Hebraica Mar 18

HUMOR JUDAICO

Uma vitória sobre a insensatez

PURIM

“Megilat Ester”, o livro do exílio

Ano LIX No 673

Março 2018 Adar / Nissan 5778

PALAVRA DA DIRETORIA

Segundo as estatísticas, nós, os judeus, somos bem menos de 1% da população mundial.

No entanto, embora quantitativamente isso signifique pouco, a história é prova de que sempre nos destacamos dando razão ao dito popular “somos poucos, mas parecemos muitos”. É grande a contribuição dos judeus em todos os ramos do conhecimento humano a ponto de mais de 150 dos nossos, uma proporção enorme em relação à população judaica, terem ganhado o Prêmio Nobel.

Isso se repete no Brasil e para onde nos viramos sempre há um judeu se destacando.

Mas um grande desafio bate à nossa porta.

A modernidade, com sua carga de desapego aos valores e tradições, muitas vezes tem afastado os jovens do seio da nossa comunidade.

Uma das grandes bandeiras da Hebraica, na verdade uma missão, é atrair esse público para viver mais ativamente e com mais frequência nosso clube.

Vamos insistir em firmar e confirmar a Hebraica como um verdadeiro centro comunitário com tudo o que isso significa. Aqui tem esporte, lazer, convívio comunitário e social e exerce um papel importante na transmissão da nossa história e das nossas mais caras tradições, ao longo de gerações. Le dor va dor.

Existem muitas teorias que tentam explicar a razão dessa continuidade, mas é simples: nenhum outro povo dedicou tanto de suas energias, sem descanso, nesse sentido. É a convivência em comunhão que ajudará na formação da identidade judaica dos nossos filhos, netos e amigos.

Não há nada inevitável sobre a identidade judaica. Na Diáspora, os judeus se esforçam para parecer o que, de fato, são: judeus. Em Israel são todos judeus. São irmãos, da mesma tribo.

Tal como se lê na Bíblia: Shevet achim gam ia-

chad. Lá se é judeu porque vive no que se convencionou chamar de Estado Judeu, onde todos os aromas e sabores são judeus, do mundo todo. O idioma é o hebraico. O calendário é judaico.

Os dias de descanso e celebrações são aqueles mencionados na Torá. Ali estão as cidades onde Abraham, Itzhak e Yaacov armaram as suas tendas. Há a majestosa Jerusalém, a cidade de David.

Aqui, nossa luta é manter a união e preservar nossos princípios e nossa gente. Vivemos aquilo que aprendemos. Se não aprendermos o que é ser judeu, o antissemitismo nos dirá. Porém, devemos repassar aos nossos filhos o orgulho e a honra de serem judeus. Temos de ter orgulho da nossa religião, do nosso povo, do nosso clube. Celebrar e comemorar sempre a vida. Às vésperas de Purim, a alegria era contagiante dentro e fora do clube. Diversos eventos, o retorno aos treinamentos, aulas e convívio. E devemos lembrar nossa participação na “Folia na Faria” em parceria com outros grandes clubes de São Paulo, mostrando que estamos no caminho certo. Vamos fortalecê-lo e aprimorá-lo. O grupo que atualmente dirige a Hebraica está focado nesse objetivo.

Qual o segredo da continuidade judaica? Não sei ao certo.

Meu saudoso pai dizia sempre: siga seu coração. Assim educo meus filhos. Minha esperança é poder contribuir com o melhor de meus esforços nessa tarefa de transmitir os valores éticos que constituem o judaísmo.

Shalom Daniel Leon Bialski Presidente

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SUMÁRIO AGENDA ENTREVISTA ACONTECE REGISTRO ESPORTES

TREINO EXCLUSIVO PARA OS JUDOCAS FAIXAS PRETAS REUNIU ATLETAS DE VÁRIAS GERAÇÕES

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CAPA MAGAZINE GALERIA OPINIÃO ENSAIO

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CARTA DA REDAÇÃO

ANO LVII | NO 673 | MARÇO 2018 | ADAR/NISSAN 5778

DIRETOR-FUNDADOR SAUL SHNAIDER (Z’L) PUBLISHER FLAVIO MENDES BITELMAN

Sai Ariel Finguerman, entra Miriam Sanger

DIRETOR DE REDAÇÃO BERNARDO LERER EDITOR-ASSISTENTE JULIO NOBRE SECRETÁRIA DE REDAÇÃO MAGALI BOGUCHWAL REPORTAGEM TANIA PLAPLER TARANDACH TRADUÇÃO ELLEN CORDEIRO DE REZENDE CORRESPONDENTES ARIEL FINGUERMAN, ISRAEL FOTOGRAFIA FLÁVIO M. SANTOS FOTO CAPA DIVULGAÇÃO

A reportagem de capa desta edição, o trem ligando Tel Aviv a Jerusalém, obra de mais de dois bilhões de dólares, é a última das 207 de Ariel Finguerman, jornalista formado pela ECA/USP, mestre em Filosofia das Religiões pela Universidade de Tel Aviv e, mais recentemente, requisitado guia turístico em Israel.

Ele escreveu o primeiro texto em janeiro de 2001 quando aceitou participar do projeto editorial de transformar a revista Hebraica na melhor publicação da comunidade judaica do Brasil. De fato, ao solicitar, conseguir e publicar entrevistas com figuras importantes como os escritores Amos Oz, AB Yehoshua e Aharon Appelfeld, o então presidente de Israel Moshé Katzav, o líder palestino Marwan Barghouti, o talmudista rabino Adin Even Steinsaltz, e intelectuais como Dina Porat, Asa Casher e outros, Ariel apresentava a Revista como “the leading Jewish magazine in Brazil”.

Quando a entrevista terminava, pediam a ele que lhes mostrasse a Revista. Talvez não acreditassem que a revista de clube de uma comunidade pouco expressiva, como a dos judeus brasileiros, tivesse interesse neles. No entanto, ao recebê-la e ler o material publicado derramavam-se em elogios, agradecimentos e o kavod de se verem retratados.

Ele será substituído pela jornalista e escritora Miriam Sanger que fez aliá em 2012 e publicara, aqui mesmo, há algum tempo, um saboroso texto a respeito de Raanana, cidade litorânea próxima de Tel Aviv, onde vivem milhares de brasileiros. Trabalhou na Folha de São Paulo, escreveu quatro livros e recentemente lançou, pela Educ, a editora da PUC, a tradução para o português de A Força da Mentira, da juíza israelense Hadassa Ben-Itto, que trata da origem dos “Protocolos dos Sábios de Sião”. Em Israel, além de tradutora e intérprete, escreve reportagens como free lancer de O Globo, Folha, Estadão e Época Negócios. Em Raanana foi uma das fundadoras da Kehilat Or Israel, “a sinagoga dos brasileiros”.

O primeiro texto de Miriam, acerca de Pessach em Israel, será publicado na edição de abril. Ela ama Israel e não acredita existir melhor lugar para um judeu viver. “Vim para cá para mostrar um outro lado de Israel pouco tratado pelos meios de comunicação. O país tem vivacidade e energia únicas, que atraem pessoas curiosas – como eu. Acredito na igualdade de direitos e na criação de dois Estados que se respeitem e se enxerguem como iguais”.

Boa leitura.

Shalom Bernardo Lerer – Diretor de Redação

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Por Tania Tarandach

Cerimônia do Dia Internacional do Holocausto, na Sinagoga Etz Chayim, da CIP

O presidente da Conib Fernando Lottenberg concedeu uma entrevista exclusiva à revista Hebraica. Na pauta, um resumo do triênio 2014/2017, antissemitismo, antissionismo, as demandas dos judeus brasileiros, a inclusão do Holocausto na base curricular e os planos para o próximo triênio 12

O

primeiro triênio de Fernando Lottenberg como presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib) terminou em dezembro de 2017, período em que a instituição desenvolveu várias ações importantes para a comunidade judaica no Brasil, duas das quais foram além dos limites comunitários, beneficiando a sociedade de modo geral: a aprovação pela Câmara dos Deputados, em fevereiro de 2016, da lei que tipifica o crime de terrorismo no Brasil, sancionada pela então presidente Dilma Rousseff no mês seguinte; a outra foi a alteração da data das provas do Enem, após consulta pública no início de 2017, demanda da Conib que passou por vários ministros e gestões.

O Ministério da Educação decidiu pela realização do exame em dois domingos seguidos, possibilitando aos alunos de diferentes credos fazerem as provas em condições de igualdade com todos os demais. E a 48a Convenção da Conib, no final de 2017, ratificou o trabalho de Lottenberg.

O jantar na Hebraica, como parte da Convenção, reuniu políticos, autoridades religiosas e representantes das federadas de todo o país, principalmente jovens, e a presença do diretor executivo do American Jewish Committee, David Harris, sinal de prestígio da Conib, com repercussão internacional.

Reeleito por unanimidade, Lottenberg fez um balanço das realizações do triênio 2014 a 2017 e traçou planos para os próximos três anos à frente da entidade. Em entrevista à revista Hebraica, Lottenberg resumiu o primeiro mandato e fez uma previsão do que serão os próximos três anos.

Hebraica – Qual o balanço deste primeiro mandato?

Fernando Lottenberg – A última convenção da Conib foi um marco histórico pela presença das lideranças e os depoimentos ouvidos durante o jantar. Estou satisfeito com os resultados alcançados em três anos, embora em alguns poucos casos, os objetivos ainda não estejam totalmente definidos. Porque nem tudo que imaginávamos pôde ser confirmado. No discurso de posse, em 2014, apresentei um plano e apesar da situação econômica que se seguiu, fizemos muito. É um trabalho de equipe, de olho em resultados concretos, de bastidores, articulação e de conquistas efetivas para a comunidade. Em 2016, antes dos Jogos Olímpicos tivemos encontros com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, e com o chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, para tratar de segurança e defesa e a ampliação da cooperação bilateral Brasil-Israel naquele evento. E enfim foi realizada a cerimônia, pleiteada desde 1972, de homenagem aos atletas israelenses assassinados nas Olimpíadas de Munique.

Neste primeiro mandato, inúmeros foram os contatos com dirigentes, tanto nacional como internacionalmente. Atuamos na diplomacia junto ao presidente Reuven Rivlin e o primeiro-ministro Biniamin Netaniahu, para nomear um novo embaixador de Israel, após muito tempo sem

um representante em Brasília.

A Conib e a Fisesp, com o apoio do Project Interchange, ligado ao American Jewish Committee, realizaram missões parlamentares, a mais recente em janeiro último com senadores e deputados de vários estados, independentemente de filiação partidária, para visitar Israel. Também ministros foram a Israel trocar experiências.

Outro setor foi o do diálogo interreligioso.

O papa Francisco recebeu uma delegação da Conib como parte das comemorações do 50o Aniversário da encíclica Nostra Aetate. O diálogo se estende com a comunidade muçulmana e com a comunidade negra em diferentes ações conjuntas.

Tivemos importantes avanços na área educacional. A demanda por capacitação levou à criação de uma rede de educadores, o Conecteinu, apoiado pelo Instituto Samuel Klein. Este programa interliga professores, capacitando-os e acompanhando suas necessidades. Estas foram algumas das inúmeras ações da Conib nesses últimos três anos.

Qual a sua percepção da presença da comunidade judaica brasileira nesses contextos?

Lottenberg – Não podemos temer expor nossas questões. Existe espaço para avançar em todos os setores, o importante é o respeito. Ele deve prevalecer em tudo que fazemos.

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A pauta do destino de Israel impacta, está cada vez muito mais próxima e é grande o interesse das pessoas.

Política israelense, Kotel, conversão, tudo diz respeito também a nós, judeus da Diáspora. É uma simbiose comunitária e há momentos de divergência, mas devemos estar unidos em torno do judaísmo, seja aqui, em Israel ou em qualquer outro lugar.

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ENTREVISTA

(Fernando Lottenberg, presidente da Conib)

Celso Lafer, Fernando Lottenberg, Sérgio Malbergier e Akemi Kamimura na Convenção da Conib

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(foto Gustavo Gerchmann)

ENTREVISTA O presidente e a instituição Conib têm que se identificar com Israel ou com a comunidade judaica que representa?

Lottenberg – Os dois. Com Israel, é parte de nossa missão esclarecer o que acontece lá e fortalecer sempre os laços com o Estado. Esse diálogo constante contribui para os dois lados. Os governos são eleitos democraticamente, com os quais não temos compromisso. A Conib é totalmente apartidária, nosso mandato é dado pela comunidade para representá-la.

Qual será o posicionamento da Conib em relação às eleições presidenciais deste ano, as mais ruidosas dos últimos tempos?

Lottenberg – Com relação à política, este ano planejamos ouvir os candidatos e expor nossas questões. Organizar sem improviso, sem partidarismo. A comunidade precisa saber o que cada candidato propõe para as questões que nos dizem respeito. Temos demandas.

A cada ano que passa mais se torna controversa a posição dos judeus da Diáspora em relação às políticas de Israel. Qual o papel da Conib, como se situa a entidade neste embate/debate?

Lottenberg – Cada vez mais controversa. A pauta do destino de Israel impacta, está cada vez muito mais próxima e é grande o interesse das pessoas. Política israelense, Kotel, conversão, tudo diz respeito também a nós, judeus da Diáspora. É uma simbiose comunitária e há momentos de divergência, mas devemos estar unidos em torno do judaísmo, seja aqui, em Israel ou em qualquer outro lugar.

A questão do Holocausto vai tomar e se tornar a agenda da Conib neste e nos próximos anos?

Lottenberg – Cada vez mais vemos o antissemitismo e antissionismo ganharem corpo na Europa, o que nos preocupa muito.

Falar a respeito do Holocausto, realizar atos de lembrança, ensinar as novas gerações a 14

Ministro Mendonça Filho durante visita ao Yad Vashem Fernando Lottenberg recebe David Harris, diretor executivo do American Jewish Committee

respeito dos fatos históricos integram uma linha de atuação cada vez mais necessária.

Fazem parte da agenda da Conib, com certeza. Este ano alcançamos uma grande vitória com a inclusão do Holocausto na base curricular. Não será imediata, pois dependemos da formação de professores aptos a educarem, mas é um grande passo.

seu último mandato como presidente da Conib. Alguém está sendo preparado para assumir? Você acredita que o próximo presidente da entidade terá a mesma formação que nomes como Cláudio Lottenberg, Jack Terpins e você tiveram? Conhecem o judaísmo como vocês?

Lottenberg – As pessoas que compõem a atual diretoria da Conib são nomes de altíssima qualidade. Estou muito tranquilo, é gente interessada, com conhecimento, sabe falar a língua do mundo de hoje. Esse item não me preocupa.

O uso indiscriminado das mídias sociais tem cada vez mais pessoas dando palpites sobre assuntos referentes a Israel e à presença das entidades teto – Fisesp e Conib.

Como você vê esse “problema” e o que pode ser feito para essas pessoas sentirem maior respaldo das entidades?

Lottenberg – A mídia é fundamental. A Conib está inserida nos diversos canais, edita uma newsletter. Sempre se posicionando e informando a comunidade. Nossa posição é preencher cada vez mais o noticiário positivamente, diversificar a pauta para que o que acontece na sociedade israelense colabore mais para essa aproximação. Estamos alertas e os números de acesso às mídias mostram o acerto dessa presença da instituição. Estamos abertos ao diálogo, sempre.

O que podemos esperar nestes próximos três anos?

Lottenberg – Em maio próximo, a independência de Israel e a Conib completam setenta anos e estamos nos preparando para comemorar. Temos material para recuperar essa história

Você vem de uma linhagem de dirigentes comunitários e este deve ser, possivelmente,

Seminário em Manaus: Sérgio Napchan, Eduardo Wurzmann, Anne Benchimol, Fernando Lottenberg, Revital Poleg e Boris Ber

como comunidade organizada.

Iniciamos este novo mandato com vários eixos. Seguiremos combatendo o antissemitismo e atuando na defesa e nas boas relações com Israel. Acompanhamos o posicionamento do Brasil nos movimentos internacionais, para trazer o mundo para cá e levar para fora. Exemplos: a proximidade com o Congresso Judaico Mundial, onde participamos do Comitê Executivo. Vamos levar para os Estados Unidos a história da fundação de Nova Amsterdã, a Nova York de hoje, pelos judeus saídos de Pernambuco. Em junho ou agosto virá o Instituto Iídiche de Vilna, Lituânia. É a projeção da comunidade brasileira no cenário internacional.

Internamente, estamos iniciando um trabalho com o Ministério da Educação para incluir professores que selecionem livros didáticos, previsto para 2019. Continuamos os contatos com católicos e evangélicos para que estejam ao nosso lado. Temos a intenção de trazer um capítulo do American Jewish Committee para cá, assim como fechar um acordo com a Universidade de Tel Aviv e o Insper. O antissemitismo no âmbito universitário é uma de nossas metas e manter o diálogo na área de direitos humanos. E daremos sequência às missões parlamentares a Israel.

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ACONTECE

Baile de Purim da Escola Maternal no Espaço Adolpho Bloch em 2014

Março concentra duas importantes festas do calendário judaico, Purim, nos primeiros dias, e Pessach na última semana, ambas com ensinamentos que se mostram sempre atuais

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E

ste ano, a Escola Maternal e Infantil comemorou o Tu Bishvat nos primeiros dias do ano letivo. “Isso é raro, porque em geral quando as aulas, começam o Ano Novo das Árvores já passou e a primeira festa judaica nas salas de aula é Purim”, conta a coordenadora da área de hebraico, Laís Katz.

“Março é um período muito feliz na escola, porque Purim nos possibilita trabalhar valores como o da alegria, que está atrelado à salvação do povo judeu, com elementos como o baile, as fantasias, o costume do mishloach manot, que cumprimos por meio da troca de alimentos saudáveis entre as crianças”, conta Laís, que divide com a professora Renata Gildin a tarefa de despertar o interesse dos alunos pela saga de Ester, Mordechai e Hamã.

“Como são crianças de 1 ano e 2 meses a 6 anos o trabalho não é feito com cada personagem em separado, mas com a história geral contada em Megilat Ester. Na educação infantil, o mais importante é que as crianças vivenciem o chag (festa) aprendendo músicas, dançando, conhecendo costumes e valores como, por exemplo, comer o oznei Haman (literalmente “orelhas de Hamã”, um doce triangular em formato de orelha). Cada atividade se propõe a dar

às crianças uma determinada experiência”, completa Laís.

Segundo elas, a cada ano, os alunos vão acumulando conhecimentos a respeito da festa. “Quando bem pequenas, as crianças aprendem e gostam de cantar Chag Purim, uma canção tão alegre, que ecoa pela escola o ano inteiro. No ano seguinte, aprendem mais uma música e assim por diante também com outros elementos da festa”, conta Renata.

As duas professoras ressaltam que cada classe tem na parede um calendário que é preenchido à medida que as festas judaicas se aproximam. “Além de ampliar o repertório de músicas que se referem à festa, adquirem vocabulário em hebraico, Quando chegam aos 6 anos, sabem a ordem das festas, conhecem as músicas e os costumes relativos a cada festividade judaica, não só Purim”, explicam.

A história e as tradições de Purim ganham destaque na atividade da contadora de histórias Jane Fuchs. Antes de se dedicar a essa profissão que ganha mais adeptos a cada ano, ela era professora em uma escola da comunidade.

“Quando conto histórias ligadas às festas judaicas, enfatizo valores, como o da malká Ester. Ela é judia, assim como o tio dela, Mordechai. Gosto de deixar claro para as crianças como ela mostra preocupação com o próximo e também a luta do nosso povo pela sobrevivência e autopreservação, que remonta à Pérsia ou antes”, descreve.

Com o auxílio de bonecos representando o rei Achashverosh e a rainha Ester, Jane aborda o aspecto lúdico de Purim, “a história de Purim mistura alegria e tristeza. Há uma ameaça de morte pesando sobre os judeus e sua

MEGA PURIM pra todos

recusa em se submeter ao Hamã”.

Quando se apresenta em eventos de Purim, ela leva o público a se identificar com os personagens. “Converso com as crianças a respeito de porque o rei escolheu Ester e como evoluiu de uma pessoa brava para uma pessoa doce, em parte porque ela era meiga. No momento em que ele diz a ela ‘pode contar comigo’...’estou ao seu lado’ e, aí sim, ela revela sua verdadeira identidade como judia”, exemplifica.

Para ela, entre as datas do calendário judaico, Pessach é a festa mais fácil de traduzir em histórias infantis, porque as crianças se identificam com o bebê Moisés.

“Elas querem saber quem é ele e porque foi colocado no rio Nilo para flutuar em uma cesta. Para mim, a vigília da mãe, Iochevet, que, escondida, observa aonde a cesta vai parar é algo muito típico nas mães judias”, comenta ela.

Além dos símbolos que atraem o público infantil, Purim também é uma festa voltada para os adultos. Nas sinagogas é feita a leitura de Megilat Ester e todos acionam o rashan sempre que o nome de Hamã é mencionado.

Para o diretor superintendente Gaby Milevsky, “o episódio existencial dos judeus, que viveram no período dos persas foi um dos muitos em que a identidade judaica foi colocada em cheque. Quando pensamos que chegou muito próximo do xeque-mate, um termo utilizado pelos que praticam xadrez, percebemos que a questão da identidade é fundamental. Trata-se de morrer, mas de se manter ereto. Purim teve um final feliz e poucas vezes na história judaica temos relatos com finais assim, então é uma data digna de comemoração”, analisa. (M. B.)

No primeiro fim de semana deste mês de março, a Hebraica vai comemorar a festa de Purim, com destaque para o Mega Purim, domingo, dia 4, quando estão programadas atividades para o público infantojuvenil com a participação dos departamentos Centro Juvenil Hebraikeinu, After School e de Danças.

Já dia 31, as famílias participarão do Segundo Seder de Pessach, uma tradição com mais de meio século no clube. Já estão confirmadas as participações do chazan Gerson Herszkowicz, da cantora Regis Karlik e do coral Zemer. Mais informações na Central de Atendimento, pelo telefone 3818-8855.

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ACONTECE

Por Rabino Adin Steinsaltz *

MEGILAT ESTER

O livro do exílio Purim é um festival extraordinário no calendário judaico.

Distingue-se de todos os demais pelo caráter que recebeu em gerações posteriores, mas principalmente por sua fonte mais importante – Megilat Ester

A leitura da Megilá é, tradicionalmente, um importante momento de Purim

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A

natureza diferente dos costumes de Purim e de Megilat Ester pode ser vista se comparada à Chanuká, o festival judeu mais próximo tanto do ponto de vista de tempo quanto de significado. Apesar de os Livros dos Macabeus não tenham se tornado parte da Bíblia canônica, de todo modo pertencem ao “meio” filosófico e estilístico dos livros bíblicos pelos eventos que relatam, o caráter das personagens principais e as questões religiosas e nacionais que se aproximam dos textos anteriores.

Comparado a eles, Megilat Ester parece estar quase do outro lado da distância entre o sublime e o ridículo: o pomposo e inconstante Assuero; o malvado e mesquinho Hamã; Ester, cuja ascensão à grandeza lembra a história da Cinderela e o justo Mordechai, que se enreda nas intrigas da corte de um tirano oriental. Os comentadores também observaram que o nome de D’us não aparece uma única vez em toda a Megilá, nem mesmo como título. Portanto, não é de se admirar que nos tempos mishnaicos nossos sábios di-

vergiam quanto a incluir ou não este livro nas Sagradas Escrituras.

A pista de todas essas peculiaridades pode ser encontrada em uma única questão – o Purim é o Festival do Exílio, e Megilat Ester é o Livro do Exílio. Em certo sentido, Megilat Ester é o modelo básico da vida do povo judeu no desterro. Toda a sua história, que parece um melodrama simplista e um conto mítico, desvinculado da realidade, assume um significado verdadeiro, sério e mesmo trágico quando se olha como o espelho da história judaica não só na época de Mordechai e Ester, mas também de toda a história dos judeus nos anos de banimento.

Assuero, o grande rei que governa “cento e vinte e sete províncias”, que passa a maior parte dos seus dias em festas regadas à bebida e em haréns, e quase inadvertidamente aprova um decreto capaz de destruir e matar todos os judeus ignorando as possíveis implicações – é apenas mera criatura da imaginação? De uma forma ou de outra, ele faz parte de todas as gerações. Ele pode ser uma figura insignificante e ridícula apesar de tiranos tolos e fracos poderem causar terríveis destruições ao povo judeu no exílio.

Quanto a Hamã – a respeito de quem há vários contos agádicos, que de alguma forma se torna o governante de facto da terra, e decidiu que o ódio pessoal, a superstição ou qualquer outro tipo de bobagem é justificativa suficiente para matar todos os judeus –, não é preciso procurar muito longe para encontrá-lo, de tempos em tempos, real e ameaçador.

Em Megilat Ester, Hamã é claramente uma figura cômica. No entanto, ao longo da nossa história esse personagem foi acompanhado de lágrimas e sangue. O discurso de exortação de Hamã ao rei acerca de um certo povo espalhado entre os povos do seu reino, cujas leis diferem das de todos os outros, que não obedecem às leis do rei e, por isso, o rei não deve suportá-lo (Ester 3:8) – não mudou muito nos 2.500 anos decorridos desde então. Com pequenas variações, é repetido até hoje por Hamãs modernos pelo mundo. Essa figura patética não provoca risos, mas temor.

Pode-se discorrer e ilustrar como essa história estranha, intrigante e ridícula de Megilat Ester – que seria engraçada, se não fosse trágica – tem se repetido a cada geração pelo mundo. Segundo o Midrash, os protagonistas da Megilá, Assuero e Hamã, são personagens que representam a si mesmos e também protótipos de milhares de outros que, como eles, desenvolvem o mal fundamental da existência judaica no exílio: um povo que não tem apoio real, cujos direitos são sempre esquecidos, cujas deficiências sempre serão notadas e contra quem o capricho de qualquer governante poderá recair. Isto é, o eterno bode expiatório.

Megilat Ester é, portanto, o pergaminho do “esconderijo do rosto divino”, do povo judeu no exílio, em que as maiores ameaças contra a própria existência começam com o que parece ser uma comédia, e mesmo os milagres que ocorrem durante seu resgate decorrem da natureza e do “solo” do exílio.

Apenas uma visão muito profunda, que vê o futuro judaico e que tem por base uma fé forte e inabalável poderia ter incluído Megilat Ester entre os livros canônicos da Bíblia. Pois este livro é a essência da vida judaica no exílio e da fé que, por trás de todas as causas externas, esconde-se o “guardião de Israel”.

A Megilá ensina que o povo judeu deve aprender a viver esse tipo de vida, esperando milagres escondidos nos tortuosos e sinuosos caminhos da história. Devemos acreditar que “o alívio e a libertação surgirão para os judeus...”, e que nos momentos de angústia a assimilação, as máscaras não ajudarão mesmo aqueles recebidos no próprio palácio do rei. E, apesar de tudo, há esperança.

A história de Megilat Ester continuará enquanto o exílio persistir, e enquanto o mundo insistir em funcionar com o “esconderijo da Face Divina” e “o esconderijo do Nome Divino”. Breve virá o tempo em que não vamos mais compreender a seriedade da Megilá, quando poderemos lê-la de modo verdadeiramente frívolo, sabendo que é apenas um conto de tempos passados que nunca mais retornará.

Devemos acreditar que “o alívio e a libertação surgirão para os judeus...”, e que nos momentos de angústia a assimilação, as máscaras não ajudarão mesmo aqueles recebidos no próprio palácio do rei

* Professor, filósofo, um dos mais importantes talmudistas vivos

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RECUPERAÇÃO DO PISO DAS QUADRAS DE TÊNIS 7-8.

Previsão de término 23/03

A PARTIR DE MARÇO/2018, ACOMPANHANDO AS NORMAS LEGAIS, SERÁ NECESSÁRIO O LOGIN (USUÁRIO E SENHA) PARA ACESSAR O WI-FI NA HEBRAICA. Basta apenas um único registro que já valerá para os demais acessos

ACONTECE

Film mes do Oscar no conforto do clu ube Antes mesmo da escolha dos jurados à premiação do Oscar, os sócios assistiram a vários filmes que se tornaram candidatos à estatueta.

Este mês, a programação de cinema no clube traz mais alguns títulos escolhidos

O

primeiro filme será dias 3, às 20h30, e 4, às 16 horas, de Com Amor, Van Gogh, na programação da Semana Cultural da Holanda. Indicado ao prêmio de melhor animação, a cinebiografia conta a história do pintor holandês por meio dos seus quadros. Ainda dia 4, às 19 horas, haverá a pré-estreia do documentário A Vida Acima de Tudo, biografia de Nanette Konig, sobrevivente da Shoá, com a presença dela, para um bate-papo em seguida.

Na véspera do Dia da Mulher, dia 7, estará na tela A Número Um, filme francês que conta a vida de Emmanuelle Blachey, engenheira e diretora executiva de uma grande empresa. Com cinco indicações ao Oscar, entre elas a de melhor filme e melhor atriz, dias 10, às 20h30, e 11, às 16h e 19h, será a vez de assistir Lady Bird – A Hora de Voar.

Agende os horários das 16 e 19 horas do dia 18 para assistir a um filme israelense, cujo título será anunciado brevemente. Roda Gigante, o mais recente filme de Woody Allen poderá ser visto dia 21, na matinê, às 14h30, e na sessão noturna, às 20h30.

Indicado como melhor filme e melhor atriz (Meryl Streep), The Post – A Guerra Secreta, dirigido por Steven Spielberg, terá sessões sábado, dia 24, às 20h30, e domingo, 25, às 16 e 19 horas. Quarta-feira, dia 28, às 14h30 e às 20h30, a pré-estreia será com Juliette Binoche e Gerard Depardieu no título Deixe a Luz do Sol Entrar.

Feliz Idade promete agradar a todos

M

arço começa com um tema importante: quinta-feira, dia 1o, Paulo Gergely fala de “Medicamentos: o Direito que Temos e não Sabemos”. Sábado, dia 3, é a vez de Mara Herbst Kahan falar de “Olhando-se Através da Arteterapia”.

Dia 8, haverá uma visita monitorada à Fundação Ema Klabin, onde morou esta senhora, benemérita das artes, na casa que está como ela deixou. Saída às 13h30 e retorno às 16 horas.

Uma tarde lúdica vai acontecer sábado, dia 10. Diana Ishimitsu vai mostrar as “Lendas do Mundo e Origami”. Dia 15, quinta-feira, será a vez de ouvir a advogada e jornalista Patrícia Marques Barros e a psicóloga Sandra Goreti Marques. Elas mostram que a felicidade é uma escolha.

O bingo é sempre uma atração e o primeiro deste ano está agendado para sábado, dia 17. Quinta-feira, dia 22, a psicóloga Ana Perwin Fraiman, sempre bem-vinda, vai falar de “Psicologia Econômico-Financeira: Como Lidar com seu Dinheiro e Tirar o Melhor Proveito de seus Valores”. No sábado seguinte, dia 24, a naturopata Giovanna Sapienza traz o tema “Responsabilidade Emocional”. Todos eventos a partir das 14h340, na Plenária.

Pessach está chegando e para se preparar nada melhor do que uma tarde com o culinarista Breno Lerner e suas receitas deliciosas.

Reservem a data: quinta-feira, 29, às 14h30, no Espaço Gourmet.

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Segundo Seder de Pessach na Hebraica

Por Tania Plapler Tarandach

O Segundo Seder de Pessach, tradicional no calendário do clube, está sendo preparado para agradar a todos dia 31 de março, depois do Shabat. Chazan Gerson Herszkowicz e Coral Zemer ensaiando números que complementarão a leitura da Hagadá, mais a voz inspirada de Regis Karlik.

Em um ambiente alegre, no qual as crianças têm papel especial junto com pais e avós. Os lugares já estão disponíveis na Central de Atendimento, fones 3818-8888/8889.

“Experience” no Clube 1000

O

Departamento Social Cultural promete muitas surpresas este ano. A primeira é o “Clube 1000 Experience”, com show de George Israel, sax do Kid Abelha.

Dia 24, a partir das 21h, e o tema será “Experience”.

Carioca, nascido em plena era do rock and roll, quando o som dos Rolling Stones e Beatles embalavam a juventude, George Israel é compositor e participa como saxofonista e violonista desde a formação do Kid Abelha, em 1981. Mantém carreira solo a partir de 2004. Entre os cinco milhões de discos e DVD’s vendidos estão as parcerias com nomes como Paula Toller e Cazuza, presença no Rock In Rio e outros festivais “por aí”, contabilizando mais de setecentas apresentações em festas, casamentos e shows pelo Brasil. Acompanhado de um deejay, os

“Aonde Vamos?” inicia o ano Seu carro é antigo?

Exponha essa raridade Uma chamada do Departamento Social Cultural: você tem um carro dos anos 1953 a 1977, nacional ou importado? Pois entre em contato pelo telefone 3818-8888 e passe as especificações. E aí, no final de semana de 14 e 15 de abril, quem andar pelo clube vai ver essas “joias”, que desfilavam antigamente pela cidade, ainda longe do trânsito de hoje. Na edição de abril haverá mais novidades a respeito desse evento.

Aguarde.

“A Linguagem da Memória na Literatura” é o título do primeiro “Aonde Vamos?” realizado pela Biblioteca, com apresentação de Vivien Schlesinger. O convidado desta tarde será João A. Carrascoza, escritor e professor universitário, que vai discorrer a respeito do papel da memória em sua obra.

Autor de três romances, doze livros de contos e dezenas de livros de literatura infanto-juvenil, em 2012 recebeu o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) e teve indicações para os prêmios Jabuti e Portugal, na categoria contos e crônicas.

O encontro acontecerá dia 24, às 17 horas, na Sala da Plenária. Dias antes, o grupo do Clube de Leitura discute A Trilogia do Adeus, de sua autoria.

solos de seu sax trazem improvisos das músicas gravadas, grandes hits, consagrados pelos fãs incondicionais, que farão a alegria dos sócios e convidados dessa noite.

Informações e ingressos estão na Central de Atendimento, fones 3818-8888/8889.

Chiaroscuro na Galeria

A

té dia 18, Carlos Zibel mostra sua obra na Galeria de Arte. Consagrado com vários prêmios, o artista plástico e visual já expôs várias vezes em espaços internacionais.

“Chiaroscuro – a Pintura como Luz e Sombra” apresenta dez telas de tamanhos variados, em que a marca é a utilização de jogos de luz e sombra em busca dos princípios constitutivos do cosmos natural e humano. Os primeiros trabalhos da série foram lançados em 2000 com sucesso no Museu de Arte Contemporânea de Campinas, e continuaram até 2017, em técnica mista, com o emprego de resina acrílica, betume da Judeia, látex líquido, verniz, tintas spray e acrílica.

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REGISTRO

Curso sobre investimento foi ministrado pela ONG Anjos do Brasil

U No primeiro bimestre de 2018, o Merkaz manteve aberto o coworking e preencheu a agenda de eventos com um curso da ONG Anjos do Brasil, para incentivar o investimento em startups e negócios de inovação 24

m dos eventos do Merkaz, nos dois primeiros meses de 2018, foi um curso em parceria com a ONG Anjos do Brasil para incentivar investimento anjo em startups e negócios de inovação. A palestra de apresentação do curso, na Sala Plenária, atraiu grande número de interessados, muitos dos quais se inscreveram para o curso de oito horas de duração.

Em dois anos de existência, o Merkaz organizou 35 eventos e mais de dois mil participantes. Hoje o projeto tem sessenta empresas cadastradas e sessenta mentores ativos. O agendamento do debate a respeito de “Capitalismo Consciente”, no final de fevereiro, teve o mesmo objetivo de divulgar novos conceitos e práticas no mundo dos negócios.

Os empresários Rony Meisler, do Grupo Reserva, Hugo Bethlem, gestor do Instituto Capitalismo Consciente Brasil, e Ziv Aviram, da OrCam, expuseram suas ideias. Segundo Pedro Muszkat, o mentor no Merkaz advogado Roberto Goldstajn contatou Rony e Hugo e os convidou para o evento.

“Eis aí outro fator que diferencia o Merkaz de outras iniciativas destinadas a incentivar o empreendedorismo. Nossos mentores vão além de orientar os jovens em seus projetos e colaboram para o Merkaz atingir um público diversificado dentro e fora da comunidade judaica”, ressalta Pedro. (M. B.)

COLUNA UM

Tania Plapler Tarandach imprensa@taran.com.br

Novo curso do JLI Brasil (foto Guga Guerchmann)

Parlamentares brasileiros conhecem a realidade israelense

N

a terceira viagem organizada pela Conib, Fisesp e Project Interchange, do American Jewish Committee, os senadores Álvaro Dias (Podemos-PR), Cristovam Buarque (PPS-DF), Lasier Martins (PSD-RS) e os deputados Arthur Maia (PPS-BA) e Guilherme Mussi (PP-SP) conheceram Israel e a realidade do Oriente Médio, se reuniram com autoridades de Israel e da Autoridade Palestina, um ministro da Suprema Corte, representantes de organizações e empresas israelenses.

Segundo o senador Álvaro Dias, “foi muito importante conhecer um país pequeno, com uma grande história, que alimenta as esperanças de um futuro melhor para a humanidade, e que, superando os percalços, construiu uma civilização generosa, democrática e, sobretudo, competente... apesar da pressão dos vizinhos e de viver num ambiente de conflito permanente. Voltamos, certamente, com mais motivação e inspiração para que, com os exemplos de Israel possamos buscar um futuro melhor para o nosso país”.

Porque falar de Holocausto A visita a Yad Vashem, em Jerusalém, comoveu-os e afirmaram ter uma imagem do país muito diferente da realidade vista in loco. “Uma viagem de extraordinário proveito, contatos altamente pedagógicos, entre eles o doloroso Museu do Holocausto.... Portanto, ódios e violências dos grupos terroristas, realmente, não permitem concessões. Poderia ser o fim do país mais adiantado do Oriente Médio. A solução por um efetivo acordo de paz tem sido difícil. Agradeço a generosa indicação para fazer parte dessa jornada”, disse o jornalista e senador gaúcho Lasier Martins.

Parceria traz tecnologia ao Brasil

Para nunca esquecer

A companhia israelense AimBetter, de Yehuda Lasri, fez parceria com a brasileira Polis Consulting, de Alexander Shmitz-Kohlitz. A ferramenta produzida pela AimBetter é um sistema em nuvem, acessado em qualquer hora e lugar, que analisa, previne falhas e emite alertas por e-mail para a tomada de decisões e os problemas não se transformem em crises.

Elaborada para o sistema operacional Windows, pode ser utilizada por qualquer profissional de TI em computadores e celulares. Conheça em www.aimbetter.com.br e www.polisconsulting.com.br.

O secretário-geral das Nações Unidas Antonio Guterrez e a embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, aderiram à campanha “WeRemember”, lançada pelo Congresso Judaico Mundial e pela Conib.

“Trabalhemos juntos para construir um mundo de pluralismo, respeito mútuo e coexistência para todos. #Nós lembramos”, escreveu Guterrez ao publicar sua foto na conta oficial no Twitter, segurando o cartaz da campanha.

Além de Guterrez e Haley, aderiram chefes de Estado, diplomatas e personalidades mundiais, como o chanceler russo Sergei Lavrov, a primeira-dama dos EUA Melania Trump, empresários, CEO’s da Volkswagen, Siemens e BMW, três empresas alemãs que colaboraram com os nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

Até o final de janeiro foram mais de 1,2 milhão de participantes em todo mundo, cujas fotos foram transmitidas em um telão instalado em Auschwitz-Birkenau.

Israel anuncia Prêmio Wolf 2018 Entre os laureados do Prêmio Wolf 2018, anunciados pelo presidente Reuven Rivlin, Paul McCartney figura na categoria música, por sua “contribuição seminal à música na era moderna” e a Adam Fischer, maestro e defensor dos direitos humanos.

Nas várias categorias foram premiadas pessoas dos Estados Unidos, Japão, Hungria, Grã-Bretanha, Canadá e o professor Omar Yaghi, da Jordânia. Todos escolhidos pelo espírito e dedicação absoluta ao trabalho humanitário.

26

A partir do início deste mês, o JLI Brasil oferece o curso “Comunicação: Sua Arte & Alma”, para um mergulho nas fontes místicas e chegar à essência da comunicação e expressão humana e como se relaciona com o objetivo de vida.

São quatro turmas, para homens e mulheres, no Beit Chabad Central, Beit Chabad Itaim (O Shil) e no Banco Daycoval, em horários diurnos e noturnos.

Informações, 3087-0319 e 983-158-770.

P

esquisas revelam que 46% dos habitantes do planeta nunca ouviram falar do Holocausto. Esse número alertou e que predominou na conversa da nova diretora internacional da Anti Defamation League (ADL), Sharon Nazarian, em recente encontro com Fernando Lottenberg, presidente da Conib, nos Estados Unidos. É urgente capacitar professores para ensinar o Holocausto, combater o discurso de ódio nas redes sociais e outras iniciativas que serão levadas avante pela ADL e Conib.

Reaberta a Sinagoga do Renascença Um Kabalat Shabat festivo marcou a reabertura da Sinagoga do Renascença, no espaço do Colégio, recém-inaugurado na Barra Funda.

Jayme Cimerman organizou tudo e da homenagem a duas datas do calendário, o Dia Internacional do Holocausto e Tu B’Shvat. Com a Sinagoga tomada por crianças, pais e avós, as rezas foram conduzidas por Rony e Daniel Grabarz.

O acendimento das velas por sobreviventes da Shoá e a oferta de diploma do plantio de árvores no Bosque Brasil, em Modi’in, Israel, pelo Keren Kayemet LeIsrael mostraram que é possível crer na continuidade judaica, le dor vador.

Paul McCartney se apresentou em Israel, em 2008; agora é a vez de Ringo Starr & His All-Starr Band, dia 23 de junho, em Tel Aviv.

Cuidar dos pets é necessário, por isso muita gente foi ao Pátio Higienópolis ouvir Roberto Mayer falar da“Personalidade da Família e o Temperamento do Cachorro”.

Cantando pelo Mundo, quarto álbum da cantora Fortuna pela gravadora Tchiribim Tchiribom, foi lançado pelo Selo Sesc. Uma parceria com o compositor e músico Hélio Ziskind, arranjos e direção musical de Gabriel Levy, e música da China, Israel, México, Nova Zelândia e outros países.

Em Jerusalém, Drorit e Alberto Milkewitz levaram a filha Tatiana à chupá para o encontro com Yon Raielanu.

Iniciativa do vereador Milton Leite denominou avenida Cecília Lottenberg um logradouro da zona sul de São Paulo. Além da família Lottenberg, o descerramento da placa teve a presença do prefeito João Doria e do vice Bruno Covas.

A Vida É Agora, novo CD do cantor e compositor Ricardo Kalili, inclui uma versão para o português de She, sucesso de Charles Aznavour, além de composições próprias, releituras de Caetano Veloso e hits da MPB.

Poucos sabem, mas o projeto dessa piscina no Clube Paulistano, nos Jardins, de 1971, é de autoria de Gregori Warchavchik.

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COLUNA UM Entebe visto por Padilha

E

m maio, no circuito nacional o novo filme do diretor José Padilha, que recebeu, há uma década, o Urso de Ouro por “Tropa de Elite”. Agora, o cineasta voltou à Alemanha com o longa Sete Dias em Entebe, e o conflito palestinoisraelense como pano de fundo.

De acordo com Padilha, “o filme conta a história verídica de um sequestro do ponto de vista de dois sequestradores alemães e dois políticos israelenses”. “É um caso específico, limítrofe, entendido no mundo como a operação especial mais incrível da história. Tropas de Israel foram até Uganda, oito horas de avião, para libertar cento e tantos reféns e trazêlos de volta para casa. É quase impossível fazer isso. O filme discute esse evento, mas não a parte militar. Olhamos para a parte política e a lógica dos sequestradores. A ideia é mostrar a complexidade do processo decisório dentro do governo de Israel na ocasião, com Itzhak Rabin querendo negociar e Shimon Peres, não, de jeito nenhum. Essa dicotomia entre ‘vamos’ e ‘não vamos negociar’ é a variável mais importante para solucionar o problema palestino. “O mesmo se aplica à questão de Israel e Palestina. Para se eleger em Israel, [o político] tem de ter posições, o que contamina [as decisões] e também a crise com a Palestina. E o mesmo vale para o lado palestino. Isso restringe a capacidade de ambos de negociar. O filme trata disso.”

O ídiche continua vivo

O

Centro de Memória do Museu Judaico de São Paulo promoveu uma aula aberta a respeito da história da língua ídiche, inaugurando o calendário cultural de 2018.

As inscrições superaram as expectativas revelando o grande interesse até de jovens. Diante disso, o Centro de Memória decidiu realizar um curso permanente de ídiche e uma programação mensal de música, poesia, teatro e muito mais, sempre em ídiche. Acompanhe pelo facebook e instagram: @museujudaicosp.

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Priscila e Joel idealizaram seu dia de felicidade. Chamaram a família e amigos e comemoraram no Celeiro Quintal. Ineive Ziliotto e Henrique de Carvalho, Saul Suslick (z’l) e Desirée Suslick são os pais dos noivos.

Eugênia (Guita) Zarenczanski coordena o curso de capacitação de conciliadores e mediadores segundo a resolução 125/2010 do CNJ, numa realização do Instituto de Mediação e Arbitragem.

Peach de Cara Nova!

Quem gosta de pintura e fotografia tem um encontro no novo endereço da Peach Photo Art no Shopping D&D, com aquarelas de Sima Woiler entre artistas representados, nacionais e internacionais.

Na Unibes Cultural, o chef Alex Atala e o produtor cultural Felipe Ribenboim organizaram o Seminário FRUTO – Diálogos do Alimento, com a chancela do Instituto ATÁ para traçar constatações e alternativas para alimentar o mundo com qualidade nos próximos anos.

Havia 620 pessoas e muita repercussão nas mídias sociais.

Carnaval no Sambódromo: Sarinha Spuch e Débora Sor fizeram bonito na Unidos do Peruche.

E gostaram da experiência.

Em maio, no SBT, “Aventuras de Poliana” terá Lílian Blanc no elenco.

Política, música e turismo com Milton Blay

“A Perenidade das Bolhas de Sabão” é a primeira individual de Juliana Lewkowicz, na ArtEdições Galeria. Vinte fotos clicadas em diferentes regiões do Brasil e da América Latina.

E

x-correspondente da Band na Europa, Milton Blay é conhecedor das entranhas do poder na região e na visita ao Brasil, mês passado, fez várias palestras, e também na CIP a convite do rabino Michel Schlesinger. A ascensão da extrema direita na Europa foi o tema central e que provocou várias perguntas do público.

Após a palestra, Milton contou à revista Hebraica que trocou o jornalismo por duas paixões: música e turismo. Nasceu a MilTons Musique & Voyage, projeto que leva turistas aos melhores concertos e óperas da temporada na Europa, com gastronomia e turismo. O projeto está no site miltonsvoyages.com e informações pelo e-mail gisela@miltonsvoyages.com.

Chaverot Na’amat em Israel

No grupo de treze brasileiras que foram ao Seminário de Lideranças da Na’amat Pioneiras Brasil, Débora Raicher, Renata Pilnik e Gláucia La Regina falaram da vivência com um grupo diversificado e da experiência de conhecer as creches, escolas e centros de Na’amat pelo país, ajudando mulheres, crianças e famílias, de qualquer credo, religião ou nacionalidade.

AGENDA 5/3 – 14h30. Chá da tarde no Dia Internacional da Mulher em homenagem a Sulamita Tabacof, presidente de Honra da Wizo São Paulo. Realização do Grupo Chana Szenes.

Convites 3257-0100, com Liane 17/4 a 6/5 – Viagem à Polônia (opcional) e Israel com Na’amat Pioneiras. Conhecendo a Varsóvia e Cracóvia judaicas, incluindo os campos de concentração de Auschwitz e Birkenau.

Em Israel, roteiro de norte a sul. Informações, fones 3667-5247 (Na’amat), 3061-1708 (Betina) ou 996-869-891 (WhatsApp de Helena) 16/7 a 1o/8 – Marcha da Vida Jovens (20 a 35 anos). Pensão completa, transportes, passeios e seguro médico inclusos.

Eva Herz (z’l) iniciou a Livraria Cultura alugando livros novos e usados, agora Pedro Herz anuncia a compra da Estante Virtual, reunindo publicações novas, seminovas e usadas, e que vendeu 17,5 milhões de livros desde a criação do site em 2005.

Liza Wajsbrot organiza bazar com parte da renda revertida para o Grupo Chaverim. Dia 4, na Hebraica.

Voltam ao palco do Teatro Porto Seguro a atriz Nathália Timberg e a pianista Clara Sverner para encenar Chopin ou o Tormento do Ideal.

O Departamento de Geração de Renda de Na’amat Pioneiras, em parceria com o Senac/SP, realiza o curso “Preparo para Pães Caseiros”, de 9 a 12 de abril. Inscreva-se pelo e-mail catarina@naamat.org.br.

“Inventiones Mathematicae” é o título do artigo escrito por Fábio Armando Tal, Prêmio Friedrich Wilhelm Bessel Research em 2016, e P. Le Calvez, diretor do Departamento de Matemática da Sorbonne (Paris). Importante, o artigo de 111 páginas foi publicado em uma das mais conceituadas revistas mundiais do setor.

Em Monte Verde, agora, existe a Escola de Culinária Comunitária Breno Lerner voltada à formação de mão-de-obra gastronômica local para os restaurantes e pousadas da cidade turística mineira.

Rosália Lerner alia a criatividade aos bons fluídos: numa caixa de acrílico ela cria postais onde insere “Palavras de Força”, entre elas: amor, saúde, alegria, verdade, honra.

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Fotos: Flávio Mello dos Santos

NA NOSSA MIRA 1

2 3

1.

ANA, MAURÍCIO, JONAS E LIV NA HORA EM QUE A PEQUENA HELENA RECEBE

2

O SEU NOME HEBRAICO

2.

RABINO HENRY SOBEL JUNTO COM DANIEL GRABARZ NA LEITURA DA TORÁ

3.

4

5

FABIANA MAQUIA A FILHA ISABELA ROSSET

4.

SÉRGIO E GERMANO GRIMBLAT NA HEBRAICA

5.

DÁLIA GABANYI LANGER, COM A FILHA THAÍS, CURTE O VERÃO NO CLUBE

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ESPORTES

Uma modalidade

para cada perfil

A Hebraica oferece 32 modalidades de prática esportiva ideais para todas as faixas etárias com benefícios que vão muito além da melhoria na saúde e na qualidade de vida

Tênis de mesa

Hebike

Pratique tênis de mesa. Temos aulas, treinamento e recreação.

Passeio ciclístico urbano. Traga a família e venha pedalar conosco.

Judô flex

Corrida Run & Fun Venha começar o ano praticando exercícios e torne-se o mais novo corredor da Hebraica. Faça parte desta parceria Hebraica/Run & Fun. Várias opções de dias, horários e locais.

Desde 2006, o judô abriu uma turma para atender aos pais de atletas, ex-judocas e pessoas que queiram retornar ou iniciar a prática da modalidade. Venha conhecer e participar.

Esgrima

Badminton – atividade gratuita

Mais uma opção de esporte para nosso associado. Pratique esgrima.

Venha melhorar a concentração, velocidade, reflexo e equilíbrio.

Sempre às terças e quintas, das 19 às 22 horas, na quadra externa.

Triathlon / A. Giglioli Que tal se tornar um triatleta e ter o privilégio de participar de um Iron Man? Venha conhecer nossa parceria Hebraica/A. Giglioli através dos treinos de corrida, ciclismo e natação.

Hidroginástica

Studio Pilates Conheça o nosso studio de pilates.

Temos várias opções de dias e horários.

Informações, 3818-8903.

Voleibol master feminino Venha fazer parte da nossa equipe.

Treinos às segundas e quartas a partir das 20h30.

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O clube oferece aos associados várias opções de dias e horários com valores acessíveis. Aos finais de semana, temos aulas gratuitas às 10h30 e as 12 horas.

Natação master e cursos Há 27 anos fazendo seu dia mais agradável através da natação. Cursos para iniciação adulto até o treinamento da equipe master. Venha fazer parte desta família.

Squash Aulas com várias opções de dias e horários.

Xadrez Venha treinar a mente e o lado intelectual através desta modalidade. Ótimas opção de dias e horários.

Bate-bola basquetebol e futsal Você associado, atleta de final de semana, que gosta de jogar basquete e futsal venha participar dos nossos bate-bolas.

Basquete aos domingos a partir das 10h30 – local a confirmar.

Futsal às segundas-feiras, a partir das 20 horas, e aos sábados a partir das 11 horas sempre no Ginásio dos Macabeus.

Escola de Esportes O conceito “Escola de Esportes” visa integrar a aprendizagem de várias modalidades esportivas dentro da mesma estrutura, de forma que a criança possa aumentar seu repertório motor e tenha a oportunidade de praticar várias modalidades, para poder conhecer, detectar talentos e habilidades, e escolher uma modalidade.

Vai do abrangente para o específico.

Mais informações, 3818-8911 / 3818-8912 33

ESPORTES JUDÔ NO RANKING

Inscrições no vôlei Estão abertas as inscrições para a equipe de vôlei pré-mirim masculino.

Para mais informações, basta ligar para 3818-8911/3818-8912 ou no Departamento Geral de Esportes, com o coordenador Marcelo Dias.

Quatro judocas da equipe competitiva do clube – Tauane Gonçalves, Fernanda Rodrigues dos Santos, Maria Jasmim Pinheiro e Mariana Bueno de Toledo – disputaram, no início de fevereiro, o Meeting Nacional nas classes sub-18 e sub21. O evento reuniu os doze melhores atletas de cada classe e categoria para formar o ranking nacional da seleção brasileira, partindo dos resultados da seletiva nacional realizada em 2017.

Os quatro jovens se saíram bem desta verdadeira maratona de alto nível técnico e se classificaram entre a terceira e a nona colocações. Tauane ficou em terceiro, Fernanda em quinto, Maria Jasmim em sétimo e Mariana em nono lugares no ranking nacional.

DEFENDA-SE COM KRAV MAGÁ

Fit Center expande promoção Em razão da grande repercussão, a promoção de verão do Fit Center, que oferece livre acesso aos sócios, foi estendida até 30 de junho e passou a atender também a faixa etária dos 12 aos 25 anos.

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A partir de 13 de março, a grade de cursos do Fit Center terá um importante acréscimo, com aulas de krav magá, modalidade de técnicas de defesa pessoal desenvolvida em Israel. Aulas às segundas e quartas, das 20 às 21 horas, e às terças e quintas, das 17 às 18 horas. Mais informações e inscrições no Fit Center.

CAPA Por Ariel Finguerman, em Tel Aviv

Máquina perfura túneis e, ao mesmo, tempo concreta as paredes

Novo trem

TEL AVIV/JERUSALÉM vai revolucionar o país Ainda este ano, começa uma revolução em Israel.

O país vai inaugurar um trem expresso ultramoderno, que vai ligar as duas principais cidades, Tel Aviv e Jerusalém, em apenas 28 minutos. Será o final da maior obra de engenharia da história do Estado judeu, com ótimas consequências para a economia e a vida no país 36

rompeu sua trajetória para que Josué concluísse a tarefa dos inimigos de Israel bíblico. Neste primeiro percurso, o trem fará paradas no aeroporto Ben-Gurion e na cidade de Modi’in. Em seguida, começará uma subida de oitocentos metros pelas montanhas, num verdadeiro quebra-cabeças da engenharia moderna. Setecentos engenheiros israelenses e internacionais – além de operários palestinos, da Moldávia e Eritreia – foram contratados para solucionar o desafio da passagem do trem por montanhas e vales a caminho da cidade santa. Foram construídos cinco túneis, num total de vinte quilômetros sob as montanhas da Judeia. Em alguns pontos, os túneis ficam trezentos metros abaixo da superfície – não há nada similar a isto em todo o Oriente Médio.

Estes impressionantes túneis foram escavados por um verdadeiro “monstro” da engenharia moderna, chamado TBM. De fabricação russa, a perfuradora de montanhas tem 150 metros de comprimento, largura de dez metros e pesa 1.500 toneladas. É tão grande, que os engenheiros e operários que a manejam se alimentam e descansam em compartimentos no seu interior. Quando chegou ao país, foram necessários cem caminhões para levar suas partes, desde o porto de Ashdod.Enquanto a perfuradora russa escavava as montanhas de Jerusalém, ao mesmo tempo já aplicava concreto nas

paredes. Quando chegou do outro lado da montanha, deixou para trás um túnel pronto. Terminado o trabalho, levou dois meses para ser desmontada e, em seguida, transportada para ser usada na Turquia.

Impacto e efeitos Além da impressionante obra de engenharia, o viajante também terá o impacto visual de passar por dez pontes, construídas de diferentes maneiras. Na maior delas, de 1.250 metros, os arquitetos tiveram a delicadeza de fazer numa forma que lembra os aquedutos romanos, encontrados em vários sítios arqueológicos de Israel. Já se aproximando de Jerusalem, o trem passará pela mais alta ponte do país, de quase cem metros de altura.

A população que vive no entorno da rota do trem também vai sentir os efeitos ambientais de tanto concreto. Nos últimos anos, tiveram de conviver com o barulho de explosivos detonados no interior das montanhas. A obra não é um minhocão em termos de impacto ambiental, mas com certeza retirou algo do clima pastoril. O vilarejo de Motza, na entrada de Jerusalem, por exemplo, agora ficou com as casas abaixo da linha do trem.

Os grupos ecológicos lutaram até onde puderam contra o impacto ambiental do progresso. A poderosa Sociedade para a Proteção da Natureza conseguiu atrasar em um

O

percurso Tel Aviv/Jerusalém é um dos caminhos mais antigos de Israel, por onde passaram soldados, peregrinos e comerciantes. Durante milênios e até o início do século 20, demorava dois dias para percorrê-lo. Agora, o trem fará o trajeto numa velocidade de até 160 quilômetros por hora.

A inauguração da linha, que não por coincidência é entregue quando se comemora os setenta anos de fundação do país, terá a companhia de boas notícias. Nos primeiros três meses de atividade, nada será cobrado do usuário – isto mesmo, viagem gratuita. Outro elemento impressionante é que não houve um shekel de aumento de impostos para financiar a obra, que custou sete bilhões de shekalim (valor semelhante em reais). Quem fizer o trajeto a partir de Tel Aviv, sentirá no início do percurso o trem em sua maior velocidade, praticamente em linha reta, enquanto cruza a bonita e verde planície de Ayalon, a região onde, segundo a Bíblia, a lua inter-

Quem fizer o trajeto a partir de Tel Aviv, sentirá no início do percurso o trem em sua maior velocidade, praticamente em linha reta, enquanto cruza a bonita e verde planície de Ayalon, a região onde, segundo a Bíblia, a lua interrompeu sua trajetória para que Josué concluísse a tarefa dos inimigos de Israel bíblico

Viadutos cortam paisagens bíblicas para servir de leito para o novo trem

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CAPA ano uma das pontes da linha férrea, que previa cinco colunas de sustentação construídas no leito de um rio. Conseguiram que todo o projeto fosse redesenhado e hoje apenas uma coluna sustenta toda a ponte. Resultado: a modificação ganhou um prêmio internacional. O ponto de chegada do trem em Jerusalém é, claro, glorioso.

A estação fica no interior da própria montanha, oitenta metros abaixo do nível do solo, e já é uma das cinco maiores estações do mundo em profundidade. A ligação com a superfície é feita por meio de três super-elevadores, com capacidade para 35 passageiros cada um.

Como não poderia deixar de ser, já pensaram na possibilidade de a estação subterrânea se transformar em abrigo para a população da cidade em tempos de guerra, que resistiria até um ataque nuclear.

Num momento de emergência, duas mil pessoas poderão se abrigar ali. Mas sendo mais otimista, a estação dentro da montanha receberá quatro linhas de trens, num espaço de 72 mil metros quadrados, com 1.200 vagas de estacionamento. A estação fica no complexo Binianei HaUmá, na entrada da cidade. O passageiro poderá fazer uma rápida baldeação para o sistema de metrô de superfície da cidade – que passa por uma rápida expansão – ou para a famosa Tachanat Merkazit (estação rodoviária), a cem metros dali, de onde partem ônibus para todo o país.

A obra começou há doze anos e, na época, o prazo para entrega foi marcado para o então longínquo 30 de março, - isto é este fim de mês. Não dia 31 porque é Shabat e o transporte público é interrompido, inclusive o trem. No entanto, quase sempre em obras tão grandiosas ocorrem imprevistos, como neste caso, adiando a entrega para, com certeza, em outubro. O projeto tem a assinatura do superministro dos Transportes, Israel Katz. Ele é o responsável por obras faraônicas, ou melhor, salomônicas, que deixarão uma marca no país para as próximas décadas. Katz comandou a triplicação da Estrada 1 Tel Aviv-Jerusalém, criou complexos sistemas de ciclovias e amplia as vias de acesso ao centro do país. E nada se ouve de desvios ou corrupção. Um político exemplar.

Os números grandiosos do supertrem A distância será coberta em apenas 28 minutos O trem chegará a 160 quilômetros por hora Nos primeiros 3 meses a viagem será gratuita O tem percorrerá 20 quilômetros de túneis e 3,5 quilômetros de pontes O custo da obra foi de quase 2 bilhões de dólares A estação de Jerusalém é uma das 5 maiores do mundo em profundidade 38

O começo de tudo, a linha Jaffa/ Jerusalém A primeira linha férrea do Oriente Médio e, portanto, da então Palestina, ligava Jaffa a Jerusalém, um percurso de menos de sessenta quilômetros que durava entre três horas e meia e seis horas

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uando foi inaugurada, em 1892, pouco mais de dois anos depois de lançada a pedra fundamental, em março de 1890, foi um acontecimento noticiado em todo o mundo. Ela foi construída pela empresa francesa Société du Chemin de Fer Ottoman de Jaffa à Jérusalem et Prolongements e a bitola original era de mil milímetros, depois ampliada para 1.050 milímetros e finalmente 1.435 milímetros, o padrão mundial. Na época, Jaffa era a cidade mais importante depois de Jerusalém, e seu porto tinha a profundidade ideal para receber embarcações de qualquer calado, naqueles tempos.

A ideia original de uma ferrovia foi de Sir Moses Montefiore, em 1838, figura importante da comunidade judaica da Grã-Bretanha e com boas relações com o governo de Sua Majestade. Montefiore deixou bem claro que deixaria o projeto se instituições religiosas, quaisquer que fossem, se envolvessem.

Mas somente dezoito anos depois, em 1856, ele tratou oficialmente do assunto com o primeiro-ministro britânico, Lorde Palmerston, que se convenceu de que a ferrovia poderia beneficiar tanto a Grã Bretanha como a Turquia, por meio do grão-vizir oto-

mano Ali Pasha, que se reuniu oficialmente com Palmerston e assinaram um tratado de princípios em dezembro de 1856.

Mas o plano ruiu antes de começar porque o governo otomano decidiu que não cederia terras para a construção e porque poderia atender aos interesses missionários cristãos. Pouco antes disso, outros se interessaram pela proposta da ferrovia, mas desistiram diante do alto custo, de pelo menos quatro mil libras esterlinas (o padrão monetário da época) o quilômetro. Chegaram a sugerir a alternativa de um traçado de Jaffa até Lydda (a atual Lod) e, de lá, por estrada de macadame, ancestral do asfalto, até Jerusalém.

A partir de então, sucessivas delegações de empreiteiros, engenheiros, empreendedores e financistas acorreram à Palestina sob o Império Otomano, propondo diversas soluções ao menor custo possível contornando ou enfrentando a geografia montanhosa da região. Os mais ousados propuseram trechos – afinal posteriormente construídos – passando por El Arish e Gaza, no Sinai, e Ashkelon, um pequeno porto no sul da Palestina.

O fato é que uma ferrovia, e principalmente naquela região, tinha importância geopolítica e isso explica o interesse da França e do Império Austro-Húngaro que, assim como o Otomano, seriam esfacelados anos mais tarde, durante e após a Primeira Guerra Mundial. Mas nada deu certo, pois França, Grã-Bretanha, Alemanha e Estados Unidos não estavam dispostos a investir num projeto assim.

Enfim, em 1885, o empresário judeu Yosef Navon, que vivia em Jerusalém, e se valeu da sua condição de súdito otomano. A ele se juntaram o primo Joseph Amzalak, de tradicional família sefaradi da palestina, o engenheiro libanês George Franjieh e o banqueiro suíço protestante Johannes Frutiger. Navon passou três anos em Constantinopla, capital do Império Otomano. Até que, em outubro de 1888, conseguiu uma concessão de 71 anos e autorização para estender a linha até Nablus, mais a leste, e Gaza, ao sul. Custou-lhe 5000 libras turcas, e sem contrapartidas financeiras.

Com a concessão na mão saiu em busca de financiadores do projeto, na Alemanha e Grã-Bre-

tanha. Não teve êxito. Um ano depois, em 1889, na França, o inspetor de faróis marítimos Bernard Camille Collas comprou a concessão por um milhão de francos, o equivalente na época a quarenta mil libras e constituiu a Société du Chemin de Fer Ottoman de Jaffa à Jérusalem et Prolongement. Navon integrou a diretoria da empresa formada principalmente por investidores franceses e foi nomeado bei, um cargo honorífico no Império Otomano.

A construção da ferrovia foi uma rara colaboração de judeus, católicos e protestantes. Publicações judaicas escreviam que a linha não atendia aos interesses dos judeus, foi criada por “católicos fervorosos e radicais” e estranhavam que nenhum judeu apoiava ou ajudava no financiamento da linha e, quando procurado, Theodor Herzl proclamou que se tratava de “uma desprezível pequena linha de Jaffa a Jerusalém e, portanto, inadequada para as nossas necessidades”.

O material rodante teria sido adquirido à Companhia do Canal do Panamá, mas as placas indicam que eram belgas. O engenheiro chefe, um suíço e os colaboradores profissionais da Polônia, Itália e Áustria; a mão-de-obra principalmente do Egito, Argélia e Sudão, além de palestinos.

Foram construídas várias pontes e as maiores com material fornecido pela Companhia Eiffel.

Centenas de toneladas de trilhos foram trazidos da Bélgica, o carvão da veio da Inglaterra e o material rodante, da França. O primeiro teste, poucos meses depois de iniciadas as obras foram assistidos por mais de dez mil pessoas, metade a população de Jaffa. A crônica da época revela que a todo quilômetro surgiam problemas políticos e religiosos como, por exemplo, a proibição dos otomanos de construir as estações próximo das velhas cidades, isto é, de templos religiosos, quaisquer que fossem.

A linha foi inaugurada oficialmente em 26 de setembro de 1892. A guerra de 1948 encerrou os serviços e a ferrovia passou às mãos da Legião Árabe, da Jordânia, retornando para Israel com o armistício, que reiniciou os trabalhos com uma viagem simbólica carregada de trigo, cimento e rolos da Torá. Em março de 1950, a linha começou a funcionar a partir de Tel Aviv.

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12 NOTÍCIAS

Ariel Finguerman ariel_finguerman@yahoo.com

PASSAGEM DE BASTÃO – Foi anunciado o novo diretor artístico da Orquestra Filarmônica de Israel, que substituirá o mitológico maestro Zubin Mehta, que vai se aposentar. Para surpresa geral, é um nome praticamente desconhecido fora das rodas dos connoisseurs da música clássica: Lahav Shani, de apenas 29 anos, atualmente maestro principal da Orquestra de Roterdã e condutor-convidado na Orquestra de Viena. Estranhamente, até o fechamento desta edição, Shani não tinha nem página na Wikipedia. Ele terá um trabalho dificílimo pela frente: administrar os muitos egos que giram em torno da orquestra e levar adiante um legado de peso no circuito mundial.

ÂNSIA DE VÔMITO – Mais um episódio do lado sombrio da internet: no exército israelense existe a figura do Chayal Boded (Soldado Solitário), que deixa seu país natal, família e amigos para servir o Tzahal. Apesar de admirados, estes jovens passam por momentos de solidão e angústia, e muitas vezes também por dificuldades financeiras. Uma das maneiras que enfrentam a situação é se encontrando em grupos no Facebook, meio pelo qual pedem ajuda e recebem solidariedade. Mas há também os urubus. Matéria investigativa na imprensa local identificou homens que entram nestas páginas e oferecem às Soldadas Solitárias ajuda financeira, em troca de sexo. A polícia abriu investigação.

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CHIQUÉRRIMO – Quem ainda não conhece, vale a pena conhecer na próxima viagem a Israel a marina de Herzlyia, uma agradável área de lazer, com restaurantes, bonito visual dos barcos ancorados e hotéis luxuosos. Até agora, o cinco estrelas Ritz-Carlton dominou a paisagem local, mas em breve terá um concorrente, e de categoria.

Foi anunciada a construção de um novo mega-hotel, na forma de um recife de corais, com lagunas e piscinas entre os edifícios. O projeto muito chique é assinado por David Rockwell, arquiteto internacional com escritório-sede em Nova York.

ABACATE PARA O MUNDO – Depois de ser classificado como “super-alimento” por dez entre dez nutricionistas, a demanda por abacate aumentou 20% a nível global. E os agricultores israelenses pegaram bonito esta onda. Neste inverno que se encerrou, um de cada três abacates consumidos na Europa, saíram dos campos de Eretz Israel. A fruta é típica de países tropicais, mas isto não impede que o Estado judeu exporte cerca de cem mil toneladas do produto/ano. Os kibutzim, principais produtores da fruta verde, aproveitam a brecha aberta por países como México, que exportam apenas no verão. Todo este esforço vale a pena: o europeu está disposto a pagar um euro a unidade.

SOLUÇÃO PARA COCEIRA – Yonatan Keren era o típico jovem israelense do setor high tech, trabalhando como diretor de marketing para o site internacional Wix.com, em Tel Aviv, quando resolveu deixar crescer a barba.

Só não contava que os pelos começariam naturalmente a coçar.

A diferença é que ele construiu toda uma nova empresa-tech para enfrentar o probleminha. O resultado foi Maapilim, uma linha de óleos para quem realmente quer dar um trato na barba. Tudo ia bem até o próprio Keren ser surpreendido por uma reportagem no The New York Times: “Este produto vai transformar seu banho numa experiência única e mediterrânea”. Em apenas dois anos de existência, tornou-se hit mundial.

ANJO DIGITAL – Em breve, sempre que ocorrer um acidente grave nas estradas de Israel, o motorista pelo menos não terá a preocupação de chamar uma ambulância, que virá automaticamente. O Ministério dos Transportes resolveu adotar um padrão europeu em que batidas violentas, que acionam o airbag, enviam um sinal de emergência para o hospital mais próximo. O atendente ligará para o motorista e, após verificar a gravidade, enviará ajuda imediatamente. Se o motorista não atender, a conclusão óbvia é que ele mesmo se feriu, e virá a ajuda. Todos os novos carros em Israel serão equipados com a engenhoca, chamada de eCall.

MAIS DO MESMO – O cenário é conhecido dos brasileiros. O Parlamento de Israel aprovou neste início de ano uma medida boa para os ministros de Estado do país, ao desvincular seus salários da inflação e, assim, permitir aumentos maiores de seus ganhos. Isto porque, segundo os ministros, os deputados do país já gozavam desta regalia e não seria “justo”. Como se sabe, a inflação israelense é praticamente zero, por isso os ganhos dos nobres deputados e ministros não deveriam aumentar. O único consolo para o restante da sociedade é que realmente os aumentos são quase desprezíveis, quando comparados com outras paragens internacionais: os ministros passarão a ganhar 5 mil shekalim a mais (valor semelhante em reais) no próximo holerite.

PUTIN EM TEL AVIV – Interessado em alugar um apartamento quarto e sala no centro de Tel Aviv cujo dono é o presidente russo Vladimir Putin? Explico: há doze anos, quando Putin soube que sua professora de língua alemã do coração, Mina Berliner, estava aposentada em Tel Aviv, mandou que a embaixada russa na cidade comprasse um apartamento para ela. Mina faleceu aos 95 anos, abriram seu testamento, e a surpresa. Ela orientou devolver a residência ao seu comprador, o homem de ferro de Moscou. Mais informações a respeito do preço do aluguel na embaixada russa.

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12 NOTÍCIAS GAL COM BART – Mais uma conquista extraordinária da garota de Rosh Ha’ayn, que se transformou na Mulher Maravilha de nossa época. A atriz israelense Gal Gadot foi convidada para participar, em forma de animação, no seriado “Os Simpsons”. Isto alguns meses depois de aparecer no programa de entrevista mais top da América, o Saturday Night Live. Gadot irá dublar ela mesma no episódio em que sua imagem aparecerá ao lado de Bart, Lisa e Maggie Simpson. O programa de animação existe desde 1989 e já convidou os grandes astros do entretenimento do nosso mundo, como os Rolling Stones, Dustin Hoffman e Lady Gaga.

ÊTA NÓIS – Não é só no Museu de Arte Moderna de São Paulo que os artistas enfrentam censura. Numa exposição na região central de Israel, a pintora Gili Walman foi obrigada a retirar da parede uma de suas obras porque a tela insinuava nu feminino e, segundo a curadora, “o rabino não irá gostar, e se não retirarmos, ele mesmo fará isto”. A pintora cedeu mas o caso foi parar nas manchetes locais, especialmente porque a mesma curadora não obrigou outro artista a retirar uma tela que expunha um nu masculino.

As autoridades argumentaram que os quadros ficarão expostos num edifício público “por onde passam crianças”, mas deixaram para a curadoria explicar a seleção de gênero.

NOVO AEROPORTO – Está prometida para outubro a abertura oficial do Aeroporto Ilan Ramon, no Negev. Terá uma pista de quatro quilômetros, suficiente para receber qualquer aeronave internacional. Este será o segundo aeroporto de grande porte no país, além do Ben-Gurion. Além de desafogar o crescente trâfego ao lado de Tel Aviv, o Ilan Ramon servirá de substituto tanto em situação de clima radical na região central quanto em tempos de guerra. Sua concepção faz parte das lições aprendidas no último conflito com Gaza, quando foguetes do Hamas chegaram perto de Tel Aviv, levando ao quase fechamento do Ben-Gurion. O aeroporto Ilan Ramon também poderá acomodar sessenta aviões ao mesmo tempo. Localizado a quinze minutos de carro de Eilat, a ideia é desmontar o atual aeroporto no famoso balneário do Negev, hoje situado bem no meio da cidade, liberando a área para construir hotéis e entretenimentos. O Ilan Ramon estará localizado perto do parque Timna, local das supostas – e famosas – minas de cobre do Rei Salomão, mas também a poucas centenas de metros da fronteira com a Jordânia.

Por isso haverá proteção especial contra ataques terroristas no lugar.

CONFIANÇA NO FUTURO – A agência financeira S&P, uma das três responsáveis por avaliar a saúde econômica das nações, manteve a posição muito boa do crédito internacional de Israel, como A+. Isto coloca o Estado judeu no mesmo patamar de China, Chile, Irlanda e Japão. No relatório da S&P, divulgado mês passado, a economia israelense é definida como “diversificada, moderna e próspera, com um orçamento disciplinado”. A agência, com sede em Manhattan, ainda apontou uma tendência de alta no mercado israelense, sinalizando ainda uma melhora próxima na avaliação do país. Outras boas previsões da S&P é que a turbulência do Oriente Médio é vista como distante da economia israelense e que os pagamentos do governo sabra se manterão saudáveis. A resposta do Ministério das Finanças: “Israel fechou 2017 como uma das economias fortes do mundo”. Bravo!

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MAGAZINE

Por Matti Friedman

A Associated Press O que a colaboração da Associated Press com os nazistas nos ensina para relatar notícias? É melhor cooperar com ditaduras e regimes autoritários e contar metade da história de mãos amarradas – ou não contar a história?

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uem lê noticiário internacional conhece as duas letras AP. É a Associated Press, venerável agência norte-americana e um dos maiores provedores de notícias do mundo. Ela colaborou com os nazistas durante a Segunda Guerra? Um relato a respeito desse assunto ensina muito a estudantes de história e a cada pessoa preocupada e interessada com o meio e o modo como a cobertura jornalística modela nossa percepção dos fatos e acontecimentos.

A historiadora alemã Harriet Scharnberg conta em The A and P of Propaganda (“O A e P da Propaganda”), publicado em Studies in Contemporary History (Estudos da História Contemporânea) uma publicação quadrimestral do Centro de Estudos Contemporâneos, com sede em Potsdam, cidade da região metropolitana de Berlim que, desde meados da década de 1930, a agência fotográfica da AP na Alemanha trabalhou sob orientação nazista, obedecendo às suas ordens sucessivas até se transformar em verdadeiro braço de informação nazista em tudo, menos no nome.

Segundo a historiadora, permanecer em Berlim depois que seus concorrentes partiram em 1935, com a ascensão no nazismo, deu à AP condições para ser um “canal-chave” para a propaganda alemã – um acordo que a agência com sede em Nova York queria a todo custo preservar – mesmo que significasse demitir seus fotógrafos judeus, aliás de acordo com a legislação racial nazista. Para isso emitiu uma nota oficial, publicada na revista da SS, segundo a qual o departamento fotográfico era puramente ariano.

Na era nazista a AP vendia imagens alemãs nos Estados Unidos e imagens dos Estados Unidos na Alemanha, de modo a que fotos principalmente de judeus norte-americanos e fossem usadas em propagandas raciais produzidas pelo Estado nazista. A AP foi, por exemplo, o “principal fornecedor” das imagens do livro de propaganda The Jews in the USA (“Os judeus nos EUA”) e um dos principais bancos de imagens que ilustraram o livro The Subhuman (“O Sub-Humano”).

Com o passar do tempo, a tênue linha que existia entre a operação fotográfica alemã da AP e o regime nazista deixou de existir por completo – mesmo quando os nazistas desenvolveram projetos como o campo de concentração de Dachau, aberto em 1933, e a “eutanásia” das crianças com deficiência, que começou no verão de 1939.

O que a AP decidiu cobrir e como? O chefe da fotografia da AP em Berlim era o censor fotográfico nazista oficial. Se fotos da AP do avanço alemão na Polônia e na Rússia não mostravam o assassinato de dezenas de milhares de judeus e outros atrás das linhas pelo Einsatzgruppen, foi talvez porque as fotos foram tiradas por gente como Franz Roth – que foi simultaneamente “fotógrafo da AP, SS-Oberscharführer (líder de esquadrão sênior) e fotojornalista da SS Propaganda Company (SS-PK)”. Como oficial da SS, Roth fotografou

O jornal da SS que publicava fotos produzidas pela AP

prisioneiros soviéticos como seres humanos feios para peças de propaganda que a AP “recebeu direitos exclusivos sobre as fotos de propaganda”, publicadas em jornais de Atlanta e Los Angeles.

Enquanto afirmava estar fazendo cobertura jornalística na Alemanha, a operação fotográfica da AP estava, de fato, envolvida no que se pode chamar de uma “ilusão de cobertura” criada em parceria com o regime nazista. Em vez de relatar a respeito da realidade da vida sob o regime, a AP – cega e em situação embaraçosa por sua conivência e relacionamentos – contribuiu para obscurecer o que realmente acontecia na Alemanha e como os nazistas conduziam a guerra, conta a historiadora.

Para Scharnberg, na época foi difícil determinar o impacto. “No entanto, é razoável supor que, pelo menos no curto prazo, tanto as simpatias quanto as antipatias dos leitores de jornais norte-americanos não foram afetadas pelas imagens geralmente representando os alemães como lutadores triunfantes da blitz-krieg e os inimigos, militares fracassados”.

A Associated Press responde Publicado, o relato da historiadora provocou uma réplica da Associated Press a partir de uma exaustiva pesquisa em seus arquivos de guerra e as descobertas serviram para ampliar as acusações do trabalho de Scharnberg e que podem ser interpretadas como um admirável exercício de autocrítica. No entanto, a AP escolheu apresentar suas revelações em um tom defensivo sugerindo que, enquanto a agência de notícias descobriu muitas informações, os editores permanecem confusos a respeito de tudo o que isso significa.

De todo modo, ficamos sabendo que a AP cooperou com o expurgo de judeus de seu quadro profissional enquanto concorrentes como The New York Times recusaram os ditames nazistas e saíram da Alemanha. Mas a Associated Press diz candidamente que cooperou com os nazistas somente depois de “resistir”, e acabou sendo para o próprio bem dos judeus: “A AP ajudou-os (aos judeus) a se reassentar com segurança em outros países, o que permitiu

As explicações da AP para suas ações é o que torna os relatos divergentes dignos da atenção, e não apenas dos historiadores ou, para citar o antigo funcionário da SS agregado à AP: o que interessa nesse caso é “o futuro, não o passado”

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MAGAZINE a todos eles sobreviverem ao Holocausto”. De fato, o departamento fotográfico da AP colaborou com a propaganda do Das Schwarz Korps, a revista oficial da SS. E, se palavras consolam, isso angustiava os executivos da AP. A AP protestou pelo uso de fotos suas na propaganda que alimentou o genocídio? O relatório da agência noticiosa admite que “até o momento, não há nenhum registro sugerindo que a AP se opusesse a tais práticas na época” a que se segue um “mas”, de que as regras a respeito de como lidar com esses casos foram alteradas na década de 1960.

Afinal, se, na época, a AP tivesse protestado poderia perder as facilidades que tinha na Alemanha e, além disso, “o fim do serviço de fotos para assinantes alemães também custaria receitas”, explica o relatório, e um funcionário do departamento fotográfico da AP considerava a revista da SS “um bom cliente”.

Depois da guerra, a AP recontratou um integrante da equipe que trabalhou durante o conflito e se juntou às Waffen SS. Este funcionário trabalhou na agência até se aposentar, em 1978. Outro, Helmut Laux, que também foi da SS, segundo a filha preferiu nunca discutir o que fez durante a guerra. “Enquanto viveu estava mais interessado no futuro, não no passado”, disse ela. Pode-se perguntar o motivo.

Segundo o relatório da AP apesar de aqui e ali terem sido cometidos erros as grandes decisões estavam corretas. Independentemente do custo que isso significou, a AP “concluiu que tinha que permanecer para cobrir os eventos para atender aos jornais dos Estados Unidos e ao público norte-americano”.

As explicações da AP para suas ações é o que torna os relatos divergentes dignos da atenção, e não apenas dos historiadores ou, para citar o antigo funcionário da SS agregado à AP: o que interessa nesse caso é “o futuro, não o passado”. A escolha da AP, na década de 1930 – sair moralmente íntegra ou ficar e colaborar em nome do acesso à informação – não chegou ao fim com a Segunda Guerra, e dificilmente preocupa só a AP. Essa questão afeta atualmente a maioria das organizações jornalísticas e quase sempre recebe a resposta errada.

Agências noticiosas ocidentais com escritórios no Irã e Arábia Saudita, por exemplo, fazem concessões aos respectivos governos em troca de acesso às informações e às fontes, mas quase nunca dizem aos leitores quais são essas concessões. Em muitos casos, o resultado é pior do que não ter cobertura alguma.

Na verdade, é algo parecido com cobertura jornalística, mas realmente é desinformação, dando às pessoas a ilusão de que sabem o que está acontecendo em vez de lhes dizer diretamente que estão recebendo informações geradas por regimes que tentam enganá-los.

Um bom exemplo surgiu em 2014, sete décadas depois da confusão moral contada por Scharnberg, com a publicação de minucioso relatório do escritório da Associated Press na Coreia do Norte. Quem o lê parece já ter assistido a esse filme: pois, segundo o veterano jornalista Nate Thayer, no site especializado NKNews.

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Matti Friedman, autor desse texto, chefiou o escritório da agência em Jerusalém

com, no “bureau” em Pyongyang, capital da Coreia do Norte, não trabalhavam repórteres da AP: os funcionários em tempo integral eram norte-coreanos pagos pela AP, que respondiam ao regime.

Por um acordo entre a AP e o governo norte-coreano a agência podia vender imagens de propaganda para o exterior, como aquelas manifestações coreografadas, enquanto os “funcionários” norte-coreanos zelosamente evitavam temas como fome e campos de prisioneiros. Como no relato da historiadora alemã, a AP também lamentou o conteúdo do documento de Thayer, mas não o refutou.

Experiência pessoal O melhor exemplo de minha própria experiência, como correspondente da AP em Jerusalém entre 2006 e 2011, é o de Gaza, território controlado pelo Hamas, e onde a AP tem uma subagência. Dirigir esta subagência requer cooperação ao mesmo tempo passiva e ativa com o Hamas. Um exemplo entre muitos, contado pelo repórter palestino em Gaza: durante a guerra Israel-Hamas, no final de 2008, ele informou a redação em Jerusalém que combatentes do Hamas com roupas à paisana eram contados como civis no número de mortos, um detalhe crucial.

Horas depois, o repórter telefonou de novo e

O oficial a SS Franz Roth fazia freelancer de fotógrafo

Harriet Scharnberg pesquisou as ligações da Associated Press com o nazismo

pediu para omitir esse detalhe da história.

Eu pessoalmente cortei esse trecho do relato pois percebi que recebeu ordens e estava em risco. Aliás, publiquei esse caso em um ensaio para o Tablet, em 2014, no qual conto que a história foi confirmada pelo chefe dele e se eu não cortasse aquela informação a vida do repórter estaria em perigo.

A partir desse momento, a cobertura da AP em Gaza se tornou uma silenciosa colaboração com o Hamas. Certas regras foram esclarecidas aos funcionários locais em Gaza, e o pessoal do escritório, em Jerusalém, advertido para não arriscar a vida da equipe. Nossa cobertura jornalística mudava de acordo com as restrições, embora disso nunca tivéssemos informado nossos leitores. As informações a respeito das ações militares do Hamas eram vagas ou ignoradas, enquanto os efeitos causados pelas ações israelenses eram relatados nos mínimos detalhes sugerindo uma agressão israelense gratuita. Tal como o Hamas queria.

No verão de 2014, um repórter escreveu um relato acerca da censura do Hamas. Os editores engavetaram a matéria. Estávamos trocando a verdade pelo acesso à informação, ao mesmo tempo em que fornecíamos uma ilusão de “cobertura”, que era, na verdade, propaganda – um tipo de propaganda ainda mais eficiente porque não era identificado como “propaganda”, mas simplesmente como notícia originária da “Cidade de Gaza (AP)”.

Se você pode mostrar imagens reais de uma casa destruída por um ataque israelense, mas não pode mostrar que os combatentes do Hamas lançaram um foguete daquele quintal, este relato é mentiroso.

Eis a resposta padrão da indústria de notícias a esse tipo de crítica: relatar parte da história é melhor do que nada. Foi o mesmo argumento que justificava a atuação sob o nazismo: “era fundamental para ela (AP) permanecer na Alemanha e reunir notícias e fotos durante esse período crucial” mesmo que as “notícias e fotos” em questão fossem moldadas pelos nazistas e utilizadas por eles para alcançar objetivos estratégicos.

Uma decisão controvertida mesmo então. Um dos trechos mais interessantes do próprio relato da AP cita o secretário do Interior dos Estados Uni-

Um exemplo entre muitos, contado pelo repórter palestino em Gaza: durante a guerra IsraelHamas, no final de 2008, ele informou a redação em Jerusalém que combatentes do Hamas com roupas à paisana eram contados como civis no número de mortos, um detalhe crucial.

Horas depois, o repórter telefonou de novo e pediu para omitir esse detalhe da história

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MAGAZINE dos, Harold Ickes, em 1941, criticando o trabalho da AP na Alemanha: “Às vezes, me pergunto se não estaríamos mais bem servidos sem despachos desse país se a alternativa é sermos alimentados diariamente por doses de propaganda venenosa”, escreveu Ickes.

No entanto, algumas das pessoas que tomam decisões a respeito de notícias não mudaram seu pensamento desde então, mesmo que hoje ninguém questione a verdadeira natureza do regime nazista ou a diferença entre as fotos da AP e as que já vimos de Dachau e Auschwitz. “É essencial cobrir os regimes tirânicos e outros movimentos antidemocráticos, quando possível dentro das fronteiras que controlam, para transmitir com precisão o que acontece em seu interior”, segundo a editora executiva Sally Buzbee em comunicado que acompanha o novo relato da AP. “Fazemos isso sem comprometer a independência ou os padrões da AP.” Mas, na realidade, quem está dentro das fronteiras de um regime tirânico, não pode “transmitir com precisão o que acontece lá”.

E, uma vez que se estabeleceu permanentemente no país em questão, como os três exemplos discutidos aqui revelam, por definição sua independência e padrões estão comprometidos. Assim, as agências noticiosas acabam se comprometendo.

Rediscutir o jornalismo O relato acerca da Segunda Guerra é uma nova oportunidade para examinar o viés vale tudo em favor do “acesso” e perguntar se as coisas não podem ser feitas de forma diferente. O caso de Gaza, por exemplo: a melhor escolha é realmente ter funcionários internos, se os seus relatos podem ser controlados pelo Hamas? Ou seria mais produtivo se a AP e outras agências reportassem de fora da Faixa de Gaza e usassem fontes internas e externas como a inteligência egípcia, israelense e repórteres palestinos na Cisjordânia para uma imagem mais precisa dos eventos?

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Ou, em vez de pagar um “bureau” ilusório em Pyongyang e aceitar a interferência do ditador norte-coreano Kim Jong-un, por que não gastar esse dinheiro contratando pessoas mais experientes da Coreia do Sul e explorando informações de dissidentes, refugiados e espiões, que, em mãos experientes – e há muitas à disposição da AP – podem, de fato, produzir algo mais próximo da verdade? Embora essas soluções estejam longe de ser perfeitas, são preferíveis do ponto de vista da coleta de notícias.

Uma informação crível explicitamente apresentada como incompleta é muito melhor do que uma imagem distorcida apresentada como realidade.

Nunca como antes, o ano passado os consumidores de notícias receberam uma tempestade avassaladora de desinformação. Não existe alternativa a fontes de notícias conhecidas. Nenhum post no Twitter vai substituir o The New York Times ou a AP. E, no entanto, muitas informações publicadas nestas fontes não são confiáveis, às vezes pelas razões discutidas aqui. Falhas e mal-entendidos entraram na prática e na história do jornalismo como a ideia de que é permitido colaborar com ditaduras e deixar isso na sombra, ou que contar metade da história de uma história é melhor do que ficar no mesmo nível de desinformação dos leitores, e assumir esta situação. Isso torna o jornalismo vulnerável à afirmação de que não há “notícias falsas” porque é tudo falso, mesmo.

Em 1935, os responsáveis pela AP estavam errados. Isso é importante atualmente porque eles e seus concorrentes estão igualmente errados pelas mesmas razões e maneiras semelhantes. Este é um bom momento para os jornalistas pensarem profundamente a respeito de como a profissão falhou há oitenta anos como servir melhor um mundo que precisa do trabalho do jornalista. *Matti Friedman escreveu Pumpkinflowers (“Flores de Abóbora”), ”Livro Notável do New York Times” de 2016 e um dos dez melhores do ano da Amazon

Nunca como antes, o ano passado os consumidores de notícias receberam uma tempestade avassaladora de desinformação.

Não existe alternativa a fontes de notícias conhecidas.

Nenhum post no Twitter vai substituir o The New York Times ou a AP. E, no entanto, muitas informações publicadas nestas fontes não são confiáveis

MAGAZINE

Por Bernardo Lerer

Dunkirk Joshua Levine | Harper Collins | 318 pp. | R$ 22,90

Karl Marx – Uma Vida do Século XIX Jonathan Sperber / Amarilys / 612 pp. / R$ 65,90

O Espírito do Judaísmo Bernard-Henri Levy | Três Estrelas 319 pp. | R$ 57,90

O autor é um dos principais pensadores europeus e nesta obra encara duas tarefas: desmascarar e enfrentar as formas atuais e modernas de antissemitismo que disfarçam “o mais antigo dos ódios” com uma nova roupagem; a outra, é rever os ensinamentos da Torá, do Talmud e da Cabala para refletir a respeito do que significa “ser judeu” atualmente e ressaltar a grande contribuição da cultura judaica para a história do Ocidente. Levy diz que “os judeus vieram ao mundo menos para crer do que para estudar, não para adorar mas para compreender”.

A grande virtude deste livro, aliás explicada pelo título, é enquadrar Marx nas correntes sociais e intelectuais do século 19 em vez de interpretá-lo à luz da história do século 20, contribuindo bastante para redefinir a imagem do homem e de suas ideias. Segundo o New York Review of Books este livro é um sério candidato a ser considerado a biografia definitiva de Marx ainda por muitos anos pelas revelações e episódios memoráveis habilmente interligados pela descrição da Europa do século 19, além de comentários criteriosos a respeito das suas teses.

A Erva Amarga Marga Minco | Editora Record | 128 pp. | R$ 34,90

O Gabinete Negro Max Jacob | Carambaia | 248 pp. | R$ 76,90

Embora tenha sido figura central no cenário das vanguardas parisienses no século 20, Max Jacob (1876-1944) é praticamente desconhecido no Brasil. Max nasceu judeu, mas se converteu ao catolicismo, depois de uma visão de Cristo. Nem isso, no entanto, impediu de ele ser preso e ser levado para o campo de trânsito de Drancy, onde morreu aos 67 anos, por ser judeu. Este livro é um dos melhores exemplos da estética cubista que Jacob criou na literatura, assim como cunhou a expressão cubismo para a pintura e que seu grande amigo Pablo Picasso transformou em formas e cores. É um romance epistolar e a edição do livro é obraprima do design gráfico.

Diário do Gueto Janusz Korczak / Editora Perspectiva / 121 pp. / R$ 21,00

Todos – ou quase todos – conhecem o homem que preferiu morrer com suas crianças a abandoná-las à própria sorte, que é exemplo do compromisso com uma pedagogia centrada no amor, na compreensão e na solidariedade. Mas ele também é o homem de vivências, sentimentos, convivências e ideias cujo testemunho da vida no Gueto de Varsóvia é um documento patético escrito em meio às provações do terror nazista e que sobreviveu porque um amigo, Igor Newerly, o enterrou nas ruínas do gueto e o reencontrou depois da guerra.

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Com o subtítulo “A História Real por Trás do Filme”, conta a história do que foi a famosa “Retirada de Dunquerque”, a épica evacuação de cerca de trezentos mil soldados aliados cercados nas praias da região de Dunkirk, na Bélgica, por navios, aviões e blindados nazistas em maio de 1940, quando as tropas de Hitler avançavam em direção ao oeste da Europa. É a “Operação Dínamo” na qual se envolvem cinco países que enviam toda sorte de embarcações, desde pequenos pesqueiros e barcos de lazer até cargueiros, às praias de Dunkirk para resgatar os soldados. E conseguem.

Depois de publicado a primeira vez em 1957, este livro ganhou várias reedições e o prêmio Ferdinand Bordewijk de melhor livro holandês. Não é literatura de guerra, mas um documento pessoal a respeito da sobrevivência diária da autora, judia, que poupa o leitor de descrever atrocidades a ponto de nunca usar a expressão “nazista” e somente os diálogos curtos sugerem o clima de guerra, em que tudo é feito aos sussurros.

A Holanda foi invadida em 1940, muitos judeus fugiram, mas a família da autora minimiza a situação, fica por lá mesmo e se vira como pode. Marga Minco é pseudônimo da jornalista e escritora Sara Menco, única sobrevivente da família.

A Casa das Rosas Andrea Zamorano | Tinta Negra | 175 pp. | R$ 33,00

O livro ganhou o prêmio “Livro do Ano” pela Time Out Lisboa e foi considerado pela Fundação José Saramago “uma força da natureza que não se pode parar. Os leitores são arrebatados por uma narrativa escrita numa língua portuguesa própria em que não existem fronteiras”. Mas a autora é brasileira e o livro se ambienta em São Paulo, em 1984, época em que o país começa a deixar as trevas da ditadura, se discutem as eleições diretas e a personagem Eulália luta por liberdade, pessoal e política, contra um pai opressor.

Peste e Cólera Patrick Deville | Editora 34 | 206 pp. | R$ 52,00

Com apenas dez por cento de ficção e o resto verdade, isto é, um romance sem ficção, o autor conta de maneira fácil a história de Alexandre Yersin (1867-1943) o brilhante médico e infectologista, discípulo e parceiro de Louis Pasteur que descobriu o bacilo da peste bubônica que, aliás, leva seu nome “yersinia pestis”, assim como o da difteria. Yersin nasceu na Suíça mas estudou em Paris, onde se graduou e depois foi clinicar primeiro em Hong Kong, convocado pelo próprio Pasteur para enfrentar uma epidemia de peste bubônica e, depois, definitivamente, na então Indochina francesa, atual Vietnã, onde se fixou, morreu e recebeu homenagens na forma de museu e uma universidade com o seu nome.

Viva!

Patrick Deville | Editora 34 | 201 pp. | R$ 41,00

Assim como o acima Peste e Cólera, do mesmo autor, esta história de parte da vida de Leon Trotski se enquadra na categoria de “romance sem ficção” que investiga o destino das utopias e esperanças modernas nas mais diversas partes do mundo. Na mesma época, começo de 1937, em que Trotski e a mulher desembarcam no porto de Tampico, no México, do outro lado do país, desce em Acapulco, o escritor inglês com físico de boxeur Malcolm Lowry, autor de À Sombra do Vulcão, levado às telas por John Huston, obra-prima que vai consumir todas suas energias e sanidade mental de Deville, que faz as vidas de Trotski e Malcolm se cruzarem de forma fascinante.

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CURTA CULTURA Música dos campos e guetos

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compositor Alberto Gentilli Serenatella (foto) era professor na Universidade de Turim, em 1927, quando descobriu uma pilha de manuscritos de partituras guardadas num cesto de vime. Levou-os para a universidade e guardou-os em segurança. As partituras eram de um certo Antonio Vivaldi. E Serenatella, judeu. Por esta razão na época não lhe deram crédito. E piorou depois, a partir do discurso de Benito Mussolini, em Trieste, em setembro de 1938, dois meses antes da Noite dos Cristais, na Alemanha, proclamando as leis raciais na Itália, na esteira daquelas de Nurenberg, e enfatizando que o “judaísmo internacional é o inimigo irreconciliável do fascismo”.

Gentilli era compositor e sua Opus. 10, para Clarineta e Piano, uma ode à esperança e contrária ao desespero. Esta peça assim como centenas de outras, escritas por compositores judeus na Itália nos tempos do fascismo, foi recuperada pelo músico e pesquisador Davide Casali, que encontrou peças de Leone Sinigaglia e Guido Alberto Fano, ambos assassinados em 1944.

Todas estas composições fazem parte, agora, do acervo do Viktor Ullmann Festival, encontro anual destinado a preservar e executar a então clandestina música concentracionária, escrita pelos presos nos guetos e campos de concentração. Um deles foi Renzo Massarani e, outro, Marc Lavry que escapou da Itália, imigrou para Israel e lá se tornou um compositor prolífico. O nome do festival é em homenagem ao compositor tcheco Viktor Ullmann que ficou dois anos preso no campo de trânsito de Theresienstadt, a setenta quilômetros de Praga, e depois morto em Auschwitz.

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Por Bernardo Lerer

“West Side Story”, por Steven Spielberg Como se não bastassem os prêmios das academias e o projeto, já em andamento, de filmar o sequestro de Edgardo Mortara, em 1850/60, um menino judeu de Bolonha de 6 anos, convertido à força ao cristianismo e, depois, ordenado padre e bispo, agora vai escrever e dirigir uma nova versão de West Side Story, de Leonard Bernstein.

Seu colaborador será o celebrado roteirista judeu Tony Kushner, autor de Angels in America, a mais importante peça teatral dos anos 1990 e autor, também, dos roteiros de Munique e Lincoln, dois filmes de Spielberg.

E, por falar em musicais, o diretor do mais famoso musical judeu, Fiddler on the Roof, Norman Jewison, hoje com 91 anos, é um protestante de Toronto, e não judeu, como se acreditava. De volta a West Side Story: a peça original foi ideia do diretor e coreógrafo Jerome Robbins (nascido Rabinowitz) a partir de uma adaptação que fez de Romeu e Julieta, de Shakespeare, ainda nos anos 1940, logo depois da guerra.

Ele apresentou seu projeto a dois outros judeus, Leonard Bernstein e Arthur Laurents, aos quais pediu para escreverem a música e o libreto, respectivamente. Originalmente a peça deveria ser ambientada no Lower East Side, habitada principalmente por judeus, e a personagem Maria, uma sobrevivente do Holocausto que veio para Nova York depois de um temporada em Israel.

No decorrer do projeto, Bernstein e Laurents ainda se reuniram várias vezes com o compositor judeu Steven Sondheim. Consta – diz a lenda – que num desses encontros Laurents tinha em mãos um jornal que noticiava o conflito entre gangues de imigrantes da América Latina. Nesse momento, trocaram East Side Story, por West Side Story. Assim satisfaziam os novos imigrantes de West e diminuíam as tensões entre judeus e protestantes irlandeses, vizinhos na zona leste da cidade.

Uma estrela sobe

Homenagem póstuma

O

Se 2017 foi o ano de Gal Gadot como Mulher Maravilha, o noticiário do show business americano indica que 2018 será o de Shiri Maimon, 36 anos, nascida em um subúrbio de Haifa, de família sefaradita e durante o serviço militar integrou a trupe de músicos e cantores da força aérea.

Ela está cotada para estrelar Roxie Hart, no musical da Broadway Chicago, há anos em cartaz.

Maimon (foto) conquistou os israelenses há mais de uma década quando ficou em segundo lugar na primeira edição de Kochav Nolad (literalmente “Uma Estrela Nasceu”) a versão sabra American Idol. Depois ela gravou vários CD’s e fez uma apresentação triunfal no concurso musical da Eurovision, realizado em 2015, em Kiev, Ucrânia, mas ficou em quarto lugar.

Ela fez o papel de Evita no musical de mesmo nome, de Andrew Lloyd Webber, no teatro Habima, em Tel Aviv, há dois anos. Os mais afoitos dizem que ela poderá seguir os passos de Liza Minelli, Brooke Shields e Melanie Griffith que também representaram a personagem Roxie, no musical.

Para ver e ouvir melhor os espetáculos

cantor e compositor canadense de origem judaica Leonard Cohen (foto), morto em novembro de 2016, venceu seu primeiro Grammy, mas postumamente, no final de janeiro pela canção You Want It Darker, uma das faixas do último CD e cujo título pressagia sua morte iminente.

Apesar de ser um expoente da cultura pop e da literatura, Cohen sempre foi excluído das listas de premiações do Grammy.

O CD com a música que lhe valeu o prêmio foi lançado três semanas antes da sua morte, aos 82 anos, em Los Angeles. Nesta música ele diz várias vezes “Hineni” , “estou aqui”, em hebraico, e acrescenta “Estou pronto, meu Senhor”, em que é acompanhado pelo coro da sinagoga Shaar Hashamaim, em Montreal. Ele acompanha a compositora canadense Joni Mitchell e o lendário pianista de jazz Herbie Hancock, que conquistaram o prêmio de Álbum do Ano, em 2008.

O

s teatros da Broadway são alguns dos mais concorridos destinos turísticos do mundo, mas nem tanto para pessoas com problemas de locomoção ou deficiência auditiva e visual. Mas estes problemas estão acabando porque uma startup israelense acaba de lançar o aplicativo GalaPro que facilita a vida destas pessoas.

O app mostra legendas para quem é deficiente auditivo e, brevemente, um amplificador, e para os deficientes visuais uma trilha sonora que narra a encenação, semelhante a uma tecnologia já existente para filmes. O processo é simples: o usuário baixa o GalaPro no celular, coloca o nome do teatro que tem rede de wifi exclusiva para o app que, aliás, sugere ao usuário colocar o aparelho no modo “avião” para não incomodar o vizinho de cadeira nem violar a etiqueta teatral. Aí a pessoa escolhe a apresentação que está assistindo e todos os serviços selecionados começam a ser executados automaticamente assim que as cortinas sobem.

Treze casas de espetáculos da Shubert Organization, na Broadway, já estão equipadas para atender estes apps. O pessoal que desenvolveu o GalaPro acredita que este aplicativo somado, ao interesse das casas de espetáculos, abra novas oportunidades àqueles portadores de deficiências que o aplicativo consiga atender. O GalaPro foi lançado mês passado pois fevereiro, em Israel, é o mês da inclusão social de pessoas com deficiência.

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CURTA CULTURA

Museu Judaico da Itália, em Ferrara

Imagens da tragédia “Flashes of Memory” foi uma das exposições de sucesso em Yad Vashem com a coleção de fotos feitas por Zvi Kadushim, do Gueto de Kovno, na Lituânia, desde a sua construção, em 1941, até a liquidação dele, três anos depois. Zvi fez milhares de fotos que revelou e copiou no laboratório de raios-X do exército alemão onde trabalhava como técnico de R-X. Para conseguir fotografar sem ser descoberto ele fotografava clandestinamente através de suas roupas, geralmente surradas.

Depois cuidou de esconder os filmes e as fotos de modo a que pudessem ser descobertos depois da guerra. Pouco antes de morrer, em 1997, Zvi deu um longo depoimento e contou que tirou milhares de fotos antes, durante e depois da guerra, “como um testemunho para a posteridade”.

Além das imagens de Kadushim (foto) a exposição contém fotografias feitas por alemães, judeus e americanos e soviéticos, isto é, os assassinos, as vítimas e os libertadores. Algumas das fotos registram a libertação de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945 pelas tropas do Exército Vermelho. Mas como não havia fotógrafos acompanhando os soldados, uma semana depois da libertação, portanto nos pri-

meiros dias de fevereiro daquele ano, os presos foram chamados de volta ao campo, vestiram as mesmas roupas que usavam no momento da chegada das tropas e foram fotografados.

A exposição é rica porque de seu acervo constam as fotos feitas por pessoas, civis e soldados alemães ou dos países conquistados pelos nazistas, que iam aos guetos testar as máquinas fotográficas.

Os aliados e os russos tiraram centenas de fotos para propaganda, imprensa e depois usadas como provas nos julgamentos de Nurenberg.

Massageava Himmler para salvar vidas

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an e Antonina Zabinski usaram o zoológico onde trabalhavam para salvar judeus. Assim como fez Oscar Schindler com sua fábrica. Na Holanda, Jaap Penraat contrabandeava judeus vestidos como operários da construção.

Estes e outros, como é sabido, foram considerados “Justos Entre as Nações”, honraria concedida por

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Ferrara é uma cidade na região de Emilia Romagna, cuja capital é Bolonha, no nordeste da Itália, uma das mais ricas do país. A prisão de Ferrara (na foto, em obras do museu) é um edifício de dois andares, de tijolos vermelhos, construído em 1912, destinado não apenas aos presos, mas também a ser uma mancha na paisagem urbana.

Foi fechada em 1992. Desde a ascensão de Mussolini e a proclamação das leis raciais, um dos locais escolhidos para aprisionar judeus.

Mas em dezembro de 2017, no primeiro dia Chanuká, virou sede do Museu Nacional do Judaísmo Italiano e da Shoá, primeira etapa de um projeto monumental de, até 2020, concluir um complexo de cultura judaica com o nome de Museo Ebreo de Italia e da Shoá (MEIS, em italiano).

Inaugurado pelo presidente da Itália, Sergio Mattarella, o projeto do conjunto de edifícios é abrigar tudo o que for possível a respeito de de cerca de dois anos de presença judaica na Itália, além de realizar debates e encontros acerca das minorias e como as diferentes culturas interagiam ao longo da história, e a escolha de uma antiga prisão, e que teve os judeus como principais “hóspedes”, que “foi espaço de segregação e exclusão passou a ser um espaço de inclusão”, segundo seu diretor, Dario Disegno.

Nas imediações da antiga prisão serão construídos cinco edifícios representando os cinco livros da Torá e cuja arquitetura se mistura à da cidade. Ferrara foi escolhida porque para sede do MEIS em razão da existência de judeus no local desde o tempo dos romanos e o ponto alto foi durante o reinado da casa de Estes, nos sécu-

Israel. Falta Felix Kersten (na foto com Himmler, à direita), nascido em Tartu, hoje Estônia, em 1898.

Formado em fisioterapia, em Helsinque, especializou-se em Berlim, na clínica do dr. Ko, um massagista cuja clientela eram os ricos e famosos de antes e de durante a República de Weimar.

O dr. Ko voltou para o Tibet, sua terra natal, e deixou a clínica por conta das mãos mágicas de Kersten, que se casou com uma alemã e instalou a clínica numa grande casa no bairro mais

los 15 e 16, quando os duques abriram as portas da cidade aos judeus expulsos de Portugal, Espanha, Alemanha e dos estados papais da Itália, oferecendo-lhes liberdade e proteção. Ferrara foi também cenário do clássico romance O Jardim dos Finzi-Contini, de Giorgio Bassani, e levado às telas em 1971 pelo diretor Vittorio de Sica com Helmut Berger e Dominique Senda.

Os judeus prosperaram no período da Renascença como financistas, engenheiros, médicos e editores. Estima-se que lá viviam pelo menos dois mil judeus em 1589, na região hoje compreendida pelas vias Vittoria, Vignatagliata e Mazzini onde funciona uma sinagoga desde o século 15. Entre 1930 e 1938 o prefeito era Renzo Ravenna, deposto pelo fascismo porque era judeu.

Na Segunda Guerra setecentos judeus fugiram, mais de cem dos que ficaram foram assassinados e, depois de 1945, 150 retornaram.

elegante da cidade.

Tudo ia muito bem até eclodir a Segunda Guerra e seu paciente mais importante era o comandante da SS e arquiteto do genocídio dos judeus Heinrich Himmler, que tinha problemas gástricos e só melhorou graças às suas massagens.

O nazista queria que ele fosse seu médico e massagista particular, mas embora durante as sessões Kersten tenha se tornado uma espécie de confidente dele, recusou.

Himmler ameaçou: a missão ou o campo de concentração.

Ele aceitou e preferiu massagear Himmler naquilo que lhe pareceu uma decisão egoísta, mas decidiu se valer dela com uma proposta ousada ao carrasco nazista que o chamava de “meu mágico Budá”: uma massagem por uma vida, ou mais de uma, se possível.

A cada sessão, Himmler, dizia: “cada massagem do dr. Kersten me custa uma vida”.

Um monstro, como se vê.

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A PALAVRA

Por Philologos

XINGAMENTO

em tempo e lugar

Em hebraico, árabe, inglês, alemão ou qualquer outro idioma, palavras tabus são curiosas. Alguns linguistas acham que estamos prestes a entrar em um período sem tabus. Isso é improvável. À medida que as palavras antigas vão sendo eliminadas, novas palavras tabus surgem constantemente

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“Y

ihrib beytach”, disse o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, a Donald Trump, em um discurso em Ramalá, expressão corretamente traduzida pelos meios de comunicação como “Que sua casa seja destruída”. Abbas não pensava necessariamente na Casa Branca. Esta expressão árabe comum usada por ele poderia ser traduzida de modo menos literal, mas mais idiomático, como “Vá para o inferno” ou “Maldito seja”.

São curiosas as palavras usadas como xingamento. Aquelas que se referem às partes baixas do corpo humano e suas funções são universais. Outras, como yihrib beytach, se limitam a um ou a poucos idiomas. Embora qualquer um que sabe hebraico reconheça yihrib beytach na forma cognata yeherav beitchá, a última não é uma frase a ser usada para xingar em hebraico, e deve ser entendida, se aplicada a um presidente norte-americano, como referência à residência na avenida Pensilvânia. Do mesmo jeito, traduzida literalmente para o árabe ou qualquer outro idioma, a maldição hebraica yimach shimchá, “Que seu nome seja apagado”, seria entendida como uma alusão à remoção de alguma lista ou documento, em vez, como é o caso, significar exatamente o mesmo que yihrib beytach em árabe.

Essas duas expressões são muito antigas. Shem ou o nome de alguém no hebraico bíblico era a única esperança de imortalidade – tudo o que restava de alguém, na forma da reputação que vem à lembrança e dos descendentes que a carregam, após sua morte; é o esquecimento ou “o apagar”, na linguagem de Salmos 109:13, implicando a extinção completa de um indivíduo. E a expressão nascida deste verso manteve seu poder no hebraico até hoje. Da mesma forma, a tenda nômade, a beyt ash-sha’ar, a “casa de lã” do beduíno do deserto, era a única casa da maioria dos árabes na antiguidade, e sem ela seria um sem-teto onde quer que fosse. Pedir para apagar um shem ou a destruição de um beyt significava condenar alguém à perdição ou condená-la ao inferno na era da crença cristã na vida após a morte.

Maldições diferem de vulgaridades ou obscenidades, embora muitas também possam ser vulgares. Dizer a alguém yihrib beytach, “que sua casa seja destruída”, entre os que falam árabe, ou yimach shmó, “Que seu nome seja apagado”, entre os falantes de hebraico, é uma linguagem forte, mas não é e nunca foi socialmente inaceitável. A este respeito, tais expressões diferem de “Vá para o inferno” ou “Maldito seja”, que – pelo menos até o século 20 – eram consideradas impróprias para os ouvidos de mulheres e crianças, e até mesmo de homens mais conservadores.

Esta é a razão porque o presidente Abbas pode dizer publicamente yihrib beytach ao presidente Trump, enquanto o presidente Trump – bem, talvez qualquer presidente norte-americano antes de Trump – nunca diria publicamente “Vá para o inferno” ou “Maldito seja” ao presidente Abbas. Embora o outrora forte tabu social em relação a expressões com “inferno” ou

“maldito” tenha perdido força, não desapareceu inteiramente. Embora outras línguas também tenham essas expressões (como, por exemplo, o agora arcaico francês sacre bleu, “santo azul”, no lugar de Sacre Dieu, “Santo Deus”), nenhum dos quais eu conheço fez uso sistemático deles como no inglês norte-americano.

E, no entanto, por que, se os termos yihrib beytach e “Vá para o inferno” ou “Maldito seja” significam praticamente o mesmo, um deles foi considerado vulgar e o outro, não? Uma resposta instintiva a esta pergunta pode ser que beyt nunca foi uma palavra tabu em árabe, como os termos “inferno” e “maldito” foram em outras línguas.

Por que esses dois termos eram palavras tabus em inglês (hell e damn) e não na maioria das outras línguas europeias, com exceção de várias intimamente relacionadas com o inglês, como o sueco, o holandês e o alemão? É porque expressões insultuosas ou de raiva como “ir para o inferno” (por exemplo, alemão Fahr zu Hölle) ou “Goddamn” (por exemplo, o godverdomme holandês) se tornaram assim? Ou, inversamente, essas expressões eram tão insultuosas ou raivosas porque as palavras usadas nelas já constituíam tabu?

O tabu das palavras É difícil explicar. De acordo com os estudiosos do assunto, as palavras tabus tenderam a se concentrar em torno de religião, doenças, sexo e excreções corporais, que inspiram fortes emoções e medos, sendo “inferno” e “maldito” pertencem ao primeiro grupo. No entanto, algumas palavras tabus não têm nada a ver com nenhuma dessas quatro áreas. É o caso do do britânico “bloody/sangrento”, um adjetivo intensificador que nunca entrou para o inglês norte-americano. Sabe-se que esse termo se originou no final do século 17 ou início do 18, possivelmente tendo “sangue” no sentido de aristocrata arruaceiro, de modo que ao se dizer que alguém estava “bloody drunk” significava que ele estava tão bêbado como um aristocrata desordeiro, isto é, muito bê-

bado. Durante pelo menos meio século, “bloody/sangrento” não foi considerada uma palavra particularmente censurável; até que, por razões pouco claras, em torno de 1750, começou a ser, e sua condição de obscenidade cresceu ao longo do tempo – tanto que, no final do século 19, raramente era impressa a não ser como “b-y” e era, segundo o Oxford English Dictionary, uma palavra considerada “horrível pelas classes respeitáveis”. E tendo atingido o pico na era vitoriana, o valor do seu impacto diminuiu gradualmente até que hoje não é pior do que uma “damn/droga” vigorosa.

Como tudo o mais, as palavras tabus entram e saem de moda. Atualmente, com os códigos sexuais permissivos e o declínio da religião tradicional, muitas palavras tabus se tornaram aceitáveis em formas inimagináveis. Palavras como “f-k” embora ainda encontrem resistência agora são usadas rotineiramente em reuniões com homens e mulheres ou só mulheres, além de livros e filmes. Talvez, um dia, “f-k you” não parecerá mais vulgar do que yihrib beytach, do qual também não é uma tradução ruim.

Por isso, alguns observadores linguísticos acreditam que estamos prestes a entrar em um período sem tabus. Isso é improvável. À medida que as palavras antigas vão sendo eliminadas novas palavras tabus surgem constantemente, e há poucas possibilidades de o gênero se esgotar. Em parte, porque o desejo de chocar e mostrar o desrespeito pelas normas sociais e de se unir com os outros que compartilham o mesmo desprezo sempre estará conosco; e porque, apesar de a nossa sociedade ter se tornado permissiva em alguns aspectos, em outros ficou muito puritana.

De fato, podemos ser conhecidos pelos futuros historiadores como a Era da Permissividade Puritana. Basta pensar em todas as coisas que eram ditas e que se tornaram indizíveis pelos cânones de correção política para constatar a quantidade de tabus que a cultura contemporânea criou. É apenas uma questão de tempo antes de uma ou mais dessas se transformar em “bloody” dos nossos tempos.

Dizer a alguém yihrib beytach, “que sua casa seja destruída”, entre os que falam árabe, ou yimach shmó, “Que seu nome seja apagado”, entre os falantes de hebraico, é uma linguagem forte, mas não é e nunca foi socialmente inaceitável

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GALERIA

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5. Embaixadores do Non Violence Project, Beatriz de Carvalho e André Guitcis em evento na Casa de Portugal; 6 e 7. Espaço Gourmet recebe Texas Hold’em Cash game para os amantes do poker em grande estilo.

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1, 2 e 3. Cultura indiana no Teatro Anne Frank. Mariza de Aizenstein recebeu o cônsul Vijay Singh Chauhan; a voz melodiosa de Kavita Krishnamurthy; o violino de L. Subramaniam e percussionistas

1. Em Jerusalém,

Tatiana e Yon uniram as famílias Milkewitz e Raielanu.

Mazaltov com sotaque brasileiro; 2. Desirée Suslick, Ineive Ziliotto e Henrique de Carvalho somaram a alegria de Priscila e Joel; 3 e 4.

Show do MeioDia na Praça Carmel, com a animação de Soli Mosseri e Rosa Epelbaum; Tani e Beirel Zukerman na plateia;

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4. Peach Photo Art renovada no Shopping D&D. Sima Woiler, artistas e equipe da casa; 5. Marcelo Steinberg falou de Cabalá para alegria da Feliz Idade; 6. Luiz Frid na Sapucaí. Sambou na Portela, cantando a história dos judeus do Recife colonial 59

GALERIA Tu B’Shvat com orações, música e plantio. 1. Margot Kulock e sua voz melodiosa; 2. Leonor Szymonowicz trouxe a voz de Na’amat Pioneiras; 3.

Vereador Gilberto Natalini sempre presente na comunidade;

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4. A tradição de saborear frutos; 5. Clarice Jozsef, Marcelo Schapô, Mônica Baran e Eduardo El Kobbi; 6. Plantando com o secretário de Estado Floriano Pesaro e Paulo Mathias, subprefeito de Pinheiros; 7. Quarteto das irmãs Grabarz encanta cada vez mais

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1, 2, 3, 4 e 5. Nessim Hamaoui homenageou os setenta anos de Israel em mostra de fotos na Galeria de Arte; reprodução do Kotel chamou a atenção de todas as idades; Lá está Ben-Gurion (z’l), na galeria dos hóspedes ilustres do Hotel Jaraguá, no centro de São Paulo; 6 e 7. Feliz Idade conheceu suas diretoras: Glorinha Cohen, Lilian Blech e Anita Rapoport, apresentadas pelo vice-presidente Social e Cultural Sandro Assayag

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GALERIA 1

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3 1 e 2. Na primeira edição do Aponte em 2018, o grupo Jovens sem Fronteiras reuniram grande público na Esplanada para a um debate sobre os Bnei Anussim (convertidos à força a outra religião) 3. Sob o nome de “Plano B”, professores do Centro de Música animaram o público infantil no primeiro sábado de fevereiro 4. Elenco da peça Moda Livre se reuniu para as duas sessões programadas para atrair novos integrantes para o grupo Questão 5. Na Brinquedoteca, o teatro de fantoches aproxima adultos e crianças

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1 e 2. Na primeira atividade em 2018, os chanichim dos Hebraikeinus 1 e 2 escolheram entre as oficinas de teatro e artes plásticas 3, 4 e 5. Na recepção dos Hebraikeinus 3, 4 e X após as férias, monitores e chanichim mostravam muito entusiasmo 6. Quando surge oportunidade, os garotos do Hebraikeinu 3 estão sempre dispostos a posar para uma foto

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GALERIA

Este ano, a Pholia dos Clubes lotou a rua Gumercindo Saraiva.

Abadás coloriam a tarde, pais e filhos dançavam. Pinheiros, Paulistano, Paineiras e Hebraica juntos em plena folia pós Carnaval. DJ Axé 90 Graus deu a largada com muito som e a festa acabou quando Jorge Benjor cantou tudo que queria

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OPINIÃO

Por Daniel B. Shapiro *

SÍRIA E IRÃ AMEAÇAM,

e Israel que se vire sozinho

Mesmo antes dos eventos dramáticos daquele sábado, 10 de fevereiro, na fronteira Israel/Síria, em que Israel abateu um drone e a Síria um avião F-16 e Israel bombardeou posições iranianas em território sírio, já se discutia o grau de envolvimento norte-americano em ajudar Israel nos desafios cada vez mais complexos ao norte

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oincidentemente, no mesmo final de semana, o secretário de Estado Rex Tillerson, iniciava um tour por Amã, Ancara, Cairo, Cidade do Kuwait e Beirute, mas não Jerusalém, teria a chance de mudar isso, em benefício dos interesses norte-americanos e israelenses.

O foco dos Estados Unidos na Síria foi consolidar a derrota do Estado Islâmico (EI) no centro e leste do país, apoiar os aliados curdos e sunitas contra um possível ressurgimento do EI e, até certo ponto, conter o avanço iraniano ou sírio em áreas antes controladas pelo EI. Para isso vai usar dois mil soldados norte-americanos, apoiar as forças democráticas da Síria e os esforços de estabilização liderados pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid).

Os Estados Unidos não se preocuparam muito em evitar o estabelecimento de instalações militares iranianas na Síria que poderiam ser usadas para atacar Israel. Um acordo não consegue impedir que iranianos e pessoal apoiado pelo Irã se aproximem da fronteira israelense e dos postos de vigilância e observação nas Colinas de Golã é possível ver a movimentação na fronteira. Esse aparente desinteresse norte-americano se explica pela eficácia como Israel sozinho trata do assunto.

Segundo o ex-comandante da Força Aérea israelense, major-general reformado Amir Eshel, nos últimos cinco anos Israel atingiu alvos na Síria quase cem vezes, visando principalmente as remessas de armas iranianas ao Hizbollah, no Líbano. Nos últimos seis meses, essa campanha foi mais abertamente reconhecida e direcionada aos ativos iranianos reais dentro da Síria.

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As administrações Trump e Obama apoiaram a liberdade de ação de Israel para realizar esses ataques. Nenhum dos dois governos desejou se envolver em ações militares diretas e, para ser justo, Israel não pediu aos Estados Unidos para desempenhar esse papel. Mas, diante dos eventos daquele sábado, os Estados Unidos precisam rediscutir seu papel.

Israel respondeu à incursão de um drone em seu espaço aéreo com ataques a múltiplos alvos sírios e iranianos, e um F-16 foi abatido pelo fogo antiaéreo sírio. Felizmente, o avião caiu em território israelense e a tripulação foi levada para o hospital. Este foi o primeiro avião de combate israelense derrubado em combate em décadas, e a perspectiva de que ele poderia ter caído na Síria, e sua tripulação capturada ou pior, é reveladora da proximidade de mais e piores complicações.

Teria sido o momento ideal para um secretário de Estado, no caso Rex Tillerson, embarcar para o Oriente Médio, incluindo Israel, coordenar políticas substantivas, traçar estratégias conjuntas entre Estados Unidos, Israel e outras capitais da região, como fizeram muitos secretários de Estado em momentos semelhantes de crise. Mas, estranhamente, Israel foi excluído do itinerário. Um erro.

O objetivo seria garantir que Israel e os Estados Unidos estivessem de acordo quanto às ameaças da Síria e do Líbano. Desde a Segunda Guerra do Líbano de 2006, Israel havia se preparado para o próximo conflito com o Hizbollah, que parece inevitável pela quantidade de mísseis e foguetes lançados contra Israel, que procura adiar esse conflito indefinidamente. Mas elementos novos complicam o cálculo. Um

deles é a disposição cada vez maior do Irã em contrabandear armas, milícias iranianas e xiitas para áreas na Síria, de onde se pode se atacar Israel diretamente. Foi de uma destas bases que partiu o drone em direção a Israel, e afinal abatido.

Outro fator é a possibilidade de que o Hizbollah, patrocinado pelo Irã, produza mísseis no Líbano. Em uma próxima guerra essas armas poderiam ameaçar diretamente alvos israelenses críticos, como as instalações do ministério da Defesa, aeródromos e usinas de energia. Por isso, Israel atacou carregamentos da Síria para o Líbano.

A perspectiva de produção local no Líbano pode levar a que Israel refaça seus cálculos: esperar ou destruir essas instalações no Líbano o mais cedo possível e deflagrando um conflito mais amplo? Terceiro é o papel da Rússia como patrocinadora e protetora do regime de Assad e aliada do Irã complica a estratégia israelense e até suas operações, mas também sugere envolver a Rússia em impor restrições ao comportamento iraniano.

O tempo dirá se, depois desse tour, o secretário de Estado americano conseguiu apoio de outros líderes regionais para que a Rússia, tão ativa no Oriente Médio, ouça o coral de vozes para a importância de reprimir a agressão iraniana antes de levar a uma guerra desestabilizadora que ninguém quer, e que a Rússia também não deveria querer.

Beirute deve ter sido a parada mais importante do secretário de Estado Tillerson, pois o Hizbollah, enquanto representante do Irã, também desempenha papel importante na política libanesa. E, como tal, não está imune às considerações a respeito da posição que ocupa no país, muito além de sua base xiita. Tillerson deve ter explicado aos anfitriões libaneses quais os riscos representados à infraestrutura e à população do país se as ameaças iranianas e do Hizbollah contra Israel desencadearem uma guerra em grande escala.

E se isso acontecer os Estados Unidos procurarão liderar os esforços diplomáticos para encerrá-la e a diplomacia para levá-la ao fim depois que o Hizbollah receber um golpe decisivo. No entanto, até lá terá havido grande sofrimento e sacrifício de todos os lados.

No Oriente Médio os protagonistas costumam prestar atenção a símbolos. As visitas de Trump e do seu vice Pence a Israel transmitiram apoio e amizade. Mas a visita de um secretário de Estado em momento de crise demonstra outra coisa: coordenação detalhada e vigilância decidida pelos aliados norte-americanos e israelenses para enfrentar e impedir as ameaças em tempo real. E, da mesma forma e com igual clareza, a ausência de Tillerson – enquanto foi a capitais ao redor de Israel – dirá à região que Israel está por sua conta própria e risco contra o Irã na Síria.

Segundo o excomandante da Força Aérea israelense, majorgeneral reformado Amir Eshel, nos últimos cinco anos Israel atingiu alvos na Síria quase cem vezes, visando principalmente as remessas de armas iranianas ao Hizbollah, no Líbano

* Ex-embaixador dos Estados Unidos em Israel

Restos do avião israelense abatido no espaço aéreo sírio

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ENSAIO

Por Joseph Epstein

Piadas como Epicuro (341-270 antes da Era Comum), o filósofo grego fundador da escola do epicurismo, talvez também tenha sido o primeiro psiquiatra do mundo, pois além de filosofar a respeito da cosmologia e da ética, Epicuro usava um método para conter a ansiedade.

Espécie de “alcance a serenidade em quatro passos”, a saber:

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gênero de pensamento 1 – Não acredite em Deus ou nos deuses. Muito provavelmente eles não existem, e mesmo se existissem, é absurdo supor que estejam cuidando de você e mantendo uma rigorosa contabilidade do seu comportamento.

2 – Não se preocupe com a morte. Morte é esquecimento, condição quase igual

Segundo Michael Krasny, contar piadas faz parte da vida humana e nunca vai desaparecer

da de sua vida antes de você nascer: vazio absoluto. Não se preocupe com céu ou inferno; nenhum deles existe – depois da morte não há nada, nadica de nada.

3 – Faça o possível para esquecer a dor. Eis duas possibilidades: diminuir e vai embora, ou piorar e você morrer. Se morrer, hakuna matata, pois a morte, como sabemos, não apresenta nenhum problema, sendo nada mais do que um sono eterno sem sonhos.

4 – Não perca tempo tentando adquirir luxos cujos prazeres certamente serão desproporcionais ao esforço para obtê-los. Daí decorre que a ambição em geral – pois coisas, dinheiro, fama, poder – também deve ser desprezada.

Simplesmente não vale a pena o esforço.

Resumindo: se esquecer Deus, a morte, a dor e o consumo suas preocupações acabam. Se alguém tiver êxito nisso, pode simplesmente funcionar. “Viva a vida discretamente”, como aconselha Epicuro, e terás serenidade. A menos que você seja judeu.

Existem judeus brilhantes, estúpidos, espalhafatosos, monótonos, experientes, tolos, sensatos, neuróticos, refinados, vulgares, sábios e malucos, mas não se sabe de nenhum judeu sereno, e talvez nunca tenha existido um. Marco Aurélio, ao visitar a Palestina em 176 EC, observou: “Ò marcomanni (germânicos), quadi (germânicos) e sarmatae (iranianos), finalmente encontrei pessoas mais excitáveis do que vocês”.

Considerados em conjunto, os hábitos judeus de pensar, com ironia, ceticismo e crítica, impedem ainda mais a serenidade. Esses hábitos derivam da história judaica e da experiência pessoal. Já se perguntou se havia palavras em ídiche que não fossem críticas. É possível. Mesmo as palavras que podem parecer elogiosas, como chochem, para o homem sábio, com mínimo esforço pode se tornar irônica. “Menos chochemess, Hannah Arendt”, já disse alguém quando foi mencionado o nome de Arendt.

A busca pelo caráter judaico, tanto de parte dos judeus quanto dos outros, tem sido interminável e provavelmente o seja. O humor judaico pode oferecer uma pista útil?

O que há de notável e incontestavelmente judaico a respeito do tipo de piadas que os judeus contam e apreciam, e acerca de piadas com judeus, bem como o apetite voraz pelo humor?

Por maior que seja a inclinação judaica por piadas, os judeus não são os únicos a contá-las. Philogelos (O Gracejador) é uma antologia de piadas escrita em grego no século 4, mas muito difundida em Roma. Em Philogelos constam “piadas a respeito de médicos, homens com mau hálito, eunucos, barbeiros, homens com hérnias, calvos, cornudos, cartomantes duvidosas, estudiosos e in-

telectuais e mais personagens pitorescos da vida romana”.

Na palestra “O Lugar do Riso na Inglaterra dos Tudors e Stuarts”, o historiador britânico Keith Thomas observa que “piadas são um indicador de situações engraçadas, áreas de ambiguidade estrutural na própria sociedade, e seu tema pode ser um guia revelador de tensões e ansiedades do passado”. A respeito de tensões e ansiedades passadas e presentes os judeus conhecem ambas.

No livro On Humour (“Sobre o Humor”), o filósofo inglês Simon Critchley diz que piadas ajudam a ver nossas vidas “como se tivéssemos acabado de aterrissar de outro planeta”. E mais, “o comediante é o antropólogo da nossa monotonia cotidiana”, que ajuda a vê-la de fato de fora. Cada piada é “um pequeno ensaio antropológico”. Aliás, as piadas mais elaboradas e melhores, parecem contos.

O escritor Saul Bellow conta essa: Yankel Dombrovsky, do shtetl de Frampol, 42 anos, solteiro, tímido em geral e assustado com mulheres em particular. Miriam Sch-

neider é uma jovem viúva recém-chegada do vizinho shtetl de Blumfvets. Como um solteirão judeu é uma shande, (desgraça, vergonha, em ídiche), arrumou-se um encontro entre Yankel e Miriam. Aterrorizado, Yankel pede um conselho à mãe.

“Yankel, filho querido, por favor, não se preocupe. Todas as mulheres gostam de falar de três coisas: de família, comida e filosofia. Trate desses assuntos e o encontro vai dar certo.”

Miriam Schneider tinha 1,20 metro, pesava talvez 100 quilos, e rosto inexpressivo.

“Oy”, pensa Yankel. “Do que mamãe disse que as mulheres gostam de falar? Oh, sim, comida.

“Miriam”, pergunta com voz trêmula, “Você gosta de macarrão?”

“Não”, diz Miriam, a voz mal-humorada, “não gosto de macarrão”.

Agora, família. “Miriam, você tem um irmão?”

“Não tenho irmão”, responde Miriam.

“Está cada vez pior. A terceira coisa? Filosofia. Oh, sim, filosofia.”

“Se você tivesse um irmão, ele gostaria de macarrão?”

Existem judeus brilhantes, estúpidos, espalhafatosos, monótonos, experientes, tolos, sensatos, neuróticos, refinados, vulgares, sábios e malucos, mas não se sabe de nenhum judeu sereno, e talvez nunca tenha existido um

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ENSAIO Fórmula ideal Para uma piada são necessárias três pessoas: uma para contar, uma para captá-la e outra para não captá-la. Para aqueles que podem não ter entendido, o objeto desta piada é a filosofia, claro, a filosofia acadêmica contemporânea. Saul Bellow contou esta piada em meio à discussão da carreira de um filósofo de Oxford. Bellow gostava muito de piadas, mas só as contava se provocassem efeito ou sublinhassem um ponto. Era um humor geralmente mais livre, provocado pela ocasião. Certa vez, no Instituto de Arte de Chicago, ao passar diante da pintura “Judith com a Cabeça de Holofernes”, de Felice Ficherelli, comentou: “É isso o que você ganha por se enganar com uma moça judia”.

Há os que ao ouvirem o que consideram uma boa piada, parecem o menino da yeshivá correndo aos berros pela aldeia: “Eu tenho uma resposta. Eu tenho uma resposta. Alguém tem uma pergunta?” Freud, cujo pensamento não permite elaborar piadas, – uma delas, e melhor, é de Vladimir Nabokov que trata de “mitos gregos escondendo as partes” – disse que uma nova piada é uma boa notícia. A boa notícia é que alguém está pensando. E aquelas piadas superiores são um gênero de pensamento.

Como tal, esse gênero se sai melhor na tradição oral quando o desempenho melhora a piada talvez em 20%. Sem voz e gestual para acompanhá-las, piadas no papel, ou como é agora mais comum no computador ou no celular, são uma distante segunda escolha.

A primeira piada no livro The Jew Laughs: Humorous Stories and Anecdotes (“O Judeu Ri: Histórias Humorísticas e Anedotas” – 1935), de S. Felix Mendelsohn, trata do resultado de contar uma piada a um mujique (camponês russo), um barão, um oficial do exército e um judeu. De maneiras diferentes, os três primeiros não conseguem entender a piada, e o judeu, o único que pega seu sentido, responde que “a piada é muito velha e, além disso, você não sabe contar”.

Antes disso, Michael Krasny, em sua 70

Para Freud, somente os judeus são capazes de se divertir com o próprio caráter

obra Let There Be Laughter: A Treasury of Great Jewish Humor and What It All Means (“Que Haja Riso: Um Tesouro do Grande Humor Judeu e o que Significa”), observa que “segundo um velho ditado cada judeu pensa que pode contar uma piada judaica melhor do que aquele que a está contando”. Pode ser velho, mas tem muito de verdadeiro. E quem ler as piadas no livro de Krasny pode anotar à margem: “Minha versão é melhor”.

Foi o caso de Die Laughing: Killer Jokes for Newly Old Folks (“Morrendo de Rir: Piadas de Matar para Pessoas que Acabaram de Envelhecer”), de William Novak, coletânea de piadas com o tema do envelhecimento e ser mais velho e duradouro em geral, muitas das quais variações do humor negro: casamentos muito longos, desola-

ENSAIO tion generale (“desolação geral”) do corpo como os franceses designam a diminuição do ímpeto sexual, médicos, vida após a morte e muito mais.

Junto com Moshe Waldoks, Novak produziu, em 1981, a coletânea The Big Book of Jewish Humor (“O Grande Livro do Humor Judaico”). Uma piada é do golfista fanático que volta para casa tarde porque seu parceiro e melhor amigo morreu no campo de golfe logo no início do jogo. Ao explicar à mulher o motivo do atraso, conta que após a morte do amigo, ao longo de vários buracos teve de “acertar a bola, e arrastar o Bob, acertar a bola, arrastar o Bob”. Novak conta aquela da viúva parcimoniosa, que ao saber que o preço do obituário no jornal é por palavra, escreve “O’Malley está morto. Barco à venda”. Na versão judaica é melhor: “Schwartz morto. Cadillac à venda”. Com uma palavra a menos, a sra. Schwartz economizou alguns dólares.

Os judeus são engraçados?

Em Die Laughing há uma rara piada de sexo oral, mas como observa Novak depois de contar uma dessas piadas, “Demasiado grosseira? Você devia ver os que eu deixei de fora”. Michael Krasny é franco em citar nomes e menciona: “Steve Jobs era alguém de quem eu gostava”; “Minha doce amiga Rita Moreno”; “Minha amiga a romancista Isabel Allende”; e fala de uma tarde em que fez Dustin Hoffman chorar de rir com as piadas judaicas em uma reunião com ele e o diretor Barry Levinson.

Michael Krasny e William Novak são homens de bom senso que desejam apenas dar prazer aos leitores, e conseguem. Novak, sem dúvida, compartilha com Krasny a esperança de que as piadas e o humor que ama “continuarão sendo uma parte contínua de muitas vidas por pelo menos os próximos milhares de anos”.

Eis uma piada judaica em tudo: política, depressão e até sexo: Disseram a Sam Milstein que sua mulher, hospitalizada, está morrendo. Ele vai visitá-la 72

e ela pergunta se ele vai fazer amor com ela uma última vez. Ele responde: isso é indecoroso, além de difícil em razão dos fios, tubos e tudo mais. Mas ela insiste, e ele vai em frente. Eis que, naquela mesma noite os sinais vitais de Sylvia Milstein melhoram, no dia seguinte tiram a respiração artificial e três dias depois ela volta para casa em plena saúde. A família dela dá uma festa para marcar seu retorno milagroso à vida normal. Todo mundo está encantado e imensamente alegre, exceto o marido, Sam, visivelmente deprimido.

“Sam”, diz um amigo, “sua amada mulher voltou da morte próxima. Por que tão triste?”

“Você também ficaria triste”, responde Sam, “se pudesse ter salvado a vida de Eleanor Roosevelt e nunca levantou um dedo para isso.”

Por que os judeus são tão engraçados?

Os judeus são como todos os outros, só que mais. Eles têm o que chamaram de “a imaginação do desastre”. O otimismo lhes é algo estranho. Eles encontram nuvens em céu aberto. Se não cortejam o sofrimento, não se surpreendem quando ele chega; sentem que a vida em si mesma pode ser uma piada, e muitas vezes às suas custas. Eles temem que o próprio Deus ame uma piada.

Adão, sozinho no Jardim do Éden, fala de sua solidão a Deus.

“Adão”, diz o Senhor, “posso acabar com a sua solidão com uma companheira que será para sempre um conforto e um consolo para você. Ela, esta mulher-companheira, eu a chamo – será sua amiga e amante, esposa e guia, abnegada e fiel, devotada à sua felicidade durante a vida”.

Mas Adão”, diz o Senhor, “haverá um preço para esta companheira”.

Quando Adão pergunta o preço, o Senhor lhe diz que terá de pagar pela perda de seu nariz, seu pé direito e sua mão esquerda.

“Isso é muito caro”, diz Adão, “mas me diga, Senhor, o que posso conseguir por uma costela?”

Hoje essa piada é, naturalmente, inaceitá-

vel: é antifeminista, misógina, politicamente incorreta. E também o politicamente correto é o grande inimigo da brincadeira e do humor em geral. Um gracejo simples como esse: “Um vagabundo pediu um real para uma xícara de café. ‘Mas o café custa só 50 centavos”. ‘Você não vai tomar comigo?’”

Hoje não há mais vagabundos, apenas pessoas sem-teto. E assim se higieniza a piada: “Uma pessoa sem-teto pediu...” Acabou a piada, e o humor saiu da sala.

Embora o politicamente correto tenha se tornado predominante, isso, como ação afirmativa, não se aplica aos judeus ou a piadas judaicas. São muitos os gracejos antissemitas, muitos ditos pelos próprios judeus e todos reproduzem estereótipos judeus, alguns mais leves do que outros. As quatro razões pelas quais sabemos que Jesus era judeu, por exemplo, é que ele viveu em casa até os 30 anos, entrou no negócio do pai, pensava que a mãe era virgem, e ela (a mãe) o tratava como se ele fosse Deus. Bastante inofensiva. Mas então há os quatro livros mais curtos do mundo: Irish Haute Cuisine (“Alta Cozinha Irlandesa”), Great Stand-Up German Comics (“Grandes Cômicos de Stand-Up Alemães”), Famous Italian Naval Victories (“Famosas Vitórias Navais Italianas”), e – opa! – Jewish Business Ethics (“Ética Judaica de Negócios”).

E os antissemitas?

Se sobram piadas antissemitas, faltam mais piadas a respeito de antissemitas: Um judeu está sentado em um bar, e um homem na outra extremidade, completamente bêbado, se oferece para pagar bebidas para todos no bar, “exceto para meu amigo israelita na outra extremidade do bar”.

Vinte minutos depois, o mesmo homem instrui o barman a fazer outra rodada, excluindo, é claro, “o cavalheiro de convicção hebraica no final do bar”. Mais quinze minutos e o homem pede mais uma rodada para todos, “excluindo, é claro, o seguidor de Moisés que ainda está aqui, eu vejo”.

Finalmente exasperado, o judeu pergunta ao bêbado, “O que você tem contra mim afinal?”

“Vou lhe dizer o que tenho contra você. Vocês afundaram o Titanic.”

“Eu não afundei o Titanic”, diz o judeu, “foi um iceberg”.

“Iceberg, Greenberg, Goldberg”, diz o bêbado, “vocês não são nada de bom”.

Segundo Michael Krasny, a fonte padrão atribuída ao humor judaico está “localizada em uma espécie de masoquismo, como também no sofrimento. É autodepreciativa e autolacerante, e vê os judeus como estranhos, pessoas marginais, vítimas”. É uma boa definição, vinda da comédia de Woody Allen, que acrescentou piadas de psicanálise. Mas Krasny também vê nessas piadas judaicas “uma variante de celebração” e cita as piadas sobre a princesa judia norte-americana (Jewish American Princess – Jap’s – terminologia típica dos anos 80 para designar judias da alta burguesia), como exemplo. Uma piada brilhante que eu conheço a respeito de uma princesa judia foi representada pela comediante Sarah Silverman, interpretando uma falsa princesa judia norte-americana, cuja sobrinha diz ter aprendido na escola que sessenta milhões de judeus foram mortos no Holocausto. Silverman corrige a criança, dizendo que não foram mortos sessenta milhões de judeus, mas seis milhões pois “sessenta milhões seria algo para se preocupar”.

Nos livros de Krasny e Novak faltam piadas de judeus alemães, ou yekkes, como são conhecidos, pela formalidade que não lhes permitia retirar seus paletós em público. “Qual é a diferença entre um yekke e uma virgem?”, por exemplo. Resposta: “Um yekke continua a ser um yekke”. E na categoria de extravagância descontrolada da esposa judia: “Um ladrão roubou a bolsa da minha mulher com todos os cartões de crédito”. “Mas não vou prestar queixa porque ele está gastando menos do que ela.”

E no item piadas de sinagoga, tem a do rabino que livrou a sinagoga de ratos atrain-

São muitos os gracejos antissemitas, muitos ditos pelos próprios judeus e todos reproduzem estereótipos judeus, alguns mais leves do que outros.

As quatro razões pelas quais sabemos que Jesus era judeu, por exemplo, é que ele viveu em casa até os 30 anos, entrou no negócio do pai, pensava que a mãe era virgem, e ela (a mãe) o tratava como se ele fosse Deus

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ENSAIO do-os para o altar com queijo, e enquanto lá, fez o bar-mitzvá de todos. Que, portanto, nunca mais voltaram.

Ou essa: Um vendedor ambulante, pouco antes do pôr-do-sol, chega ao estúdio do rabino do shtetl de Bobrinsk. Três homens estão na sala. O vendedor pede ao rabino para guardar seu dinheiro no Shabat, pois um judeu observante está proibido de carregar dinheiro consigo. O rabino concorda.

Depois do pôr-do-sol do dia seguinte, o vendedor ambulante aparece no escritório do rabino para pegar o dinheiro. Os mesmos três homens estão lá.

“Que dinheiro?”, pergunta o rabino.

“O dinheiro que te dei para guardar ontem à noite”, diz o vendedor. “Estes homens estavam lá e vão lembrá-lo.”

O rabino pergunta ao primeiro homem.

“Schwartz, este homem deixou algum dinheiro comigo ontem?”

“Não lembro de que ele tenha feito isso, rebe”, diz Schwartz.

“Ginsberg, você reconhece este homem?”

“Nunca o vi antes na minha vida”, diz Ginsberg.

“Silverstein, o que você acha disso?”

“Este homem é mentiroso, rebe”, diz Silverstein.

“Obrigado, cavalheiros”, diz o rabino.

“Agora, se me derem licença, tratarei deste homem sozinho.”

Os três homens vão embora e o rabino tira o dinheiro do vendedor do cofre e lhe devolve. “Rebe, por que você me fez passar por tudo isso?”

Responde o rebe: “Eu só queria mostrar o tipo de pessoas que tenho na minha congregação”.

Freud em O Chiste e sua Relação com o Inconsciente: “Não sei se há muitas outras instâncias de um povo se divertir em tal grau com o próprio caráter [como fazem os judeus]”. Eu mesmo não consigo pensar em nenhum outro. Quem, exceto os judeus, faz piadas sobre suas mães, suas instituições re74

ligiosas, suas próprias atitudes de compromisso e resignação, seu nouveau riche, suas mulheres dominadoras, os maridos babões, a maneira como os inimigos pensam deles, e mais? Os irlandeses fazem piadas de si mesmos – um amigo irlandês não há muito tempo me disse que o famoso encanto irlandês só não se aplica aos próprios irlandeses –, mas nem de perto de forma tão completa como os judeus, que acham quase tudo sobre si mesmos uma fonte de humor.

“Que estranho Deus ter escolhido os judeus”, diz uma cantiga, e a resposta mais divertida talvez seja “porque os goyim (“gentios”, “não judeus”) os irritam”. E os judeus podem ter sido os Escolhidos, mas permanece a questão eterna: escolhidos para quê? Deus submete os judeus a provas e provações tais que nenhuma outra religião aplica a seus adeptos, inclusive o inexorável antissemitismo. É possível que a principal razão para não haver judeus serenos é que cada judeu em algum lugar sabe que, não importa quão bem ele está de vida ou quão justamente ele viveu, mais testes o aguardam.

Para Freud, no fundo, todas as piadas tinham por objetivo, por mais oculto que fosse, a hostilidade ou a exposição, isto é, todas as piadas eram, em última instância, atos de agressão ou de escárnio. Todas as piadas judaicas tratam do “escárnio impiedoso da fraqueza e do fracasso”, As piadas judaicas são mais ricas e variadas do que qualquer teoria disposta a acomodá-las. Em No Joke (“Sem Brincadeira”), seu excelente estudo a respeito do humor judaico, Ruth Wisse observa que “o humor judaico na sua melhor forma interpreta as incongruências da condição judaica”. Essa condição imbuiu os judeus de um estilo de pensamento diante das opiniões recebidas e da sabedoria convencional. Entre seus grandes pensadores e seus pensadores cotidianos, estão, ou deveriam ter estado, aqueles treinados pela vida a pensar fora da caixa ou fora da zona de segurança. As piadas judaicas são uma vitória sobre a insensatez.

Para Freud, no fundo, todas as piadas tinham por objetivo, por mais oculto que fosse, a hostilidade ou a exposição, isto é, todas as piadas eram, em última instância, atos de agressão ou de escárnio.

Todas as piadas judaicas tratam do “escárnio impiedoso da fraqueza e do fracasso”

PESSACH

Por Sarah Rindner

ANTIGO ISRAEL

O grande cântico que marca a travessia segura dos israelitas do Mar de Juncos é o único poema da Bíblia hebraica recitado coletivamente pelo povo. O que é esta canção?

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U

m momento culminante na narrativa do Êxodo está em Êxodo 13:17-17:16. Logo depois que Deus, enfim e definitivamente, salvou os israelitas dos opressores egípcios no Mar de Juncos, Moisés conduziu o povo num cântico de ação de graças.

Este é o primeiro de apenas dois ou três desses poemas no Pentateuco; de fato, na porção narrativa da Bíblia hebraica, do Gênesis ao Segundo Livro dos Reis, é uma das poucas passagens em que a prosa é abandonada, e o “Cântico do Mar” apresenta uma versão alternativa, em verso. Desta forma, abre novas perspectivas, literárias e religiosas, que o texto bíblico como um todo poderia não mostrar.

Eis o cântico, no contexto: Moisés e os israelitas foram finalmente expulsos da escravidão no Egito em meio a milagres e maravilhas. O faraó, no entanto, mudou de ideia e enviou tropas e carros atrás dos aterrorizados judeus. Em uma exibição magnífica do Seu poder, Deus abriu o Mar de Juncos para os israelitas passarem a vau. Em fútil tentativa de perseguição, as tropas egípcias foram afogadas no mar.

Isso parece, então, um lugar natural para irromper em cântico, até alguém se perguntar por que os israelitas cantam exatamente aqui, e só aqui. Nenhum outro poema bíblico completo é recitado coletivamente pela nação. Por que o povo não canta quando sai do Egito? Ao sacrificar o cordeiro pascal? Na revelação da divindade no Sinai? E qual a perspectiva que o conteúdo do “Cântico introduz”? Respondendo a esta última pergunta se responde às outras.

Eis o próprio “Cântico”, considerando que no hebraico bíblico como em outras línguas antigas, os termos para “poema” e “canção” são os mesmos:

Duas representações de Moisés.

Na primeira, Moisés, com o irmão Aaron, e Hur, tem chifres dos quais emanam luz, é do escocês Thomas Brigstocke (1808-1881)

Então Moisés e os filhos de Israel cantaram este cântico ao Senhor, e disseram:

O “Cântico do Mar” faz do próprio Deus a meta final pela qual Israel se move. É neste ponto que a Torá se transforma de uma história de “libertarse de” para uma história de “libertar-se para”

“Cantemos ao Senhor, porque Ele triunfou;/ Ele atirou ao mar cavalo e cavaleiro./ O Senhor é a minha força e o meu poder, Ele se tornou minha libertação.”

A palavra traduzida aqui (e na maioria das traduções) como “poder” deriva da raiz hebraica z-m-r, que normalmente se refere à música, e assim talvez devesse ser traduzida como “canção” ou “louvor”, como na antiga tradução aramaica de Onkelos. Os israelitas exaltam a Deus por meio da canção e incorporam o cântico em sua própria concepção de Deus e de sua relação com o Divino. Na verdade, o cântico continua nessa fonte: “Este é o meu Deus e eu O consagrarei / O Deus de meu pai e meu eu exaltarei.”

O foco de sempre O foco permanece assim no que o êxodo do Egito realmente é: Deus. E esta ênfase em Deus como objeto de louvor e adoração, ao contrário de Deus como salvador do sofrimento e da servidão corporais, marca uma mudança significativa no livro do Êxodo.

Com apenas algumas exceções (por exemplo, o mandamento de sacrificar o cordeiro), o objetivo primário dos primeiros quatorze capítulos do livro é a libertação política e física dos israelitas com o povo aprendendo a louvar o papel de Deus em atuar nesse sentido.

O “Cântico do Mar”, pelo contrário, faz do próprio Deus a meta fi77

PESSACH nal pela qual Israel se move. É neste ponto que a Torá se transforma de uma história de “libertar-se de” para uma história de “libertar-se para”. Uma ideia melhor da finalidade dessa liberdade está no meio de 15:13, que demarca uma mudança dentro da canção, tal como no próprio livro de Êxodo: “Em Vosso amor [hesed] Vós guiastes o povo que Vós redimistes / Na Vossa força Vós os guiastes para a Vossa santa morada.”

O primeiro ponto ainda fala de redenção, mas agora o povo está sendo conduzido em uma determinada direção; o segundo nos diz para onde: a “santa morada” de Deus, provavelmente referindo-se ao tabernáculo – cuja obra consome 13 dos 25 capítulos restantes do Êxodo – ou ao Templo a ser construído em Jerusalém. Esses são lugares onde o povo de Israel deve servir e glorificar a Deus: objetivo último de sua redenção.

Os versículos subsequentes são igualmente orientados para o futuro, descrevendo o temor que agora toma filisteus, moabitas, edomitas e cananeus, e que Israel enfrentará pelos anos e séculos vindouros, chamando a atenção para a jornada rumo à colonização da Terra Prometida. (Aqui também há um forte contraste com os antigos temores dos israelitas em relação aos egípcios, e que predominam no capítulo anterior.) A canção conclui: “Vós os trareis e plantareis na Vossa própria montanha,/ O lugar que Vós fizestes, para habitar, ó Senhor, / O santuário, ó Senhor, que as Vossas mãos estabeleceram. / O Senhor reinará por séculos e séculos!”

No final do poema, que desmancha tempo e história, os acontecimentos milagrosos no mar são apenas uma lembrança distante e estamos firmemente instalados na montanha de Deus (presumivelmente o Monte do Templo) e Sua adoração no tabernáculo/ Templo. Enquanto os acontecimentos dramáticos da história do Êxodo estão localiza78

dos em um momento histórico específico, a poesia do Êxodo tira esses eventos da história e os afixa a um conjunto de duradouras ideias religiosas.

Na verdade, o “Cântico do Mar” oferece apenas um interlúdio otimista antes de muitos anos de vagar e confusão para os israelitas. Esses anos são o assunto principal dos três livros seguintes do Pentateuco, narrados quase exclusivamente em prosa.

Mesmo plantado na terra de Israel, o povo judeu vai lutar com alguns dos desafios da fé e coesão que enfrentaram durante as viagens no deserto, além dos novos e futuros desafios no contexto da soberania nacional.

Ignorando deliberadamente tudo isso – espécie de realidade prosaica – o “Cântico” a transforma numa declaração poética do ideal triunfante.

Convém notar outra maneira como o “Cântico do Mar” constrói e transforma os eventos descritos anteriormente na prosa, sugerindo a salvação dos israelitas do exército egípcio com uma dimensão decididamente feminina. Comentaristas tradicionais e modernos observaram as fortes imagens femininas e de nascimento já no início do livro do Êxodo: a fecundidade abundante dos israelitas no Egito e a ação heroica de duas parteiras hebreias na salvação de filhos condenados dos israelitas, como no caso do bebê Moisés, as intervenções salvadoras da mãe, da irmã, Miriam, e da filha do próprio faraó.

Estudiosos têm vinculado o tema de nutrir ao tema maior do livro: o nascimento de uma nação. Por essa leitura, a divisão do Mar de Juncos cria uma espécie de canal de nascimento, por intermédio do qual a nação entra no mundo à medida que emerge para a terra seca. Da mesma forma, o “Cântico do Mar” retrata a vitória de um partido sobre outro, e também o surgimento de algo totalmente novo.

Esta leitura também pode ajudar a explicar o curioso acréscimo ao “Cântico”, em que a profetisa Miriam lidera a dança das mulheres israelitas no que parece ser outra versão

Na segunda, de Phillipe de Champaigne (1602-1674), um dos expoentes do barroco francês, os Dez Mandamentos estão grafados em francês

A poesia é um meio de transmitir o que ostensivamente seria difícil ou mesmo impossível de capturar na prosa quando uma massa de escravos recémlibertados deu os primeiros passos em direção à nação e explodiu em canção

da mesma canção. Como o exegeta medieval Rashi sugere no comentário a 15:3, a canção como um todo lembra que Deus é o “guerreiro” que golpeia os egípcios como fonte de misericórdia (rahamim) e guia de Seu povo em segurança para a Terra Prometida. A poesia, e não a prosa, tem a capacidade de unir macho e fêmea, punição e redenção e, de fato, as duas metades do livro do Êxodo em um glorioso momento de harmonia.

Ao marcar a libertação da escravidão egípcia e o nascimento de Israel como nação, ao celebrar não apenas a liberdade, mas o objetivo nacional de Israel de servir a Deus, e ao olhar para frente para um futuro na Terra Prometida, o “Cântico” pode ser visto como uma espécie de hino nacional, que continua a oferecer um sabor do ideal que anima o povo judeu. Este ideal contém as contribuições de todos, homens e mulheres.

Ele mistura força e canção, poder e benevolência. Ele alavanca base sólida e sensação de enraizamento no tempo e lugar, a fim de desenvolver o potencial moral e espiritual do povo.

E, desde o início, essa identidade nacional tem algo poético por natureza.

A poesia é um meio de transmitir o que ostensivamente seria difícil ou mesmo impossível de capturar na prosa quando uma massa de escravos recém-libertados deu os primeiros passos em direção à nação e explodiu em canção. * Sarah Rindner é professora de literatura inglesa na Lander College em Nova York e escreve no blog “Books of Books” 79

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GASTRONÔMICO

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GASTRONÔMICO

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GASTRONÔMICO

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GASTRONÔMICO

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DIRETORIA

Diretoria Executiva

Gestão 2018 / 2020

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Diretores do Adventure

Carla Regina L. Caldeira Israel de Vasconcelos Levin

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Diretora de Música

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Diretora Brinquedoteca e Espaço Bebê

Renata Hamer Len

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Diretor de Danças

Alan Cimerman

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Diretora da Escola Maternal

Graziela Zlotnik Chehaibar

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Diretor de Cultura Judaica

José Luiz Goldfarb

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Assessor da Cultura Judaica

Gerson Herszkowicz

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Assessor da Sinagoga

Mauricio Marcos Mindrisz

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SECRETÁRIO

JAVIER SMEJOFF

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Diretora Colaboradora

Anita Rapoport

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Diretor Jurídico

Samy Garson

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Sindicância e Disciplina

Carlos Shehtman

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SECRETÁRIO GERAL

Claudia Hemsi Leventhal

FERNANDO ROSENTHAL

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Gabriel Huberman Tyles

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Ligia Shehtman Tobias Erlich Diretor de Segurança

TESOUREIRO GERAL

Claudio Frischer (Shachor)

MARCELO ARIEL ROSENHEK

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TESOUREIRO

FERNANDO GELMAN

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Diretor Tesoureiro

Ivan Kraiser

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CONSELHO DELIBERATIVO CALENDÁRIO JUDAICO ANUAL

2018 Março 1 2 30 31

Por uma Hebraica viva e ativa

5ª FEIRA 6ª FEIRA 6ª FEIRA SÁBADO

PURIM SHUSHAN PURIM EREV PESSACH - 1º SEDER PESSACH - 2º SEDER

1 *6 7 12 18

DOMINGO 6ª FEIRA SÁBADO 5ª FEIRA 4ª FEIRA

19

5ª FEIRA

PESSACH- 2º DIA PESSACH- 7º DIA PESSACH- 8º DIA IZKOR IOM HASHOÁ- DIA DO HOLOCAUSTO IOM HAZIKARON - DIA DE LEMBRANÇA DOS CAÍDOS NAS GUERRAS DE ISRAEL IOM HAATZMAUT - DIA DA INDEPENDÊNCIA DO ESTADO DE ISRAEL - 70 ANOS

Abril

Estamos iniciando 2018 com uma nova gestão da Mesa do Conselho com muitos novos conselheiros e com muita vontade de ajudar a nossa Hebraica. Para tal, precisamos modernizar, inovar, dinamizar nossos trabalhos. Já na primeira reunião, vamos apresentar algumas novidades que vamos implantar ao longo desta gestão.

Lembro que nessa reunião vamos montar as comissões, estatutárias (nas quais cinco membros são eleitos e cinco indicados) e as não estatutárias (até dez membros, todos indicados). Peço a participação de todos os conselheiros nas atividades das comissões, porque cada um entende onde poderá contribuir.

Ser conselheiro é participar das atividades do clube contribuindo com trabalho. Todos nós temos de nos envolver na vida da Hebraica para que esta joia brilhe cada vez mais, dando suporte para o trabalho excelente que a Diretoria Executiva, comandado pelo presidente Daniel Bialski, está fazendo. Uma Hebraica viva, ativa e participativa é o que precisamos para nossos filhos e netos, pela continuidade judaica.

Shalom Avi Gelberg Presidente da Mesa

Maio

3 13 19 20 *21

Julho

1 21

22 27

5ª FEIRA LAG BAÔMER DOMINGO IOM IERUSHALAIM SÁBADO VÉSPERA DE SHAVUOT DOMINGO 1º DIA DE SHAVUOT 2ª FEIRA 2º DIA DE SHAVUOT - IZKOR DOMINGO JEJUM DE 17 DE TAMUZ SÁBADO INÍCIO DO JEJUM DE TISHÁ BE AV AO ANOITECER DOMINGO FIM DO JEJUM DE TISHÁ BE AV AO ANOITECER 6ª FEIRA TU BE AV

Setembro ** ** ** ** **

9 10 11 18 19 23 * 24 * 25 30

DOMINGO 2ª FEIRA 3ª FEIRA 3ª FEIRA 4ª FEIRA DOMINGO 2ª FEIRA 3ª FEIRA DOMINGO

Outubro

Reuniões Ordinárias do Conselho em 2018

16 DE ABRIL 13 DE AGOSTO 12 DE NOVEMBRO 10 DE DEZEMBRO

* 1 * 2

2ª FEIRA 3ª FEIRA

Novembro 5

2ª FEIRA

Dezembro 2 9

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AVRAHAM GELBERG ELISA R. NIGRI GRINER VANESSA KOGAN ROSENBAUM ISABEL R. DE ALMEIDA KOHN MARISA DE AIZENSTEIN

ASSESSORES:

DOMINGO

SHMINI ATZERET- IZKOR SIMCHAT TORÁ DIA EM MEMÓRIA DE ITZHAK RABIN AO ANOITECER, 1A. VELA DE CHANUCÁ AO ANOITECER, 8A. VELA DE CHANUCÁ

2019

MES MESA ME SA DO CO SA CONSELHO CONSELHO PRESIDENTE VICE-PRESIDENTE VICE-PRESIDENTE 1O SECRETÁRIO 20 SECRETÁRIO

DOMINGO

VÉSPERA DE ROSH HASHANÁ 1º DIA DE ROSH HASHANÁ 2º DIA DE ROSH HASHANÁ VÉSPERA DE IOM KIPUR IOM KIPUR VÉSPERA DE SUCOT 1º DIA DE SUCOT 2º DIA DE SUCOT VÉSPERA DE HOSHANÁ RABÁ 7º DIA DE SUCOT

JAIRO HABER DANI AJBESZYC ALBERTO SAPOCZNIK JEFFREY A. VINEYARD ROBERTO PIERNIKARZ MANUEL DAVID KORN

Janeiro 21 27

2a. FEIRA DOMINGO

TU B’SHVAT DIA INTERNACIONAL DO HOLOCAUSTO (ONU)

* não há aula nas escolas judaicas ** o clube interrompe suas atividades, funcionam apenas os serviços religiosos