Jornaleco 318 15 fev 2009

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VEÍCULO

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ASTRA GL 4 PORTAS AUDI A.3 1.6 BIZ CELTA 2P CELTA SPIRIT 4P CELTA SPIRIT 4P CLIO EXPRESSION COROLA XLI CORSA HATCH CORSA HATCH 4P CORSA PICK-UP CORSA SEDAN 4P CORSA SEDAN SUPER ECOSPORT 1.6 XLT ESCORT GL 1.6 HATCH FIESTA 1.0 HATCH FIESTA CLASS FIESTA CLASS 1.0 GOL GOL CITY 4P 8V GOL FUN 16V GOL GIII GOLF 1.6 GENERATION KA 1.0 GL MILLE SX 4P NISSAN XTERRA PALIO 2P FIRE PALIO FIRE 2P PEUGEOT 206 1.4 S-10CD 4x4 SAVEIRO G III STILO SP TITAN 150 UNO EX 2P VECTRA CD 2.0 VECTRA ELEGANCE VECTRA GLS 2.2 ZAFIRA 2.0 CD

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3524-5588 cor / combustível / inf. compl.

CINZA AZUL PRETA PRETO VERMELHO BRANCO VERDE PRATA PRETA PRETO BRANCA BRANCO PRATA PRATA PRATA GRAFITE PRATA PRETO VERMELHO PRETO CINZA BRANCO PRETO VERDE AZUL PRATA VERMELHO BEGE PRETO BRANCA BRANCA PRATA VERMELHA BRANCO CINZA PRATA PRATA AZUL

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APARECEU NO ARARANGUÁ no início da década de 40. Chamava-se Luiz Ceballos e era uruguaio de nascimento. Pespegaram-lhe, porém, um apelido que lhe ficou até a morte: Argentino. Como se todos que falassem castelhano como ele, fossem filhos da República de Perón, cuja ditatura, aliás, ele veio abominar com todas as forças, pois era comunista por vocação e formação. Em 1945, findo o Estado Novo de Vargas e recolocado na legalidade o PCB, Argentino, sob a supervisão de Bilo (filho de Bento Matheus), marceneiro que sempre foi uma espécie de líder incontestável do “partido” em Araranguá, passou a fazer o seu proselitismo pelas esquinas da cidade, no bar do saudoso “velho” (Ernesto) Grechi e, não raras vezes, na “zona” da robusta Alaíde, no final da “Raia” (hoje Av. Engenheiro Mesquita). Argentino, como muitos se lembram, era pintor de paredes por profissão, a qual desempenhava com invulgar competência, competindo com Hélio Torres. Mas, eis que em 1947, o Presidente Dutra coloca na ilegalidade – novamente – o Partido Comunista Brasileiro, proibindo por consequência toda a ação e propaganda de seus filiados.

Eis que, numa bela manhã, muros da cidade apareceram com propaganda pintada em letras garrafais, enaltecendo Luiz Carlos Prestes, o chefe nacional do PCB, então foragido. O delegado de polícia de então – se não me falha a memória, Domício Pereira – não contou tempo: mandou trancafiar na cadeia o “Argentino”, que protestava veementemente a sua inocência. Como os letreiros tinham aparecido pela madrugada, certamente ninguém testemunhou quem os havia escrito nos muros de Araranguá. A solução do enigma foi simples. O delegado levou o “Argentino” frente a um dos dísticos garajutados no muro de Manoel Telesphoro Machado na Praça Hercílio Luz e provou que nenhum brasileiro poderia tê-lo gravado. Lá, as denunciadoras palavras: VIVA PRESTES O CAVALEIRO DA ESPERANZA Tava na cara. Aryovaldo Huáscar Machado (publicado no jornal “Nosso Tempo”, nº 8, de set/out de 1986)

ARQUIVO NORBERTO ROQUE

Galeria do Futebol Futebol Araranguaense ESPORTE CLUBE ALTO FELIZ

1965

A BOA IMPRESSÃO É A QUE FICA

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Da esq.: de pé Norberto Roque (presidente), Fortunato, Claudir, Valter, Olavo, Ernesto (Careca), Vânio e Zulma (rainha - filha do Tio Mano); agachados - Ni, Édio (Cassetão), Aires, Álvaro (Rato) e Chico

A marca do seu parceiro de estrada POSTOS IRMÃO DA ESTRADA

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JORNALECO jPANFLETO CULTURAL

15/02/2009 • ANO 15 • Nº 318 ESTA EDIÇÃO: 8 PÁGINAS

Distribuição gratuita Periodicidade quinzenal Tiragem: 1.000 exemplares

H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H Ricardo Grechi CONTATOS E DISTRIBUIÇÃO Rossana Grechi, Gibran Grechi , Nilson Nunes Filho ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende COLABORA Aimberê, Léia, Lony IMPRESSÃO Nei, Valdo, Welington NA OFICINA DA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE A. César Machado

EDIÇÃO E PROJETO GRÁFICO

© Ricardo Francisco Gomes Grechi

Reg. nº 99866 - Prot. 4315/RJ, de 17/07/1995

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ORION EDITORA Calçadão Getúlio Vargas, 170 88900.000 Araranguá - SC - Brasil

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JORNALECO ARARANGUÁ, 15 DE FEVEREIRO DE 2009 • ANO 15 • Nº 318

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Como Argentino se traiu

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ARARANGUÁ v i s i t e : w w w. a r a r a n g u a . n e t

Lino Marcon / Uma lição de vida

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Depoimento a Getúlio Peplau / texto: Ricardo Grechi

“ATÉ CHEGAR A HOJE, foi uma pedreira... Nós somos de uma irmandade de 12. Nós íamos crescendo e trabalhando...”

LAUDELINO MARCON nasceu a 30 de julho de 1942, em Tubarão, entre Oficinas e o centro, ao lado do antigo campo de aviação. É o quarto irmão dos 12 filhos de João Antonio Marcon e Paulina Savi Marcon, que vieram para Araranguá em 1958. Lino chegaria um ano depois. Antes disso, moraram no Morrote, Guarda, Boa Vista, Braço do Norte. “Eu só estudei por dois anos mas leio muito, e a vida me ensinou muito. Se a gente tem vontade, a vida nos ensina muito.” Antes de ir para a escola, Lino já trabalhava na roça. Em Braço do Norte, ele teve seus dois únicos anos numa escola; lá também fez a primeira comunhão, aos 10 anos. O terninho que usou foi conseguido com o fruto do seu trabalho. Nessa época, seu pai o tirou da escola e o mandou para Boa Vista, para trabalhar com um tio seu, na lavoura. De volta a Tubarão, o menino foi entregador de leite e vendedor de laranja e bergamota, em carro de boi. “Eu saía de Boa Vista, à meia-noite, sozinho, com meus 12, 13 anos, com uma carrada de laranja, com os bois, pra chegar em Tubarão oito e meia, nove horas.” Apesar de toda dificuldade vivenciada no campo, Lino guarda muito amor pelo interior; tanto que gostaria de possuir um sitiozinho. O carpinteiro. Em Araranguá, seu pai e dois filhos trabalhavam na União Madeireira, de Milton e Setembrino Zini. Lino juntou-se a eles para trabalhar na madeireira, na parte de molduras. Na função de pintor, sem equipamento de proteção contra a tinta, Lino optou por sair da fábrica. Dali, ele foi trabalhar com o famoso carpinteiro Antonio Gava, onde aprendeu sua

profissão, com beneficiamento de madeiras e esquadrias. Em 1962, seu pai conseguiu um emprego em São Miguel do Iguaçu, no Paraná, numa grande indústria, a Serraria São Pedro. Depois de uma viagem árdua, a família chegou lá. Ema, a irmã mais velha do Lino (mãe do Jairo Freitas, primeiro impressor do Jornaleco), havia ficado em Braço do Norte. Pai, mãe e onze filhos chegaram lá na carroceria de um caminhão. “Saímos daqui numa segunda-feira de madrugada, e chegamos lá sábado de manhã. Tudo estrada de chão. Subindo a serra da Rocinha, passamos pela Capela, Bom Jesus, Vacaria, e saímos por Lages. Uma semana inteira!” Com o fim do contrato na serraria, em 1963, a família estava de volta a Araranguá. Aqui, o pai de Lino, seu João, acertou uma sociedade com o Gava, onde trabalharam Lino e mais dois irmãos seus, Nelson e Marcelo. “Depois, nós fomos saindo. Saiu o Nelson. Em 66 eu casei, e saí em seguida pra trabalhar de carpinteiro autônomo. Ficaram com o Gava só o meu pai e o Marcelo.” De 68 a 71, ele trabalhou com os irmãos Almeida. E, algum tempo depois, se estabeleceu na Vila São José, onde mora até hoje. Nessa época, Lino e seu pai, que também virara autônomo, formaram uma sociedade, compraram umas máquinas usadas e construíram um galpão. Lino continuava nos Almeida, onde já gerenciava a venda de madeiras. Pelo ótimo relacionamento que viveu com os Almeida, Lino guarda muita gratidão por aquela família. Enquanto isso, o pai e o Marcelo iam tocando o pequeno negócio. Em 1971, Lino juntouse definitivamente ao negócio da família. Em 1973, Lino assumiu a gerência, registrando a empresa e comprando a primeira máquina nova. E a empresa prosperou; adquiriram um lote, ampliaram as instalações. Até que em 1979 aconteceu o acidente com o Lino, que o deixou tetraplégico.

O acidente. Os amigos “Eu estava indo pra nossa fábrica, na Cidade Alta, pouco antes das 7 da manhã, de moto. Infelizmente, sempre existe um imprudente no trânsito. Uma pessoa vinha da Cidade Alta pro centro, e eu ia pra lá. Ali em frente ao Besc tive a frente cortada por um fusca... Foi na quintafeira de 1º de novembro de 1979. Foi fatal! Eu sofri uma lesão na coluna cervical. Da quinta, eu fiquei em coma até domingo à noite. Fui levado pra Criciúma, depois pra Florianópolis, e Porto Alegre. Eu sempre fui realista. Perguntei pro Dr. Mário Cardematori, maior neurocirurgião do Rio Grande do Sul, hoje falecido, qual era o meu estado. E pedi que falasse a verdade! Ele foi taxativo: falou que eu não ia mais conseguir andar. Mas errou numa coisa: ele falou que eu só tinha seis meses de vida. Graças a Deus, hoje eu estou aqui.” Lino lembra que os amigos lhe ajudaram muito. Prefere não citar nomes para não esquecer nenhum. Mas dois ele faz questão de citar: o Heitor Almeida, que, ao ser avisado do acidente com o Lino, ignorou a café da manhã que se preparava para tomar, e correu ao hospital para ficar com o amigo, e permanecer sempre ao seu lado pág. 5 1

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EM FRENTE A DIMASA

(CONTINUA NA CONTRA-CAPA)


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