S ร O
PAU LO
A JUSTA HOMENAGEM Ex-presidentes nas alamedas do clube
MAGAZINE Sementes do รณdio incendeiam os campos
CINEMA JUDAICO Um Festival renovado
Ano LIX No 677 Julho/2018 Tamuz/Av 5778
VEM AÍ!
AÇÃO ,CÂMERA
,ŅIJĭ
DE 5 A 15 DE AGOSTO HEBRAICA.ORG.BR/FCJSP/
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Apoio Institucional:
LABORATÓRIO DE DESENVOLVIMENTO
DE PROJETOS AUDIOVISUAIS Secretaria da Cultura
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PALAVRA DO PRESIDENTE
O
povo judeu é conhecido por ser o Povo do Livro. Seguimos e nos orientamos pelo mais antigo livro do mundo – a Torá. Ali estão nossos princípios, missões, ações e proibições. Enfim, um guia para a vida. O ponto focal da vida judaica é a transmissão de um legado através das gerações. O judaísmo se concentra nos filhos e na perpetuação do conceito de LeDor VaDor. Ser parte é promover o elo na cadeia de gerações. É ser filho, depois pai, receber um legado e passá-lo adiante. Moshé “recebeu a Torá no Sinai e passou-a adiante…” e assim nós devemos ser. O judaísmo é, portanto, uma religião de continuidade. Em um dos versículos mais candentes da Torá, Moshé Rabeinu ordena: “Ensinareis estas coisas diligentemente a vossos filhos, falando delas quando estiverem em casa ou quando viajarem, quando se deitarem e quando se levantarem”. Dentro dessa ótica, gostaria de enaltecer um dos eventos ocorridos mês passado no clube. A homenagem prestada aos ex-presidentes Naum Rotenberg e Beirel Zukerman, sábios, ambos com mais de 90 anos, e que dedicaram parte do período mais criativo de suas vidas – mais de 50 anos - ensinando e ainda transmitindo às outras gerações como, o que e por que ser ativista, líder e dirigente em uma comunidade. Além da Hebraica, Conib, Fisesp, Einstein e Unibes participaram dessa efeméride, numa aliança a cada dia mais forte. Esta honraria é extensiva a todos os
ex-presidentes do clube, os que estão conosco e os que estão numa esfera superior. Todos, sem exceções, realizaram muito, distribuíram conhecimento, dividiram a experiência acumulada, empregaram energia e iluminaram o caminho exitoso de nossa Hebraica. Souberam instruir aos demais voluntários para que pudéssemos chegar até hoje e aqui de modo a dizer, orgulhosos, que a Hebraica é o maior e melhor clube judaico do mundo. Cada vez mais bonita, reluzente e trazendo conforto aos sócios. Digo, e repito, que é enorme a satisfação e me sinto gratificado em poder contar com uma Diretoria Executiva tão ativa. Movimentamos este nosso segundo lar com muitos encontros, festas e celebrações, atraindo milhares de pessoas todas as semanas para o interior de nossa comunidade. E durante a Copa também será assim.
Vai Brasil Avante Rumo ao Hexa Shalom Daniel Leon Bialski PRESIDENTE
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SUMÁRIO CARTA DA REDAÇÃO AGENDA FIQUE POR DENTRO NOSSO CLUBE MATÉRIA DE CAPA REGISTRO O QUE VEM POR AÍ ENTREVISTA
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COMUNIDADE ESPORTES PERFIL MAGAZINE GALERIA FLORIANO EM DEBATE VITRINE DIRETORIA EXECUTIVA COMISSÃO DE OBRAS
FESTIVAL DE CINEMA A produção israelense “O Testamento”, abre o 22o Festival de Cinema Judaico de São Paulo com uma abordagem original dos assassinatos durante o Holocausto
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CONSELHO DELIBERATIVO
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ACESSE O CATÁLOGO
CARTA DA REDAÇÃO ANO LIX | NO 677 | JULHO 2018 | TAMUZ/AV 5778
O
material de capa desta edição diz respeito à homenagem prestada aos ex-presidentes Beirel Zukerman e Naum Rotenberg que dirigiram o clube nos anos 1970. Com a presença da atual diretoria, Daniel Bialski à frente, e outros ex-presidentes, Beirel e Naum deram seus nomes a duas alamedas da Hebraica. É o momento de se preparar para as grandes atrações do Festival de Cinema Judaico, programação que já faz parte do calendário cultural da cidade, e informações a respeito de alguns destes filmes podem ser lidas aqui. Leiam também o texto honesto e correto da correspondente em Israel, Miriam Sanger, a respeito dos eventos no sul do país na fronteira com Gaza e as pipas incendiárias que a mando do Hamas são soltas sobre Israel para incendiar preciosas reservas naturais e campos de cultivo. A partir daí ela traça o comportamento dos meios de comunicação em relação a Israel. Além disso, Philip Roth e o necrológio do jornalista Alberto Dines.
Shalom Boa leitura Bernardo Lerer DIRETOR DE REDAÇÃO
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A Hebraica é uma publicação mensal da Associação Brasileira “A Hebraica” de São Paulo Rua Hungria, 1.000, Pabx: 3818.8800
EX-PRESIDENTES Leon Feffer (Z’l) õĘ éñíëĘ õĘ éñíñ Isaac Fischer (Z’l) õĘ éñîèĘ õĘ éñîë Maurício Grinberg (Z’l) õĘ éñîìĘ õĘ éñîï Jacob Kauffman (Z’l) õĘ éñîðĘ õĘ éñîñ Naum Rotenberg õĘ éñïèĘ õĘ éñïê õĘ éñïîĘ õĘ éñïð Beirel Zukerman õĘ éñïëĘ õĘ éñïí Henrique Bobrow (Z’l) õĘ éñïñĘ õĘ éñðé Marcos Arbaitman õĘ éñðêĘ õĘ éñðì õĘ éñððĘ õĘ éññè õĘ éññìĘ õĘ éññî Irion Jakobowicz (Z’l) õĘ éñðíĘ õĘ éñðï Jack Leon Terpins õĘ éññéĘ õĘ éññë Samsão Woiler õĘ éññïĘ õĘ éñññ Hélio Bobrow õĘ êèèèĘ õĘ êèèê Arthur Rotenberg õĘ êèèëĘ õĘ êèèí õĘ êèèñĘ õĘ êèéé Peter T. G. Weiss õĘ êèèîĘ õĘ êèèð Abramo Douek õĘ êèéêĘ õĘ êèéì Avi Gelberg õĘ êèéíĘ õĘ êèéï Daniel Leon Bialski õ PRESIDENTE
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AGENDA Eventos de Julho | 2018 DESTAQUES DO MÊS
02 e 03
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ESPORTIVO Colônia de Férias da Escola de Esportes De 02 a 13/07 Confira programação e horários no site INCUBADORA DE IDEIAS Tech Férias na Hebraica De 02 a 27/07 Inscreva-se no 3818-8888
HEBRAICA MEIO-DIA Instituto Fukuda “Entre o Rock e o Erudito” Dia 01/07 - DOMINGO Horário às 12h Local Teatro Arthur Rubinstein
HEBRAIKEINU Colônia de Férias do Hebraikeinu De 16 a 20 e 23 a 27/07 Confira programação e horários no site
DANÇAS Harkadat de férias Dia 01/07 - DOMINGO Horário das 15h às 16h30 Local Em frente ao parquinho
01
01
CINEHEBRAICA Tudo o que eu Quero Dia 01/07 - DOMINGO Horário das 16h e às 19h Local Teatro Arthur Rubinstein
02 a 13
EVENTO GRATUITO EVENTO PAGO 8
02 a 13
02 a 27 INCUBADORA DE IDEIAS Tech Férias na Hebraica – Oficinas de Drones, Games 3D, Robótica e muito mais. Dia de 02 a 27/07 Inscreva-se no 3818-8888
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ESPORTIVO Colônia de Férias da Escola de Esportes Dia de 02 a 13/07 Confira programação e horários no site ESCOLA MATERNAL Programa de férias Dia de 02 a 13/07 Confira programação e horários no site
MERKAZ Curso de oratória com PNL Dia 02 e 03/07 Horário das 19h às 22h45 Local Sala Plenária
CINEHEBRAICA As Estrelas de Cinema nunca Morrem Dia 04/07 - QUARTA Horário às 14h30 e às 20h30 Local Teatro Arthur Rubinstein DANÇAS Harkadat de férias Dia 05/07 - QUINTA Horário das 20h às 22h Local Centro de Juventude
07
CINEHEBRAICA Tully Dia 07/07 - SÁBADO Horário às 20h30 Local Teatro Arthur Rubinstein
VEJA A AGENDA COMPLETA NO SITE DA HEBRAICA www.hebraica.org.br
08
HEBIKE Passeio Ciclístico Dia 08/07 - DOMINGO Horário às 8h30 Local Saída da portaria da Rua Angelina Maffei Vita
14 a 21
HEBRAIKEINU Machané Choref 2018 Saída às 15h - 14/07 Chegada às 15h - 21/07 Local Rancho Ranieri
08
HEBRAICA MEIO-DIA Duo Âmbar convida Adriano Busko para o Sarau das 12 Dia 08/07 - DOMINGO Horário às 12h Local Teatro Arthur Rubinstein
08
14
ARTE NAS FÉRIAS Colônia do Ateliê de Artes Dia de 09/07 a 13/07 Horário das 14h30 ás 17h Local Ateliê de Artes CINEHEBRAICA Lunchbox Dia 11/07 - QUARTA Horário às 14h30 e às 20h30 Local Teatro Arthur Rubinstein
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HEBRAIKEINU Machanezinha Choref 2018 - de 7 a 8 anos Saída às 15h - 14/07 Chegada às 12h30 - 18/07 Local Rancho Ranieri
CINEHEBRAICA Tully Dia 08/07 - DOMINGO Horário às 16h e às 19h Local Teatro Arthur Rubinstein
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11
14 a 18
16 a 20 e 23 a 27
HEBRAIKEINU Colônia de Férias do Hebraikeinu Dia de 16 a 20 e 23 a 27/07 Confira programação e horários no site CINEHEBRAICA Bye Bye Germany Dia 18/07 - QUARTA Horário às 14h30 e às 20h30 Local Teatro Arthur Rubinstein
21
CINEHEBRAICA Gauguin - Viagem ao Taiti Dia 14/07 - SÁBADO Horário às 20h30 Local Teatro Arthur Rubinstein
GALERIA DE ARTE Diálogo Arte com Olívio Guedes “A forma da Arte” Dia 21/07 - SÁBADO Horário das 11h às 12h Local Galeria de Artes
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CINEHEBRAICA Gauguin - Viagem ao Taiti Dia 15/07 - DOMINGO Horário às 16h e às 19h Local Teatro Arthur Rubinstein
CINEHEBRAICA Oh Lucy! Dia 21/07 - SÁBADO Horário às 20h30 Local Teatro Arthur Rubinstein 9
AGENDA Eventos de Julho | 2018 22
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HEBIKE Passeio Ciclístico Dia 22/07 - DOMINGO Horário às 8h30 Local Saída da portaria da Rua Angelina Maffei Vita
HEBRAICA MEIO-DIA Carlos Navas - Show “Crimes de Amor” Dia 29/07 - DOMINGO Horário às 12h Local Teatro Arthur Rubinstein
CINEHEBRAICA A Enchente Dia 25/07 - QUARTA Horário às 14h30 e às 20h30 Local Teatro Arthur Rubinstein
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HEBRAICA MEIO-DIA Eny da Rocha em “Um toque especial” Recital de Piano Dia 22/07 - DOMINGO Horário às 12h Local Teatro Arthur Rubinstein
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CINEHEBRAICA Oh Lucy! Dia 22/07 - DOMINGO Horário às 16h e às 19h Local Teatro Arthur Rubinstein
DANÇAS Harkadat de férias Dia 26/07 - QUINTA Horário das 20h às 22h Local Adolpho Bloch
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CINEHEBRAICA Viva: A Vida é uma festa! Dia 28/07 - SÁBADO Horário às 20h30 Local Teatro Arthur Rubinstein
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MERKAZ Blockchain e Bitcoin nos negócios Dia 24/07 - TERÇA Horário às 19h Local Teatro Arthur Rubinstein 10
DANÇAS Harkadat de férias Dia 29/07 - DOMINGO Horário das 15h às 16h30 Local Em frente ao parquinho
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CINEHEBRAICA Viva: A Vida é uma festa! Dia 29/07 - DOMINGO Horário às 16h e às 19h Local Teatro Arthur Rubinstein
KABBALAH Com Marcelo Steinberg - Coach espiritual e professor de Kabbalah A força da consciência Dia 31/07 - TERÇA Horário às 19hs Local Sala Plenária
FIQUE POR DENTRO
DICAS DO NOSSO CLUBE Aqui você fica sabendo mais a respeito dos serviços da Hebraica Cuidando do meio ambiente
Aproveite A vantagem do pagamento antecipado com desconto em semestralidade. Basta entrar em contato com a tesouraria através dos seguintes canais: 3818.8882 / 3818.8883 tesouraria@hebraica.org.br
A coleta de lixo foi remanejada para novo local próxima à entrada da rua Angelina Maffei Vita, onde não há residências, gerando maior conforto para os moradores do entorno. Com mais espaço para separação dos materiais recicláveis, orgânicos e rejeitos. Em breve a Hebraica iniciará o tratamento de lixo orgânico, com intuito de produção de adubo, o que gerará economias para o clube, tanto com a redução da compra de tipo de insumo, bem como economia com taxas de aterro, já que o rejeito será reduzido, tudo através de processo que elimina o cheiro do lixo.
Promoções Melhor Pedaço da Pizza Baixamos os preços dos sucos e das pizzas inteiras em mais de 18%! Salão de Cabeleiro QG HAIR PROMOÇÃO todas as terças e quartas-feiras Manicure + Pedicure - R$ 54,00 Spa Hamsa Quinta-feira PROMOCIONAL Receba 1h30 de massagem e pague 1h De R$ 168,00 por R$ 128,00 MASSAGENS: Relaxante, Shiatsu e Drenagem. Condição promocional válida para todo o mês de Julho/2018.
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Novos valores da sauna feminina: Avulsa - De R$ 42,00 por R$ 18,00 Mensal - De R$ 186,00 por R$ 69,00 Novos valores da sauna masculina: Sauna Avulsa - R$ 25,00 Massagem - R$ 78,50 PLANO TEL AVIV Sauna Avulsa + Massagem - R$ 90,00 PLANO HAIFA Mensal 13-25 anos - R$ 56,00 PLANO JERUSALEM Mensal Adulto - R$ 99,00 PLANO EILAT Mensal + 2 Massagens - R$ 184,50 Novos horários da sauna masculina: TERÇA a SEXTA - 15h até 22h SÁBADO - 10h até 20h DOMINGO - 10h até 17h
Passo a passo 1| Adicione o número 11 94700 6366 na sua agenda; 2| Mande uma mensagem com seu nome e número de sócio pelo Whatsapp; 3| Pronto! Você receberá uma mensagem de confirmação e ficará por dentro de todas as novidades do clube; 4| Esse Whatsapp será apenas para comunicação do clube com você, sócio. Dúvidas e sugestões, solicitamos que continue utilizando a nossa Central de Atendimento.
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Hebraica
NOSSO CLUBE POR Magali Boguchwal
Restaurantes terão pratos judaicos assinados por Em duas etapas, o Projeto Raízes incluirá no cardápio dos restaurantes pratos judaicos elaborados por chefs e pelos sócios que vencerem o concurso cultural
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A
culinária judaica vai disputar as atenções com o final da Copa do Mundo de futebol porque durante o mês passado a vice -presidente administrativa Mônica Tabacnik Hutzler, o diretor de concessões Nissim Levi e uma grande equipe deram o pontapé inicial no Projeto Raízes, que envolverá chefs profissionais e sócios em um movimento de valorização da tradição culinária transmitida ao longo de gerações. “Trata-se de um projeto que satisfaz a necessidade de fortalecer os vínculos com a nossa história contada por meio da culinária”, informa a vice-presidente que tem a importante ajuda da organizadora Renata Gildin. “Buscamos receitas típicas em tons que remetem ao sentimento de pertencimento e aconchego na preparação dos alimentos”, completa Mônica. Concebido em duas etapas, o Projeto Raízes colocou os organizadores em contato com chefs cujo trabalho está diretamente ligado à culinária judaica, como Cecília Judkowitch, Mônica Dajcz, Shoshana Baruch, Nir Levi e outros que aceitaram criar receitas. A execução será registrada em vídeo e as receitas, incorporadas aos cardápios dos restaurantes do clube com a assinatura do autor. Além desse time de profissionais, os sócios também serão parte essencial do Projeto Raízes por meio do Concurso Cultural que escolherá as melhores receitas da culinária judaica. Desse modo, também figurarão com destaque entre as opções dos restaurantes. “Acreditamos que o alimento tem a virtude, entre outras, de aproximar os sócios de sua origem e reforçar a conexão sentimental que já existe entre ele e o clube”, opina Mônica. “Aprendi vários pratos judaicos com minha mãe, que veio da Rússia nos anos 1920 e que se esmerava em preparar ‘cashe’ (trigo sarraceno), que cozinhava com frango ensopado e também utilizava como recheio em uma torta que ficava muito boa. Aliás, a massa da torta também servia para fazer os kniches de batata. Eu aprendi a cozinhar esse pratos e os preparei para meus filhos. Creio que parte da identidade judaica deles é formada por essa memória que vem por cheiros e gostos da infância”, conta Clara Roitman, de 85 anos.
A família da jornalista Tânia Fortes descende de turcos, de Smirna, por parte de pai, e libaneses, de Sidon, por parte de mãe. Ela aprendeu vários pratos da culinária sefaradi com a mãe, Reni. “Gosto de sâha, um prato de carne recheada com arroz e finaliza com água e batata. Fica como uma trouxa. Também preparamos o húmus em casa”, comenta a jornalista cujo hobby é a culinária. Clara e Tânia estão entre os milhares de judeus que vez ou outra traduzem sua cultura em pratos que consideram herança familiar. Segundo Mônica Tabacnik Hutzler, a participação dos chefs Dona Lina, Shoshana Baruch e Nir Levi, respectivamente avó, mãe e neto, ilustrará esse contexto familiar em que a cultura judaica é transmitida no interior das famílias. “Quem frequenta a Casa Búlgara e o Delishop experimenta essa tradição nas burekas e nas comidas judaicas que preparam e são muito apreciadas fora da comunidade”, comenta Mônica.
O CONCURSO De 12 de julho a 12 de agosto, sócios de todas as idades poderão inscrever sua versão de um prato judaico. “Esse concurso se destina a amadores e portanto as inscrições de quem trabalha com gastronomia não serão consideradas. A comissão julgadora fará uma pré-seleção em agosto das receitas inscritas, e as escolhidas participarão da edição do Concurso Cultural Raízes Hebraica, previsto para setembro, quando os concorrentes cozinharão em frente da comissão julgadora e os vencedores terão seus pratos assinados e incluídos nos cardápios dos restaurantes. “À medida em que o Projeto Raízes for se desenvolvendo, aumentaremos o número de sabores e pratos de diferentes origens, o que, acreditamos, despertará a curiosidade e dará mais uma razão para os sócios permanecerem por mais tempo na Hebraica. Pensando bem, acho que, ao verem as seleções jogando na Copa do Mundo, vai despertar o espírito competitivo de alguns chefs amadores e teremos muitos inscritos no concurso cultural”, torce a vice-presidente.
A partir do dia 12, na Central de Atendimento já estarão abertas as inscrições para o Concurso Cultural Raízes. Uma vez registrado como participante, a receita e a relação de ingredientes deverá ser enviada por e-mail. Será aceita apenas uma receita por sócio e, uma vez registrado na Central de Atendimento, ele ou ela deve enviar a receita e a história famliar em torno do prato apresentado. Caso seja selecionada, a execução da receita será apresentada ao vivo em setembro em um grande evento no clube, diante da comissão julgadora. Serão distribuídos prêmios entre os finalistas. O regulamento completo do Concurso Cultural Raízes está à disposição na Central de Atendimento e na página da Hebraica (www.hebraica.org.br)
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NOSSO CLUBE
Caixas para depositar doações de roupas para o inverno e locais para descartar lacres de latas de alumínio espalhados pelo clube revelam a solidariedade dos sócios
O
nde entregar as roupas sem uso para doação? Na Hebraica há pelo menos duas formas de fazer isso e a certeza de que terão boa destinação: na caixa da Unibes no estacionamento ou nos recipientes espalhados pelo clube que se juntam àqueles que a comunidade judaica entrega, cheias, à Secretaria de Bem Estar Social do Estado de São Paulo. E em poucos dias as caixas espalhadas pelo clube já transbordavam. Os símbolos da Campanha de inverno deste ano são os personagens Cebolinha, Mônica, Magali e Cascão, criados por Maurício de Souza. No começo do mês passado, o Centro Juvenil Hebraikeinu iniciou uma campanha para arrecadar lacres de fechamento de latas de alumínio. A iniciativa dos chanichim já se espalhou pelos pontos de venda de comidas e bebidas no clube. “Cada garrafa PET que enchermos com lacres será trocada por cadeiras de rodas para pessoas necessitadas. A ideia de ajudar pessoas com dificuldades de locomoção sensibilizou as crianças do Hebraikeinu e queremos que a ação se torne permanente. Nós do Hebraikeinu pedimos a quem comprar bebidas em latinhas de alumínio que separe os lacres para colocar nas garrafas”, comenta o coordenador do Hebraikeinu Gabriel Scherer. Outra iniciativa de caráter social partiu das integrantes do grupo de danças Ofakim e seu projeto Ofakim do Bem, que, em plena temporada de ensaios para o show Hatikvá, se reuniram na sede do Ten Yad para montar kits de higiene aos assistidos. O projeto aconteceu no final de março, também na sede do Ten Yad. 16
VENHA MOSTRAR SEU TALENTO NA COZINHA! INSCREVA-SE!
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8 PREMIADOS 5 PRÊMIOS PRÊMIOS
PARA PARTICIPAR VOCÊ PRECISA: • Ser sócio da Hebraica SP (maior de 18 anos) • Apresentar um prato típico da culinária judaica Compartilhe a história de sua família através do paladar! Insrições a partir de 12 de julho até 12 de agosto na Central de Atendimento ou pelo site www.hebraica.org.br
CAPA
ALAMEDAS Beirel Zukerman e Naum Rotenberg, a esquina onde passam as pessoas no clube 18
Os dois ex-presidentes olham para o futuro, na esperança de que as próximas gerações se aproveitem de sua experiência e boas lições POR Tania Plapler Tarandach
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ada uma a seu modo, as lideranças comunitárias que dirigiram a Hebraica desde a sua fundação deixaram suas marcas. Foi o caso dos ex-presidentes Naum Rotenberg (1970-1972 e 1976-1978) e Beirel Zukerman (1973-1975). A população interna alcançava quase 22 mil sócios e o patrimônio foi acrescido de grandes obras: a inauguração da piscina olímpica, quando Zukerman e Manoel Szterling, responsável pela obra, estrearam as raias, e do Centro Cívico (e Comunitário, como foi chamado originalmente). Além da compra do último terreno adjacente àquele ocupado pela Hebraica e que viria quase duplicar a área total, ou seja, o que o clube é atualmente. E os artífices foram os dois presidentes, hoje “jovens” de 90 anos, e atuantes, figuras constantes nas atividades oferecidas, com suas esposas, filhos, netos e bisnetos. Rotenberg e Zukerman foram homenageados pela atual Diretoria em uma cerimônia com a Conib, Fisesp, Hospital Israelita Albert Einstein e Unibes. O respeito, carinho e, mais ainda, o reconhecimento foram a tônica da manhã de homenagem, quando os ex-presidentes descerraram as placas na “esquina” das alamedas do clube, em frente à entrada do complexo aquático, ponto central da Hebraica. A cerimônia contou com a presença de todos os ex-presidentes, foi uma festa para as famílias de Beirel e Naum e tantos amigos que lá estavam. Bruno Laskowsky fez uma breve apresentação, seguida de vários oradores, entre eles Claudio Lottenberg, Célia Parnes, o atual presidente do clube Daniel Bialski, Arthur, ex-presidente e filho de Naum, Renata e Raquel, filhas de Beirel. Célia Parnes, que presidiu a Unibes, falou de Naum, destacando sua elegância e seu sorriso. “Gostaria de vê-lo no nosso
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3 1. Ex-presidentes, diretores e muitos sócios na homenagem 2. O início do ato com Bruno Laskowsky 3. Arthur Rotenberg falou em nome da família 4. Mensagem de Célia Parnes
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CAPA
Beirel e Naum com suas famĂlias apĂłs as justas homenagens que lhes foram prestadas
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Sempre Unidos
PETER G. WEISS Gestão 2006-2008
Posso afirmar com muito orgulho, e absoluta certeza, que os ex-presidentes formam uma equipe mais que unida. Provavelmente somos os únicos ex-presidentes de um clube que se reúnem algumas vezes ao ano, com a presença de todos para trocar ideias a respeito da “nossa Hebraica” e da comunidade. Desde criança frequento a Hebraica, meu pai foi um dos primeiros sócios e acompanhei o crescimento deste que hoje é considerado o maior centro comunitário judaico. Convidado a me candidatar ao Conselho, fui bem votado e desde então tomei e mantenho contato com o grupo dos ex-presidentes – na verdade sempre Presidentes, ocupei vários cargos até chegar às presidências da Diretoria e do Conselho Deliberativo. Então, por todas estas razões, e não por acaso, nos juntamos à justa homenagem aos presidentes Naum Rotenberg e Beirel Zukerman.
Supremo (Tribunal Federal)”, disse ela. Rotenberg agradeceu e ressaltou a ligação do escritório de advocacia, do qual é um dos sócios, onde atuam jovens encaminhados pela Unibes e que “desempenham suas tarefas muito bem”. Lottenberg contou a história do então menino Beirel, que chegou ao porto de Santos com seis anos e teve uma vida comunitária intensa. Em cada discurso havia sempre o destaque para os dois ex-presidentes, diferentes em suas trajetórias, mas iguais quando a Hebraica se fez presente em suas vidas. “A Hebraica é um sucesso! Nem nos Estados Unidos, nem em Israel, nem o Macabi do México, nada é igual à Hebraica”, resumia Rotenberg nos idos de 1970, conforme o livro do cinquentenário. No discurso, lembrou 1955, “quando me tornei sócio. Inicialmente, era para ser um clube para 500 sócios, em seguida passaram para mil, sou o número 781; tudo que está aqui construído é fruto da inteligência de todos que por aqui passaram e daqueles que nos deixaram. A eles é que eu dedico toda esta homenagem”. Para Zukerman, “o melhor lugar do mundo é aqui. Sou judeu, aprendi a ser judeu. Meu maior respeito é pelos askanim, os ativistas, eles nunca desaparecerão. Comecei minha vida nas entidades, a Hebraica é a maior escola judaica do mundo, uma formadora de líderes”.
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2 1. Ex-presidentes participaram da manhã festiva 2. Presidente Daniel Bialski, Claudio Lottenberg e Sidney Klajner
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3. Mariza de Aizenstein, Mônica Tabacnik Hutzler, Denise Antão, Carla Caldeira e Tania Hollender 4. Luiz Kignel, Jack Terpins, Claudio Lottenberg e Gilberto Meiches
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REGISTRO
Diversão para todos O show da cantora Anitta certamente será lembrado como um dos pontos altos da atual gestão. Famílias inteiras, grupos de amigos e admiradores da artista reservaram ingressos com grande antecedência e apreciaram cada detalhe daquela noite especial POR Magali Boguchwal
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H
á algum tempo a quadra do Centro Cívico não era transformada em palco para um grande show musical. A escolha da cantora Anitta mostrou o quanto os sócios apreciam um bom programa, especialmente quando envolve toda a família. Durante semanas, a procura pelos ingressos dominou as conversas dentro do clube, trazendo para o show um público de 90% de sócios. O DJ Shiper foi a atração de abertura. “Entrar naquele palco esperando fazer um simples som para o pessoal antes da grande atração e aquilo virar um mini-show meu. Foi inesquecível ver aquele público pulando, cantando e dançando. Sinto-me realizado”, escreveu o DJ nas redes sociais. Antes de entrar no palco, Anitta recebeu algumas crianças que foram sorteadas para conhecer a cantora pessoalmente, e também uma Hamsa (símbolo judaico ligado à sorte e ao sucesso) em nome da Hebraica. Desde o primeiro minuto que pisou no palco, Anitta estabeleceu uma conexão instantânea com o público que cantou com ela e acompanhou seu ritmo frenético. Quem ficou em casa certamente recebeu dos amigos as fotos e os comentários emocionados postados nas redes sociais. O tempo voou enquanto Anitta apresentava seu repertório e, depois que ela saiu do palco, muita gente aproveitou a balada para curtir o clima de alegria e união que os organizadores ofereceram aos sócios.
O carisma e a simpatia de Anitta cativaram o público, que demonstrou conhecer as letras das canções de seu repertório
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REGISTRO
Entre famílias e amigos, Kaká também esteve presente no show
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A apresentação de Anitta aproximou duas ou mais gerações em um programa que tinha a música como denominador comum
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REGISTRO
Com altas doses de fantasia, cores, dança e música, o Show da Luna cativou crianças de colo e irmãos mais velhos e também os adultos POR Magali Boguchwal
A
plateia animada composta de 500 associados e 35 convidados de sócios coloriram o Show da Luna que o Adventure trouxe como destaque na programação infantil do clube. Na entrada do Teatro Arthur Rubinstein, era difícil saber quem tinha mais pressa para encontrar a turminha mais curiosa da TV, se os adultos ou os pequenos. A ansiedade aumentou quando a vice-presidente de Juventude, Monica Baran anunciou o sorteio de brindes oferecidos pela TV Pinguin. Quando Luna, Claudio e seus amigos apareceram no palco, adultos e crianças embarcaram na viagem da personagem em busca de respostas para enigmas como o movimento das borboletas, a forma das bolhas de sabão e outros. Antecipando a agenda, já avisamos que este é só o primeiro de muitos projetos que a vice-presidência de juventude pretende oferecer para o público de 0 a 25 anos.
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Coluna ARYMAX ENTREVISTA
Por Cybele Kogan
com Wellington Vitorino, Idealizador do Instituto Four e do ProLíder.
Com 23 anos de idade e 15 de trabalho, Wellington Vitorino já se destaca nos cenários social e político brasileiros. Idealizador do Instituto Four e do ProLíder, um programa de formação de lideranças jovens que pensam em mudar o Brasil, não apenas sonha, mas se prepara para um dia se tornar presidente da República. Nesta entrevista, contou um pouco sobre o caminho que seguiu até agora e o que pretende seguir no futuro. ARYMAX: Você começou a trabalhar e empreender muito cedo. Como tudo aconteceu? Wellington Vitorino: Eu nasci no Rio de janeiro, e meus pais sempre tiveram a preocupação de ensinar aos filhos o valor do trabalho e do dinheiro. Venho de família humilde e eles queriam que déssemos valor ao pouco que tínhamos. Quando eu tinha 8 anos, meu pai perguntou se eu e meu irmão queríamos ajudar nas vendas numa barraca na praia. Devolveríamos o que ele havia investido e ficaríamos com o lucro. Deu certo. No mesmo dia, reinvesti o dinheiro. ARYMAX: Daí em diante, você não parou. WV: Esse dia me marcou muito. Tive a sensação de que por meio do meu trabalho, gerei valor. Aí comecei a vender de tudo: bolinha de gude, latinha, papelão. Aos 12 anos, trabalhei na padaria do meu pai nas férias. Depois, comecei uma produção de doces em casa e fui vender na Igreja e em seguida em comércios locais. Minha tia me ajudava na produção e o negócio foi crescendo naturalmente. ARYMAX: Com 12 anos você foi vender sorvete no batalhão da Polícia Militar? WV: A produção de doces chegou ao limite. O picolé dava dinheiro mais rápido. Eu comprava a R$ 0,45 e vendia a R$ 1. Faturava R$ 1000 por mês. Três vezes mais que o salário mínimo na época.
WV: A Arymax foi a primeira organização a ajudar o projeto. Ter uma fundação como essa, de uma família tão importante para o Brasil, ajuda muito. Eles apostaram num estilo diferente. A Arymax não deu só o recurso, mas ajudou de maneira efetiva indicando pessoas e abrindo portas. A Arymax é uma das poucas instituições do Brasil que fazem esse trabalho de financiar projetos e não apenas pessoas. ARYMAX: E o projeto cresceu desde então... WV: Hoje o ProLíder faz parte do Instituto Four, que engloba outros projetos e do qual sou diretorexecutivo. Esse ano vamos realizar um fórum sobre eleições. Temos um conselho consultivo e fiscal com grandes nomes de grandes empresas. E eu me mudei do Rio de Janeiro para São Paulo. WV: Na vida você só precisa de uma oportunidade e, então, começar bem. Eu comecei bem. Mas tive que criar estratégias. Queria fazer graduação na Ibmec. Mais velho, fiz uma escolha: ou me esforçava para ganhar uma bolsa ou alavancava o negócio de doces para pagar os estudos. Acabei ganhando a bolsa de 100% e estudei Administração. ARYMAX: Foi na faculdade que surgiu a ideia do ProLíder? WV: No último ano da faculdade eu participei de uma palestra com o Nizan Guanaes. Ele falou muito de jovens que poderiam fazer e não fazem, que o Brasil é um país de grandiosidade, mas que o jovem tinha que assumir o protagonismo. Fiquei muito incomodado e pensei: eu posso fazer. A palestra foi no dia 23 de novembro de 2015. No dia 24, tive a ideia do ProLíder. E junto com um amigo comecei a colocar em prática.
ARYMAX: E os estudos? WV: O comandante da Polícia me deixou vender os picolés, mas queria ver meu boletim todo final de bimestre. Se eu não estivesse bem na escola, não poderia ficar. Aquela foi a primeira vez que eu firmei um compromisso com alguém que não era da minha família.
ARYMAX: O que é o Pro-Líder? WV: É um programa nacional de formação de lideranças jovens. Se querem gerar uma real transformação no Brasil, jovens devem entrar cedo na política ou ficar mais atentos a tudo que envolve o meio público. Nos últimos anos, o Brasil se desenvolveu muito no mundo empresarial, mas não nesse meio coletivo. O programa consiste em debater o cenário atual brasileiro junto a grandes referências, visando a criação de empreendimentos pra poder ajudar a resolver grandes problemas do Brasil.
ARYMAX: Uma independência financeira bem precoce.
ARYMAX: Como o apoio da Arymax contribuiu para o crescimento do projeto?
ARYMAX: No final do ano, o ProLíder terá formado mais de 100 jovens. Conte algum exemplo de sucesso. WV: O César é advogado, e depois de participar do ProLíder abriu um escritório. Não acreditava no Brasil e o projeto motivou-o. No mês que vem, vai nos representar numa conferência de direitos humanos da ONU. Outro exemplo é o Samuel Emílio que após o programa virou coordenador nacional de um movimento de renovação política. Outros dois jovens também vão concorrer nas eleições esse ano. ARYMAX: No seu sonho de virar presidente, em que parte você está? WV: Depois do Instituto, quero criar negócios, adquirir independência financeira para tentar entrar na política de maneira autônoma. Talvez eu esteja nos 15% do caminho. Tem gente que queria me ver candidato esse ano, mas hoje, me dedico a preparar pessoas. Eu brinco que se, um dia, o ProLíder levar o número de pessoas que queremos para a política, talvez eu nem precise me candidatar. ARYMAX: Que conselho você daria para os jovens que querem empreender num negócio ou na política? WV: Não perca tempo. Se você tem alguma idéia, comece logo. Trabalhe muito e reclame menos. O lema do ProLíder é “reclamar não muda, entre para o time dos que fazem.” Comece pelo simples, pelas pequenas coisas na escola, no grêmio estudantil. Todo dia a gente tem oportunidade de entregar um resultado melhor.
“ A Coluna ARYMAX, criada em homenagem a Antonietta e Leon Feffer, tem como objetivo reconhecer e estimular ações exemplares de ativismo comunitário e empreendedorismo social.”
O QUE VEM POR AÍ POR Tania Plapler Tarandach
Julho com muita diversão
Três ótimas opções para quem ficar em São Paulo na segunda metade de julho: a Colônia de Férias e a machané do Hebraikeinu e a grande novidade, a Tech Férias
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Colônia de férias do Hebraikeinu terá como tema os personagens da Marvel – Hulk, Homem de Ferro, Capitão América e outros -, conhecidos como “Os Vingadores“. De 16 a 20 e de 23 a 27 de julho, salas, quadras esportivas e áreas livres do clube serão utilizadas por crianças de 2 a 8 anos em gincanas, atividades artísticas e jogos teatrais, além dos dois passeios externos previstos para o Jump Park e a Sitiolândia, com atrações para crianças a partir de 3 anos. Para a faixa de 2 anos, estão programadas oficinas especiais e atividades que os pequenos adoram. Já a Machané Choref do Hebraikeinu (acampamento de inverno) será no Sítio Ranieri, em São Louren28
ço da Serra. Crianças a partir de 7 anos têm diversão, judaísmo, esportes e novas amizades garantidos na semana entre 14 e 21 de julho em companhia dos monitores e coordenadores do Centro Juvenil Hebraikeinu. Informações e inscrições na Machané e na Colônia de Férias, pelo telefone 3818-8867. A Tech Férias na Hebraica será a novidade neste ano com atividades durante o mês todo de julho. Jovens de 8 a 16 anos aprenderão a montar e pilotar drones, criar games 3D e outros itens ligados à robótica. A Tech Férias é uma parceria inédita entre a Incubadora de Ideias, a Futura Code e a Techcamps. Para mais informações, enviar e-mail para sulima@hebraica.org.br.
FESTA DE ARROMBA – Cuba Libre, Meia de Seda, Twist, RaligaAO MEIO-DIA PARA TODOS OS GOSTOS Quatro domingos, quatro propostas diferentes para contentar os sócios no Show do Meio-Dia. Julho começa com o Instituto Fukuda e o espetáculo “Entre o Rock e o Erudito”, dia 1o. No show do dia 8, o Duo Âmbar convida Adriano Busko para o Sarau das 12h que vai surpreender o público, pela versatilidade dos músicos. Pausa dia 15 para torcer na final da Copa do Mundo, esperando que o Brasil esteja lá. “Um Toque Especial” é o nome que a pianista Eny da Rocha deu para seu recital dia 22; e Carlos Navas, sempre aplaudido no palco do Teatro Arthur Rubinstein, fará o show “Crimes de Amor” no dia 29.
KABBALAH: CURSOS E PALESTRA GRATUITA A cada semestre aumenta o interesse dos sócios pelos ensinamentos da Cabalá (Kabbalah, na escrita em inglês), o que leva o coach espiritual e professor Marcelo Steinberg a criar novas turmas, como esta de julho, dia 31, às 19h, com palestra gratuita a respeito de “A Força da Consciência”. Em agosto, dia 7, começa um curso no Nível 1, às 19h. Em seguida, às 20h30, Steinberg ministra o Nivel 7, para os veteranos de encontros anteriores. Dia 8 será a vez dos que estão no Nível 5 iniciarem o curso, às 10h30. Para todos, inscrições na Central de Atendimento.
li... o que lembram? Esse vai ser o tema da Blue Jeans Night, marcada para 11 de agosto. Vista sua velha calça jeans e agende esse evento que o Departamento Social e Cultural está preparando em detalhes para ser uma Super Noite! Informações na Central de Atendimento.
HARMONIZAÇÃO PESSOAL E MUITO MAIS
AGENDE-SE PARA O MÊS DE FÉRIAS
Saúde do local onde se vive e se trabalha; prosperidade e realização; como, harmonizando as energias, se pode vender imóveis. Para explicar o porquê e como esses temas podem acontecer para uma pessoa, o terapeuta de ambientes Miguel Heilborn estará no clube dia 5 de agosto, às 10h. Especialista em Radiestesia, Geobiologia, Geoacupuntura, Reiki e Feng Shui, com 45 anos de pesquisas e estudos em harmonização e equilíbrio energético, sua palestra tratará de “Terapia de Ambientes – Utilizações Práticas”. Inscrições pelo site: www.terapeutadeambientes. com/eventos
Julho é mês de férias, mas as estreias e sessões semanais de cinema continuam sua programação normal. “As Estrelas de Cinema Nunca Morrem”, homenagem à atriz norte-americana Gloria Grahame, estará na tela no sábado e domingo, dias 7 e 8. Quarta-feira, 11, será a vez de ver “Tully”, filme que ressalta o papel da mulher; no final de semana, 14 e 15, será a vez de “Lunchbox”, coprodução indiana e franco -alemã com muito bom humor. Quem gosta de pintura tem um encontro com “Gauguin – Viagem ao Taiti”, que mostra o exílio do pintor nessa ilha da Polinésia Francesa, um filme do Festival Varilux, marcado para quarta-feira, 18. “Bye, Bye Germany” abriu a última edição do Festival de Cinema Judaico e, a pedido dos sócios, volta ao cartaz no fim de semana, de 21 e 22. Filme selecionado para a 41a. Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, “Oh Lucy” poderá ser visto quarta-feira, 25. “A Enchente” é o filme israelense do mês, programado para o fim de semana, 28 e 29. O mês termina com “Viva: A Vida é Uma Festa”, animação da Pixar/Disney, inspirada na cultura mexicana, dias 28 e 29. As sessões de quarta-feira acontecem às 14h30 e 20h30; as de sábado, às 20h30; e as de domingo, às 16h e 19h.
OFICINA: OS DESAFIOS DA ESCRITA Um curso da Biblioteca para os amantes da literatura e aspirantes a escritores, aliando teoria e prática, mais as armadilhas na construção de um texto literário. Ministrado pela editora e mestre em crítica textual pela USP, Vanessa Ferrari, também editora da Flip (2005/2008) e da Companhia das Letras (2009/2015). São oito aulas, às quintasfeiras das 17h às 18h, de 2 de agosto a 20 de setembro. Informações e inscrições na Central de Atendimento.
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FESTIVAL DE CINEMA
Destaque para o brasileiro “Tsé”
De 5 a 15 de agosto, o 22º Festival de Cinema Judaico de São Paulo exibe 31 filmes em quatro salas espalhadas pela cidade. Este ano, além do Teatro Arthur Rubinstein e do Museu da Imagem e do Som, haverá sessões no Sesc Bom Retiro e no Instituto Moreira Salles PO P OR Magali Ma ga allii Bog oguc ch hw wa all 30
A
produção israelense “The Testment”, dirigida por Amichai Greenberg abre a a 22 segunda edição do Festival de Cinema Judaico de São Paulo 2018, dia 5, no Teatro Arthur Rubinstein. Uma coincidência feliz no ano em que Israel comemora 70 anos de Independência. “O filme é excelente, com uma abordagem original da questão da identidade judaica e a ótima atuação do elenco”, afirma a diretora artística Daniela Wasserstein. Esse é um dos muitos títulos que ela e a equipe envolvida na organização do Festival recomendam na safra deste ano. “São 12 filmes de ficção, 13 ótimos documentários e 6 produções no Panorama Israel, que comemora o aniversário da independência de Israel”, detalha. Este ano, a seleção de filmes de ficção traz o premiado “Um Ato de Desafio” (An Act of Defiance), da África do Sul, de 2017, dirigido por Jean van de Velde, que mostra a luta de um grupo formado por judeus e negros
“O TESTAMENTO” ABOR AB ORDA OR DA ASPECTOS DA IDENTIDADE JUDA JU DAIC ICA A NA MODE MO DERN RNID IDAD ADE E
contra a política do Apartheid, em 1963. Também será exibido o dinamarquês “Através das Águas” (“Fuglene Over Sundet”), de 2016, com direção de Nicolo Donato. “Luz e Esperança”, produção espanhola de 2017, é falado em catalão, algo nunca visto nos 22 anos de Festival. “O filme, dirigido por Silvia Quer, recebeu o prêmio de Melhor atriz no Swiss Awards e o Prêmio de Público do Festival de Luchon”, informa Daniela. Da Rússia, chega “Sobibor” dirigido e estrelado por Konstantin Khabensky, que conta fielmente a revolta ocorrida neste campo de concentração em 1943. O Brasil está representado na grade de ficção por “Querido Embaixador“, dirigido por Luiz Fernando Goulart, contando a trajetória do embaixador Luiz Souza Dantas, que descumpre as ordens de Getúlio Vargas e emite 1.000 vistos diplomáticos para refugiados judeus emigrarem da Europa para o Brasil.
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FESTIVAL DE CINEMA “Humor Me”, produção americana baseada em vídeos postados na internet por judeus com piadas judaicas, deve conquistar especialmente o público que conhece a sutileza dos termos em ídiche e bastante populares nos Estados Unidos. “Humor Me” venceu o Festival de Cleveland 2017 na categoria de filme independente. Na seleção de documentários, destaque para “Árvores Vermelhas”, produção conjunta Brasil, Reino Unido e Estados Unidos, na qual a diretora Marina Willer conta a saga de uma família, uma das 12 que sobreviveu ao Holocausto na antiga Tchecoslováquia. Os brasileiros “Entebbe” e “Lila” devem contar com a presença dos diretores Ary Diesendruck e Renato Sacerdote, mais Alfredo Sirkis e Silvio Da-rin para debates posteriores. Quem aprecia música certamente gostará do documentário “Itzhak”, que acompanha a carreira de Itzhak Perlman. Vencedor na categoria Juri Popular dos festivais de cinema judaico de Atlanta, Honolulu, Palm Beach e Miami, deve lotar as salas onde for exibido durante o Festival de Cinema Judaico de São Paulo. Entre os filmes incluídos no Panorama Israel estão “Dimona Twist”, dirigido por Michal Aviad a respeito da saga de 7 mulheres europeias e as vida delas na região desértica de Dimona nos anos 1950 e 1960. “Foxtrot” recebeu o Leão de Prata no Festival Internacional de Veneza, além de outros prêmios. Dirigido por Samuel Maoz, tem tudo para emocionar o público. Destaque para “O Primo”, que relata a mudança de atitude de Naftali após um palestino que trabalha para ele ser acusado de um crime hediondo contra uma adolescente moradora do local. Com roteiro, direção e atuação de Tzahi Grad, o filme foi premiado no Festival de Haifa de 2017. Estes e outros filmes incluídos no Festival figuram no catálogo, que deve circular já no final de julho. Na opinião desta repórter, que acompanhou todas as edições do 32
“Fique com o Troco” aborda o tema da diversidade
O premiado filme “Foxtrot” de Samuel Maoz está no Panorama Israel
“Árvores Vermelhas” e “Israel of The Modern Thays”: destaques no FCJ
Para curtir o Festival Desde Desd e 20 2017 17, a ce ceri rimô môni nia a de aber ab ertu tura ra se de dest stin ina a a to todo doss os ass ssoc ocia iado doss e nã não o só aos conv co nvid idad ados os, co como mo no pa pass ssad ado o. Os con onvi vite tess já est stão ão à ven enda da na Cen entr tral al de At Aten endi dime ment nto o. Além Al ém dos ing ngre ress ssos os avu vuls lsos os, se serã rão o vendidos combos de 5 sessões e pa paco cottes tes pa para ra tod odo do o Fe Fest sti tiv ival al.l Maiores informações pelo telefone 3818-8888.
“Bombshell” conta a história da atriz Hedy Lamarr
FCJSP, durante o Festival as cenas mais comuns no clube e em outras salas de exibição são as pessoas consultando o catálogo. Também é bom ouvir os comentários dos espectadores quando terminam as sessões. Por menos românticos que sejam, filmes e documentários despertam as paixões do público.
EVENTOS PARALELOS
“Humor Me” vai agradar os fãs da fina ironia das piadas judaicas
Quando esta reportagem estava sendo redigida, o 22o Festival de Cinema Judaico entrava na fase final de organização. Grades definidas, a comissão formada pelo diretor do Departamento de Cinema da Hebraica, Joel Rechtman, o diretor superintendente Gaby Milevsky, Daniela Wasserstein, diretora do Festival, além da responsável pela programação de cinema do clube, Sylvia Lohn, cuidavam também dos eventos paralelos, convites internacionais e a personalidades do meio cinematográfico. A parceria inédita do Festival com a BRlab e a Roteiraria, duas empresas diretamente envolvidas com os bastidores do cinema, sinalizava a possibilidade da vinda de um diretor israelense e a realização de encontros e debates entre os roteiristas das duas empresas, o convidado e o público.
Em “Um Ato de Desafio”, judeus e negros unidos contra o Apartheid nos anos 60
22O FES STIIVAL DE E CINE EMA JUDA AIC CO DE SÃO O PA AULO SALAS DE E EXIBIÇ ÇÃO O: Teatro Arth hur Rub binsstein – Avenida a Ruth Cardo oso o, 1000 Museu da Imagem m e do o Som - Ave enida Europa a, 15 58 SESC Bo om Retiro – Alam meda Nothm mann, 185 Instituto o Moreira Salles – Avenida Paulista, 242 24
FEST TIVA AL DE SO OPAS Duran nte e o Festiva al de Cine ema o restau ura ante e Casu ual 1000 prom move um Fe esttivall de So opas a pa artir das 18 8h. Ótima a opçã ão para a encerra ar uma ou ma ais sesssões de cinem ma. 33
ENTREVISTA
POR R Ma Magali Bog guc uch hwal
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Joséé Carvalho é fã da Hebbraica. Quando não está á em meio ao va aivém m entre as sedees de sua empresa,, a Roteiraria, no Riio de Janeiro e em Sãoo Pau ulo, ele frequen nta o serviço de Caba alat Shabat na Sin nagogga e a pisciina
osé Carvalho passa despercebido quando do anda na rua, mas, entre os profissionais de criaç ção da Rede Globo, O2 filmes e produtoras, ele é considera ado um mestre. De fat ato o, ele ministra cursos e oficinas parra os roteiristas. Que uem m assistiu – e gostou de – “O Caste tello Ratimbum”, “Bru runa Surfistinha” e “Faroeste Cabocllo” gostou, também, m, dos roteiros escritos por ele. Desce end ndente de cristãoss novos e casado com uma judia, ele e se identifica com a cultura judaica e há muito se inte ere ressa pela relação ent ntre os judeus e o cinema.
O QUE ACHA DE A HEBRAICA PROMOVER HÁ 22 ANOS UM FESTIVAL DE CINEMA JUDAICO? É curioso porque a conexão entre a cultura judaica e o cinema é quase uma condicional para o cinema existir como o conhecemos hoje. Recuando na história, temos um fato relevante. O cinema surge na França com o cinematógrafo, invenção dos irmãos Lumiére, em 1895 e até o início do século 20 os franceses dominaram a produção, criação e distribuição do material cinematográfico. Dos anos 1910 em diante, Hollywood e os americanos tomam o mercado dos franceses e se tornam líderes absolutos. Isso se deve à contribuição da comunidade judaica dos Estados Unidos. Não existe uma grande produtora que no meio cinematográfico chamamos de major, que produz, cria e distribui. Concentrar esses três mercados é muito difícil. Ela tem total autonomia em relação a qualquer outro organismo na área. Ele é dono da sala, da fita e tem dinheiro para produzir. Isso só aconteceu em razão da visão totalmente diferenciada que a comunidade judaica nos Estados Unidos levou para o cinema.
No caso da Hebraica, fazer um festival anuall de cinem ma é celebbrar o que no passado a comunidade judaica entregou para o resto do mundo.
A palavra nickelodeon, que dá nome a um canal a cabo é a junção de níquel, a moeda, e Odeon, o anfiteatro onde se exibe cinema. O êxito do cinema americano foi a criação de locais para exibição onde as sessões custavam um níquel. Nas periferias das cidades e áreas industriais, se você improvisasse um anfiteatro e cobrasse um nível, a população iria ao cinema e foi o que aconteceu. Existia uma carência de entretenimento. No caso da Hebraica, fazer um festival anual de cinema é celebrar o que no passado a comunidade judaica entregou para o resto do mundo.
COMO VÊ A TEMÁTICA ABORDADA PELO CINEMA JUDAICO. ELA EVOLUIU OU AINDA SE CONCENTRA EM TEMAS COMO O HOLOCAUSTO. Eu poderia falar de um filme em especial. No ano passado, fui convidado por uma universidade americana para dar um curso a respeito de cinema brasileiro. Eles escolheram os filmes e entre eles “O Ano Em Que Meus Pais Saíram de Férias”, dirigido pelo Cao Hamburguer, com quem trabalhei há muitos anos. É um trabalho que concentra toda a temática judaica à medida em que o garoto vai convivendo com os personagens e absorvendo os valores dos quais está apartado. É um filme excelente. Não é panfletário, nem tem apelo publicitário e quem não conhece, compreende os valores do judaísmo de forma muito suave. Eu tenho visto os filmes que abrem as edições do Festival de Cinema Judaico e espero ter disponibilidade para acompanhar o festival este ano. 35
COMUNIDADE POR Tania Plapler Tarandach
ESTADO DE ISRAEL NA CÂMARA MUNICIPAL Por iniciativa do vereador Gilberto Natalini, a Câmara Municipal de São Paulo realizou Sessão Solene no Palácio Anchieta para homenagear o 70 o Aniversário do Estado de Israel. A sessão foi aberta pelo presidente da Câmara, vereador Milton Leite, que compôs a mesa ao lado de Natalini e do vereador Fernando Holiday, do embaixador e do cônsul de Israel, Yossi Shelley e Dori Goren, do secretário-adjunto de Relações Internacionais da Prefeitura, embaixador Affonso Massot, dos presidentes da Conib, Fernando Lottenberg, da Fisesp, Luiz Kignel, e do presidente executivo da Fisesp, Ricardo Berkiensztat. Prestigiaram o ato os presidentes do Hospital Israelita Albert Einstein, Sidney Klajner, do KKL, Eduardo El Kobbi, do Conselho do Einstein, Claudio Lottenberg, da B’nai B’rith, Zeila Sliozbergas, representantes da Agência Judaica, CIP, Wizo e o pastor Thomas Gilmer, presidente da Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, amigo de longa data da comunidade judaica. Prestigiaram o ato, em nome da Hebraica, o presidente Daniel Bialski e os vice-presidentes Social, Sandro Assayag, e Administrativo, Mônica Hutzler. 36
CDM NO ALEF PERETZ O Centro de Memória do Museu Judaico de São Paulo teve um encontro com alunos do 9o ano do Fundamental II do Alef-Peretz. Os jovens acompanharam a apresentação de fotos e documentos do acervo do CDM a respeito da imigração judaica ao Brasil, tema trabalhado em sala de aula na escola no mesmo período. O rico arquivo do CDM (museujudaicosp.org.br/memoria/) está aberto a pesquisadores, professores e alunos interessados em se aprofundar na história da comunidade judaica no Brasil.
LITUÂNIA E A MEMÓRIA JUDAICA Duraram uma semana, na Fundação Ema Klabin, as festividades do Centenário da Restauração do Estado Lituano com a realização do Festival da Lituânia LABAS, organizado com o Consulado Geral da Lituânia em São Paulo e a Comunidade Lituano-Brasileira. Entre as várias atividades, destacou-se a exposição fotográfica Momentos da História dos Judeus da Lituânia, com curadoria de Kamilé Rupeikaité, subdiretora do Museu Estatal Judaico Gaon de Vilnius, mostrando “a evolução da cultura, economia, ciência e arte na Lituânia, inseparáveis da história dos judeus deste país”.
MAIS UM EVENTO DA SÉRIE DILEMAS ÉTICOS “Liberdade de Expressão: os desafios na era digital” foi o tema debatido pela dramaturga Maria Adelaide Amaral, o escritor Contardo Calligaris e o rabino Michel Schlesinger, em novo encontro da série Dilemas Éticos. Iniciativa da Livraria Cultura e Congregação Israelita Paulista.
LOTTENBERG EM PRAGA Fernando Lottenberg participou da reunião bianual do Comitê Executivo do Congresso Judaico Mundial (WJC, na sigla em inglês), reunido em Praga (República Tcheca), com representantes de 60 países. Ronald S. Lauder, presidente do WJC, abriu o encontro, que teve uma extensa pauta, como o antissemitismo na Europa, a nova configuração estratégica no Oriente Médio, entre outros temas de interesse para o judaísmo mundial.
Henrique Sitchin escreveu, Ionit Zilberman ilustrou e a Panda Books lançou Meu Avô Judeu. O livro, história viva da infância do autor, é o décimo título da coleção “Imigrantes do Brasil”, uma introdução à cultura dos povos que chegaram ao país. Após o serviço religioso, na Sinagoga Naassé Ve Nishmá, os convidados do bar mitzvá Yoram Sihel Lipszyc comemoraram durante o almoço festivo no Casual Mil. Ao lado de mais de 300 líderes do setor da Saúde, o presidente do Hospital Israelita Albert Einstein Sidney Klajner participou do Fórum de Presidentes e Diretores da Saúde – Business Fórum, na Ilha de Comandatuba. Lilia Moritz Schwarcz e Flávio dos Santos lançaram “Dicionário da escravidão e liberdade: 50 textos críticos”. Com debate na Livraria Cultura/Conjunto Nacional, como parte das comemorações dos 130 anos da abolição no Brasil. André Szarf levou amigos e familiares para a Sinagoga Naassé Ve Nishmá, onde acompanharam a primeira leitura da Torá do jovem bar mitzvá.
HONRA AO MÉRITO PARA O PROJETO FELICIDADE O Colar de Honra ao Mérito é a maior honraria concedida pela Assembleia Legislativa de São Paulo e foi conferida ao Beit Chabad pelo Projeto Felicidade, em abril de 2001. Crianças em tratamento de câncer ficam hospedadas durante uma semana com os pais e um irmão em hotéis da cidade e visitam parques temáticos, cinemas, museus e outros locais de lazer, acompanhadas por voluntários do Projeto. A entrega do Colar, iniciativa do deputado federal Floriano Pesaro, foi conduzida pelo deputado estadual João Caramez, com a presença de rabinos, ativistas comunitários e voluntários.
Ricardo Levisky Negócios & Cultura e Cesnik, Quintino & Salinas Advogados realizaram seminário a respeito de “A Organização Social na Próxima Década”, tendo o secretário de Cultura André Sturm como um dos palestrantes. DJ israelense Micky Friedman atraiu o público do alto do trio elétrico, representando, pela primeira vez, a presença de Tel Aviv na Parada Gay paulistana. O estilista Alexandre Herchcovitch criou uma camiseta para vestir os 600 acompanhantes. Parceria do Consulado Geral de Israel em São Paulo, Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil e Accor Hotels. Carolina Schmukler Birenbaum participou do 46o Board of Governors da Universidade de Haifa que foi aberto com a presença do escritor David Grossman. 37
COMUNIDADE
Degustar o chá, cultivar o que pode ser saboreado e com foco na sustentabilidade. Esse é o Espaço Tea Lab, projetado por Patrícia Bacellar e Steffi Kaufman, da SP Arquitetura, mais a Ofner, na CasaCor 2018. Ex-prefeito João Dória fez palestra para a Associação dos Amigos do Menor pelo Esporte Maior (Amem) e doou o cachê para Marcos Arbaitman reverter em prol da instituição que acolhe crianças e adolescentes.
SCHAROVSKY E ZORMAN NOS 70 ANOS DE ISRAEL Anos atrás, o maestro Yeruham Scharovsky foi aplaudido ao se apresentar em São Paulo e agora retorna para reger a Orquestra Sinfônica de Jerusalém na Sala São Paulo. Criada em 1930, o solista é o violinista israelense Itamar Zorman. Dia 20 de agosto serão apresentadas composições de Mark Lavry, Tchaikovsky e Dvorak e dia 21, obras do mesmo Lavry, Mendelssohn e Brahms. Os dois concertos fazem parte das comemorações dos 70 anos de independência do Estado de Israel em benefício da Fisesp e da CIP, com o apoio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, do Consulado de Israel em São Paulo e da Hebraica.
CAMPANHA PARA SALVAR AS FLORESTAS DO KKL Mais de 260 incêndios, causados pelo terrorismo de pipas incendiárias, irromperam nas proximidades da fronteira de Israel com Gaza nos últimos três meses, causando danos que levarão até 30 anos para serem reparados. Foram mais de 2,1 km2 de floresta incendiados e prejuízos de 5 milhões de shekels (equivalentes em reais). O KKL também realiza uma Campanha Global para construir abrigos antibombas portáteis para a segurança da região. Já foram instalados perto de 70 abrigos, mas são necessários muitos mais, tanto no sul como no norte de Israel. Para os interessados em ajudar, ligue 11 3081.0694 ou envie e-mail para campanhadeemergencia@kkl.org.br. 38
Max Waintraub foi um dos muitos que receberam o autógrafo de Ilko Minev, autor de “Na Sombra do Mundo Perdido”, na Livraria da Vila/Shopping Higienópolis. Como nos dois livros anteriores, o autor escreve a respeito da história dos judeus no Brasil, especialmente na Amazônia. Artista plástica, educadora e designer gráfica, formada na FAAP e na israelense Bezalel, Sara Müller reuniu 30 pinturas inéditas para mostrar na Galeria Virgílio. Diretor do Centro Edelstein de Pesquisas Sociais e do projeto Plataforma Democrática, Bernardo Sorj, e o cientista político Evan Ellis trataram do tema América Latina: cenário de uma disputa estratégica entre Estados Unidos e China?, em tarde na Fundação Fernando Henrique Cardoso. A Mediação de Conflitos é, hoje, um instrumento indispensável na área das famílias, junto às empresas, em questões de vizinhos e, também, nas escolas. Gilda Gronowicz, Lia Justiniano, Cleide Chusyd e Gelson Liberman integram o Gabinete de Mediação (www.gabinetedemediacao.com.br). A Fox Sports Rádio foi a primeira emissora a transmitir ao vivo da Rússia para o mundo. Obra de Benjamin Back que atingiu, no primeiro dia, a liderança do horário pelas TVs por assinatura.
Resp. Técnico: Dr. Gustavo Aguiar Campana - CREMESP 112181
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ESPORTES POR Silvia Perlov
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uase mil judocas com idade entre 4 a 13 anos de 22 entidades, entre clubes, escolas, projetos sociais e associações de todo o Estado, participaram do 16o Torneio de Judô, o maior do gênero, realizado na Hebraica. O Campeonato foi aberto por Beni Waiswol, o diretor de Lutas Eduardo Goldstein, o gerente de Esportes Carlos Inglez, Hisato Yamamoto, representando a Federação Paulista de Judô, e Abramo Douek, ex-presidente da Hebraica. Autoridades da Federação e pais dos alunos formavam o grande público. O presidente da Hebraica Daniel Bialski e o diretor geral de Esportes Fábio Wasserstein prestigiaram o evento.
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JUDÔ EM FAMÍLIA O Juramento do Atleta foi proferido por duas gerações de judocas Sharon (41) e Lior (8) Wajchenberg. Sharon foi vice-campeão das Macabíadas 2017, e o filho Lior, campeão Intermunicipal 2018. Sharon acredita que a dedicação ao esporte tem que ser em nível profissional. Tanto para suas filhas que praticaram o judô quando pequenas, mas optaram pelo balé, assim como para Lior, nos tatames desde os 5 anos. “Foi natural a escolha de meu filho pela modalidade. Ele praticamente nasceu nesse espaço, sempre me acompanha nas lutas, e eu assisto às dele”, conta Sharon. Ele ressalta o fato de representar o clube afirmando que “devemos nos orgulhar por defender a Hebraica, um clube judeu, como nós. Faço questão de destacar o apoio da Diretoria e equipe para que tudo desse certo, e o papel da família Minakawa, que sempre nos incentivou e é um símbolo do que representa o esporte”. “Os competidores foram divididos em grupos segundo o ano de nascimento, peso corpóreo e graduação”, explica o coordenador da área Edison Minakawa. Todos os aspectos relativos a uma grande disputa como essa mereceram muita atenção, principalmente a união e a organização durante as sete horas do Torneio, que contou com a grande colaboração do Departamento Geral de Esportes, da equipe de atletas e da Comissão de Pais do Judô de A Hebraica. Todos os atletas ganharam medalhas, e os da Hebraica uma camiseta alusiva ao evento. Segundo Minakawa, o torneio deu aos jovens a possibilidade de uma troca em questões de técnicas, físicas e de competição. 41
ESPORTES
JUDOCAS TRAZEM MAIS DE 20 MEDALHAS O Departamento de Judô participou da Copa Country Club de Judô, em Valinhos, organizada pela 15a Delegacia da Federação Paulista de Judô – Grande Campinas. O evento reuniu 53 entidades entre clubes e academias do Estado de São Paulo. O torneio teve elevado nível técnico, e os atletas da Hebraica enfrentaram judocas das seleções paulista e brasileira, chegando a fazer cinco lutas para subirem ao pódio. Os 32 atletas da Hebraica ganharam 9 medalhas de ouro, 7 de prata e 5 de bronze. Os festivais de judô são a porta de entrada dos atletas para o mundo competitivo. 42
Ginasta conquista o 1o lugar no pódio Maria Valentina Garibaldi sagrou-se campeã estadual infantil da Prova de Trampolim Individual (foto). Teve ótimo desempenho no Duplo Mini e, mesmo realizando séries “cravadas” (sem erros) foi a 5a colocada na prova mais disputada do evento.
GRANDE DESEMPENHO DA EQUIPE MASTER DE NATAÇÃO Os 47 nadadores Master da Hebraica conquistaram 83 medalhas, sendo 28 de ouro, 31 de prata e 24 de bronze no Campeonato Paulista Master de Natação realizado no clube em meados do mês passado e do qual participaram cerca de 400 atletas de 19 equipes. Da Hebraica, foram 128 nadadores com idades variando de 20 aos 89 anos. Na contagem geral, a Hebraica ficou em 2o lugar e também em 2o lugar no Open Master. Da modalidade também participaram nadadores do Rio de Janeiro que vão se juntar aos da Hebraica para disputar os Jogos Macabeus Panamericanos, no México, em 2019. Quem quiser nadar e fazer parte do grupo basta procurar a técnica Adriana Silva todas as manhãs na piscina do clube.
Na Hebraica, um festival de ginástica artística Foi na Hebraica, mais uma vez, o Festival Acesc de Ginástica Artística, do qual participaram 29 atletas, incluindo os do Alphaville Tênis Clube e do Pinheiros, nas categorias Pré-Infantil e Infantil. O presidente da Acesc, Sergio Zunder da Rocha, o diretor esportivo Peter Kaufman e a diretora da modalidade, Helena Zukerman, que abriram o evento, também premiaram os atletas.
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ESPORTES
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Xadrez de Chocolate é uma brincadeira realizada há anos na Hebraica e tem como principal objetivo fazer a criança tomar contato com o jogo de maneira divertida, prazerosa e gostosa, porque as peças podem ser comidas literalmente. As crianças adoram essa brincadeira, e a maneira descontraída de jogar porque tem regras especiais, como, por exemplo, “capturar o rei do adversário” , proibido no xadrez normal. O objetivo dessa atividade é motivar as crianças, mostrar que o jogo de xadrez é feito para elas e que aprender a jogar pode ser útil e uma atividade lúdica divertida.
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ENXADRISTAS DA HEBRAICA VENCEM COMPETIÇÃO Três enxadristas da Hebraica participaram do VII Interescolar de Xadrez, realizado no Colégio Stance Dual e que contou com mais de 100 alunos de diversas escolas da capital com idades entre 8 e 12 anos. As crianças foram divididas em categorias de acordo com a faixa etária, portanto, neste evento foram três categorias: sub 08, sub 10 e sub 12. A Hebraica participou com 3 alunos, todos na categoria sub 10: Ariel Davidovici, campeão invicto com 5 pontos em 5; Victor Rotenberg, que ficou em 8o lugar, com 3,5 pontos, e Alexandre Finkelsztain, em 11o lugar, com 3 pontos. Os três têm aulas de xadrez na Hebraica duas vezes por semana. Segundo o coordenador da modalidade Davy D’Israel, o xadrez desenvolve habilidades cognitivas: atenção e concentração, raciocínio lógico e criatividade, tomada de decisão, o espírito de vitória e de derrota, respeitar o próximo e também sócio-afetivas. “E, sem dúvida, é um momento para fazer novas amizades”, afirma D’Israel.
III IRT infantil de xadrez No mês passado foi realizado o III IRT de Xadrez Infantil (torneio para rating internacional), para crianças de 8 a 16 anos. Essa foi a terceira vez que a Hebraica serviu de sede para o evento que possibilita a obtenção ou movimentação do rating internacional. O estreante nesse tipo de torneio Ariel Davidovich representou a Hebraica. O campeonato teve 21 jogadores, e quem conduziu as partidas foi o árbitro internacional André Salama. 45
PERFIL
Conselheiro do clube, um de seus objetivos é dar vantagens diferenciadas aos sócios POR Tania Plapler Tarandach anoell Da anoe Davi vid d fo foii pr pref efei eito to de Ti Tiet etê ê, cidade pertencente à microrregião de Sor oroc ocab aba. a. Tin inha ha 27 an anos os,, na épo poca ca.. Foi o primeiro prefeito judeu do Estado de São Paulo. Ele é membro do Conselho Delilib berativo i da Heb braica. i Formou-se em Direito pela Universidade de Sorocaba, tem MBA em Gerência de Cidades pela FAAP e, atualmente, cursa mestrado em Gestão e Políticas Públicas na Fundação Getú Ge túllio lio Va Varg rgas as. É ag agen ente te de Re Rellaçõ lações es Institucionais na Fiesp para ações de incentivo às políticas públicas de empreendedorismo, qualificação da mão de obra e educação profissional, gerando oportunidades de emprego e renda aos trabalhadores e jovens promissores. Foii o re Fo resp spon onsá sável el pe pela la fes esta ta de Ch Cha anucá na Avenida Paulista no ano passado e pela colocação da bandeira de Israel na fachada do prédio da Fiesp p, na comemoração do Iom Haatzmaut, em abril. Manoel David foi eleito, em 2017, conselheiro da Hebraica e é pré-candidato a deputado estadual pelo Partido Social Democrátitico co (PS PSD) D). Co Conh nheç eça a o co cons nsel elhe heiriro o. 46
CON NTE COMO O FOII SUA TRAJ JETÓRIA A. Sou um paulistano de 33 anos, filho de Sylvia Sara Korn de Carvalho e Valdomiro Biscaro de Carvalho. Minha esposa é Ana Carolina e somos pais de Anna Frida, de quase quatro anos, e MDzinho, com pouco mais de um ano. Comecei na vida pública com 13 anos como voluntário no então Lar Golda Meir, atual Residencial Israelita Albert Einstein. Fui escolhido “Voluntário do Ano 2001” e me tornei coordenador estadual para liderar e representar a importante bandeira do voluntariado em todo o Estado. Aos 23 anos, fui eleito o vereador mais jovem de Tietê e, aos 27, o primeiro prefeito judeu eleito no Estado de São Paulo.
COM MO FOI SU UA VIV VÊNCIA NA A HEBR RAICA AO O LON NGO DE SU UA VIDA? ? Frequento a Hebraica desde muito pequeno, começando na Escola de Esportes com três anos até a última turma. Praticava natação, judô e outros esportes. Guardo muitas recordações e momentos felizes dessa época. Em razão da carreira política em Tietê, cidade natal de meu pai, fiquei longe por algum tempo.
QUAL É A SUA A PAR RTIICIPAÇÃ ÃO NO CONSELH HO DE ELIBERATIIVO? O presidente do Conselho Avi Gelberg me convidou para assessorar a Mesa do Conselho, e tenho procurado participar de todas as reuniões, principalmente da Comissão de Planejamento Estratégico. Fazer parte da comunidade judaica é motivo de grande orgulho e espero que a Hebraica seja apenas a porta de entrada para eu contribuir com inúmeras entidades e instituições da nossa comunidade.
Um pouco do mundo judaico para você ALMA JUDAICA
54 Philip Roth (1933 -2018)
Israel
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MAGAZI MAG AZ NE AZI E
ISRAEL
Uma “guerra de brinquedos” se dá no sul de Israel, mas pouco se tem noticiado na mídia brasileira e internacional POR PO R Mi Miri riiam m San a ge ger
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ue ninguém pense que somos suicidas: ao contrário, permanecemos aqui porque semeamos vida”, afirma convicto Dani Rachamin, residente do kibutz Nahal Oz, a 700 metros da fronteira com Gaza. Após mais uma destruição pelo fogo de pipas lançadas do território palestino, de campos da comunidade agrícola onde vivem cerca de 360 moradores, Dani, coordenador de tudo o que envolve a produção agrícola do kibutz, foi convidado pelo Government Press Office de Israel a conceder, no início de junho, um depoimento a um batalhão de jornalistas estrangeiros baseados no país. A conversa girou em torno do impacto da nova metodologia de guerra utilizada por terroristas do Hamas: longe de foguetes, granadas ou tiros, entraram em cena enormes pipas (que às vezes se revezam com balões) com corpo de ma50
BO OMBEIRO O DE ISRAE EL E, AO FUN UNDO, A TERRA A DEVAST DE TADA E QUEI EIM MADA DA
deira e plástico e um longo rabo de papel picado. Na ponta dele, uma latinha que às vezes contém material explosivo ou tecido embebido em álcool e flamejante. Quando caem sobre campos e campinas que nesta época lutam contra as altas temperaturas e o ar seco da região, provocam incêndios que já consumiram (apenas até meados de junho) mais de 20 quilômetros quadrados de plantações e áreas florestais. O prejuízo de US$ 1,4 milhão até o momento. Nahal Oz está localizado bem em frente da cidade palestina de Shudja’iya, palco dos piores conflitos em solo entre a IDF e o Hamas na última guerra na região, a Operação Escudo Protetor, que durou dois meses no verão de 2014. Neste kibutz se cultiva batata, repolho, trigo e campos de girassóis, dos quais se extrai óleo, entre outros. Em dois meses de ataques, o prejuízo causa-
do pelas pipas incendiárias, apenas nesse kibutz, somou mais de US$ 200 mil. Quem pagará a conta é o governo. “Dele virá a compensação, para cobrir também a reposição de toda a rede de irrigação danificada pelo fogo”, detalha Rachamim. Não há escudo antiaéreo protetor para esse tipo de ataque. As pipas avançam pelo território israelense rapidamente, impulsionadas pelos ventos que sopram do mar em direção ao continente. Chegam de pontos diferentes da fronteira, e a única forma de defesa encontrada por Israel, até o momento, é realizada por meio de drones. Quase uma “guerra de brinquedos”. Mas não se trata de um jogo: é uma guerra. Em dois meses, mais de 600 pipas foram interceptadas pelo drones, uma “tecnologia civil adaptada ao uso militar”, segundo definem porta-vozes do exército israelense. Não bastasse a velocidade das pipas, há o dificultador próprio da operação do drone, que só pode ser controlado a partir de no máximo um quilômetro de distância. A estratégia do exército tem sido lidar com as pipas apenas quando elas atingem território israelense. Até o momento, pelo menos, mas isso pode mudar em breve. Lidar com elas no ar é tarefa exclusiva do exército, assim como em terra. “Temos instruções para não nos aproximar das pipas, pois elas podem conter explosivos”, contou Dani. A única defesa possível é lutar contra o fogo, e para isso foram treinadas brigadas anti-incêndio formadas por moradores dos kibutzim, que contam também com o apoio de equipes permanentes do exército alocadas na região.
BOMBEIROS EM AÇÃO Diante dessa situação inusitada e insólita, nunca o sulista israelense olhou tanto para os céus como nas últimas semanas, sem nem ao menos contar com o apoio das sirenes que alardeiam o lançamento de mísseis. O esforço anti-incêndio é o que lhes resta trabalhando também em parce-
PERITOS EXAMIN NAM UMA PI PIP PA E, NA A FOTO ABAIXO, UM AB DRONE PA PARA ABAT ATÊ Ê-LA
ria com o Corpo de Bombeiros e a Keren Kayemet LeIsrael (KKL), o órgão de proteção e desenvolvimento ambiental de Israel. Junto com a polícia, as duas entidades organizaram unidades temporárias de monitoramento espalhadas por toda a castigada região sul. Em salas improvisadas e repletas de telas que exibem mapas de diferentes tipos, além das imagens captadas por câmeras espalhadas pelos kibutzim, estradas e cidades do sul, as equipes acompanham 24 horas por dia a chegada das pipas. Uma cena digna de cinema. Igal Zohar, responsável pela divisão do Corpo de Bombeiros que atende a região desde o kibutz Nahal Oz até a cidade de Ashelon, exibe claramente o cansaço acumulado nas últimas semanas. “Em um único sábado, dia 2 de junho, tivemos 150 acres queimados. Foram 10 horas de trabalho contínuo, com caminhões e aviões-pipa. O fogo chegou a 200 metros das casas”, ele conta, citando também outros kibutzim fronteiriços com Gaza, o Or Haner, onde vivem 500 famílias, boa parte delas de origem argentina, e o Be´eri. Igal conta com três aviões-pipa e 12 caminhões-pipa – alguns deles blindados, porque atuam próximos da fronteira de onde, a qualquer momento, pode surgir um míssil. Outra cena digna de cinema. Jornalistas paraquedistas – A blindagem desses caminhões é tão espessa que dificulta até mesmo abrir suas portas. Ao vê-los, os mais de 30 jornalistas presentes na visita organizada pelo Government Press Office 51
MAGAZI MAG AZ NE AZI N
ISRAEL
de Israel ficaram ainda mais curiosos. Observavam a tudo como se fosse algo novo e inusitado, e não a repetição de eventos diários dos últimos dois meses. Talvez por conta dos ridículos artefatos usados nesses ataques – pipas e balões – ou talvez porque, até hoje, ninguém de fato morreu por causa desses ataques, permaneceram pouco alertas ao tema, para não dizer alheios e desinteressados. A desinformação a respeito do que os cerca fica ainda mais evidente quando uma das repórteres, sem entender como funciona a economia comunitária do kibutz, perguntou a Dani Rachamin o que ele cultiva “pessoalmente”. O kibutznik nem entendeu a pergunta. Com exceção de pouquíssimos correspondentes experientes que atuam em Israel, nem todos dotados de uma visão imparcial da situação local, os mais de 750 jornalistas que cobrem o cotidiano do país (aos quais se somam outras centenas que desembarcam por aqui em épocas conturbadas) são verdadeiros “paraquedistas”. Em Israel concentra-se o terceiro maior batalhão de correspondentes do planeta, precedido apenas por Washington e Bruxelas. O nome se deve ao fato de “caírem” por aqui 52
Que ningguém pensee que somoos suicidass: ao contrárrio, permaneecemos aqu ui porquee sem meamos vida.
Da Rac Dani achami min, resiidente e do kibu butz Nahal Oz
sem conhecer a história ou a realidade do país, ter estudado o conflito e compreender uma palavra de hebraico. Pousam em campo aberto, livre e repleto de informações às quais eles, por sua má formação e conceitos pré-estabelecidos não compreendem. Com total liberdade de ação, uma condição quase que exclusiva nessa região, os repórteres juntam-se, a saída normal e natural quando se chega a um local estranho e desconhecido. Trocam informações apenas entre si, não acompanham o noticiário em hebraico porque não entendem a língua e alimentam-se de dados divulgados (muitas vezes erroneamente) por outras publicações internacionais. Um círculo vicioso que se autoalimenta há décadas. Também por desconhecer o drama vivido especialmente pelo cidadão do sul que, além de pagar o preço da inimizade com nossos vizinhos, também contabiliza os anos longe dos outrora amigos palestinos do outro lado da fronteira, esses jornalistas se espantam com a mensagem de paz de Dani Rachamin. “Tenho grandes amigos em Gaza. São pessoas que por décadas fizeram parte de minha vida, até a retirada israelense em 2005. No meu casamento, três deles estiveram presentes. Íamos à praia e comíamos hummus juntos. Ao contrário do que noticia a mídia, lamentamos muito quando ouvimos falar de civis mortos em Gaza. Esses meus vizinhos querem a paz – mas são reféns do Hamas.” A frase de Dani, que reflete a opinião de outros moradores dos kibutzim da região, pode soar ideológica além da conta nesse momento da história entre israelenses e palestinos. Seja como for, é necessário agradecer a presença marcante desse sentimento nos corações dos moradores do sul de Israel, que pagam um preço altíssimo para viver ali – mas permanecem firmes em seus postos. Brava gente, que semeia campos e o sonho da paz que custa a chegar, diante de vizinhos dedicados a semear a guerra.
FÉRIAS DE JULHO NA 2018
NOVOINCUBADORA DE IDEIAS
TECHFÉRIAS - APRENDA A MONTAR E A PILOTAR UM DRONE! De 2 a 27/07, a Hebraica
ESPORTIVO
COLÔNIA DE FÉRIAS DA ESCOLA DE ESPORTES
De 2 a 13/07, confira programação e horários no site D ESCOLA MATERNAL
PROGRAMA DE FÉRIAS
De 2 a 13/07, confira programação e horários no site ARTE NAS FÉRIAS
COLÔNIA ATELIÊ NAS FÉRIAS
De 9/7 a 13/7, das 14h30 ás 17h, no Ateliê de Artes D HEBRAIKEINU
MACHANÉ CHOREF 2018
De 14 a 21/07, no Rancho Ranieri HEBRAIKEINU
COLÔNIA DE FÉRIAS DO HEBRAIKEINU De 16 a 20/07 e 23 a 27/07 confira programação e horários no site siga a hebraica /ClubeHebraicaSP @hebraicasp
INSCRIÇÕES E INFORMAÇÕES:
3818-8888
MAGAZINE
ALMA JUDAICA DOS EUA
Em 2011 então presidente Barack Obama concede a National Humanities Medal, a maior honraria no campo das humanidades
Philip Roth e a América e o judeu POR Shaul Magid*
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Seu amor à condição judaica e ao judaísmo fizeram dele um dos grandes escritores judeus do século passado, comparável a Shalom Aleichem ou a Shai Agnon
A
morte de Philip Roth foi um evento significativo para muita gente nos Estados Unidos e no resto do mundo. Ao saber da notícia, senti um calafrio como se a qualidade do ar mudasse um pouco. Roth era um escritor talentoso e um ícone literário norte-americano, mas por que, afinal, isso importa realmente mais do que a morte de outras grandes figuras literárias? Mas havia algo diferente em Roth em relação a qualquer outro que tenha nascido nos Estados Unidos do pós-guerra. Ele dizia que odiava o termo escritor judeu e sempre negou ser um. Ele se identificava mais, e simplesmente, como escritor: “Se não sou norte-americano, não sou nada”. Mas era, sim. A manipulação, paródia, obsessão, subversão e até mesmo seu amor à condição judaica e ao judaísmo fizeram dele um dos grandes escritores judeus do século passado, comparável a Shalom Aleichem ou a Shai Agnon, embora pintasse um mundo diferente, de judeus diferentes para pessoas diferentes. A condição judaica de Roth lembra a resposta de Hannnah Arendt quando lhe perguntavam o que ela pensava de ser judia: “Na verdade não consigo pensar em ser outra coisa”. Assim, embora Roth negasse ser um escritor judeu, era um escritor que falava aos judeus de maneira similar, mas diferente de como falava aos outros. Mas, para Roth, essencialmente está tudo no contexto de ser um norte-americano. Mas o que Roth realmente nos dizia a respeito de ...ser judeu? Em primeiro lugar, que na América de hoje não há nada a esconder sobre ser judeu. Ele acreditava na América e acreditava que os judeus eram profundamente parte dela. No início dos anos 1960, quando lançou “Goodbye, Columbus”, Roth conta ter sido vaiado na Yeshiva University durante palestra que proferiu e rabinos teriam tentado influenciar os editores de Roth para atrapalhar sua carreira. Um dos rabinos disse: “Na Idade Média sabiam o que fazer com pessoas como Roth”. No entanto, uma gravação revela que o encontro na Yeshiva University não foi tão negativo como Roth o retratou. Para Gershon Scholem, por exemplo, “O Complexo de Portnoy” poderia ser considerado mais prejudicial aos judeus do que “Os Protocolos dos Sábios de Sião”. De todo modo, assim como Jack Kerouac ou Norman Mailer ou Truman Capote *Shaul Magid leciona Estudos Judaicos e Estudos Religiosos na Universidade de Indiana e é professor visitante na Brownstone da Estudos Judaicos na Dartmouth College. Atua também como um dos editores da revista Tikkun e escreve um livro a respeito de Meir Kahane.
ou Tom Wolfe tenham significado alguma coisa para a contracultura nos anos 1960, naqueles mesmos anos Roth abriu caminho para que os judeus não precisassem mais se esconder. Apesar de Saul Belllow e Isaac Bashevis Singer, Roth era mais subversivo e tentador porque era mais original e perturbador. Roth olhava para um espelho que refletia a avalanche da assimilação dos judeus sem lutar contra isso – embora os rabinos que o criticavam tentassem, sem êxito – mas fazendo disso ficção e paródia. A assimilação fazia parte de ser judeu na obra de Roth, não para apagar o ser judeu, mas como parte da própria condição judaica. Nos romances de Roth, o judeu assimilado, o judeu que se odeia por ser judeu, sempre continuava a ser judeu. Mesmo contra a sua vontade. O gentio era sempre o “outro” que o judeu ansiava ao mesmo tempo ser e detestava. E então há toda a brincadeira, judeus ou não judeus, branco e preto, América e Israel. O momento assustador em “A Marca Humana”, quando Coleman Silk, professor negro de uma pequena faculdade da Nova Inglaterra que passou a maior parte da vida profissional como branco (e judeu) de repente é acusado de racismo contra negros por algo que disse, sem querer, na sala de aula. Quando se tenta esconder demais, pagase o preço. Torna-se o inimigo de si mesmo. Para estar seguro é preciso se expor, algo difícil para muitos judeus que preferiam enfrentar seus demônios na privacidade do lar judeu ou na sinagoga, longe dos olhares. Então Roth nos ensinou um modo de ver a nós mesmos como um povo que se sente em casa nos Estados Unidos. Ele lida com a complexidade da condição de judeu e Israel em “O Avesso da Vida”, quando seu irmão se torna um colono baal teshuvá. E, claro, é a premissa de “O Avesso da Vida”, único romance de Roth no qual Israel tem um papel real, como sendo um caso de identidade roubada, diz muito a respeito de Israel no imaginário norte-americano. No livro, seu irmão, o baal teshuvá, implora a Roth que “venha para casa” [para Israel]. O personagem de Roth, Nathan Zuckerman, responde: “Mas nossa família é de Bialystok, não de Haifa”. No entanto, Roth nunca deixa a casa, seja Newark da infância ou a vida rural na Nova Inglaterra. E não importa o quanto ele tente às vezes, nunca abandona os judeus ou sua própria condição judaica. 55
MAGAZINE
ALMA JUDAICA DOS EUA
O RELACIONAMENTO DE
ROTH COM A MÃE, BESS, NUMA PRAIA DE NEW JERSEY, EM 1935
E AS MULHERES? Discutiu-se muito da ausência de mulheres em geral e de mulheres judias, em particular. É verdade. Roth escrevia do ponto de vista masculino. As mulheres eram vistas como objetos. Também é verdade. Mas Roth nunca foi acusado de má conduta sexual e sempre apresentou na sua ficção uma versão misógina das mulheres. Não era uma figura religiosa e nem um ativista social. Isto é, ele não se considerava uma pessoa exemplar ou produto das normas sociais, mas um artista que usava o seu ofício para dar ao leitor uma visão particular de um mundo centrado no homem. Uma visão nada bonita, nem edificante. Dizem que não existe “nós” (mulheres) na obra de Roth, só homens que consideram as mulheres objetos sexuais ou mães que cuidam deles. Isso também pode ser verdade. Mas isso levanta a questão – pode haver “nós” além de qualquer “eu” específico? Toni Morrison, por exemplo, é uma mulher negra que escreve principalmente a respeito de pessoas negras. 56
Apesar de se fixar prioritariamente nas questões do judaísmo e dos judeus nos Estados, o recentemente falecido Philip Roth também tocava no assunto Israel. De fato, dois de seus premiados livros – “Operação Shylock: Uma Confissão” e “O Avesso da Vida” – exploram as relações entre Israel e os judeus fora do Estado judeu. Publicado em 1993 e vencedor de prêmios importantes, “Operação Shylock” se inspirou nas experiências de Roth acompanhando o julgamento, em Jerusalém, de John Demjanjuk, o norte-americano nascido na Ucrânia acusado de ser o sádico guarda de um campo de morte nazista. Nesse romance, o narrador de nome “Philip Roth” acompanha o mesmo julgamento de Demjanjuk e termina sendo recrutado pelo Mossad. “Israel e seus judeus me deram o tema”, Roth explicou mais tarde em uma entrevista em vídeo postada no blog Web of Stories. Roth conta que viajava por Israel poucos anos antes de publicar “Operação Shylock” quando soube do julgamento de Demjanjuk, em Jerusalém. Quase que por capricho decidiu assistir a uma sessão do tribunal, mas acompanhou o julgamento até a sentença final. “Entrei de cabeça nisso”, disse Roth. “Estar sentado tão perto desse homem foi algo assombroso”, acrescentou. “Ficar tão perto de suas vítimas – suas supostas vítimas – foi assombroso. E ver o drama se desenrolar com ele, com o filho dele ali presente, com os advogados e, por outro lado, com os sobreviventes judeus, que afirmavam que ele era o guarda que conheciam de Sobibor – era irresistível.” O livro “Operação Shylock” foi promovido a obra de ficção, mas na época de sua publicação Roth insi-
Considero-a uma das principais escritoras norte-americanas e me incluo no “nós” que é o público dela, ainda que não escreva para mim nem a meu respeito. Na ficção dela sou um forasteiro, mas quando a leio aprecio sua linguagem, ideias e visão de vida. Nesse momento em que raça, poder e gênero se entrelaçam, podemos fazer parte de algum “nós” que não nos inclua ou nos degrade? Isso é sério e a arte nos oferece um modo de ver o mundo além da nossa compreensão, até rejeitando quem nós somos. Lê-se T. S. Eliot mesmo sabendo o que pensa a respeito dos judeus e mais de um rabino citou-o de seu púlpito, assim como
PHILIP ROTH COM ISRAEL
POR Judy Maltz
Roth era familiar a Israel, que visitou várias vezes, e era amigo íntimo do grande romancista israelense Aharon Appelfeld, morto há alguns meses e um dos personagens de Operação Shylock. Em 1988, Roth entrevistou Appelfeld para a London Review
of Books e respondendo a uma pergunta, Appelfeld declarou seu fascínio por Israel. “Ao viver nessa sociedade, você é bombardeado por notícias e disputas políticas”, Roth diz e pergunta: “Mesmo assim, como romancista, você deixou de lado a turbulência diária israelense para contemplar diferentes situações judaicas difíceis. O que essa turbulência significa para um romancista como você? Como ser um cidadão dessa sociedade autorreveladora, autoafirmativa, autodesafiadora e autolegendária e como influi na sua escrita? A realidade produtora de notícias já tentou a sua imaginação?” Existe a lenda de que Roth talvez tivesse atuado na transformação política de Ehud Olmert – o antigo primeiro-ministro de Israel recentemente libertado da cadeia – de político linha-dura a pragmático. É que, segundo relato publicado na revista The Atlantic, Roth foi apresentado a Olmert por seu amigo, escritor e jornalista Bernard Avishai, em 1988. Avishai acompanhava Roth em viagem a Israel na época. E num almoço no Knesset, Olmert, então parlamentar do Likud, sugeriu que os problemas com os palestinos poderiam ser facilmente resolvidos se milhares de judeus norte-americanos se mudassem para a Cisjordânia. Roth disse que isso nunca aconteceria. Anos mais tarde, Avishai teria dito que a conversa com Roth influenciou o modo de pensar de Olmert. “O que realmente mudou o pensamento do político foi perceber que o liberalismo norte-americano para os judeus era realmente importante e autêntico, e que eles não tinham nenhuma intenção de ir para Israel”, disse Avishai.
o poeta palestino Mahmoud Darwish, apesar de o judeu ser sempre o “inimigo” em seus poemas. A questão de gênero na obra de Roth será debatida durante décadas. Mas excluí-lo dos anais dos gênios literários, ou de relevância literária, especialmente para os judeus, de ambos os gêneros, seria lamentável. Por definição, a arte é uma forma que não deveria servir a um objetivo utilitário, de sensibilidade de gênero ou de coesão comunitária. Como disse Arendt referindo-se à filosofia, a arte deveria ser uma instância de pensamento “sem barreiras”. E convém lembrar que não só Roth tinha “problemas com as mulheres”, mas a so-
ciedade e a subcultura judaica que retratou em sua ficção como o fez. O mesmo vale para como Roth via o gentio. Se Roth pode ser útil, em oposição a ser um grande artista, é que ele coloca o judeu nu diante do espelho. Um corpo masculino, mas um corpo masculino alimentado por uma mãe judia, irmão de irmãs judias e marido de esposas judias. O judeu desenraizado volta à vida como figura literária e até mesmo, às vezes, como um clichê antissemita. Mas um verdadeiro norte -americano, e judeu, na sua melhor e pior forma. A condição judaica norte-americana estava pronta para esta honestidade. E Roth a serviu em porções generosas.
nuou que suas ligações com o Mossad não eram necessariamente fruto da imaginação. Em entrevista ao The New York Times, Roth insistiu em que o livro era verdadeiro. “No final do livro um agente do Mossad me fez compreender que era do meu interesse dizer que era obra de ficção”, afirmou o autor. “E me convenci de que devia fazer isso. Assim, acrescentei a nota ao leitor conforme me pediram para fazer. Portanto, eu sou um bom Mossadnik (membro do Mossad).” “O Avesso da Vida”, de 1986, também ganhador de prêmios, foi o primeiro romance a se passar, pelo menos em parte, em Israel. Nathan Zuckerman – o escritor e narrador fictício geralmente descrito como o alter ego de Roth – em determinado ponto da história é enviado a Israel para tentar convencer seu irmão Henry a deixar o movimento dos assentamentos. O escritor Julian Barnes perguntou-se, em resenha na London Review of Books, por que Roth demorou tanto a escrever um romance passado em Israel. “Enfim Nathan Zuckerman em Israel! Philip Roth em Israel! (A brincadeirinha quando Portnoy levou um tranco dado por Naomi, a Abóbora judia, foi só um ensaio.) É, seguramente, para onde os dois caminham, nesses livros: onde mais se pode ir para se ter um momento decisivo da condição judaica?”
UM HOMEM FAMILIAR A ISRAEL
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ALMA JUDAICA DOS EUA A PSIQUE JUDIA Ele era, de fato, o antirrabino do judaísmo norte-americano do pós-guerra. Seus personagens Alexander Portnoy, Nathan Zuckerman, Eli, o Fanático, eram o pior pesadelo dos rabinos. Roth sabia disso e amava. Era uma época subversiva, e os judeus se tornavam mais norte-americanos enquanto a América se tornava mais judia. Ele estava para os judeus norte-americanos o que Mario Puzo foi para os ítalo-americanos do pós-guerra. Ele contou a história do judeu norte -americano do pós-guerra enquanto ela se desenrolava, em tempo real, sem se preocupar com o olhar desconfiado do não judeu. Ele queria que todos lembrassem que havia um prólogo para essa história de sucesso norte-americano retratada nas vidas de seus personagens. Seu livro “A Conspiração Contra a América” é um romance histórico a respeito de como os Estados Unidos seriam se Charles Lindbergh derrotasse Roosevelt, em 1940. Revela-se um antissemitismo quase invisível infiltrando-se lentamente, mas a tragédia não acontece.
Finais felizes não são comuns nos romances de Roth, mas esse termina bem para os judeus. Os judeus são salvos sem milagres. Para Roth, esta é a América. A morte de Roth tem um grande significado, pois, de alguma forma, vive-se no mundo de Roth para quem os rabinos da Yeshiva University, nos anos 1960, eram os perdedores. Roth mexeu no relógio dos muitos modos pelos quais se pode ser judeu na modernidade, enquanto a modernidade chegava ao fim. Outros como Bellow, talvez o competidor mais próximo, falavam da mente judia. E de modo brilhante. Mas Roth falava da psique judia da qual nunca teve medo, nunca se intimidou com ela e nunca se envergonhou dela. Esse tipo de condição judaica, com partes iguais de nostalgia e rebelião, neurose e gênio, comédia e tragédia, é uma das grandes contribuições das nossas gerações para a cadeia da tradição judaica. Roth foi uma voz importante naquele momento e pode até mesmo ter sido o maestro daquele momento.
A ELEIÇÃO DE TRUMP FOI COMPARADA AO QUE SERIA UMA SUPOSTA VITÓRIA DE LINDBERGH CONTRA ROOSEVELT, EM 1940
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MEMÓRIA POR Bernardo Lerer
ALBERTO DINES, jornalista, judeu (1932-2018) Ele foi um dos maiores jornalistas brasileiros da segunda metade do século passado pela revolução modernizadora que contribuiu para realizar na imprensa brasileira
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m pouco mais de um mês, eu – e acho que muita gente – perdi duas referências importantes: em abril, o professor e ativista político Paulo Singer, que me ensinou as virtudes da participação política e do socialismo democrático e, em maio, o jornalista Alberto Dines, com quem convivi cerca de 10 anos, entre 1963 e 1973, no Jornal do Brasil, então o melhor e mais importante jornal do país, do qual ele era editorchefe e responsável pela sua alta qualidade. Na verdade, eu o havia conhecido em meados dos anos 1950 nos acampamentos do Dror, organização sionista juvenil na qual ele militava, assim como Paulo Singer, mas nenhum dos dois fez aliá. Se, como é sabido, Dines fez muito pelo jornalismo brasileiro, ele trabalhou bastante em favor do conhecimento de figuras importantes do judaísmo entre elas, principalmente, Stefan Zweig, a respeito de quem, primeiro escreveu um livro-reportagem contando como e por que ele e a mulher, Lotte Altmann, se suicidaram, em fevereiro de 1942, na casa onde viviam em Petrópolis. Depois, conseguiu transformar a casa em uma espécie de museu e memorial que homenageia Zweig. Ao longo dos
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anos, Dines percorreu instituições e entidades judaicas tentando interessá-las para debater as ideias do escritor, nem sempre com êxito, no entanto. Também escreveu um alentado trabalho a respeito do advogado e autor teatral Antonio José da Silva, o Judeu, morto na fogueira da Inquisição, em Lisboa, em outubro de 1739, aos 34 anos. Dines descobriu as peças de Antonio José nas pesquisas que fez na Torre do Tombo. Estas peças eram apresentadas por marionetes nas ruas de Lisboa, entre 1733 e 1738. Na Torre do Tombo, manuseando aquele material, teve uma infecção que o prostrou por meses. No jornalismo conquistou feitos memoráveis. No Jornal do Brasil instituiu um Departamento de Pesquisa que subsidiava as reportagens. Publicou os Cadernos de Jornalismo. Deu liberdade de criação aos repórteres para que escrevessem seus textos na forma de uma história a ser contada, na linha do Novo Jornalismo surgido nos Estados Unidos no início dos anos 1960 com Gay Talese, entre outros. Com o AI-5 que a ditadura baixou em dezembro de 1970, a censura mostrou suas garras e, para conseguir colocar na rua a edição do Jornal do Brasil trans-
formou a primeira página numa espécie de previsão do tempo, anunciando nuvens escuras. Foi preso. Em setembro de 1973, os jornais brasileiros foram proibidos de dar manchetes a respeito da derrubada de Salvador Allende, no Chile. Dines resolveu a questão colocando todo o texto na primeira página, mas sem a habitual manchete. Foi preso novamente e, dois meses depois, demitido. Na década de 1980 assumiu a sucursal do Rio da Folha de São Paulo e, no mesmo jornal, enfim, uma vez por semana, publicava a seção Jornal dos Jornais, espécie de crítica, e autocrítica, do jornalismo brasileiro. Anos depois, a Unicamp serviu de abrigo para transformar esta crítica numa atividade acadêmica com o Observatório da Imprensa, a partir de 1996, pela internet e que existe até hoje. Ele era professor visitante da Escola de Jornalismo da Universidade Columbia, ganhou o prêmio Maria Moors Cabot de Jornalismo, e, pela obra de Stefan Zweig, foi agraciado com o Austrian Holocaust Memorial e o Austrian Cross of Honour for Science and Art. Ah, e quando tinha interlocutores, entre os quais eu, conversava fluentemente em ídiche e arranhava o pouco que sabia de hebraico.
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A PALAVRA
As origens de dois estranhos nomes de duas antigas aldeias francesas, hoje subúrbios de Paris POR Philologos
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sei muitas vezes o metrô em Paris, mas só na última viagem à capital francesa algo chamou minha atenção no trajeto da linha 7: notei algo na estação Louis Blanc no nordeste da cidade. Como em todo lugar, em São Paulo também, as linhas de metrô são conhecidas por sua última estação. Assim também em Paris, para o metrô, ônibus e trem. A escadaria que levava em direção ao sul da linha 7 trazia a indicação “Villejuif-Ivry”. E estudando o mapa do percurso na Place d’Italie a linha se dividia em duas, uma para Villejuif e a outra para Porte d’Ivry e Mairie d’Ivry. Villejuif? Ivry? Curiosa combinação. O primeiro desses nomes significa “Cidade Judia”. (A palavra francesa para judeu, juif, deriva de juive, judia, forma feminina do francês arcaico juiu, de onde também deriva a palavra inglesa Jew.) O segundo substantivo... bem, não tenho ideia da origem da palavra Ivry. O “d” em d’Ivry é uma elisão de de. Ao aparecer ao lado de Villejuif, porém, o nome necessariamente faz pensar em ivri, que é hebraico para hebreu. Pode ser sua origem? Havia uma ligação entre os dois nomes? Ou foi estranha coincidência? Villejuif e Ivry, hoje grandes subúrbios de Paris, localizados pouco além da Péripherique, o anel viário que circunda a cidade, começaram como aldeias ao sul e foram mencionados a primeira vez em fontes francesas medievais.
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Ivry aparece na forma latina Iuriacum, em 1186, enquanto “Symon faber de Ivri”, um artesão de Ivry chamado Simon, apareceu em um documento eclesiástico de 1211. Mas nenhuma dessas explicações conhecidas do nome Ivry, a respeito das quais os etimologistas divergem, têm algo a ver com o hebraico. Há quem trace a origem a um habitante hipotético chamado Eburius; outro, ao gaulês, a língua celta pré-latina da França, na qual eburo significa “teixo”; um terceiro ao latim ebriaca, joio. Segundo a história, os judeus não tinham qualquer relação com a aldeia, embora tenha existido uma comunidade judaica perto de Paris, pelo menos desde o século 10. Antes da expulsão dos judeus da França pelo rei Felipe Augusto, essa comunidade se concentrava, em 1182, na Île de La Cité, a ilha no rio Sena onde, em 1163, começou a ser construída a catedral de Notre Dame. Mesmo assim, os judeus possuíam grandes extensões de terra em Paris à parte da Île de La Cité. De acordo com o cronista francês Rigord, biógrafo e contemporâneo de Felipe Augusto, em sua Gesta Philippi Augusti: “Quando eles [os judeus] tiveram uma longa estadia [em Paris], ficaram tão ricos que reivindicaram para si quase metade da cidade e tinham cristãos em suas casas com servos e servas que abdicaram abertamente de sua fé em Jesus Cristo e se judaizaram com os judeus”.
Segundo Rigord, “os cidadãos, soldados e camponeses nos subúrbios e em várias cidades e vilas” em torno de Paris estavam tão endividados com os judeus que lhes emprestavam dinheiro “que muitos foram obrigados a se separar de seus bens”. Mesmo considerando certa dose de exagero antijudaico de parte de Rigord capaz de justificar a ordem de expulsão dos judeus dada por Felipe Augusto, um judeu poderia ter sido o proprietário de Ivry, ou de parte da localidade. Por que o francês hébreu, do latim hebraeus, não poderia ser uma etimologia possível para Ivry? A palavra consta da língua francesa desde o início do século 12, na obra Bestiaire, do poeta anglo-normando Philippe de Thaun. En Ebreu en verité est Aliz laus de Dé, “Em hebraico em verdade Aliz significa louvor a Deus”, escreveu o poeta, que, obviamente, não conhecia uma palavra sequer da língua, ao dedicar sua obra a Adeliza de Louvain, mulher do rei Henrique I da Inglaterra. Se houve um Simon, o artesão, que trabalhou em Ivry, por que não, digamos, um Simon, o hebreu, dono do lugar, como sendo a origem do nome? É verdade que os judeus nunca foram conhecidos em francês como “hebreus”, como ainda são, por exemplo, em italiano, em que judeu é ebreo, e judeus, ebrei. O francês hébreu refere-se à língua hebraica, não ao grupo étnico. Mas quem pode dizer que nos tempos medievais, dos quais pouca documentação escrita sobreviveu, não tenha havido exceções a essa regra, especialmente à luz de que a vizinhança geográfica de Ivry, no seu lado leste, ser “Cidade Judia”? Mas Villejuif quer dizer “Cidade Judia”? Também aqui os etimologistas discordam com argumentos contra e a favor. Há referência a Villejuif em uma bula papal no século 12 como “Villa Judea” e “Ville Judei”. (A palavra francesa ville, vila ou cidade, vem do latim villa, casa de campo ou proprie-
dade). Isso poderia soar como explicação conclusiva não fosse o fato de Villejuif também ser mencionada como Villa Jullitoe, e sua paróquia homenagear Santa Julieta, a mártir do século 4. Seria o nome Jullitoe uma deturpação escrita de Judeia? Ou foi vice-versa? Esses dois nomes diferentes foram usados para definir o mesmo lugar? E o que dizer do fato de a palavra ville ser gramaticamente feminina, o que deveria fazer de “Cidade Judia” de Villejuive e nãoVillejuif? O “v” teria se tornado “f” com o passar do tempo? O nome original ville des juifs ou ville aux juifs “a cidade dos judeus”, do qual foi retirado o des (de) ou o aux (pertencente a)? Tais enigmas levaram a sugestões de outras etimologias para Villejuif, como nomes derivados da propriedade de um hipotético Juvius ou até mesmo Gesedis. Mas embora uma explicação judia para isso não seja bem recebida pelos estudiosos franceses, isso ocorre somente porque não há registro de que judeus medievais tenham morado em Villejuif – objeção tratada pela Gesta Philippi Augusti. Não precisava ter existido qualquer comunidade judaica para que o local fosse chamado de “a vila do judeu” ou “dos judeus”. O francês mediano, que acredita ser este o significado que o nome sempre teve, pode muito bem estar correto, mais do que os eruditos que duvidam disso. Se, como afirma o cronista Rigord, os magnatas judeus do ramo imobiliário compraram partes de Paris no século 12, com certeza poderiam ter investido em terras ao sul da cidade também. Isso, de qualquer forma, é a conclusão da linha 7 do metrô, que se dirige ao sudoeste da estação Louis Blanc à Place de l’Opéra, segue ao sul para o Louvre, e então vai para o leste junto à margem direita do rio Sena para a Pont de Sully antes de atravessar o rio e seguir para o sul de novo até a Place d’Italie, onde termina. 63
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12 NOTÍCIAS NOVA CELEBRAÇÃO NACIONAL?
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BASHANÁ HABAÁ, EUROVISION EM ISRAEL
Gorduchinha e extravagante, além de inquestionavelmente vibrante e interessante, a israelense Netta Barzilai venceu o festival de música europeu Eurovision e trouxe para casa o 4o prêmio da história do país. Israel festejou o feito com um show para 50 mil pessoas em Tel Aviv. No palco, Netta foi apresentada pelo próprio prefeito da cidade, Ron Huldai, que, no entanto, não tem o menor interesse em sediar a Eurovision 2019. Os coordenadores do evento já deixaram claro que Jerusalém, outra forte candidata nacional, também não. Assim, Petach Tikva, a quinta maior cidade do país, lançou uma campanha nas mídias sociais para receber o festival. A página do Facebook aberta para apoiar a iniciativa já tem milhares de seguidores. Netta, que até há pouco vivia nos bastidores da música, continua se destacando na mídia, e o próprio primeiro-ministro Benjamin Netanyahu homenageou -a com um telefonema pessoal, no qual a chamou de “a melhor embaixadora de Israel”. Desde sua primeira participação, em 1973, o país já conquistou quatro prêmios. Detalhe: foi a primeira nação não europeia a ser convidada para a competição e, em 1998, a israelense Dana Internacional a primeira cantora transgênero a vencer. 64
A saída dos judeus da escravidão no Egito merece um Pessach inteiro de comemoração. São oito dias de festa, embora não se saiba a data precisa desse evento. Agora surge um movimento para lembrar outro momento histórico, esse sim com dia e locais conhecidos: a chegada do povo judeu a Israel, dia 10 de Nissan e à beira do rio Jordão, próximo da cidade de Jericó. É notável perceber que esse local, até recentemente relegado à poeira da história, está se tornando naturalmente em um novo polo turístico no país: nos últimos anos, foram mais de 600 mil turistas, a maioria cristãos estrangeiros. O Ministério do Turismo está atento para o potencial dessa área e pretende abrir ali um centro de visitação. Entre os árabes da vizinhança, o local é conhecido como Qasr al-Yahud ou o “Palácio dos Judeus”.
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APLICATIVO PARA PAIS DIVORCIADOS
Tomer Segev, um israelense de 17 anos, tenta resolver o problema de 20% da população de Israel com uma só teclada. Ele criou o aplicativo 2to1, dirigido a casais divorciados e seus filhos. Ele próprio faz parte dessa estatística, que engloba 1,5 milhão de israelenses. Cansado do ziguezague e da dificuldade de acordo entre os seus pais após o casal se separar, Tomer lançou uma campanha de financiamento coletivo e, em lugar de coletar os 16 mil shekels (valor equivalente em reais) iniciais necessários, recebeu mais de 30 mil. “Muitos pais divorciados não conseguem manter um bom relacionamento, e os filhos pagam a conta”, disse em entrevista à televisão israelense. O 2to1 oferece calendário compartilhado, chat online e outros recursos que possibilitam a pais e filhos gerenciarem questões como, por exemplo, onde as crianças estarão durante as oito semanas de férias de verão. O aplicativo está disponível gratuitamente para versões Android e iOs.
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HOTEL-BOUTIQUE BEDUÍNO AOS PÉS DO TABOR
Logo será iniciada a construção do primeiro hotel -butique em uma comunidade beduína em Israel. O projeto é audacioso e oferecerá 120 quartos aos pés do Monte Tabor, no vilarejo de Shibli-Umm alGhanam, na Galileia (norte de Israel). O Ministério do Turismo vai custear uma parte do projeto e também aprovou verba para desenvolver a infraestrutura turística daquela área. Tudo isso porque o Monte Tabor é, por si só, uma atração e está no meio do caminho de diversos sítios religiosos cristãos. O destino atrai anualmente cerca de meio milhão de turistas. Anunciado em maio, o projeto deve ser comemorado por muitas razões, mas principalmente a geração de empregos e de renda para a população local e o aumento na oferta de hospedagens. Israel procura soluções para garantir a manutenção e o crescimento do turismo, que há dois anos bate recordes históricos sem que isso, no entanto, traga o esperado impacto com o aumento do custo da hotelaria local.
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AEROPORTO À LA BRUCE WILLIS
O nível de segurança do novo aeroporto internacional Ilan Ramon, em construção no deserto do Aravá, é um triste sinal dos tempos porque, pronto, ficará cercado por placas de metal de seis metros de altura e 35 milímetros de espessura, três vezes mais robustas do que as existentes na fronteira com o Egito e também a barreira artificial mais alta do país e, provavelmente, do mundo. As placas são enterradas para evitar serem arrancadas e para suportar disparos de artilharia pesada. Ao redor do terreno, foram removidas milhares de minas e Israel também firmou um acordo de cooperação com a Jordânia para controlar o espaço aéreo da região. Tanta preocupação tem seus motivos: em 2015, o Estado Islâmico abateu um avião comercial russo próximo do aeroporto egípcio de Sharm-El-Shaik.
TELEFÉRICO NA CIDADE VELHA Esqueça táxi, ônibus e andar a pé: quem visitar a Cidade Velha de Jerusalém a partir de 2020 poderá fazê-lo pelos ares. Foi reservada uma verba de 200 milhões de shekels (valor equivalente em reais) para construir um teleférico com estações na Colônia Alemã, Monte das Oliveiras, Portão do Esterco (Dung Gate) e na Cidade de David – não confundir com Cidadela de David, ao lado do Portão de Yafo. Será um novo atrativo turístico para a cidade, mas muito mais do que isso: facilitará a viagem de milhares de visitantes que por ali transitam em datas importantes para as três religiões monoteístas e sofrem para ir de um ponto a outro. Também será ótimo para aqueles com dificuldades de locomoção, pois há poucas vagas para estacionar na Cidade Velha. Outro aspecto importante será o estímulo à criação de opções turísticas noturnas, hoje praticamente inexistentes na área. O projeto foi anunciado exatamente no 50o aniversário da reunificação de Jerusalém. 65
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12 NOTÍCIAS
MAIS UM ANO DE SECA Lá se vão pelo menos quatro anos de seca na Terra Santa. Já está claro que o Mar da Galileia, a maior fonte local de água doce, nunca mais será o mesmo e, pior: acredita-se que, em 20 anos, terá se transformado em um pântano. Enquanto isso, o governo dá continuidade ao plano elaborado junto com a empresa de águas Mekorot, segundo o qual serão investidos 2,2 bilhões de dólares até 2050, para lidar com o tema. Uma nova planta de dessanilização está nos planos, pois as cinco existentes são insuficientes para atender a demanda nacional e a prospecção de poços subterrâneos e aquíferos. Os cientistas pedem à população que economize água e se comporta como se nada estivesse acontecendo. Por exemplo: cada cidadão deve diminuir em cinco minutos o tempo de banho. Mas como se a maioria gasta menos de cinco minutos para se banhar? Nossos vizinhos, como a Jordânia, já arrancam os cabelos com a falta de água, e na Síria a seca chegou há tempos, e é considerada uma das principais razões da guerra civil.
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MAIS UMA BARREIRA
As tentativas de infiltração de terroristas a partir de Gaza são um problema diário, e o Ministério da Defesa de Israel iniciou a construção de mais uma barreira física para impedi-las. Será submarina e ficará pronta até o final do ano. Segundo o ministro da Defesa Avigdor Liberman, esta é a primeira barreira do gênero e reduzirá a capacidade estratégica do Hamas, que nos últimos anos formou 1.500 homens rã. Durante os últimos quatro anos, houve quatro tentativas de invasão divulgadas oficialmente, frustradas pelo exército israelense. Um número que poderia aumentar.
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AINDA SOBRE GAZA...
Fazendeiros israelenses que cultivam campos nas áreas vizinhas a Gaza preparam uma ação penal contra os líderes do Hamas a ser apresentado no Tribunal Penal Internacional (ICC), em Haia. É a resposta jurídica encontrada para um novo fenômeno, o terrorismo com pipas incendiárias que começou em 30 de março, primeiro dia da chamada A Grande Marcha do Retorno. Diariamente, militantes terroristas soltam essas pipas levadas pelo vento para o outro lado da fronteira, causando elevados prejuízos à agricultura no sul de Israel. Lidera a iniciativa o kibbutz Nir Am, que teve a maior parte de seus campos de trigo queimados nas últimas semanas. Os Estados Unidos denunciaram esses eventos como terrorismo embora a imprensa internacional dê muito pouca atenção a eles.
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ACORDO COM REBELDES LIBANESES
Em 24 de maio, Israel lembrou o aniversário de 18 anos da retirada de seu exército após a Guerra do Líbano e revisitou um antigo drama: faltam os corpos de três israelenses ainda em poder do Hezbolá desde então (Sultan Yakoub Zacharia Baumel, Zvi Feldman e Yehuda Katz). Mas Israel está disposto a resgatá-los a qualquer preço. Segundo a mídia israelense, um membro-sênior do Frente Popular para a Libertação da Palestina (PFLP) na Síria contou que forças rebeldes no país reviram os túmulos de um cemitério localizado em um campo de refugiados em Damasco em busca dos restos mortais desses três soldados evidenciando de um acordo entre os dois exércitos. Este sempre foi um assunto muito sensível em Israel, pois vivo ou morto nenhum soldado fica para trás. Esse código de ética, e de honra, é notável e, por isso, os inimigos do país fazem dos soldados alvos preferenciais dos grupos terroristas. Exemplo disso é que, na última negociação de troca de prisioneiros, o soldado israelense Gilat Shalit valia 1.027 palestinos condenados em Israel.
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FAZENDO LIMONADA COM “FAUDA”
Quem poderia imaginar que o mais exitoso seriado produzido em Israel trataria exatamente a respeito do caos nos bastidores do conflito entre palestinos e israelenses? Assim é a segunda temporada de “Fauda” – que em árabe quer dizer isso mesmo, “caos” –, série que trata das ações do comando israelense no coração da sociedade palestina para capturar um terrorista por trás de ataques suicidas à bomba. O seriado foi comprado pela Netflix (e já em exibição no Brasil), algo inimaginável para seus criadores, ambos ex-combatentes desse comando na vida real. Mas, além disso, o seriado faz igual sucesso em países árabes, porque apresenta os dois lados do conflito. Parte dos diálogos de “Fauda” são em hebraico, parte em árabe, e está em exibição em 190 países. Também nesse caso não existe unanimidade, e o movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções) tenta removê-lo a todo custo.
PASSADO DE LADO, PERO NO MUCHO Bueno, agora a embaixada do Paraguai está oficialmente instalada em Jerusalém e é o terceiro país a transferir seu escritório de representação para a cidade depois dos Estados Unidos e da Guatemala. O primeiro-minitro Netanyahu discursou na inauguração e agradeceu ao presidente Horácio Cartes, presente ao evento. Bibi também mencionou o apoio do Paraguai aos judeus que escaparam à perseguição na Segunda Guerra, afirmando que “nunca nos esqueceremos”. Talvez na ânsia de agradar ao presidente paraguaio Bibi tenha esquecido que o Paraguai abrigou Josef Menguele antes de ele se instalar no Brasil. Sabe-se também que, sob o governo do ditador Alfredo Stroessner (1954-1989), lá se refugiaram muitos criminosos de guerra nazistas. Existe até a versão (conspiratória, importante frisar) de historiadores de que o próprio Adolf Hitler teria vivido e depois morrido ali. O que provavelmente seja só teoria conspiratória, mas, como se diz, onde há fumaça há fogo. De todo modo ao menos por enquanto, essa história foi deixada para trás. 67
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LEITURAS EXODUS Leon Uris Em comemoração aos 70 anos da Independência de Israel, a editora Record relança este livro considerado um dos maiores fenômenos editoriais do séc. 20 porque conseguiu, a um só tempo, falar e tratar das atrocidades cometidas contra judeus e suas comunidades primeiro no Leste Europeu no séc. 19 e, depois, pelos nazistas durante a Segunda Guerra. O filme também conseguiu vários prêmios e é sempre reprisado na TV paga. A obra é apresentada como “o retrato magnífico do nascimento de uma nação, uma história que conquistou leitores de todo o mundo com trama emocionante e personagens realistas e cativantes”. Record 711 pp R$ 58,41
15H17 TREM PARA PARIS Vários autores O livro tem dois subtítulos: “Uma história real com heróis reais” e “ Diante do medo pessoas comum podem fazer coisas extraordinárias” e trata de três norte-americanos que conseguiram evitar que um terrorista, passageiro como eles, do trem que partiu de Amsterdam àquela hora para Paris, matasse os cerca de 500 passageiros. Os três, dos quais dois eram ex-membros das Forças Armadas, desconfiaram daquele passageiro e conseguiram evitar a tragédia. O livro, que virou filme dirigido por Clint Eastwood, mereceu referências de Barack Obama, do senador republicano John McCain e do ex-presidente francês François Hollande. Record 250 pp R$ 21,90
CONFISSÕES DE UM JOVEM ROMANCISTA Umberto Eco Eco (1932-2016) tinha quase 50 anos quando publicou seu primeiro romance “O Nome da Rosa”, em 1980 e depois não parou mais. Neste, ele conta como se dá o processo de criação, em resumo: visita lugares, traça mapas, reúne documentos, anota plantas de prédios ou de um navio como no caso de “A Ilha do Dia Anterior” e esboça o rosto dos personagens. Para “O Nome da Rosa”, fez retratos de todos os monges a respeito dos quais escrevia. Ele diz que nem a família sabia o que fazia, mas estava sempre focado em capturar ideias, imagens e palavras. Record 152 pp R$ 29,90
A TERRA DOS FILHOS Gipi Gipi é o acrônimo de Gian Alfonso Pacinotti, um dos mais importantes quadrinistas da atualidade, e este volumoso livro é uma graphic novel que trata do amadurecimento, paternidade, masculinidade, fragilidade humana e a força da esperança. Isso a partir de um cenário pós-apocalíptico rural e miserável onde um pai tenta educar os dois filhos à sua maneira: com brutalidade e severidade, pois só assim, imagina, eles conseguirão sobreviver. Enquanto os dois meninos vivem e apanham do pai, e embora não saibam ler nem escrever, querem saber o que contém o diário zelosamente guardado pelo pai. Editora Veneta 288 pp R$ 99,90 68
SHERLOCK HOLMES – ESCÂNDALO NA BOÊMIA Arthur Conan Doyle Trata-se de 15 contos do detetive criado por sir Arthur Conan Doyle originalmente publicados na revista “The Strand Magazine”, que circulou na Inglaterra entre 1891 e 1930 e apresentou outros grandes nomes da literatura inglesa, como Agatha Christie, Graham Greene, Rudyard Kipling e George Simenon. Doyle já era famoso, mas ficou mais ainda quando saiu o conto “Escândalo na Boêmia” e que o transformou em um fenômeno mundial. Os contos incluem desde mistérios em quartos fechados e planos de assalto, intrigas internacionais e casos de espionagem que abalariam o governo britânico. Record 400 pp R$ 39,90
COMO SE REVOLTAR Patrick Boucheron Historiador especializado em Idade Média, o autor revisita imagens e figuras que sempre povoaram nosso imaginário como Robin Hood e Ivanhoé, por exemplo, cavaleiros andantes e bobos da corte. Mostra também os muitos sentidos que as revoltas puderam assumir, a grande variedade de atitudes que homens e mulheres medievais experimentaram, suas relações com a ordem vigente e as possibilidades que abriram para seus protagonistas e também para o presente. Editora 34 59 pp R$ 34,00
O PIOR DOS CRIMES Rogério Pagnan O título trata da história do assassinato da menina Isabella Nardoni. O caso serve de fio condutor para o autor, um experiente repórter policial, expor os vícios que alimentam a engrenagem burocrática investigatória com suas pistas mal perseguidas, uso de informações falsas, armadilhas de “pegadinhas”, pressões indevidas para obter confissões, perícias criminais deficientes, promotores empolgados com holofotes e dúvidas que viram certezas. Vale muito a pena. Record 332 pp R$ 21,51
EM BUSCA DE SIGNIFICADO Siomar Buniac Com o subtítulo “A construção da felicidade” e a colaboração de Mindel Wolf Buniac e Juliana Oliveira, o autor argumenta que, sim, é possível construir a nossa felicidade desenvolvendo competências para enfrentar e superar de forma positiva as dificuldades da vida e buscar significado para a nossa existência. A evolução do ser humano influi em nosso comportamento e propõe práticas e reflexões para incrementar nossa relação com nós mesmos. Criadeira Livros 175 pp R$ 29,90 69
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CURTA CULTURA
POR Bernardo Lerer
O ENGENHEIRO JUDEU QUE PROJETOU O VOLKSWAGEN Quando foi apresentado como o “carro do povo” (Volkswagen) - há 80 anos numa cerimônia presidida pelo ditador Adolf Hitler e o engenheiro Ferdinad Porsche ao lado, omitiu-se o papel de seu criador, o engenheiro judeu alemão Josef Ganz (na foto com uma de suas criações), cujo nome desapareceu dos anais da empresa. Em 1938, Ganz era um renomado profissional da indústria automotiva, autor de muitos conceitos incorporados ao projeto do carro, mas foi ameaçado de morte, obrigado a sair da Alemanha e esquecido pela história. Ele morreu de infarto na Austrália, em 1967, enquanto o carro que ajudou a projetar se tornava o maior sucesso de vendas da indústria automobilística até 2003, quando a produção parou. Assim, quem for para os Estados Unidos e esticar a viagem até Nashville, no Tennessee, poderá conhecer no Lane Motor Museum da cidade, até 8 de outubro, a exposição “The Josef Ganz Story: How a Jewish Engineer Helped Create Hitler’s Volkswagen”. “Esta exposição preenche uma história desconhecida”, diz o curador da exibição e diretor educacional Rex Bennett, que possui a maior coleção de carros europeus fabricados desde o final do século 19. O nome de Ganz foi removido de propósito, assim como os de outros engenheiros judeus envolvidos no projeto e na fabricação do carro e se deu crédito a qualquer outro que não fosse de origem judaica, conta Bennett. Devolve à vida não apenas uma história pessoal de engenheiro, mas alguém que, francamente, merece mais crédito na criação do Volkswagen.” Ganz nasceu em Budapeste em 1908 e nos anos 1920, além de um dos mais importantes engenheiros automotivos da Alemanha, era editor-chefe da revista “Motor Kritik”, uma das primeiras revistas de automobilismo e a mais influente na Alemanha. Em várias edições ele insistiu na necessidade de a indústria alemã fabricar carros para o povo ao contrário de veículos luxuosos de preços impraticáveis para a maioria da população que sofria os efeitos da depressão provocada pela Primeira Guerra. Muito do que o Fusca incorporou foi projetado e patenteado por Ganz. 70
BERNARD LEWIS, FAMOSO ORIENTALISTA O que se vai ler a seguir não foi notícia nos jornais brasileiros, certamente porque não lhes interessou: o historiador Bernard Lewis, um dos maiores especialistas em islamismo e orientalismo, autor da teoria do “choque de civilizações”, morreu há dois meses aos 101 anos. Ele era o que chamam de neoconservador, foi consultor de lideranças judaicas e de dois ex-presidentes norte-americanos e conhecido por ter sido um dos mentores intelectuais da deposição de Saddam Hussein, que custou bilhões de dólares, a vida de milhares de soldados americanos e desmontou a sempre frágil estabilidade política da região. Mas, nos últimos tempos, Lewis dizia ter sido contra a guerra. Por seu fanatismo anti-islâmico, colecionou mais inimigos que simpatizantes e era sempre acusado de demagogia e ignorância. Numa festa para celebrar seus 94 anos, foi perguntado a respeito de uma possível invasão norte-americana do Irã. Foi contra. “O Irã é uma grande nação, de uma longa e gloriosa história. Quando afirmamos que o Irã não deve ter armas nucleares já sabemos como os patriotas iranianos vão reagir. Minha opinião é de que esta quadrilha de maníacos genocidas não deve dispor de armas nucleares, e precisamos deixar claro que a posição norte-americana não é contra o Estado iraniano, mas contra essa quadrilha que desonra o seu nome.” Lewis também considerava ajudar a oposição iraniana. “Podemos fazer muito para eles e não estamos movendo um dedo para isso”, garantiu. Como todos sabemos, “ajudar a oposição” é um eufemismo para a CIA agir e derrubar governos.
ESPIRITISMO JUDAICO EM SÃO PAULO
O MAIS ANTIGO MUSEU DO HOLOCAUSTO DO MUNDO Fica no centro de Londres, no número 34 da Russel Square, a Wiener Library, o mais antigo museu do Holocausto do mundo, fundado há 85 anos. Abriga 65 mil livros a respeito do tema, mais de 2 mil coleções de documentos, quase 20 mil fotografias e 3 mil títulos de jornais e revistas do período que vai da ascensão do nazismo, em 1933, até o final da Segunda Guerra. Ele foi fundado por Alfred Wiener, um judeu alemão condecorado com a Cruz de Ferro do exército alemão por atos de bravura durante a Primeira Guerra Mundial. Quando Hitler tomou o poder, ele fugiu da Alemanha e fundou em Amsterdam o Escritório Judaico Central de Informação (da tradução do inglês), prevenindo para o perigo que os novos mandatários alemães representavam. Depois da Primeira Guerra e com a instalação da República de Weimar, ele escreveu um panfleto com o título “Before Pogroms?”, no qual pressagiava que se a esquerda não fosse contida “a direta antissemita vai dar início à violência selvagem e assassinatos de tal modo que o sangue vai correr pelas ruas”. Durante anos membro de um grupo judaico de direitos civis, Wiener juntava tudo que pudesse – folhetos, livros, filmes, fotos, cartazes – tudo capaz de documentar o surgimento do nazismo e o ódio aos judeus. No verão de 1939, Alfred Wiener foi para Londres e, no mesmo dia em que a Alemanha invadiu a Polônia, 1o de setembro, abriu, lá também, o Escritório Judaico Central de Informação, que começou com uma pequena caixa de documentos. O museu forneceu muito material utilizado na acusação aos criminosos de guerra no Tribunal de Nurenberg e, depois, recebeu de volta documentos originais dos julgamentos e condenações. Foi na mesma fonte que os promotores no julgamento de Eichmann beberam, e, lá, Deborah Lipstadt se apoiou para atacar as teses revisionistas de David Irving num memorável julgamento que virou filme. Wiener morreu em 1964, mas parte da família dele morreu bem antes, nos campos de concentração.
Durante 4 anos, a pesquisadora do Núcleo de Estudos em Mística e Santidade da PUC -SP Andréa Kogan assistiu, sem participar, em duas casas de São Paulo, de rituais de “Mesa Branca” ou “Evangelho no Lar”. As residências em questão eram de famílias judias que praticam o judaísmo kardecista ou, se preferirem, um espiritismo judaico, mas sem abandonar o judaísmo. Das suas observações, derivou o livro “Espiritismo judaico” (Labrador, 153 pp.) e daí se depreende, mais uma vez, que atualmente a identidade judaica se manifesta de várias formas, de modo a que cada indivíduo entende o seu judaísmo de uma forma, praticando-o do jeito que lhe é mais conveniente e que lhe faz mais sentido, tendo à sua disposição tantas possibilidades e realidades.
VIOLINISTA NO TELHADO EM ÍDICHE Para quem vai a Nova York, assista a “O Violinista no Telhado”, mas em ídiche, com legendas em inglês e em russo. Essa peça tem por base um livro de Sholem Aleichem “Tobias, o leiteiro”, mas para efeito do marketing da Broadway seria mais fácil vender para o público se mudasse para “Tobias e suas filhas”. Ela foi apresentada a primeira vez como um grande musical em 1964. Em 1930 virou filme que fez sucesso na época e ganhou nova versão e muitos prêmios em 1971. Foi encenada a primeira vez no Yyidish Art Theater, em Nova York. O escritor Philip Roth, recentemente falecido , dizia se tratar de um “shtetl kitsch”. Começou em 4 de julho e vai até 26 de agosto no Museum of Jewish Heritage, em Nova York. 71
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CURTA CULTURA
O PAPEL DOS JOVENS, SEGUNDO VITÓRIO CORINALDI
GAFANHOTOS À MESA Israel descobriu uma nova fonte de renda: nas proximidades do Mar da Galileia começou a funcionar a Hargol FoodTech (hargol é gafanhoto em hebraico), primeira fazenda em todo o mundo de criação comercial de gafanhotos para consumo humano. Um dos donos da empresa, Dror Tamir, está convencido de que esta é uma das soluções para alimentar milhões de subnutridos de todo o mundo com proteína barata e da melhor qualidade. Na verdade, gafanhoto como refeição não é grande novidade. No México, por exemplo, ele é frito e comido com molho chilli no meio dos tacos. Com a sua fazenda, Dror pretende suprir o mercado de gafanhoto o ano todo, pois na natureza, é sazonal. Em Israel e nos Estados Unidos, gafanhoto ainda não é lá um atrativo gastronômico, mas ele acredita que pode vencer as resistências: afinal, é constituído 70% de proteína e contém ácido fólico, ferro, zinco, ômega 3 e ômega 6. Dror lembra que, até a pouco mais de 30 anos, os americanos se recusavam a comer peixe cru, comum na culinária japonesa. Depois tudo passou. E, além de tudo, é casher. E muito consumido por judeus iemenitas e do norte da África. 72
Vitório Corinaldi é uma lenda no movimento juvenil sionista socialista do Brasil. Integrava o Dror e fez aliá em fins de 1950, quando Israel era ainda uma jovem nação. Ao ensejo dos 70 anos da Independência de Israel, ele escreveu uma espécie de “oração aos moços”, na qual enaltece o papel dos movimentos juvenis sionistas socialistas na construção do Estado, “a fonte quantitativa e qualitativa da reserva humana daqueles tempos de penúria e de luta; da Haganá e da Palmach, que lançaram o alicerce do Exército de Defesa de Israel”. Neste quesito, ele destaca “o papel dos movimentos juvenis sul -americanos, e dentre eles os brasileiros, que foram e continuam sendo imprescindíveis na criação de uma barreira diante de Gaza, do qual mais uma vez se lança uma onda de provocação e destruição por uma população em estado desesperador e incitada por uma liderança fanática, a realizar atos de protesto e de terror dirigidos contra Israel”.
ÍDICHE E CULTURA JUDAICA De 22 de julho a 18 de agosto vai se realizar em Weimar, na Alemanha, um festival de música ídiche, enquanto que, em um teatro de Buenos Aires, vai ser apresentada a peça “Um Golem em Buenos Aires”, que transforma a história do Golem de Praga, o boneco de barro criado por um sábio cabalista, numa obra engraçada e para todas idades. Em Londres, quase na mesma época, de 19 a 24 de agosto, acontece uma máster classe de canção em ídiche com o título “Golden Peacock” (O Pavão Dourado), com o professor de canto em ídiche Shura Lipovsky e destinado a todas as pessoas interessadas em aprofundar os conhecimentos em matéria de canções em ídiche: estudo de repertório, raízes e tradições da música ídiche. Nesse mesmo verão, nos fundos da sinagoga do velho quarteirão judeu de Trébic, na República Tcheca, realiza-se o festival anual de cultura judaica Shamayin, com leituras, música, visitas guiadas, teatro e gastronomia judaica. Em Beau, na França, durante este mês, acontece um Festival de Ídiche. E todas as segundas-feiras deste mês, em Buenos Aires, abre-se espaço para um seminário em torno do tema “Raizes judaicas no cantar ladino”. E mais, muito mais. Sem contar o quer acontece nos Estados Unidos e na Rússia. Enquanto isso, aqui. Bem, deixa isso pra lá.
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BRASIL NA PRAÇA CARMEL. DE 8 A 80 ANOS, DIRETORES, AVÓS, PAIS E FILHOS. PARA TODOS A ATENÇÃO ERA UMA SÓ: O GOL!
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ENTREGA DO DIPLOMA E ESCULTURA DE MENSAGEIRO DA PAZ À DANIEL BIALSKI. FAMÍLIA, IRMÃOS DA LOJA MAÇÔNICA MACABEUS, ROTARY CLUB SAÚDE, NA DISTRITAL SUDESTE DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO.
BENJAMIN BACK NA RÚSSIA PARA TRANSMITIR OS JOGOS DA COPA DO MUNDO.
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1 1. FABRICIO BERTOLA, JULIETA TABACNIK, ESTERA KROPP, EDITE ZAJAC E SONIA BRAGARNIK DEIXARAM O CLUBE NUM FIM DE SEMANA E VIAJARAM COM NAAMAT; 2. COMEMORAÇAO DOS ANIVERSARIANTES DO MÊS E FÓRUM MULTIDISCIPLINAR DE SAÚDE NA FELIZ IDADE; 3. EM REUNIÃO E JANTAR JÁ TRADICIONAIS, A HEBRAICA RECEBE DIRIGENTES DOS CLUBES DA ACESC.
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2 1. SUZETE BOSSOLANI, SIMA WOILLER E ALEXANDRE BOSSOLANI; 2. ROBERTO CAPPELLANO, PRESIDENTE DO ESPORTE CLUBE PINHEIROS, RAIMUNDO DA COSTA SANTOS NETO, DO MINISTÉRIO DE ESPORTES, DANIEL BIALSKY, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA A HEBRAICA DE SÃO PAULO, E SERGIO ZUNDER DA ROCHA, PRESIDENTE EXECUTIVO DA ACESC.
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1. ESPAÇO DA HEBRAICA NA 6a EDIÇÃO DA FEIRA DE FESTAS LE CHAIM; 2. EQUIPE DE FESTAS DA HEBRAICA JUNTO ÀS ORGANIZADORAS DO EVENTO; 3. VISITA DO CÔNSUL DORI GOREN E ESPOSA CECÍLIA GOREN.
CONVITE ESPECIAL DO NOVO COMANDANTE MILITAR DA REGIÃO SUDESTE, GENERAL LUIZ EDUARDO RAMOS BAPTISTA, A LÍDERES DA COMUNIDADE.
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1 e 2. CABALAT SHABAT NA SINAGOGA REUNIU AS ALUNAS DO CURSO DE BAT MITZVÁ. EMOÇÃO PARA PAIS E IRMÃOS, ACOMPANHANDO AS JOVENS; 3. FAMÍLIA GORENSTEIN RECEBIDA NA SINAGOGA PARA BRINDAR O NOME DE MALIA (CHANA, EM HEBRAICO), A IRMÃZINHA DE CAIO; 4. ENCONTRO DO ENTRE AMIGAS LIDERADO POR SABINA DEWEIK; 5. JOGO DE BASQUETE MASCULINO INFANTIL, HEBRAICA X ETAPA.
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1. NOSSOS FUTUROS ATLETAS; 2. ESPOSIÇÃO DO BONDS NA ENTRADA DO CLUBE; 3. MIRAM VASSERMAN, DO GRUPO DE EMPODERAMENTO E LIDERANÇA FEMINA DA FISESP, RECEBEU A SECRETÁRIA MUNICIPAL DE DIREITOS HUMANOS, ELOISA DE SOUSA ARRUDA; 4. NA LIVRARIA DA VILA / HIGIENÓPOLIS, MAX VAINTRAUB CUMPRIMENTA ILKO MINEV, AUTOR DE ”NA SOMBRA DO MUNDO PERDIDO”; 5. NA GALEIRA DE ARTE, A MOSTRA 4 COMTEPORÂNEOS REUNIU MARCOS RIZOLLI, NORBERTO STORI, REGINA LARA, E TERESA ALMEIDA; 6. QUANDO OS CHANICHIM DO HEBRAIKEINU JR. PASSAM, NINGUÉM FICA INDIFERENTE.
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6 1. SUCESSO TOTAL DE CARMINA BURANA NO TEATRO ARTHUR RUBINSTEIN; 2. ECONTRO DE MÃES NO CAFÉ DA MANHÃ; 3. ATLETAS ASSISITINDO À FINAL DA LIGA DE BASQUETE; 4. EVENTO MERKAZ FRESHBIZ GAME; 5. CORAL GIL HAZAHAV DA FELIZ IDADE FEZ BONITO EM SUA APRESENTAÇÃO NA UNIBES CULTURAL; 6. APRESENTAÇÃO DE DANÇA FLAMENCA NO HEBRAICA MEIO-DIA.
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1. SERGIO,REBECA E SARA ROSENBERG, NA PRAÇA JERUSALÉM; 2. MOMENTO FITNESS NO CLUBE DE RINA ELIMELEK DE WEBER E MATIA FALBEL; 3. ALEGRIA DOS PREMIADOS DO DEPARTAMENTO SOCIAL COM UMA VIAGEM À CURAÇAO; 4. EVENTO DE PLAY STATION DO DEPARTAMENTO DE JUVENTUDE; 5. O SORISSO FELIZ DA VOVÓ GUITA ZARENCHANSKY.
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FLORIANO EM DEBATE
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tualmente Israel vem sendo injustamente acusada a respeito de tudo. Graças a um antissemitismo crescendo a passos rápidos, a um antissionismo acirrado e a uma mídia esquerdopata e tendenciosa, somos considerados como uma nação pária, sem justiça, acusada de invasões, responsável pela completa desobediência dos direitos humanos. Há 70 anos, David Ben Gurion nos brindou com um emocionado discurso no dia do nascimento deste milagre que é Eretz Israel. Vale relembrar algumas de suas palavras: “A Terra de Israel foi o berço do povo judeu. Depois de ser forçosamente exilado de sua terra, o povo conservou consigo sua fé durante sua Dispersão e nunca deixou de rezar e esperar por seu retorno a Israel e para a restauração, lá, de sua liberdade política”. Impelidos por sua ligação histórica e de tradições, judeus lutaram gerações após gerações para se reestabelecer em sua antiga terra natal. Ben Gurion, este carismático sionista, na Declaração do Estabelecimento de Israel determina ainda as premissas fundamentais do país e seu povo: “O ESTADO DE ISRAEL será aberto para imigração judaica e para o recebimento de exilados; ele irá promover o desenvolvimento do país para o benefício de todos os seus habitantes; será baseado na liberdade, justiça e paz como imaginado pelos profetas de Israel; assegurará completa igualdade de direitos sociais e políticos a todos os seus habitantes, independentemente da religião, raça ou sexo; ele vai garantir a liberdade de religião, consciência, língua, educação e cultura; respeitará os lugares sagrados de todas as religiões; e será fiel 82
Hoje, quando somos referência em tantas coisas, como informática, medicina e tantas outras, podemos reafirmar esse compromisso, norteados pelo sonho de Hertzl, de David Ben Gurion e de Golda Meir. Floriano Pesaro, Deputado Federal
aos princípios da Carta das Nações Unidas. O ESTADO DE ISRAEL está disposto a cooperar com os órgãos e representantes das Nações Unidas na implementação da resolução da Assembleia Geral do dia 29 de novembro de 1947 e tomará medidas para concretizar a união econômica de toda a Eretz Israel. Apelamos – mesmo no meio ao duro ataque lançado contra nós há meses – aos habitantes árabes do Estado de Israel para preservar a paz e participar da construção do Estado na base de uma cidadania plena e igual, através de representação em todas as suas instituições provisórias e permanentes. Nós estendemos nossa mão a todos os estados vizinhos e seus povos numa oferta de paz e boa vizinhança e recorremos a eles para estabelecer laços de cooperação e ajuda mútua com o povo judeu soberano estabelecido em sua própria terra”. Hoje, quando somos referência em tantas coisas, como informática, medicina e tantas outras, podemos reafirmar esse compromisso, norteados pelo sonho de Hertzl, de David Ben Gurion e de Golda Meir.
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DIRETORIA EXECUTIVA PRESIDENTE
Daniel Leon Bialski
Diretor Superintendente
Gaby Milevsky
Assessores
VICE-PRESIDENTE DE ATIVIDADES SOCIAIS E CULTURAIS
Sandro Assayag
Airton Sister
Diretora Social e Cultural
Andrea Eberhardt Birsztein
Celia Burd
Assessora Cultural
Karin Sapocznik Szapiro
Diana Dziegiecki Beresin
Assessora de Inovação
Andrea Bisker
Isy Rahmani
Diretores Social
Berta El Kalay
Mariza de Aizenstein
Fernanda Smejoff
Rina Elimelek de Weber Sami Sztokfisz Diretora de Planejamento Estratégico
Stefanie Stern
Diretor de Marketing
Eduardo Len
Sonia M. Rochwerger Assessores Social
Bruno Korn
Diretora Feliz Idade
Glorinha Cohen
Ylan Schuchman
Diretor de Meio Ambiente e Rel. Instituc.
Sergio Rosenberg
Diretor de Lei de Incentivo
Saul Anusiewicz
Diretor e Curador Galeria de Artes
Olivio Guedes
Anita Rapoport
Diretor Voluntário a Gerência de Sede
Abraham Goldberg
Diretor de Cinema e Biblioteca
Joel Rechtman
Diretor de Relações Públicas
Ramy Moscovic
Diretora do Recreativo
Eliane E. Simhon Forti (Lily)
VICE-PRESIDENTE ADMINISTRATIVO
Monica Tabacnik Hutzler
VICE-PRESIDENTE DE JUVENTUDE
Monica Drabik Baran
Diretora de Recursos Humanos
Carla Rosenthal Gil
Diretora do Adventure
Carla Caldeira
Diretora de Tecnologia da Informação
Vivian Didio
Assessores da Juventude
Diretor de Concessões
Nissim Levi
Consultor Estratégico Compras
Heitor Weltman Hutzler
Diretor de Teatro
Caco Ciocler
Diretora Departamento Médico
Ilana Holender Rosenhek
Diretoras Espaço Bebê e Brinquedoteca
Gabriela Malzyner
Diretor da Sauna
Eduardo Goldstein Assessora
Luciana Klar Fischman Deborah Moss Ejzenbaum
Israel Levin Ylan Schuchman
Renata Hamer Len
VICE-PRESIDENTE DE ESPORTES
Deyvid Arazi
Assessores Hebraikeinu e Meída
Diretor Geral de Esportes
Fabio Wasserstein
Diretora de Música
Assessor
Roberto Douer
Diretor de Danças
Alan Cimerman
Basquete
Afonso Celso Vivolo
Diretora da Escola Maternal
Graziela Zlotnik Chehaibar
Ciclismo
Beno Mauro Shehtman
Diretor de Cultura Judaica
José Luiz Goldfarb
Fit Center
Manoel K. Psanquevich
Assessor da Cultura Judaica
Gerson Herszkowicz
Futebol (Campo/Society)
Marcello Broncher Brand
Assessor da Sinagoga
Mauricio Marcos Mindrisz
Futebol (Campo/Society)
Daniel Goldmann
Futebol Feminino
David Jacques Elwing
SECRETÁRIO GERAL
Fernando Rosenthal
Ginástica Artística
Helena Zukerman
SECRETÁRIO
Javier Smejoff
Handebol
José Eduardo Gobbi
Luciana Klar Fischman Claudia Hemsi Leventhal
Handebol
Marcelo Falkowicz
Diretora Colaboradora
Anita Rapoport
Lutas
Eduardo Goldstein
Diretor Jurídico
Samy Garson
Natação
Gilberto Kon
Diretor de Segurança
Claudio Frischer (Shachor)
Polo Aquático
Carlos Eduardo Finkelstein
Sindicância e Disciplina
Alex Prist
Sinuca
Breno Raigorodsky
Carlos Shehtman
Squash
Leonardo Milner
Gabriel Huberman Tyles
Tênis
Pedro Kaufmann (Peter)
Ilan Drukier Waintrob
Tênis
Lia Kauffman Herszkowicz
Ligia Shehtman
Tênis
Sérgio Mester
Tobias Erlich
Tênis de Mesa
Roberto Weiser
Triathlon
Liane Schwarz Buchman
TESOUREIRO GERAL
Marcelo Ariel Rosenhek
Voleibol
Michelle Clerman
TESOUREIRO
Fernando Gelman
Xadrez
Henrique Salama Diretor Tesoureiro
Ivan Kraiser
VICE- PRESIDENTE PATRIMONIAL
Jacques Steinberg
Diretor de Manutenção
Rui Gelehreter da C. Lopes
Diretor de Obras
Sergio Mester
Diretor de Paisagismo
Maier Gilbert
Assessor de Paisagismo
Naum Cshapiro
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COMISSÃO DE OBRAS
CUIDAR DO CLUBE COMO SE FOSSE SUA CASA Composta principalmente por conselheiros veteranos, a Comissão de Obras do Conselho Deliberativo acompanha de perto o trabalho da Diretoria Executiva POR Magali Boguchwal
A
s reuniões dessa Comissão de Obras parecem um encontro de amigos. A maioria dos integrantes atua há mais de uma gestão e conhece bem a dinâmica do trabalho na infraestrutura do clube. “A relação com o vice-presidente de Obras e Patrimônio na gestão anterior, Fernando Gelman, foi muito produtiva e esperamos repetir esse ambiente de colaboração com o atual vice, Jacques Steinberg, muito receptivo em nossa primeira reunião desde o início do ano”, afirma Moysés Gross, um dos mais antigos do grupo, nesta gestão secretário. O coordenador Pedro Mahler conta que, na primeira reunião, a Comissão pediu ao Executivo o novo planejamento das obras futuras. “O planejamento anterior, feito por um arquiteto, foi alterado pela falta de verbas e esperamos hoje conhecer os novos planos para esse ano. Além das reuniões, acompanhamos a execução dos serviços, oferecendo sugestões. Trabalhando em conjunto, nós da comissão e o Executivo sempre chegamos a um consenso e, por isso,, o clube está cada dia melhor”, observa.
Além de Pedro e Moysés, participam da Comissão Aaron Bernardo Sondermann, Alberto Mucinic, Arthur Hollender, Eduardo Goldstein, Elias J. Salomão, Fábio Mester (Relator), Paulo Bronstein, Rosa Broner Worcman e Silvia L.S. Tabacow. Como seus colegas, Alberto Mucinic também quer melhorar o clube. “Na Comissão de Obras acompanhamos as obras previstas, oferecemos sugestões e observações a respeito do que deve ser mudado. Não se trata de fiscalizar o trabalho, mas de agregar valor para as obras a serem feitas”, afirma. Segundo Aaron B. Sondermann, em 2017 foram feitas muitas obras que a comissão acompanhou, do projeto à execução. “Claro que todas as obras sofrem mudanças e nossa tarefa era oferecer apoio para que elas fossem feitas a contento. Espero que com mais recursos, possamos repetir o mesmo bom desempenho”, opina o conselheiro. “Clube está melhorando no atendimento para trazer mais sócios e, para isso, novas atrações e obras são muito importantes”, completa. Desde a estreia na Comissão de
Obras, Fábio Mester foi indicado relator e, nessa condição, representa o grupo nas reuniões ordinárias do Conselho Deliberativo. Como o pai, Luiz, muitos anos atuante na Diretoria, Fábio é engenheiro e quer colaborar com o clube. “Para mim é muito importante poder trazer as experiências profissionais para o clube, assim como outros colegas desta Comissão. Juntos, os membros do Executivo e nós, da Comissão, podemos tomar as melhores decisões em benefício da Hebraica”, pontua. Conselheiro há apenas dois anos, Arthur Hollender é conselheiro há dois anos e também é novo na Comissão. “Membros de minha família se orgulham de colaborar como voluntários na comunidade e, no meu caso, trato a Hebraica como minha segunda casa, ou seja, gostaria de aplicar os materiais mais modernos e de consertar o que está errado como faço naturalmente em casa”, declarou durante a segunda reunião, diante dos integrantes do Executivo, que participam ativamente das reuniões da Comissão de Obras. “Queremos o máximo de eficiência com o menor custo possível, especialmente em uma época de orçamento curto”, completa. Silvia e Rosa são o olhar feminino nas reuniões da Comissão. “Eu não atuo na área de construção, mas depois de quatro ou cinco gestões ouvindo colegas de Comissão já me sinto confiante para opinar. Além de recepcionar os novatos, quero que eles saibam que nossa percepção de tempo difere da do Executivo, o que nos permite examinar os projetos sob uma ótica diversa e propor questões com o objetivo de melhorar ainda mais o que já chega para nós com muita qualidade”, conclui Silvia. 97
P
ara ter futuro é preciso valorizar nossa história, e em um final de semana do mês passado nossa Hebraica deu uma prova da valorização e do reconhecimento àqueles que dedicam parte da vida para trabalho comunitário e são exemplo para todos nós. Ao homenagear os ex-presidentes Beirel Zukerman e Naum Rotemberg, pilares da nossa história, homenageamos a todos os voluntários que deram sua contribuição para construir esta saga que já dura 65 anos. O que mais podemos dizer desses dois gigantes que da altura dos 90 anos de vida, lúcidos como poucos ainda, nos ensinam o que é judaísmo, sionismo, o significado de muito fazer sem nada querer em troca, tal como a história de quem planta tâmara sabendo que os frutos somente poderão ser colhidos na próxima geração. Nem por isso deixam de ser plantadas. Os nomes de Beirel e Naum perpetuados nas alamedas da Hebraica vão continuar florescendo e servindo de caminhos para o nosso futuro. Parabéns, Daniel Bialski e equipe, pela realização, parabéns, Gaby Milevski e equipe, pela dedicação e bom senso. Parabéns, Hebraica.
Am Israel Chai Shalom
Calendário Judaico Anual
CONSELHO DELIBERATIVO
2018 JULHO 01
DOMINGO
Jejum de 17 de Tamuz
21
SÁBADO
Início do jejum de Tishá
22
DOMINGO
27
6a FEIRA
Be Av ao anoitecer Fim do jejum de Tishá Be Av ao anoitecer Tu Be Av
SETEMBRO 09** DOMINGO 10** 2a FEIRA 11** 3a FEIRA
Véspera de Rosh Hashaná
18** 3a FEIRA 19** 4a FEIRA
Véspera de Iom Kipur
23 24*
DOMINGO
Véspera de Sucot
2a FEIRA
1o Dia de Sucot
25*
3a FEIRA
2o Dia de Sucot
30
DOMINGO
Véspera de Hoshaná Rabá
1o Dia de Rosh Hashaná 2o Dia de Rosh Hashaná Iom Kipur
7o Dia de Sucot
OUTUBRO 01* 02*
2a FEIRA
Shmini Atzeret - Izkor
3a FEIRA
Simchat Torá
NOVEMBRO 05
2a FEIRA
Dia em memória de Itzhak Rabin
DEZEMBRO 02
DOMINGO
09
DOMINGO
Ao anoitecer, 1A. vela de Chanucá Ao anoitecer, 8A. vela de Chanucá
2019 JANEIRO 21
2a FEIRA
Tu B’shvat
27
DOMINGO
Dia Internacional do Holocausto (ONU)
MARÇO 20
4a FEIRA
Jejum de Ester
21
5a FEIRA
Purim
22
6a FEIRA
Shushan Purim
ABRIL
Avi Gelberg PRESIDENTE DO CONSELHO DELIBERATIVO
19
6a FEIRA
Erev Pessach -1o Seder
20
SÁBADO
Pessach - 2o Seder
21 26*
DOMINGO
Pessach - 2o Dia
6 FEIRA
Pessach - 7o Dia
27
SÁBADO
Pessach - 8o Dia Izkor
a
MAIO
Reuniões Ordinárias do Conselho em 2018
13 Agosto
12
10
Novembro
Dezembro
02
5a FEIRA
08
4a FEIRA
Iom Hashoá - Dia do Holocausto Iom Hazikaron - Dia de Lembrança dos Caídos nas Guerras de Israel
09
5a FEIRA
Iom Haatzmaut - Dia da Independência do Estado de Israel - 71 anos
Mesa do Conselho PRESIDENTE VICE-PRESIDENTE VICE-PRESIDENTE 1O SECRETÁRIO 2O SECRETÁRIO
98
Avraham Gelberg Elisa R. Nigri Griner Vanessa Kogan Rosenbaum Isabel R. de Almeida Cohn Mariza de Aisenstein
ASSESSORES
23 Jairo Haber Dani Ajbezyc Alberto Sapocznik Jeffrey A. Vineyard Roberto Piernikarz Manuel David Korn
5a FEIRA
Lag Baômer
* Não há aula nas escolas judaicas **O clube interrompe suas atividades, funcionam apenas os serviços religiosos
CO OM OS CHA AZAN NIM M: GERSON HERSZKOWICZ Salão Nobre Marc Chagall ESTEBAN ABOLSKY Teatro Arthur Rubinstein DAVID KULLOCK Sinagoga Hebraica
ROSH H HA ASHA ANÁ
9, 10 e 11 de setembro
YOM M KIP PUR
18 e 19 de setembro Atividades especiais para as crianças durante o horário das principais rezas. Convites a disposição na Central de Atendimento: 3818-8888