3 minute read
A PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO
XL QUARENTA
A PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO
Advertisement
O que é mais importante, a Cruz ou o Crucifi cado? A Igreja Católica Apostólica Romana, nestes tempos da quaresma, chama a atenção de seus fi éis e da humanidade toda, para uma refl exão mais profunda sobre os sofrimentos de Jesus Cristo e sobre a necessidade de que, cada cristão, procure imitar os passos do Mestre. Para que isso aconteça adequadamente, é importante conhecer e compreender alguns símbolos utilizados por Ele no processo de libertação e salvação da humanidade. Os maiores deles são a Cruz, acompanhada de sofrimento, dor, paixão e morte; A Ceia, que representou a convivência e a comunhão entre as pessoas de boa vontade; E a Páscoa da Ressurreição, que signifi cou a vitória sobre todos os acontecimentos passageiros de sua vida.
Muitas pessoas se prendem mais ao símbolo do que a verdade, que ele representa. Não foi a cruz, nem o sofrimento que determinaram o cumprimento da missão salvífi ca de Jesus em sua vinda aqui na Terra. Mas foi Jesus que, para cumprir os desígnios do Pai, escolhe o caminho da cruz e do sofrimento. Ele sabia que enfrentaria uma “parada dura”, inclusive o abandono de seus amigos mais íntimos, mas não podia recuar. Por isso os convocou para a última ceia, durante a qual apareceu a verdade. Essa foi sua escolha, porque sabia que estaria cumprindo as determinações do Pai. A Pessoa de Jesus é maior que a Cruz. Ele é maior que sua própria paixão. Foi Ele quem defi niu a cruz e o sofrimento como um dos caminhos que levam os homens ao Pai.
Deus sabia que seus fi lhos estavam se distanciando Dele por não haver um elo mais íntimo, mais sensível da parte dos homens. Por esse motivo, tomou a decisão de enviar seu Filho Jesus, para restabelecer a coligação entre o Céu e a Terra. A proposta de Jesus é que, cada um dos seres criados por Deus, retomem o caminho a Ele direcionado. O convite mais veemente de Jesus é que deixemos os tantos e largos caminhos que levam ao distanciamento do Pai e que retomemos o estreito e difícil caminho que nos reaproxima novamente Dele. Porquê devemos passar pelo sofrimento e pela cruz? A resposta é simples: para que cheguemos
purifi cados de nossos pecados ao Reino de Deus e sejamos felizes como seres ressuscitados.
Esse é o mais importante ponto da refl exão destes tempos de conversão. Isso mesmo, é preciso converter o caminho do erro, do pecado, do delito, da injustiça, do desamor, para convergir no caminho da verdade, da graça, do perdão, da boa conduta, da justiça do amor e da ressurreição.
Outro erro que pessoas, muito desinformadas teológica, doutrinaria e biblicamente, cometem é o de sobreporem o jejum e a abstinência de carne na quaresma, à própria pessoa de Jesus. O jejum, o sofrimento, a penitência a abstinência, são meios para se chegar a Deus e não um fi m em si. Um exemplo disso é quando a pessoa chora, se lamenta, não come carne, mas também não se converte a Jesus e não é capaz nem de celebrar, com Ele, sua própria ressurreição. Não é capaz de perdoar, nem tão pouco, amar o irmão. Para essas pessoas é mais importante a morte de Jesus, do que sua ressurreição. Claro, o Senhor morto não representa perigo, porém ressuscitado, nos pede que creiamos, que “vigiemos, pelo menos uma hora” com Ele e que cumpramos as determinações da Lei Divina. Então é mais fácil acompanhar o Cristo morto na cruz e sepultado do que receber, acolher e seguir a Jesus que vive e que põem fogo no coração de seus discípulos e de cada um de nós.
De fato, a Igreja pede nosso comprometimento com o projeto Divino e nós queremos um descompromisso que nos deixe “livres”. Preferimos nos esconder atrás de alguma simbologia que, por nossa própria intenção e culpa, nos distância dos Mandamentos da Lei de Deus e nos acomoda numa fé meramente emotiva, que chora e se emociona na paixão e no sepultamento de Jesus, mas se dispersa na hora em que é preciso dar continuidade ao Projeto de restauração da humanidade. “Oxalá!” tenhamos, neste ano, uma excelente Páscoa, depois da Paixão e Cruz, sob o compromisso de nosso comprometimento com a verdade.