Jornaleco 204 18 mai 2004

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arquivo da alma

A IMBERÊMACHADO

NEGO BONI

Jornaleco

Dez anos de Jornaleco EMBARQUEI NO JORNALECO em janeiro de 2002, quando o galeão* já estava em alto-mar. Falei com o comandante, e ele disse: “É uma honra.” Juntei todos os meus badulaques e corri para bordo, disposto a trabalhar. De lá para cá, foi só satisfação. O cansaço sumiu (tomou doril). As energias renovaram-se, a mente rolou solta e as idéias foram deslizando no caleidoscópio da memória. Momentos grandiosos foram vividos, de alma limpa e coração leve. Às vezes, até elogios que o marinheiro nem merecia. Súbito, a Ceifadeira arranca do convés o melhor, o mais ousado e fiel marujo: Boni. O golpe é irreparável. Em seu posto, não há substituto. Mas “navegar é preciso”, e o barco segue. Enfileirados para a revista, estão meus companheiros. No timão, Ricardo olha de lado para examinar a todos, mas não pode deixar o barco à deriva. Por isso, segura firme com a mão direita, e com a esquerda escreve, escreve, escreve... Qual será o destino: Calicute, Tortuga ou Madagascar? Ou talvez o porto de Cádiz, na turbulenta Espanha? Ou uma ilha cheia de palmeiras e mulheres sedutoras, no Pacífico? Ninguém sabe. Nem é preciso saber. O que é preciso é navegar. * Na minha imaginação, é um daqueles navios-piratas, com velas enfunadas e bandeira negra, tendo desenhada a famosa caveira...

Fones:

524-1073 e 522-0379

FUTURA Gráfica & Editora

Av. Sete de Setembro Térreo do Ed. Jorge Valentina Cidade Alta - Araranguá

Sabem por que eu escrevo para este jornaleco? Porque é o de maior ressonância na cidade e se propaga bem em todo o vale. Seu nome: JORNAL—ECO.

Minha saudade oculta Tô com saudade de ti. Mas dizer pra quem?

Solo do editor

10 JORNALECO é o segundo veículo impresso de informação e comunicação de maior longevidade totalmente produzido em nossa cidade. O jornal Correio de Araranguá, com 290 edições, durou 15 anos (1960-1975). Ambos paridos no prelo da Gráfica Orion Editora. Esta edição especial do Jornaleco traz dois sumários: um relaciona, número a número, os diversos assuntos abordados no decorrer de 204 edições; no outro contamos a nossa história através dos fatos no transcurso destes dez anos que completamos hoje. Servindo como um guia, agora será bem mais fácil pesquisar as coisas no Jornaleco. E porque, no princípio, sugerimos aos leitores que colecionassem os fascículos, que sempre foram às ruas gratuitamente, resultou que muitos araranguaenses possuam coleções completas (ou quase completas). A este pessoal, dedicamos esta edição.

ANOS

JORNALECO jPANFLETO CULTURAL

ANO 10 - Nº 204 18/MAIO/2004 ARARANGUÁ - SC ESTA EDIÇÃO: 8 PÁGINAS

FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994

EDITOR E PROJETO GRÁFICO Ricardo Grechi CONTATOS Rossana Grechi REVISÃO AUXILIAR Guaraciara DISTRIBUIÇÃO Gibran Grechi, Nilsinho Nunes COLABORARAM Nego Boni (espólio), Aimberê Machado, Getúlio Peplau, J.M. De Boni, Alexandre Rocha CONSULTAS DO FUTEBOL Nascimento IMPRESSÃO Fábio Leandro NAS OFICINAS DA FUTURA GRÁFICA & EDITORA DE Luiz Antonio Abel E Charles da Silva

Uma publicação ORION EDITORA Calçadão Getúlio Vargas, 170 - 88900.000 Araranguá - S. Catarina - Brasil Distribuição gratuita - Periodicidade quinzenal - Tiragem: 1.500 exemplares

© Ricardo Francisco Gomes Grechi Reg. nº 99866 - Prot. 4315/RJ, de 17/07/1995

JORNALECO ARARANGUÁ, 18 DE MAIO DE 2004 • 10 ANOS • Nº 204

Ela resistiu ALEXANDRE ROCHA

Os primeiros movimentos

das folhas vieram como um prenúncio. Os galhos experimentavam suaves balanços pelos sopros que vinham no meio da noite. Ela sentiu o forte silêncio, que era mais absoluto nesta hora do que jamais fora antes, pela ausência de falas, miados e latidos, e sentiu também a estranha presença das estrelas, que pareciam ainda mais distantes com as nuvens baixas a formar uma coreografia iluminada pelas frestas por onde passava o clarão da lua. A tensão aumentava pela incerteza e pelo que já anunciara na pequena reserva entre os assustados espécimes da flora, umas tenras, outras maduras, e ela, tão mais madura, que já assistira a tantos ventos, sentia que aquela poderia ser a sua noite de despedida. O que se dissera entre os conviventes, vizinhos antigos, exemplares ornamentais juntados pelos caprichos urbanos, o que ouvira dizer aos quatro ventos é que um vento viria, e ele já rajava no grande oceano, atravessando apressado as milhas distantes. Que nesta viagem seguia absorto, inconseqüente, a erguer impiedosamente as ondas, e nelas as embarcações dos desavisados. Disseram que vinha ligeiro, que brincava de dar volta em torno de si, numa perfeita trajetória, a contornar-se em um círculo devastador. Disseram-lhe mais: que surgira há dias, e que resultara de uma combinação de águas quentes em meio a imensidão do Atlântico, com viajantes nuvens frias vindas das geleiras ao sul, a buscar o Norte. Disto surgira uma forma estranha por aqui, de movimentos de brisas, antes tão quietas e comportadas, e agora revoltas e transgressoras, que se rebelavam libertas para o oeste. Mas oras, que descuido é este? Pergunta silenciosa. Resposta inexistente. Dela pra ela mesmo, numa reflexão profunda, queria saber se o acaso, o mesmo acaso que libertou e fez-se desprender o bloco de nuvens, protegeria as almas que em terra

APOIO CULTURAL

ARARANGUÁ ACIMA DE TUDO ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL 2001/2004 visite o site www.ararangua.net

quase ignoravam tamanha conspiração das águas e ventos. De tantos nomes diversos que lhe tentaram dar, a ventania, ou pé-de-vento, como diria o mais tranqüilo habitante, nem queria saber, e vinha solto. Obstinado, isto sim, decidido, não perdoaria a forma de vida que não possuísse, de fato, a certeza de que desejasse viver. A estes, interessados em passar adiante, em sobreviver ao assustador momento, caberia dispor-se, pra começo de conversa, a um apego de fé, a um santo devotado, a uns tocos de vela, ao ramo bento guardado atrás da porta. E no mais, prender-se de alguma forma ao chão, e, no caso dela, pelas raízes, as mesmas que, encravadas na terra, a mantiveram de pé por tantos

anos. De alguma outra maneira que fosse, quem não quisesse alçar vôos, e deixar-se soprar pelas hostilidades do vento como uma pipa perdida, um balão sem rumo, um pássaro tonto, quem quisesse sobreviver, deveria abrigar-se e somente rezar... Num ato de devoção, o que quisesse viver deveria pedir aos céus que a pena fosse leve aos viventes deste chão. Que por mais pecadores que fossem, ainda assim, quem sabe, mereceriam a brandura do perdão... Que viesse uma calmaria logo, e que tudo o que diziam, por mais verdade que fosse, não fosse verdade não, que aquilo que todos pensavam, não fosse tudo aquilo não, que alguns diziam que A papaguela no Jardim que resisitiu ao furacão: ela não possui uma sinalização, era... Que viria um furacão. mas duas hastes que lhe asseguram ficar de No outro dia, pois outro dia pé tornam fácil a sua localização. Está ao nasceu, ela olhou pasma para lado leste da praça, defronte à igreja. todos os lados, conferiu J.M. DE BONI as muletas que há anos lhe ajudam a manter seu tronco, que outrora prostrara-se pela idade centenária, e mal acreditou que estivesse em pé. Impossível descrever a cena. Retalhadas umas, mutiladas outras, e outras totalmente tombadas ao seu redor. Como num campo de batalha, onde corpos vitimados se espalham pelo chão, ela estava ali, firme, sem saber se sorria por estar viva, ou se chorava pela devastação. Mas a mirtácea de bem mais de cem anos sobreviveu gloriosa à tempestade de 28 de março. Sortuda ela, uma sobrevivente já da exuberante floresta original devastada, que antes reinava em todo o vale. A papaguela, como é bem mais conhecida, está ainda mais firme, e tem mais esta história para contar. n


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