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2 – Um filho para Egeu
from Teseu e Ariadne
by UDL Educação
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UM FILHO PARA EGEU
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Afesta em Atenas estava em todo o seu esplendor. Luzes, gritos e jogos de jovens encantavam e davam aos participantes o que de melhor poderia ocorrer em um evento que tinha a participação do rei Egeu.
Egeu sabia que era observado, por isso demonstrava alegria e fazia gestos exagerados para indicar sua felicidade e bem-estar.
Não vejo a hora que tudo isto acabe!, pensou e fez um gesto ao criado. – Me traz mais vinho! – pediu.
O criado voltou-se prontamente, obediente. – Sim, meu senhor…
Quando o criado retornou, o rei agarrou-lhe o braço, firme e com preocupação, e perguntou: – Onde está ela, Ceres?
– Senhor?… Por favor? – o criado tentou ser evasivo. – Fala, Ceres, ela dorme ou está se divertindo? – quis saber Egeu. – Não, não dorme, está em meio aos rapazes, ali embaixo, senhor… – respondeu, relutante, o fiel servo.
Egeu suspirou aliviado. – Menos mal, menos mal, ao menos se diverte essa mulher que só me dá filhas; meu reino logo será passado aos palântidas. Que vergonha! Eu não consigo ter um herdeiro masculino, um candidato homem na sucessão de meu trono! – desabafou, com voz trêmula e emocionado, o rei de Atenas, Egeu.
Ceres confortou-o tocando-lhe no ombro, mas quando Egeu cobriu o rosto e chorou forte, o criado abraçou-o, confortando-o. – Que vergonha, só gero mulheres e todos os outros reis têm filhos homens! – lamentava Egeu.
O criado tinha o rei nos braços, mas não se sentia confortável nessa situação, pois presenciava um raro momento de fraqueza do monarca. Embora reticente e temeroso, falou: – Ó meu rei, não chore mais assim, meu rei! – Choro pela minha desgraça e miséria! – respondia Egeu, cheio de dor. – Não chore, meu rei, porque o senhor poderia ir ao Oráculo de Delfos e consultar Apolo.
– Pra quê? – Ora, o Oráculo pode indicar ao meu rei uma solução ao seu problema…
Egeu desvencilhou-se dos braços de Ceres e, enxugando os olhos, quis saber melhor. – O Oráculo e a Pítia podem me auxiliar nesta situação? – Creio que sim, meu rei Egeu.
Egeu sorriu, juntou as mãos com força e dirigiu-se resoluto ao criado, feliz. Este recusou temeroso, mas o rei segurou-o e beijou-lhe a fronte. – Agradecido, agradecido. Amanhã mesmo parto bem cedo; vamos, me ajude com as coisas da viagem!
Assim, o som da festa e a alegria das multidões não mais afligiram naquela noite o coração do rei Egeu. Ele estava esperançoso: queria um filho homem.