Ocupação Zuzu – Caderno de Atividades

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Caderno de Atividades



C A RO P RO F E S S O R ,

E

sta é a 17ª edição do projeto Ocupação, do Itaú Cultural, que preserva a memória artística brasileira com retrospectivas de grandes nomes de nossa cultura. Este é o primeiro caderno de atividades educativas pensado especificamente para o projeto. A Ocupação Zuzu mostra o processo de criação da designer e estilista Zuzu Angel, ícone da moda brasileira que teve sua produção relacionada à construção da identidade brasileira e à moda como forma de protesto. Você pode conhecer um pouco mais sobre sua vida e produção por meio de nosso Caderno de Conceitos e do site do Instituto Zuzu Angel (zuzuangel.com.br). Nosso objetivo é propor atividades adaptáveis a diferentes perfis de alunos e aos materiais disponíveis na escola, suscitando reflexões sobre produções artísticas. Para saber mais sobre o contexto político e cultural da época de produção mais intensa de Zuzu, você pode explorar com seus alunos o percurso educativo Arte Efêmera (itaucultural.org.br/efemera/abertura.html?cd_pagina=1247), que apresenta de forma interativa a produção em arte visuais de obras das décadas de 1960 e 1970. Em tempo: as vivências e as experiências do professor são essenciais para estimular o interesse dos alunos! Compartilhe conosco, por meio do Blog do Professor, os desdobramentos destas propostas e de outras criadas por você. Boa aula!


Oficina de identidades ilustração: Índio San



Zuzu Angel disse certa vez: “Eu sou a moda brasileira”. A frase pode soar como exagero, mas, na realidade, Zuzu foi uma criadora indispensável para a mudança de rota da moda no Brasil. Suas criações tiveram como referência a tradição popular, o cangaço, as mulheres rendeiras, mesclando a tradição francesa de moda com manifestações representativas da identidade brasileira. A atividade que propomos busca trabalhar questões como identidade pessoal e identidade da comunidade, tendo como objetivo principal a expressão não verbal de elementos identitários pela vestimenta.

Pesquisa de campo Antes de iniciar a criação, é importante que os alunos tenham um tempo de observação e coleta de materiais que sirvam de referência para a criação. Proponha o uso de um caderno individual de poucas páginas no qual

possam colar diferentes imagens de objetos ou ambientes significativos para eles, por meio de uma pesquisa visual feita nos arredores de casa. O caderno, além de fonte de pesquisa visual, será utilizado para a criação de um boneco.


Um exemplo é a coleta de pedaços de plantas ou panfletos distribuídos próximo à sua casa, pedaços de lambelambe, desenhos de coisas vendidas em barracas de camelô, algo que consiga falar sobre o lugar de onde vem. Outro exemplo é que o aluno recolha os dados fazendo uma pesquisa dos costumes de sua família: os tipos de crochê que a avó usa para fazer as barras dos panos de prato, os tons de esmalte que suas irmãs usam, detalhes da decoração de casa e das roupas e costumes familiares (bonés, jogos, brincadeiras).

Ao estipular o prazo de entrega do caderno, lembre-se de considerar o tempo de cada aluno para a pesquisa e o desenvolvimento de um olhar diferenciado para o cotidiano. Dê um tempo maior para repararem nas imagens que são significativas para eles. Não restrinja as escolhas dos alunos nesse momento, mas peça que comecem a estabelecer relações e refletir sobre como essas relações evidenciam uma maneira de observar o mundo.

Construção do modelo MATERIAL:

um rolo de papel higiênico um rolo de fita-crepe ou fita Micropore e algodão (à venda em farmácias) tintas de diversas cores Cada aluno tem um tipo de corpo e um jeito diferente de movimentá-lo. Na moda, essa característica também deve ser levada em conta. Quando os alunos

retalhos de tecido linhas e lãs enfeites escolhidos pelo aluno estiverem criando seus modelos, peça que pensem no próprio corpo, e não no tipo de corpo comum das passarelas dos desfiles de moda.


PASSO A PASSO Modele primeiro o tronco do modelo, amassando o papel higiênico e o envolvendo completamente com fita-crepe ou Micropore.

Modele os braços e as pernas da mesma forma, tentando deixar espaços para as articulações do joelho e do cotovelo, assim o boneco poderá se movimentar.


Anexe os braços e as pernas ao tronco, deixando espaço para articulações.

Modele a cabeça e o pescoço.


Agora, com a base do modelo pronta, é hora de dar personalidade ao boneco, colocando nossas características nele, como tipo de cabelo, cor da pele e traços do rosto.

CRIANDO PEÇAS EXCLUSIVAS Nesse momento de caracterização do boneco, toda a pesquisa de campo registrada nos cadernos será fundamental. Utilize os elementos visuais levantados para compor o visual.


Converse com os alunos sobre o processo. Peça que desfilem com os bonecos ou que tirem fotos pelo celular com poses que sejam características de cada um para complementar os cadernos. Discuta com o grupo se existe algo em comum entre os bonecos.

SerĂĄ que podemos perceber identidades que se aproximam? Quanto o ambiente que nos rodeia nos modela? Como podemos nos expressar por meio de nossas roupas?


Estamparia

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Zuzu Angel via a moda como uma maneira de comunicação não verbal. Isso pode ser percebido em toda a sua produção, do momento em que tomava como referência o sertão mineiro, a regionalidade nordestina e as tradições populares até a criação de suas próprias estampas e bordados. A estampa é uma

padronagem ou desenho que podem ser aplicados sobre roupas e acessórios. No final da carreira, Zuzu inaugurou a moda política inserindo elementos de protesto em suas estampas e criações.

Você já criou alguma estampa?


Podemos estampar de várias formas. Escolhemos duas maneiras diferentes para apresentar, cada uma com suas particularidades. Uma das formas de estampar mais comuns é o estêncil – técnica usada também no grafite –, que permite a construção do desenho, bem como a de padrões que podem

chegar a um resultado bastante elaborado e complexo. Para essa técnica trabalhamos com recortes e aconselhamos, inicialmente, desenhos mais simples. Outra forma de estampa pode ser feita por qualquer faixa etária, pois utiliza como base uma lixa fina, na qual o aluno desenhará.

PARA ESTAMPAR COM ESTÊNCIL, VOCÊ VAI PRECISAR DE:

papel Contact

esponja (pode ser de lavar louça)

estilete ou tesoura

pedaço de papelão

tinta de tecido bandeja de isopor (ou um pote de plástico) Escolha o tipo de recorte:

[VAZADO]

[ SILHUETA]

peça de roupa (dê preferência a tecidos claros e de algodão para visualizar melhor o desenho)

Desenhe no avesso do papel Contact.


Recorte o desenho com o estilete ou a tesoura.

Cole o papel Contact recortado na área que deseja estampar.

Insira um papelão dentro da peça, embaixo da área em que a tinta será aplicada, para que ela não passe para o outro lado do tecido.


Coloque tinta de tecido na bandeja de isopor e, usando uma esponja, aplique a tinta sobre o tecido com cuidado para nĂŁo vazar pelas bordas.

Espere alguns minutos para secar e retire o Contact com cuidado, caso queira reutilizĂĄ-lo.


PARA ESTAMPAR COM A LIXA, VOCÊ VAI PRECISAR DE:

giz de cera lixa de parede nº 220 ferro elétrico Antes de propor a atividade, reflita com os alunos sobre que tipo de desenho eles querem trabalhar na estampa. Nesse momento, você pode resgatar o caderno produzido por eles na Oficina de Identidades para ajudar na escolha e

PASSO A PASSO Primeiro, faça o desenho com giz sobre o lado áspero da lixa. Importante que a linha não seja muito fina [no resultado final, o desenho sairá invertido, tenha cuidado redobrado na escrita].

papelão peça de roupa (dê preferência a tecidos claros e de algodão para visualizar melhor o desenho) na produção da estampa. Zuzu Angel, desde o início de sua carreira, escolheu um desenho de anjo como identidade visual da marca, com base na tradução de seu sobrenome para o português.


Escolha a peça em que quer o desenho e a área em que ele será aplicado. Coloque a lixa com o desenho para baixo.

Insira um papelão dentro da peça para que a cera não passe para o outro lado do tecido.


Passe o ferro elétrico na temperatura máxima sobre a lixa com a supervisão de um adulto. O calor do ferro derreterá a cera, que vai penetrar no tecido.


Núcleo de Educação e Relacionamento GERÊNCIA Valéria Toloi COORDENAÇÃO Samara Ferreira CONCEPÇÃO DO MATERIAL Claudia Malaco Guilherme Ferreira Paula Pedroso Raphael Giannini


ilustração: Valdy Lopes

OCUPAÇÃO

visitação

terça 1 abril a domingo 11 maio 2014 1 abril – horário especial das 9h às 17h

terça a sexta 9h às 20h sábado domingo feriado 11h às 20h

#ocupacaozuzu Parceria

Realização

entrada franca /itaucultural itaucultural.org.br fone 11 2168 1777 atendimento@itaucultural.org.br avenida paulista 149 são paulo sp 01311 000 [estação brigadeiro do metrô]


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