Pós-leitura

PÓS-LEITURA

Os professores podem trabalhar paralelamente a Declaração Universal dos Direitos Humanos, problematizando as características do governo absolutista e suas consequências para a sociedade, notadamente os mais pobres. Podem-se abordar os prejuízos de um governo absolutista (ou antidemocrático) para a sociedade, confrontando-o com os modelos de governo que pressuponham a participação e inclusão de todos os membros da população.

As discussões sobre ética e profissão podem ser ampliadas, tomando-se como ponto de partida a pesquisa feita sobre a figura do boticário no século XVI e sua representação na obra lida. É interessante trazer para o ambiente de estudo os códigos de ética de diferentes ocupações, como a dos profissionais da área farmacêutica (incluindo homeopatia e fitoterápicos), dos médicos, dos professores, dentre outros.

Outro encaminhamento que pode ser ampliado, inclusive em uma abordagem interdisciplinar, são os estudos a respeito da sexualidade. Os professores podem trazer textos científicos com descobertas científicas sobre gênero e sexualidade, tanto no âmbito da Biologia como nos da Antropologia, Psicologia e outros campos de estudo. O intuito é desmistificar, problematizar e desnaturalizar visões de mundo baseadas em preconceito e promotoras de violências dos mais diversos tipos. Nesse caso, se poderia propor aos alunos que elaborem uma releitura da obra tendo em vista o trabalho com os Direitos Humanos em curso e lançando-se mão de abordagem desmistificada e inclusiva sobre indivíduos que apresentam uma orientação sexual não binária. O produto final poderá ser em forma de gênero narrativo (conto, crônica etc.), peça teatral, história em quadrinhos, animação,

entre outras. O trabalho deverá ser posteriormente apresentado a outras turmas ou exposto no meio virtual, com auxílio do professor de Informática e curadoria dos alunos, supervisionada pelos professores.

(EM13CHS201; EM13CHS401; EM13CHS502; EM13CHS503)

Em proposta mais ampla, pode-se abrir um fórum de discussões em que os estudantes possam interagir nos comentários, sempre à luz dos Direitos Humanos e com base nos estudos e pesquisas desenvolvidos após a leitura da obra. (EM13CHS201; EM13CHS401;

EM13CHS502; EM13CHS503)

Os professores de Ciências Humanas e Ciências da Natureza podem ampliar os estudos relacionados à microbiologia, abordando como microrganismos dizimaram populações, estimularam conflitos e provocaram migrações em massa. Essa pesquisa pode ser realizada em grupos e apresentada no formato de minidocumentários feitos pelos estudantes, utilizando o recurso de seus aparelhos celulares, em forma de infográficos, em que os estudantes apresentem em uma linha do tempo as epidemias registradas ao longo da História, ou, com o auxílio do professor orientador de Informática, em sítio virtual, com curadoria dos próprios estudantes e ampla divulgação. (EM13LGG301; EM13LGG304;

EM13LGG601; EM13LGG701; EM13CNT310)

Para aprofundar esse estudo, sugerimos o livro de Stefan Ujvari: A história da humanidade contada pelos vírus (São Paulo: Editora Contexto: 2011).

Os professores de Língua Portuguesa e Arte podem realizar um trabalho interdisciplinar, abordando os elementos cênicos e as ilustrações. Ao longo das páginas do livro, encontramos expressivas ilustrações, feitas por Lúcia de Figueiredo. Essas ilustrações oferecem uma interpretação do texto, representando-o graficamente.

Diante dessas ilustrações, percebemos a dramaticidade das cenas. O efeito de rascunho e a técnica de linhas oferecem profundidade e contextualização, e isso nos leva além do discurso ali escrito por meio de texturas, volume e profundidade. O sombreamento, em consonância com as expressões representadas nas cenas, conduz o leitor à tragédia, revelando o oculto e dramatizando a peça de Shakespeare. Os professores podem solicitar aos estudantes que registrem as suas impressões sobre as cenas retratadas. O que elas representam? Podemos perceber nelas os elementos cênicos? Como essas ilustrações representam cada cena? Quais impressões elas lhe causaram?

O professor de Arte pode aprofundar a leitura das ilustrações, pontuar a malha que é tecida por meio do cruzamento das linhas e como essa construção burila com o oculto, torna a relação da linguagem discursiva e da linguagem pictórica complementares nesta obra. Nesse ponto, sugerimos ao professor de Arte que proponha trabalhos que utilizem a técnica de hatching (MEDEIROS, 2009), isto é, o uso das linhas para construir uma unidade figurativa com texturas, volumes, forma e sombreamento. (EM13LGG104; EM13LGG602;

EM13LP03; EM13LP04)