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Isso é do que Irene Redfield se recordava. Chicago. Agosto. Um dia brilhante, quente, com um sol brutal vertendo raios como lava. Um dia em que até os perfis das construções estremeciam como em protesto pelo calor. Linhas tremeluzentes emanavam do asfalto esturricado e ziguezagueavam pelas faixas dos carros. Os automóveis estacionados junto à sarjeta eram uma labareda a bailar e as vidraças soltavam uma radiação ofuscante. Afiadas partículas de poeira erguiam-se das calçadas ardentes, aferroando as peles calcinadas ou gotejantes dos pedestres que murchavam. Qualquer leve brisa parecia o sopro de uma chama atiçada por lentos foles.
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