Todos os gêneros 2024 – Negritudes

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DISCOPEDIA

Festa dedicada 100% ao uso e à valorização do vinil, comandada por @djdandan, @_djmarco_ e @djnyack. Criada em 2012, tem como lema “Música preta de todas as formas” e acontece sempre às terças, das 19 horas às 23 horas, na Central, ao lado do Terminal Bandeira, no Centro de São Paulo. instagram @_discopedia

BATEKOO

Plataforma de entretenimento, empreendedorismo, cultura e comunidade preta, periférica e LGBTQIAP+ que busca propor narrativas do cenário cultural brasileiro. Nasceu como uma festa em Salvador (BA), consolidou-se em São Paulo e hoje tem edições em diferentes cidades. instagram: @batekoo

RALACHÃO

Evento cultural dedicado ao público negro, LGBTQIAP+ e periférico. “De preto pra preto, respeitem nossos espaços!” é o slogan da festa, que costuma ter cerca de dez horas e pelo menos dez atrações. O objetivo, segundo os organizadores, é reunir os mais diversos tipos de pessoas, enfatizando estilos de músicas populares entre a comunidade preta. Já são mais de 200 edições, que reuniram mais de 90 mil pessoas. instagram: @ralachao

BAILE DO HELIPA

Natalia Souza e Vinícius

Toda sexta e sábado, das 22 horas às 5 horas, este baile funk acontece na Rua do Pacificador (próximo à Caixa Econômica, na região conhecida como Adriana, no bairro Cidade Nova Heliópolis). Um paredão de carros com som toca música em diferentes lugares, no que é chamado de “primeiro fluxo de rua de São Paulo”. A festa também recebe DJs e conta com um baile LGBTQIAP+. instagram: @bailedohelipa.ofc

AFROJAM SP

Projeto musical que celebra a música de artistas pretos independentes sob a insígnia “celebração e protagonismo: das tradições ao afrofuturismo”. O projeto estreou em 2019, inspirado nos antigos clubes de jazz , onde nasceram as jams Ocorre na segunda terça-feira de cada mês, no Mundo Pensante, na Bela Vista. instagram: @afrojamsp

SLAM DA GUILHERMINA

O coletivo periférico “reexiste” desde 2012, promovendo a leitura e a poesia falada em recitais e batalhas toda última sexta-feira do mês, na Praça Guilhermina, na Zona Leste. instagram @slamdaguilhermina

ESCOLAS DE SAMBA

Os ensaios das escolas de samba costumam reunir a comunidade para uma feijoada e a execução dos sambas-enredos. Os encontros são semanais, de agosto a fevereiro. Destaque para Vai-Vai, Peruche, Nenê de Vila Matilde e Camisa Verde e Branco, escolas formadas em quintais de famílias pretas e que costumam homenagear a negritude em seus sambas-enredos. instagram : @vaivaioficial @peruche_1956 @nenedevilamatildeoficial @camisaverdeweb

FESTA E COLETIVO AMEM

Coletivo de artes negras formado por criadores LGBTQIAP+ que fomentam eventos como Parada preta, Ball Vera Verão Pajuball e Kiki ball afrodiaspórica.

instagram @paradapreta @coletivoamem @ballveraverao @pajuball @kikiballafrodiasporica

BOTECO DA DONA TATI

O botequim, que fica na Barra Funda, recebe rodas de samba de quarta a domingo.

A Velha Guarda da escola Camisa Verde e Branco costuma se apresentar por lá.

instagram: @botecodadonatati

APARELHA LUZIA

Quilombo urbano fundado pela artista Erica Malunguinho. Fica no bairro Campos Elíseos e abre de sexta a domingo, com DJs shows autorais e lançamento de livros e documentários, além de desfiles. instagram: @aparelhaluzia

MAMADI

Com música pop e pista, o Mamadi fica no entorno da Praça Franklin Roosevelt, no Centro de São Paulo, e serve litrão e caipirinha gelados, reunindo jovens negros e LGBTQIAP+ na rua. instagram: @mamadifood

FEIRA PRETA

Idealizada por Adriana Barbosa, e realizada há mais de 20 anos. Em maio de 2024, o evento reuniu cerca de 40 mil pessoas em dois dias, no Parque Ibirapuera. instagram @feirapretaoficial

EXPO INTERNACIONAL DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

Expo internacional Dia da Consciência Negra , realizada pela Prefeitura de São Paulo no mês de novembro. Criada há três anos, reúne shows , feira de empreendedores e rodas de conversa. instagram @consciencianegrasp

FESTAS E LUGARES PRETOS NA CIDADE DE SÃO PAULO POR GUILHERME SOARES DIAS

A capital paulista é um dos lugares mais interessantes para estar em contato com a cultura negra no Brasil, berço e potencializador de ritmos pretos. Há mais de uma dezena de espaços e festas que reúnem público e música negros, em seus diferentes estilos, como funk rap, samba rock, dancehall, samba e hip-hop

Na cidade, cerca de 43% das pessoas se declaram de cor preta ou parda, o que significa que são 4,9 milhões de negros em um total de 12 milhões. Em Salvador, cerca de 83% dos 2,4 milhões de moradores se declaram negros. Assim, a capital baiana conta com uma parcela percentual maior de negros em relação a São Paulo, que, contudo, possui um maior número de habitantes negros. E quem está na capital paulista terá sempre uma opção de lugar ou festa preta para ir.

> Guilherme Soares Dias é jornalista, fundador da plataforma de afroturismo Guia Negro e viajante.

MOSTRA DE ARTE E DIVERSIDADE 2024

NEGRITUDES

O pensamento de Lélia Gonzalez e Sueli Carneiro, entre outros autores, nos ensina: raça também estrutura gênero. A interseção entre esses âmbitos produz subjetividades e condições de vida próprias, de modo que podemos dizer que ser negro, ser LGBTQIAP+ e ser negro e LGBTQIAP+ comportam recortes da realidade que demandam abordagens atentas às suas especificidades. É nesse eixo e com esse foco que a 11ª edição de Todos os gêneros: mostra de arte e diversidade se desdobra em 2024. Com uma programação que abrange música, performance, teatro, dança, debates, oficina e um percurso pelos pontos históricos da população negra em São Paulo, a mostra traz uma perspectiva multifacetada do que é ser negro, reforçando que negritude se diz no plural. E, nesse panorama de sensibilidades e temáticas – entre as quais a história e a epistemologia, além das questões de gênero –, um tema se destaca: a festa

As festas são elementos centrais da cultura. São elas tanto celebração, entretenimento, prazer e quebra da rotina quanto expressão, construção de comunidades e vivências de si. Essa multiplicidade de sentidos dos espaços festivos é especialmente vívida quando consideramos a história dos grupos negro e LGBTQIAP+ na São Paulo do século XX. Por meio das festas foi possível vivenciar alegria, liberdade, resistência e invenção.

CENTRO CULTURAL AFRIKA

Este bar, restaurante e centro cultural apresenta a cultura africana em sua pluralidade. Fica no bairro do Bixiga. instagram: @centro_cultural.afrika

LAVAGEM DA 13 DE MAIO

A tradicional lavagem da Rua Treze de Maio, no Bixiga, é promovida pelo bloco afro Ilú Obá De Min no Dia da Abolição da Escravatura (13 de maio), desde 2006. Segundo o grupo, o ato simbólico é também um ato político, já que denuncia a falsa abolição. instagram: @iluoba

PLAYLISTS

Ouça uma seleção de músicas inspirada nas festas pretas de São Paulo, com curadoria da equipe do Todos os Gêneros

Do Carnaval aos bailes black , das boates da “década bicha” à comunidade ballroom , as populações marginalizadas abriram brechas em mecanismos opressivos, afirmando, de si para si, o que desejavam ser. Ao trazer, no contexto da experiência negra, esse olhar para a festa, Todos os gêneros convida a ver as negritudes como felicidade e luta.

Acesse a agenda da mostra Todos os gêneros em itaucultural.org.br. Nesta publicação, confira o mapeamento “Festas e lugares pretos na cidade de São Paulo”, trabalho do jornalista Guilherme Soares Dias que aponta como a história da qual falamos um pouco – entre diversão e luta – segue sendo feita.

Veja também entrevistas com os convidados das edições anteriores da mostra pelo link bit.ly/playlist-todososgeneros E acompanhe nossa agenda em itaucultural.org.br

Itaú Cultural

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