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PANFLETO CULTURAL
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ANO 27 • Nº 528 • NOVEMBRO DE 2020 Periodicidade mensal. Tiragem: 1.000 exemplares Fechamento desta edição: 08/11/2020 12h20 E-MAIL: jornaleco.ara@gmail.com CNPJ 28.000.138/0001-00
EDIÇÃO, DIAGRAMAÇÃO E REVISÃO Ricardo Grechi CONTATOS Rossana Grechi ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende, Gibran Rezende Grechi, Nilson Nunes Filho IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado PRODUÇÃO Nicolas Nazari Machado PREPARAÇÃO DO FOTOLITO David Machado Fernandes CORTE Toninho Abel IMPRESSÃO Valdo Martins
TAGS z FLYERS z FOLDERS z CONVITES z PANFLETOS z EMBALAGEM z NOTAS FISCAIS z CARTAZES z CARTÕES DE VISITA z IMPRESSÃO DE LIVROS
© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866, prot.4315/RJ de 17/07/1995)
Leia o JORNALECO em https://issuu.com/jornaleco (desde jan.2009) e assista nossos vídeos no YouTube: Jornaleco Araranguá SC
Av. XV de Novembro - Centro - Em frente ao Futurão Tel. (48) 3524-5916 graficacasadocarimbo@gmail.com
ORION EDITORA
ESTACIONAMENTO EXCLUSIVO PARA CLIENTES
Calçadão Getúlio Vargas, 170 88900.035 Araranguá-SC Brasil
ENTREVISTA ○
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P O R ALEXANDRE ROCHA
m junho de 2019, após algumas tentativas, contando com a ajuda providencial do Laone Matos de Almeida, marcamos uma entrevista com Gercino Pasquali, que foi prefeito de Araranguá aos 40 anos, de 31 de janeiro de 1970 a 31 de janeiro de 1973, tendo, como vice-prefeito, Eduvirges Jovelino Pires. Inicialmente as agendas não fechavam, mas seguimos tentando e marcamos o dia. Na primeira tentativa, cheguei atrasado e perdi de vista o nosso entrevistado. Noutro dia cheguei no horário certo, mas não pude esperar pelo retorno de Gercino, que tinha ido atender a um assunto urgente. Mas não desistimos, logo que conseguimos acertar os ponteiros, fizemos a nossa entrevista. Cheguei por volta das 9 horas e aguardei por pouco tempo na porta térrea que dá acesso diretamente para a avenida Presidente João Goulart. Prevenido e sabendo que Gercino gosta de contar suas memórias, levei duas filmadoras, certo de que poderia ser mais do que o suficiente. Mas caso acabassem as baterias ou as memórias, deixei preparado também o aparelho celular. Pois acabei usando todos os recursos. Sem ainda estar preparado, pois imaginava que combinaríamos antes a entrevista, fui surpreendido pelo entrevistado, que começou a falar logo na escadaria. Não querendo perder nada, liguei a câmera e iniciei a gravação, enquanto subíamos até a sua residência. Na passagem antes da porta, ele aponta para o apartamento ao lado e diz que ali mora o seu neto. Abre a porta, acende a luz e já estamos dentro de seu apartamento. Me guiando em direção ao interior, avisa que sua esposa havia saído e seguimos, passando por uma sala, onde cumprimento a secretária doméstica, enquanto Gercino, sem parar, se dirige para o seu escritório, localizado ao lado de uma sala, que por alguns segundos me detive a
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APOIO CULTURAL
UMA PUBLICAÇÃO
GERCINO PASQUALI ○
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JORNALECO
H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H
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observar. O ambiente é amplo, com grandes sofás de cor bege, tendo sobre cada assento organizadas e bem distribuídas almofadas da mesma cor. Ao centro, uma mesa octogonal de madeira tem sobre si um conjunto de peças de vidro ou cristal. Com dois quadros na parede sul e sóbrias cortinas brancas, havia ali uma atmosfera suave, equilibrada e bem iluminada pela grande janela de frente para o oeste. ALEXANDRE ROCHA
É permitida a reprodução de nossos textos originais desde que citados devidamente o autor e o JORNALECO como fonte da publicação.
um boné cinza. Um pouco abaixo, na parede, outro boné de cor preta. Nas paredes, repletas de recordações, estão pendurados quadros, homenagens, um mapa do Brasil já com alguma idade, um relógio, um termômetro e outras lembranças, entre elas, bem ao alto, uma fotografia sua de quando era prefeito. Logo abaixo, um lindo retrato desenhado em cores, que suponho seja de sua filha. Ocupando quase toda a parede, há uma grande escrivaninha, que se divide em dois níveis. No de cima há uma miscelânea de itens, destacando-se entre eles uma fotografia do casal. Mas há também por ali algumas caixas de remédio, estojos de óculos, entre outros objetos. Na parte de baixo, ocupando quase todo o espaço, estão os equipamentos de rádio amador. Em outra parte do escritório, há uma televisão na parede, ao lado um roteador de internet e no canto direito uma estante repleta de enciclopédias, outros livros, um aparelho de som 3 em 1 e vários discos de vinil. Após uma pausa para montar os equipamentos, passei a entrevistá-lo: Se apresentando: Eu sou Gercino
Com sua voz forte e carregada de um sonoro sotaque italiano, ouço Gercino dizer: “Esta é minha casinha”. Na verdade o seu apartamento é grande, ocupando boa parte do segundo piso da esquina localizada quase na entrada da cidade. Mal registro a passagem pela sala e ouço novamente o anfitrião: “Este é meu canto”. E é para lá que sigo com câmeras, tripés e papel para anotações. Seu escritório é mesmo o seu canto. Distoando da sala ao lado, o espaço é preenchido por muitas coisas, de recordações nas paredes a uma esteira para caminhadas bem ao centro. Logo na entrada há uma poltrona de couro, parte do conjunto de sofá que está na mesma sala. Sobre ela tem um aparelho de ar condicionado e em cima dele repousa
Pasquali, ex-prefeito de Araranguá. Nasci no interior do município, em Timbé do Sul, que pertencia a Araranguá, na época. Vim com a idade de 22 anos para Araranguá. Este é meu escritório, vim para Araranguá, encontrei um canto e aqui permaneci, e aqui, de certo, vai ser o finalmente... (risos). Ainda utiliza o rádio-amador? Sim,
estava falando até agora. Está superado, mas é muito utilizado e há no Brasil 30 mil rádio-amadores falando ainda. Salvei muitas vidas, muitas vidas, inclusive pessoas de Araranguá mesmo. Na época eu tinha um conceito muito grande, porque eu entrava no Salve Aéreo de Porto Alegre, pedia lá e eles mandavam um avião pequeno buscar a pessoa aqui doente e levar pra Santa Casa. Quantas e quantas e quantas vezes, tá? Trabalhei muito naquela enchente (1974) também com rádio-amador, porque tinha sido cortada toda a comunicação. s p. 6
CASA NENA CANOAS / RS
ARARANGUÁ / SC
ARARANGUÁ-SC NOVEMBRO 2020 ANO 27 • Nº 528 DISTRIBUIÇÃO GRAT U I TA CORTESIA DOS ANUNCIANTES
Abuso e exploração sexual infantil
Assaltantes levam joias da igreja
FOLHA
Assaltantes desconhecidos assaltaram o altar da Igreja Nossa Senhora Mãe dos Homens, de Araranguá, levando a coroa de prata, anéis, broches, correntes e medalhas de ouro que vestiam a imagem de Nossa Senhora Mãe dos Homens. O roubo aconteceu no final de semana, não sabendo o padre Lino de quem se trata. “Se for colecionador de peças sacras, a recuperação será difícil, mas se for simples roubo para vender as joias, há possibilidade de recuperação, já que houve roubos dessa forma e todos foram descobertos”, informou o padre Lino. Seguindo a tradição, as joias que vestiam Nossa Senhora Mãe dos Homens, são peças de ouro e prata ofertadas por devotos em forma de agradecimento à Santa por graças alcançadas. A coroa veio de Portugal, mas os anéis, correntes, broches e medalhas são ofertas de seus devotos. Não é a primeira vez que isso acontece, mas sempre há devolução, mas desta vez pode ser que tenha sido algum colecionador de peças sacras, explicou o vigário. A imagem está localizada no altar da igreja e somente por escadas é possível se chegar lá, mas como a igreja mantém suas portas abertas o dia todo, possivelmente o roubo tenha acontecido na hora em que o pessoal está trabalhando, uma vez que o prédio da Matriz está sendo reformado. Daí ninguém ter notado o roubo, pela presença de muita gente trabalhando no prédio da igreja. Mesmo assim, o apelo é geral e pede-se que não comprem as joias, principalmente a coroa de prata, cujas peças são sacras e pertencem à imagem da padroeira de Araranguá.
DE
S.PAULO
semináriosfolha de 23/05/2020
ABUSO
SEXUAL É DIFERENTE DE
EXPLORAÇÃO SEXUAL
São dois tipos de crimes. O estupro de vulnerável é o que a sociedade conhece como abuso sexual. Qualquer relação sexual com criança de até 14 anos, consentida ou não consentida, é considerada estupro. Exploração sexual de crianças e adolescentes ocorre quando o menino ou a menina até 18 anos faz sexo consentido que envolva qualquer troca mercantil. Turismo sexual é uma das modalidades da exploração sexual, mas não a única. Pagar por sexo com criança ou adolescente é crime com pena de prisão. Fonte: Artigo218-B, caput § 2º do Código Penal
MIL é a estimativa de meninas e meninos vítimas de exploração sexual no Brasil.
500
82% das vítimas de estupro são do sexo feminino – maioria negras e jovens. Fonte: Fórum Brasileiro de Segurança Pública
DENÚNCIA
Disque 100
90% dos casos de
violência sexual contra crianças e adolescentes são registrados no ambiente familiar. Fonte: MMFDH
+ p. 10
J ORNAL
DA
MANHÃ
22/05/1985
NJ: As joias jamais reapareceram. Vâner Luiz Batista de Carvalho, o Vaninho, relata assim em seu livro Nossa Senhora Mãe dos Homens - Fé, devoção e folclore na Freguesia que nasceu há 150 anos (Orion, 1998, p. 22): “Na manhã do dia 18 de maio de 1985, ao ser aberta a igreja, constatou-se que havia sido arrombada. Os ladrões quebraram a janela da Capela do Sacrário [...] Levaram a coroa de prata maciça, que estava sobre a cabeça de Nossa Senhora. Esta coroa foi esculpida em 1871, daí seu grande valor histórico para Araranguá. Também levaram suas joias, tais como cordão e medalha de ouro, um par de brincos e anel. O cofre de ofertas foi igualmente carregado pelos ladrões e arrombado no terreno que fica nos fundos da igreja”.
casa e construção
COPISO A mais completa
Tel. (48) 3524-7797 Av. Sete de Setembro, 2520 - Vila São José (esquina com a rua Amaro José Pereira)
A P O I O C U LT U R A L
JORNALECO
A P O I O C U LT U R A L
A razão de se ler textos “tão velhos” ○
É possível libertar-se das drogas
uma mensagem de esperança, anunciando que é possível libertar-se das drogas, e que muita gente tem conseguido.
Mas libertar-se das drogas não é só parar de usar. Parar de usar drogas é a condição básica para o adicto livrar-se da obsessão (vontade de usar) e conquistar uma vida útil e feliz, de crescimento humano e expansão espiritual.
No entanto, o senso comum (incluindo a opinião de muitos médicos) acredita que os dependentes, mesmo em abstinência, sempre terão vontade de usar. De fato, essa situação é própria da sobriedade precária (quando o dependente não usa drogas mas continua confuso, perpetuando os mesmos sentimentos e atitudes da ativa), muito comum em tratamentos escorados em psicofármacos. Mas os “12 Passos”, utilizados em grupos de mútua-ajuda, tratam justamente de se livrar da vontade de usar drogas, modifi-
APOIO CULTURAL
cando aspectos da personalidade do adicto — uma personalidade egocêntrica desenvolvida ao longo do tempo de drogadição. Compreender isso é o ponto de partida para tornar a pessoa mais receptiva a um programa de recuperação para conhecer-se a si mesma e modificar reações emocionais e comportamentos condicionados. Com essa nova atitude e desligando-se aos poucos dos processos racionais e sensíveis associados à drogadição, o adicto não desejará mais usar drogas — e não por que tenha medo ou remorso — mas pela conscientização da realidade que lhe havia escapado, resultando na revalorização da vida, na reconsideração aos outros e a si mesmo. E assim, como uma nova pessoa, e como qualquer outra que deseja ser feliz, o ex-drogado buscará a aceitação sobre o que não pode mudar e a coragem e sabedoria para mudar o que pode e precisa. E nessa vida nova não há desejo nem espaço para as drogas. z
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Cada vez que indico alguém para um cargo, crio dez inimigos e um ingrato.
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Prof. MSc. Pedro Paulo de Miranda
Outro dia, um certo aluno me indagou o porquê de leituras “tão velhas”. Assim mesmo! Respondi que não eram “velhas”, mas clássicas, sobretudo atuais. E ele replicou que atual é o estudo da neurociência e da Inteligência Artificial. E eu disse-lhe, contudo, que o ano zero não inicia no já e/ou no agora. Próspera conversa, pois conheci coisas que desconhecia acerca da I.A. e ele compreendeu que se as coisas “velhas” não fossem datadas, a impressão que se teria é de que foram escritas para o entendimento do agora, especialmente no que diz respeito ao humano! Não para convencê-lo, mas para esclarecê-lo, chamei ao diálogo quatro filósofos: Kant (séculos XVIII e XIX) Jaspers (século XIX e XX), Heidegger (contemporâneo de Jaspers) e Tobias Barreto (século XIX). Historicamente falando, pouco tempo distancia um do outro. Os três primeiros europeus e o quarto, originariamente brasileiro. No discurso expositivo, porém sem apelar, para o que os historiadores denominam de “presenteísmo”, evoquei “O que é Esclarecimento” de Kant, ensaio em que o autor descreve o que é a “menoridade” e, de modo breve, apresentei a sua ideia de “menoridade” como a inaptidão de entender as coisas, sem o direcionamento do outro, algo como a heteronomia. Do contrário, seria a “maioridade”, ou seja, a aptidão de entender as coisas por si mesmo, sem depender do outro, algo como o pensamento autônomo. De Jaspers, que foi o primeiro a empregar o termo “homem autêntico” e “inautêntico” – digo primeiro, pois o emprego desse conceito é anterior a Heidegger. Sob esta perspectiva, Jaspers explica que o “autêntico” busca a raiz do problema, enquanto o “inautêntico” prefere a superficialidade. Desta forma, o primeiro valoriza a constância, o segundo o momentâneo, seguindo o mesmo raciocínio, cresceu e se desenvolveu como a própria pessoa em contraposição daquele que apenas imitou. De Heidegger, há certa semelhança, embora em outros termos — sinteticamente, escolher, conquistar ou perder-se na aparência das coisas. A modalidade autêntica é o oposto da valorização das banalidades, algo assim. Por fim, Tobias Barreto, integrante da Escola de Recife, jurista, poeta e ardente defensor da escola alemã, incluindo a filosofia kantiana, assinalada pelo famoso “Discurso em mangas de camisa”, onde destaco a denúncia que fez no ano de 1877: “Por toda parte, pois, e sob todos os pontos de vista, os mesmos sintomas mórbidos, as mesmas ânsias, a mesma angústia. As consciências como que perderam o centro de gravidade moral, e balançam-se inquietas em busca de um apoio. A instrução é quase nula, à medida que também é nulo o gosto de instruir-se; e temos em casa o exemplo. Acabais de ouvir que o dispêndio feito com as escolas desta cidade é muito inferior ao que se faz com a polícia: sinal evidente de atraso intelectual”. O discurso foi dirigido aos homens do interior e contra a prepotência dos homens de terra. Por fim, cada qual no seu tempo, no entanto, com contribuições valorosas para o entendimento do cenário que envolve cada um de nós. z Nada é tão atual!
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PRAÇA HERCÍLIO LUZ, 436
ARARANGUÁ SC
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O porto-alegrês é uma das línguas mais difíceis do Ocidente (que não o hemisfério, mas o bar em Porto Alegre). Pra começar, só existe uma interjeição – bah! – que é usada em mais ou menos 462 situações diferentes. Para complicar, bah! tem também 497 entonações diferentes: pode ir de um simples beh! até um complicado pãh! – dependendo do que você queira dizer. E tem também as gírias. Porto Alegre é equipada com mais ou menos quinze fábricas de gírias funcionando sem parar. Algumas chegam até ser exportadas: viajar na maionese e pirar na batatinha, que já estiveram super na moda no Rio de Janeiro, são faladas há anos (ou, em porto-alegrês, “há horas”) em Porto Alegre. Outras expressões cruzam a fronteira, mas nunca chegam a ser compreendidas. Deu pra ti, por exemplo, fez o maior sucesso no Brasil inteiro. Talvez porque todo mundo pensasse que “deu pra ti” fosse uma sacanagem, quando na verdade só queria dizer “chega!”. Também tem o trilegal. Pois sim: “há horas” que ninguém fala “trilegal” em Porto Alegre. O pessoal fala “tribom”, “triquente”, “tri a fim”, “trigostosinha”, “trifud...” (muito usado), “tri” o que você quiser, menos “trilegal”. Mas nada é mais porto-alegrense quanto falar: “tu vai ir?”. Repita agora, com sotaque: “Bah, mas tu vai ir? Bah, mas se tu for, então eu também vou. E deu pra ti.” P.S.: Não há nada melhor do que poder dizer: “Bah, eu sou de Porto Alegre”... com o sotaque mais cantado possível... e a cara mais orgulhosa do mundo! Me perdoem os não porto-alegrenses! Mas Porto Alegre é tridemais!! (CIRCULANDO NA INTERNET SEM O NOME DO AUTOR, GAÚCHO, COM CERTEZA)
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MARIO QUINTANA
estava simplesmente tentando descobrir quanto exatamente podia chegar perto do trem em movimento antes de ser atin1º COLOCADO: Quando o seu revólver gido. calibre 38 falhou, durante uma tentativa de assalto, o assaltante James Elliot, de 6º COLOCADO: Um homem entrou num Long Beach, Califórnia, cometeu um pe- mercado na Louisiana, colocou uma nota queno erro. Virou a arma para ver se no de 20 dólares no balcão e pediu para cano tinha algo impedindo a arma de fun- trocar. Quando o balconista abriu a gacionar e experimentou apertar o gatilho veta, o homem mostrou uma arma e de novo... Desta vez a arma funcionou. mandou que lhe entregasse todo o dinheiro da gaveta. Depois fugiu, mas na 2º COLOCADO: O chefe de um hotel na pressa esqueceu a nota de 20 no balcão. Suíça perdeu um dedo no moedor de O total que havia na gaveta e que o carne e entrou com um pedido de homem levou era 15 dólares. ressarcimento na sua seguradora. Esta, desconfiando de uma possível negligência 7º COLOCADO: Um homem no Arkansas no uso do aparelho, enviou um inspetor estava tão afobado para tomar uma cerque testou o moedor: ele fez exatamente veja, que resolveu jogar um tijolo contra a mesma operação e acabou perdendo a vitrine de uma loja para roubar alguum dedo também. O pedido de ressar- mas garrafas e fugir. Apanhou um tijolo cimento foi então aprovado. e o jogou com todas suas forças contra a vitrine. O tijolo bateu e voltou, acer3º COLOCADO: Um homem ficou reti- tando exatamente a testa dele, que ficou rando neve da rua com uma pá por mais desmaiado no chão até a polícia chegar. de uma hora, durante uma tempestade A vitrine era de plexiglass inquebrável e de neve em Chicago, para poder estaci- a cena foi filmada pela câmera de seguonar o seu carro. Terminado o trabalho, rança da loja. foi buscar o carro e, ao voltar ao lugar que tinha preparado com tanto esforço, 8º COLOCADO : Na crônica local do encontrou uma senhora que tinha aca- jornal da cidade de Ypsilanti, Michigan, bado de estacionar, com a maior natu- apareceu a notícia do assaltante que enralidade, no espaço que ele liberara. trou no “Burger King” da cidade às 5 da Assim ele se explicou à polícia: “Como manhã, apontou uma arma para o caixa poderia deixar de dar dois tiros de fuzil e ordenou que lhe entregasse o dinheina mulher?!” ro. O atendente explicou que devido a uma trava eletrônica, não poderia abrir 4º COLOCADO: Depois de ter parado o caixa sem um pedido. O homem então para tomar todas num bar clandestino, pediu cebolas fritas e o atendente retruo motorista de um ônibus no Zimbabwe cou que, pelo sistema, não poderia serpercebeu que os 20 doentes mentais que vir cebolas no café da manhã. O assaldeveria levar para um asilo em Bulawayo, tante, frustrado, foi embora. haviam fugido. Tentando esconder sua negligência, foi até uma parada de ôni- 9º COLOCADO: Um homem tentou roubus e ofereceu transporte de graça para bar gasolina de um trailer estacionado as pessoas que estavam esperando no numa rua em Seattle, e a polícia enconponto. A seguir, foi até o asilo e entregou trou-o no lugar, dobrado, no chão, voos passageiros, dizendo que eram muito mitando sem parar. No relatório da poperigosos e inventavam histórias incrí- lícia foi explicado que o homem, em vez veis para tentar fugir. O engano só foi de colocar a mangueira no tanque e descoberto vários dias depois. chupar para puxar a gasolina, colocou a mangueira no tanque da privada química 5º COLOCADO: Um adolescente ameri- do trailer e chupou com força. O procano foi internado num hospital com gra- prietário do trailer se recusou a fazer o ves ferimentos na cabeça, provocados B.O., declarando que nunca tinha se pelo choque com um trem. Questiona- divertido tanto na vida. do sobre como tinha acontecido o acidente, ele explicou para a polícia que Texto catado na Internet, sem citação da autoria
MANCADAS HISTÓRICAS
O porto-alegrês
NET
Qualidade e bom preço o ano todo
S S
A BANDA
O amor é quando a gente mora um no outro.
uplemento
MOLIÈRE
APOIO CULTURAL
Ao abordar ou atender um dependente químico, evite dizer que é difícil largar as drogas (isso ele sabe tanto ou melhor do que você, o que pode debilitar ainda mais sua disposição para se tratar; além do que, esse é um argumento para a prevenção primária, que não é o caso dele). Melhor é levar
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“Que a vida é melhor sem a bebida, todos sabem. Mas ser feliz sem beber é outra coisa. E é disso que o A.A. trata.” (DE UM AA)
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JORNALECO 528
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Reuniões 2 e 5 f., 20h - dom., 17h Próximo à Igreja Sagrada Família Cidade Alta - Araranguá
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Reuniões 4as e 6as feiras, às 19h30 Próximo à Câmara de Vereadores Balneário Arroio do Silva
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Director Proprietario DURVAL MATTOS Gerente BONIFACIO AGUIAR Redactor POMPILIO FERNANDES Collaboradores DIVERSOS
N.A. Narcóticos Anônimos
Circulou cerca de 3 anos entre 1929-1931 e 1936-1937
Reuniões 4as feiras, às 20h Sala na Igreja Episcopal, centro - Araranguá
POLÍCIA MILITAR: 190 POLÍCIA RODOVIÁRIA FED.: 191 SAMU: 192 BOMBEIROS: 193 ATENDIMENTO À MULHER: 180
telefones para emergências
Reuniões 3as feiras, às 20h00 Sala na Igreja São Cristóvão - Maracajá
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EDIÇÃO: ROSSANA GRECHI
Reun. 2as f., 20h - Junto ao A.A. - Araranguá
“Cartões de visita, enveloppes, contas corrente, papeis para cartas, mata-borrão, facturas commerciaes etc. Nesta Typographia”
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F 13 DE ABRIL DE 1930
Sob a presidência do exmo. dr. Adão Bernardes, digno Juiz de Direito da comarca, teve início no dia 22 do pretérito, a segunda sessão do Tribunal do júri, sendo a Cadeira do Ministério Público, na ausência do dr. Edgar de Abreu, ocupada pelo seu substituto legal, professor Abílio Gomes. Foram submetidos a julgamento os seguintes réus, todos incursos no art. 294 do Código Penal: Berílio Júlio da Silva; Severiano Luiz Lopes; Augusto Querino Felisbino; Manoel Antônio Vargas e Pedro Antônio Francisco. Respectivamente, foram absolvidos todos os réus, com exceção do primeiro, que foi condenado a 28 anos de prisão!!! Ao fecharmos esta ligeira notícia, solicitamos dos srs. jurados mais um pouquinho de atenção, não se deixando jamais iludirem-se por cantos de sereia! Não afirmamos, porém nos parece que no nosso município morre mais pessoas de desastres do que atacado por efermidades. Foram advogado dos réus os srs. Fontoura Borges e Herculano Furtado. Voltaremos ao assunto.
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TOURNIER Dr. Everton Hamilton Krás Tournier Graduado e especializado na Universidade Federal de Santa Catarina • Pós-graduado no Instituto Adolfo Lutz de São Paulo • Pós-graduado na Universidade do Sul Catarinense E-mail: tournier@contato.net
FOLHA
SAIBA COMO AJUDAR
Fale sobre o assunto A violência sexual contra crianças e adolescentes ainda é um tabu. Sendo assim, falar sobre o problema é um passo muito importante, alertando as pessoas, informando as crianças e adolescentes, conversando nas escolas, nas famílias e nos locais de convivência. Saber que o problema existe é uma forma de proteger crianças e adolescentes, que pode aumentar as denúncias e, consequentemente, a responsabilização dos agressores.
DESAPARECIMENTO DE UM HOMEM
É papel de toda a sociedade proteger crianças e adolescentes contra qualquer tipo de violência, incluindo a violência sexual. Em caso de qualquer suspeita de uma situação de abuso ou exploração sexual de crianças e adolescentes, denuncie pelo Disque 100 ou algum dos diversos canais oficiais de denúncia. A Childhood Brasil é uma associação privada sem fins lucrativos qualificada como organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP).
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NOVEMBRO 2020
Denuncie qualquer suspeita
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De emboscada Na noite de 24 do passado, achavam-se diversas pessoas jogando víspora em casa do sr. Diogo Pereira, no lugar Caverá, quando, por uma fresta da porta, desfecharam um tiro, tendo o projétil atingido o sr. Nascimento, filho do sr. Orestes Galdino, tendo o criminoso fugido após a perpetração do crime. Ignora-se o motivo, pois o sr. Nascimento é um moço bastante estimado e não tinha inimizade alguma ali, Atribui-se que o mesmo fora vítima de um engano, pois o sr. Nascimento estava de costas quando recebeu o tiro, segundo nos informaram.
HÓSPEDES E VIAJANTES Estiveram nesta cidade: — De Laguna [...]; Dr. Claribalte Galvão, diretor d’“A Gazeta”; advogado Herculano Furtado e, acompanhado de sua esposa, o sr. Godofredo Marques, do nosso colega “A Cidade”. — De Meleiro, o sr. Arnaldo Napoli. — De Sombrio, o sr. Caetano Lummertz. — De Torres, os srs. Cel. José Kras, intendente daquele município, e José Clezar, representante da firma Picoral, de Porto Alegre. — De Conceição do Arroio, o sr. Manoel Telesphoro Machado; — De Praia Grande, o sr. Abel Esteves de Aguiar, farmacêutico ali residente.
F 30 DE MARÇO DE 1930
Nº
11 F
Morto?
Na tocaia
Em um ranchinho, no lugar “Arroio dos Silvas”, na praia do Mar Grosso, morava o pescador Júlio Manoel Gomes, conhecido por alcunha de Júlio Deco. No dia 3 do passado, esse indivíduo, que se dava ao vício da embriaguez, esteve nesta cidade vendendo alguns peixes pescados no referido lugar. Acontece, porém, que até a hora em que escrevemos esta ligeira notícia, não se sabe para foi onde Júlio Deco, desaparecendo ele misteriosamente desta cidade! Algumas pessoas, inclusive sua mulher, que dele se achava há tempos divorciada, atribuem o seguinte: — Que Júlio Deco, talvez alcoolizado, fosse a certas horas botar o espinhel, sendo, nessa ocasião, tragado pelas ondas; outros porém supõem que, devido ao estado de pobreza em que vivia, houvesse se retirado para outro qualquer ponto do município, a procurar recursos.
Entrou, quase que definitivamente, nos hábitos do nosso povo, o horripilante costume da tocaia, isto é, esperar-se o inimigo “atrás do pau” para eliminá-lo. Ainda há dias, perdeu a vida, numa dessas traiçoeiras emboscadas, Domingos Borges, residente no lugar denominado Sanga do Engenho. Não contente em eliminálo, o matador, ou matadores, mutilaram-lhe o corpo, cortando-lhe as orelhas. Essas, com certeza, foram levadas como prova do delito ao mandante de tão monstruoso ato. [...]
APOIO CULTURAL
APOIO CULTURAL
De acordo com o Disque 100, entre 2011 e 2017, em 92% das denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes as vítimas eram do sexo feminino. Essa estatística é similar a divulgada pelo Ministério da Saúde: no mesmo período, o órgão registrou 85% das denúncias de violência sexual contra meninas.
Quase 80% das denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes são de abuso sexual. Esse tipo específico de violência sexual tem uma característica alarmante: um número significativo dos agressores são familiares da vítima – pais, mães, padrastos, tios, avós. No entanto, os órgãos analisados também apresentam dados desiguais quanto a essa característica: entre 2011 e 2017, o Ministério da Saúde registrou 27% de casos de violência sexual contra crianças e adolescentes em que os agressores são familiares da vítima. No mesmo período, o Disque 100 recebeu 54% de denúncias com esse mesmo perfil. Os dois órgãos constataram que a grande maioria dos agressores de violência sexual contra meninas e meninos são do sexo masculino. Nos dados do Disque 100, 63% dos abusadores são homens e, segundo o Ministério da
É a principal estratégia para o enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes. A descentralização de dados torna mais difícil a formulação de políticas públicas para enfrentar de forma efetiva essa grave violação de direitos humanos. Dessa forma, a prevenção da violência sexual infantil ainda é uma das melhores formas de enfrentar o problema. Há diversas formas em que toda a sociedade pode contribuir para a prevenção da violência sexual contra crianças e adolescentes.
JORNALECO 528
Quem são as vítimas
Quem são os agressores
Saúde, os homens representam 88% dos agressores.
Prevenção
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Júri
Fonte: https://www.CHILDHOOD.org.br/a-violencia-sexual-infantil-no-brasil (14/08/2019) Crianças e adolescentes negros representam a maioria das vítimas de violência sexual: enquanto o Ministério da Saúde registrou 51% do total de denúncias com esse perfil entre 2011 e 2017 (em 11% dos casos, a raça não foi divulgada) o Disque 100 recebeu 34% do total de denúncias de violência sexual, contra meninas e meninos negros. Em 41% recebidas pelo Disque 100, a cor da vítima não foi informada. Os dados dos dois órgãos confundem-se quando analisamos a faixa etária das vítimas. Enquanto o Disque 100 registrou as faixas etárias de 12 a 14 anos (28% das denúncias), 15 a 17 anos (22%) e 8 a 11 anos (19%) como as mais vulneráveis; o Ministério da Saúde coletou os seguintes dados: 40% do total de notificações de violência sexual contra crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, 21% dos casos vitimizando crianças de 1 a 5 anos e 19% situações em que as vítimas são adolescentes de 15 a 19 anos.
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A violência sexual infantil no Brasil No Brasil, é ainda muito incipiente a disponibilização de dados para mensurar o tamanho real do fenômeno da violência sexual contra crianças e adolescentes. Estima-se que apenas 10% dos casos de abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes sejam, de fato, notificados às autoridades. Por exemplo, entre 2011 e 2017, o Disque 100, canal de denúncias oficial do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MDH), registrou 203.275 denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes. No mesmo período, o Ministério da Saúde recebeu 141.160 notificações da mesma violência. Apesar de não haver uma discrepância tão grande desses números, a diferença nos registros de órgãos distintos dificulta a compreensão da real dimensão dessa violência no País. Apesar da subnotificação, os casos registrados já apontam certas características desse tipo de violação. Ainda que existam dados mais recentes divulgados pelo Disque 100, analisamos as denúncias recebidas pelo canal no período de 2011 a 2017, para estabelecer uma base comparativa com os dados registrados pelo Ministério da Saúde. Foi possível identificar dados como: a faixa etária com o maior número de vítimas, qual a relação dos agressores com as crianças e adolescentes e onde acontece a violência.
aAc crônica dos anos 1930
i Atenção! j O CINE GLÓRIA exibirá, quinta-feira, 3 de abril, o suntuoso filme em 14 partes: A Cabana do Pai Thomaz.
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Diretores CLAUDENIR OLIVEIRA SOUZA e JURACI FERNANDES Editora, redação e diagramação JURACI FERNANDES Arte final MARILENE MARMITT Redação: Av. XV de Novembro, 2010 - Araranguá-SC Impressão: GAZETA DO SUL Santa Cruz do Sul-RS
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Com a boca cheia de dentes
Tive várias madrinhas; era costume na época. Madrinha Dores Zanatta, de Batismo, madrinha Emília, de crisma – na verdade, seu filho mais velho, Pedro, era o padrinho e eu estendia também aos velhinhos os tratamentos pronominais –, madrinha Perpétua, que foi a parteira. Madrinha Perpétua tinha um caso interessante: viúva há tempos, adotou um rapaz, já crescido, e depois casou (“juntou”) com o próprio.
APOIO CULTURAL
Voltemos à madrinha Emília, a mais pobre. O velhinho, José, ficava no seu cantinho (na dele). Emília era mais ativa: fazia benzeduras – sem cobrar alguma coisa – e não saía de nossa casa, falando mal das pessoas ou destilando seus ódios contra desafetos... muito praguejadora; respeitava, quase com temor, minha mãe. Como todas as pessoas pobres que conhecia, ela também não tinha dentes. Era um suplício sua
Hoje os alimentos são mais acessíveis para o povo, até para as pessoas bem pobres, mas, na época, isso não era assim. Carne, de qualquer matiz, era um artigo muito escasso, portanto, de luxo. Carne ensopada, Emília conseguia comer, pois a cozinhava até quase desmanchar. Certa vez, apareceu lá em casa com uma “cozinhada” de carne de gambá. Minha mãe não comia nem carnes de caças nobres (veados, aves...), quando meu pai, caçador inveterado, os trazia do mato; quem diria gambá. Mesmo assim, mamãe ensopou o bicho e confesso: ficou uma delícia! Madrinha dizia que quando tinha vontade de comer carne ela assava até quase torrar, depois socava no pilão e “mastigava” com as gengivas. A falta de dentes era comum naqueles tempos, pois dentistas, além de raros, eram profissionais só para ricos. Ou o/a infeliz amarrava um barbante no dente já mole e alguém o puxava num supetão, ou, o dente ia se consumindo aos poucos e o/a pobre do/a infeliz sofria as consequências terríveis de uma dor de dente. Era comum, também, avistarem-se pessoas com panos amarrados acima das cabeças, protegendo o queixo. Os dentes cariados eram tão comuns nas pessoas da época que até serviam para brincadeiras jocosas. Quando alguém queria reclamar da pouca comida dizia: “É tão pouco que nem dá pra encher as
covas dos dentes”. Certa vez um andarilho, cansado e com sede, chegou a uma choupana para pedir água. Apresentou-se uma velhinha muito simpática, sorridente, sem dentes e feridas nos cantos da boca (boqueira). De bom gosto entregou-lhe sua caneca feita de lata, quadrada, com água. O andarilho vendo aquilo pensou: “Não tem jeito, não posso fazer desfeita; já sei: tomarei a água no canto esquerdo da caneca”. A velhinha, admirada, observou: “Engraçado, meu filho, você é igualzinho a mim. Toma água bem do lado que costumo beber!”
Tel. 3524-3071 Av. XV de Novembro
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O Concurso da Mais Bela Vitrine, realizada na semana que antecedeu o Natal, com participação de 19 lojas, teve como primeira colocada a Casas Bandeirante, na decoração de Ieda Ferreira Alano. O segundo lugar ficou com a Casa Cometa, que contou com a decoração de Rosiléia Gomes Batista. No critério de avaliação contava a originalidade e criatividade e a escolha foi por conta da comissão julgadora, que esteve composta por Neusa Aguiar, colunista social do jornal Nosso Tempo, Dores Machado, professora, Sônia de Souza, artista plástica e Olga Hübbe Pacheco, também artista plástica. O prêmio foi de um mil cruzados novos para o decorador e um troféu para cada empresa.
O UCCA surgiu de um grupo de amigos liderado por Waldyr Pereira, Alcides Paulino (Doca), Antonio Paulino (Nico) e Domingos Campos (Mingo). Estes, em 1953, convidaram Antonio Zanini para organizar uma sociedade. Alôncio Búrigo Naspolini, que foi um dos sócio-fundadores e presidiu o Clube por 20 anos, fala da sua fundação: “Domingos Campos, que era sapateiro na época, comprou uma casa velha e a instalou na avenida João Goulart [ex-Mário Andreazza, em terreno do próprio Domingos, próximo ao futuro ponto de táxi] e em 7 de novembro de 1953 foi fundado o União Clube Cidade Alta”. O Clube teve como primeiro presidente Pedro De Bem (19531954), Alcides Duarte (1955-1956), Nereu Bertoncini (1957-1958), Arnaldo Bitencourt (1959, vindo a falecer durante sua gestão), Gercino Pascoali (1959-1960), Edevanes Manoel Gomes (19611962), João Luiz Tonelli (1963), Alôncio Búrigo Naspolini (19641975), João [“dos Pintos”] da Silva (1976), Alôncio Búrigo Naspolini (1977-1983), Édio de Oliveira (1984), Antonio da Silva (1985), Braga (1986), Aurelino Alves Sobrinho (1987-1988) e, em 1989, com o atual presidente, Jaime Felisbino. [...] NJ: Alguns nomes foram corrigidos com base em edições do “Jornal do UCCA” de 1983, de onde: “Ainda em 1953, foi eleita a primeira diretoria: presidente: Pedro De Bem, secretário: Antonio Zanini e tesoureiro: Waldyr Pereira; “No ano seguinte, 1954, acontecia o primeiro baile, numa noite de julho”, “Em 1969, realizou-se o primeiro baile de debutantes”, “No dia 19 de setembro de 1977, a sede do UCCA ardia em chamas”, “...com o dinamismo e dedicação do presidente Alôncio Naspolini, em 1979 uma nova sede foi começada, a atual sede na rua Capitão Pedro Fernandes”. + J.388
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Nº
Apesar de o handebol feminino e o tênis de mesa masculino não terem passado na eliminatória, Araranguá teve boa participação nos 2 os Joguinhos Abertos realizados em Lages, de 7 a 11 de novembro. O xadrez masculino conquistou o 4º lugar e, segundo Irmão Celeste, esta é uma equipe de futuro, que merece todo o apoio e incentivo. O líder da equipe é Tarciano, sendo que a mesma conta com Lissandro, Marcos Eduardo, Francisco e Ângelo. A sensação maior dos Joguinhos ficou por conta de Roberta Daniel Silva, de Araranguá que, com apenas 13 anos de idade, conquistou a medalha de bronze nos 100 metros rasos, além da medalha de ouro no salto em distância, com a marca de 4,95m. [...]
UCCA completa 36 anos
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F JANEIRO 1990
Mais bela vitrine
O Asilo São Vicente de Paulo [inaugurado em 1983 pela Casa da Amizade/Rotary Club de Araranguá] atualmente administrado por irmã Maria da Glória, irmão Palmira, e irmã Maria do Rosário, inaugura, dia 24 de novembro, a nova ala. A solenidade terá início às 19 horas na sua sede. No momento são atendidos 16 idosos.
Certa vez foi preso, por mais de vinte anos, um psicopata que costumava estuprar mulheres e tinha por hábito bizarro contar seus dentes para ver se faltava algum. Cumprido a pena, o homem fez uma promessa: “A primeira mulher que encontrar, hei de abusar dela tantas vezes quantos dentes encontrar”. Não teve sorte. A primeira que viu foi uma velhinha, tão velhinha que já nem tinha quase mais dentes; apenas um, bem na frente da boca. Mas, promessa é promessa. Correu atrás da pobre coitada, derrubou-a no chão, falou-lhe de sua promessa, e... Satisfeito, embora decepcionado, o estuprador já estava longe quando a velhinha lhe gritou: “Meu filho, volte aqui, descobri, que no fundo da boca, tem outro caquinho de dente!”
ATENDIMENTO: De segunda a sexta: das 8h às 12h e das 13h30 às 19h Sábados: das 8h às 12h e das 13h30 às 17h
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Asilo inaugura nova ala
DREAMSTIME.COM
Enquanto isso faço que nem nosso guru Seixas: “Eu é que não me sento no trono de um apartamento com a boca escancarada cheia de dentes esperando z a morte chegar”.
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Araranguá participa dos Joguinhos Abertos
APOIO CULTURAL
Por falar nisso, não muito tempo atrás a medicina e os cuidados pessoais de higiene, de saúde e até sociais eram um tanto difíceis, principalmente para a gente do povo, das pessoas com pouquíssimas condições de sobrevivência. Minha madrinha Emília era um bom exemplo disso: analfabeta, paupérrima, morava, quando eu era menino, em casa de pau a pique; depois, com os filhos já adultos e trabalhando, passou a residir na vila e em casa mais decente.
alimentação, mas todo mundo têm soluções criativas, principalmente quanto às sobrevivências alimentares.
NOVEMBRO 2020
ção a frase do articulista que narrava a malfadada inauguração de uma ponte pênsil (em 1984) entre Passo de Torres e Torres. Os dois prefeitos deveriam se encontrar bem no meio para a cerimônia; só que a obra despencou durante o ato. Fico imaginando suas bocas, bem escancaradas, cheias de dentes, como diria nosso herói Raul Seixas.
F NOVEMBRO 1989
JORNALECO 528
LENDO o Jornaleco, me chamou aten-
PUBLICADO ENTRE 1989 E 1992
Larápios à solta Dois refletores com lâmpadas especiais, reatores, disjuntores e fios, avaliados em 11 mil cruzados novos, foram roubados no morro Centenário. [...] A iluminação do Morro [do monumento com a cruz] fazia parte de um projeto de embelezamento. [...] Para completar, os larápios levaram várias lâmpadas coloridas que faziam parte da iluminação natalina das árvores nas avenidas principais.
F FEVEREIRO 1990
Nº
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IV Campeonato Paiolzinho de Surf Tomaram parte do evento 94 surfistas, uma participação relativamente mais baixa em comparação ao ano anterior. Os competidores vieram de diversos Estados, entre eles: São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina. CATEGORIA AMADOR – DE 18 ANOS ACIMA 1º lugar: Neco Padaratz (patrocínio: Tropical Brasil) 2º: Alexandre Gaidzinski (Rasga Mar-Pro Radical Surf) 3º: Rodrigo Paulo (Degas-Shoek/Cultural/Odeio Cigarros) 4º: Marcelo Peruchi (Peruchi Bebidas/Eletrônica Silva) 5º: Ivo Pimentel (Areial) 6º: Boni (Casa Cometa) CATEGORIA AMADOR
– DE 16 A 18 ANOS
1º lugar: Neco Padaratz (Tropical Brasil) 2º: Vampiro (Farmácia Moderna/Classic Beach/Sonia Boutique) 3º: Emerson (Natural Point/Bychelo-Anchor) 4º: Carioca (Casa Cometa) 5º: Eder dos Santos (Panificadora Santa Maria/Eletrônica Silva/
Hotel Becker) 6º lugar: Siri (Casa Nova)
BALNEÁRIO ARROIO DO SILVA DISK ENTREGA
Matriz: 3526-1339 Filial: 3526-1112
Diretor WLADINIR LUZ Redator ERNESTO GRECHI FILHO Gerente HERVALINO CAMPOS Tipógrafos WALDEMIRO, FERRINHO, NEI etc. Impressão: GRÁFICA LIDER (LIDO) (ORION) de 1960 a 1975 Redação e oficina: Av. Getúlio Vargas, 158-170, em frente ao Cine Roxy
Pequenas receitas, grandes sabores ○
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CAPUCCINO CASEIRO z INGREDIENTES 1 e 1/4 xícara (chá) de leite em pó 50g de café solúvel 1 e 1/4 xícaras (chá) de açúcar refinado 1 colher (de sopa) de canela em pó 2 colheres (de sopa) de chocolate em pó 1 colher (de chá) de bicarbonato de sódio em pó z MODO DE PREPARO Primeiramente, comece pelo café solúvel, bata no liquidificador até virar um pó. Então, coloque o restante dos ingredientes num recipiente e misture bem. Armazene essa mistura em um pote ou lata que fiquem bem fechado. Por fim, para cada xícara de água quente ou leite, coloque 1 colher de sopa cheia desta nossa mistura de cappuccino e mexa bem até dissolver. https://folhago-com-br
PIPOCA CARAMELIZADA COM AÇÚCAR MASCAVO z INGREDIENTES
1 xícara de milho de pipoca 1 xícara de açúcar mascavo 4 colheres de sopa de água Óleo z MODO DE FAZER Estoure a pipoca normalmente só no óleo, sem temperos. Depois de estourada, coloque a pipoca em uma bacia e reserve. Numa panela, leve ao fogo o açúcar mascavo e as colheres de água, mexendo sempre. Vá mexendo e veja que a calda atingirá o ponto de fio quando escorrer da colher formando um fio bem fino e curto. Este é o ponto desejado. Despeje a calda sobre a pipoca estourada e mexa bem, distribuindo a calda por todas as pipocas. Espere esfriar um pouco e aproveite! http://siamar.ind.br/receita/173/pipoca-caramelizada-comacucar-mascavo
j LOGOTIPO CRIADO POR C. E. GUASCO (ESTREOU NA EDIÇÃO 169 DE 16/04/1968 E FOI USADO ATÉ O FINAL)
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F A CRÔNICA DOS ANOS 1960 F
CURIOSIDADES DO MUNDO 1 – Nos Estados Unidos, há mais casas desocupadas do que moradores de rua. Se fosse dada uma casa a cada um dos necessitados, ainda sobrariam residências. 2 – Em Nova York, quando uma casa considerada mal-assombrada é vendida, é obrigatório que o comprador seja avisado. 3 – No Japão, um dos sabores de sorvete disponíveis é o de enguia. 4 – Usain Bolt, o corredor mais rápido do mundo, exige que todas as fotos dele sejam tiradas na Jamaica, seu país de origem. Em suma, a ideia é contribuir economicamente para o país. 5 – Em Hong Kong, há uma reserva limitada de água doce. Sendo assim, a maioria dos banheiros usa água do mar nas descargas. 6 – Algumas casas de banhos termais do Japão não permitem que pessoas tatuadas entrem nas águas. 7 – As três famílias mais ricas do mundo são detentoras de mais dinheiro do que possuem os 48 países mais pobres do planeta. 8 – Na Rússia, a cerveja não era considerada uma bebida alcoólica até 2011. Antes disso, era considerada apenas um refresco. 9 – Na Itália, turistas jogam cerca de 1,5 milhão de euros em moedas todos os anos na Fontana de Trevi. É tanto dinheiro, que houve uma disputa acirrada e longa entre a prefeitura de Roma e a Igreja Católica para ver quem tinha direito sobre o valor. Hoje, o dinheiro é recolhido de tempo em tempo e doado à caridade. 10 – Um australiano tentou vender a Nova Zelândia através do eBay. Sim, em resumo, estamos falando do país. O valor chegou a 3 mil dólares australianos e houve 22 lances. Mas o próprio eBay interferiu na negociação e cancelou o leilão. 11 – O único planeta do sistema solar que não tem o nome de um deus é a Terra. 12 – Nosso planeta é o mais denso de todo o sistema solar. 13 – No ano de 1923, 38 mil pessoas morreram vítimas de um tornado de fogo em Tóquio. 14 – Estima-se que 2/3 das pessoas nunca viram neve na vida. 15 – Muito antes de existirem árvores, o nosso planeta era coberto por cogumelos gigantes. Fonte: site CURIOSIDADES – https://www.curiosidades.com.br/2020/02/ curiosidades-do-mundo-fatos-mais-curiosos/
F 23 /OUTUBRO /1967
Nº
163 F
SOCIEDADE NO VALE DO ARARANGUÁ (Escreve J.K.) n As quartanistas do Madre Regina fizeram realizar um baile no
sábado dia 7 de outubro angariando fundos para a formatura. Abrilhantou a noitada o Wild Cats [conjunto do Edinho Palmas]. Notamos a presença elegante dos casais Edgar Orige, André Wendhausen, Pedrinho Melo, Alziro Santos e Alírio Monteiro. n O Lions Clube também vem apresentando grande contribuição à sociedade araranguaense. Em benefício do Natal da Criança Pobre fez realizar um espetáculo de luta livre que deve ter feito água na boca de muito município maior economicamente e populacionalmente do que o nosso. Trouxe Ted Boy Marino, El Duende, Bala de Prata, Stiner, Leão do Líbano, Scaramouche, Juliano e outros lutadores de classe internacional. n O União Clube Cidade Alta - UCCA, também está com uma programação de fazer inveja. Dia 4 de novembro estará apresentando um baile de aniversário com o conjunto Ravena, quando será eleita e coroada a Rainha da Primavera do UCCA. As finalistas já conhecidas são Ivani Naspolini, Marli Silva e Marilva Ouriques. O traje será passeio para cavalheiros e toilete para senhoras. À tarde terá lugar a inauguração das novas dependências, realização da diretoria atual. Dia 25 de novembro realizar-se-á o baile de máscaras com a orquestra American Night.
Grêmio conquista nova e empolgante vitória Jogando na tarde de domingo frente ao quadro do Barão, de Içara, o Grêmio Fronteira brindou sua torcida com uma empolgante vitória, colhendo o alto escore de 6x1. [...] ...para surpresa de muitos, o Grêmio Fronteira vem sendo apontado como possível campeão da Liga Atlética da Região Mineira. NJ: A seguir, o Grêmio disputaria o título contra o Itaúna numa melhor de três. Venceria o Itaúna, sagrando-se campeão da LARM de 1967.
ESPORTES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Direção de Geraldo Grassi Grêmio Fronteira 6x1 Barão RESUMO DA PARTIDA Local: Araranguá. – Goleadores: Tatavo aos 12 e 35min/1ºt. Pedroca aos 7 e Zezinho aos 13 e 25min, e Éliton aos 36 min/2ºt para o Grêmio. Sarara aos 15min da etapa complementar descontou para o Barão. – Juiz: Pedro Satiro, com boa atuação – Renda: NCr$ 790,00. Equipes: Grêmio: Nedo; Navalha, Max, Zé Cláudio e Ruano; Zezinho e Roberto; Éliton, Rodrigues (Ênio), Pedroca e Tatavo [técnico: Zé Gaúcho]. Barão: Jacaré, Borges, Ximirim, Miquim e Batista; Ari e Zé Casturino, Ataíde, Cachoeira, Valdir e Sarara. – Melhores: Roberto foi o melhor jogador do Grêmio, seguido de Nedo, Zé Cláudio, Éliton, Zezinho, Pedroca e Tatavo. Cachoeira foi a principal figura do Barão. Destaques também para Sarara, Ximirim e Zé Casturino.
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APOIO CULTURAL
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NOVEMBRO 2020
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JORNALECO 528
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[A origem do “Buraco do Osmar”] Um trecho da Rui Barbosa foi devorado pelo rio. Como um doce de açúcar, mergulhou nas profundezas das águas, misturando-se paralelepípedos e aterros. A cidade ficou alarmada. O trânsito impedido. A Administração Pública Municipal, embora tentando bravamente solucionar o problema, talvez se encontre incapacitada para dar conta do recado. [...]
F 18 /NOVEMBRO /1967
Nº
164 F
SOCIEDADE NO VALE DO ARARANGUÁ (J.K.) n Dia 4, o UCCA realizou as solenidades que estavam
programadas para a comemoração da inauguração de parte de suas dependências. Às 17 horas foi feita a inauguração com discurso do orador oficial, a bênção pelo Cônego Paulo Hobold e o corte da fita pelo padrinho. À noite foi realizado o magnífico baile, tendo sido escolhida Rainha da Primavera a srta. Marilva Ouriques, ficando como princesas as srtas. Ivani Naspolini e Marli Silva. n Parabéns à direção do Hotel Alvorada por ter em seu quadro de funcionários pessoas de gabarito e espírito realizador como o senhor Flávio Hercílio de Souza e srta. Alzira Kretschmer, pois os mesmos colocaram nos saguões do referido hotel um aparelho de televisão, há muito desejado pelos turistas.
O buraco da Rui Barbosa Finalmente está sendo entupido. De uma forma ou de outra, precariamente, ou obedecendo a alta técnica, a bela avenida dentro em pouco estará em condições de receber tráfego. O negócio foi suado. A princípio a administração municipal se viu em palpos de aranha. Sozinha, jamais poderia dar conta do recado. O boqueirão não era sopa. [...] A todos o povo agradece. PS: Infelizmente a natureza não concordou com nada do que acima foi escrito. Investiu novamente as águas do rio contra a obra do homem. Toneladas de material transportadas pelos caminhões foram tragadas. E o boqueirão continua desafiando a técnica. [...] NJ: A Rui Barbosa era o principal acesso ao Centro da cidade, o que deu início a um movimento para a abertura da Sete. O desbarrancamento se repetirá na segunda metade dos anos 1990. Nenhuma das obras de reparação anteriores foi suficiente para sanar o problema definitivamente, tanto que o “buraco do Osmar” retornou recentemente. Agora se sabe que o problema não aceita paliativos. Só uma vigorosa obra de engenharia resolverá.
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GERCINO PASQUALI ○
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Telefones automáticos em Araranguá:
Falando um pouquinho de comunicação, Araranguá recebeu os telefones (linhas telefônicas) do Ivo Silveira (governador de SC na época de seu mandato). A gente pediu e ele me deu os parabéns no gabinete, pois instalaram aqui o telefone automático. Antigamente o pessoal ia pra Torres, Florianópolis, Criciúma, onde tinha mais linhas, pra poder falar com São Paulo. Ele nos deu 100 números. O meu telefone era o número 30, e tenho até hoje o final 30. Era só discar 30, e já falava. Aí o governador me ligou, nós estávamos lá todos no gabinete da prefeitura escutando e ele: “Declaro inaugurado o sistema automático de telefone em Araranguá”. Fui eu que inaugurei. Sobre a abertura da Sete de Setembro:
APOIO CULTURAL
O acesso da cidade até o Centro, eu fui chamado de doido, mas assim foi, abrimos este acesso até o Centro, pra poder Araranguá se desenvolver. Eu que abri, como prefeito. Foi feito um desafio. Aceitamos o desafio e fizemos o acesso. Nós só desapropriamos as áreas, e o Governo (federal) fez isto aí. Desapropriadas as áreas, entregamos para o Ministério dos Transportes e eles fizeram esse acesso até o Centro. O presidente na época era o Médici e o ministro dos transportes era o Mário Andreazza. Ele veio num DC-3 e eu consegui levar a juventude de Araranguá, os alunos do primeiro e do segundo grau e mais o povo interessado, e fizemos um coquetel pra ele lá no aeroporto. Então pedimos o acesso, ele nos deu, e disse que viria inaugurar. Esta historia é bonita! O DNER tinha a sede lá no Centro (na av. Cel. João Fernandes, Urussanguinha), onde estava o depósito, o abastecimento, os caminhões, as oficinas, tudo lá. Então eles pediam uma estrada de trabalho. Aí eu tomei a liberdade e fiz um projeto, alargando ela pra 25 metros, colocamos o nome de Mário David Andreazza e mandamos pra ele. Ele ficou muito agradecido e muito chateado também, porque tinha que investir muito dinheiro pra fazer isto aí. Colocamos o nome dele e convidamos ele pra inauguração. Ele disse que não podia vir com uma estradinha simples, um acesso simples. Foi quando ele mandou fazer a avenida até o trevo. Isso aí foi uma esperteza nossa e se conseguiu esse acesso aqui, compreende? A avenida foi aberta daqui pra lá (da entrada, a curva e ao sentido norte). A Sete não tinha. Ali onde é o shopping, era mata, uma boca de mato, compreende? E a gente desapropriou tudo isto aí e fizemos. Naquela baixada, onde estão as lojas todas, tinha 28 metros de lodo. Foi um trabalho muito grande, um acesso com muito trabalho, muita estiva de eucalipto, que levou tempo pra compactar.
A beira do rio tinha caído, o barranco do rio cedeu, então tinha interrompido o acesso. Então, pra entrar na cidade, íamos pela Urussanguinha, aí abri isto aqui A demolição do casarão que pertenceu ao coronel João Fernandes: Este foi o
desafio. Demos a mesma cota de área que tinha, pela área na avenida que abrimos, aí no Zanette, ao lado do mercado (Giassi da Cidade Alta). Foi dada aquela área de terra ali, depois o mercado comprou dos outros. Mas trocamos e então derrubamos aquilo lá tudo. Dava dó, porque era histórico, mas infelizmente não tinha outra alternativa pra entrar em Araranguá. Olhando pra todo lado, não tinha alternativa, só indo lá pela Urussanguinha. Pra deixar um casarão? Aí não deu. Sim, foi na minha gestão. O casarão pertencia à família Zanette, mas tava abandonado. Era o pensamento de todos de abrir aquilo e fazer, e indenizar. Tinha uma tecelagem ali perto, que pertencia ao Oscar Peplau. O Osmar Nunes (prefeito anterior) fez o projeto, mas eu tive que fazer a desapropriação, fazer o início, começar a pagar. A prefeitura velha e a troca de prédio:
Esse assunto é importante. Não havia condições de entrar lá dentro. A prefeitura tinha o gabinete do prefeito e os funcionários trabalhavam em pé, porque não tinha lugar pra colocar cadeira. Eu tinha 100 funcionários na ativa e 110 aposentados. Não tinha nenhum carro, não tinha nada. Aí eu digo: “Olha, aí eu não entro”. Eu só assumi ali e aluguei aquela casa paroquial, do cônego Paulo, ali. E ele, como era muito entusiasta por Araranguá, um lutador, ele nos cedeu a casa paroquial e montamos a prefeitura modelo. Naquela época era modelo, né? A casa paroquial que tá lá até hoje. Fizemos aquilo ali, compreende? Mas foi maravilhoso, montamos toda a administração ali e ficamos ali, só ali. A outra tava totalmente abandonada, não tinha nada, não tinha condições, não dava de administrar aquilo ali, era pequena. Depois, o que me substituiu, o Lino Jovelino Costa, foi lá pra quase em frente ao ginásio (dos padres), onde tem um restaurante ali (ao lado do Edifício Centenário). Alugou ali e ficou até terminar a nova (atual, inaugurada em 1976). Eu comecei a prefeitura nova. Mandei fazer o projeto, o Governo do Estado me deu o projeto. No projeto, a prefeitura ia até onde esteve o BESC (depois Banco do Brasil). Mas nós não tínhamos dinheiro. Eu digo: “Vamos começar a metade”. Fiz os alicerces, cavei tudo e tal, comecei. Fiz as bases todas, e o Lino terminou a prefeitura nas mãos do Alírio Monteiro, saudoso Alírio, muito dinâmico. Era pra ser até na esquina, mas ninguém nunca teve dinheiro, como até
hoje. Mas aquela área ali, troquei pela prefeitura velha. Aí o povo dizia – isso aí é bom falar – “Sair do Centro pra ir pro interior, onde é que já se viu, tirar a prefeitura do centro da cidade?” Veja bem a mentalidade! Aí não é possível né? A prefeitura velha foi trocada com o Pedro Bertoncini, de Orleans. Ele era o dono do terreno ali.
28 DE AGOSTO DE 1970 Inauguração da sede da agência do Banco do Brasil em Araranguá. Da esq.: Cônego Paulo Hobold, Osmar Nunes (ex-prefeito, retornando às funções de repórter da Rádio Araranguá), Antônio Rosa, o prefeito Gercino Pasquali e um repórter de rádio de outro município.
A criação do hino e da bandeira do Município: A criação foi na minha gestão.
Sobre a bandeira tem uma história bonita: em Morro da Fumaça, fizeram um festa lá. Aí desfilaram todos os municípios da região com bandeiras. Aí eu digo: “Mas não temos bandeira”. Então me disseram que o seu Altícimo Tournier tinha. Fui lá, pedi e ele me deu. Ele abriu a bandeira e estava lá escrito as datas, abril, e tal... Aí fui lá e... (faz gesto de balançar a bandeira). Mas os caras refugaram, me desclassificaram, dizendo: “Onde já se viu, uma bandeira de time de futebol”. Eu recebi uma vaia, tá? Vim embora envergonhado. Aí fiz o seguinte, fui pra Florianópolis, na faculdade federal e ofereci uma caneta Parker, de ouro, a quem fizesse um escudo e a bandeira. Ganhou o pessoal de um grupo que fez esta bandeira e o escudo. Então eu dei duas canetas de ouro, uma pelo escudo e outra pela bandeira. Só dei os dados que eu queria, que era a farinha de mandioca, turismo, Morro dos Conventos, Cidade das Avenidas. Isto foi eu que indiquei. Assim como, em seguida, eu dei mais uma caneta Parker pro padre Hugo (Hugo Zullian), que fez a música do hino de Araranguá. Tudo lá, dos padres, a letra e a música. A letra quem fez foi o padre Perona (Giuseppe Perona). [Os símbolos do Município foram oficializados pela Lei nº. 533/72, de 11/ 05/1972]. Eles fizeram em retribuição pelas bolsas de estudo para os ginasianos, para os pobres, que queriam estudar.
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Sobre o abastecimento d’água: A água foi
um desafio. Pagamos todo o financiamento que tínhamos no banco, o BID, e liberamos, e o Ministério da Saúde fez um convênio com a prefeitura, então foram abertos 8, 10 postos de 80 metros de profundidade, de onde saía a água. E assim foi... Tomamos a iniciativa de colocar água para Araranguá. Também colocamos água na Barranca. Foi feita uma reunião no Arroio, no último ano de mandato, e uma comissão fez um apelo muito grande, pra que a gente colocasse a água no Arroio do Silva. Mas como a prefeitura não tinha mais recursos, fizemos um rateio ali dentro, entre o Dr. Moacir Mondardo, eu e outra pessoa, fizemos uma cota espontânea e mandamos fazer o projeto. Fizemos o projeto e colocamos água no Arroio do Silva. Levamos um ano, trabalhamos dia e noite, a pá, não tinha máquina, a prefeitura quebrada. [Gercino se refere ao efetivo abastecimento, talvez, pois o SAMAE havia sido criado em fevereiro de 1969, antes de sua gestão]. Outras realizações de seu governo: O
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Ginásio (Colégio Nossa Senhora Mãe dos Homens, atual Murialdo), talvez vocês não tenham conhecimento, mas estava na iminência de ir embora daqui. O Celso Bertoncini, que Deus o tenha, foi um grande lutador, principalmente pela educação de Araranguá. O Celso deveria ser lembrado por Araranguá, porque ele lutou pela faculdade. Nós tínhamos a Unisul, o Della Giustina estava lá, todos queriam vir pra cá, mas nós não tínhamos mais dinheiro. Então a prefeitura fazia convênio com as faculdades e nós pagávamos pra quem cursa-
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estava a Savepe (atual Combo), era uma fábrica de extração de óleo de canela sassafrás, pra exportação. Teve tanta coisa que foi embora e não voltou. Tínhamos a Souza Cruz, a estrada de ferro... A estrada de ferro, fiz uma solicitação ao Ministério dos Transportes e eles nos cederam o trecho todo, então abrimos uma rodovia para a Sanga do Marco, que tá lá até hoje, servindo aquele povo também. Perdemos a estrada de ferro, mas foi por determinação federal, que modificou tudo. Sobre a eleição de 1969: Tinha a sub-
mento. Depois o Dau (Antônio Eduardo Ghizzo), prefeito, que conseguiu fazer o asfalto. [Konder Reis assumiu após Gercino já ter deixado a prefeitura. Pode ter ocorrido de o então ex-prefeito, possuindo influência e sendo do partido, ter se dirigido ao governador e apresentado o pleito.]
A abertura da estrada da praia: Esta
rodovia aqui da Cidade Alta, que vai até lá no encruzo do Arroio do Silva pro Morro dos Conventos, eu abri. Claro que com a ajuda do Governo do Estado, mas com imposição nossa. Naquela época, o Konder Reis tinha assumido o Governo do Estado, eu cheguei e pedi o calçamento. Ele disse pra mim assim. “Olha, eu faria com gosto, mas olha o que eu tenho aqui pra te dar”. Abriu a gaveta e tinha um abaixo-assinado com 200 assinaturas pedindo pra não fazer, porque tiraria todo o movimento da cidade. Diziam que o pessoal que passava pra ir pra praia, passava pelo Centro da cidade. Eu disse: “Não, mas isso aí não é assim. O turista vem cansado, vai direto pra ver a casa dele, pra depois ir passear e fazer compra”. Mas não teve jeito, prevaleceu o papel dele pra não fazer o calça-
ACERVO GERCINO PASQUALI
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APOIO CULTURAL
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va engenharia. E para o Colégio, fizemos uma reforma e dávamos 200 bolsas de estudo pra ajudar os padres e também a pobreza. Tudo o que viesse em favor de Araranguá. Fizemos bastante coisas: fizemos a ponte pênsil, muitas escolas municipais, iniciamos a reforma do Hospital Bom Pastor. O hospital tava abandonado, só tinha três médicos em Araranguá, não era possível! Fizemos um convênio com Florianópolis e com a Santa Casa, e levava-se toda semana numa kombi lotada de tuberculosos, infelizmente. Fiz também convênio com a LBA, que dava aula de corte e costura pra todo mundo aí, na Barranca, Hercílio Luz, por tudo. E todos aprenderam a costurar. Resultado: todos tinham roupas pra vender. Aí eu dei a ideia: “Olha pessoal, vocês colocam uma casinha e todo mundo vende a mercadoria”. Ali colocam uma casinha simplesinha e foi onde nasceu o Center Fábricas (hoje o Shopping), eles aproveitaram este movimento. Esta rua aqui, a Antônio Bertoncini, só ia até uma altura e depois fazia um ziguezague e acabava. Eu entrei em contato pra abrir de fora a fora. Desapropriei, acertei, pra botar tudo certinho, como podia. Também a Companhia de Polícia aí, eu comprei aquela fábrica do Petry (Indústrias de Calçados Petry), em convênio. 300 mil cruzeiros pagamos por onde tá o comando da polícia. A polícia tava lá em frente a atual delegacia, a gente começou com 3, 4 policiais, e foi crescendo, através do deputado estadual Lecian Slovinski, ele que nos ajudava. O pessoal começou a me xingar, ficaram muito bravos comigo: “Por que, onde é que já se viu, encher a cidade de polícia?” Coisa que a cidade fez, tentou fazer e perdeu: Tinha nascido uma indústria que
hoje teria grande valor, uma indústria de óleo de mamona. Fizeram, construíram, exportavam, mas não tinha tanto valor e ninguém mais tomou a iniciativa. Produzia-se mandioca, quantidade de mandioca. Quantidade de amendoim, plantava-se muito. Aqui onde
legenda. Podia tirar 20% e botar outro candidato da ARENA. Tinha a ARENA 1 e ARENA 2. Eu tinha oficina, tinha lojinha, e tal. Aí disseram: “Oh, tu vais ser candidato”. Eu disse: “Eu não, eu não vou, eu não tenho condições de ser candidato, tem tanta gente aí”. Um dia apareceram aqui o seu Diomício Freitas, o Lino Jovelino Costa, o Mané Costa, o Almeida, esta turma toda aí. Todos eles pediram pra que eu aceitasse. Eu digo: “Mas não há condições, eu não tenho condições de aceitar isto aí”. Eu só era do PSD, sempre gostei da política. E vieram e me propuseram ser candidato, mas fugi. Quando foi os últimos dias, últimas semanas, quem vai quem fica, eu fui embora pra Tubarão. Pensei: “Lá eles acham outro né, eu não vou, não tenho condições”. Aí, tanto pegaram que eu concordei. Falei pro Walter Belinzoni: “Só se você me deixar o Celso Bertoncini”. E fiz a escolha. Aí disseram “Não, nós damos tudo pra ti, mas nós queremos mudar isso aí”. E assim, foi e aconteceu, compreende? Aí fiz uma reunião, um almoço, aí onde tá o Espetão, que era do Becker. E eu disse: “Tá, então vou aceitar, pois agora, não tem outro!” Fizeram uma festa na hora que aceitei e começamos o trabalho. Mas e agora, contra o Dr. Martinho, uma pessoa maravilhosa! Mas o povo queria mudar, né? E eu comecei a trabalhar e ganhei por cento e poucos votos. O Martinho era muito forte. Mas nós fizemos uma campanha da seguinte forma, que serve de orientação pra muitos. Nós almoçamos juntos aqui no Becker, até o último dia. Nos despedimos, eu dei boa sorte a ele, e ele pra mim. Felizmente tocou pra eu administrar. Aí foi festa, muita festa de todos os lados e tal, todo mundo me parabenizou, era parabéns pra cá, parabéns pra lá... Como prefeito, fiquei conhecendo a vida do homem do campo, da juventude, com quem me preocupava muito, principalmente com a pobreza, que sofria muito. Eu pedia para que colaborassem para que tivéssemos um rico Araranguá, era a minha frase, melhorar a vida de Araranguá. E pedia pra eles: “Acreditem!” BIBLIOGRAFIA CONSULTADA MEIRINHO, Jali. Datas Históricas de Santa Catarina 1500-1985: Ed. da UFSC. PIAZZA, Walter Francisco. Dicionário Político Catarinense, 1985. ROCHA, Micheline V. de Matos. Memória do poder legislativo de Araranguá, 2012.
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