O paradigma do cuidado como desafio educativo
Aprender a cuidar em tempos de crise climática e da pandemia do COVID 19 Cada sociedade decide o tipo e a qualidade da educação que quer para a próxima geração. A educação formal de um país não é decidida ou concebida pelas crianças ou jovens; é um acordo implícito ou explícito de grupos ou organizações de adultos. Cada país tem a educação que quer ter. A quarentena imposta pela pandemia deste março de 2020 trouxe para dentro da vida familiar toda a experiência escolar, levantando uma série de questões fundamentais entre pais e adultos: para que serve aquilo que o meu filho ou filha está a aprender? O que devem aprender agora, tendo em consideração o futuro que os espera nestes tempos de Crise Climática (CC) e pandemia? A CC e a pandemia são choques físicos, provêm da realidade do planeta. Não é um fenómeno que dependa da vontade humana como uma crise económica, uma guerra ou uma mudança política. Para agir sobre um choque físico, é necessário conhecer as suas causas e comportamentos, quer para o controlar, quer para tirar partido deste a favor da vida. Nos dias que correm, estamos a aprender o mesmo em todas as sociedades: a ciência e o conhecimento científico devem preceder as decisões políticas e económicas. Trocar conhecimentos e aprender uns com os outros já é um comportamento planetário face à pandemia. É necessário que este comportamento persista e se desenvolva de modo que seja possível enfrentar um choque. mais poderoso como o é a CC. Somos geneticamente dotados para sobreviver à pandemia, mas se não mudarmos o nosso comportamento em relação ao planeta e entre nós, não sobreviveremos à CC. No entanto, a ciência não é solução para a ética. “O drama que hoje vivemos é um drama de escolha, e a escolha é a essência da ética. [...] Ficar sem dinheiro ou arriscar a saúde; sair ou não sair para a rua; entrar ou não num autocarro;
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