A BOA IMPRESSÃO É A QUE FICA
ca
do
riga num dos irmãozinhos e a mãe manda ele até a venda, na Volta Grande, pra comprar um vidrinho de óleo de rícino e umas folhas de sena pra fazer um purgante. O menino foi. Montou a cavalo e foi. A bem dizer, não tinha arma nenhuma, mas tinha uma faquinha bem afiada, mais pra cortar cipó pra arapuca do que pra defesa. Mas aquilo no bolso sempre dava uma coragenzinha a mais. Chegou na venda. Estava chovendo. Além do bodegueiro, só havia um tal serrano encostado no balcão, bebendo umas cachaças, sozinho, porque os homens do lugar tinham medo dele. O Reduzino Pitoco entrou.
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NA VOLTA GRANDE (que hoje se chama Jacinto Machado), moravam duas grandes famílias. Lá ou era Pinto ou era Borges. E as duas famílias não se davam. Brigavam e se matavam de vez em quando. Mas houve uma morte que não foi dentro daquelas leis de sempre. Foi assim. Muitos serranos, com grandes tropas, vinham pra Volta Grande comerciar com os negociantes e com os colonos, diretamente. Entre os fazendeiros donos de tropas, havia um tal de Zé Pereira. Vinha, vendia, comprava, trocava. Aí mandava de volta os peões e ficava dias e dias aqui, vivendo largado. E bebia e exigia, e desrespeitava famílias. Um valentão que todos temiam. Tinha o Reduzino Pitoco, um rapazinho, filho de caboclo pobre, aí das redondezas. Mas não devia ter muito medo, porque, bem no anoitecer, dá uma dor de bar-
Comprou o rícino e a sena. — Escuta aqui, rapaz, onde tá o teu pai? — Não tenho pai, não, senhor! — Ah, mas então toma uma caninha comigo... — Não, senhor, eu não bebo... — Tu bebe, se não te taco no zolho! — Não, senhor, não! — Taco porque taco, pra tu ficá hômi! Quando ele levantou o copo de cachaça, o Reduzino atirou-se nele com a faquinha. Abriu aquele talho, da boca do estômago até embaixo. Caiu a buchada. A polícia foi lá. Trouxeram o Reduzino Pitoco. Ele ficou uns 15 dias na casa do juiz. Depois, foi mandado pra casa. Muitos anos depois, mudou-se e veio morar na Barranca. Um dia ele apareceu na minha serraria. — Ô, seu Reduzino, apeia! — Vem cá, tu me conhece?! — Conheço desde criança, pois todos falavam do senhor, o menino que matou o mais valente dos serranos, o Zé Pereira... — É, mas eu nem quero falar disso. Eu me arrepio todo! Eu era guri. Fiquei com medo dele. Ele teria me sovado, era o maior perigo do mundo. Um Lampião! z
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1º/07/2009 • ANO 16 • Nº 327 ESTA EDIÇÃO: 4 PÁGINAS
Distribuição gratuita Periodicidade quinzenal Tiragem: 1.000 exemplares
H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H Ricardo Grechi CONTATOS Rossana Grechi DISTRIBUIÇÃO Gibran Grechi , Nilsinho Nunes ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende IMPRESSÃO Nei, Valdo, Welington NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE A. César Machado EDIÇÃO E PROJETO GRÁFICO
© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866 - prot. 4315/RJ, de 17/07/1995)
UMA PUBLICAÇÃO
ORION EDITORA Calçadão Getúlio Vargas, 170
88900.000 Araranguá - SC - Brasil jornalecocultural@yahoo.com.br
ARARANGUÁ, 1o DE JULHO DE 2009 • ANO 16 • Nº 327
Galeria Galeria
Elevada à categoria de vila, com a denominação de Araranguá, pela lei provincial nº 901, de 03 de abril de 1880, desmembrada dos municípios de Laguna e Tubarão. Sede na vila de Campinas, atual Araranguá. Instalada em 28 de fevereiro de 1883.
ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL DE
ARARANGUÁ v i s i t e : w w w. a r a r a n g u a . n e t
Anos 1940. Parte da av. Getúlio Vargas no agora Calçadão. A primeira edificação, à direita, é o Fronteira Clube, onde hoje está o edifício Fronteira. O prédio, a seguir, é o único que permanece.
SALVADOR / ACERVO FCA
Celestídio Emerim, com 79 anos de idade em 1986, conta o fato ao padre João Leonir Dall’Alba, que depois redigiria o texto para publicacão no livro “Histórias do Grande Araranguá”
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O caso dum tal Zé Pereira, serrano valentão, morto pelo garoto Reduzino Pitoco numa briga de bar, em Volta Grande, uns cem anos atrás
40
HÁ ANOS
Ano Xi - No 191 - 9 de AGOSTO de 1969 diretor WLADINIR LUZ redator ERNESTO GRECHI FILHO gerente HERVALINO CAMPOS Publicado nas oficinas da GRÁFICA ORION, de abril de 1960 a maio de 1975
SOCIEDADE NO VALE DO ARARANGUÁ Escreve J.K.
Baile com desfile Bangu O baile com desfile Bangu foi o sucesso que esperávamos. A renda será destinada ao “Natal da Criança Pobre” e distribuída por um dos nossos clubes de serviço. Agradecemos a colaboração eficiente das Casas Pernambucanas, Edinho e seus Goldfingers, Rádio Araranguá, sra. Maria Eunice Carcereri, Dr. Altair Acorde, pianista sra. Vera Walter, jornal Correio de Araranguá, Instituto de Beleza Shangri-lá, srta. Berenice Lemos. Ao nosso eficiente secretário, Arilton Tournier, também nossos agradecimentos pelo trabalho que vem realizando. O senhor Eneval Matos e família vêm se destacando no atendimento da copa do Fronteira. As bonitas jovens que desfilaram foram sucesso. Anotamos, além da presença da elegante sociedade de Araranguá, casais da diretoria do Criciúma Clube. Os nossos colegas cronistas sociais daquela cidade, sra. Beverly, e o futuroso jovem Dilnei, também foram presença.
‘Jornal de Criciúma’ Ressurgiu no cenário jornalístico do sul-catarinense o Jornal de Criciúma. Boa apresentação. Moderno. Impresso em moderna técnica. É seu diretor o Sílvio Bittencourt e também o Agilmar Machado. E, tendo Machado, só pode ser bom jornal.
‘Tribuna do Sul’ Sob a responsabilidade dos jornalistas Antonio Barroso e Athaualpa Machado, vem circulando há tempos a Tribuna do Sul, de Tubarão. É considerado o mais moderno jornal do interior catarinense. E seus diretores têm muito peito, pois, ultimamente, a Tribuna tem tido o topete de publicar até poster de figuras importantes. Quem conhece as dificuldades de se manter os bravos jornais interioranos, levanta a taça em homenagem a esses dois heróis da imprensa.
Agência do INPS – funcionamento Dentro em breve, teremos a tão esperada agência do INPS. O contrato de locação foi assinado [entre o Instituto e o sr. Dionísio Frigo]. Funcionará, provisoriamente, nos altos das Casas Pernambucanas, na av. Getúlio Vargas. (...) Até agora, a população dos municípios sulinos, por qualquer coisa, se obrigavam a viajar até Criciúma.
FATOS DA CIDADE n Leopoldo Marques Petry transferiu-se para Novo Hamburgo. Sua indústria, que tantas glórias e força econômica deu ao município e a seu dono, mercê do esforço e da capacidade de ação de seu dirigente, aliada a generosidade que encontrou em Araranguá, continuará levando o nome da cidade Brasil afora. Seu novo dirigente, Urbano Grechi. Embora em escala menor, os calçados Rio Verde e Rio Azul, agora com a denominação de “Lunar”, nome em evidência, continuarão no mercado. n Araranguá continua exportando farinha-de-mandioca (...) para a Alemanha.