S ÃO
BENEFÍCIO NA PONTA DOS DEDOS O que o clube pode fazer por você
MAGAZINE
NOSSO CLUBE
Judeus e sionistas e os direitos humanos
O clube é uma festa com salas e teatros
Ano LIX No 676 Junho/2018 Sivan/Tamuz 5778
PAU LO
15JUN às 22h
na Hebraica São Paulo
Centro Cívico
Valores: Pista R$ 160,00 • R$ 80,00 (Meia Sócio)
Arquibancada R$ 140,00 • R$ 70,00 (Meia Sócio) Sócio Hebraica R$ R$110,00 (Pista ou Arquibancada)
siga a hebraica /ClubeHebraicaSP @hebraicasp
Vendas na Central de Atendimento ou www.ticketfacil.com.br Informações: 3818 8888 PARCERIA
PALAVRA DO PRESIDENTE
A
festa de Shavuot, que comemoramos mês passado, celebra a data em que o Grande Arquiteto do Universo nos outorgou a Torá no Monte Sinai, há mais de 3.300 anos. Ela ocorre após 49 dias – 7 semanas – na contagem do Omer. Nas sinagogas, ouvimos e lemos os Dez Mandamentos de modo a, entre outras coisas, reavivar a lembrança destes princípios ancestrais. Consagra-se, assim, a fidelidade às leis escritas, orais e, principalmente, aos nossos costumes e tradições. Atual e infelizmente, a crise que o País tem vivido nos últimos anos fez muitos dos nossos associados deixarem o clube, principalmente por razões econômicas. Mas nós estamos trabalhando firmemente no sentido de trazê-los de volta e, para isso, contamos com cada um para nos ajudar neste movimento, de modo a que muito mais pessoas de nossa comunidade possam usufruir dos benefícios de serem sócias do maior e melhor clube judaico fora de Israel. Por esta razão, queremos fidelizar ainda mais o nosso sócio, atraindo-o para aproveitar de tudo o que nossa A Hebraica proporciona. Nesse sentido temos novidades a apresentar na forma de um Clube de Benefícios em que o sócio da Hebraica poderá ter descontos desde em farmácias, lojas, cinema, vacinas, laboratórios e até faculdades. Nossa Diretoria trabalha constantemente para sempre trazer e proporcionar sempre mais e do melhor para todos dentro e fora da Hebraica. Eu faço questão de mencionar e, claro, comemorar o que tem sido uma marca desse grupo desde a gestão passada o fato de que o clube está repleto de campeona-
tos, shows, atividades e alguns incríveis em nossa sede, como Lag Baomer, o show do ABBA, a palestra sobre o momento atual de Israel, pelo major general Dan Halutz, e o show dos soldados músicos em favor de Beit Halochem (literalmente, a casa do combatente), que cuida de soldados feridos e os incapacitados nas muitas guerras de Israel. Neste mês de junho, também teremos muitas atrações, especialmente aquelas relativas aos jogos da Copa do Mundo, mas quero destacar o evento marcado para este dia 10, e para o qual estão todos convidados. Trata-se das homenagens que serão prestadas aos ex-presidentes Beirel Zuckerman e Naum Rotenberg, que dedicaram anos de suas vidas para o bem do clube, e de todos nós. São abnegados, verdadeiros tzadikim. É uma benção tê-los em nossa companhia, e agradecemos por tudo o que já fizeram e continuam fazendo. Espero que o exemplo deles ilumine ainda muitas gerações.
Toda Rabá e Am Israel Chai Shalom Daniel Leon Bialski PRESIDENTE
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SUMÁRIO CARTA DA REDAÇÃO AGENDA NOSSO CLUBE MATÉRIA DE CAPA ENTREVISTA Dan Halutz ACONTECE REGISTRO
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COMUNIDADE ENTREVISTA Claudio Lottenberg MAGAZINE GALERIA FLORIANO EM DEBATE VITRINE DIRETORIA EXECUTIVA
ESPORTES Equipes de seis municípios se enfrentaram nas piscinas do clube no Campeonato Brasileiro Interclubes de Polo Aquático Sub 13 e Sub 17, que contou com o apoio do Comitê Brasileiro de Clubes
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CONSELHO DELIBERATIVO
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CARTA DA REDAÇÃO ANO LVII | NO 676 | JUNHO 2018 | SIVAN/TAMUZ 5778 DIRETOR-FUNDADOR DIRETOR DE REDAÇÃO SECRETÁRIA DE REDAÇÃO REPORTAGEM TRADUÇÃO CORRESPONDENTE REVISÃO FOTOGRAFIA
E
sta edição da revista Hebraica está com cara nova. Ela passou por uma reforma gráfica nas mãos de um profissional que se vale de todos os meios e modos que a editoração eletrônica oferece. Espero que agrade aos leitores. A matéria de capa leva o título de SócioMax e mostra como os sócios da Hebraica podem aproveitar os programas de benefícios, isto é, descontos, válidos para desde lojas de todo ramo, até viagens e universidades. Aproveitem. E o Magazine, que agora volta ao projeto original criado ainda no final do século passado pelo grande jornalista Marcos Faerman Z’l, que idealizou uma revista dentro da revista Hebraica. Eu apenas dei continuidade, atualmente com as facilidades de acesso a tudo pela Internet. É dessa maneira, por exemplo, que foi possível desencavar o tema do Ensaio, a respeito do papel fundamental dos judeus, e sionistas, em criar mecanismos de defesa da pessoa humana contra a violência, o racismo, a discriminação e a intolerância, e que se materializou na Declaração Universal dos Direitos da Pessoa Humana. Leiam também o Curta Cultura, seção na qual corrijo um erro cometido na edição anterior.
PROJETO GRÁFICO e DIREÇÃO DE ARTE EDITORA DUVALE Diretor Administração Arte Publicitária Departamento Comercial PUBLICIDADE
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OS CONCEITOS EMITIDOS NOS ARTIGOS ASSINADOS SÃO DE INTEIRA RESPONSABILIDADE DOS SEUS AUTORES, NÃO REPRESENTADO, NECESSARIAMENTE, A OPINIÃO DE DIRETORIA DA HEBRAICA OU DE SEUS ASSOCIADOS. A Hebraica é uma publicação mensal da Associação Brasileira “A Hebraica” de São Paulo Rua Hungria, 1.000, Pabx: 3818.8800 EX-PRESIDENTES Leon Feffer (Z’l) õĘ éñíëĘ õĘ éñíñ Isaac Fischer (Z’l) õĘ éñîèĘ õĘ éñîë Maurício Grinberg (Z’l) õĘ éñîìĘ õĘ éñîï Jacob Kauffman (Z’l) õĘ éñîðĘ õĘ éñîñ Naum Rotenberg õĘ éñïèĘ õĘ éñïê õĘ éñïîĘ õĘ éñïð Beirel Zukerman õĘ éñïëĘ õĘ éñïí Henrique Bobrow (Z’l) õĘ éñïñĘ õĘ éñðé Marcos Arbaitman õĘ éñðêĘ õĘ éñðì õĘ éñððĘ õĘ éññè õĘ éññìĘ õĘ éññî Irion Jakobowicz (Z’l) õĘ éñðíĘ õĘ éñðï Jack Leon Terpins õĘ éññéĘ õĘ éññë Samsão Woiler õĘ éññïĘ õĘ éñññ Hélio Bobrow õĘ êèèèĘ õĘ êèèê Arthur Rotenberg õĘ êèèëĘ õĘ êèèí õĘ êèèñĘ õĘ êèéé Peter T. G. Weiss õĘ êèèîĘ õĘ êèèð Abramo Douek õĘ êèéêĘ õĘ êèéì Avi Gelberg õĘ êèéíĘ õĘ êèéï Presidente Daniel Leon Bialski
DIRETOR DE REDAÇÃO
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AGENDA Eventos de Junho | 2018 DESTAQUES DO MÊS MÚSICA
02 e 24
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GALERIA DE ARTE Exposição “4 contemporâneos” dos artistas: Marcos Rizzoli, Norberto Stori, Regina Lara e Teresa Almeida. Vernissage Dia 02/06 - SÁBADO Horário às 12h Local Galeria de Arte Bate papo com artista Dia 24/06 - DOMINGO Horário às 11h Local Galeria de Arte
Show da Anitta Dia 15/06 - SEXTA Horário às 22h Local Centro Cívico
02 Show da Luna Dia 16/06 - SÁBADO Horário às 18h Local Teatro Arthur Rubinstein
06
FELIZ IDADE Bingo Dia 02/06 - SÁBADO Horário às 14h30 Local Plenária
EVENTO GRATUITO EVENTO PAGO 8
HEBRAICA MEIO-DIA Bruno de La Rosa - canta Chico Buarque. Dia 03/06 - DOMINGO Horário às 12h Local Teatro Anne Frank
04
MERKAZ Experiência Freshbiz: mudando a forma como você joga na vida e nos negócios Dia 04/06 - SEGUNDA Horário das 19h às 22h Local Teatro Arthur Rubinstein
ENTRE AMIGAS “Os Novos Valores do Feminino” com Sabina Deweik Dia 06/06 - QUARTA Horário Café da manhã às 7h30 e palestra às 8h Local Espaço Gourmet
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CINE HEBRAICA A Vida é Assim Dia 06/06 - QUARTA Horários às 14h30 e às 20h30 Local Teatro Arthur Rubinstein
03 COPA DO MUNDO Jogo do Brasil e Suíça Dia 17/06 - DOMINGO Horário às 15h Local Centro Cívico Jogo do Brasil e Costa Rica Dia 22/06 - SEXTA Horário às 9h Local Centro Cívico Jogo do Brasil e Sérvia Dia 27/06 - QUARTA Horário às 15h Local Centro Cívico
MERKAZ Blockchain e Bitcoin nos negócios Dia 05/06 - TERÇA Horário das 19h às 22h Local Teatro Arthur Rubinstein
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FELIZ IDADE Fórum Multidisciplinar da Saúde com Dr. Manoel Carlos B. Castanho - Cardiologista, Francisca M. Lacerda - Nutricionista, Cláudia Nogueira - Psicóloga, Marcus Vinicius Toledo Educador Físico, Daiane Oliveira - Esteticista e Consultora Estética, Letícia de Barros - Fisioterapeuta do SPA SOROCABA Dia 07/06 - QUINTA Horário às 14h30 Local Plenária
VEJA A AGENDA COMPLETA NO SITE DA HEBRAICA www.hebraica.org.br
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FELIZ IDADE Encontro De Corais - Unibes Cultural Dia 09/06 - SÁBADO Horário a partir das 14h Local Rua Oscar Freire, 2500
DIÁLOGO ARTE “O Conteúdo na Arte” com Olívio Guedes Dia 16/06 - SÁBADO Horário das 11h às 12h Local Galeria de Arte ESPORTIVO Festivais de Judô Dia 10/06 - DOMINGO Horário a partir das 8h Local Centro Cívico
BIBLIOTECA Clube de leitura Livro: O segredo do lago de Arnaldur Indridason Dia 09/06 - SÁBADO Horário às 16h Local Auditório CINE HEBRAICA Um Novo Olhar Dia 09/06 - SÁBADO Horário às 20h30 Local Teatro Arthur Rubinstein
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HEBRAICA MEIO-DIA Fado Bossa Nova em homenagem ao Dia de Portugal Dia 10/06 - DOMINGO Horário às 12h Local Teatro Anne Frank
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FELIZ IDADE Receitas orientais com Sakura Receitas: Arroz para Sushi & Sushis com a culinarista Janete Campos Dia 14/06 - QUINTA Horário às 14h30 Local Plenária MÚSICA Show da Anitta Dia 15/06 - SEXTA Horário às 22h Local Centro Cívico
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HEBIKE Passeio Ciclístico Dia 10/06 - DOMINGO Horário às 8h30 Local saída da portaria da Rua Angelina Maffei Vita
MÚSICA Show da Luna Dia 16/06 - SÁBADO Horário às 18h Local Teatro Arthur Rubinstein
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CINE HEBRAICA Esplendor Dia 16/06 - SÁBADO Horário às 20h30 Local Teatro Arthur Rubinstein
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ESPAÇO BEBÊ Abre a boca e fecha os olhos “Laboratório sensorial na cozinha” Dia 16/06 - SÁBADO Horário das 10h30 às 11h30 Local Espaço Bebê
FELIZ IDADE Trabalhando com Flores com Anita Rapoport Dia 16/06 - SÁBADO Horário às 14h30 Local Esplanada
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COPA DO MUNDO Jogo do Brasil e Suiça Dia 17/06 - DOMINGO Horário às 15h Local Centro Cívico 9
AGENDA Eventos de Junho | 2018 17
CINE HEBRAICA Esplendor Dia 17/06 - DOMINGO Horário às 16h e às 19h Local Teatro Arthur Rubinstein
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PALESTRA AACD com Leandro Karnal “Mudar é difícil, mas não mudar é fatal” Dia 19/06 - TERÇA Horário - credenciamento das 18h30 às 19h45 - palestra das 20h às 21h30 coquetel das 21h45 às 22h30 Local Teatro Arthur Rubinstein
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10
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FELIZ IDADE Bate-papo com Dra. Dorli Kamhagi Dia 21/06 - QUINTA Horário às 14h30 Local Plenária
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HEBRAICA MEIO-DIA Coro da Vila Show “Esquinas Geraes” Dia 24/05 - DOMINGO Horário às 12h Local Teatro Anne Frank
ESPORTIVO Campeonato Paulista de Xadrez Escolar Dia 23/06 - SÁBADO Horário a partir das 8h30 Local Centro Cívico FELIZ IDADE O que é arte? com Olivio Guedes Dia 23/06 - SÁBADO Horário às 11h Local Galeria de Arte
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ESPAÇO GOURMET Aula: Menu Mediterrâneo com Chef Joel Ruiz Dia 26/06 - TERÇA Horário às 19h Local Espaço Gourmet
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DANÇAS Show das Lehakot de danças - Hatikvá Dia 23/06 - SÁBADO Horário às 20h Dia 24/06 - DOMINGO Horário às 16h Local Teatro Arthur Rubinstein
MERKAZ O Futuro do Varejo Dia 19/06 - TERÇA Horário das 19h às 22h Local Teatro Anne Frank CINE HEBRAICA Além das Fronteiras Dia 20/06 - QUARTA Horário às 14h30 e às 20h30 Local Teatro Arthur Rubinstein
COPA DO MUNDO Jogo do Brasil e Costa Rica Dia 22/06 - SEXTA Horário às 9h Local Centro Cívico
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CINE HEBRAICA Assassinato no Orient Express Dia 27/06 - QUARTA Horário às 14h30 e às 20h30 Local Teatro Arthur Rubinstein
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HEBIKE Passeio Ciclístico Dia 24/06 - DOMINGO Horário às 8h30 Local saída da portaria da Rua Angelina Maffei Vita
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COPA DO MUNDO Jogo do Brasil e Sérvia Dia 27/06 - QUARTA Horário às 15h Local Centro Cívico
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FIQUE POR DENTRO
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BIBLIOTECA Aonde vamos : Marranos no século 21 com Luize Valente Dia 30/6 – SÁBADO Horário às 16h30 Local Plenária
FELIZ IDADE “Estou perdendo a audição. E agora?” com Mariângela Nigro Vanzin Dia 28/06 - QUINTA Horário às 14h30 Local Plenária 30
APROVEITE A vantagem do pagamento antecipado com desconto em semestralidade. Basta entrar em contato com a tesouraria através dos seguintes canais: Tels: 3818.8882/8883 tesouraria@hebraica.org.br
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CINE HEBRAICA Tudo o que eu Quero Dia 30/06 - SÁBADO Horário às 20h30 Local Teatro Arthur Rubinstein ESPORTIVO Festival De Ginástica Artística Da Acesc Dia 30/06 - SÁBADO Horário das 8h às 15h Local Sala De Ginástica Faixa Etária 6 a 12 anos
O QUE VEM POR AÍ - Julho
JUNHO Ampliação da área de desembarque Instalação de totens de autoatendimento SETEMBRO
01
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FELIZ IDADE Almoço de despedida do semestre Dia 30/06 - SÁBADO Horário às 12h Local Casual Mil
MAIS CONFORTO no estacionamento
09 a 13
CINE HEBRAICA Tudo o que eu Quero Dia 01/07 - DOMINGO Horário às 16h e às 19h Local Teatro Arthur Rubinstein HEBIKE Passeio Ciclístico Dia 08/07 - DOMINGO Horário às 8h30 Local saída da portaria da Rua Angelina Maffei Vita ARTE NAS FÉRIAS Colônia do Ateliê de Artes Dia de 09/07 a 13/07 Horário das 14h30 às 17h Local Ateliê de Arte
Criação de espaço para self-parking em dois andares mantendo o serviço de manobrista
VENHA DE BIKE A Hebraica possui local próprio para as bicicletas que podem ficar estacionadas por apenas1 dia. Após esse período, a bicicleta é retirada e guardada por 30 dias antes de ser doada ao Fundo de Solidariedade. Conheça as regras completas no site ou em cartaz no local.
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NOSSO CLUBE
PRIMEIROS CONTATOS OFICIAIS Um dos primeiros compromissos de Márcio França como governador do Estado de São Paulo foi um almoço oucos dias após assumir o governo do Estado, Márcio França na Hebraica com encontrou-se duas vezes com a liderança judaica. A primeilíderes comunitários ra no Palácio dos Bandeirantes e a segunda em um almoço na
P
Hebraica, com a presença de representantes da Fisesp, Unibes, Fundo Comunitário, de alguns empresários como o fundador da construtora Cyrela, Elie Horn, e Gaby Milevsky, Fernando Rosenthal e Daniel Leon Bialski, representando a Hebraica. Terminado o almoço, o presidente da Hebraica, Daniel Bialski comentou com os repórteres: “O governador mostrou que além de ser uma pessoa extremamente preparada para o cargo que está exercendo, mantém São Paulo em boas mãos. Hoje, ele se mostrou amigo da comunidade, preocupado com os problemas de segurança e foi muito receptivo”. Márcio França, por sua vez, apreciou muito mais do que o cardápio kasher servido no almoço. “Tratamos de vários assuntos, como economia e o desenvolvimento do Estado de São Paulo. A comunidade judaica está acostumada a ajudar o Estado de São Paulo na área social, e também falamos a respeito de assuntos internacionais. Hoje encontrei amigos que não via há algum tempo, empreendedores de diferentes setores, então a conversa foi bastante variada”, relatou. Sobre o futuro, França se mostrou otimista. “A comunidade judaica pode nos ajudar de diversas formas, especialmente em algo que faz bem, que é empreender, mas hoje tratamos das entidades sociais gerenciadas pela comunidade, que podem ter seus serviços ampliados já que possuem know how para tal”. 12
DOIS TEATROS EXCELENTES Único clube com dois teatros, com 250 e 570 lugares, a Hebraica é uma das melhores opções para sediar eventos corporativos
I
nformação é o diferencial que garante o sucesso de campanhas e empresas em diferentes setores. É comum promoverem ações periódicas entre seus colaboradores e clientes para lhes oferecer oportunidades de desenvolvimento e compartilhamento de novas técnicas, aumentando a eficiência do seu trabalho. Os teatros Arthur Rubinstein
e Anne Frank possuem todas as características para garantirem o sucesso de palestras, congressos e cursos para o aprimoramento de técnicas específicas. Pelos palcos desses teatros já passaram cientistas, especialistas em comunicação de massa, empreendedores de sucesso que deram seu recado diante de plateias lotadas. Além dos palcos e plateia projetados por especialistas, os teatros oferecem acessibilidade, excelente acústica , além de equipamentos e instalações atualizadas e de acordo com as normas de segurança. Os teatros podem ser combinados com outros salões e salas multiuso para o aprofundamento dos trabalhos em grupos menores. Maiores informações e reservas de espaços, pelo telefones 3818.8931/8814 ou pelo e-mail locação@hebraica.org.br 13
CAPA
Conheça as vantagens de ser Sóciomax Numa iniciativa inédita, o clube lançou um programa que oferece descontos em produtos desde sapatos a cursos universitários POR Magali Boguchwal
Sheila Bazilewski Schepselevitz e sua filha Paula concordaram em participar da campanha do programa Sóciomax, que reúne produtos para todas as gerações
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A
maioria dos sócios já aderiu às facilidades oferecidas pela Internet. Troca mensagens instantâneas, envia e publica fotos que “viralizam” em segundos, controla a conta bancária, visita museus do outro lado do mundo. Agora, o sócio da Hebraica vai aproveitar descontos em compras on-line e em lojas físicas, obtendo vantajosos benefícios. “Essa inovação coloca a Hebraica novamente na vanguarda. Estamos trazendo benefícios para nosso associado apenas por estar vinculado ao clube, sem qualquer ônus ou obrigação. Esperamos conseguir ainda mais para melhorar a vida de toda nossa comunidade”, afirma o presidente Daniel Bialski, sobre o programa Sóciomax. Para Gaby Milevsky, o lançamento do programa Sóciomax acrescenta algo de contemporâneo à relação do sócio com a instituição. “Houve um tempo em que, além de usufruir dos serviços do clube, o sócio era também parte de uma narrativa coletiva. Escrevia, diariamente, a história de uma comunidade. O valor de ser sócio era pessoal e também o fortalecimento da comunidade judaica de São Paulo. Mas, hoje, nesta era pós-moderna que vivemos, as pessoas estão mais sensíveis a alguns apelos que nos propiciem benefícios. Então decidimos estruturar uma proposta que atenda aqueles que buscam um valor agregado adicional à sua condição de sócio”, relata. “Sinto-me pessoalmente realizado com o lançamento do Sóciomax, porque trabalhamos muito para chegar a esse resultado e nosso objetivo principal é que o sócio perceba que, além de um ambiente familiar aqui na Hebraica, ele opta em aderir ou não, mas sempre terá esse benefício direto, ou seja, descontos em um leque de estabelecimentos por meio de uma parceria que firmamos com a empresa de tecnologia Convênia. Basta acessar o site do clube. Sem contrapartidas de nenhuma espécie”, garante.
ENTRE NO PORTAL DO ASSOCIADO EM hebraica.org.br
ACESSE COM O SEU LOGIN E SENHA
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A adesão ao programa é bem simples. “O número do título e uma senha no portal do associado bastarão para garantir ao sócio o acesso a uma plataforma de descontos negociados com mais de 500 parceiros. Os descontos podem chegar até 60% e estão previstas promoções inéditas a cada mês”, comenta a gerente de Marketing do clube, Ana Messano. O Sóciomax foi lançado em meados do mês passado com ações promocionais para despertar o interesse das famílias que passeavam nos finais de semana pelo clube. Nos folhetos a descrição dos passos necessários para um sócio participar do programa. É assim: uma vez acessada a página oficial do clube (hebraica.org.br), basta entrar no portal do associado. Caso o usuário nunca tenha acessado o portal, deverá preencher o cadastro, o que é muito rápido. Em seguida, o número de sócio e a senha e um clique no botão Sóciomax levam o interessado para a página exclusiva com diferentes categorias de produtos, empresas e serviços e os descontos em destaque. 15
CAPA
Os sócios já conhecem muitos programas de fidelidade. “Como viajo com frequência, aproveito os programas de companhias aéreas, acumulo pontos e troco por produtos. Também consulto preços em hotéis, faço cotação de passagens e outros”, comentou a psicanalista Zeila Sliosbergas, também diretora voluntária da Associação Beneficente e Cultural B´nai Brith. “Acho a ideia do novo programa de fidelidade Sóciomax muito boa e acredito que muita gente vai gostar de obter descontos em lojas e serviços”, completou ao ser informada a respeito da iniciativa, alguns dias antes do lançamento ao público. O engenheiro Sami Fidel se considera um usuário frequente dos equipamentos eletrônicos e das facilidades da Internet. “Uma vez que oferecem um programa de fidelidade e soubermos usá-lo com inteligência, ele se torna uma vantagem. Acho muito válida a perspectiva de um Programa de Fidelidade na Hebraica porque aproxima mais os sócios e aumenta a satisfação deles ao pensar no clube”, comentou Fidel, enquanto lanchava com a mulher Helena e a filha. Entre as empresas que fazem parte da plataforma de descontos oferecidas pelo Sóciomax estão Fast Shop, Natura, Sony, Netshoes e outras marcas que representam qualidade e inovação. “Quando começamos a esboçar o Sóciomax, pesquisamos várias opções no mercado e decidimos por aquelas que respondem ao estilo de vida do sócio, que viaja bastante, lê muito e está em dia com as novidades do mercado. Para ele, é preciso abrir possibilidades de escolha e manter um patamar de praticidade ao estabelecer o contato dele com as empresas”, descreve Ana Messano. Apesar de se valer da plataforma digital, o Sóciomax não trabalha exclusivamente 16
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A Hebraica e a Convênia, empresa de tecnologia que desenvolveu a plataforma que serve de base para o Programa Sóciomax, têm pelo menos dois pontos em comum: a preocupação em atender um público exigente e a busca por inovação e praticidade. Na entrevista a seguir, Rodrigo Silveira, sócio da Convênia, desfez um pouco do mistério que ronda os programas de fidelidade existentes no mercado. Originalmente a Convênia é uma empresa voltada para a administração de Recursos Humanos. O que inspirou a criação da plataforma utilizada pelo Sóciomax? Nossas soluções ajudam os departamentos de recursos humanos das empresas a melhor administrar seus funcionários e a ofertar os melhores benefícios de forma simples, on-line e com uma experiência de uso única. O clube é uma solução que atende a milhares de funcionários de empresas que exigem um benefício diferenciado. O desenvolvimento da plataforma para benefícios em forma de descontos exigiu algum tipo de pesquisa? O que ela revelou? Houve pesquisa, sim, mas o mais importante foram as interações constantes com os clientes e usuários, que se mantêm até hoje. O feedback é importante para que o produto esteja sempre agregando valor. O que atrai mais o público em relação a utilizar um programa como o Sóciomax: a facilidade em adquirir algo com apenas alguns cliques ou os descontos oferecidos pelas empresas parceiras? Varia segundo os diferentes perfis de consumidor. Temos aqueles que compram por impulso e, nesse caso, o desconto determina a compra, como um tênis, etc. E há aqueles que se planejam, pesquisam e buscam as melhores condições em produtos, como utensílios domésticos, eletrodomésticos, móveis, etc. E existem as compras recorrentes, como seguros, cinema, teatro e parques que sempre acontecem e derivam de um outro tipo de estímulo. Qual é o perfil dos consumidores que acessam uma plataforma de descontos? Hoje o perfil que mais acessa a plataforma é formado de homens e mulheres na faixa de 35 - 59 anos, ensino superior completo e que buscam principalmente descontos em compras, lazer e educação. Esses são os usuários recorrentes e que sempre buscariam no Sóciomax novidades do mercado.
com o comércio on-line. Os descontos são concedidos ao sócio por meio de vouchers ou pela carteira de sócio, conforme as instruções publicadas na página do programa. Um grande diferencial é o fato de o Sóciomax oferecer descontos em cursos e universidades, pois é essencial adquirir e reciclar o conhecimento.
EXPERIÊNCIA VENCEDORA Para viabilizar o Sóciomax, o clube firmou parceria com a Convenia, uma empresa de tecnologia, que desenvolveu uma plataforma de benefícios voltada a princípio para os colaboradores de grandes empresas e que pode facilmente ser adaptada às necessidades de sócios de clubes esportivos e culturais como a Hebraica, por exemplo. Antes de oferecer a solução para a Hebraica, ela foi bem sucedida em relação aos sócios da Associação Chapecoense de Futebol, em Santa Catarina, e o Fluminense Football Club, do Rio de Janeiro. “É uma parceria muito importante para a Convenia, já que a Hebraica é um clube reconhecido e admirado. E, para nós, construir um case de sucesso e impactar uma população formadora de opinião são prioridades e acreditamos que conquistaremos isso por meio do programa Sóciomax”, afirma Rodrigo Silveira, sócio da Convênia. A Diretoria da Hebraica faz a mesma aposta no alto grau de exigência dos associados em sua satisfação a partir do momento em que se cadastrarem no site da Hebraica e fizerem do acesso à página do Sóciomax um hábito tão comum quanto frequentar o clube. “Ser sócio da Hebraica agrega valor à sua vida comunitária em São Paulo e no Brasil. Esse valor aumenta se você for parte dessa nova história a ser escrita com este programa de benefícios que veio para durar”, conclui Gaby Milevsky. 17
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CONFIRA A LISTA COMPLETA DE PARCEIROS EM HEBRAICA.ORG.BR A lista de parceiros poderá sofrer alteração a cada mês. Veja sempre o regulamento e a lista de parceiros atualizada no site www.hebraica.org.br. Dúvidas referentes ao acesso no portal do associado ou às regras do programa, ligue 3818 8888.
ENTREVISTA
POR Magali Boguchwal
UMA ISRAEL DE TODOS OS JUDEUS Halutz lutou por Israel e agora luta pelos soldados feridos e incapacitados 20
O
piloto e ex-chefe do Estado Maior do Exército de Israel, Dan Halutz, e mais três músicos estiveram em São Paulo para um encontro com a comunidade judaica no Teatro Arthur Rubinstein. O objetivo foi divulgar a campanha em favor da ONG Beit Hanochem, que apoia soldados feridos em combate e que ficaram incapacitados. Ele concedeu a seguinte entrevista minutos antes do início do evento e na véspera de os Estados Unidos desembarcarem do acordo nuclear com o Irã.
QUAL O PESO DE REPRESENTAR ISRAEL NA DIÁSPORA? Para mim, o fato de vivermos em Israel não significa que somos apenas israelenses. Primeiro, somos judeus, e isso quer dizer que o estabelecimento de Israel foi feito para servir a todos os judeus do mundo. Quando visito outras comunidades fora de Israel, apesar da diferença de idiomas, eu me sinto, em geral, como se estivesse em casa. Porque posso falar, rezar em hebraico e sei que estou entre irmãos. Algumas pessoas me perguntam sobre a Diáspora e me é difícil entender a questão, pois se trata somente de judeus vivendo em outras cidades. Creio no conceito da Grande Israel, que comporta o Estado e também as cidades onde existem comunidades judaicas.
NAS VISITAS ÀS COMUNIDADES JUDAICAS FORA DE ISRAEL, QUAL A QUESTÃO MAIS COMUM QUE SE COLOCA PARA O SENHOR? Geralmente me perguntam se vai haver uma guerra? E eu respondo, não. É seguro viver em Israel? Respondo, sim. É mais seguro do que morar no Rio de Janeiro ou em algumas regiões de São Paulo, por exemplo. Ocasionalmente, temos que lutar, nos defender e fazendo isso estamos fortalecendo as comunidades na Diáspora, porque um Israel forte implica em ishuvim fortes e vice-versa. A razão da relação permanente entre as comunidades judaicas e Israel não é cotidiana. Nós temos que manter as comunidades judaicas no mundo conectadas a Israel. Algumas vezes, cometemos erros em relação aos judeus reformistas, conservativos, ortodoxos. Temos que ser muito cuidadosos. Não afastar ninguém do judaísmo porque não estamos prontos para aceitar diferentes formas de ver. Temos que ser mais liberais em nossas aproximações do judaísmo.
COMO EXPLICA O FATO DE MÚSICOS DO EXÉRCITO DE ISRAEL VIAJAREM E SE APRESENTAREM NO EXTERIOR?
Geralmente me perguntam se vai haver uma guerra? E EU RESPONDO, NÃO. É seguro viver em Israel? RESPONDO, SIM. É mais seguro do que morar no Rio de Janeiro ou algumas regiões de São Paulo, por exemplo.
O Exército existe para prevenir a guerra. Se acontece, e para vencê-la, o Exército é como outra pequena sociedade ou empresa. Você precisa da equipe de manutenção, do setor de administração e daqueles que promovem o entretenimento. As bandas militares têm um papel muito importante em tempos de guerra. Elas viajam até o front e oferecem alguns minutos de conforto, alegria aos soldados que estão lutando. Civis não são autorizados a se aproximar desses pontos. Apenas militares mais velhos ou cantores podem exercer essa tarefa. Claro que em tempos de guerra nós recrutamos artistas para entreter os soldados, mas é papel do Exército manter todos os tipos de talentos e atender a todas as necessidades daqueles que estão nas zonas de guerra.
COMO DEFINE A SITUAÇÃO ATUAL, ESPECIALMENTE EM RELAÇÃO À QUESTÃO NUCLEAR IRANIANA? Até hoje à tarde, os Estados Unidos eram parte do acordo nuclear com a União Europeia e o Irã. O presidente Donald Trump decidiu sair desse acordo, e isso é muito interessante do ponto de vista lógico, pois coloca o Irã em uma certa confusão, afinal o Irã assinou o acordo com 7 entidades: Russia, China, Grã Bretanha, França, Alemanha, Estados Unidos e Nações Unidas. A saída de Trump do acordo não significa que o acordo deixa de existir porque há outros signatários. Agora o Irã vai pensar no que fará. Se sair do acordo, humilha Rússia, China, Alemanha, etc. Agora todos terão que agir cuidadosamente. A curto prazo, isso aumenta a tensão. Se alguém perguntar se há chance de o Irã tentar atacar algo em Israel, 21
ENTREVISTA
direi que sim, há possibilidade. Será um risco para Israel no futuro? Não. Israel é forte o suficiente na região, e podemos lidar com uma eventual ação do Irã no Oriente Médio.
EM SUA OPINIÃO, QUAL FOI A MELHOR IDEIA OU ACONTECIMENTO NESTES 70 ANOS DE INDEPENDÊNCIA DE ISRAEL? A coragem do primeiro-ministro Ben Gurion em declarar a Independência de Israel. Nos dias atuais, a mídia não teria permitido que ele o fizesse. Acredito que este é o milagre. Ele assumiu o risco – o maior de todos que um líder já assumiu em Israel. Declarar a Independência e ir contra a opinião de muitos amigos. Sem a garantia de que as Nações Unidas aprovariam e ele tinha certeza de que haveria um ataque no dia seguinte, por todos os vizinhos, mas ele acreditava profundamente que era possível. Essa foi a primeira. A segunda decisão foi trazer a Israel os judeus russos. Porque, apesar de resolvermos muitos problemas para eles, nós contribuímos para o judaísmo em Israel. É algo que não se comenta sempre, mas 1 milhão de imigrantes judeus que vieram em um período curto de tempo alteraram todos os riscos demográficos que alguém um dia pensou que sofreríamos como nação. E um terceiro ponto foi a Guerra dos 22
Nota da repórter No dia seguinte ao show, o Irã lançou, a partir de bases militares instaladas na Síria, 20 mísseis contra as Colínas do Golan. Em resposta, Israel bombardeou essas instalações e depósitos de munições iranianos. Como se nada tivesse acontecido, Halutz e os músicos israelenses seguiram para Buenos Aires, o próximo compromisso na turnê pela América Latina.
Seis Dias, em 1967, que representou um grande salto na posição estratégica de Israel, no respeito do Estado como um país preparado para lutar e vencer todos os adversários à nossa volta. E a Guerra de 67 iniciou a estrutura política em Israel, porque o fato de o sonho de voltar a orar diante do Muro das Lamentações em Jerusalém foi extraordinário e podemos dizer que alguns dos problemas que enfrentamos hoje se devem a essa mesma alegria, a esse sonho realizado.
É SUA PRIMEIRA VISITA AO BRASIL? É a primeira vez que venho ao Brasil. Estou aproveitando muito. Estivemos em Curitiba, Rio de Janeiro e agora São Paulo. A receptividade das pessoas é inacreditável. E me espanta que o hebraico não é um idioma tão raro entre os integrantes da comunidade. Muitos falam, e mesmo os que não sabem procuram se comunicar conosco. Também estou extasiado em ver o alto nível da educação judaica nessas cidades que visitei. Vejo um centro como A Hebraica, por exemplo. Não há algo assim em Israel. Deveríamos construir locais parecidos para a comunidade judaica em Israel. Encontrei muita gente, e quase todos tinham alguém, amigo ou parente, vivendo em Israel.
Resp. Técnico: Dr. Gustavo Aguiar Campana - CREMESP 112181
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ACONTECE POR Tania Plapler Tarandach
Anitta no Centro Cívico da Hebraica Fenômeno nacional, no topo das paradas de sucesso, com repercussão internacional, Anitta fará um show no Centro Cívico, dia 15, às 22h. Para essa noite na Hebraica, Anitta prepara uma apresentação que vai agradar seus fãs de todas as idades. Desde o lançamento de sua música “Show das Poderosas”, em 2013, o nome Anitta cresce vertiginosamente em todas as mídias. São mais de 4,9 milhões de seguidores no canal do YouTube, acumulando 1,6 bilhão de views; 13 milhões de curtidas no Facebook e 4
Como anda a literatura judaica no Brasil
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milhões de seguidores no Twitter. “Paradinha”, seu hit solo mais recente, em espanhol, passa de 70 milhões de visualizações e marcou a estreia dela no mercado fonográfico internacional. O número de premiações desde o primeiro, da Associação Paulista de Críticos de Arte, chegou à consagração em 2015, como melhor artista latina, pelo Europe Music Awards-EMA. A revista norte-americana Forbes comparou a artista brasileira a Shakira e a VIP a elegeu “a mulher mais sexy do mundo”.
Para informações contate a Central de Atendimento.
Para quem não sabe, muitos são os não judeus que se interessam pela literatura judaica. Teses, livros, palestras são frequentes, de estudiosos que leem, estudam e escrevem sobre esse tema, principalmente aqueles ligados ao Centro de Estudos Judaicos da USP. Pois o próximo Aonde Vamos? será sobre Rumos da literatura judaica brasileira. Marranos no século 21. E a convidada para essa tarde é Luize Valente, com a mediação de Vivian Schlesinger. O encontro será na Plenária, dia 30, às 16h30. A carioca Luize Valente, de ascendência portuguesa e alemã, é escritora e documentarista. Seu primeiro livro, O Segredo do Oratório, editado pela Record em 2012, teve lançamento também na Holanda. O mais recente, Sonata em Auschwitz, lançado pela mesma editora em 2017, também teve êxito em Portugal. Luize é conhecida pelo livro Israel Rotas e Raízes, escrito em 2002 com Elaine Eiger, e pelo documentário A Estrela Oculta do Sertão de 2005, citado até hoje quando se fala dos cristãos-novos.
A Arte em várias opções Diferentes expressões da esperança Dias 23 e 24 de junho, às 21h e 16h respectivamente, o Centro de Dança apresenta Hatikvá, o show produzido pelo Centro de Danças com a participação dos coreógrafos e dançarinos dos grupos de dança do clube. “De fato, são dois shows diversos em que abordamos a esperança (Hatikvá) tanto no sentido amplo, como no sentido que lhe dá a tradição judaica”, afirma a coordenadora do Centro de Danças, Nathalia Benadiba. Durante o primeiro semestre, os ensaios dos dançarinos dos grupos Parparim, Kalanit, Shalom, Hakotzrim e Carmel incluíram muito mais do que técnica de dança e sequências de passos. Os coreógrafos trabalharam com eles o conteúdo judaico inserido em cada dança, aprofundaram sua ligação com o Estado de Israel e inspiraram o amor ao folclore por meio de atividades especiais, como apresentações externas e acontonamentos no clube. Como resultado, os dois shows resultam de um trabalho conjunto desde as ideias iniciais, textos, recursos audiovisuais e a decoração do teatro. Com a aproximação do show, aumenta nas lehakot a esperança (Hatikvá) de encantar o público e com ele partilhar o amor pelo folclore judaico. Ingressos à venda na Central de Atendimento (Tel: 3818-8800)
A partir de 2 de junho, a Galeria de Artes traz a exposição “4 Contemporâneos”. Marcos Rizzoli, Norberto Stori, Regina Lara e Teresa Almeida trazem sua criatividade para quem aprecia a pintura contemporânea, grande revolução surgida na Europa pouco antes da Primeira Guerra Mundial. Sem limites, vale para leigos e conhecedores, daí o interesse. Os quatro artistas estarão presentes dia 23, às 11h, no “Bate-papo com o Artista”, ponto de encontro para troca de ideias, explicações e vivências de quem expõe para quem gosta de arte.
CJNews número 900 Uma publicação escrita por Maurício Mindrisz e David Rosenberg Krausz, ilustrada por Rúben Castro e editada pelo Departamento de Cultura Judaica de A Hebraica chegou ao número 900 mês passado. Simples, 4 páginas, em papel ou online, o CJNews sai todas as sextasfeiras. Quem participa das rezas na Sinagoga do Clube acompanha a parashá semanal e sabe quem dirigirá as rezas, quem fará barmiztvá ou a menina que receberá seu nome durante o serviço de Shabat. Kol hacavod!
Férias com arte O Ateliê Hebraica foi o primeiro a divulgar sua colônia de férias prevista para o período entre 9 e 13 de julho das 14h30 às 17h30. A proposta do Ateliê é envolver crianças de 4 a 12 anos em atividades voltadas para trabalhos manuais como decoração de objetos usando técnicas de pintura, mosaico e outras. A cada dia, as crianças levam o objeto pronto para casa. O Clube oferece outras colônias de férias do Hebraikeinu, Machané Choref (acampamento de inverno) e Escola de Esportes. 25
ACONTECE
Um café para mulheres antenadas O próximo “Entre Amigas” promete. Pesquisadora, consultora estratégica, palestrante, educadora, cool hunter (caçadora de tendências), a especialista com quase duas décadas de experiência Sabina Deweik falará de “Os Novos Valores do Feminino”. Sabina: “Antigamente, a humanidade viveu calcada em valores masculinos: força, resultados a qualquer custo, competitividade, estratégia. Pesquisas recentes mostram sua decadência e surgem novos valores como intuição, empatia, colaboração, cocriação, flexibilidade, todos vindos do lado feminino. Passando pelas gerações pós-guerra, X, Y, nasce uma geração inspirada a trabalhar com propósito, inspirando novos valores para as gerações que vêm aí, como a geração Z, jovens de hoje, com uma consciência mais aberta à diversidade”. É disso que ela vai falar no Espaço Gourmet, dia 6, às 7h30, com um café da manhã. A palestra começa às 8h, e as inscrições (vagas limitadas) podem ser feitas na Central de Atendimento.
Mais uma aula com o chef Ruiz Esta é a última aula da série “Menu Mediterrâneo” pelo chef Joel Ruiz no Espaço Gourmet. Dia 26, às 19h, ele vai mostrar como se prepara um jantar completo de acordo com a cozinha que, dizem os entendidos, é uma das mais saudáveis do mundo. Polenta gratinada com gorgonzola e lombo de atum assado com molho de especiarias é o cardápio da noite, terminando com um pressé de chocolate e merengue com Baileys. Ou seja, o que há de mais fino e saboroso para contentar ao mais fino paladar. 26
Agenda para a Feliz Idade Junho começa com força. Dia 2, a Plenária recebe todos que gostam de Bingo e dos prêmios distribuídos. Já dia 7, às 14h30, na mesma Plenária, será realizado o Fórum Multidisciplinar da Saúde com especialistas como o cardiologista Manoel Carlos Beldi Castanho, a nutricionista Francisca Miriam Lacerda, a psicóloga Cláudia Nogueira, o educador físico Marcus Vinicius Toledo, a fisioterapeuta Letícia de Barros e a esteticista e consultora estética Daiane Oliveira. Aplicando as técnicas do SPA Sorocaba, um dos mais procurados quando preservar a saúde está em primeiro lugar. Sábado, 9, das 13h às 16h, haverá um Encontro de Corais na Unibes Cultural (rua Oscar Freire, 2.500) com a participação do Coral da Feliz Idade. Dia 14, às 14h30, o local do encontro será no Espaço Gourmet: Sushi com a Sakura e a culinarista Janete Campos. Ela vai ensinar receitas orientais, fáceis e saborosas. Sábado, 16, o encontro será na Esplanada, às 14h30, para uma tarde “Trabalhando com Flores”, preparada por Anita Rapoport. Dia 21, o grupo volta à Plenária para encontrar a doutora em Psicologia Clínica e Mestre em Gerontologia Dorli Kamhagi, muito querida pelos frequentadores do Feliz Idade. Dia 23, às 11h, é com o curador Olívio Guedes, na Galeria de Artes, para saber mais a respeito de “O que é Arte?”. Dia 28, às 14h30, a fonoaudióloga Mariângela Nigro Vanzin vai abordar, na Plenária, um tema importante: “Estou perdendo a audição. E agora?” Após um semestre intenso, chega o dia do Almoço de Despedida do Semestre: dia 30. Mais informações na Central de Atendimento.
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REGISTRO POR Magali Boguchwal
Com ingressos esgotados, a apresentação musical de um trio de soldados de Israel despertou interesse pela ONG que ajuda militares feridos
O
anúncio da única apresentação de um trio de músicos e soldados, seguida por uma conversa com o ex- chefe do Estado Maior do Exército de Israel major Dan Halutz, disparou uma corrida pelos ingressos, que se esgotaram bem antes do show marcado no Teatro Arthur Rubinstein. Depois de visitar as comunidades judaicas de Curitiba e do Rio de Janeiro, o grupo desembarcou em São Paulo para divulgar o trabalho do Beit Hanochem, entidade que apoia e trabalha em favor dos soldados israelenses feridos nas guerras e incursões militares em território israelense e
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na vizinhança. “A receptividade foi enorme. Muita gente fala o hebraico e tem amigos ou famílias em Israel. Aqui em São Paulo, me sinto em casa. Só de ver um local como a Hebraica, desejo que a comunidade judaica em Israel tivesse lugares como esse”, elogiou o major Halutz. Ele se dirigiu à plateia lotada e em seguida passou o microfone aos jovens músicos Raz Shmueli (vencedora do programa The Voice Israel em 2012), Liron Lev e Shlomi Pint, que apresentaram canções atualmente sucesso entre o público adolescente em Israel.
No espaço de algumas semanas, a Juventude comemorou o Dia da Terra, Lag Baomer e o Dia das Mães com efetiva participação dos sócios LIÇÕ LI IÇÕ ÇÕES ÕES SOBR RE E A NA AT TU UR REZ E A A convite do Hebraica Adventure, a Organização Não Governamental – SOS Ambiental ministrou uma aula para o público infantil na Praça Carmel, marcando a passagem do Dia da Terra. Em frente do palco montado para a ocasião, a plateia vibrou sempre que o biólogo e educador Diego Sanchez apresentava um novo animal. As crianças aprenderam a diferenciar sapos de rãs, brincaram com camaleões e jacarés e cobras. O ponto alto da atividade foi posar para fotos com os animais.
LAG B LA BA AO OM ME ER R A comemoração de Lag Baomer do clube encerrou a agenda de festejos comunitários da festa. No final da tarde do domingo, quase não havia lugar para os sócios que chegavam a todo o momento para dançar e cantar em torno da Praça Jerusalém. Hebraica Adventure, Centro de Danças e Hebraikeinu se encarregaram de fazer o evento um sucesso.
AG A GEN END DA A CH HE EIA A Monitores e coordenadores do Hebraikeinu estiveram ocupados desde meados do abril, quando, em parceria com o Colégio Renascença, organizaram uma atividade especial na nova sede da escola, comemorando a Independência de Israel. “A equipe pedagógica do Renascença queria algo inédito, e por isso montamos uma gincana cultural e distribuímos um álbum de figurinhas com personagens, locais e fatos históricos a respeito de Israel. As crianças adoraram colar os cromos”, comenta um dos coordenadores do Centro Juvenil, Gabriel Scherer. Dias depois, chanichim e suas famílias participaram de um bingo especial que exigiu esforço combinado de pais e filhos para obter os brindes. Na semana seguinte, outra vez no Centro de Juventude, aconteceu o 3o Hebraited, com palestras com duração máxima de 20 minutos ministradas por ex-madrichim e ex-coordenadores, além do engenheiro Gilberto Sarfatti, da ONG Stand With Us, que falou a respeito da situação atual do conflito no Oriente Médio. Além desse tema, os jovens debateram questões como moradia, economia moderna, administração do tempo, todos propostos pelos chanichim e madrichim. “A ideia era fazer um evento em que os conhecimentos fossem transmitidos de jovem para jovem e foi isso que conseguimos”, afirmou Scherer. 29
COMUNIDADE POR Tania Plapler Tarandach
ISRAEL VENCE O EUROVISION 2018 A israelense Netta Barzilai venceu no voto popular o Eurovision 2018, com a canção “Toy”. Movimentos de boicote miraram a cantora, porém sem êxito, pois prevaleceu a vontade popular. Ao saber o resultado, a cantora vibrou gritando “Eu amo meu país!”. Ao voltar para Israel, ela e os músicos foram recebidos pelos fãs na Praça Rabin, uma das maiores da cidade. O mais popular concurso de canções na Europa, nesta 63a edição foi realizado em Lisboa pela primeira vez. Para ouvir a música premiada: https://eurovision. tv/event/lisbon-2018.
COLÉGIO RENASCENÇA EM NOVA CASA Da primeira sede do Gymnasio Hebraico-Brasileiro Renascença ao Colégio Renascença, agora na Barra Funda, se passaram 96 anos e mais de 20 mil alunos formados nos estudos tradicional e judaico. A nova sede, na Rua Inhaúma 315, onde era o estacionamento do Playcenter, tem 18 mil metros quadrados com salas de aula, ginásio poliesportivo, teatro, sinagoga, refeitório, além de extensa área verde. “Nossa escola, comunitária, tem compromisso com a excelência para formar cidadãos e líderes que fazem a diferença”, enfatizou o presidente Marcelo Kauffmann. O evento, realizado no Teatro, teve a presença do senador Cristovam Buarque, o cônsul geral de Israel em São Paulo Dori Goren, o deputado federal Floriano Pesaro e os 30
secretários municipais Alexandre Schneider, de Educação, e Daniel Annenberg, de Inovação e Tecnologia. Presentes, também, os presidentes Fernando Lottenberg, da Conib, e Luiz Kignel, da Fisesp, rabinos, representantes das entidades comunitárias e das escolas judaicas. O senador Buarque falou de sua segunda viagem a Israel e “dos pontos fundamentais para a formação do país, a austeridade, a polarização democrática e o amor aos livros”. E concluiu: “Façamos as escolas para todos e não teremos mais guerras como temos no mundo e no Rio de Janeiro”.
BOLSAS PARA ESTUDANTES LATINO-AMERICANOS Em Israel, 25 estudantes latino-americanos da Venezuela, Colômbia, México, Guatemala, Brasil, Uruguai e Argentina receberam bolsas oferecidas pelos amigos da Universidade Bar-Ilan. Esse projeto completa, este ano, uma década e ajudou mais de 400 alunos a concluir seus estudos, tornando-se excelentes profissionais.
GERENCIAMENTO DA RESPOSTA EM CATÁSTROFE Convidados brasileiros e estrangeiros de vasta experiência em resposta a desastres, administração de crises e ajuda humanitária participaram do IV Simpósio Internacional de Gerenciamento da Resposta em Catástrofes, realizado pela Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. Professores do Programa de Fellowship em Medicina de Desastre do Beth Israel Deaconess Medical Center, hospital escola da Harvard Medical School em Boston (EUA), trouxeram seus conhecimentos ao lado da equipe do Einstein, coordenada por Dov Smaletz, gerente de segurança, o ortopedista Fabio de Castro Jorge Racy e o fisioterapeuta Jefferson Mizutami. Mais os palestrantes major PM Marcos de Paula Barreto, subdiretor de Defesa Civil do Governo de São Paulo, o capitão de fragata Adriano Ferreira de Souza,
da Marinha, e o epidemiologista Wanderson Kleber de Oliveira, da Fundação Oswaldo Cruz. O evento foi encerrado com o IV Simulado Integrado de Resposta a Desastres da Cidade de São Paulo, unindo forças públicas e privadas em um exercício conjunto, no Estádio do Morumbi.
VOO DIRETO BRASIL-ISRAEL A partir de 12 de dezembro, a Latam vai ligar São Paulo a Tel Aviv por um voo direto de 13 horas e cinco minutos na ida e 15 horas e 15 minutos na volta, saindo às terças, quintas e domingos às 18h20 de Tel Aviv e chegando em Guarulhos às 5h35 do dia seguinte. Planejar essa viagem levou um ano, e a companhia conectará a América Latina a Israel, pois o voo sairá de Santiago (Chile) para Guarulhos (SP) e daqui para Tel Aviv. O equipamento é um Boeing 787, com capacidade de 271 assentos na Classe Econômica e 30, na Business, saindo às segundas, quartas e sábados às 23h, chegando em Israel às 16h05 do dia seguinte. A companhia prevê 70% de ocupação. As vendas já estão abertas, e a tarifa para janeiro de 2019 é de R$ 8.517,00 ida e volta.
KKL FORNECE ABRIGOS CONTRA BOMBAS Com os recentes acontecimentos no norte de Israel e a preocupação dos chefes do Conselho Regional das Colinas de Golan e do Conselho Local de Katsrin, o presidente do KKL, Danny Atar, entregou 70 abrigos antiaéreos portáteis para a região. “Declaramos nosso compromisso, principalmente em situações de emergência ou alertas de segurança, quando o KKL pode usar sua expertise para atender necessidades urgentes”, declarou Atar.
LANÇADA A BIOGRAFIA DE LÉVI-STRAUSS As Edições Sesc São Paulo lançaram a mais completa obra sobre Lévi-Strauss, de autoria
Depois de Gal Gadot, agora Shiri Maimon chega a Broadway. Após viver Evita em Tel Aviv, será Roxie Hart, em “Chicago”, segundo musical mais longevo nos EUA, já estrelado por Liza Minelli, por exemplo. Paulo Lustig é o dono do Café Piu Piu, que conserva muito da ideia original de seu pai, construtor da casa, que completa 35 anos na vida noturna paulistana. Correspondente da TV Record em Londres, André Tal arruma a mala para cobrir a Copa do Mundo, na Rússia. Rafael Kruchin mediou o debate “Israel e Palestina: Nacionalismo, Religião e Modernidade”, na Faculdade de Direito da USP. Ari Solon e Omar Thomaz, os debatedores. Um convite para trabalhar durante 20 dias e realizar uma obra na Uttarayan Art Foundation levou Norma Grinberg para Vadodara, na Índia. O resultado da experiência ficou exposto na Hearth Art Galery, na mesma cidade. Com 1.408 páginas, o livro Torá Viva chega à quinta edição. Tradução dos cinco livros de Moisés, baseado em fontes judaicas tradicionais, com anotações do rabino Aryeh Kaplan, comentários, mapas, tabelas, gravuras, bibliografia e índice remissivo. Editado pela Maayanot. Ciclo de Conferências “Caos e Rigidez: O que estamos fazendo pelo nosso futuro?” foi o evento organizado pelo médico Rubens Kignel na UNIP (Vergueiro), com workshops teóricos e vivenciais. Outros palestrantes: o psicanalista Gilberto Safra e os psicólogos franceses François Lewin e Christiane Lewin. Adriana Adler e Wilson Carnevalli criaram o Insight Ekilibra, novo canal de comunicação para apoiar organizações e prepará-las para novos ciclos e transições de crescimento e aperfeiçoamento da governança de forma integrada. 31
COMUNIDADE da historiadora francesa Emmanuelle Loyer. O antropólogo, professor e filósofo belga, nascido em uma família judia de origem alsaciana, viveu durante a Primeira Guerra Mundial com o avô materno, rabino da sinagoga de Versailles. Considerado o fundador da antropologia estruturalista, em meados dos anos 1950, ele revolucionou os estudos a respeito dos indígenas.
HOMENAGEM A UMA MULHER DE VALOR Uma placa com o nome de Myrian Mau Roth foi afixada na sede de Na’amat Pioneiras. Uma das maiores sionistas da comunidade, ela foi membro honorário do Congresso Sionista Mundial e representante da organização no Congresso Judaico Latino-Americano, Conib, Fisesp e Organização Sionista do Brasil e de São Paulo. Foi, também, presidente honorária de Na’amat Brasil. A homenagem, conduzida por Rosa Helena Roizen, do Grupo Lehitraot, teve a presença da família e de amigos. “Agradeço a linda homenagem em nome da nossa família. Aqui era a segunda casa da minha mãe e ficamos muito emocionados com as histórias que escutamos hoje”, disse Rubens Mau.
O ÍDICHE NOS DIAS ATUAIS Uma iniciativa da Conib, em parceria com a Casa do Povo e o Centro de Memória (CDM) do Museu Judaico de São Paulo resultou no evento “Iídiche no Século XXI”. Abordando o idioma vindo do Leste Europeu e disseminado pelas comunidades judaicas pelo mundo sob diversas panorâmicas, desde sua contribuição à formação de uma entidade até o humor típico e sua resistência identitária nos dias atuais. Entre os expositores apresentaram-se: Alejandro Dujovne, da Argentina, Vasco Moscovici da Cruz e Roberta Sundfeld (CDM), Lilian Starobinas (Casa do Povo), Sonia Kramer (PUC Rio), Nicole Borger e Alvaro Couto, Grupo Viver com Yiddish (Rio), Mirian Garfinkel, Sonia Goussinsky e Daniel Szafran, Leonardo Padovan, Daniel Tauszig e Tânia Grinberg (Trio Di Velt). 32
GRAFITE NA EMBAIXADA DE ISRAEL EM BRASÍLIA Foram os artistas brasilienses Daniel Toys, Mikael Omik, Camilla Siren e Pedro Sangeon que grafitaram o muro interno da Embaixada de Israel no Brasil inaugurado pelo embaixador Yossi Shelley, com a presença de autoridades políticas e religiosas e representantes das comunidades judaicas. Os quatro grafiteiros se reuniram na Embaixada, a convite da embaixatriz Dina Shelley, para compor os temas sugeridos: Jerusalém, camelos, deserto, frutas e a bandeira do Estado de Israel. Tudo transformado pelos fortes traços da arte urbana brasileira, revelando o diálogo e o conhecimento entre os dois países.
ESTENDER A MÃO AO PRÓXIMO Logo que o prédio no centro de São Paulo desabou e seus moradores acamparam no Largo do Paiçandu, o Ten Yad organizou uma força-tarefa e entregou marmitas, frutas e leite para as vítimas do incêndio. O Ten Yad, fundado em 1992, distribui mais de 700 toneladas de alimentos por ano e, desde 2010, entrega 450 kits de higiene, com nove itens.
PRÊMIO MARCO DA PAZ A Associação Comercial de São Paulo instituiu o Prêmio Marco da Paz, réplica de um monumento existente no Pátio do Colégio. Criado em forma de um arco com uma pomba e um sino, foi idealizado por Gaetano Brancati Luigi relembrando a sobrevivência do menino que, em Orsomarso, Itália, soube do fim da Segunda Guerra Mundial. Esse prêmio foi entregue ao sobrevivente da Shoá Júlio Gartner no final da palestra dada por Marcio Pitliuk, naquela Associação, com o tema “Comunicação e Propaganda Nazista”.
CONIB VAI AO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Fernando Lottenberg e Rony Vainzof, presidente e secretário da Conib, estiveram no Supremo Tribunal Federal para entregar aos onze ministros um memorando com entendimento a respeito do Recurso Extraordinário no 1.037.396, que discute a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014). Este exige prévia e específica ordem judicial de exclusão de conteúdo para a responsabilização civil de provedores de internet, websites e gestores de aplicativos de redes sociais por danos decorrentes de atos ilícitos praticados por terceiros. Após explicar os motivos, a Conib pede que a legislação não seja conivente e permita a adoção de mecanismos ágeis para tratamento de solicitações extrajudiciais de remoção de conteúdo, principalmente aqueles com discursos de ódio e mensagens discriminatórias.
Tsecha Szpigel tinha 14 anos quando a mãe dela a atirou fora do trem a caminho do campo de extermínio de Sobibor. Tsecha sobreviveu aos nazistas e seu neto, Fabio Kow, conta essa história no seu primeiro longa-metragem, “Tsé”. A pré-estreia, com casa lotada, foi no Cinemark do Pátio Higienópolis. Diretora teatral formada pela ECA/USP e facilitadora criativa, Melani Halpern propôs uma experiência inovadora para empresários e executivos no curso Stage Experience. No CUBO Itaú, mostrando como aprender estratégias para solucionar conflitos, entre outros temas. Jô Soares comemora 80 anos no palco. No elenco de “A Noite de 16 de Janeiro”, Tuna Dwek e Milton Levy. Em cada sessão 12 pessoas da plateia integram o “Conselho de Sentença”. Após o desfile da UMA no SPFW, Raquel e Roberto Davidowicz ofereceram um jantar vietnamita, homenageando a convidada Emma Ferrer, neta da atriz Audrey Hepburn. Também na SPFW, Samuel Cirnansck desfilou itens exclusivos do acervo da Swarovski para compor o styling desde camisetas até vestidos de gala. Maya (Itale, em hebraico) recebeu seu nome na Sinagoga do clube. Pelos pais, Paula e Guilherme Tabacof. E os avôs Patrícia e Eduardo Tabacof, Bette e Paulo Marins e os bisavós Sulamita e Boris Tabacof.
OS 95 ANOS DA CHEVRA KADISHA Ao iniciar as comemorações dos 95 anos de serviços à comunidade, a Associação Cemitério Israelita de São Paulo (Chevra Kadisha) reuniu rabinos, líderes comunitários, diretores e conselheiros na casa de Dina e Mauro Zaitz, presidente da instituição. A noite também homenageou Abrão Zweiman, responsável, há mais de 40 anos, pela orientação prática e religiosa relativa aos sepultamentos. Dias depois, o casal Frida e Abrão fez aliá.
Foi na Casa Tombada a palestra de Denis Plapler e Jason Gomes com o tema: “TDAH e Dislexia: desconstruir diagnósticos para despatologizar a infância”. Dessa vez, Mônica Guttmann escolheu o tema “Quem em mim escolhe meus caminhos? Quando em mim escolho meus caminhos?” para seu primeiro curso, em 2018, na Palas Athena. 33
ENTREVISTA
CLAUDIO LOTTENBERG, uma vida em comunidade Ele começou muito cedo, ainda no Departamento de Juventude da Hebraica. Logo surgiram o espírito inovador e a liderança Do alto dos mais importantes postos da comunidade que ocupou nos últimos vinte anos, o senhor teve uma visão privilegiada dela. O que percebeu na comunidade e no seu entorno? A Comunidade judaica é muito trabalhadora, coesa e perfeccionista, mas sobretudo munida dos melhores e mais genuínos valores. Em função disso, sempre questiona e deseja mais e melhor por parte de seus líderes mas sempre apoiada na Ética e na solidariedade. Muito embora compreenda que os tempos não permitam abrir mão de princípios, ela faz parte de uma comunidade maior que também se recicla e que acompanha os diferentes ciclos da economia e dos movimentos sociais. Portanto, é fundamental entender os momentos da comunidade dentro de uma conjuntura social mais ampla sabendo que alguns pontos que eram valorizados no passado podem ter percepção de valor diferente, de acordo com o momento que se vivencia. Algumas vezes consegue-se entender nitidamente essas mudanças, mas em outras não há tanta clareza, e esta dificuldade nem sempre permite linguagens adequadas para unir esta comunidade. Este raciocínio é válido em pontos sensíveis como assimilação, antissemitismo, casamentos mistos, assuntos que merecem atenção, mas sempre com linguagem contemporânea. A comunidade tem que entender estas mudanças preservando sua história e seus valores e quem sabe seja o ponto mais significativo que nos acompanha: sobreviver como um povo unido integrado dentro de uma sociedade maior há milênios e que nos tempos mais recentes soube incluir a relação com Israel de forma inegociável mesmo que com eventuais questionamentos. Fato é que nossa liderança vem sabendo equacionar algo que nos une, que é nossa identidade plena com o estado Judeu. Hoje uma ofensa a Israel é sentida por todos nós como uma expressão moderna do antissemitismo. 34
Ao fazer um balanço de sua atuação, aponte as principais características dela e no que ela mais se notabilizou. Acredito que os processos de liderança são feitos pautados por uma estrutura de governança estruturada, com suporte profissional e com planejamento. Nos postos que ocupei, sempre procurei trazer propostas apoiadas nessa maneira de trabalhar, enxergando sempre o papel estruturante acima da necessidade pontual compensatória. A comunidade reclama da falta de recursos materiais, mas não pode abrir mão de se organizar antes de buscá-los . O Einstein ganhou muito com isso e a CONIB também e em ambas instituições sempre mantive a visão dentro da necessidade estruturante associada ao compensatório, isto é, resolver o presente mas pensar o futuro de olho numa forma madura para o processo sucessório. Todos nós temos claro que nossas funções e nossas atividades têm caráter transitório, e a maior responsabilidade que temos é, não só a de deixar um legado daquilo que construímos, saber abrir espaço e construir um caminho para que novas pessoas com preparo, apaixonadas e com visao de futuro consigam exercer o papel de continuidade, renovando, inovando e mantendo os valores fundamentais de nossa tradição.
Sua carreira tem uma inequívoca vocação política e praticamente tudo que fez, no Hospital e fora dele, teve um sentido político. Por que, então, nunca se candidatou a algum cargo eletivo? A política não se exerce somente através de cargos públicos eletivos. Muito pelo contrário. Grandes pensadores, intelectuais, líderes de diversos segmentos da sociedade tiveram papel importante politico como formadores de opinião sem necessariamente ocupar cargos públicos eletivos e não eletivos. A propósito,
Defendo muito mais um candidato que tenha valores, do que aquele que eventualmente tenha um papel discursivo, abusivo e que não necessariamente respeite os valores fundamentais doss cidadãos e da sociedade coomoo um todo
políticas públicas não são consequência de pessoas que ocupam cargos públicos e muito menos cargos nominativos, mas são construídas com a participação principalmente da sociedade civil, e eu sempre estive presente dentro desse cenário. Assim o fiz quando presidia a confederação Israelita do Brasil, trabalhando arduamente contra aqueles que não respeitavam os ideais democráticos e a pluralidade, assim o fiz e continuo fazendo no cenário da saúde e, portanto, não acredito que alguém tenha que necessariamente se candidatar a um cargo político para seguir atuando na vida vida pública. Isso não afasta possibilidades futuras, e sou grande incentivador de um resgate de entrantes neste cenário mas até o presente momento eu me sinto absolutamente confortável e participante com a atuação que tenho dentro de uma vida política sem ser um político clássico ou tendo que ocupar algum cargo na estrutura de Estado.
Como a comunidade deve se posicionar e atuar nas próximas eleições presidenciais? Na sua opinião, as lideranças comunitárias devem organizar um ciclo de encontros
com os presidenciáveis numa eleição marcadamente imprevisível comparada às anteriores que acompanhou? A comunidade judaica sempre tratou com respeito a pluralidade dos seus próprios membros. Ela deve seguir atuando na busca de uma interlocução permanente e, independentemente de quem venha a ser candidato ou de quem venha a ocupar o cargo, de representatividade política. Temos que participar com zelo e respeito a posições individuais e sem estabelecimento de vínculos em nome de todos . Existem assuntos que são comuns aos interesses de todos nós, como por exemplo a aproximação com o Estado de Israel, as questões do respeito à diversidade e à tolerância, direitos humanos. Estes pontos devem ser debatidos permanentemente e defendidos, já que reproduzem uma identidade com os nossos valores. Aliás, acho que todos nós devemos ter essa linha de conduta, independentemente de quais inclinações partidárias ou preferências individuais. Elas são legitimas, mas não podem e não devem se misturar com os interesses da comunidade dentro de um contexto coletivo. 35
ENTREVISTA O que é mais importante para os judeus do Brasil: a posição de cada um destes candidatos em relação aos judeus do Brasil e tudo o que isso implica e significa (combate ao racismo, intolerância, antissemitismo, etc.) ou ser (o candidato) mais assertivo sem relação a Israel, aos palestinos e à solução para o conflito? Este é o tipo de questão que nos remete ao pensamento de quem gostamos mais: se do pai ou da mãe. Minha posição enquanto judeu é a posição do pluralismo e do respeito. Entendo que o bom candidato deve ser aquele que tenha fortes princípios e valores de natureza universal, aquele que respeite a diversidade, aquele que tem na tolerância um princípio comportamental, aquele que respeite os valores da democracia e da liberdade. Ao olharmos isso, nos identificamos plenamente com a nossa tradição, passando por tudo aquilo que fizemos ao longo da nossa história e nos remetendo às posições do Estado de Israel. A defesa intransigente pelo Estado de Israel é condição imprescindível nossa, mas a própria comunidade em alguns momentos se vê dividida, o que vejo como um fator negativo. Israel é uma defesa para o ideário democrático não só para nós e nem só para o Oriente Medio. Israel inspira , Israel motiva e o Brasil lamentavelmente tem se negado a reconhecer isto tomando posições desapontadoras, aproximando se de forma exagerada de regimes ditatoriais e assumindo uma mecânica condenatória a todo e qualquer movimento de Israel num automatismo que foge a qualquer lógica. Entretanto, não vejo ninguém negar a importância do cenário democrático em relação ao estado judeu e, portanto defendo muito mais um candidato que tenha valores do que aquele que eventualmente tenha um papel discursivo, abusivo e que não necessariamente respeite os valores fundamentais dos cidadãos e da sociedade como um todo.
Membro atuante da juventude da Hebraica, que lições tirou daí e o que a Hebraica lhe ensinou, ou mostrou para sua vida? A Hebraica foi minha primeira escola de liderança. Nasci dentro da Hebraica e lá fui criado. Frequento o clube desde criança e eu fui eleito o conselheiro mais jovem 36
de toda história da Hebraica naquela época. Ocupei o seu departamento de juventude e aprendi o exercício liderança para dentro e para fora da comunidade dentro da nossa Hebraica. Meu pai, Marcos Lottenberg, ativista desde sempre na comunidade, amava a Hebraica e me inspirou a participar, tendo sido membro de suas primeiras diretorias. A Hebraica foi ocupada e liderada por uma série de estadistas de nossa comunidade e foi neles que me inspirei, foi lá que aprendi as primeiras lições para ocupar os cargos dentro da nossa estrutura comunitária. Tenho muito orgulho de ver o trabalho que é desenvolvido dentro da Hebraica, tenho muito orgulho de ver o que as novas gerações têm trazido no sentido do comprometimento com os valores da educação. Orgulho-me quando vejo dentro da Hebraica uma escola de natureza judaica abrindo suas portas da formação do judaísmo associado à educação laica tradicional. Sinto muito orgulho do atual Presidente Daniel Bialski, um jovem dirigente que é apaixonado por nossa comunidade. Portanto, a Hebraica faz parte de minha escola de vida, tanto que durante todos esses anos nunca abri mão de fazer parte de seu conselho. Sinto-me privilegiado por ter tido uma participação desde muito jovem dos quadros hebraicanos. Poderia resgatar um pouco de cada Presidente e falar do legendário Leon Feffer, meu amigo, do decano Beirel Zukerman que foi quem nos trouxe nosso primeiro scheliach, do carismatico Naum Rotenberg ou do Marcos Arbaitman, que criou a escola de esportes mas também contar que foi lá que conheci Jack Terpins, que se transformou num grande amigo, honesto que é transparente e humilde e que me inspirou a respeitar a pluralidade e me abriu as portas para sucedê-lo na Confederação Israelita do Brasil.
ESPORTES POR Magali Boguchwal
Doze equipes de seis cidades disputaram os Campeonatos Interclubes
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Equipe Sub 13 de polo aquático do Sesi Ribeirão Preto disputou a partida final do Campeonato Brasileiro Interclubes Sub 13 de Polo Aquático contra os atletas a ABDA (Associação Bauruense de Desportos Aquáticos) e venceu por 5 a 3, um resultado apertado que surpreendeu o público na arquibancada lotada. Medalha de ouro em punho, os campeões receberam cumprimentos de todos os outros participantes: os cariocas do Fluminense Futebol Clube, Clube de Regatas Flamengo e Tijuca Tênis Clube se uniram aos santistas do Clube Internacional de Regatas (3o colocado), os vice-campeões da ABDA e da Sociedade Hípica de Bauru, aos atletas do Clube Jundiaiense, além dos paulistas do Paineiras do Morumby, Clube Atlético Paulistano e os anfitriões, da Hebraica. Como sede do evento,
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a Hebraica reservou a piscina semiolímpica e criou uma área de convivência para os atletas na Esplanada, além de ter organizado uma pizzada no feriado do dia 1o de maio à noite com música, imagens do campeonato e muitas oportunidades para os jogadores se integrarem na véspera dos jogos finais.
TORCIDA EDUCADA Fruto de um esforço conjunto entre o Comitê Brasileiro de Clubes, Confederação de Desportos Aquáticos e Polo Aquático Brasil (PAB), o Brasileiro Interclubes evidenciou o crescimento da modalidade, especialmente entre o público feminino com a inscrição de equipes mistas e até um torneio feminino disputado por quatro times: Paineiras do Morumby, Sesi Vila Leopoldina (única equipe formada apenas por meninas), ABDA
OS CAMPEONATOS BRASILEIROS SUB 13 E SUB 17 CONTARAM COM O APOIO DO COMITÊ BRASILEIRO DE CLUBES (CBC)
de Polo Aquático Sub 13 e Sub 17 nas piscinas do clube e Sociedade Hípica de Bauru. Segundo o coordenador de polo aquático do clube, Adriano Silva, a equipe da Hebraica contou com duas atletas, Julia Zwirn e Julia Fuchs. “Das cinco garotas que treinam nessa categoria, só duas competiram, mas eu e o técnico Ziggy Bogdan sonhamos em um dia formar uma equipe feminina”, comentou o coordenador de polo aquático. O CBC se responsabilizou pelo transporte e a hospedagem em São Paulo dos atletas de clubes de outras cidades. Adriano enfatizou o esforço da CBDA e da Hebraica em conscientizar os torcedores e, para isso, distribuiu folhetos entre os familiares e amigos dos jogadores contendo as principais regras do polo aquático e dicas a respeito de como fazer da torcida um incentivo aos times em disputa e que o ocorresse
dentro de um clima amigável. O ex-jogador de polo, André Fernandes aprovou a iniciativa. “O Sub 13 é a primeira categoria competitiva no polo aquático e muitos pais não conhecem a fundo a modalidade e suas regras específicas, que diferem, por exemplo, das do futebol. Então, talvez não saibam que é do jogo um atleta afundar o outro na água. Por isso, ao lerem o folheto, muitos pais deixaram de protestar e passaram só a incentivar seus times.” Ele é pai de dois filhos, Joaquim, atleta do Paineiras do Morumby, e João Pedro, que atua no time de polo do Barcelona. “Este é o terceiro brasileiro que meu Joaquim disputa na Hebraica e a cada jogo ele volta entusiasmado. Para garotos da idade dele, o tamanho e o formato da piscina são ideais, além do alto nível de organização do evento”, completou. 39
ESPORTES
UM BOM DESEMPENHO A Hebraica terminou o Campeonato Brasileiro Interclubes de Polo Aquático em 8o lugar. “Enfrentamos times ótimos como o de Bauru e do Sesi. Estou satisfeito em ver como os garotos lutaram até o último segundo mesmo com o placar desfavorável, como na partida contra a Sociedade Hípica de Bauru. Também fiquei feliz quando os árbitros elegeram o Nicholas Fuchs, o Ylan Psanquevitch e o Beni Milner como destaques em três partidas diferentes. Eles mereceram”, comentou Adriano. Para ele, os diferenciais do torneio foram a pizzada, que reuniu todos os times na Praça Carmel e as intervenções da equipe de nutrição da FMU que atua em parceria com a Hebraica. “A pizzada já é uma tradição do Brasileiro Sub 13, mas a gincana organizada pelas nutricionistas comandadas pela professora Mariana Lindemberg, que alertaram pais e atletas para a importância de uma boa hidratação e para a alimentação saudável foi uma novidade”, concluiu o coordenador.
Leonardo e Beni Milner se divertiram juntos, enquanto ampliavam o contato com as famílias dos clubes inscritos no Sub 13
Arquibancadas lotadas e palestra de Ricardo Azevedo
CLASSIFICAÇÃO
Sub 13 Sesi Ribeirão Preto
ABDA – Associação Bauruense de Desportos Aquáticos
Clube Internacional de Regatas (Santos) CLASSIFICAÇÃO
Sub 17 Associação Bauruense de Desportos Aquáticos
Sesi Ribeirão Preto
Clube de Regatas Flamengo 40
UM BANHO DE CULTURA E ESPORTE O Campeonato Brasileiro Interclubes Sub 17 de Polo Aquático foi disputado durante 4 dias na piscina olímpica com equipes masculinas e femininas de São Paulo, Rio de Janeiro, Ribeirão Preto, Bauru, Santos e Jundiai. “Todos elogiaram a organização e a receptividade do clube. Tivemos bom público na edição do Head Talks, no Teatro Anne Frank, com Ricardo Azevedo, coordenador de seleções da Confederação. No sábado, convidamos os jogadores, técnicos e suas famílias para uma sessão de cinema com o filme “A Odisséia de Jacques” depois dos jogos no Teatro Arthur Rubinstein”, comentou o diretor da modalidade, Carlos A. Finkelstein. No Sub 17, a Hebraica ficou em 10o, com uma campanha que agradou os técnicos Adriano Silva e Ziggy Bogdan. “Começamos com derrotas contra o Tijuca Tênis Clube, Paineiras do Morumby e vencemos o Clube Internacional de Regatas, de Santos e o Fluminense. Valeu como aprendizado”, comentou Silva.
A equipe competitiva de judô disputou a fase final do Campeonato Paulista de Judô classes sub 15 e sub 21 em Sertãozinho (SP) no último final de semana de abril, e João Claudio Cimurro e Maria Jasmim da Silva, da Classe sub 21, e Renato Costa R. dos Santos, da classe sub 15, conquistaram vagas na seleção paulista para o Campeonato Brasileiro de Judô sub 21 que acontecerá dias 18, 19 e 20 deste mês (junho) em Blumenau , Santa Catarina. No início de maio, os judocas do clube foram a Belo Horizonte para o Campeonato Brasileiro de Judô – Taça Brasil de Juniores (sub 21) , no qual
os jovens chegaram a travar 5 a 6 lutas diárias. Desse esforço, Maira Jasmim conquistou o 6o lugar no ranking nacional. Destaque também para Bruno Caetano, que foi 4o lugar, estreando em torneios de âmbito nacional. Enquanto os mais velhos representavam a Hebraica em Minas Gerais, 59 atletas participavam da 1a Copa de Judô do Clube Paineiras do Morumby, evento com cerca de 1.100 participantes do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. Com o esforço conjunto de sócios, militantes e alunos do Projeto Social, a Hebraica terminou o evento como vicecampeã na contagem geral de pontos.
AULA PARA O CHAVERIM Os integrantes do Grupo Chaverim passaram algumas horas no ginásio de Ginástica Artística com professores e técnicos da modalidade em uma aula recreativa. “Começamos com um pequeno aquecimento articular e em seguida propusemos ao pessoal um rodízio de habilidades, desafiando sua coordenação motora. Em seguida, realizamos atividades na trave, no trampolim acrobático e no tumbler track, estes últimos aparelhos específicos do trampolim acrobático. No final, todos receberam medalhas, mas o mais gratificante foi vê-los felizes, tentando se superar e perseverando nos exercícios”, relatou a coordenadora de ginástica artística, Rose Lamarca.
Intercâmbio de ginástica A rotina de treinos das ginastas do clube foi quebrada no início de maio, quando um grupo de 14 atletas participantes de um programa mantido pela Prefeitura de Ubatuba, no litoral paulista, esteve no clube para um intercâmbio. O encontro aconteceu no Ginásio de Ginástica Artística, e os dois grupos demonstraram exercícios e técnicas que podem beneficiar o treinamento recíproco.
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Os festivais de polo aquático, handebol, basquete e natação foram amostras de como os alunos da Escola de Esportes se saem bem como anfitriões
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lunos das escolinhas dos Clubes Jundiaiense e Paineiras do Morumby, do Sesi Leopoldina e Santo André participaram do 9o Festival de Polo Aquático realizado na manhã do sábado do terceiro final de semana de abril na piscina semiolímpica. O evento foi organizado de modo a simular um torneio oficial da modalidade, com tabela, preleção e até punição para faltas mais graves. “Só de observar o empenho das crianças em agarrar a bola dá para ver como o polo é um esporte apaixonante”, comentou o técnico do Sesi, Eduardo Bruno.
MÃO NA BOLA O Festival de Handebol, realizado no primeiro sábado de maio, foi concebido para despertar no público e nos participantes de 10 a 12 anos a paixão pela modalidade. Começou com um jogo amistoso entre os alunos do Colégio Rio Branco e da Hebraica. Em seguida, foi a vez dos atletas das equipes adulta e juvenil da Hebraica, que defendem as cores do clube em torneios oficiais e por isso são conhecidas como a Fúria Amarela, mobilizarem o público formado pelos alunos e suas famílias com uma demonstração de como atuam em quadra na disputa do Paulistão. Só depois do apito final, a quadra do Centro Cívico foi dividida em três para os alunos do Med Sport, Clube Paineiras do Morumby, 42
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Colégios São Luís, Metodista, Rio Branco e Liceu Jardim, uma escola de Santo André, na Grande São Paulo, mostrarem suas habilidades com a bola. Todos receberam medalhas, como lembrança desse dia especial. À tarde, mais uma etapa do Festival de Handebol, desta vez envolvendo jogadoras de 12 a 14 anos do Colégio Rio Branco, da Escola da Villa e da Hebraica. Um animado triangular com distribuição de medalhas para o 1o lugar (Hebraica), 2o lugar para o Clube Paineiras do Morumby e Escola da Villa, em terceiro. Enquanto alguns alunos estavam ocupados no Centro Cívico, outro grupo participava de mais uma fase da Liga Interna de Futebol Society.
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CESTINHAS NO POLIESPORTIVO Na manhã do mesmo sábado, a equipe de professores da Escola de Esportes se concentrou nas duas quadras do Poliesportivo, onde foi realizado o Festival de Basquete com participação das escolas de esportes do Paineiras do Morumby, Alphaville Tênis Clube e do Colégio Guilherme Dumont Vilares (GDV). Diante dos pais acomodados nas arquibancadas, os atletas mostraram seus melhores passes e as habilidades para atuar em grupo e merecer medalhas no final do evento. Domingo, os participantes do Festival de Natação chegaram cedo ao clube e se dirigiram à piscina coberta, onde uma equipe de professores da escola organizava as provas de acordo com a idade e o sexo dos atletas. Para o evento, foram convidadas as escolas Dinâmica, Stance Dual e São Luís e Clube Paineiras do Morumby. Uma onda de expectativa percorria a plateia a cada grupo de crianças que mergulhava e iniciava a travessia em estilo crawl ou costas e no momento em que os nadadores chagavam à borda eram recebidos com palmas. Em seguida, todos recebiam a medalha de participação, momento eternizado pelos pais em dezenas de fotos do seu minicampeão. 44
Um pouco do mundo judaico para você Ensaio
52 Os judeus e esta Declaração, tudo a ver
Israel
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Costumes e Tradições
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ISRAEL
VEM CHEGANDO O VERÃO Para os israelenses, significa muito mais que clima. Com energia renovada, correm ao encontro do sol lotando praias de gente e de lixo, mas também ganham ímpeto para tomar decisões que levam à criação de novos negócios, como o da Cannabis medicinal POR Miriam Sanger
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ma das maravilhas de se viver em um país com estações bem definidas – ou tanto quanto possível nessa era de mudanças climáticas – é perceber o impacto no comportamento da população. É o caso dos israelenses que, depois de meses sob baixas temperaturas e chuvas colossais, sentem a chegada do verão. Com dias mais longos e altas temperaturas, o israelense sai da toca onde passou o outono e o inverno e vai curtir a vida nas praias e parques, vazios desde outubro. Amantes da natureza, as famílias aprontam os equipamentos que inclui o “kit farofa”: garrafa térmica, pratos e talheres descartáveis, cadeiras e mesas portáteis, e se espalham pelo país juntando diversão e refeição. Também visitam lugares históricos e museus e em seguida usam o espaço público para piqueniques e churrascos, sem a menor cerimônia. Para o bem e para o mal, o israelense não é o povo mais ordeiro e silencioso do globo, do hemisfério e nem mesmo da região. Faz farofada sem culpa e deixa para trás um rastro de sujeira. Imagine o impacto desse mau comportamento neste verão lembrando o último feriado prolongado, de Pessach, no final de março: mais de 1,2 milhão de pessoas visitaram reservas naturais e deixaram 500 toneladas de lixo. No verão passado, apenas 47,4% das praias locais foram consideradas limpas, segundo relatório da Clean Coast Index, com base em pesquisas com os próprios israelenses. Diante de tal montanha de resíduos, o programa do governo israelense Clean Coast, não dá conta. O desperdício nas praias é quase igual ao das residências em que apenas 20% do seu lixo são reciclados, o menor índice dos países da OECD (Organization for Economic Cooperation and Development). São produzidas aqui 5,4 milhões de toneladas de lixo/ano, média de 1,7 quilo/dia por pessoa. Um número bem alto considerada a média europeia, de 1,3 quilo, embora melhor do que o pior exemplo mundial, os Estados Unidos, que
produzem 3,5 quilos por pessoa em média. O desperdício corta o coração: os israelenses jogam fora cerca de 14% dos alimentos comprados, o segundo maior desperdiçador na pesquisa da OECD. Na França, 6%. Consola o fato de que esse lixo todo pode inspirar para que as start-ups busquem soluções que transformem desperdício e sujeira em fontes de energia. Dois exemplos são a UBQ, que patenteou um processo que converte lixo residencial em plástico reutilizável, e a Home BioGas, que quer transformá-lo em gás de cozinha.
CHUVA, MORTE E CANNABIS Enquanto a tecnologia corre atrás do prejuízo, os efeitos do desrespeito humano à natureza em todo o mundo são sentidos no país, com chuvas diluvianas e fora de hora. Abril é historicamente um mês em que chove menos. Mas não foi assim neste 2018, com um resultado catastrófico: em um único evento, 10 jovens participantes de um programa pré-serviço militar (chamado de mechiná, preparatório) foram arrastados por um rio que se formou de repente pela chuva no deserto da Judeia, no sul do país. Esse evento não é incomum, pois o solo desértico de Israel é impermeável, e as mortes resultaram da irresponsabilidade dos coordenadores do programa. A tragédia teria sido evitada se tivessem ouvido o alerta da metereologia. Enfim, a catástrofe foi lamentada amargamente em todo o país como uma das mais terríveis de sua história. Tragédia anunciada de um lado, quebra de paradigmas por outro. Enquanto abril por muitos será lembrado como trágico, por outros será registrado como a entrada de Israel em um novo mundo dos negócios em razão da liberação da exportação de produtos e dispositivos médicos israelenses à base de Cannabis, a maconha medicinal. De há muito essa lei estava sendo aguardada por aqui e resultado do grande 49
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ISRAEL
esforço de empresários e companhias envolvidos há muito tempo nesse segmento, como o startupista e farmacêutico Saul Kaye (foto). Israel saiu na frente no estudo das propriedades medicinais da Cannabis ainda na década de 1960 e foi o primeiro país do mundo cujo governo destinou verbas para a pesquisa. Todo crédito ao cientista e professor israelense Raphael Mechoulam, da Universidade Hebraica de Jerusalém, que foi o pioneiro em isolar (e estudar) dois dos 130 canabinoides que compõem a planta, o THC (psicoativo) e o CBD (terapêutico). Mas ainda era cedo para prever o dia em que a Cannabis sairia da “roda dos drogaditos e entendidos” para entrar no mundo científico. O assunto ainda provoca muitas polêmica e resistência, mas as últimas décadas têm sido marcadas pela quebra de estigmas e paradigmas. Hoje, diferentes sociedades estão cada vez mais preparadas para aceitar que, muito além de suas propriedades alucinógenas (que não está presente em diversas medicações), a Cannabis pode ser utilizada com bons resultados em pacientes com autismo e epilepsia — entre eles, um grande percentual de crianças —, com doenças inflamatórias do sistema digestivo (a israelense Tikun Olam, pioneira desse segmento, recentemente conseguiu remissão total em caso de Síndrome de Crohn) e para alívio de pacientes com câncer e Aids, entre outras aplicações. As pesquisas avançam em várias direções e, em breve, serão lançados comercialmente produtos para tratar enxaqueca e demência. Essa indústria movimenta hoje US$ 20 bilhões em todo o mundo e previsão de até US$ 60 bilhões de dólares em dois anos. O universo high tech local, pródigo em Pesquisa e Desenvolvimento, só esperava a regulamentação das exportações, e assim oito companhias locais e mais as que aguardavam licença para começar a ex50
A AMPLIAÇÃO DESSE NOVO MERCADO VAI HABILITAR MAIS PROFISSIONAIS A PRESCREVER RECEITAS
portar – finalmente levarão seus produtos a farmácias em todos os lugares do mundo que já aprovaram a comercialização de remédios a base de Cannabis. A decisão da Knesset poderá gerar até US$ 4 bilhões de dólares de receita ao governo anualmente. O ministro da Economia de Israel, Moshe Kahlon, comemorou a nova lei. “A exportação de Cannabis medicinal fortalecerá a agricultura israelense em geral e a da região do Aravá em especial”, afirmou. A ampliação desse mercado também dará um empurrão no programa médico, pois habilitará a que novos profissionais possam prescrevê-la e aumentará a disponibilidade do produto nas farmácias. Atualmente, 29 estados americanos têm um programa médico oficial, assim como a Holanda; no Canadá, 250 mil pacientes têm acesso a medicamentos a base de Cannabis. Israel foi o terceiro país a implantar esse programa. O “planeta” israelense prossegue seu curso, às vezes agredindo a natureza, outras dominando ou sendo vencida por ela. Com chuvas de granizo em plena primavera, com paradigmas seculares sendo quebrados em pleno século 21 e sentindo-se jovem como nunca em 70 anos de existência recém-comemorados – e preparandose para mais um verão, que será inclemente nos próximos meses.
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ENSAIO
Assim como o sionismo, o movimento internacional pelos direitos humanos foi produto de judeus motivados pela necessidade de encontrar refĂşgio para o seu povo sitiado POR *Elliot Abrams 52
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uitas décadas de atividade sionista podem sugerir uma visão estreita da história política judaica moderna, segundo o historiador James Loeffler no livro Rooted Cosmopolitans: Jews and Human Rights in the Twentieth Century (Cosmopolitas Enraizados: Os judeus e os direitos humanos no século 20). Para Loeffler, o sionismo é só uma das respostas propostas para a “Questão Judaica”. Outras soluções imaginadas para proteger as comunidades judaicas nas primeiras décadas do século 20 foram o comunismo internacional, o bundismo, autonomia territorial ou o estabelecimento em outros lugares que não a terra de Israel e o movimento em defesa dos direitos humanos, especialmente os de grupos minoritários. Se seus direitos fundamentais fossem respeitados, os defensores desta última causa acreditavam que os judeus poderiam sobreviver e até florescer como minoria nacional ou religiosa na Europa. A luta entre sionismo e forças antissionistas antes da criação do Estado de Israel é uma história conhecida, e também eram sionistas alguns dos principais fundadores do movimento internacional pelos direitos humanos e dos teóricos do papel dos direitos humanos na lei internacional. Para proteger seus correligionários, consideraram o nacionalismo, a lei doméstica de direitos humanos, a lei internacional e o sionismo que, portanto, não era uma proposta excludente, pois “construir uma nação judaica caminha junto com a luta pelos direitos das minorias no exterior. Construir uma pátria judaica não invalidaria o status da minoria judia no exterior, mas sim serviria de salvaguarda”, segundo Loeffler. Isso prova outra concepção equivocada comum: de que a lei moderna dos direitos humanos surgiu depois da Segunda Guerra ou como reação ao genocídio nazista. Ela, de fato, apareceu muito antes em shtetls vivos da Europa Oriental, e como uma busca judia dos direitos da minoria em regiões fronteiriças da Europa devastadas após a Primeira Guerra. Havia interdependência profunda de direitos humanos e nacionalismo – incluindo o sionismo – com tanta frequência, negligenciada nos relatos do entreguerras. Uma ligação “negligenciada” que, no atual ambiente de generalizado antissionismo liberal, pode ser vista como retumbante contradição. Para resgatar essa “história desconhecida”, Loeffler relata as vidas cruzadas de cinco homens cujas biografias indicam duas histórias: a do papel dos judeus sionistas no nascimento do movimento internacional dos direitos humanos e, inevitável, mas contrariamente, a da ruptura entre esse movimento e o Estado de Israel. As vidas desses cinco homens, judeus ativos nas organizações judaicas, em atividades sionistas e na vida judaica religiosa e política entre o fim da Primeira Guerra e a fundação do Estado de Israel se cruzam, e até se tornam intimamente interligadas.
* Fellow sênior de Estudos do Oriente Médio no Conselho de Relações Exteriores. Escreve no blog Pressure Points.
Jacob Blaustein, nasceu em Baltimore em 1892, filho de um imigrante pobre lituano. Tornou-se magnata do petróleo, presidente do Comitê Judaico Americano (AJC), grande doador do Partido Democrata e, até a criação do Estado de Israel, antissionista. Blaustein “acreditava que os judeus precisavam se definir como fé religiosa apolítica, em vez de minoria nacional briguenta” – visão que orientaria o apoio da AJC ao movimento dos direitos civis e à luta contra a discriminação racial nos Estados Unidos. Para Blaustein, o papel do judeu na história era lutar pelos direitos civis e liberdade religiosa. Nada mais. 53
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Maurice Perlzweig nasceu na Galícia, criou-se em Londres e se tornou famoso rabino liberal. Era sionista ferrenho cuja boa-fé acadêmica, carisma pessoal e forte progressismo religioso cativaram proeminentes anglo-judeus. Apesar de seu sionismo, ele se envolveu em atividades diplomáticas e trabalhou com os funcionários da área de direitos humanos das Nações Unidas no esboço da Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Convenção contra o Genocídio.
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Peter Benenson, nascido Peter Solomon, em 1922, em uma rica família anglo-judaica, fundou a Anistia Internacional. O avô era amigo de Alexander Kerensky, líder de um partido não-marxista na Rússia e chefe do Governo Provisório em 1917, até fugir dos bolcheviques. A mãe, Flora Solomon, era conhecida ativista sionista em Londres e, em 1920, fundou a Women’s International Zionist Organization (WIZO). Também foi amante de Kerensky no exílio. Benenson se candidatou quatro vezes ao Parlamento, não se elegeu, mas viu a necessidade de “um movimento global com base somente no poder da opinião pública”, em vez de leis ou governos. O antissemitismo o fez mudar de nome ao prestar o serviço militar, pois “ser um Solomon era uma carga tão pesada pela qual não valia a pena lutar”. Mais tarde o próprio judaísmo lhe pareceu uma carga e se converteu ao catolicismo. A vida espiritual e política de Benenson estava entrelaçada. Então, a Anistia Internacional, uma ideia nascida da fuga da política judaica e da Guerra Fria para um reino mais puro de universalismo religioso católico foi uma atividade semirreligiosa, porque Benenson começou a pensar que o caminho da santidade viria por meio de um novo tipo de organização universal de direitos humanos: um grupo religioso desvinculado de qualquer credo, movido por uma campanha de justiça global que dispensasse a lei. Um movimento internacional que transcendesse a política.
Hersch Lauterpacht, nascido em um shtetl perto de Lvov (atual Lviv, na Ucrânia), em 1897, juntou-se a grupos de jovens sionistas, mudou-se para Londres, e lá, em 1924, ajudou a fundar a União Mundial de Estudantes Judeus. Aparece na foto de abertura da Universidade Hebraica de Jerusalém, em 1925. Misturando sionismo e atividade legal internacional, Lauterpacht escreveu “esboços da Declaração Internacional de Direitos e da Declaração de Independência de Israel”. Tornou-se professor na Universidade de Cambridge, que o homenageou com o Centro Lauterpacht para a Lei Internacional. Mais para o fim da vida foi nomeado juiz da Corte Internacional de Justiça em Haia. Nem por isso, no entanto, em 1947, quando se cogitou de ele representar o Reino Unido na nova Comissão das Nações Unidas sobre Direitos Humanos, o chefe do Departamento de Relações Exteriores disse: “Embora notável e diligente advogado internacional, o professor Lauterpacht é, afinal, um judeu recentemente chegado a Viena. O representante do governo de Sua Majestade sobre direitos humanos deve ser um inglês muito inglês, imbuído ao longo de sua vida e hereditariedade do sentido real dos direitos humanos como entendemos neste país”. Isto é, apesar de ter vivido 23 anos no Reino Unido e naturalizado há 15, “no final das contas”, Lauterpacht não foi o escolhido.
Jacob Robinson nasceu na Rússia, em 1889, e liderou o movimento pelo direito das minorias na Europa. Orador principal do Congresso das Minorias Nacionais Europeias, em 1925, Robinson foi nomeado, em 1927, membro do comitê executivo da Conferência Internacional para os Direitos das Minorias Judaicas, depois, em 1932, Congresso Judaico Mundial. Em todas as organizações, Robinson lutou, sempre em vão, para persuadir a Liga das Nações a intervir quando judeus e outras minorias estavam sendo perseguidas de acordo com o princípio da obrigação recíproca – “eu protejo sua minoria, você protege a minha” –, mas que degenerava para “eu bato nos meus judeus, você bate nos seus”. Robinson mudou para os Estados Unidos em 1940 e chefiou o recémcriado Instituto de Pesquisa para Assuntos Judaicos Contemporâneos do Congresso Judaico Mundial. Depois da guerra e personificando a ideia de que direitos humanos e sionismo eram dois lados da mesma luta para proteger os judeus, foi também principal advogado nas Nações Unidas e primeiro conselheiro da nascente Comissão das Nações Unidas para Direitos Humanos. Nos anos 1960, atuou na promotoria do julgamento de Eichmann e, ultrajado pelo livro Eichmann em Jerusalém, de Hanna Arendt, escreveu uma réplica refutando o que considerava erros e falsidades, com o título And the Crooked Shall be Made Straight (E o Torto Deve ser Endireitado). 55
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NIR BARKAT NO PARAÍSO
ISRAEL ENTRA NO GIRO D´ITALIA O Ministério do Turismo de Israel realizou uma proeza: trouxe para Jerusalém a primeira etapa de uma das três mais importantes competições ciclísticas mundiais, o Giro D´Italia. Esta é a primeira vez, em seus 101 anos de história, que a Volta da Itália começou em um país fora do continente europeu. Os 176 ciclistas mais importantes da atualidade estavam entusiasmados e foram recebidos calorosamente pelo público israelense, que lotou avenidas e estradas de passagem dos atletas. Eles, depois de largar e percorrer as ruas de Jerusalém, rodaram o trecho de Haifa a Tel Aviv e, em seguida, de Beer Sheva a Eilat. A corrida, com percurso total de 3.500 quilômetros, terá sido assistida por mais de 1 bilhão de espectadores no mundo. Essa iniciativa coroa a aproximação entre Itália e Israel, que têm ampliado seu relacionamento em turismo nos últimos anos. Em 2017, 108.000 italianos visitaram o país, o quarto maior contingente entre as nações europeias a desembarcar aqui. 58
O prefeito de Jerusalém Nir Barkat é, possivelmente, o mais feliz com a instalação da embaixada norte-americana em Jerusalém. A ponto de se fazer fotografar colocando uma das novas placas de sinalização da cidade. “Este não é um sonho – esta é a realidade”, postou no Twitter. Desde que Trump assumiu a presidência dos Estados Unidos, Barkat foi um dos principais porta-vozes da campanha pela concretização da mudança. O tema de seu discurso político dos últimos anos era de que a cidade é indivisível e a capital israelense, de fato e por direito. No entanto, os moradores do bairro de Arnona estão descontentes com a novidade e têm poucas chances de vencer as ações judiciais contra essa decisão. Resta-lhes apenas lidar com a presença constante de forças de segurança e a tensão que acompanham o vizinho indesejado.
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A VISITA DE ALIBABA
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu recebeu pessoalmente o empresário chinês Jack Ma em sua primeira visita a Israel. Ele merece a deferência: sua empresa, a Alibaba, anunciou recentemente planos de construir escritórios em Tel Aviv como parte de um investimento global de US$ 15 milhões em pesquisa e desenvolvimento. A gigante chinesa, que faturou US$ 160 bilhões em 2017, está acostumada a fazer negócios em Israel, após um exitoso histórico de compras e investimentos em diferentes start-ups locais. Para investidores israelenses, a visita de Ma representa o reconhecimento chinês da importância do ecossistema high tech israelense. O relacionamento entre os dois países cresceu exponencialmente na última década, visível nos números do comércio bilateral, que passou de US$ 50 milhões em 1992 para
US$ 11 bilhões em 2017, segundo o Ministério do Exterior de Israel. Para a fundadora e diretora-executiva do Centro Israel-Ásia, Rebecca Zeffert, “a visita de Ma tem o potencial de contribuir para o fortalecimento das relações entre os dois países, pois o empresário é não apenas um embaixador do mundo dos negócios chinês, mas também um dos líderes mais importantes e influentes do mundo”. Além de negócios milionários, Israel aparentemente está conquistando um importantíssimo garoto-propaganda. Ma afirmou: “Devo voltar para cá diversas vezes. Você não deve ler sobre Israel: deve vir para cá sentir e tocar o país”.
um aplicativo com vídeo, enquanto observa o monumento “Muro de Nomes”, nos quais foram agrupados 23.000 tijolos comemorativos, cada um com o nome e a data de morte de um soldado. A parede circular, em espiral, sobe em direção a uma abertura no teto. Por ali, a luz solar entra, antes de ser “filtrada” pelos tijolos.
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AOS 70 ANOS, UMA MISTURA DE ORGULHO E ANSIEDADE
A pesquisa realizada para o jornal Maariv pelo Instituto Panels Politics revelou que 83% da população israelense acreditam que Israel é um bom país para se viver e 73% acreditam que sua existência está de fato assegurada. O resultado também deixou evidente o receio do público em relação a novas guerras. Dos 587 entrevistados, 56% afirmaram estar muito orgulhosos do país e 15% responderam o contrário. A pesquisa indica que o nível de contentamento está de alguma forma ligado à faixa etária: 75% dos entrevistados jovens afirmaram que Israel é um bom país para se viver, comparados aos 95% daqueles na faixa dos 60 anos. Outro destaque foi o fato de o público religioso estar mais satisfeito do que o secular. Dos entrevistados, 18% acreditam que Israel sofre ameaça existencial e 52% afirmaram temer uma nova guerra em futuro próximo. As maiores ameaças apontadas foram o Irã, o Hamas e o Hezbollah (34%), seguidos do terror palestino (32%). O custo de vida e a desigualdade foram lembrados como problemas sérios em 32% das respostas, e a corrupção apareceu em 21%.
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IMPACTANTE MEMORIAL PARA SOLDADOS CAÍDOS
Acaba de ser aberto ao público o Memorial Hall of Israel`s Fallen, comovente e impactante homenagem a soldados israelenses mortos em serviço. O prédio fica no Monte Herzl, em Jerusalém. Do lado de fora, é impossível imaginar a obra de arte arquitetônica construída internamente, em forma de espiral. O visitante conhece as biografias dos combatentes a partir de
FOOD-TECH NA FRONTEIRA COM O LÍBANO Vem de longe a preocupação em incentivar a economia em pontos mais remotos do país na tentativa de estimular o desenvolvimento de periferias – e ainda há um longo trabalho a frente. Os olhos agora estão voltados para o norte de Israel, porque o governo vai destinar US$ 27 milhões para construir um instituto de pesquisa, um acelerador de start-ups e um hub para a microindústria na cidade de Kiryat Shimona, cidade colada a uma das fronteiras com o Líbano. O segmento, conhecido como food-tech ou tecnologia de alimentos, é uma das novas vedetes do universo high tech mundial. Parte da verba será alocada para construir o centro, e outra para incentivar a que start-ups e companhias iniciem operações ali. A iniciativa ganhou o nome de ii2020 e foi liderada pelo investidor israelense Erel Margalit, também fundador e presidente da companhia de venture capital Jerusalem Venture Partners (JVP). 59
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JERUSALÉM É DELA!
Pela segunda vez consecutiva, a maratonista Beatie Deutsch foi a primeira israelense a vencer a Maratona de Jerusalém. Detalhe: Beatie é ortodoxa, mãe de cinco crianças e em 2017 concluiu a Maratona enquanto grávida de sete meses. “Jerusalém de Ouro, você é minha”, comemorou a corredora em sua página no Instagram. Beatie corre com trajes modestos (mangas longas e saia abaixo do joelho) e a cabeça coberta. Quando terminou sua primeira maratona em 2016, brincou com amigos: para o futuro, seus dois desejos eram vencer a maratona e correr grávida. E os realizou nos últimos dois anos. Beatie tem um histórico como praticante de esportes, pois lutou tae-kwon-do durante a infância e a adolescência. “Aprendi que você pode cumprir tudo aquilo a que se propõe se acredita em si mesma e pede a ajuda de Deus”, postou a maratonista nas mídias sociais.
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CIDADE DE OURO À LA CARTE
Antes centro exclusivamente religioso, hoje ícone gastronômico – tudo indica que Jerusalém encontrou uma nova vocação, que passa longe do Muro das Lamentações ou das festas de bar-mitzvá. Rejuvenescida, transformou-se em caldeirão da gastronomia internacional e passa por intensa melhoria em acomodações e serviços. Isso resulta do investimento de metade dos US$ 310 milhões do orçamento nacional alocados para o turismo, ainda em 2016. Antes silenciosas, as sextas-feiras à noite agora estão repletas de jovens que não precisam mais viajar a Tel Aviv em busca de diversão. O mercado (shuk) Machané Yehuda, antes tão vivo durante os dias e tão abandonado durante as noites, transformou-se em um centro noturno que atrai visitantes de todo o país para seus bares e os pequenos mas variados e saborosos restaurantes. Ali, em lugar de shawarma e falafel, pode-se optar entre comida chinesa feita no wok, sanduíches americanos de carne defumada ou bolinhos de carne com cuscuz do norte da África. Para quem prefere sofisticação, procurem restaurantes como Chakra, Mona ou o Mamilla`s Hotel Happy Fish. Temperos que dão brilho à já dourada cidade. 60
BRASILEIROS ILUSTRES NA TERRA SANTA O craque Ronaldinho esteve aqui e o rabino e escritor Nilton Bonder, também. Vieram por motivos diferentes, mas ambos inovadores. O jogador brasileiro, muito conhecido por aqui, anunciou a inauguração da Academia de Futebol Ronaldinho, para crianças de 6 a 16 anos. As primeiras atividades da iniciativa, que tem a parceria de um brasileiro residente em Israel, Mauro Rozenszajn, serão em setembro. Já o rabino do movimento conservador Nilton Bonder veio divulgar a versão em hebraico de seu livro “Alma Imoral”. O lançamento foi realizado no CCB, o Centro Cultural da Embaixada do Brasil em Israel, em Tel Aviv, e foi prestigiado por brasileiros e israelenses. O livro é um fenômeno de vendas no Brasil e virou peça teatral, em cartaz há mais de 12 anos. Ainda em 2018, será lançada uma versão para o cinema, segundo anunciou Bonder durante o evento de lançamento, por enquanto só em português.
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ISRAELENSES INFLUENTES
A atriz e mulher-maravilha Gal Gadot e o criador do espaço de coworking (escritórios coletivos) WeWork, Adam Neumann, fazem parte da famosa lista das 100 pessoas mais influentes de 2018 publicada anualmente pela revista Time. Eles foram apontados entre artistas, ícones e titãs mundiais. Gadot, que ganhou fama mundial ao “repaginar” a gloriosa Mulher-Maravilha em Hollywood, agora também se tem feito conhecer como estrela de campanhas de produtos internacionais como a L´Oreal e a Nike. Ela aparece na lista da revista Time ao lado de nomes hollywoodianos como Nicole Kidman e Hugh Jackman. Já Neumann foi incluído na categoria dos titãs modernos. O jovem empresário, que espalhou seu negócio pelo mundo (incluindo o Brasil), cresceu em um kibbutz, cuja vida comunitária o inspirou a levar suas vantagens para o mundo do trabalho. “Adam revolucionou a forma como trabalhamos e redesenhou nosso modo de viver”, destacou a publicação.
GRAVIDEZ PELO CELULAR Falta pouco para que futuras mães possam checar sozinhas a condição de seus bebês enquanto ainda no ventre. A start-up israelense PulseNmore de Pesquisas Médicas vai lançar o dispositivo com esse nome em breve, de modo a que elas, a partir de qualquer lugar, possam executar sozinhas um exame de raio-X simplificado e enviar as imagens diretamente para o médico. O sistema poderá ser conectado a qualquer telefone, de forma que as imagens sejam exibidas na tela. Os médicos obstetras destacam outra vantagem da novidade que vai além da agilidade: o efeito calmante, pois muitas grávidas chegam ao atendimento de emergência por temerem a falta de movimento do feto em determinados dias. Segundo a empresa, o preço de venda do PulseNmore será de cerca de US$ 190,00.
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TEL AVIV SOBRE DUAS RODAS
Só podia ser em Tel Aviv: será na cidade o primeiro velódromo coberto de padrão olímpico do Oriente Médio. O projeto já recebeu a certificação da União Internacional dos Ciclistas, o que garante sua adequação ao padrão internacional. Ele está sendo construído no Parque Hayarkon, o adorado coração verde de Tel Aviv. Ainda em obras e o novo velódromo já está na lista dos candidatos para ser a sede do campeonato Junior Track Cycling World Championships em 2021. Alguns atletas testaram a nova pista e a elogiaram. A prefeitura de Tel Aviv investiu cerca de US$ 20 milhões no projeto que, pronto em setembro, acomodará até 620 espectadores sentados.
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LEITURAS
ASCENSÃO E QUEDA DE ADÃO E EVA Stephen Greenblat Poucas histórias influenciaram tanto a humanidade em todos os aspectos como a do mito de Adão e Eva, e este professor se lançou à tarefa de analisar sob vários pontos de vista – psicológico, artístico e teológico – essa trágica fábula que determinou o modo como lidamos com o amor e a morte, a culpa e o desejo, e tenta mostrar como a questão da origem humana é central para as concepções pré-científicas da humanidade. Só para lembrar, essa alegoria ocupa menos de duas páginas da Bíblia e não se fala de outra coisa há tantos séculos. Companhia das Letras 372 pp R$ 69,90
FRAGMENTOS DE UMA VIDA Anna Verônica Mautner É sobre a vida de Anna Verônica Mautner, que nasceu na Hungria, imigrou para o Brasil em 1935 com 3 anos, criou-se na Lapa, militou no Dror, um movimento juvenil sionista socialista, estudou ciências sociais na USP, onde foi professora, trabalhou em Londres, Canadá e Estados Unidos, criou cursos no Sedes Sapientiae, como psicanalista clinicou quase 50 anos, foi jornalista e muito mais. Os textos reunidos por Regina Favre são o espelho dessa rica existência com tudo o que significa. Editora Ágora 252 pp R$ 59,90
CRISE E REINVENÇÃO POLÍTICA NO BRASIL Fernando Henrique Cardoso Neste livro, o ex-presidente da República parece ter resumido tudo o que vem escrevendo desde que deixou o poder, em janeiro de 2003, substituído por Luis Inácio Lula da Silva, a respeito exatamente do exercício do poder e de como fazer política. Em pouco mais de 200 páginas, com a colaboração de dois professores do instituto que leva seu nome, o livro se propõe ser uma espécie de guia para um projeto de País tendo como base os valores de liberdade, dignidade e igualdade, princípios que qualquer pessoa assinaria embaixo. Resta saber como. Para isso, no entanto, o livro não apresenta nenhuma novidade. Companhia das Letras 238 pp R$ 44,90 62
O DESENTENDIMENTO Jacques Rancière Este livro foi publicado a primeira vez em 1995, na França, e de lá para cá nada mudou para este autor considerado um dos grandes pensadores da atualidade para quem a política é rara e acontece verdadeiramente nos momentos em que uma parte dos que não têm parte rompe a lógica supostamente natural da dominação e faz ouvir como discurso o que antes só era ouvido como ruído. O livro faz uma crítica aguda às pós-democracias midiáticas nas quais o “povo” é apresentado na forma reduzida da estatística e das pesquisas de opinião. Ops: não é o Brasil de hoje? Editora 34 153 pp R$ 39,90
O ELEFANTE DESAPARECE Haruki Murakami O elefante favorito de um homem desaparece, dois recém-casados esfomeados roubam uma lanchonete na madrugada, uma mulher descobre que o modo de se livrar de um pequeno monstrinho verde pode estar ligado a seus próprios pensamentos. Estes são apenas alguns dos temas da coletânea de contos com características surreais em tom moderno, espirituoso e de múltiplos detalhes, deste premiado escritor japonês famoso pelos romances IQ84 e Crônica do Pássaro de Corda. Alfaguara 301 pp R$ 49,90
ESCOLA BRASILEIRA DE FUTEBOL Paulo Vinicius Coelho No Brasil todos falam de futebol: táticas, estratégias, jogadores, resultados, estatísticas, controvérsias, polêmicas, etc. Mas ninguém, surpreendentemente, tentou primeiro descobrir se existe mesmo e, depois, estudar o que se poderia chamar de uma escola Brasileia de futebol. O autor, o PVC, é um dos mais conhecidos comentaristas de futebol dos últimos anos, e a partir da análise dos sistemas táticos de equipes como Santos, de Pelé, o Botafogo, de Garrincha, e as seleções brasileiras mais vitoriosas, avaliar a evolução do futebol brasileiro, uma mistura de estilos que tomaram forma com jogadores excepcionais. Objetiva 290 pp R$ 44,80 63
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CURTA CULTURA POR Bernardo Lerer
DESCOBERTA IMPORTANTE
PARECE ATÉ FILME. E VAI SER Nos primeiros anos da década de 1980, o Mossad realizou uma das mais complexas e bem sucedidas operações de sua já longa história de trabalhos em territórios estrangeiros em que se alinham, por exemplo, o resgate de Entebbe, o sequestro de Eichmann na Argentina e a busca e assassinato dos perpetradores do massacre dos onze atletas israelenses em Munique. Recentemente, 37 anjos depois, são revelados detalhes da chamada Operação Irmãos, que levou para Israel milhares de judeus etíopes. Para tanto, a agência montou nas costas do Sudão, de frente para o Mar Vermelho, um verdadeiro resort, o Arous Holiday Village, cujos panfletos contando as maravilhas do lugar foram distribuídos em agências de viagens da Europa, como o “melhor local para mergulho e centro de recreação do Sudão”. O que, claro, os folhetos não mencionavam é que se tratava da base de onde partiam e chegavam caminhões com agentes do Mossad em campos de refugiados sudaneses em busca de judeus etíopes, conhecidos como Beta Israel. Descobertos e reconhecidos como judeus, estes etíopes eram reembarcados nesses caminhões e percorriam estradas mal conservadas até o resort, de onde partiam em navios e aviões para Israel. A Operação Irmãos começou, na verdade, em 1977, quando o então primeiro ministro eleito Menachem Begin soube que milhares de judeus etíopes, os Beta Israel (foto) tentavam escapar à guerra civil e à fome que começava a atingir as populações, fugindo para o vizinho Sudão onde, apesar da maioria muçulmana, acabaram abrigados em campos de refugiados. Begin pediu ao Mossad uma solução que se materializou em um resort. A história virou livro em 1997, mas não com os detalhes agora revelados. De todo modo, vai virar filme com previsão de ser exibido no começo do próximo ano com cenas gravadas na África do Sul e na Namíbia e estrelado por Chris Evans, Haley Bennet e Ben Kingsley. 64
Só depois de consultar um especialista em caracteres demóticos do Egito antigo e um professor de aramaico foi possível decifrar um papiro datado do século 4 aEC contendo três Salmos originários do reino do Norte de Israel, antes da queda da Samaria em 722 aEC que revelam uma visão única das crenças e práticas dos antigos israelitas. Os autores do pergaminho escreveram em aramaico usando caracteres demóticos. Um dos textos guarda semelhança com o teor do Salmo 20, e o pergaminho encontrado ao lado daquele está em aramaico o que sugere estarem unidos por um mesmo tema. As canções deviam ter sido entoadas durante o festival da colheita, no outono, isto é, próximo das comemorações de Rosh Hashaná e, por isso, são creditadas como rezas destes dias santos.
BRASILEIRO CUIDA DOS BNEI ANUSSIM O arquiteto brasileiro Uri Blankfeld fez aliá há quase dois anos, fixouse em Kfar Saba. Filho de letão com uma bielorussa e fluente em ídiche, Uri aceitou o desafio de ser o novo coordenador internacional do Instituto de Estudos Sefaradim e Anussim do Netanya Academic College. Os cristão novos, os bnei anussim,
isto é, coagidos a se converterem à nova fé, são aqueles que se identificam como descendentes de judeus batizados à força durante a Inquisição, há mais de 500 anos, na Península Ibérica. Diferente de suas origens familiares, Uri começou a se interessar pelo assunto em razão da proximidade com uma das maiores especialistas no tema, a professora Anita Novinsky, amiga dos pais dele. O irmão dele, Max, tem uma das maiores empresas de genealogia para ancestralidade do mundo, que trabalha com a detecção de doenças geneticamente transmissíveis. Max fez uma palestra no Netanya College a respeito de “DNA e os Judeus”, e o diretor do instituto, Abraham Gross, perguntou se, dos presentes, alguém falava português ou espanhol, condição essencial para o trabalho que envolve Brasil, Portugal e Espanha. Max recomendou o irmão Uri que, aliás, tem amigos “bnei anussim”. A Inquisição foi oficialmente extinta em 1821, em Portugal, e em 1834, na Espanha, portanto há 200 anos, mas Uri ainda assim acredita poder encontrar descendentes deles até porque a maioria dos colonizadores do Brasil eram “bnei anussim”, ou seus descendentes. O Instituto cujas atividades vai coordenar tem uma grande biblioteca, acervo de peças históricas como fac símiles dos editais de expulsão dos judeus pelos reis Fernando e Isabel de Castela, os diários de Cristovão Colombo, e faz o mapeamento das comunidades de bnei anussim pelo mundo que estavam escondidas e agora se mobilizam pelo seu reconhecimento.
REPARANDO UM ERRO Neste mesmo espaço, na edição passada, eu cometi um erro grave ao noticiar a morte da cientista Ruth Nussenzweig: informei que o marido dela, o eminente professor Victor Nussenzweig (foto) havia morrido anos antes. Mas, não. Ele está vivo e saudável nos seus 89 anos. Por essa razão, peço desculpas à família dele – os filhos Michel, André e Sonia - e ao leitor da revista Hebraica que foi mal e erradamente informado. A professora Ruth morreu aos 89 anos em Nova York, de embolia pulmonar, dia primeiro de abril. Ela estava com a saúde debilitada há alguns anos em consequência de fratura causada por uma queda. Ruth nasceu na Áustria, em 1928 e, depois da anexação do país pela Alemanha nazista fugiu com a mãe, primeiro para a Bélgica e, depois, para o Brasil, em 1939. Estudou medicina na USP onde conheceu Victor. Iniciaram a carreira de pesquisadores no mesmo laboratório, estudando a doença de Chagas. Fizeram um estágio na França , voltaram para o Brasil e em 1963 saíram de novo, desta vez para Nova York. Depois do golpe civil militar de 1964 tentaram voltar para o Brasil, mas a Faculdade de Medicina passava por um expurgo ideológico que atingiu professores e alunos considerados de esquerda. Retornaram para os Estados Unidos e foram contratados como professores assistente da New York University e onde produziram as contribuições científicas mais importantes para o desenvolvimento de compostos candidatos à vacina contra a malária. Ao longo da carreira acadêmica e de pesquisadores, ganharam prêmios homenagens, e, em 2013, Ruth foi a primeira pesquisadora brasileira eleita membro da Academia de Ciências dos Estados Unidos. Ruth estava convencida de que se podia produzir uma revolução que melhorasse a vida das pessoas a partir da ciência. De fato. A vacina contra a malária que ela e o marido desenvolveram depois de muitas pesquisas nas últimas décadas vai ser aplicada ainda este ano em cerca de 360 mil bebês de áreas de alta incidência da malária de Gana, Malaui e Quênia, na África. 65
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CURTA CULTURA
UM CONTO INÉDITO DE BASHEVIS SINGER O escritor, tradutor e, principalmente, responsável pelo patrimônio literário do prêmio Nobel de Literatura Isaac Bashevis Singer, David Stromberg encontrou o manuscrito de um conto de Singer em ídiche intitulado “The boarder” (O Pensionista, em tradução livre) surpreendentemente nunca publicado em ídiche ou em inglês. Singer costumava publicar seus textos primeiro em jornais de língua ídiche e, depois, vertidos para outras línguas. Neste caso, não há indicação do tradutor para o inglês e, como Stromberg encontrou rascunhos em inglês, supõese que o próprio escritor o traduziu. O conto trata de dois homens nascidos na localidade de Sochaczew, no centro da Polônia, cujos 4 mil habitantes judeus foram mortos pelos nazistas, e que imigraram para os Estados Uni-
QUASE UM REMBRANDT O pintor holandês Jan Steen (1626-1679) rivaliza com seu contemporâneo e muito mais famoso Rembrandt van Rijn (1606-1669) na tentativa de humanizar suas figuras judaicas e personagens bíblicos. Um dos nove filhos de tradicional família católica, Steen revela suas convicções religiosas em um famoso quadro que trata do suplício de Sansão (foto), no qual ele sinaliza a traição de Dalila em relação ao herói bíblico com as de Judas quanto a Jesus. Assim, uma tigela de dinheiro que se vê no quadro, aos pés de Dalila, teria o mesmo significado que as 30 moedas com as quais Judas traiu o Nazareno. Steen pintou pelo menos cerca de 20 quadros com temas e personagens bíblicos, e alguns deles foram encomendas de ricos patronos judeus de origem sefaradi. Isso provavelmente o aproximou da temática bíblica. Enquanto Rembrandt vivia no bairro judeu de Amsterdam, era próximo do famoso rabino do século 17 Menasse ben Israel e frequentemente usava judeus como modelos das pinturas.
dos e viviam em Nova York. Um é reb Berish, que fugiu aos pogroms da Rússia tzarista e sobrevivia com o que suas forças permitiam carregar num carrinho de mão em Lower East Side. O outro é Morris Melnik, que chegou pouco depois do final da guerra e se tornou um cidadão hipócrita, descrente de 66
tudo e desapegado da fé. Bem o contrário de reb Berish. Mas Singer (foto) compreendia e compartilhava as perspectivas dos dois: o cinismo de Melnik e a crença no poder regenerador da fé de reb Berish. Falta alguém para traduzir para o português. Será um sucesso.
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A PALAVRA
OS DETALHES ESTÃO NO DIABO A palavra cristã belzebbu tem origem hebraica. Vem de baal zevuv, literallmente O Senhor da Mosca. O diabo, sinônimo de belzebu, é uma mosca POR Philologos
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O
editor da influente revista semanal francesa de tendência esquerdista L’Express, Christophe Barbier, publicou há algum tempo um texto a respeito do recrudescimento do antissemitismo na França na esteira dos eventos em Gaza. Depois de condenar o fenômeno, Barbier voltou-se aos judeus franceses e condenou aqueles que, preocupados com a segurança na França, consideram a possibilidade de se juntar à cada vez maior onda imigratória de judeus franceses para Israel: “Qu’ils prennent garde ceux qui consultent les nouveaux Baal-Zebub pour apaiser leur crainte!”, escreveu: “Aqueles que alimentam seu medo ao consultar os novos Belzebus, cuidado!”. O Baal-Zebub francês, assim como o Beelzebub inglês (e o português Belzebu), é
um termo cristão derivado do hebraico para diabo, e há certa ironia, para dizer o mínimo, no fato de uma crítica ao antissemitismo se tornar um violento discurso contra os judeus franceses por sua associação com o demônio do sionismo. Parece que, mesmo quando intelectuais europeus, como Barbier, defendem os judeus, o único modo de fazê-lo é atacando-os. Belzebu veio por meio da Bíblia latina do hebraico ba’al z’vuv, literalmente “Senhor [ou Baal] da Mosca”. (A maioria conhece mais esta expressão como “Senhor das Moscas” do título do famoso romance de William Golding, de 1954, mas na Bíblia a palavra usada é z’vuv, “mosca”, no singular. Baal era o antigo deus cananeu do céu e figura central de seu panteão, e Ba’al
Z’vuv é mencionado no primeiro capítulo do Segundo Livro dos Reis como a deidade filisteia também era adorada por alguns israelitas. O Livro do Reis narra, de modo desaprovador (na tradução King James) o que aconteceu quando o rei israelita Ahaziah ficou doente: “Ele enviou mensageiros e disse a eles ‘Vão, perguntem a BaalZebub, o deus [da cidade filisteia] de Ekron, se eu me recuperarei desta doença’”. Embora alguns estudiosos tenham considerado que as “moscas” eram, de fato, associadas a esse deus, o nome ba’al z’vuv tem grande possibilidade de ser um trocadilho zombeteiro com o cananeu ba’al z’vul, “Senhor dos Céus”. Isso parece claro em relação ao Novo Testamento grego, em que o nome aparece diversas vezes como Beelzeboul. (Essa também é uma indicação interessante do atraso da edição final de algumas partes da Bíblia hebraica, pois ba’al z’vul, no lugar de ba’al z’vuv, obviamente era de uso comum no final do período de Segundo Templo). Como principal rival do Deus dos Israelitas, Baal é objeto de ataques semelhantes em outras partes da Bíblia. No Livro das Crônicas, por exemplo, quando Jônatas, filho do rei Saul, chamou seu próprio filho de Meriv Baal, “guerreiro de Baal”; o Livro de Samuel refere-se à criança como Mefiboset, provavelmente de pid, “infortúnio”, mais boshet, “vergonha”.
SALOMÃO E OS DEMÔNIOS Na tradição normativa rabínica, Ba’al Z’vuv ou Ba’al Z’vul não ocupam nenhuma posição. Mesmo as ocorrências do nome no Novo Testamento indicam que o mesmo havia sido identificado no período do Segundo Templo com o chefe, ou um dos chefes, dos demônios, pois Jesus é acusado por seus oponentes em vários lugares nos Evangelhos de estar possuído por essa figura, ou ser um de seus representantes. Assim, segundo Marcos nos conta na tra-
É pelo poder de Belzebu, o chefe dos demônios, que ele expulsa os demônios
dução King James do Evangelho que havia “escribas”, ou judeus instruídos, os quais, depois de irem de Jerusalém à Galileia para testemunhar os exorcismos de Jesus, disseram dele: “He hath Beelzebub [in him], and by the prince of devils casteth he out devils/ É pelo poder de Belzebu, o chefe dos demônios, que ele expulsa os demônios”. Outra fonte dos primeiros séculos da Era Comum que lança luz na figura de Belzebu é o “Testamento de Salomão”, obra apócrifa escrita em grego por judeus ou primeiros cristãos, alega ser um relato autobiográfico das transações mágicas do rei Salomão com os demônios. Em um ponto da história, depois de o rei Salomão ter tido vários encontros com “Beelzeboul”, ele relata: “Então chamei Beelzeboul para aparecer diante de mim novamente. Quando ele sentou, pensei ser apropriado perguntar-lhe: ‘Por que só você é Príncipe dos Demônios?’ Ele respondeu: ‘Porque sou o único remanescente dos anjos celestiais que se rebelaram contra Deus antes da criação da humanidade e foram expulsos do céu. Eu era o anjo a ocupar a posição mais elevada no céu... Eu trago a destruição por meio dos tiranos. Eu faço com que os demônios sejam adorados pelos homens. Eu provoco o desejo [sexual] em homens santos e sacerdotes escolhidos. Eu causo ciúmes e assassinatos em um país, e eu instigo as guerras’”. Na tradição cristã posterior, embora não seja o próprio Satã, Belzebu é considerado um dos seus principais auxiliares. O poema Paraíso Perdido, de John Milton, por exemplo, declara que “à exceção de Satã”, não há “ninguém mais alto” no céu que Belzebu antes da queda dos anjos rebeldes. E é a ele quem, segundo o editor da L’Express, os judeus franceses que pensam em se mudar para Israel estão a serviço? Como diz o velho ditado: “Que Deus me proteja dos meus amigos. Por que, dos inimigos, cuido eu”. 69
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COSTUMES E TRADIÇÕES
Como sogra também é mãe e entre os judeus são reconhecidas em prosa e verso como as iídiche mames g entis e g enerosas com g enros e noras POR Joel Faintuch
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ão, no judaísmo as sogras não são profundamente estigmatizadas ou depreciadas. As mães, as íidiche mames, de certa forma carregam maior pecha como exigentes, dominadoras e até sufocantes. Claro, para o bem dos filhos: para conduzi-los ao sucesso, a uma elevada posição social, a um bom casamento. Evidentemente e apesar de tudo, poucas mães são tão amadas e reconhecidas, em prosa e verso. Exemplo clássico é a canção “A ídiche mame”. Escrita nos Estados Unidos na década de 1920, teve muitas versões também para o teatro e o cinema e foi traduzida para vários idiomas. É bem conhecida a preocupação com a boa alimentação. Segundo antiga anedota, a mãe italiana diz: “Coma, meu filho, se não eu te mato”. A mãe judia dá a mesma ordem, mas, se o filho desobedecer, ela se mata. Já em relação ao sogro, o contexto muda um pouco. Para começar shver, substantivo em ídiche que o designa , coincide com idêntico adjetivo significando pesado, difícil. Ademais, nos casamentos arranjados (shiduch), típicos do shtetl europeu, a negociação entre os homens era a mais espinhosa e complicada, pois era a etapa em que se discutiam os aspectos do sustento financeiro do futuro casal. Ocorria com al-
guma frequência de um sogro ou os dois se mostrarem duros e inflexíveis de modo a até mesmo arriscar o romantismo do enlace. Mas há exceções em que sogros são muito reverenciados. O mais tradicional é Jetro (Itró), sogro de Moshé Rabeinu, o líder Moisés, autor de um trecho completo na Torá (Shemot/Exodus cap. 18), no qual recomenda ao genro criar um arcabouço legal para julgar o povo hebraico, na forma de tribunais superiores, intermediários e inferiores. A inclusão dessa proposta no texto mais sagrado é tanto mais inusitada, porque Jetro era midianita, portanto não pertencia a nenhuma das 12 tribos de Israel. Daí são conhecidos dois desdobramentos. Um de interesse apenas dos drusos, religião do Oriente Médio com representação em Israel, que já deu ministros, oficiais generais e embaixadores. O seu profeta máximo é exatamente Jetro, o sogro de Moisés, cujo túmulo próximo de Tibérias é local de peregrinação. O outro é que a partir da sagacidade de Itró, os sábios estabeleceram uma extensão para o tradicional quinto mandamento, o de respeitar pai e mãe. O judaísmo admite que sogro também merece tal privilégio, de acordo com o Shulchan Aruch, o código judaico. O que não signifi-
ca incluir-se nos preceitos cumpridos com grande entusiasmo. Conta-se, há gerações, a história do sogro roiter id, judeu ruivo. A cor ruiva é tradicionalmente associada aos irlandeses, no entanto existe uma parcela não desprezível de correligionários de origem europeia com esta tonalidade de cabelo. No folclore da Polônia, Lituânia e outros lugares, era preciso sempre cuidado ao realizar uma transação ou shiduch com um roiter id, pois esses tinham fama de espertalhões que adoravam levar vantagem em tudo. O caso sempre lembrado é o de um jovem interessado em uma garota, que descobre ser seu futuro sogro um “roiter id”. Ao mesmo tempo apaixonado e hesitante, é fisgado por uma oferta irresistível: sete anos de kest, isto é, comida grátis na casa dos sogros, item importante há 100 ou 150 anos. Mal sabia ele que receberia apenas sete jantares consecutivos, todos deliciosos é verdade. Para cortar a promessa passada apenas uma semana, o sogro usou como argumento o episódio do patriarca Jacob, que trabalhou sete anos para o sogro Lavan, em troca da mão de Rachel (Bereshit/ Gênesis capítulo 29). A Torá é omissa quanto à cor do cabelo de Lavan, mas recordase que também este trapaceou. Diferentemente do combinado, Jacob recebeu Lea como esposa, e para conquistar a Rachel adorada foi obrigado a trabalhar outros sete anos. Todavia consta que seu amor era tão grande, que aos seus olhos estes sete anos a mais pareciam apenas como alguns dias. A analogia entre a paixão do patriarca Jacob e a do genro era ligeiramente forçada e a interpretação dos prazos completamente invertida, porém o roiter id bateu o pé: para quem ama e é feliz sete dias e sete anos são exatamente a mesma coisa. Como o genro estava confessadamente enamorado e enfeitiçado, estavam quitados os sete anos de kest prometidos.
Iossele deixa escapar na sinagoga: “Há mais de um ano não converso com minha sogra”. O rabino o repreende: “Mas que indelicadeza, que falta de consideração. Ligue hoje mesmo para ela”. Iossele se explica: “Eu detesto interromper as pessoas, e todas as vezes que telefono, ela fala tanto, mas tanto, que a bateria ria do celular acaba. E, por isso, não consigo dizer nada”. ada”.
Iankel desabafa com Reuven: “Não consigo acertar com nenhuma namorada. Quando levo uma para casa minha mãe faz cara feia, trata mal a moça, e ela rompe comigo”. Reuven tenta ajudar: “Por que você não procura uma garota parecida com sua mãe, com o mesmo comportamento e hábitos?” Iankel responde: “Foi exatamente o que fiz da última vez. E quem não gostou e a expulsou de casa foi meu pai.” 71
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COSTUMES E TRADIÇÕES
Menachem comenta com Gad: “Minha sogra é um anjo”. Gad responde: “Sorte sua. A minha ainda está muito viva”.
Eliahu encontra um estranho no consultório odontológico. O homem puxa conversa: “Você não vai acreditar na sorte da minha filha. Encontrou um rapaz maravilhoso que cuida da casa, leva os filhos para a escola e faz tudo para ela”. Eliahu comenta: “Pois com meu filho Leizer ocorreu o oposto. A esposa dele é uma preguiçosa, e ele é obrigado a fazer a comida, dar atenção às crianças e cuidar da casa, pois ela não levanta um dedo”. Todos conhecem o julgamento realizado pelo rei Salomão, aquele que o consagrou pela inteligência (Livro de Reis I - Malachim Alef, capítulo 3). Duas mulheres que dormiam lado a lado deram à luz na mesma data. À noite o recém-nascido de uma delas morreu, e ela aproveitou-se do sono profundo da companheira para trocar pelo bebê vivo, deixando o morto na cama da vizinha. As duas acordaram de manhã e começou uma briga feroz pela guarda e posse da criança viva que acabou no palácio real. Com grande perspicácia, o rei Salomão pediu uma espada para cortar a criança sobrevivente ao meio e, desta forma, identificou a mãe verdadeira. Menos divulgada é a história de outras duas mães, ambas com filhas solteironas e aflitas por um casamento. As duas arrastaram um assustado rapaz ao Beit Din (tribunal), e o argumento da primeira foi: “Este jovem concordou em um shiduch (casamento) com minha filha”. A segunda logo refutou: “Não, foi com a minha”. O sábio rei pediu sua famosa espada: “Vamos cortar o rapaz em dois, e cada uma levará a metade”. Uma das mães respondeu: “Por mim, tudo bem”. A outra não se conteve: “Onde já se viu cortar alguém ao meio! Nunca vou permitir isto. Deixe ela levar o jovem”. O monarca prontamente anunciou o Psak Din (sentença): “Entreguem o jovem para a mãe que disse “tudo bem”. O Beit Din inteiro se revoltou: “Adoni Hamelech (majestade), isto é uma injustiça, um absurdo!”. Mas o rei Salomão nem se abalou: “Ela que é uma autêntica sogra”.
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1. PÚBLICO, EM PÉ, CANTA E SEGUE O EMBALO DA MÚSICA; 2. SOM DE THE SALUTE TO ABBA NO PALCO; 3. MÚSICOS INTERAGEM COM A PLATEIA; 4 E 5. SANDRO ASSAYAG, EMANUEL ZVEIBIL EM MEIO AOS APLAUSOS DOS SÓCIOS
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1. SENADOR CRISTOVAM BUARQUE, FERNANDO LOTTENBERG E CELSO LAFER NA INAUGURAÇÃO DO COLÉGIO RENASCENÇA; 2. SECRETÁRIO DANIEL ANNENBERG E DEPUTADO FEDERAL FLORIANO PESARO; 3. NAHUM E ARTHUR ROTTENBERG COM DANIEL BIALSKI; 4. ARTHUR ROTTENBERG, UM DOS EXPRESIDENTES DO RENA HOMENAGEADOS; 5. PROFESSORES E ALUNOS NO PALCO
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1, 2 E 3. MUSICAL BIBI PARA O CIAM: GABRIEL HARARI E ANNA A. SCHVARTZMAN; CELIA E MARCELO PAWEL, VIVIAN E MARCOS LEDERMAN; DANIELA E HELIO SEIBEL
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DIA DAS MÃES GANHOU DESFILE DE MODELOS PALOMA E MARIEL HERRERA, NO ESPAÇO ADOLPHO BLOCH. 1, 2, 3, 4 E 5 CAMILE GORSSMAN, BIANCA G. TESLER, MARY STRUL E JEANINE LEVY NA PASSARELA; 6. ELEGANTE, ETEJANE COHEN APLAUDIU; 7. MUITAS SÓCIAS SAÍRAM COM BELOS PRÊMIOS
1 1. PIANISTA CHRISTIAN LEOTTA TOCOU SONATAS DE BEETHOVEN NO TEATRO ANNE FRANK; 2. CÔNSUL DA REPÚBLICA TCHECA PAVLA HAVRLIKOVÁ FALA SOBRE A PRIMAVERA DE PRAGA; 3. CÔNSUL DE PORTUGAL PAULO LOURENÇO; 4. DANIEL BIALSKI RECEBE REPRESENTANTES DO CORPO CONSULAR
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1. TALY COHEN E SUA MOSTRA EU, TU, ELAS; 2. PRESENÇA DA FAMÍLIA ALEGRA A ARTISTA
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1. CARINHO DOS AMIGOS PARA LESLIE AMARAL; 2. A ARTISTA, COM O CURADOR OLÍVIO GUEDES, LEVOU MUITAS FLORES PARA A GALERIA DE ARTES
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YOM HAATZMAUT NO SALÃO MARC CHAGALL. 1. ISY RAHMANI, MONICA BARAN COM CECÍLIA E O CÔNSUL DE ISRAEL DORI GOREN; 2. VEREADOR GILBERTO NATALINI SEMPRE PRESENTE NA COMUNIDADE; 3. PRISCILA GOLCZEWSKI (EL AL) E RENATA PLAPLER (CAMBICI); 4. CASAL GOREN E CHARLES GROISMANN; 5. CHARLES TAWIL, JACQUES GRIFFEL E JAIME CIMERMAN; 6. GILBERTO MEICHE, RICARDO BERKIENSZTAT E CLAUDIO
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1 1. BATE-PAPO NA GALERIA DE ARTES; 2. ROGÉRIO WOLF (FLAUTA) E FERNANDO TOMIMURA NO SHOW DO MEIO-DIA; 3. DANIEL BIALSKI RECEBE DEYVID ARAZI, FÁBIO AJBESZYC E BENJAMIN BACK; 4. VICEPRESIDENTE DE JUVENTUDE, MONICA BARAN RECEBE O PRÊMIO CLUBE TOP 100, ENTREGUE PELA FENACLUBES-CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS CLUBES PARA A HEBRAICA; 5. VOVÓ ZILDA LERNER FELIZ COM O NETO BAR MITZVÁ RODRIGO GORENSTEIN LERNER, NA SINAGOGA DO CLUBE; 6. CÔNSULES COMEMORAM O DIA DA UNIÃO EUROPEIA NA HEBRAICA
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1. AMIGOS NUM REGISTRO FOTOGRÁFICO PARA O FUTURO; 2. AS MANHÃS DE SÁBADO SÃO MAIS INTERESSANTES DEPOIS QUE OS EXDIRETORES TROCAM INFORMAÇÕES E IMPRESSÕES SOBRE O MOMENTO ATUAL; 3. ENSAIO TEATRAL DO GRUPO QUESTÃO SOB A DIREÇÃO DE HENRIQUE SCHAFER; 4. MARCELO SCHAPOCHNIK, SÉRGIO ROSENBERG E ARTHUR LIBERMAN PARTILHAM O GOSTO PELO TRABALHO COMUNITÁRIO; 5. ISAAC E VITÓRIA BECHER NA FEIRA DA COMUNIDADE PARA A COMUNIDADE; 6. LEONARDO GANDARELLA, DO HEBRAIKEINU JR, TROUXE OS PAIS PARA UMA ATIVIDADE EM FAMÍLIA; 7. AVI E DENISE GELBERG EM COMPANHIA DO CASAL JOHN E KELLY SALFATTIES
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A ALEGRIA NO ROSTO DE CADA UM Quatrocentos atletas do Brasil, Argentina e Colômbia participaram do 2º Encontro Infantil Jack Leon Terpins na sede do Nosso Recanto
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FLORIANO EM DEBATE
O
compromisso com o tikun olam é cada vez mais predominante no cenário atual do judaísmo. Sua disseminação como expressão que significa “justiça social” ou “ação social” começou a partir dos anos 1950. Mas o termo e o conceito existem há pelo menos dois mil anos. Podemos inferir que uma das missões do tikun olam de reparar o mundo é terminar com as injustiças sociais, com a pobreza, com a fome, com a falta de moradia, com o abandono. Assim, o povo judeu tem como atribuição praticar ações que minimizem estas carências no mundo, e, efetivamente, os judeus sempre criaram fundações e instituições para ajudar os necessitados. Certamente, com uma maior conscientização da importância do tikun olam, as comunidades, há mais de 100 anos, têm se empenhado a motivar suas congregações a abraçarem projetos de ação social de todos os tamanhos e formas. Nossa comunidade em São Paulo tem se mostrado incrivelmente presente neste processo. Somos, sem sombra de dúvida, exemplo para muitos. O número e os tipos de instituições que a comunidade judaica abriga são impressionantes, e a dedicação de seus voluntários me emociona a cada visita que faço em qualquer uma destas inúmeras entidades. Tantas são essas organizações que não me atrevo a dar nomes porque, com certeza, seria injusto e esqueceria algumas delas. Pessoalmente, tivemos o imenso prazer de colaborar as com mais incontáveis organizações mantidas pela nossa comunidade, sempre que solicitado. Na minha jornada profissional, sempre levantei a bandeira da ação social. Já na faculdade, cursei Sociologia, para compreender melhor as estruturas sociais e poder aprimorá-las. 84
Podemos inferir que uma das missões do tikun olam, de reparar o mundo é terminar com as injustiças sociais, com a pobreza, com a fome, com a falta de moradia, com o abandono.
Floriano Pesaro, Deputado Federal
Assim que fui convidado a ser Secretário Estadual de Desenvolvimento Social, tive a exata noção que era o meu compromisso de tikun olam me chamando novamente. Durante meu mandato diante da Secretaria Estadual, conseguimos disponibilizar mais de R$ 2.500.000,00 para instituições judaicas, permitindo que elas continuassem e aprimorassem seus atendimentos. A SEDS, a Secretatária do Estado de Desenvolvimento Social, com nosso empenho pessoal, conseguiu atender mais de uma dezena de instituições judaicas. Como deputado federal, sempre busquei também dirigir recursos federais para organizações sociais, com ênfase para nossas instituições parceiras dentro da comunidade judaica. Meus compromissos inabaláveis são com a ação social, com a garantia da liberdade das minorias e com a defesa dos interesses da nossa comunidade e do Estado de Israel. Estou absolutamente seguro que seremos exitosos neste outro cenário político, contribuindo de alguma forma para que nossos judeus continuem a valorosa missão de serem parceiros de Deus com suas obras de Tikun Olam.
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COMPRAS & SERVIÇOS
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GASTRONÔMICO
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GASTRONÔMICO
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DIRETORIA EXECUTIVA PRESIDENTE
Daniel Leon Bialski
Diretor Superintendente
Gaby Milevsky
Assessores
VICE-PRESIDENTE DE ATIVIDADES SOCIAIS E CULTURAIS
Sandro Assayag
Airton Sister
Diretora Social e Cultural
Andrea Eberhardt Birsztein
Celia Burd
Assessora Cultural
Karin Sapocznik Sapiro
Diana Dziegiecki Beresin
Assessora de Inovação
Andrea Bisker
Isy Rahmani
Diretores Social
Berta El Kalay
Mariza de Aizenstein
Fernanda Smejoff
Rina Elimelek de Weber Sami Sztokfi sz
Sonia M. Rochwerger Assessores Social
Bruno Korn Glorinha Cohen
Ylan Schuchman
Diretora de Planejamento Estratégico
Stefanie Stern
Diretor de Marketing
Eduardo Len
Diretora Feliz Idade
Diretor de Meio Ambiente e Rel. Instituc.
Sergio Rosenberg
Assessora Feliz Idade
Lilian Blech
Diretor de Lei de Incentivo
Saul Anusiewicz
Diretor e Curador Galeria de Artes
Olivio Guedes
Diretor Voluntário a Gerência de Sede
Abraham Goldberg
Diretor de Cinema e Biblioteca
Joel Rechtman
Diretor de Relações Públicas
Ramy Moscovici
Diretora do Recreativo
Eliane E. Simhon Forti (Lily)
VICE-PRESIDENTE ADMINISTRATIVO
Monica Tabacnik Hutzler
VICE-PRESIDENTE DE JUVENTUDE
Monica Drabik Baran
Diretora de Recursos Humanos
Carla Rosenthal Gil
Diretora do Adventure
Carla Caldeira
Diretora de Tecnologia da Informação
Vivian Didio
Assessor da Juventude
Israel Levin
Diretor de Concessões
Nissim Levi
Diretor de Teatro
Caco Ciocler
Consultor Estratégico Compras
Heitor Weltman Hutzler
Diretoras Espaço Bebê e Brinquedoteca
Gabriela Malziner
Diretora Departamento Médico
Ilana Holender Rosenhek Assessores
Alan Cimerman
Renata Hamer Len Luciana Klar Fischman
VICE-PRESIDENTE DE ESPORTES
Deyvid Arazi
Diretor Geral de Esportes
Fabio Wasserstein
Assessor
Roberto Douer
Luciana Klar Fischman
Basquete
Afonso Celso Vivolo
Carla Regina L. Caldeira
Ciclismo
Beno Mauro Shehtman
Fit Center
Manoel K. Psanquevich
Diretora de Música
Futebol (Campo/Society)
Marcello Broncher Brand
Diretor de Danças
Alan Cimerman
Futebol (Campo/Society)
Daniel Goldmann
Diretora da Escola Maternal
Graziela Zlotnik Chehaibar
Futebol Feminino
David Jacques Elwing
Diretor de Cultura Judaica
José Luiz Goldfarb
Ginástica Artística
Helena Zukerman
Assessor da Cultura Judaica
Gerson Herszkowicz
Handebol
José Eduardo Gobbi
Assessor da Sinagoga
Mauricio Marcos Mindrisz
Handebol
Marcelo Falkowicz
Tania Hollender Assessores Hebraikeinu e Meída
Deborah Moss Ejzenbaum
Israel de Vasconcelos Levin Claudia Hemsi Leventhal
Lutas
Eduardo Goldstein
SECRETÁRIO GERAL
Fernando Rosenthal
Natação
Gilberto Kon
SECRETÁRIO
Javier Smejoff
Polo Aquático
Carlos Eduardo Finkelstein
Sinuca
Breno Raigorodsky
Diretora Colaboradora
Anita Rapoport
Squash
Leonardo Milner
Diretor Jurídico
Samy Garson
Tênis
Pedro Kaufmann (Peter)
Diretor de Segurança
Claudio Frischer (Shachor)
Tênis
Lia Kauffman Herszkowicz
Sindicância e Disciplina
Alex Prist
Tênis
Sérgio Mester
Carlos Shehtman
Tênis de Mesa
Roberto Weiser
Gabriel Huberman Tyles
Triathlon
Liane Schwarz Buchman
Ilan Drukier Waintrob
Voleibol
Michelle Clerman
Ligia Shehtman
Xadrez
Henrique Salama
Tobias Erlich
VICE- PRESIDENTE PATRIMONIAL
Jacques Steinberg
Diretor de Manutenção
Marcelo Ariel Rosenhek
TESOUREIRO
Fernando Gelman
Diretor Tesoureiro
Ivan Kraiser
Rui Gelernter da C. Lopes
Diretor de Obras
Sergio Mester
Diretor de Paisagismo
Maier Gilbert
Assessor de Paisagismo
Naum Cshapiro
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TESOUREIRO GERAL
CONSELHO DELIBERATIVO
As reuniões da Comissão de Administração e Finanças tratam dos aspectos que garantem o êxito de programas e ações no clube POR Magali Boguchwal
C
oncentração, dedicação e participação ativa são os principais fundamentos que norteiam as reuniões mensais da Comissão de Administração e Finanças do Conselho Deliberativo. “Ela abrange praticamente o clube inteiro e atua como um órgão consultivo para a Diretoria Executiva no que se refere à execução da peça orçamentária”, comenta Eugen Atias, coordenador da Comissão. Além dele, participam Giselle Boukai Levy (secretária), Daniel Lisak, Henry Zylberstajn, Jonio K. Foigel, Karen D. Piha Cohen, Karen Didio Sasson, Leo Roberto Mamid, Moisés S. Gordon e Renata A. Finkelsztajn. Pela Diretoria, os tesoureiros Marcelo A. Rosenhek e Fernando Gelman e o diretor superintendente Gaby Milevsky acompanham as reuniões. “Aos poucos
ampliamos o conhecimento da dinâmica de cada setor por meio do contato com os vice-presidentes. Hoje é a vez da vice-presidente administrativa, Monica T. Hutzler, que falará a respeito de sua área a partir de alguns questionamentos feitos pelos conselheiros, que, nós, da comissão, enviamos previamente a ela”, exemplifica Atias. Como a maioria dos colegas de comissão, Eugen já atuou em cargos na Diretoria Executiva e no Conselho. “Cada presidente do Executivo e sua Diretoria basicamente dão sequência e aprimoramento ao trabalho da anterior, pois as ideias são, em geral, complementares. Chamo isso de continuidade, não de continuísmo. A Comissão de Administração e Finanças observa esse aprimoramento ao acompanhar a execução do Orçamento”, conclui o coordenador. 97
E
screvo para vocês a caminho de Israel, nas comemorações do dia de Jerusalém, em meio da inauguração da embaixada dos Estados Unidos na Capital eterna de todas as religiões. Jerusalém carrega uma história milenar e é um lugar especial, lugar que nos faz sentir emoções inexplicáveis, para mim o lugar mais espiritual do mundo. Por tudo isso, há tanta discussão e tanta emoção, me pergunto porque o Estado de Israel não pode escolher a capital dele de forma livre como todos os países do mundo? Jerusalém de ouro, onde estão pessoas com coração de pedra e pedras com coração humano, viva Jerusalém, viva o estado de Israel, e nossa Hebraica que é um pedaço de Israel com espírito de Jerusalém aqui em São Paulo! Temos que aproveitar isso cada vez mais. Israel é a casa do povo judeu, e a Hebraica é a nossa casa em São Paulo. Vamos valorizar isso, não é óbvio ter uma Hebraica tão bonita, tão imponente. Com o trabalho maravilhoso da executiva e do conselho, vamos manter esse patrimônio neste nível de excelência para as próximas gerações.
Am Israel Chai Shalom
Calendário Judaico Anual
CONSELHO DELIBERATIVO
2018 JULHO 01
DOMINGO
Jejum de 17 de Tamuz
21
SÁBADO
Início do jejum de Tishá
22
DOMINGO
27
6a FEIRA
Be Av ao anoitecer Fim do jejum de Tishá Be Av ao anoitecer Tu Be Av
SETEMBRO 09** DOMINGO 10** 2a FEIRA 11** 3a FEIRA
Véspera de Rosh Hashaná
18** 3a FEIRA 19** 4a FEIRA
Véspera de Iom Kipur
23 24*
DOMINGO
Véspera de Sucot
2a FEIRA
1o Dia de Sucot
25*
3a FEIRA
2o Dia de Sucot
30
DOMINGO
Véspera de Hoshaná Rabá
1o Dia de Rosh Hashaná 2o Dia de Rosh Hashaná Iom Kipur
7o Dia de Sucot
OUTUBRO 01* 02*
2a FEIRA
Shmini Atzeret - Izkor
3a FEIRA
Simchat Torá
NOVEMBRO 05
2a FEIRA
Dia em memória de Itzhak Rabin
DEZEMBRO 02
DOMINGO
09
DOMINGO
Ao anoitecer, 1A. vela de Chanucá Ao anoitecer, 8A. vela de Chanucá
2019 JANEIRO 21
2a FEIRA
Tu B’shvat
27
DOMINGO
Dia Internacional do Holocausto (ONU)
MARÇO 20
4a FEIRA
Jejum de Ester
21
5a FEIRA
Purim
22
6a FEIRA
Shushan Purim
ABRIL
Avi Gelberg PRESIDENTE DA MESA DO CONSELHO
19
6a FEIRA
Erev Pessach -1o Seder
20
SÁBADO
Pessach -2o Seder
21 26*
DOMINGO
Pessach - 2o Dia
6 FEIRA
Pessach - 7o Dia
27
SÁBADO
Pessach - 8o Dia Izkor
a
MAIO
Reuniões Ordinárias do Conselho em 2018
13 Agosto
12
10
Novembro
Dezembro
02
5a FEIRA
08
4a FEIRA
Iom Hashoá - Dia do Holocausto Iom Hazikaron - Dia de Lembrança dos Caídos nas Guerras de Israel
09
5a FEIRA
Iom Haatzmaut - Dia da Independência do Estado de Israel - 71 anos
Mesa do Conselho PRESIDENTE VICE-PRESIDENTE VICE-PRESIDENTE 1O SECRETÁRIO 2O SECRETÁRIO
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Avraham Gelberg Elisa R. Nigri Griner Vanessa Kogan Rosenbaum Isabel R. de Almeida Cohn Mariza de Aisenstein
ASSESSORES
23 Jairo Haber Dani Ajbezyc Alberto Sapocznik Jeffrey A. Vineyard Roberto Piernikarz Manuel David Korn
5a FEIRA
Lag Baômer
* Não há aula nas escolas judaicas **O clube interrompe suas atividades, funcionam apenas os serviços religiosos