Ano I - Edição 6 | Abril, 2010 | Distribuição gratuita
jornal
Dia de Campo
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O meio rural com informações produtivas
50 anos de experiência e inovação Um dos maiores eventos do setor agropecuário nacional, a ExpoLondrina pretende gerar uma movimentação de aproximadamente R$ 190 milhões em 2010. De 1º a 11 de abril, cerca de 457 mil pessoas devem visitar o Parque de Exposições Governador Ney Braga
Foto de Capa: SRP / Divulgação
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ONG MAE reduz emissão de gases efeito estufa na ExpoLondrina
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Paraná deve reduzir área plantada com trigo em 2010
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Paraná busca se tornar área livre da febre aftosa sem vacinação
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Cavalgada homenageia tradição dos tropeiros do PR
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Editorial
ExpoLondrina: um ano especial com muita festa 50 anos de incansáveis trabalhos e outros tantos estão por vir Só quem já viveu 50 anos sabe dar o devido valor à sua própria experiência, muita vezes adquirida no dia-a-dia de estudos e trabalho suado, em meio a percalços que ficaram profundamente registrados na história e na memória. É assim que a Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina, ao completar meio século de fundação, está hoje se apresentando, cada vez mais avançada em sua organização, apesar de muitos transtornos políticos e econômicos já vividos no passado, diante da busca por melhores condições estruturais do meio rural. Nessa caminhada, sem dúvida, to-
dos os esforços sempre convergiram, direta e indiretamente, para o bem-
Em cinco décadas, trabalho, determinação e força de vontade sempre marcaram uma trajetória de sucesso e de muito orgulho para Londrina e todo o Paraná
estar de quem experimenta a lida de sol a sol. Já se foram 50 anos de incansáveis trabalhos e outros tantos estão
por vir. A esperança de dias melhores é o intento de todos os abnegados cidadãos, produtores rurais e consumidores, que, ao longo desta história reunida em torno da Sociedade Rural do Paraná, vêm demonstrando que tudo é possível para a prosperidade e o avanço do setor agropecuário paranaense e brasileiro, como um todo. Em meio a estas grandes comemorações realizadas ao longo de sua história, certamente, o povo brasileiro sempre foi e continuará sendo o maior privilegiado, em termos de desenvolvimento econômico e cultural proporcionado.
O Jornal Dia de Campo, por meio de sua equipe de jornalistas profissionais, também abnegados em sempre contribuir com a perfeita e produtiva informação no meio rural e urbano, apesar de sua tenra idade, mesmo assim, faz questão de compartilhar toda a sua alegria, certo de que a ExpoLondrina, ao completar meio século de existência, a partir de agora, já pode ser considerada, por todo seu brilho social, científico, tecnológico e cultural, um patrimônio histórico da sociedade paranaense. Parabéns Londrina, por abrigar este ilustre e invejável patrimônio!
Foto do Campo
Carta do Leitor
Multimídia Rural Parabenizo todos os profissionais do Jornal Dia de Campo com seus artigos, agendas, notícias atualizadas e que para facilitar ainda mais pode ser lido via internet e ser ouvido via rádio... Com certeza é um grande avanço! Assim que tiver artigos para serem transmitidos ao jornal, irei enviá-los com toda certeza. Abraços, Hélen Prates Rolim, Zootecnista especialista em avicultura (Londrina-PR) Hélen, é muito bom saber que nossos esforços para tornar o Dia de Campo cada vez mais completo têm contado com a ótima aceitação de leitores e ouvintes. E, certamente, seu material será muito bem-recebido por nós. Contribuições são sempre bem vindas e o Dia de Campo está aberto a todas elas. Um forte abraço!
Trabalho contínuo Parabéns à toda Equipe do Jornal Dia de Campo, pelo lançamento de mais uma edição. A cada mês, encontramos matérias cada vez mais interessantes. O Site, atualizado diariamente, e o Programa de Rádio estão completos na área que escolheram, e tudo com muita qualidade. Mais uma vez, parabéns e muito sucesso. Francisco Quintiliano, Administrador de empresas, (Londrina, PR) Muito obrigado pelo carinho e reconhecimento, Francisco. É muito gratificante receber elogios como esse, pois procuramos melhorar sempre com o propósito maior de agradar nossos leitores. Grande abraço!
Foto enviada por Eduardo Amorim (Pelotas-RS) “Eu cuido bem do meu jeito, pois sei daquilo que falo, o campo é quem nos garante ovelhas, bois e cavalos... É a sua essência de terra que me faz tão bem assim, eu faço parte do campo e ele faz parte de mim...” (Trecho de “Cuidando o campo”, de Gujo Teixeira)
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Frase
Colaboração Informativa Sou advogado e nosso escritório (Pereira, Prato e Liogi Asv. Assoc.) atua na área bancária e comercial, atendendo empresas e agricultores. Gostaria de divulgar perante a classe de agricultores, especialmente neste momento em que muitos deles buscam a restituição do FUNRURAL. Gostaria de saber sobre a possibilidade de veicular matérias envolvendo o assunto, subscrita por nossos advogados. Luiz Pereira da Silva, advogado (Londrina-PR) Luiz, com certeza será muito proveitoso trabalhar em conjunto, para deixar nossos leitores cada vez mais bem-informados. Caso tenha algum artigo sobre o assunto, basta enviá-lo para o seguinte e-mail: contato@diadecampoonline.com.br. Receberemos o material com o maior carinho. Um abraço de toda a nossa equipe! Envie suas dúvidas, opiniões e sugestões para o Dia de Campo. E importante: mande também o seu nome completo, profissão e cidade onde vive. O Dia de Campo agradece a atenção e garante que fará o máximo para atender o maior número possível de leitores. O Dia de Campo poderá editar ou publicar, apenas, trechos das mensagens. contato@diadecampoonline.com.br
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“A grande riqueza do nosso evento é o aperfeiçoamento da produção agropecuária e também o relacionamento com a comunidade urbana” Alexandre Kireeff, Presidente da Sociedade Rural do Paraná, sobre a importância histórica da ExpoLondrina
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Av. São João, 1095, sala 4, Londrina-PR (43) 3337-0873 www.diadecampoonline.com.br contato@diadecampoonline.com.br Jornalista responsável: Lino Tucunduva Neto (MTb: 1307-SP) Reportagem e edição: Dulce Mazer, Felipe Teixeira, Flávio Augusto, Mariana Fabre e Pedro Crusiol Projeto gráfico e diagramação: Flávio Augusto O Jornal Dia de Campo é uma publicação mensal da DC Comunicação e Editora Jornalística Ltda. CNPJ: 10.937.352/0001-21
Em Campo
Divulgação
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Desmatamento mundial diminuiu nos últimos dez anos. Florestas tropicais se tornaram terras agriculturáveis, mas ainda têm muito o que melhorar (FAO). (DC)
Meio Ambiente
ONG MAE reduz emissão de gases efeito estufa na Expolondrina Parceria entre Sociedade Rural do Paraná e a ONG Meio Ambiente Equilibrado busca neutralizar o impacto do evento Felipe Teixeira felipe@diadecampoonline.com.br
Animais a venda em leilões, máquinas agrícolas em mostruários, brinquedos no parque de diversão e shows musicais. Todas estas imagens logo vem à mente do público quando mencionamos a Exposição Agropecuária de Londrina. No entanto, em 2010, a preocupação ecológica também passa a constar na lista de atrações do evento. A parceria inédita entre a Sociedade Rural do Paraná e a ONG Meio Ambiente Equilibrado (MAE) foi firmada a fim de converter
Serão necessárias 2.500 árvores plantadas para compensar as emissões da Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina os gases efeito estufa (GEE) emitidos pelos 11 dias de feira na conservação ambiental de uma importante área de preservação de mata nativa em Londrina, o Corredor Ecológico Parque Arthur Thomas-Tibagi. Segundo o biólogo e presidente da ONG MAE, Eduardo Panachão, a parce-
ria viabilizará o plantio de novas árvores na área mais extensa de Londrina em estado de recuperação. “A iniciativa já existe por meio do projeto Na Pegada do Parque. Até o momento, plantamos 1% do que esperamos realizar num período de 10 anos. O objetivo é atingir a marca de 500 mil árvores”. Outra preocupação é a quantidade de espécies em extinção. “Em 30 Km de corredor, foram encontradas 17 espécies ameaçadas de extinção. Dentre elas, a paca e a lontra”, detalhou o biólogo. O trabalho de preservação na área se iniciou há três anos, porém somente em 2010 passou a vigorar na Expolondrina. “Acompanhando uma tendência mundial entre os grandes eventos de aglomeração, a Sociedade Rural demonstrou interesse em compensar a natureza com o impacto causado pela feira”, explicou Panachão. O cálculo para avaliar quantas mudas deverão ser plantadas a fim de garantir a equivalência entre o seqüestro de carbono e os gases emitidos considera o consumo de energia elétrica, combustíveis, a quantidade de lixo gerada pela exposição agropecuária, dentre outros itens. O presidente da ONG revelou que, segundo estimativas, o público esperado para a Expolondrina é de 500 mil pessoas. “Após realizar os cálculos, há uma previsão de 2.500 mudas para realizar o sequestro de carbono”.
Parceria entre a ONG MAE e a SRP -Objetivo: converter o impacto ambiental do evento em novas árvores plantadas no Corredor Ecológico Parque Arthur Thomas-Tibagi, área com 30 km de extensão e 17 espécies de mamíferos em extinção -O cálculo do sequestro de carbono analisa o lixo gerado, os gastos de combustíveis e energia consumida pela exposição para se chegar à quantidade de mudas necessárias à neutralização das emissões -2.500 árvores serão plantadas para compensar as emissões de gases efeito estufa (GEE) geradas pelos 11 dias da Exposição Agropecuária de Londrina -Quer saber como se tornar parceiro da ONG MAE e reduzir as emissões de seu evento? Então entre em contato: (43) 3357-3200 / ongmae@ongmae.org.br
Marcos Guerra / Divulgação
Por meio do sequestro do carbono equivalente ao que foi emitido a ONG revitalizará o Corredor Ecológico Parque Arthur Thomas-Tibagi
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Amor de morango - Um produtor australiano desenvolve morangos em formas plásticas que protegem os frutos contra pragas. (DC)
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Agricultura
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Safra 2010
Paraná deve ter área de plantio de trigo reduzida em 2010 Produção pode ser 24% maior que em 2009, se as condições climáticas forem favoráveis Dulce Mazer dulce@diadecampoonline.com.br
Depois de uma safra úmida e de prejuízos para os triticultores, a área de plantio de trigo no Paraná deve cair, em relação ao ano passado. Os produtores paranaenses devem semear aproximadamente 1,15 milhão de hectares, 12% a menos que os 1,31 milhão plantado em 2009. A informação é do Departamento de Economia Rural (Deral). No Paraná, a semeadura do trigo foi iniciada em março, no norte do estado, e termina em julho, no sul do estado, conforme recomendado no zoneamento agrícola do Ministério da Agricultura. Muitos produtores ainda estão decidindo o que cultivar e em que extensão de área, podendo acontecer mudanças na estimativa atual. As maiores reduções de área podem ocorrer no sudoeste (36%), no oeste (15%) e no norte do estado (7%), regiões mais
Muitos produtores ainda decidem o que cultivar e em que extensão de área, podendo ocorrer mudanças na estimativa atual castigadas, enquanto que no Sul espera-se uma variação pouco expressiva (-4%). No norte do Paraná, apesar do considerável prejuízo de 2009, a redução tende a ser menor do que no oeste e sudoeste porque nesta região, em média, o risco climático é menor e, normalmente, o seu trigo é de melhor qualidade física, tendo maior de-
Dulce Mazer
manda do que o das outras regiões. Maior volume de produção - Mesmo plantado numa área menor, a produção da safra de trigo 2010 deve atingir um volume 24% maior que no ano passado. Em 2009, a expectativa era de uma safra recorde de 3,5 milhões de toneladas, o que não ocorreu. O trigo colhido atingiu 2,5 milhões de toneladas, sendo parte considerada produto de baixa qualidade. Mesmo com a área de plantio reduzida, a esperança do Deral é de que em 2010 a produção suba para 3,08 milhões de toneladas, se as condições climáticas forem favoráveis. A indecisão do produtor é motivada pela falta de perspectivas mercadológicas para 2010. O engenheiro agrônomo do Deral, Otmar Hubner, explica que o trigo não apresentou a liquidez esperada, mesmo para o agricultor que conseguiu um produto melhor. As vendas dependeram dos leilões de PEP - Prêmio para Escoamento de Produto - conduzidos pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a preços baixos. “O bom seria se tivesse mercado para o trigo, mas este ano não foi o que aconteceu e o governo parou de realizar os leilões de PEP, o preço vai cair ainda mais”, disse Hubner.
A expectativa do Deral é de que o trigo atinja uma área de plantio de aproximadamente 1,15 milhão de hectares
Muita água na plantação Entre junho a agosto de 2009, o volume de precipitação foi três vezes superior à média histórica do período. Julho teve o maior volume pluvial desde 1976: choveu 283% a mais que a média registrada para o mês, na região de Londrina. No norte paranaense, onde se concentrou cerca de 40% da safra de trigo em 2009, os produtores sofreram prejuízos
de até 80%. As chuvas coincidiram com o período de espigamento da planta, facilitando o aparecimento de doenças, como Brusone e Giberela. “As previsões climáticas acusam que esse deve ser um ano de chuvas normais. O grande problema no ano passado foi o excesso de chuva na colheita”, garante Otmar Hubner. (DM)
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Fruticultura
Sabor e lucro no cultivo de morango É época de plantio da fruta na região norte do Paraná; o Dia de Campo apresenta cuidados e técnicas necessários a uma produção farta e com bom retorno financeiro Imagens: Divulgação
Flávio Augusto flavio@diadecampoonline.com.br
Seja bem doce ou um pouco mais azedinho, em forma de geléia ou in natura mesmo, é difícil encontrar alguém que não goste de morango. O sabor, entretanto, não é o único atrativo desta fruta: a cultura pode, também, ser bastante lucrativa. Para isso, no entanto, é preciso que o produtor adote técnicas adequadas no cultivo, a começar pelo período do plantio. Na região norte do Paraná, a época mais recomendada é o final do mês de março, comecinho de abril, para que o morango possa ser colhido entre os meses de junho e novembro. Mas, antes de plantar as mudas, que devem ter boa procedência e passar por um tratamento preventivo à base de fungicidas, no sentido de evitar o aparecimento de doenças, o produtor precisa estar atento, também, aos cuidados com o solo. Quem explica é Élcio Rampazzo, engº agrônomo do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural, o Emater, e especialista em fruticultura. “É preciso fazer um bom tratamento de solo em termos de adubação, um
“Aqueles agricultores bem caprichosos chegam a tirar 200% em torno daquele investimento que eles fizeram” solo profundo, bem adubado organicamente. Depois de corrigido e adubado quimicamente também, é que se faz o plantio”. Feito isto, os canteiros de morango, que são dispostos em corredores, têm de receber tratamento especial com relação à irrigação. “Uma das técnicas que nós recomendamos é a irrigação subterrânea, debaixo do plástico que ele coloca sobre o canteiro”, acrescenta Élcio. E os cuidados não param por aí. Além de pragas como lagartas, ácaros, pulgões e formigas, outra fonte constante de preocupação para os produtores é o clima. Devido à sensibilidade da fruta, geadas e chuvas intensas – de granizo, inclusive - costumam trazer prejuízos aos morangueiros. Para evitar danos mais severos, uma das técnicas ensinadas pelo Emater é a construção de túneis em forma arco. Depois de montada, a estrutura, formada à base de ferro, recebe uma cobertura de plástico e funciona como uma espécie de guarda-chuva. “Isso traz um resultado muito bom para produtores e consumidores, porque diminui a perda e o produto sai limpo de sujeira e de contaminação biológica, química. Isso é o que nós queremos oferecer para os produtores”, diz o engº agrônomo. Além dos prejuízos imediatos trazidos pelas chuvas, o clima úmido é propício para o aparecimento de doenças causadas por fungos. Neste caso, o procedimento reco-
Segundo o engenheiro agrônomo do Emater, Élcio Rampazzo, a expectativa é de que a fase de plantio seja concluída até o dia 15 de março mendado é recolher manualmente os morangos danificados e enterrá-los longe da plantação, evitando, assim, novos focos de contaminação. “Em último caso, nós entramos com produtos químicos para a proteção. Mesmo assim, são produtos da linha orgânica e com baixo período residual. Praticamente não ocorre contaminação do fruto”, acrescenta Élcio. Comercial - Como o retorno financei-
ro está diretamente ligado ao consumo, o cultivo adequado é essencial. E embora o custo de produção seja salgado, após a colheita e a comercialização do produto, os morangueiros podem sentir um gosto bem agradável, tão agradável quanto o sabor da própria fruta. De acordo com Élcio Rampazzo, com 1 metro linear de canteiro, que, durante o período de vida da planta, custa cerca de R$ 8, é possível cultivar cinco pés de morango,
sendo que, cada um, apresenta média de produtividade de 1 kg. Logo, de junho a novembro, o produtor consegue colher 5 kg da fruta por metro linear de canteiro. O engº agrônomo do Emater completa a conta: “se ele comercializar esse quilo a R$ 4, são R$20 brutos. Desses R$20, se ele tirar R$8, ele tem um resultado bem positivo mesmo. Aqueles agricultores bem caprichosos chegam a tirar 200% em torno daquele investimento que eles fizeram”.
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Divulgação
Agronegócio
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Na edição 2010, a ExpoLondrina tem a expectativa de movimentar R$190 milhões em 11 dias de programação. (DC)
Fortalecimento
Norte do Paraná vai ter centro de referência em Aquicultura Projeto desenvolvido pela Sociedade Rural do Paraná irá implantar em Londrina um centro de tecnologia e treinamento para a atividade Pedro Crusiol pedro@diadecampoonline.com.br
A aquicultura e a pesca ganharão um importante apoio no norte do Estado. Um projeto desenvolvido pela Sociedade Rural do Paraná (SRP) pretende construir em Londrina-PR um Centro de Tecnologia e Treinamento em Aquicultura. O crescimento da atividade no Brasil e a falta de investimentos no setor incentivaram a criação do novo centro, que tem por objetivo dar apoio e servir de referência para produtores e empresários de toda a região.
“Nosso objetivo é apoiar o desenvolvimento e a estruturação do setor, que precisa de organização para se fortalecer” Apesar de recente, a aquicultura está ganhando cada vez mais destaque dentro da agropecuária brasileira e mostra ser uma atividade promissora. O setor é responsável pela produção de organismos aquáticos e engloba desde a criação de pescados ao cultivo de plantas aquáticas para consumo do homem. No entanto, mesmo com grande potencial de desenvolvimento, a aquicultura ainda não conta com estrutura consolidada e necessita de investimentos para tornar-se eficiente e competitiva. “Nosso objetivo é
Pedro Crusiol
apoiar o desenvolvimento e a estruturação do setor aquícola. A região norte do estado tem um potencial muito grande para a atividade, que precisa de organização e apoio para se fortalecer”, explica Ricardo Neukirchner, diretor de Aquicultura da SRP. A sede do Centro de Tecnologia e Treinamento em Aquicultura será criada no parque Governador Ney Braga, e contará com investimento de R$ 448 mil. Os recursos foram garantidos pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA). A assinatura do convênio com a SRP deverá ser feita pelo ministro Altemir Gregolin durante a Expo 2010. As obras ainda não foram iniciadas, mas o centro deverá ser inaugurado em 2011, durante a próxima Exposição de Londrina. O local, com área útil de 293m2, contará com auditório para realização de cursos e eventos de capacitação e treinamento em Aquicultura. O espaço também servirá de apoio para as atividades do MPA na região e será sede da Associação de Piscicultores e Pescadores do Norte do Paraná (Anpaqui). Além disso, segundo Neukirchner, haverá uma área reservada para exposição permanente de equipamentos e produtos. “O espaço terá ainda uma cozinha escola para alimentos da aquicultura. Durante as exposições agropecuárias realizadas na Sociedade Rural do Paraná, a Sede de Aquicultura se transformará em um restaurante com cardápio à base de peixe”, anuncia.
Divulgação
Ainda pouco conhecida, a aquicultura está ganhando cada vez mais destaque dentro da agropecuária brasileira; Acima, o projeto da Sede de Aquicultura da SRP: espaço servirá de apoio para produtores e empresários de toda a região
Ministério aposta no desenvolvimento do setor No início deste ano, o ministro da Pesca e Aquicultura, Altemir Gregolin, esteve no norte do Paraná, onde assinou convênios com entidades e prefeituras da região para estruturar a cadeia produtiva. Na região serão construídos frigoríficos de pescados, fábricas de gelo, parques aquícolas e unidades demonstrativas. Um dos convênios destinará R$ 2,4 milhões para a criação de áreas de produção de peixes em oito reservatórios
do rio Paranapanema. A estimativa é de que estes parques aquícolas produzam aproximadamente 93 mil toneladas de pescado por ano, o equivalente a um terço da atual produção aquícola brasileira. Outro convênio destinará quase R$ 1 milhão para implantação de duas fábricas de gelo e duas unidades demonstrativas de cultivo de tilápia no rio Paranapanema. No total, os convênios vão destinar mais de R$ 12 milhões para a aquicultura no Paraná. (PC)
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Reportagem de Capa
ExpoLondrina completa 50 anos reunindo experiência e inovação Principais novidades do setor agropecuário estarão reunidas no Parque de Exposições Governador Ney Braga, entre os dias 1° a 11 de abril Imagens: SRP / Divulgação
Mariana Fabre mariana@diadecampoonline.com.br
Até 11 de abril a rotina de Londrina-PR e região vai mudar. Durante esse período será realizada a 50ª Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina, um dos maiores eventos do setor agropecuário e do entretenimento nacional. Em comemoração aos 50 anos, o evento vai trazer novidades aos visitantes, entre elas a inauguração do “Museu Sociedade Rural do Paraná”, exposição de fotografias que contam a história da Expo, programação diferenciada dos shows, intervenções físicas no Parque de Exposições Governador Ney Braga e a compensação da emissão de gás carbônico (CO2). O museu irá abrigar o arquivo histórico da Sociedade Rural do Paraná, sendo um local para consultas não apenas dos fatos institucionais, mas também da história da agricultura e da pecuária brasileiras, além de trazer uma retrospectiva de todas as exposições. A responsabilidade ambiental não ficará de fora da Expo 2010, que vai promover a compensação da emissão de gases poluentes através de um trabalho de reposição de mata ciliar.
Durante a programação da Expo 2010, o Emater pretende mostrar “A família do campo melhorando a sua vida” O presidente da Sociedade Rural do Paraná, Alexandre Lopes Kireeff, destaca as metas ambiciosas que foram estabelecidas para a 50ª ExpoLondrina: “estamos em busca dos melhores debates e eventos técnicos, de uma mostra zootécnica grandiosa e diversificada. Pretendemos superar todos os nossos números recordes nos negócios e, ainda, recebermos, mais uma vez, o maior público de toda a nossa história”. De acordo com Kireeff, a meta é repetir o público presente no ano passado, que já foi recorde, e reunir este ano aproximadamente 457 mil visitantes. Já em relação à movimentação financeira, a meta é de atingir cerca de R$ 190 milhões. Via Rural - Este ano, o instituto Emater pretende, durante a programação da Expo 2010, mostrar “A família do campo melhorando a sua vida” e, para isso, conta com a Via Rural, os eventos técnicos e a Feira Sabores do Paraná. De acordo com o gerente regional do Emater de Londrina, Ildefonso José Haas, o objetivo da 16ª edição da Via Rural é ofertar
conhecimentos técnicos e oportunidades de melhoria da qualidade de vida aos agricultores. Além disso, o instituto também pretende fazer com que o público reconheça o papel desempenhado pela família rural para a geração de alimentos seguros e de
qualidade, a melhoria das economias locais e para a preservação ambiental. Na Via Rural estarão expostas as principais atividades existentes nas pequenas e médias propriedades rurais: cultivo, manejo, colheita, processamento e classifica-
ção do Café Qualidade Paraná; produção de milho, soja, girassol; programas como o Acerte o Alvo, Manejo Integrado de Pragas e Trator Solidário; criação do bicho da seda; fruticultura; turismo rural; floricultura; alimentos orgânicos; cultivos agroecológicos;
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ExpoLondrina traz momentos de lazer, com atrações para toda a família. Além disso, o evento promove a aproximação da comunidade urbana com o meio rural
Acessibilidade e infraestrutura garantem a segurança dos visitantes Um evento de grandes proporções como a 50ª Exposição Agropecuária de Londrina jamais poderia ter atingido tal dimensão sem a capacidade para oferecer aos visitantes acessibilidade e segurança, em termos de estrutura. Este aspecto, inclusive, é um dos diferenciais da edição 2010. Da organização no trânsito em frente ao Parque de Exposições Ney Braga à construção de rampas internas, as mudanças em relação à última feira foram muitas. “Posso garantir que as alterações vão deixar o público satisfeito e à vontade para retornar aos outros dias da exposição”, reforçou o presidente da Sociedade Rural do Paraná (SRP), Alexandre Lopes Kireeff. Um dos pontos mais enfatizados por Kireeff foi a questão do tráfego em torno do recinto. “Em 2010, a Polícia Federal vai ser responsável pelo controle dos automóveis próximos ao evento. A maior dificuldade é monitorar a cres-
mel e derivados; aquicultura de água doce; criação de ovinos, caprinos e bovinos; produção leiteira; máquinas e equipamentos; cultivos florestais; agroindústria familiar e bosque ambiental. Feira Sabores do Paraná - O Pavilhão Internacional vai ser o palco, durante a Expo Londrina 2010, da Feira Sabores do Paraná, onde serão disponibilizados mais de mil produtos processados artesanalmente por empreendedores do Programa Agroindústria Familiar Fábrica do Agricultor. Entre os produtos comercializados, estarão geléias, sucos, compotas, alimentos processados, embutidos, defumados, lácteos, panifícios e artesanatos. Leilões - A 50ª Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina tem programada a realização de 33 leilões entre raças zebuínas
e européias de elite, de leite; bovinos de corte e cruzamento industrial, cavalos, ovinos e suínos, além do 4º Londrina Dog Show (leilão nacional de cães). No ano passado, os leilões somaram, em comercialização, R$ 18.453.700,00. A agenda atualizada dos leilões está disponível no site do evento www. srp.com.br/expo2010. Esquadrilha da Fumaça - A Esquadrilha da Fumaça também estará presente na ExpoLondrina 2010. A apresentação será no dia 4 de abril, domingo, às 16h. O grupo participou de todas as edições da feira e promete uma performance diferenciada para comemorar os 50 anos do evento. Serviço - ExpoLondrina 2010; Período: 1 a 11 de abril; Local: Parque Governador Ney Braga; Av. Tiradentes, 6275 – Londrina-PR; Fone: (43) 3378-2000.
cente quantidade de veículos e manter a segurança do fluxo”. Quanto ao atendimento de exigências dos visitantes em anos anteriores, a organização se esforçou para providenciar reformas. “Foram construídos banheiros, cozinhas e rampas para facilitar o acesso de cadeirantes aos locais do parque em que não havia esta possibilidade”, enumerou Kireeff. O presidente da SRP também fez questão de lembrar que, pela primeira vez, a arena de shows será revestida com piso e boa parte dos brinquedos é importada. “Antes o fã vinha ao parque e voltava todo sujo para casa. Agora, o mesmo piso móvel utilizado no show dos Rolling Stones, em Copacabana, foi colocado para proporcionar um espetáculo mais agradável. Para os que gostam de diversão, novos equipamentos italianos de última geração foram contratados”, acrescentou Kireeff. (Felipe Teixeira)
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Entrevista
Meta da Expo é repetir bom desempenho alcançado em 2009 ExpoLondrina 2010 terá programação diferenciada em comemoração aos seus 50 anos Mariana Fabre mariana@diadecampoonline.com.br
Em 2010, a Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina completa 50 anos. Entre os dias 1º e 11 de abril, o Parque de Exposições Ney Braga vai reunir inúmeras empresas e instituições públicas para expor as novidades do setor de tecnologia agropecuária, como máquinas e equipamentos, implementos agrícolas, setor automotivo e pesquisa em excelência genética. A ampla participação promove a transferência da mais moderna tecnologia agropecuária a produtores nacionais e internacionais.
“O público do ano passado já foi espetacular e nós não contamos com uma ampliação de público possível nesse ano” A ExpoLondrina conta também com uma agenda de eventos técnicos e uma programação cultural e artística que garantem o sucesso de público. Reconhecida como um dos maiores eventos do agronegócio e do entretenimento nacional, a ExpoLondrina recebeu, em 2009, aproximadamente 500 mil visitantes. O presidente da Sociedade Rural do Paraná, Alexandre Kireeff, espera manter o mesmo público participante na 50ª edição da Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina. Dia de Campo – Qual a expectativa da Sociedade Rural do Paraná em relação à participação do público na edição de 50 anos da ExpoLondrina? Alexandre Kireeff – Nossa meta é repetir o público do ano passado, com
SRP / Divulgação
uma variação de mais ou menos 2%. Essa é nossa meta porque o público do ano passado já foi espetacular e nós não contamos com uma ampliação de público possível nesse intervalo de um ano. Então nossa meta para esse ano é de algo em torno de 457 mil visitantes. DC – Com relação à movimentação financeira do agronegócio que ocorre durante a Exposição, qual a expectativa? AK – A nossa meta é de algo em torno de R$ 190 milhões. DC – Além da agenda de shows diferenciada, há alguma outra programação especial em comemoração à 50ª edição da ExpoLondrina? AK – Além da inauguração do nosso museu, especificamente relacionado aos 50 anos da ExpoLondrina, também haverá a inauguração do monumento de registro dessa data e a realização da exposição de fotografias que contam a história do evento. Teremos também grandes intervenções físicas em nosso parque. Tudo isso para registrar essa data que é muito importante. DC – Qual a importância da Exposição Agropecuária de Londrina para a movimentação do agronegócio da região ao longo desses 50 anos? AK – A Exposição funciona como um grande encontro de produtores. Não apenas entre os produtores, mas também junto à comunidade urbana. Nesse encontro ocorre a interação entre o setor rural e a comunidade urbana, além da disseminação de tecnologias e, inclusive, de novas estratégias de comercialização da produção agropecuária. Essa é a grande riqueza do nosso evento: o aperfeiçoamento da produção agropecuária e também o relacionamento com a comunidade urbana.
ExpoLondrina promove aperfeiçoamento da produção agropecuária e maior relacionamento do setor rural com a comunidade urbana Mural Agrícola Bolsa de Cereais e Mercadorias de Londrina - Cotações do dia 29/03/2010 Preços Tipo/Praça Produto Mercado Máximo Mínimo Londrina Café - PR. Benefic. 60 Kg Safra 09/10 Feijão Carioca - T.1 60 Kg. Milho - 60 Kg
Soja - 60 Kg
Trigo - 60 Kg PH - 80
Tipo 6 Duro - B/C. Tipo 7 Riado - B/C. Tipo 7 S/D - B/C. Apucarana Ivaiporã Londrina Cascavel Maringá Ponta Grossa Cascavel Maringá Ponta Grossa Cascavel Maringá
240,00 205,00 188,00 40,00 45,00 50,00 15,00 15,00 15,50 30,00 31,00 32,00 27,00 27,00
245,00 210,00 193,00 45,00 50,00 55,00 15,50 15,50 16,00 30,50 31,50 32,50 27,60 27,60
Cotação - Café - NY - em centaos de US$/libra - peso Fechamento Anterior Diferencial Fechamento Abertura Mês/Ano março - 10 maio - 10 julho - 10
2,30 2,20 2,05
138,15 139,60 140,80
135,95 137,50 138,70
135,85 137,40 138,75
Calmo
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1,69 1,60 1,48
Fonte - CMA
OBS: Cafés que apresetarem gosto de terra, secador e aparência chuvada e barrenta, terão deságil compatível à incidência dos mesmos
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Brasil poderá implantar sistema de rastreabilidade no rebanho suíno para garantir o embarque do produto para a União Europeia. (DC)
Pecuária Divulgação
Pedro Crusiol
Sanidade
Sem febre aftosa e sem vacinação Paraná já tem condições de se tornar área livre de febre aftosa sem vacinação. Rebanho deixará de ser vacinado já no segundo semestre de 2010 Pedro Crusiol pedro@diadecampoonline.com.br
O Paraná promete dar mais um passo no controle da febre aftosa. Após uma solicitação da Secretaria Estadual de Agricultura (Seab), o Ministério da Agricultura (Mapa) reconheceu que o estado está capacitado para obter o status de área livre da aftosa sem vacinação. Com o processo de reconhecimento iniciado, as campanhas de vacinação do rebanho paranaense poderão ser suspensas já no segundo semestre deste ano. De acordo com o secretário nacional da Defesa Agropecuária, do Mapa, Inácio Kroetz, foi comprovada a ausência de circulação do
Como área livre da aftosa sem vacinação, o Paraná pode disputar mercados internacionais mais exigentes vírus da doença na região e o Paraná mostrou que possui um sistema de defesa sanitária animal bem estruturado e eficiente. “Os paranaenses têm cumprido as metas estabelecidas e têm condições de liderar o processo de erradicação da febre aftosa no país”, afirmou. Para deixar de vacinar o rebanho, o Paraná deverá ampliar e apresentar eficiência no serviço de vigilância e monitoramento da sanidade animal. Também haverá restrições para o trânsito e importações de animais vindos de outros estados que também são áreas livres de febre aftosa, mas que ainda vacinam o rebanho. “As determinações da Instrução
Normativa 44, do Ministério da Agricultura, vão conduzir este processo daqui para frente. É imprescindível que não haja a possibilidade de circulação de vacina ou do vírus da aftosa na região”, destaca Kroetz. O Paraná poderá conseguir o status internacional de área livre de febre aftosa sem vacinação em maio de 2011, quando haverá uma reunião dos membros da Organização Mundial de Sanidade Animal (OIE). Até lá, o Ministério agora fará as auditorias necessárias para confirmar se o estado está preparado para pleitear o reconhecimento sanitário internacional. Atualmente, Santa Catarina é o único estado brasileiro com este status. “Cumprimos as metas estabelecidas e estamos com quase tudo pronto para obter este novo status sanitário. O Ministério da Agricultura ainda vai propor alguns ajustes, mas pretendemos organizar tudo para encerrar este processo no próximo ano”, comemora o Secretário da Agricultura do Paraná, Valter Bianchini. Há quatro anos não há registro de focos de febre aftosa no Brasil. No Paraná, o percalço ocorreu em outubro de 2005, quando casos suspeitos da doença no estado ganharam repercussão. Somente em maio de 2008, o Paraná recuperou perante a Organização Mundial para Saúde Animal (OIE) o status de área livre de febre aftosa. Ao deixar de vacinar o rebanho, mantendo os animais livres da doença, é possível disputar mercados internacionais mais exigentes. Com uma pecuária cada vez mais tecnificada, rebanhos de alto valor genético, pastagens de qualidade e atenção ao manejo e à sanidade animal, os produtos da pecuária paranaense poderão ter maior valor agregado e conquistar mercados de países da Ásia, Europa e Estados Unidos.
Há quarenta anos o Paraná exige que o criador de bovinos e bubalinos vacine seu rebanho contra a febre aftosa
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Tecnologia rural
Nova geração de bovinos Genuinamente brasileira e resultado de mais de dez anos de pesquisa, raça sintética Blonel surge como resposta aos novos desafios impostos à pecuária nacional Touro Blonel a campo - Durante a ExpoLondrina 2010, o público poderá conhecer de perto alguns representantes da raça, sintetizada nos graus de sangue 5/8 Blonde e 3/8 Nelore
Flávio Augusto
Quem comparecer ao Parque Governador Ney Braga nos primeiros dias do mês de abril, além de se divertir com atrações culturais ou se deliciar em meio a tantas opções gastronômicas, poderá acompanhar, também, o trabalho tecnológico de ponta, desenvolvido no Brasil, para a criação de novas raças sintéticas bovinas. Dentro da programação da 50ª Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina, ocorre a “3ª Mostra Oficial da Raça Blonel”. Resultado de mais de dez anos de pesquisas com o cruzamento biotecnológico entre o bos taurus (europeu) Blonde e o bos índicus (zebuíno) Nelore, o Blonel, afirmam seus idealizadores, é a reposta aos novos desafios qualitativos, econômicos e ambientais impostos à pecuária em ambiente tropical. Homologada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em junho de 2005, a nova raça foi inicialmente pensada pelos criadores Eduardo Rocha Leão, Marcelo Kignel e Sérgio Pignatari Malmegrim, que mantêm propriedades no interior de São Paulo e Minas Gerais. Para obter o resultado final, um animal sintetizado nos graus de sangue 5/8 Blonde e 3/8 Nelore, eles contaram com a colaboração de Adriano Rúbio, superintendente do laboratório de inseminação artificial Sersia Brasil.
Rusticidade e alta performance foram os parâmetros que nortearam as pesquisas com a raça Blonel “O moderno pecuarista já percebeu que o caminho é o da criação natural a campo, com a prática do cruzamento industrial, em que o vigor híbrido decorrente da heteroze e a complementaridade entre raças fazem produzir mais quantidade com mais qualidade e em menos tempo, sem necessidade de se desbravar novas áreas”, esclarece Eduardo Rocha Leão, presidente interino da Associação Brasileira de Blonel (ABBlonel). “A questão do aquecimento global, potencializada nas regiões tropicais, como no Brasil, vem restringindo a possibilidade de utilização de touros das raças puras de origem europeia, abrindo um enorme espaço para a nova raça Blonel, que foi especialmente sintetizada para vencer adversidades dessa natureza”, acrescenta Leão. O Blonel – Rusticidade e alta per-
ABBlonel / Divulgação
flavio@diadecampoonline.com.br
formance: estes foram os parâmetros que nortearam as pesquisas com a raça genuinamente brasileira. Traduzido na facilidade de adaptação a ambientes diversos e, portanto, importante para a redução dos custos de produção, o rústico do Blonel foi herdado do Nelore e é manifestado, sobretudo, na pelagem clara e curta, ideal para regiões mais quentes, além da pele e casco escuros, semelhantes aos zebuínos. Já o bom desempenho é proveniente da precocidade do Blonde francês, isto porque o animal atinge peso para abate entre 24 e 26 meses. Estruturado em ossos finos (contudo, fortes), o Blonel apresenta forma quase cilíndrica, traseiro musculoso, dorso e lombo bastante espessos e elevado comprimento corporal. Tais características garantem altos rendimentos de carcaça e desossa. Para Eduardo Rocha Leão, o perfil pode ser uma solução à “procura da indústria frigorífica por carcaças mais pesadas e precoces, como as das raças continentais, nas quais a genética Blonde se destaca, visando maior lucratividade, pois o custo no abate de um grande animal ou de um pequeno é o mesmo”. Ainda de acordo com Leão, a ABBlonel conta hoje com 16 sócios e mais de 2.000 animais da nova raça já estão registrados no Brasil. Para a Expo Londrina 2010, está prevista a apresentação de nove touros puros Blonel e outros 11 animais resultantes do cruzamento em vacas de sangue Nelore, sob a supervisão do Dr. Marcelo Trigo, técnico credenciado pelo Herd Book Collares, entidade responsável pelo controle genealógico da raça.
Vida Rural
Divulgação
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As novidades da Expo Londrina para a agricultura familiar podem ser vistas na Via Rural Fazendinha, do instituto Emater-PR. (DC)
Lazer
Cavalgada homenageia a tradição dos tropeiros paranaenses Terceira edição da Cavalgada Expolondrina foi marcada pela presença de famílias inteiras reunidas em comitivas SRP / Divulgação
Felipe Teixeira felipe@diadecampoonline.com.br
Manhã quente em Londrina. O trecho do Marco Zero, próximo à Rodoviária, ao Parque de Exposições Governador Ney Braga, localizado na Zona Oeste, está congestionado. Parece um dia comum não fosse pelos cavalos, éguas e touros que ocuparam o espaço dos automóveis em algumas das avenidas mais movimentadas. A terceira edição da Cavalgada Expolondrina, realizada no dia 14 de março, paralisou o trânsito no percurso de nove quilômetros por aproximadamente duas horas e meia. Para os motoristas próximos à realização do evento, foi uma experiência ímpar. Afinal, numa cidade que registrou média acima de 40 veículos comercializados por dia, em 2009 (superior às percentagens estaduais e nacionais), não é rotineiro presenciar filas de animais em desfile pelo asfalto. Ainda mais quando se trata das avenidas Leste- Oeste, Rio Branco e Tiradentes. Três templos do caos londrinense em horário de rush. As tropas eram formadas por inúmeras famílias vindas de municípios da região norte do estado. “É muito bom ver tantos pais e filhos passarem a cavalo numa festa tão bonita como essa. É uma cena rara de se ver no dia-a-dia”, emocionou-se o cavaleiro Everaldo Correia do Carmo. Integrante da Comi-
Cerca de mil participantes prestigiaram o percurso de nove quilômetros, do Marco Zero ao Parque de Exposição Ney Braga tiva Londrina há oito anos, Everaldo elogiou a iniciativa. “Desta vez o Batata (diretor de atividades equestres da Sociedade Rural do Paraná) caprichou. Olha só quanta organização! Tem segurança, isolamento. Está de parabéns”. Tradição - A reunião de cavaleiros remete à época em que os tropeiros, encarregados de tocar o gado, cavalgavam pelo solo vermelho. “Isso tem muito a ver com a origem de minha família. Eu praticamente nasci no lombo de um cavalo”, lembrou o técnico veterinário, Diego Aparecido Lopes. Após acompanhar as duas éguas que trouxe de Warta, há seis quilômetros de distância,
Termos utilizados nas cavalgadas Diego chegou ansioso ao local de partida. “Eu adoro participar, porque é nas cavalgadas que encontramos outras pessoas com gostos afins e, a partir destes encontros, firmamos amizades que valem pra sempre”, se entusiasmou. Além das vestimentas características que incluem chapéu, bota e camisa, os cavaleiros também compartilham um vocabulário próprio quando o assunto é cavalgada. Diego Aparecido explica que em cidades nas quais o evento ainda não é tradicional, muitos “abeias” comparecem. “Abeia é aquele cara que fica com vontade de participar e dá um jeito de entrar na festa, mas não é cavaleiro. Em cidades com mais tradição como Jaguapitã e Sertanópolis quase não se vê essas figuras” explicou. Por outro lado, há a presença emblemática das éguas madrinheiras. Mais uma vez, Diego pacientemente traduz. “Ela vai andando na frente com os sinos e guia os cavalos que vêm atrás até o fim da cavalgada”. Mais do que um simples passeio, a cavalgada anual da SRP, a cada ano, se consolida como uma data importante no calendário cultural e retoma costumes que pareciam perdidos em meio à expansão ilógica dos limites urbanos.
-Abeia: participante não comum em cavalgadas. Normalmente é um entusiasta que empresta o animal somente para participar, por isso não é considerado cavaleiro -Comitiva: acompanhamento que presta homenagem a alguém. Também usado para descrever pessoas que acompanham outras em viagem -Égua Madrinheira: é a guia dos animais na cavalgada. Munida de sinos pendurados no corpo, ela se posiciona à frente dos demais como forma de orientação -Fase de doma: se refere a cada etapa do adestramento do animal. É dividida em quatro (de cabresto, de baixo, de sela e avançado)
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Memória - SRP
1.
ão P / Divulgaç
Imagens: SR
50 anos de história em imagens
2.
Exposição fotográfica retrata história da ExpoLondrina Dulce Mazer dulce@diadecampoonline.com.br
Fotografias que remetem à memória da Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina. Uma mostra, organizada pela Sociedade Rural do Paraná (SRP), reúne cenas tradicionais da grande festa. São retratos de crianças brincando nos parques, o colorido dos brinquedos, os shows musicais, os ani-
Visitar a exibição é penetrar nos 50 anos de história da ExpoLondrina e revisitar algumas edições da maior festa da região mais em movimento, adultos observando as provas de montaria, além da tão apreciada Esquadrilha da Fumaça. Sentar-se numa das poltronas, reservadas ao observador, num ambiente decorado com palha e grandes tapetes cheirando a couro de boi, é penetrar nas cinco décadas de história da ExpoLon-
drina e revisitar algumas edições da maior festa da região. Para a exibição, foram selecionadas cerca de 50 imagens, produzidas desde a década de 1960 por fotógrafos anônimos e outros bastante conhecidos. Entre elas, 14 fotografias artísticas feitas especialmente para um concurso, realizado em 1987, durante a 27ª edição da festa. “As imagens retratam um pouco do que é a ExpoLondrina e do quanto ela representa para a cidade,” descreve Alexandre Lopes Kireeff, presidente da SRP. A produção da mostra é trabalho de um associado da SRP, o agropecuarista José Mascaro Garcia Molina. A organização é da equipe do Projeto do Museu da SRP, sob a coordenação de Helenice Dequechi. A mostra pode ser visitada na área de Expansão do Catuaí Shopping Londrina, até dia 11 de abril, no horário de funcionamento do shopping: das 10h às 22h, de segunda a sábado e das 14h às 20h aos domingos. Aeroporto - A mostra também poderá ser vista no Aeroporto de Londrina, de 22 de março a 11 de abril. Lá, serão apresentadas cerca de 20 imagens do concurso realizado durante a 27ª ExpoLondrina.
3.
1978: público no show de Sidney Magal; 1986: crianças brincam no tobogã do parque; 1987: “Hora do Lanche”, peça integrante do Concurso Fotográfico realizado durante a 27ª edição da ExpoLondrina
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