ou na nuvem, ou por meio da impressão de textos e imagens.

Para finalizar, peça que realizem as atividades 1, 2 e 3 e compartilhem oralmente suas conclusões.

20
ALF RIBEIRO/SHUTTERSTOCK

3 Segundo o que você pesquisou sobre o modo de vida dos povos indígenas, como podemos identificar as características de cada cultura? Registre o que mais chamou sua atenção e algo que você gostaria de saber mais.

Espera-se que os estudantes percebam que podemos identificar as características culturais observando, em cada povo, as artes, as brincadeiras, a separação e organização do trabalho cotidiano, os mitos e crenças, a alimentação, o jeito de aprender e características das moradias. Quanto ao interesse pessoal, a resposta é livre. Durante o trabalho de pesquisa, assegure que os estudantes passem por todos os itens que estão na página: https:// mirim.org/pt-br/como-vivem. Proporcionar uma navegação completa pelo site contribuirá para a realização de um trabalho bem estruturado.

4 Que tal divulgar para a comunidade escolar o que vocês descobriram a respeito dos povos indígenas durante a pesquisa Para isso, sigam o passo a passo abaixo.

• Dividam os assuntos entre as duplas da turma, para evitar que eles se repitam. Se preferirem, vocês podem se reunir em grupos maiores.

• Decidam quais recursos vão utilizar. A apresentação ocorrerá de forma física ou digital? Se for físico, de que materiais vocês vão precisar? Se for digital, quais programas vão usar e em que equipamento?

• Selecionem imagens para inserir na apresentação de vocês.

• Elaborem legendas para as imagens para que os observadores da apresentação saibam do que se trata.

• Elaborem textos claros e objetivos para inserir na apresentação.

• Estudem o conteúdo que vão apresentar. Pode ser útil dividir o tema central em palavras-chave, o que facilita na hora de memorizar o que for mais importante.

• Dividam as falas de cada integrante. É importante que todos do grupo saibam o que vão dizer, evitando repetições.

• Garantam que todos os membros do grupo estudaram o conteúdo da apresentação. Dessa forma, se algum integrante do grupo não puder ir à escola no dia marcado, outros conseguirão apresentar sobre essa parte específica.

Aulas 2 e 3

Procedimentos iniciais: Organize os estudantes de modo que eles possam trabalhar coletivamente.

Andamento: Para realizar a atividade 4 os estudantes devem organizar o material pesquisado anteriormente. A montagem pode ter o formato de um mural, feito com cartolinas, por exemplo, ou uma apresentação digital. Em ambos os casos, acompanhe o trabalho dos estudantes. O objetivo é que as frases descrevam aspectos das culturas indígenas, como brincadeiras, festas, comidas típicas, objetos utilizados, hábitos sociais, modos de organização do trabalho, crenças, entre outras possibilidades.

Além das frases, é importante que os estudantes ilustrem a apresentação. Isso pode ser feito de duas maneiras: utilizando as imagens disponíveis no site, que devem ser acompanhadas de legendas descritivas; ou criando suas próprias ilustrações com base nas informações pesquisadas. Quando o trabalho estiver finalizado, selecione um local para exibi-lo de modo que todos possam observar o resultado final da atividade. Para concluir a atividade proponha aos estudantes um debate reflexivo sobre o que aprenderam sobre as culturas indígenas. Peça também que contem o que aprenderam sobre a importância de organizar informações quando se realiza uma pesquisa.

• Sigam as instruções do professor para a apresentação.

Como avaliar a sequência didática

Para avaliar o trabalho realizado é importante observar a postura dos estudantes durante a pesquisa e a preparação da apresentação. Considere eventuais desafios, como timidez e introspecção, pois nem todos são bons oradores, mas você pode auxiliá-los com perguntas norteadoras, caso sinta que a pessoa está sentindo ansiedade, mas tem o domínio do conteúdo.

21 21
ICONIC BESTIARY/SHUTTERSTOCK
Confie em você e no seu grupo!

Avaliação das aprendizagens essenciais

1. Como os seres humanos viviam antes da invenção da agricultura?

Espera-se que os estudantes tenham compreendido que, antes da invenção da agricultura, os seres humanos viviam em grupos que se dedicavam a coletar e a caçar de forma nômade, ou seja, quando se extinguiam os recursos na localidade em que eles viviam, os grupos precisavam buscar novas regiões para garantir a subsistência.

2. De que modo a vida sedentária se diferenciou da vida nômade entre os primeiros grupos humanos?

A vida sedentária possibilitou que o ser humano vivesse de forma mais estruturada, construísse moradias fixas, pudesse planejar um plantio que desse conta de alimentar a comunidade por um período maior de tempo, possibilitou ainda o crescimento populacional e impulsionou o desenvolvimento de novas tecnologia agrícolas.

3. Observe a ilustração e responda às perguntas.

Orientações

Aproveite a oportunidade para compartilhar com os estudantes o fato de a agricultura ser uma atividade desenvolvida há milhares de anos e essencial até a atualidade. Ressalte que o Brasil é um grande produtor agrícola e seus principais produtos são a cana-de-açúcar, a soja, o milho, o café e a laranja. Destaque também que os alimentos não são a única produção obtida por meio da agricultura, muitas das matérias-primas utilizadas pela indústria são produções agrícolas.

a) Que atividades estão representadas na ilustração?

Atividades agrícolas e de pastoreio.

b) Essas atividades são históricas? Explique.

Espera-se que os estudantes indiquem que sim, pois essas atividades foram desenvolvidas há milhares de anos.

Esclareça também que a destruição da vegetação nativa para ampliação de áreas agrícolas causa a redução da biodiversidade, a extinção de espécies animais e vegetais, a desertificação, a grande redução da quantidade de nutrientes e a erosão do solo.

Atividade complementar

Você pode ampliar a reflexão sobre sustentabilidade em uma atividade para os estudantes identificarem o que sabem sobre desperdício de alimentos, compostagem e reaproveitamento. Todos esses temas são parte integrante das discussões sobre agricultura e sustentabilidade.

Você poderá solicitar que em grupos, os estudantes reflitam sobre as perguntas a seguir:

1. Como podemos reduzir o impacto ambiental em casa?

2. Quais atitudes podemos adotar para reduzir o impacto ambiental na escola?

Procure promover uma reflexão coletiva, permitindo que todos expressem suas opiniões e posicionamentos.

22 22
GOOD STUDIO/SHUTTERSTOCK

c) As atividades ilustradas ainda são praticadas pelos seres humanos? Em caso afirmativo, o processo ainda é feito da mesma forma?

Espera-se que os estudantes tenham compreendido que, no Parque Nacional da Serra da Capivara, temos muitos sítios arqueológicos, a maioria deles com pinturas rupestres, que indicam a presença humana no Brasil há milhares de anos.

4. Quais são as principais hipóteses formuladas pelos pesquisadores sobre o povoamento da América e a organização das primeiras sociedades no atual território brasileiro?

Há duas hipóteses mais difundidas sobre o povoamento da América: uma afirma que os primeiros grupos humanos a chegar ao continente atravessaram o Estreito de Bering, o que teria sido possível pelo baixo nível das águas e do congelamento do oceano Glacial Ártico; outra teoria diz que as populações que primeiro ocuparam o continente vieram da Polinésia e da Oceania por meio de navegações feitas em pequenas embarcações. Esses povos, depois de migrarem, teriam se fixado no litoral do continente americano e, em seguida, buscado novas regiões pelo interior da América.

5. Por que o Parque Nacional da Serra da Capivara é importante para o estudo das primeiras sociedades humanas que viveram no Brasil?

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes compreendam que se tratam de culturas diversas, ricas em significados e contribuições para a cultura brasileira e merecem respeito, reconhecimento e preservação.

6. O que você aprendeu sobre a cultura das sociedades indígenas que vivem no Brasil?

Espera-se que os estudantes respondam que ainda são praticadas, mas o processo na atualidade tem técnicas diferentes, a grande parte é mecanizada e conta com recursos tecnológicos que estão em constante atualização.

Atividade complementar

Se julgar necessário, retome o tema propondo a atividade a seguir.

Leia o texto e faça o que se pede:

Nômade

Na Pré-História antes do desenvolvimento da agricultura e das cidades, muitos povos eram nômades. Eles se deslocavam de uma região a outra em busca de alimentos para si ou para seus animais. Com o passar do tempo, o número de nômades foi decrescendo. Algumas pessoas, no entanto, ainda têm estilo de vida nômade, isto é, não ficam morando num mesmo lugar por muito tempo.

SANTOS, Magda Pereira dos. Plano de aula – Nômade ou sedentário. Nova Escola Disponível em: https://novaescola. org.br/plano-de-aula/6144/ nomade-ou-sedentario#atividadecontexto. Acesso em: 20 nov. 2021.

a) Qual é a principal característica de um nômade?

A necessidade de constante deslocamento para encontrar formas de subsistência.

b) Quais benefícios o desenvolvimento da agricultura trouxe para a população pré-histórica?

Poder fixar moradia, melhor qualidade de alimentação, maior proteção contra intempéries, crescimento da taxa de natalidade e maior longevidade.

23
23

Práticas de aprofundamento

A nossa ancestral mais antiga

1 Observe a imagem, leia a legenda e responda às perguntas. Se necessário, pesquise.

Orientações

Em 1975, no município de Pedro Leopoldo, Minas Gerais, foram encontrados crânio e ossos da coxa e da bacia do esqueleto de uma mulher datados de 11,5 mil anos.

a) Qual foi o nome dado a essa ancestral histórica?

Luzia.

b) Por que esse crânio é importante para a história do Brasil?

2 Você sabia que o fóssil de Luzia não tem mais a aparência da fotografia anterior? Leia o texto a seguir para descobrir o motivo.

Itens fundamentais da herança científica e cultural do Brasil se foram junto com a fumaça causada pelo incêndio devastador que invadiu o Museu Nacional do Rio de Janeiro na noite do último domingo [02/09/2018]. […]

Dentro das posses do Museu Nacional estava Luzia, fóssil humano de 11,5 mil anos considerado um dos mais antigos da América do Sul, assim como os ossos de criaturas brasileiras únicas, como o dinossauro de pescoço longo Maxakalisaurus

Michael Greshko. Incêndio em museu destrói parte fundamental da história do Brasil. National Geographic. Disponível em: https://www.nationalgeographicbrasil.com/museu-nacional-do-rio-de-janeiro/2018/09/ incendio-em-museu-destroi-parte-fundamental-da-historia-do. Acesso em: 12 set. 2021.

Incentive a leitura do texto da atividade 2 em voz alta e responda eventuais dúvidas de compreensão de texto que os estudantes possam ter. Em seguida, reflita com eles sobre o papel dos órgãos públicos e dos governantes em preservar a memória do país, seus achados arqueológicos e obras históricas em geral. Conte ao grupo que temos visto grande descaso com os museus, vários episódios de incêndios e perdas de acervos que são irrecuperáveis, com essas perdas vivenciamos o apagamento de parte da nossa história.

Se julgar oportuno, relembre aos estudantes que o tempo histórico são as referências históricas utilizadas para estabelecer os acontecimentos mais importantes e as grandes mudanças das sociedades. É uma forma de contar o tempo a partir da ação dos seres humanos na Terra, pelas experiências que um povo, nação ou toda humanidade passou.

24 24
GIAN CORNACHINI/WIKIMEDIA COMMONS O crânio Luzia é fundamental, pois trata-se de um vestígio que permite compreender quando ocorreu a ocupação do continente americano.

a) O que aconteceu com os fósseis que estavam no Museu Nacional em 2018?

Espera-se que os estudantes respondam que eles foram perdidos ou profundamente danificados no incêndio que ocorreu em 2018.

b) O que esse acontecimento representa para os brasileiros?

Espera-se que os estudantes compreendam que o incêndio resultou em perdas físicas e simbólicas, pois importantes fontes materiais da história brasileira foram destruídas e não há como recuperá-las. É uma perda irreparável de parte da nossa história e da nossa identidade.

Trabalhando com fósseis

Você já viu um fóssil de perto? Vamos conhecer um pouco mais desse vestígio?

Reúna-se com três ou quatro colegas para fazer pesquisas, responder às atividades propostas e passar as etapas. Siga as instruções do professor.

Etapa 1 – O que são fósseis?

1 O que são fósseis?

Fósseis são vestígios de seres vivos (seres humanos, animais ou plantas) que foram preservados por mais de 11 mil anos em rochas, gelo, âmbar, entre outros materiais.

2 Como se forma um fóssil?

Espera-se que os estudantes percebam que, para formar um fóssil, é preciso a ocorrência de uma cadeia de acontecimentos físicos, químicos e biológicos. Primeiro, é imprescindível que o cadáver ou material orgânico seja isolado para que não ocorra a decomposição; depois, no caso de rochas sedimentares, deve ocorrer um soterramento rápido para que o material seja preservado.

3 Arqueólogos e paleontólogos encontram fósseis com frequência? Justifique.

Espera-se que os estudantes respondam que não. Os fósseis não são formados com facilidade; por isso, encontrá-los não é tarefa fácil.

Orientações

Antes de iniciar o trabalho com o assunto dos fósseis, você pode retomar esse conceito com os estudantes solicitando a eles que pesquisem o significado em dicionários ou enciclopédias. Caso eles tenham dificuldade, você pode indicar a conceitualização feita pela Britannica, acessível pelo site: https://escola. britannica.com.br/artigo/ fóssil/481310.

Caso você sinta necessidade em aprofundar-se no assunto para compreender melhor o processo de fossilização e, assim, oferecer mais recursos aos estudantes, sugerimos as seguintes leituras:

• Fósseis, página do site do Museu de Paleontologia Irajá Damiani Pinto, disponível em: https:// www.ufrgs.br/museupa leonto/?page_id=735

• O que são fósseis, como se formam e sua importância, artigo da Fundação de Paleontologia Phoenix, disponível em: https://phoenix.org. br/w/o-que-sao-fosseis/

25 25

Orientações

Etapa 2 – Qualquer material produz um fóssil?

Peixe fossilizado estimado em cerca de 150 milhões de anos. Em exposição no Museu Estadual de História Natural Karlsruhe, Alemanha.

4 Quais são as principais características biológicas de um fóssil?

Espera-se que os estudantes mencionem que a maioria dos fósseis é constituída de ossos, pois são materiais mais resistentes ao tempo.

5 Cite pelo menos uma contribuição que um fóssil pode oferecer à ciência.

Espera-se que os estudantes concluam que os fósseis são importantes vestígios da evolução biológica e, por meio deles, temos elementos para compreender como era o planeta há milhares ou até milhões de anos, o que possibilita reconstruções ambientais, o reconhecimento de espécies atualmente extintas e a identificação de importantes acontecimentos da nossa história.

Etapa 3 – Simulando a reprodução de um fóssil Chegou a hora de vocês simularem a produção de um fóssil. Para isso, leia os procedimentos abaixo e siga as instruções do professor.

Material:

• 1 recipiente que possa ser descartado (copo de plástico, garrafa PET etc.)

• Pó de gesso e água ou argila

• 1 espátula ou colher

• Folhas de jornal usado

• Objeto para fossilizar (conchas, folhas de plantas, ossos pequenos etc.)

• 1 pincel ou algodão

• Óleo de cozinhar ou vaselina

2. Além dos ossos, que outros tipos de fósseis existem?

Caso você sinta necessidade, retome com os estudantes o fato de os paleontólogos, cientistas que estudam fósseis, ao estudarem os registros fósseis conseguirem imaginar e projetar como era o ambiente e quem habitava a Terra há milhares de anos. Assim, podem compreender as transformações que ocorreram nos seres vivos e no próprio planeta.

Você pode propor questões complementares aos estudantes, como:

1. Onde os fósseis podem estar preservados?

Em rocha, areia, gelo e mesmo dentro de outros fósseis.

Restos: tipo de fóssil que ocorre quando alguma parte do ser vivo é preservada. Por exemplo, fósseis de dentes, de carapaças, de folhas, de conchas etc.

Vestígios: tipo de fóssil que ocorre apenas com evidências indiretas dos seres vivos, isto é, resultam de suas atividades biológicas. Por exemplo, fósseis de pegadas, de marcas de mordidas, de ovos (da casca dos ovos), de galerias de habitação etc.

3. Qual o nome dado à fossilização das fezes?

As fezes fossilizadas são chamadas de coprólitos.

26 26
ZELL/WIKIMEDIA COMMONS
H.

Modo de fazer:

1. Forrem a mesa ou a bancada com o jornal.

2. Preparem o gesso ou a argila. Veja como preparar cada um deles:

• No recipiente, misturem o gesso com água e, com a ajuda da espátula ou da colher, mexam bem. Depois, esperem alguns minutos até o gesso solidificar.

• Modelem a argila de modo que ela não fique com bolhas de ar e abram-na, deixando-a maior do que o objeto que vocês vão fossilizar e com a superfície bem lisa.

3. Com o pincel ou algodão, passem o óleo ou a vaselina sobre o objeto que vocês vão fossilizar. É importante passar bem para que não grude na argila ou no gesso.

4. Coloquem o objeto sobre o material (o gesso ou a argila) e pressionem levemente. Depois, passem uma camada de óleo ou vaselina em toda a superfície do material.

5. Coloquem mais uma camada de material cobrindo o objeto e aguardem o material solidificar. O tempo de espera pode variar de acordo com o material e o ambiente.

6. Com o material seco, desgrudem as camadas e retirem o objeto com cuidado. O material sólido simula as rochas que se formam ao redor do organismo fossilizado.

7. Organizem as peças para que todos os grupos vejam as produções uns dos outros.

Ficha de autoavaliação

Respostas pessoais.

Reconheci a forma como os grupos humanos se organizavam antes do surgimento das primeiras cidades.

Autoavaliação

Caso o estudante tenha a percepção de que não compreendeu a forma como os grupos humanos se organizavam antes do surgimento das primeiras cidades, peça que ele releia o texto da página 16 e, na sequência, sugira uma atividade em dupla – designe alguém que tenha compreendido o tema, peça que converse com o colega sobre as principais características do nomadismo e depois descrevam juntos as principais características dos povos nômades.

Comparei os modos de vida nômade e sedentário.

Analisei as principais rotas percorridas pelos grupos humanos para a América.

Conheci os primeiros habitantes do atual Brasil.

Compreendi o que é um fóssil e sua importância para o estudo da história da humanidade.

Caso o estudante tenha a percepção de que não compreendeu as principais características da vida nômade e do sedentarismo, peça que ele releia o texto da página 16, e em uma leitura dirigida ajude-o a compreender que a principal diferença é que diferentemente do período de nomadismo, no sedentarismo passou a existir moradias estruturadas, organização e divisão de trabalho de forma mais organizada e coletiva. Também é possível que mencionem a atividade agrícola.

Caso o estudante tenha a percepção de que não compreendeu as teorias das principais rotas percorridas pelos grupos humanos para chegar a América, peça que ele retome os dados da pesquisa feita, e solicite que sistematize as informações elaborando, com suas próprias palavras, um texto explicando a teoria das migrações para a América via Estreito de Bering e a teoria migratória criada após a descoberta da ossada de Luzia.

Caso o estudante tenha a percepção de que não compreendeu o suficiente sobre os primeiros habitantes do Brasil, permita que retorne ao site https://mirim.org, e naveguem de forma livre, para que possa se ambientar, tirar dúvidas e acessar o que mais chamar a atenção. Dessa maneira, a possiblidade de aprendizado cresce exponencialmente.

Caso o estudante tenha a percepção de que não compreendeu o suficiente sobre os fósseis, possibilite que ele assista a animação O que são fósseis? do programa Pequenos Cientistas, disponível em: https:// youtu.be/1rUmvdQkwTA. Acesso em: 20 nov. 2021.

27 27
Neste bimestre eu Sim Parcialmente Não

Sequência didática 6: O encontro entre indígenas e europeus

Componentes da PNA

3o BIMESTRE A chegada a Pindorama

Consolidação da aprendizagem

O encontro entre indígenas e europeus

Há pouco mais de quinhentos anos, os portugueses, ao chegarem às terras que hoje formam o Brasil, declararam a outros povos europeus que haviam descoberto esses territórios. Porém, aqui no Brasil, que parte dos povos indígenas chamava de Pindorama, já havia diversos povos: os povos originários, que chamamos de indígenas.

• Compreensão de texto.

• Desenvolvimento de vocabulário.

• Produção escrita.

Habilidades

EF04HI06

EF04HI09

EF04HI10

Aula 1

Sabendo que os povos indígenas são descendentes dos povos que, há milhares de anos, migraram da África para a América, cabe uma reflexão: Os portugueses descobriram o Brasil ou invadiram os territórios indígenas?

1 Leia um trecho da carta de Pero Vaz de Caminha e, depois, faça o que se pede.

A feição deles é serem pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem-feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura. Nem estimam de cobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto. Ambos traziam os beiços de baixo furados e metidos neles seus ossos brancos e verdadeiros, de comprimento duma mão travessa, da grossura dum fuso de algodão, agudos na ponta como um furador. Metem-nos pela parte de dentro do beiço; e a parte

Procedimentos iniciais: Organize os estudantes em sala de aula de modo que todos possam participar da discussão e das reflexões propostas. Andamento: Inicie a aula explorando o tema da Expansão Marítima Europeia e apontando que os portugueses chegaram ao território americano em 1500, com uma expedição liderada por Pedro Álvares Cabral. Ressalte que a intenção portuguesa em explorar os mares naquele período era buscar produtos que pudessem comercializar e outras possibilidades de explorar riquezas. Na sequência, relembre aos estudantes que os portugueses não chegaram a uma região desabitada, e sim em um lugar povoado por diversas sociedades indígenas, diferentes umas das outras.

Relembre que o primeiro registro histórico que os portugueses criaram no continente americano foi a carta escrita por Pero Vaz de Caminha, o escrivão da esquadra de Cabral. A carta retrata o encontro entre culturas pelo olhar dos europeus. Se possível, apresente pequenos trechos da carta aos estudantes e para debatê-los em sala de aula. Você pode acessar a carta completa no site da Biblioteca Nacional (disponível em: http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/carta.pdf).

Para encerrar a aula, explique que as diferenças culturais entre indígenas e europeus provocou um estranhamento inicial de ambos os lados. Relate aos estudantes que entre as principais diferenças estavam as vestimentas, as crenças religiosas, os costumes alimentares e a organização social. Procure promover uma roda de conversa em que os estudantes reflitam sobre as reações dos indígenas e portugueses, bem como quais foram as principais ações que ambas as partes tomaram nesse encontro; e peça que respondam à atividade 1.

28
28
SILVA, Oscar Pereira da. Desembarque de Pedro Álvares Cabral em Porto Seguro em 1500, 1922. Óleo sobre tela, 190 cm × 330 cm. MUSEU PAULISTA, SÃO PAULO/WIKIMEDIA COMMONS

que lhes fica entre o beiço e os dentes é feita como roque de xadrez, ali encaixado de tal sorte que não os molesta, nem os estorva no falar, no comer ou no beber. Os cabelos seus são corredios. E andavam tosquiados, de tosquia alta, mais que de sobrepente, de boa grandura e rapados até por cima das orelhas. E um deles trazia […] uma espécie de cabeleira de penas de ave amarelas, que seria do comprimento de um coto, mui basta e mui cerrada, que lhe cobria o toutiço e as orelhas. […] BRASIL. Ministério da Cultura; Fundação Biblioteca Nacional. A carta de Pero Vaz de Caminha Disponível em: http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/carta.pdf. Acesso em: 5 nov. 2021.

a) Contorne as palavras do texto que você não conhece. Depois, procure-as no dicionário e escreva o significado delas.

Resposta pessoal. Entre as palavras pesquisadas pelos estudantes costumam estar: beiço (lábios, contorno da boca), corredio (liso), grandura (tamanho), molestar (incomodar, atrapalhar), sobrepente (em cima da orelha), tosquiados (curtos) e toutiço (a parte de trás da cabeça, a nuca).

b) Segundo esse relato, o que mais chamou a atenção dos europeus no primeiro encontro com os indígenas?

As características que mais lhes chamaram a atenção foi a aparência, bastante diferente da referência europeia quanto à cor da pele, à espessura e ao formato dos cortes de cabelo, e o fato de os indígenas andarem nus com naturalidade.

c) Segundo o relato, o espanto dos portugueses representava que tipos de sentimento e interpretação sobre a população nativa?

Segundo o relato, o estranhamento foi positivo, pois os portugueses viam beleza física na população e interpretaram ingenuidade e bom caráter nos nativos.

Aula 2

Procedimentos iniciais: Organize os estudantes em duplas, para que reflitam juntos sobre a maneira com que os indígenas teriam percebido a chegada dos europeus. Andamento: Retome o fato de que a carta de Caminha é um exemplo da maneira como os portugueses viam os indígenas, destacando seus hábitos e descrevendo a natureza em que viviam. A proposta agora é fazer o inverso e refletir sobre como os indígenas olhariam e descreveriam os portugueses e seus costumes.

d) Sublinhe no texto os trechos que comprovam a percepção mencionada na atividade anterior.

2 Em dupla, escrevam um texto que mostre a perspectiva dos indígenas ao encontrar os europeus. Para isso, vocês devem contemplar os seguintes itens:

• aparência física;

• vestimentas usadas;

• alimentação;

• utensílios domésticos e ferramentas;

• crenças religiosas.

Para auxiliar no esboço dessa atividade, você pode conversar com o grupo e explicar que existiu o mínimo de bom convívio inicialmente, pois, para ocupar as terras indígenas e sobreviver em território desconhecido, os portugueses adotaram diversos costumes dos povos nativos. Os povos indígenas também aprenderam muitos costumes com os portugueses, ainda que tenham resistido e lutado contra o domínio exploratório sobre seus corpos e seus territórios.

A partir de uma conversa inicial com os estudantes, peça que os estudantes se organizem em dupla para realizar a atividade 2. Você pode contribuir com os estudantes trazendo exemplos culturais de diversos povos indígenas que habitavam as terras brasileiras na época e também apresentar exemplos da cultura portuguesa. É importante lembrar que havia grande diversidade de grupos indígenas, assim como a cultura europeia também era diversa. Durante a realização da atividade, circule entre os estudantes e verifique as dificuldades e dúvidas deles.

Para concluir a sequência didática, peça aos estudantes para que leiam suas produções em voz alta aos colegas e expliquem o que pensaram durante a realização da proposta. Ao longo da leitura, trace comparações entre as atividades dos estudantes e ressalte que da mesma forma que a cultura indígena causava espanto nos europeus, a cultura europeia causou estranheza aos indígenas também. Nesse caso, é importante que as narrativas destaquem as diferenças nos hábitos de vestimenta, nas crenças religiosas, nos utensílios domésticos.

Como avaliar a sequência didática

A avaliação dos conteúdos aplicados pode ser feita de forma contínua, acompanhando o envolvimento e a participação dos estudantes em todas as etapas do trabalho. É importante também verificar se eles desenvolveram um olhar empático e identificaram que, para os indígenas, a chegada dos portugueses era uma ocupação.

29 29

Sequência didática 7: As terras indígenas no presente

Componentes da PNA

As terras indígenas no presente

A chegada dos portugueses ao Brasil mudou negativamente a vida dos povos nativos. Logo nas primeiras décadas, houve o extermínio em massa das populações indígenas, fosse pelas doenças trazidas pelos europeus, contra as quais os indígenas não tinham imunidade; por guerras desiguais, pois os indígenas não tinham armas de fogo para lutar contra os europeus; ou pela escravização de diversos povos indígenas, para aumentar o lucro dos portugueses.

No início da exploração do território, como não haviam encontrado ouro, o interesse dos portugueses estava voltado para a extração do pau-brasil. Porém, em 1532, a Coroa portuguesa estabeleceu as primeiras vilas no Brasil, moradias fixas e plantações de cana-de-açúcar, dando início ao processo de colonização.

1 Em 1932, Martim Afonso de Sousa fundou a vila de São Vicente, localizada no litoral atual do estado de São Paulo. Nessa vila inaugural foi instalado o primeiro engenho de açúcar, com o objetivo de cultivar e produzir o açúcar que seria levado e vendido na Europa. Por que o açúcar foi escolhido para ser produzido no Brasil?

Naquela época o açúcar tinha alto valor monetário, os portugueses já tinham conhecimentos sobre o cultivo da cana e a produção de açúcar, e o Brasil apresentava

2 Em 1535, o governo português fundou o povoado de Olinda, atual município de Pernambuco, na região Nordeste. O cultivo de cana e a produção de açúcar nos engenhos foram as principais atividades desenvolvidas na vila, e quase todo o trabalho nos engenhos era feito por pessoas escravizadas.

• Compreensão de texto.

• Desenvolvimento de vocabulário.

• Produção escrita.

Habilidades

EF04HI06

EF04HI07

EF04HI09

EF04HI10

Aula 1

Procedimentos iniciais: Organize os estudantes de modo que todos possam participar da aula coletivamente, expressando suas percepções e conhecimentos prévios.

Andamento: Inicie a aula esclarecendo aos estudantes que os portugueses começaram a explorar o território americano no século XVI e que tinham como principal objetivo transferir riquezas para a Europa. A primeira dessas riquezas foi o pau-brasil.

Na sequência é importante analisar que a partir da década de 1530 os portugueses iniciaram a conquista efetiva da América Portuguesa para povoar o território e produzir outras riquezas, como o açúcar. Procure esclarecer para os estudantes que para esse novo cenário seria necessário a ocupação de grandes extensões de terras.

Ressalte que a conquista dos povos indígenas aconteceu em meio a um processo de violência com o massacre de inúmeras aldeias e a escravização de diversos povos, que eram forçados a trabalhar e a viver em aldeamentos jesuíticos. Deixe claro que o resultado das ações dos europeus ao longo dos séculos foi que, mesmo com a resistência dos povos indígenas, os nativos perderam grande parte de suas terras e maioria das populações locais foram dizimadas. Por fim, é importante que os estudantes identifiquem que atualmente há um número bem reduzido de indígenas vivendo no Brasil, em um espaço territorial bem reduzido.

Para encerrar a primeira parte da sequência didática, peça aos estudantes que, em casa ou no contraturno, façam as atividades 1 e 2 e elaborem um pequeno texto explicando de que maneira a conquista da América pelos portugueses afetou os povos indígenas no Brasil.

30
30
POST, Frans. Vista das ruínas de Olinda, 1665. Óleo sobre tela, 80 cm × 111 cm. MUSEU THYSSEN-BORNEMISZA, ESPANHA/WIKIMEDIA COMMONS condições climáticas favoráveis para isso. Também existia o fato de Portugal sentir medo de que outras nações europeias invadissem a colônia.

Em grupo de até quatro estudantes, pesquisem a importância histórica de Olinda e como a ocupação portuguesa afetou as populações indígenas que viviam naquele lugar. Para isso, vocês podem consultar livros encontrados na biblioteca da sua escola ou pesquisar em sites da internet. Depois, apresentem oralmente o resultado aos colegas.

3 Os povos indígenas lutam pela preservação de suas terras desde a chegada dos portugueses, em 1500. Foi somente em 1988, com a Constituição Cidadã, que a comunidade indígena conquistou o direito ao reconhecimento das Terras Indígenas, conforme você pode ler:

Art. 231 – São reconhecidos aos índios […] os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens. […] BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm. Acesso em: 1o nov. 2021.

4 Em casa ou no laboratório de informática da escola, pesquise se no estado onde você mora há terras indígenas. Em caso afirmativo, identifique quais povos moram nelas e registre a seguir.

Para a realização dessa atividade, você poderá indicar aos estudantes os seguintes sites: https://www.socioambiental. org/pt-br, https://terrasindigenas.org.br e https://www.gov.br/funai/pt-br.

Aulas 2 e 3

Procedimentos iniciais: Organize os estudantes de modo que todos possam participar da aula coletivamente.

4 Em grupo, organizem todas as informações descobertas nas pesquisas realizadas no item anterior e elaborem um mapa que mostre as informações coletadas. É importante que o mapa evidencie as seguintes informações:

• legenda destacando os dados encontrados;

• pequeno texto que traga uma reflexão sobre a importância da proteção do território indígena e a preservação da cultura brasileira.

Andamento: Inicie a aula explicando que mesmo com a dizimação de muitos povos nativos no Período Colonial ainda há indígenas que vivem em quase todo o território nacional, alguns deles em terras demarcadas, as chamadas terras indígenas. Nesse momento, é importante apresentar aos estudantes um mapa com as principais demarcações de terras indígenas do país, que podem ser obtidos dois sites: o da Funai (disponível em: http:// www.funai.gov.br/index. php/indios-no-brasil/terras -indigenas. Acesso em: 10 set. 2021) e o site Terras indígenas no Brasil (disponível em: https://terrasindigenas.org.br. Acesso em: 10 set. 2021).

Com essas informações, explique aos estudantes que as terras demarcadas são territórios reconhecidos pela Constituição e garantidas pelo Estado brasileiro como pertencentes aos grupos indígenas de forma permanente. Além disso, a Constituição brasileira garante o direito dos povos indígenas em pleitear o reconhecimento de suas terras e, já que, por esse caminho, é possível proteger sua cultura e seus modos de vida.

Para finalizar a aula, peça aos estudantes para que se organizem em grupos para realizar as atividades 3 e 4. É importante que eles reúnam informações como: nome, localização, etnia, o número de nativos e localização no mapa. Para conseguir informações sobre o tema, é possível utilizar os dois sites indicados anteriormente.

A montagem do mapa é importante para a conclusão da sequência didática, pois dessa forma, é possível ter uma visão conjunta das terras demarcadas no Brasil e refletir sobre a importância da proteção do território indígena para a preservação da cultura e das sociedades indígenas que vivem atualmente no Brasil.

Como avaliar a sequência didática:

A avaliação dessa sequência didática pode ocorrer a partir do registro e análise da participação dos estudantes nas atividades em sala de aula, do material escrito produzido e do esforço na pesquisa realizada por todos.

31 31
Resposta de acordo com a pesquisa.

Sequência didática 8: A cultura africana: o caso da capoeira

A cultura africana: o caso da capoeira

Para trabalhar nas plantações de cana-de-açúcar, os portugueses trouxeram ao Brasil uma grande quantidade de africanos, originários de grupos culturais diferentes, como malês, mandingas, nagôs, entre outros.

A intenção dos europeus era colonizar territórios na América e na África, apropriar-se das riquezas naturais e dominar os povos que habitavam esses locais.

Durante mais de trezentos anos, estima-se que cerca de 4 milhões de africanos vieram para o Brasil de forma compulsória. Vivendo em regime de escravidão, essas pessoas buscaram formas de resistir à dominação e de preservar suas culturas e suas tradições.

A capoeira, por exemplo, era uma forma de luta e de resistência. Ela foi criada no Brasil pelos africanos escravizados para se protegerem das agressões que sofriam dos colonizadores. Porém, para não despertarem suspeitas, os escravizados adaptaram os movimentos da luta aos cantos africanos, fazendo parecer uma dança.

Componentes da PNA

• Compreensão de texto.

• Desenvolvimento de vocabulário.

Habilidades

EF04HI06

EF04HI09

EF04HI10

Aula 1

Procedimentos iniciais:

RUGENDAS, Johann Moritz. Jogar capoeira ou Dança da guerra, c. 1822-1825. Litografia.

1 Como funcionava o sistema de escravização no período colonial?

No sistema de escravização, uma pessoa toma outra como propriedade, ou seja, como escravo. As pessoas escravizadas eram como mercadorias daqueles que tinham sua posse. Quem adquiria um escravo passava a exercer poder sobre ele, podendo explorá-lo, vendê-lo e fazer uso da força.

2 Atualmente a escravidão é considerada uma violação dos direitos humanos. Por quê?

É importante que os estudantes compreendam que as consequências da escravidão vão muito além do cerceamento do corpo. Nesse processo, a pessoa é desumanizada, podendo adoecer física e psicologicamente e perder a sua condição de sujeito.

Organize os estudantes de modo que todos possam participar da aula coletivamente.

Andamento: Inicie a aula questionando os estudantes sobre o que eles conhecem da cultura afro-brasileira e compreendem o quanto os africanos foram importantes para a nossa formação cultural.

Na sequência, retorne à narrativa histórica e aborde a questão da vinda dos africanos para a América. Nesse caso, a primeira parte da aula pode ser dedicada à análise da questão da escravidão e a maneira como resultou no deslocamento compulsório de grande número de africanos para a América. Destaque aos estudantes que os africanos resistiram de diversas formas às violências sofridas, inclusive ao preservar as culturas e costumes africanos por meio da prática de suas crenças, festas, hábitos alimentares, línguas, entre outros. Com essa retomada, os estudantes devem ser capazes de responder às atividades 1, 2 e 3.

No segundo momento da aula, explique aos estudantes que a cultura afro-brasileira nasceu da combinação das culturas trazidas pelos africanos com a cultura dos povos indígenas e europeus que viviam no território.

Para finalizar a aula, explique aos estudantes que um dos exemplos de cultura afro-brasileira é a capoeira. E que a proposta da próxima aula é refletir sobre essa manifestação cultural. Para isso, peça para que os estudantes pesquisem informações sobre a prática de capoeira no Brasil.

32
32
IN: VIAGEM PITORESCA ATRAVÉS DO BRASIL. BIBLIOTECA NACIONAL, RIO DE JANEIRO

3 Por aproximadamente trezentos anos, as relações de produção escravista predominaram no Brasil. Sobre esse sistema de exploração, assinale a afirmação correta.

a) Favoreceu o enriquecimento dos portugueses em razão do tráfico negreiro.

b) Permitiu a cristianização dos escravizados.

c) Foi constante até o momento de sua extinção, em 1815.

d) Durante todo o período daescravidão, apenas os portugueses capturaram africanos para transformá-los em escravos.

e) Por serem considerados mercadorias valiosas, os escravizados eram transportados em boas condições para que chegassem saudáveis ao destino.

4 Compare a fotografia a seguir com a imagem da página anterior e responda ao que se pede.

Aulas 2 e 3

Procedimentos iniciais: A proposta da segunda aula é discutir a questão da capoeira. Caso tenha na escola um professor de Educação Física que conheça alguns princípios básicos da capoeira, é possível realizar um trabalho interdisciplinar apresentando alguns elementos práticos dessa manifestação cultural.

Grupo de brasileiros praticando capoeira em Porto Seguro, Bahia, 2016.

a) Identifique o que as duas imagens têm em comum.

As duas imagens mostram a prática da capoeira.

b) Com base em sua análise, qual é a principal diferença entre a motivação em praticar capoeira em cada uma das imagens?

Espera-se que os estudantes identifiquem que no período colonial a prática de capoeira era motivada pela necessidade de defender-se, enquanto atualmente ela é praticada como esporte, lazer e entretenimento.

Andamento: A proposta da segunda aula é que os estudantes apresentem as informações pesquisadas e discutam características gerais da capoeira. É importante organizar informações prévias sobre o tema, de modo a complementar as ideias apresentadas pelos estudantes antes de realizar a atividade 4.

Caso seja possível, essa sequência didática pode ser enriquecida com a colaboração do professor de Educação Física ou de outros professores que conheçam essa prática cultural, de modo a destacar alguns movimentos e também outros elementos importantes da prática da capoeira, como a sonoridade, por exemplo. Caso seja possível, a atividade pode ser aplicada em um espaço externo como no local onde ocorrem as aulas de Educação Física, e isso permitirá aproximar o ensino de História da vivência cotidiana dos estudantes.

Para concluir a atividade, proponha aos estudantes que montem um mural sobre capoeira. É interessante que eles elaborem pequenos textos e façam desenhos que destaquem elementos importantes da prática de capoeira. O mural pode ser montado em um espaço coletivo da escola, de modo a dar visibilidade ao trabalho desenvolvido pelos estudantes.

Como avaliar a sequência didática

Para avaliar o trabalho realizado nessa sequência didática é importante observar a postura dos estudantes durante os debates, avaliar os textos produzidos e também o empenho nas pesquisas.

Além disso, como forma de verificar o resultado final da sequência didática, é possível avaliar o mural produzido pelos estudantes.

33 33
X
MARCELO MAROYAN/SHUTTERSTOCK

Avaliação das aprendizagens essenciais

1. Até o século XV, os europeus desconheciam a América e outras as regiões do mundo. Sobre esse tema, selecione a única alternativa correta.

a) A América era completamente desocupada até a chegada dos europeus no final do século XV.

b) Os europeus não conheciam a América, mas conheciam muito bem a África, já que eles exploravam o interior desse continente há muito tempo.

c) Não era apenas a América que os europeus não conheciam no século XV. A Ásia também era completamente desconhecida pelos europeus.

d) A América não era um continente desocupado. Muitas sociedades humanas viviam nesse continente antes da chegada dos europeus.

2. Quais eram os principais interesses dos portugueses na América?

Os principais interesses eram comerciais. Os portugueses buscavam mercadorias, produtos que tivessem valor de venda. Os estudantes também podem indicar o desejo de os portugueses ampliarem seus domínios.

3. Como foi o primeiro contato entre portugueses e indígenas?

O encontro foi pacífico. Os indígenas mostraram boa vontade e curiosidade em relação aos recém-chegados, enquanto os portugueses identificaram um povo pacífico e de cultura diferente da deles.

4. Analise o mapa a seguir e faça o que se pede.

a) O que está representado no mapa?

Espera-se que os estudantes identifiquem que o mapa mostra a extração compulsória de pau-brasil e consigam identificar que são os indígenas que realizam o trabalho. Quanto ao ambiente, nas matas, é possível identificar os rios, os animais, o oceano e as caravelas.

Detalhe de Terra Brasilis In: HOMEM, Lopo; REINEL, Pedro. Atlas Miller, 1519.

Orientações

É possível organizar os estudantes em duplas para a realização das atividades, pois a troca de ideias e informações contribuem para a melhor apreensão dos conteúdos.

Caso perceba que os estudantes tenham dificuldade com algum dos temas tratados, retome as explicações e ofereça, por exemplo, a oportunidade de realizar uma atividade de pesquisa, que pode ser feita na internet ou na biblioteca da escola.

Oportunizar a pesquisa é uma forma de gerar formas diferentes de aprendizado, pois muda o centro da aprendizagem e desenvolve a autonomia dos estudantes, fornecendo a eles modos diferentes de buscar conhecimento. As atividades investigativas tendem a trazer excelentes resultados.

34 34
X
BIBLIOTECA NACIONAL, FRANÇA

b) Como você imagina que os indígenas se sentiam ao realizar esse trabalho? Justifique.

Embora seja uma resposta pessoal, é esperado que os estudantes compreendam que paulatinamente os indígenas perceberam que estavam sendo explorados, pois os trabalhos que desempenhavam eram muito pesados e, em razão da cultura de subsistência vivenciada por eles, aos poucos, esgotou-se o interesse em trabalhar em troca de escambo, visto que não tinham intenções de acumular objetos.

5. O que são as terras indígenas e qual é a importância da preservação desses locais?

Terras indígenas são as terras reconhecidas por lei como tradicionalmente ocupadas pelos indígenas. Essas terras são essenciais para que os indígenas realizem suas atividades produtivas, mantenham seus costumes e suas tradições e preservem recursos ambientais necessários ao bem-estar deles.

6. Em 1532, os portugueses iniciaram a ocupação de grandes áreas da América com plantações de cana-de-açúcar. Para isso, eles passaram a utilizar que tipo de trabalho?

a) Eles adotaram, desde o início da produção da cana-de-açúcar, o trabalho de africanos escravizados.

b) Inicialmente os portugueses decidiram utilizar o trabalho escravizado de indígenas para a produção da cana-de-açúcar.

c) Os portugueses utilizaram apenas o trabalho assalariado de outros portugueses para produzir a cana-de-açúcar.

d) Eles utilizaram o trabalho assalariado de indígenas e africanos para a produção da cana-de-açúcar.

7. Muitos africanos foram trazidos para a América como pessoas escravizadas. O que significa dizer que uma pessoa é escravizada?

Significa que ela é tratada como propriedade, tendo roubados de si sua individualidade, seus sonhos, suas expectativas e passando a ficar à mercê de seu proprietário como se fosse uma mercadoria.

8. O que significa a expressão cultura afro-brasileira?

Chamamos de cultura afro-brasileira o conjunto de manifestações culturais do Brasil cuja expressão tem algum grau de influência da cultura africana desde os tempos do Brasil colônia até a atualidade.

a) O poema afirma que “por volta de 1500, começou a triste história”. A que história o texto se refere?

Espera-se que os estudantes tenham compreendido tratar-se da apropriação das terras indígenas pelos portugueses e da forma predatória de exploração que foi instaurada no território.

b) Qual era a principal motivação dos invasores e quais foram as consequências para a população local?

Espera-se que os estudantes indiquem que os europeus estavam em busca de riquezas, encontrar produtos que fossem rentáveis na comercialização e que as principais consequências imediatas para a população local foram a sua escravização, a apropriação de suas terras por parte dos portugueses, as doenças trazidas pelos invasores, a matança de indígenas e as transformações culturais que se estabeleceram a partir do contato com os europeus.

Atividade complementar

Aproveite a oportunidade para reafirmar aos estudantes a importância da cultura indígena na construção da identidade nacional brasileira. Se julgar pertinente, proponha a seguinte atividade complementar:

Leia o texto a seguir e responda às questões.

Por volta de 1500, começou a história triste, Quando navegadores europeus chegaram neste paraíso.

[…]

E o solo da terra fértil marcaram com sua cruz

E rezaram sua missa para donos da terra ficar!

E dali foram levando pau-brasil, ouro, animais, Indiferentes ao chorar da terra a lamentar… Esses invasores precisavam de gente para trabalhar

E não tiveram vergonha de os índios escravizar.

Professores Krenak. Conhe pãnda: Ríthioc Krenak – coisa tudo na língua Krenak. Brasília: MEC/ UNESCO; SEE-MG, 1997. p.11

35
35
X

Práticas de aprofundamento

Resistência indígena e ancestralidade

Leia um trecho de uma entrevista com o líder indígena Ailton Krenak.

[Perguntamos em que bases a resistência indígena se organiza nesse mundo atual]

AK: Eu acho que o lugar do pensamento indígena, ele prevalece desde uma base, um lugar imemorial, ele prevalece desde a nossa ancestralidade. Tem um pequeno verso de um poema indígena que diz assim: “Cantando. Dançando. Passando sobre o fogo. Seguimos num contínuo o rastro dos nossos ancestrais”. Esse mantra, é desse lugar que nós resistimos. A gente não tem uma cartografia para se deslocar, definindo que o lugar de onde a gente resiste é um lugar fundado na nossa memória.

[…] O sentido da vida é uma doação, é uma dádiva. A vida como dádiva. A vida como dádiva é uma experiência que pode ser habitada por pensamentos que querem viver a experiência livre. Só pensamentos que querem ter a experiência da liberdade é que suportam habitar a incerteza. Os outros todos querem ter certeza de alguma coisa, inclusive certeza de que amanhã vai continuar, que vai ter amanhã. Todas essas certezas ligadas com a linha do tempo, com a ideia de um tempo linear, um tempo contínuo, que tem amanhã, depois de amanhã, isso é gerador de angústia.

Entrevista com o líder indígena Ailton Krenak realizada para a publicação educativa da 34a Bienal. Disponível em: http://bienal.org.br/post/7898. Acesso em: 7 nov. 2021.

1 Segundo Ailton Krenak, de onde vêm a sabedoria e os conhecimentos indígenas?

a) Da ciência.

b) Da ancestralidade.

c) Dos aprendizados escolares.

2 Analisando a entrevista, explique por que o processo de catequização representava uma violência contra os indígenas.

Espera-se que os estudantes percebam que, se para os indígenas a vida é uma dádiva e deve ser vivida com liberdade, o processo de catequização que impunha um modo específico de se viver e se relacionar com Deus modificava o modo de pensar dos indígenas e consequentemente o funcionamento de sua organização social, fazendo-os perder a identidade.

Atividades complementares

1. Escolha palavras do quadro para completar as frases.

mulheres guerra pesca aldeias homens trabalho caça coleta

Orientações

As práticas de aprofundamento deste bimestre visam oferecer reflexões mais profundas aos estudantes, fazendo uso de pesquisas e textos conceituais para que eles tenham a oportunidade de construir seus próprios saberes de forma estruturada.

a) Em geral, os grupos indígenas conseguiam seus alimentos por meio da coleta, da caça e da pesca.

b) Os grupos indígenas eram responsáveis pela produção de seus instrumentos de trabalho e de guerra.

c) A divisão do trabalho nas comunidades indígenas se dava entre homens e mulheres.

d) As comunidades indígenas viviam em aldeias

36 36
X

Identidade, cultura e alimentação

A cultura brasileira é formada pelos conhecimentos dos nossos antepassados, que foram transmitidos de geração em geração. Alguns deles se modificaram, incorporando conhecimentos e práticas com o passar do tempo. Outros ainda se mantêm.

Parte desses conhecimentos e práticas pode ser encontrada na nossa alimentação.

Reúna-se com dois colegas, conversem sobre esse assunto e pesquisem para fazer as atividades a seguir.

1 Identifique a origem étnica dos seguintes alimentos.

Orientações

Esclareça aos estudantes que o comportamento alimentar dos seres humanos é moldado a partir do lugar onde nascemos, crescemos e das pessoas com quem convivemos. Assim, a maneira como nos alimentamos revela a cultura em que estamos inseridos. Essa carga cultural é mantida por toda a vida e mesmo que não se manifeste diariamente nas escolhas alimentares, é frequentemente resgatada por meio da memória afetiva.

2 Como podemos relacionar alimentação com ancestralidade?

Espera-se que os estudantes compreendam que os alimentos que consumimos e o modo de preparo deles são saberes e conhecimentos que foram transmitidos por várias gerações. O preparo de um prato evidencia elementos da ancestralidade e a memória da família e do povo a que ele pertence.

37 37
Broa Origem: portuguesa
Caldo verde Origem: portuguesa NATALIA
Origem:
RHJPHTOTOANDILUSTRATION/SHUTTERSTOCK
MYLOVA/SHUTTERSTOCK
Paçoca indígena Origem:
RHJPHTOTOANDILUSTRATION/SHUTTERSTOCK
Vatapá africana indígena Origem:
ARTBYPIXEL/SHUTTERSTOCK
Beiju de mandioca Origem: MAURICIO SANCHES DO PRADO/SHUTTERSTOCK Cuscuz africana
MARCELO_KRELLING/SHUTTERSTOCK

Arte mural africana

A arte é uma importante forma de expressão e transmissão de cultura e está por toda parte, basta observarmos ao nosso redor.

Quem anda pelas cidades tem a oportunidade de ver como os diferentes povos que vieram para o Brasil deixaram marcas na nossa cultura. Essas marcas estão nas construções, nas vestimentas, na música etc. Algumas dessas marcas são tão distintas que, apenas de olharmos para elas, temos ideia de sua origem, como as vestimentas estampadas e coloridas de diferentes povos africanos.

Orientações

Essas estamparias têm uma história curiosa. No passado, algumas sociedades africanas usavam a vestimenta como forma de identificar determinadas pessoas dentro do grupo, garantindo a elas mais segurança, pois seria possível detectá-las em meio a outras. Em outras sociedades, no entanto, a qualidade, o tamanho e a ornamentação das roupas indicavam a classe social da pessoa, sendo sinônimo de status e poder. Para a realeza, eram criadas padronagens e cores exclusivas.

Mas as cores e a geometria não são exclusividade das vestimentas. O continente africano também é muito rico em pinturas murais. Conheça duas delas:

Auxilie os estudantes na compreensão de que a arte africana é um reflexo das histórias, dos mitos e das crenças de determinado povo. O continente africano é rico em manifestações e influenciou muitos artistas da Europa e da América. No Brasil, a arte africana foi trazida no Período colonial e muitos dos elementos artísticos se difundiram e se juntaram às manifestações indígenas e portuguesas, dando origem à arte afro-brasileira. As produções artísticas africanas são a base da arte afro-brasileira.

38 38
Homens e mulheres com vestimentas tradicionais durante desfile anual em Gana, 2018. Mulheres conversam na entrada de uma casa na Etiópia. JAMES DALRYMPLE/SHUTTERSTOCK JOHN GRUMMITT/SHUTTERSTOCK

As respostas serão pessoais, de acordo com as pesquisas. Auxilie os estudantes na compreensão de que a arte africana é um reflexo das histórias, dos mitos e das crenças de determinado povo. O continente africano é rico em manifestações e influenciou muitos artistas da Europa e da América. No Brasil, a arte africana foi trazida no período colonial, e muitos dos elementos artísticos se difundiram e se juntaram às manifestações indígenas e portuguesas, dando origem à arte afro-brasileira. As produções artísticas africanas são a base da arte afro-brasileira. Moradia tradicional em área rural de Burkina Faso.

Reúna-se com três colegas. Na internet ou na biblioteca da escola, vocês vão pesquisar pinturas murais africanas. Para isso, siga o roteiro.

1. Identificar os diferentes tipos de mural existentes na África.

2. Escolher uma comunidade para pesquisar.

3. Identificar e descrever os materiais utilizados na técnica mural.

4. Identificar o significado cultural dos murais para aquela comunidade.

Finalizada a pesquisa, produzam um cartaz ou uma apresentação virtual que sintetize as descobertas do grupo. Apresentem aos colegas e ao professor.

Ficha de autoavaliação

Neste bimestre eu Sim Parcialmente Não

Reconheci as primeiras medidas portuguesas para explorar as terras americanas.

Compreendi o início da ocupação portuguesa da América.

Entendi o papel da escravidão na vinda de africanos para a América.

Compreendi a riqueza das culturas indígena e afro-brasileira e a forma como estou inserido nela.

Autoavaliação

Caso os estudantes tenham a compreensão de que não compreenderam quais foram as primeiras medidas dos portugueses para explorar as terras americanas, peça que retomem o conteúdo da página 30, faça uma conversa coletiva, e solicite que levantem os principais pontos que chamaram a atenção deles, ajudando-os a refletir sobre as características exploratórias do processo de colonização.

Caso os estudantes tenham a percepção de não terem compreendido o papel da escravidão na vinda dos africanos para a América, peça que retomem o texto da página 32, e, na sequência peça que realizem a seguinte atividade:

Complete o quadro registrando as principais consequências de cada um dos fatos históricos.

A relação estabelecida entre portugueses e os indígenas no período de colonização.

O trabalho escravo africano nas terras brasileiras no período de colonização.

Espera-se que os estudantes registrem que as principais consequências foram o extermínio de grande parte das populações indígenas e a perda de suas terras ancestrais.

O desenvolvimento de uma cultura racista que se desdobra na pouca valorização da cultura afro-brasileira, em postos de subempregos para a população afrodescendente entre outros problemas estruturais.

Caso os estudantes tenham a percepção de não terem compreendido a riqueza das culturas indígena e afro-brasileira e a própria inserção na sociedade, faça uma roda de conversa para resgatar, na vida prática, quais são essas contribuições no cotidiano, elementos como alimentação, religiosidade e musicalidade. É importante que os estudantes se vejam representados para que eles compreendam a importância dessas contribuições e se veja como parte da sociedade.

39 39
TONGRO IMAGES INC/SHUTTERSTOCK
Respostas pessoais.

4 o BIMESTRE Um país, muitas culturas

Consolidação da aprendizagem

As tradições culturais dos imigrantes no Brasil

Você já notou que a história do povo brasileiro é uma história de migrações e busca contínua por sobrevivência e reconhecimento?

Ao longo de mais de quinhentos anos, pessoas imigraram para o Brasil com o objetivo de obter melhores condições de vida. Inicialmente eram os portugueses, mas, com o passar do tempo, principalmente a partir do século XIX, vieram pessoas de diversas origens. Ao chegarem ao Brasil, esses imigrantes traziam consigo sua cultura, seus costumes e suas formas de viver e se relacionar.

A junção de tantos povos fez do Brasil um país com características muito marcantes, pois somos um povo com influências de muitas culturas. Essas características se revelam na música, na alimentação, no idioma, na religiosidade, na forma de conviver e se relacionar.

1 Observe as fotografias e assinale com um X quais desses elementos você conhece. Depois, responda à pergunta.

Influência iorubá

Influência espanhola

Componentes da PNA

• Compreensão de texto.

• Desenvolvimento de vocabulário.

Habilidades

EF04HI06

EF04HI07

EF04HI09

EF04HI10

EF04HI11

Sequência didática 8: As tradições culturais dos imigrantes no Brasil Aula 1

Procedimentos iniciais: Organize os estudantes de modo que possam participar da discussão e das reflexões propostas.

Andamento: Inicie a aula apresentando resumidamente como ocorreu o processo imigratório para o Brasil entre o final do século XIX, durante o século XX e nestas primeiras décadas do século XXI. Para isso é possível analisar três elementos distintos: o que desencadeou o movimento imigratório na Europa em regiões da Ásia para outras partes do mundo, os fatores que atraíram imigrantes para o Brasil, e de que maneira a imigração afetou a sociedade brasileira. Com essa explanação, você pode pedir que respondam à atividade 1.

Procure ressaltar as transformações sociais e econômicas de grande impacto no planeta, como a industrialização e as guerras, e que a maioria dos imigrantes são motivados pela busca de melhores condições de vida. Na sequência você pode solicitar uma reflexão acerca dos atrativos que o Brasil tem para pessoas de diferentes localidades.

Para encerrar a aula, pergunte aos estudantes se eles conhecem pessoas que imigraram para o Brasil. Questione se sabem as razões pelas quais essas pessoas desejam migrar e a maneira como elas foram recebidas no Brasil. Estimule a participação de todos e, caso eles não conheçam, apresente alguns exemplos concretos de imigrantes.

40
40
ROBERTO EPIFANIO/SHUTTERSTOCK
Pessoas celebram a Iemanjá na Praia do Meio em Natal, Rio Grande do Norte. A tortilha é um prato de origem espanhola feito à base de batata. VASILIYBUDARIN/SHUTTERSTOCK
FOTOMUNDO
Construções na vila germânica em Blumenau, Santa Catarina.
BRASIL/SHUTTERSTOCK Influência alemã

Influência portuguesa

Influência italiana

Influência indígena

Aulas 2 e 3

Procedimentos iniciais:

Organize os estudantes em grupos para a realização de uma pesquisa sobre a influência cultural dos imigrantes no Brasil.

A polenta frita é um alimento bastante consumido no Sudeste do Brasil.

A mandioca e seus derivado são consumidos em diversas partes do Brasil.

• No município em que mora, você já encontrou algum exemplo da influência de imigrantes? Em caso afirmativo, qual?

2 Siga as instruções do professor para realizar uma pesquisa em grupo sobre como podemos identificar a influência dos imigrantes em festas brasileiras. Registre a seguir as informações obtidas. Respostas pessoais.

Festa pesquisada:

Local em que ocorre:

Época do ano em que ocorre:

O que essa festa comemora:

Quais imigrantes influenciam essa festa:

Quais influências de imigrantes foram encontradas: Nesse item podem ser indicadas comidas, danças e músicas típicas, por exemplo.

Andamento: As duas aulas serão dedicadas à pesquisa proposta na atividade 2. Pode-se, a princípio, selecionar festas que ocorram na comunidade da qual os estudantes fazem parte. Além dessas, selecione festas de localidades próximas ou mesmo de outras regiões do Brasil. É importante relacionar previamente as festas.

O ideal é que cada grupo pesquise sobre uma determinada festa. As informações podem ser obtidas em fontes diversas. Caso julgue importante, parte da pesquisa pode ser realizada em sala de aula, com a sua orientação.

Após a finalização, o material encontrado poderá ser organizado em uma apresentação virtual conjunta ou em um mural a ser montado em sala de aula ou em algum espaço coletivo da escola. Reserve uma aula para que todos os estudantes possam entrar em contato com as produções uns dos outros e, juntos, decidirem quais informações consideram pertinentes e importantes de serem compartilhadas.

Como avaliar a sequência didática

A avaliação dessa sequência didática pode ser feita de forma contínua, acompanhando o envolvimento e a participação dos estudantes em todas as etapas de discussão, a pesquisa realizada em grupos, o debate para a seleção dos assuntos essenciais e a produção da apresentação. Dessa forma, é possível ter uma visão ampla do aprendizado do estudante ao longo das aulas.

41 41
Moradias coloniais portuguesas em São Luís, Maranhão. LUIS WAR/SHUTTERSTOCK
DIOGOPPR/SHUTTERSTOCK
RHJPHTOTOANDILUSTRATION/SHUTTERSTOCK Resposta pessoal.

Sequência didática 10: A comunicação que nos une

A comunicação que nos une

Na sociedade em que vivemos, na qual podemos nos comunicar com qualquer pessoa estando ela perto ou longe, pode parecer difícil imaginar uma época em que a comunicação entre os seres humanos não era tão eficiente.

Antes da invenção da escrita, as pessoas se comunicavam por meio da fala, dos desenhos, das pinturas e das esculturas. Quando foi inventada, a escrita tinha funções bem definidas, como fazer registros de contabilidade, transmitir e preservar textos religiosos, registrar leis, entre outras. Por muitos séculos, somente um pequeno grupo pessoas de cada sociedade sabia ler e escrever, pois tratava-se de uma tecnologia muito especializada.

Atualmente, a comunicação oral, a escrita e a artística são difundidas e acessíveis no mundo inteiro.

1 Quais são as principais diferenças entre a linguagem verbal e a linguagem escrita?

Espera-se que os estudantes mencionem que na linguagem verbal nos comunicamos de forma mais livre, existem peculiaridades, e é menos formal do que a linguagem escrita. O registro escrito evoca maior oficialidade, prova disso são os documentos

2 Observe as imagens e faça o que se pede.

Componentes da PNA

• Compreensão de texto.

• Desenvolvimento de vocabulário.

Habilidade

EF04HI08

Aulas 1 e 2

Procedimentos iniciais: Organize os estudantes de modo que participem da aula coletivamente.

Andamento: Para iniciar a aula, questione os estudantes quais meios de comunicação eles consideram ser os principais no Brasil e por quê.

Procure traçar com os estudantes um panorama geral dos meios de comunicação no Brasil. Você pode iniciar questionando-os se as pinturas rupestres podem ser consideradas meios de comunicação e retomar a importância da carta de Caminha para a nossa história, porém recomenda-se reservar um tempo maior para explorar as mudanças resultantes do constante avanço tecnológico nos séculos XX e XXI, destacando a crescente circulação de jornais no início do século XX, a disseminação do cinema, a introdução do rádio, o início da TV e o surgimento e popularização da internet.

Com esse breve histórico é possível comparar os diferentes meios de comunicação, destacando suas características e as variadas formas de utilização pela sociedade brasileira, além de debater com os estudantes quais meios de comunicação estão presentes em suas casas e quais eles consideram imprescindíveis.

Você pode reservar a segunda aula para responder às atividades propostas no Livro do Estudante ou solicitar que os estudantes respondam às atividades em casa e, em sala de aula, fazer uma correção coletiva com eles.

Para concluir a segunda aula apresente alguns jornais físicos e virtuais aos estudantes. Identifique a maneira como o jornal organiza as informações em sua página principal. É importante que os estudantes observem a presença de manchetes com textos destacados, fotografias com legendas, textos de notícias, entre outras informações. Essa conversa será importante para fornecer elementos para a realização da atividade da aula seguinte.

42
42
BLUE
escritos como registro de acordos e combinados.
FLOURISHES/SHUTTERSTOCK PATHDOC/SHUTTERSTOCK
Atualmente, com um aparelho conectado à internet conseguimos nos comunicar com qualquer pessoa do mundo.

a) Embora sejam suportes diferentes, o que esses elementos representam?

Espera-se que os estudantes percebam que todos são meios de comunicação.

b) Desses elementos, qual é o meio eletrônico utilizado há mais tempo?

O rádio.

c) Desses elementos, qual é o mais antigo?

A carta.

d) Pinte os elementos que você usa todos os dias. Resposta pessoal.

3 Diferencie os meios de comunicação individual dos meios de comunicação de massa.

Espera-se que os estudantes identifiquem que os meios de comunicação individual têm a função de promover a comunicação interpessoal, por exemplo, o telefone e o e-mail. Já os meios de comunicação de massa são aqueles cujo objetivo é promover a comunicação de um grande número de pessoas, por exemplo, jornais, revistas, televisão e rádio.

4 Observe as pessoas que você conhece e com quem convive. Com base no que você aprendeu e na sua observação, atualmente as informações circulam e chegam a todas as pessoas de forma igualitária? Explique.

Espera-se que os estudantes respondam que não. A quantidade e a qualidade das informações estão relacionadas à condição socioeconômica, visto, por exemplo, que nem toda população tem acesso à internet e que nem todas as pessoas que têm acesso a ela foram educadas para distinguir as informações reais e confiáveis das informações falsas.

5 Atualmente, podemos afirmar que todos os brasileiros têm acesso aos diversos equipamentos de comunicação disponíveis atualmente? Explique.

Espera-se que os estudantes indiquem que não. Quando pensamos em quanto custa acessar cada um desses equipamentos, podemos afirmar que alguns deles são acessíveis que outros.

6 Em dupla, reflitam sobre são as principais diferenças entre a comunicação registrada em papel e a comunicação digital. Depois, apresentem oralmente as conclusões de vocês aos colegas.

Aulas 3 e 4

Procedimentos iniciais: Organize os estudantes em grupos de quatro ou cinco. Cada grupo será responsável por uma etapa da montagem do jornal.

Andamento: Para os estudantes elaborarem um jornal é importante que eles decidam previamente o conjunto de notícias que irão apresentar. Os assuntos deverão ser de interesse da comunidade escolar ou local, pois o leitor deve se interessar pelo que o jornal tem a oferecer a ele.

Após a escolha das notícias, peça aos estudantes que iniciem a elaboração dos textos que relatam as notícias e pensem em imagens que ilustrem essas notícias. Acompanhe a produção dos grupos, orientando-os constantemente na redação e na montagem das notícias.

Com o material autoral definido, acompanhe a turma na montagem do material. Caso a escola tenha um laboratório de informática, essa montagem pode ocorrer coletivamente. Se não, pode-se selecionar um grupo para ficar responsável por essa etapa. Deixe-os decidir coletivamente se irão divulgar o material de forma virtual ou impressa, considerando os recursos disponíveis na escola e a acessibilidade à informação.

Para concluir a atividade, proponha que a turma apresente os jornais produzidos às outras turmas do 4o ano, explicando a razão para a seleção das informações do material e a experiência em produzir conteúdo para um meio de comunicação.

Como avaliar a sequência didática

Na avaliação dessa sequência didática deve ser observada a postura dos estudantes durante as discussões, a seriedade na seleção de informações e a preocupação em somente vincular informações verificadas (evitando disseminação de fake news), a qualidade do material escrito produzido e o esforço de todos na elaboração dele.

43
43

Avaliação das aprendizagens essenciais

1. Leia as afirmativas sobre os imigrantes europeus que vieram para o Brasil no final do século XIX e escolha a única opção correta.

a) A maioria dos primeiros imigrantes europeus era de franceses.

b) O Brasil recebeu imigrantes de todas as regiões da Europa, menos da Itália.

c) No século XIX, todos os imigrantes europeus que vieram para a América eram italianos.

d) A maioria dos imigrantes europeus no final do século XIX era de italianos.

2. No final do século XIX, o Brasil começou a receber muitos imigrantes vindos da Europa. Explique por que os europeus desejavam imigrar para a América nesse período.

0s europeus desejavam imigrar por causa dos problemas sociais e econômicos existentes na Europa do período. Muitos viviam na pobreza ou não tinham mais acesso à terra para trabalhar, por isso desejavam mudar de país com o objetivo de viver melhor. Ao final, essa atividade pode ser discutida em sala de aula, com o objetivo de retomar a discussão sobre os fatores que geraram grandes fluxos populacionais ao longo da História, bem como sobre a importância da imigração para a construção da cultura e da sociedade brasileiras.

3. O Brasil é um país marcado por grande diversidade cultural. Cada região do país tem traços culturais próprios, que se diferenciam dos de outras regiões. Aponte dois exemplos que demonstrem essa diversidade cultural.

Os estudantes podem apontar exemplos variados, como diferenças regionais de sotaques e modos de falar, hábitos alimentares, vestimentas, festas, tradições religiosas, entre outros.

Orientações

O objetivo dessas atividades é ajudá-lo a mensurar ou elementos para identificar o desenvolvimento dos estudantes acerca dos temas trabalhados ao longo do período. É importante que elas façam sentido no contexto em que os estudantes vivem, para que elas possam elementos do dia a dia aos processos e a conectar o conteúdo à realidade deles. Além disso, as atividades também contribuem para os estudantes desenvolverem ou melhorarem a argumentação e o posicionamento crítico, competências que também devem ser avaliadas, assim como o comprometimento em relação à tarefa de se informar sobre o assunto e apresentar suas colocações de modo objetivo e coerente.

Atividades complementares

Para garantir que os estudantes revejam seus conhecimentos acerca do tema de migração, você pode apresentar mais algumas atividades:

1. Explique o que é a imigração. A imigração é o movimento de entrada de estrangeiros em um país com o objetivo de que sua estadia seja permanente.

2. Analise a relação que o Brasil estabeleceu com a imigração ao longo de sua história. Espera-se que os estudantes mencionem que a população brasileira inicialmente foi formada pela miscigenação entre indígenas, portugueses e africanos, mas outras nacionalidades foram incorporadas, especialmente a partir do século XIX, como italianos, japoneses, espanhóis, judeus de diferentes procedências, peruanos, paraguaios, bolivianos, entre outros.

A miscigenação entre as pessoas vindas de todas as partes do mundo é uma das características do Brasil. Os imigrantes contribuíram com a cultura, a língua, a alimentação, a educação e a religião do Brasil, além de serem fundamentais no comércio e nas produções agrícola, industrial e artesanal.

44 44
X

4. Leia as afirmativas sobre o acesso dos brasileiros aos meios de comunicação. Em seguida, escolha a única opção correta.

a) Tanto as pessoas que moram nas áreas urbanas quanto as que moram nas áreas rurais têm acesso à internet de qualidade.

b) A maior parte da sociedade brasileira tem acesso a todos os meios de comunicação.

c) No Brasil o acesso aos meios de comunicação é democrático, ou seja, todo cidadão brasileiro tem esse direito garantido e respeitado.

d) A desigualdade social brasileira também pode ser identificada no acesso à comunicação: os moradores das cidades e com mais renda têm mais acesso a ela que os mais pobres e os moradores de áreas rurais.

5. Pinte o símbolo de curtir para as vantagens que os meios de comunicação virtual trouxeram para o nosso cotidiano e o de descurtir para as desvantagens. Possibilitam a criação de outros tipos de empregos e formas de comunicação.

São tantas informações disponíveis que muitas vezes acessamos uma rede social para uma atividade específica e nos perdemos em outras coisas que nos chamaram a atenção.

Podemos compartilhar informações e notícias rapidamente, os acontecimentos no mundo podem ser acompanhados em tempo real.

Podemos encontrar pessoas, grupos e assuntos que nos interessam.

Algumas vezes nos esquecemos da nossa vida fora das telas, ou seja, nós nos tornamos pessoas muito sociais nos meios digitais enquanto nos fechamos para as pessoas com que convivemos no dia a dia.

Atividades complementares

Para garantir que os estudantes revejam seus conhecimentos acerca das formas de comunicação, você pode apresentar mais algumas atividades:

1. O que são meios de comunicação? Meios de comunicação são ferramentas que possibilitam a comunicação entre pessoas por meio da transferência de informações de forma individual ou em massa.

2. Quais são os tipos de linguagem utilizados nos meios de comunicação? Dê exemplos.

Escritos: que usa linguagem escrita, como jornais, revistas e websites.

Sonoro: que usa o som como linguagem, como rádio, telefone e podcasts.

Audiovisual: que utiliza som e imagem simultaneamente, por exemplo, a televisão e o cinema.

Multimídia: são os meios que utilizam diversas linguagens simultaneamente, como é o caso da internet.

3. O que é meio de comunicação individual? Dê exemplos.

São os meios de comunicação utilizados para relações interpessoais, como o telefone, e-mail, correio e aplicativos de mensagem instantânea.

4. O que são meio de comunicação sociais? Dê exemplos.

São os meios de comunicação voltados para uma comunicação ampla, com um número grande de receptores. É o caso da televisão, dos jornais e da internet.

45 45
X
X X X X X
IMAGENS: SNIPERGRAPHICS/SHUTTERSTOCK

Práticas de aprofundamento

Cyberbullying: o bullying da internet

Você já viu nos filmes cenas em que alguém é maltratado por pessoas conhecidas? Em geral, são cenas de desrespeito às pessoas que parecem mais fracas fisicamente; com nacionalidade, sotaque ou aparência diferente da maioria do grupo; ou que não têm muitos amigos. Isso é bullying, uma prática destrutiva da autoimagem e do amor-próprio.

O cyberbullying é a expansão da prática do bullying do ambiente físico para o virtual. Trata-se de uma forma de perseguição que ultrapassa as fronteiras físicas e impede a pessoa que está sendo agredida de se defender. O cyberbullying ocorre em ações como: a divulgação de fotografias ou montagens constrangedoras e a repetida e intensa crítica à aparência física, à opinião e ao comportamento social de indivíduos. De forma geral, os agressores usam perfis falsos (fakes), pois acreditam que, assim, estão protegendo sua identidade real.

Apesar de ser um país plural, que foi formado por muitas culturas, etnias e religiosidades, o Brasil também é um país que tem alto índice de crimes de ódio contra a própria população, e as pessoas criminosas usam a internet para propagar o preconceito, a intimidação e a violência.

1 Leia o texto a seguir e faça o que se pede.

Algumas consequências do cyberbullying

O cyberbullying é um problema muito grave e traz consequências negativas para todos os envolvidos, não somente para quem é agredido. […]

Por outro lado, os que são testemunhas de uma situação de cyberbullying podem se sentir sozinhos ou culpados, especialmente se não sabem o que fazer a respeito. Muitas vezes, podem sentir medo e passar a ser os agredidos, ou serem “deixados de lado” se não participarem.

Em relação ao assediado, as consequências podem ser múltiplas. Por ser algo que se repete através do tempo, o cyberbullying pode produzir sentimentos duradouros de vergonha, depressão e baixa autoestima.

Quem é agredido pode querer evitar o encontro com os demais, faltando à escola ou deixando de frequentar os espaços comuns. Pode diminuir seu rendimento escolar e se sentir mal fisicamente, desanimado e sem forças. Isso, ao mesmo tempo, aumenta o sentimento de solidão, de angústia e de impotência diante do que lhe acontece. […]

Cartoon Network América Latina. Apostila para a prevenção do cyberbullying dirigida aos adolescentes. Disponível em: https://www.chegadebullying.com.br/downloads/cdb_cyberbullying.pdf. Acesso em: 13 nov. 2021.

Orientações

Bullying e cyberbullying são dois assuntos difíceis, porém necessários de serem trabalhados em ambiente escolar. Na infância e na adolescência, é no ambiente escolar que se original a maior parte dos casos relacionados a essas práticas.

Antes de solicitar aos estudantes que realizem a leitura do texto e iniciem essa prática, procure promover uma roda de conversa de modo que fique claro a eles que o bullying é a prática de atos violentos, intencionais e repetidos contra uma pessoa em uma situação de fragilidade, e que pode causar prejuízos físicos e psicológicos às vítimas.

Procure conhecer bem o tema, para que esteja preparado para realizar um diagnóstico cuidadoso de uma eventual situação de bullying que ocorra com a sua turma e promover um programa de intervenção.

Atividades complementares

Para ampliar a análise dos estudantes sobre essa temática, você pode propor mais duas atividades, que podem ser respondidas por escrito ou em uma roda de conversa na sala de aula.

1. Em geral, quais são as características da pessoa que sofre o bullying?

Espera-se que os estudantes identifiquem geralmente a vítima de bullying tende a ser alguém aparentemente mais frágil do que o agressor e cujas características, tanto físicas como psicológicas, a distingue da maioria dos estudantes.

2. Explique o que é o cyberbullying.

Espera-se que os estudantes mencionem que o cyberbullying é o bullying realizado por meio das tecnologias digitais. É o comportamento repetido, com intuito de assustar, enraivecer ou envergonhar aqueles que são mais frágeis em algum aspecto possível de identificar.

Para saber mais sobre o tema acesse o seguinte material eletrônico: https://www.unicef.org/brazil/ cyberbullying-o-que-eh-e-como-para-lo. Acesso em: 24 de nov. 2021.

46 46

Grife no texto quais são as possíveis consequências para a pessoa que passa pelo bullying.

2 Em grupo, reflitam sobre as diferenças existentes entre cyberbullying e as outras formas convencionais de bullying. Na sequência, produzam uma intervenção artística, que pode ser uma música, um poema, uma pintura ou uma cena teatral que fale de maneiras de combater essa forma de violência.

3 Ainda em grupo, pensem em uma sugestão que possa ser adotada na sua escola para ajudar no combate ao cyberbullying. Registre a ideia do grupo e, na sequência, compartilhe com o professor e os colegas da turma.

Trata-se de uma espécie de problema cujas remediações passam pela regulamentação do uso da internet, ou seja, medidas que inibam esse tipo de violências e assumam posturas e posicionamentos de incentivo ao autocuidado.

Ficha de autoavaliação

Respostas pessoais.

Neste bimestre eu Sim Parcialmente Não

Reconheci as principais causas do grande afluxo de imigrantes para o Brasil ao longo do tempo.

Autoavaliação

Caso o estudante tenha a percepção de que não compreendeu as causas do grande afluxo de imigrantes para o Brasil ao longo do tempo, você pode fazer uma roda de conversa e tirar as eventuais dúvidas. Procure recapitular que, em geral, as pessoas migram por necessidade, por ter alguma dificuldade ou fragilidade que não é suprida em seu local de origem, como questões financeiras e de segurança.

Identifiquei influências de culturas de imigrantes na sociedade brasileira atual.

Entendi as causas dos fluxos migratórios de brasileiros no decorrer dos séculos XX e XXI.

Refleti sobre a diversidade étnico-cultural brasileira.

Entendi a importância dos meios de comunicação para os seres humanos.

Compreendi o que significa o cyberbullying e os danos que ele pode causar.

Caso o estudante indique que não consegue identificar as influências da cultura de imigrantes na sociedade brasileira, você pode propor a elaboração de uma lista coletiva. Peça que cada estudante conte algo que seja característico de seus avós, algo peculiar à família, como um prato ou um hábito. Na sequência, ajude-os a identificar a origem do que foi mencionado e depois que todos os estudantes fizerem seus relatos, vocês podem montar uma lista que evidencie o que foi descoberto.

Caso o estudante aponte que não compreendeu as causas do grande afluxo de imigrantes para o Brasil ao longo dos séculos XX e XXI, proponha uma pesquisa, pode ser feita na biblioteca da escola ou na internet, para que os estudantes levantem esses motivos, que em geral são da ordem da escassez, da busca de novas oportunidades e da falta de segurança.

Caso o estudante mencione que não compreendeu a importância dos meios de comunicação para os seres humanos, peça que retomem o texto teórico da página 42 e proponha uma roda de conversa para que compartilhem suas dificuldades com o tema, dessa forma, você terá a possibilidade de saná-las e orientá-los.

Por fim, caso o estudante tenha a percepção de que não compreendeu o que significa cyberbullying e os danos dessa prática, proponha uma pesquisa para aprofundamento sobre o tema, buscando notícias que denunciam essa prática e mostrem os efeitos dela. Os resultados da pesquisa poderão ser apresentados em sala de aula. A partir das notícias trazidas converse com os estudantes. A ideia é desenvolver empatia, desincentivar atos discriminatórios e acolher estudantes que possam ter vivenciado experiências difíceis com o tema.

47 47

Referências

BLOCH, Marc. Apologia da História. Rio de Janeiro: Zahar, 2002.

BOULOS JR., Alfredo. A capitania do ouro e sua gente. São Paulo: FTD, 2000.

BRASIL. Mistério da Educação (MEC). Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC, [2018]. Disponível em: https://bit.ly/3wB8pjJ. Acesso em: 28 ago. 2022.

DALLA COSTA, Rosa Maria Cardoso. História social dos meios de comunicação Curitiba: Intersaberes, 2020.

DECCA, Maria Auxiliadora G. de. Indústria, trabalho e cotidiano: Brasil – 1889 a 1930. São Paulo: Atual, 1991.

HARARI, Yuval Noah. Sapiens: uma breve história da humanidade. Porto Alegre: L&PM, 2015.

HECK, Egon; PREZIA, Benedito. Povos indígenas: terra é vida. 4. ed. São Paulo: Atual, 2002.

LESSER, Jeffrey. A invenção da brasilidade: identidade nacional, etnicidade e políticas de imigração. São Paulo: Editora Unesp, 2015.

MAZOYER, Marcel. História das agriculturas do mundo. São Paulo: Unesp, 2010.

MORAES, Antônio Carlos Robert. A fazenda de café. São Paulo: Ática 2003.

REZNIK, Luis. História da imigração no Brasil. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2000.

RIBEIRO, Neide Aparecida. Cyberbullying: práticas e consequências da violência virtual na escola. Salvador: Editora Juspodivm, 2019.

SWINNEN, Colette. A pré-história passo a passo. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.

48 48

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.