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Propostas de atividades I

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Carta ao professor

Carta ao professor

A cultura nos perpassa e influencia nossas leituras; nossas experiências de vida conduzem o nosso olhar e expectativas, antes e durante a leitura de um texto (KLEIMAN, 2001, p. 151). Embora esse processo seja muitas vezes desconsiderado, é possível tornarmos consciente a influência desses elementos, que nos são inerentes. Ao fazê-lo, podemos utilizá-los na construção de uma postura crítica da leitura, conjugando a construção subjetiva de sentidos, própria da interação com o mundo tanto do leitor quanto do autor, e relacioná-la ao momento histórico-social em que essa leitura se dá.

O trabalho com o livro A tragédia de Romeu e Julieta - recontada contempla as seguintes competências:

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1. Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da pluralidade de procedimentos epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente em relação a eles, considerando diferentes pontos de vista e tomando decisões baseadas em argumentos e fontes de natureza científica. (BNCC, p. 481)

A obra de Shakespeare, recontada por Christine Röhrig, se insere no contexto histórico da Inglaterra do século XVI. Então, o casamento e a família eram referência sólida e desejável, condições de segurança e existência. A religião cristã é representada como a autoridade responsável por selar essa união.

2. Compreender os processos identitários, conflitos e relações de poder que permeiam as práticas sociais de linguagem, respeitando as diversidades e a pluralidade de ideias e posições, e atuar socialmente com base em princípios e valores assentados na democracia, na igualdade e nos Direitos Humanos, exercitando a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, e combatendo preconceitos de qualquer natureza. (BNCC, p. 481)

As relações de poder que caracterizam a Inglaterra elisabetana são representadas em diversas instâncias: na autoridade máxima do príncipe, na presença da Igreja, nas relações sociais que revelam a supremacia do homem em relação à mulher, na relação das pessoas que pertencem à nobreza em relação aos cidadãos comuns.

5. Identificar e combater as diversas formas de desigualdade e violência, adotando princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os Direitos Humanos. (BNCC, p. 482)

Ao representar o triunfo da instituição do casamento sobre o amor livre (ou o casamento motivado pelo afeto) em prol do que a sociedade considera “correto” fazer, a história nos revela a interdição do amor ou a repressão da união pelo afeto (ao menos dos nobres). O amor é visto como uma fraqueza, um sentimento do qual prescinde a união conjugal, destinado apenas às relações extraconjugais ou aos adolescentes, que não serve à seriedade e à estabilidade das famílias abastadas. Também a violência, destacada mediante a morte de diversas pessoas nas duas famílias, desperta para o questionamento quanto à valorização da vida.

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