Este é para ler com carinho | Saiba tudo sobre Conceição Evaristo | Descubra o poder da escrevivência!
o d n e d n e r p a e o d n Escrevive Editorial do Bartô
Oi, gente! Escrever este Zine Camundongo foi como um sonho. Passei dias lendo os livros de poesia, contos e romances da Conceição Evaristo! Sem falar nas cartas, fotografias e cadernos que ela me mostrou. Foi uma viagem tão apaixonante que, por mim, eu ficava viajando a vida toda! O ponto alto foi quando descobri que compartilhamos uma virtude: a capacidade de manter as orelhas bem atentas! Quando criança, Conceição fingia que estava dormindo, mas ficava ouvindo as conversas dos adultos e colecionando palavras! Eu também faço isso!
histórias de personagens negras. Conceição é uma das vozes mais importantes da literatura brasileira! Que honra! Ah, além de colecionar palavras, ela criou uma! Conceição diz que o que escreve são escrevivências, porque seus livros falam das experiências da negritude no Brasil. São histórias difíceis e poéticas, vivências que todo mundo deve conhecer. E então? Vamos começar a conhecer Conceição por este zine? Vire a página! Com carinho,
Resultado: hoje ela é uma superescritora, poeta e professora. Publicou livros muito especiais que contam
Expediente Redação e projeto gráfico: Bartô e Estúdio Voador Ilustrações: Bartô, Estúdio Voador e Erik Malagrino Fotos: arquivo pessoal e André Seiti
Realização
“Do tempo/espaço aprendi desde criança a colher palavras. A nossa casa, vazia de móveis, o de coisas e muitas vezes de aliment e agasalhos, era habitada por tia palavras. Mamãe contava, minha a, contava, meu tio velhinho contav . os vizinhos amigos contavam Eu, menina, repetia, inventava.”
o ! ã o ç i ã ç e i c e c n n o o C por C “Sou mineira de Belo Horizonte; meu registro informa que nasci no dia 29 de novembro de 1946.”
958, , em 1 o i r á de prim rêmio nar o p i o m r r i e e o “Ao t ncurs u prim o e c m m o i te ndo u ganhe eguin vence s , o a r a u ser tinh literat lho de e pé o que u ã ç g r a o d ad de re e me laudid erviu, or qu p P a ‘ i : u o s l títu […] F itória ” v . ’ a a l r e i , u e brasil os, aq amília f n a a h e t an ma a min e, dur ais, u para m e o g m i i nte.” m ,d para itivo e eria ir adia n e l um od como e eu p u q e ad certez
“Mãe lavadeira, tia lavadeira e ainda eficientes em todos os ramos dos serviços domésticos. […] Também eu, de sde menina, aprendi a arte de cu idar do corpo do outro. Aos 8 anos, tive meu primeiro em prego doméstico e, ao long o dos anos, outros foram aconte cendo.”
algo nsolo, um co lma a dor a que ac
om a elação c r a h in has m las cozin “[…] a e p a ç e as a com s e prim ia t literatur , e ã des Minha m de gran s a alheias. s a c sas ram em u nas ca trabalha o s o ir e s min escritore es.” familiar s u e s e d
“Conseguir alg um dinheiro com restos dos ricos, lixos dep ositados nos latões sob re os muros ou nas calçadas, foi um modo de sobrevivência também experimentad o por nós.”
er; crev es s e e z s ve sto d “Go ioria da do a is na m as depo ossível m ép a dói, crito pouco s e o t …” m tex ar u ouco u p g i z um apa digo u e , dor
1954 Aos 8 anos, começa a trabalhar como doméstica e lavadeira.
1946
1973
1958
Muda-se para o Rio de Janeiro.
Ganha o primeiro concurso de redação.
1963
Maria da Conceição Evaristo de Brito nasce em Belo Horizonte.
Aos 17 anos, entra na Juventude Operária Católica.
Linha do
tempo 1990
2011 2017 E continua militando pelo movimento negro, publicando livros e dando aulas.
2014 Publica o livro de contos
Olhos d’Água.
Forma-se doutora pela Universidade Federal Fluminense.
1975 Começa a trabalhar como professora em Niterói.
Publica seus primeiros poemas nos
2003 Publica o romance
Ponciá Vicêncio.
Cadernos Negros.
1980 Nasce Ainá, sua única filha.
o ã ç i conce
poeta
Escolhi meu poema preferido dela para compartilhar com você!
heres
l Vozes-mu
ó ecoou inha bisav m e d z o v A criança . s do navio nos porõe s ento Ecoou lam ida. fância perd in a m u e D inha avó A voz de m diência ecoou obe e tudo. os-donos d aos branc inha mãe A voz de m a inho revolt ecoou baix as das cozinh No fundo alheias as trouxas debaixo d ncos jas dos bra su s n e g a roup irado ho empoe pelo camin vela. rumo à fa oz ainda A minha v s s perplexo ecoa verso de sangue com rimas e fome.
inha filha A voz de m vozes as nossas s a d to e rr reco si recolhe em s das calada u m s as voze antas. s nas garg a d a sg a g n e inha filha A voz de m si recolhe em to. a o a fala e agora. o hoje – o – m te n o O a minha filh Na voz de nância vir a resso se fará ou de. ida-liberda o eco da v
Gost
ou? O poem da fa a con mília ta a d e Con histó bisav ria d ceiçã ó, a a ifícil o . v E ó, a m le fal Conh a ã ece a sobre eea filha. histó a Será ria d E v que e o e c ê s ? eus b les ta navio isavó mbém s? ao B c h r e a g s a il? Co seus r a m avós de mo f ? Com oi a v pais? i o d a éav de E com ida d o ser e seu vida á que v s de se ai se us fil ra hos, hein, hein?
! ? a st e é as de a r r out v u a as? uso l m e l u a especia ecer alg p e avra toda mos conh u q ma pal ros. Va
? é U
u iv us l iou r e c s ição a em e c n n a c o C afri m e orig
e “O banzo renasc em mim.”
os da Rua”)
(Do poema “Filh
Quer dizer nostalgia, tristeza, melancolia, saudade da terra natal. Conceição fala muito de banzo em seus poemas. É um sentimento muuuito difícil de carregar no peito.
Escrevivência
Conceição Evaristo precisa tanto, mas tanto escrever sobre as vivências dela e dos seus que teve de inventar uma palavra nova para dar conta dessa vontade: escrevivência! Nos livros, ela conta como é ser uma mulher negra no Brasil. Beeem importante!
o, m pul aos u n ] o “[… oraçã c o a com assav p , s o t o sal aixo d b e d r po ô.” êncio) angor nciá Vic vro Po
(Do li
“[…] he ra dividida nças nossas s malung com você: o, irmão.” brother,
(Do poe
Brother,
ma “Ma Irmão”
lungo,
)
Quer dizer amigo, companheiro. Os negros escravizados trazidos no mesmo navio eram malungos, companheiros de viagem. A palavra também passa a ideia de solidariedade, por isso Conceição fala em “malungo, brother, irmão”.
A palavra está ligada ao arcoíris e à cobra. Conceição usa esse termo quando uma de suas personagens, Ponciá Vicêncio, conta que tem medo de passar por debaixo do arco-íris. Angorô é também uma divindade do candomblé.
o r e qu sabe r
tudo! Agora é hora de colocar no papel as suas histórias. Qual é a coisa mais importante que já aconteceu na sua vida? Você me conta?
iste? r que está tr e iz d ra a p ê usa alavras voc p is a u q : m a també Ah, e me dig ? os e amigas ig m a s u e s r de sa para fala u ê c o v s ra v E quais pala
O ciú bichin me é um ho qu fazer d e rói até odói.
A doç ura multip das palav ras lic aplaca a amigos e inimig os.
Mais vale um cachorro amigo qu e um amigo cachorro .
da a letra Esta é ana! =) Jo Dona
cois as de mãe
Quant om mais s ais se vive , e apre nde.
Esta é a letra da Dona Joana! =)
ue late Cachorro q orde. m muito não
Dona Joana, mãe de Conceição, colecionava ditados populares em um caderninho. Você conhece todos?
Qual é o ditado favorito dos seus pais, avós , tios? Pergunte a eles!
Método Bartô de encadernação artesanal do
Atenção! Peça a um adulto que ajude você! Você vai ver que no canto superior esquerdo das páginas do Zine Camundongo há um círculo tracejado. Esse círculo é para ser furado por um adulto, que pode usar um furador de papel ou a ponta de um lápis. Depois, você pode amarrar o zine como quiser!
Vamos ao passo a passo - Pedir ajuda a um adulto. - O adulto pode juntar todas as páginas do zine e fazer o furo no local indicado – se for com lápis, furar página por página. Como se isso já não fosse muito legal, agora vem a melhor parte: amarrar o zine! Eu fiz o meu com um cadarço velho, mas você pode utilizar o que quiser. É só usar a imaginação! Aqui vão algumas dicas: - um fio de lã; - um pedaço de barbante; - um pedaço de fio dental.