Jornaleco 332 15 set 2009

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2001

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2004

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Licenciamento de bicicleta em 1959 Você sabia que em Araranguá, pelos anos 50, havia licenciamento para bicicletas? Pois o João José da Silva apresentou-nos os documentos que tem guardado há 40 anos da aquisição (por Cr$ 5.000,00) e do licenciamento de uma bicicleta. Acompanhe: Estado de Santa Catarina Secretaria da Segurança Pública Diretoria de Veículos e Trânsito Público

JORNALECO ARARANGUÁ, 15 DE SETEMBRO DE 2009 • ANO 16 • Nº 332

ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL DE

ARARANGUÁ v i s i t e : w w w. a r a r a n g u a . n e t

SALVADOR / ARQUIVO FCA

Estado de Santa Catarina Prefeitura Municipal de Araranguá - Exercício de 1959

Conhecimento no 3587 Recebi do Sr. João José da Silva a quantia de dez cruzeiros e trinta centavos proveniente das rubricas abaixo discriminadas e relativas à licença ref. a uma bicicleta marca Monark ...

Imposto de licença Cr$ 8,50; Taxa hospitalar Cr$ 0,90; Taxa escolar Cr$ 0,90.

Araranguá, 31 de agosto de 1959

Galeria Galeria

Desfile de Sete de Setembro, em 1956, passando na Praça

HÁ 40 ANOS Ano Xi - No 193 - 13 de setembro de 1969 diretor WLADINIR LUZ redator ERNESTO GRECHI FILHO gerente HERVALINO CAMPOS Publicado nas oficinas da GRÁFICA ORION, de abril de 1960 a maio de 1975

Fone/Fax: 3524-5916 3522-0379 Av. XV de Novembro, 1807 - Centro

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Solicite-nos através de jornalecocultural@yahoo.com.br o recebimento das edições do Jornaleco (igual no papel + as fotos coloridas) via e-mail

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Dados: ‘A História de Araranguá’, de Paulo Hobold

De acordo com o Regulamento Geral de Trânsito do Estado de Santa Catarina, fica registrado nesta Delegacia de Polícia, como sendo de propriedade de João José da Silva a bicicleta cujos característicos vão abaixo citados, adquirida sem reserva de domínio de Pedro Tadeu Porto, residente em Araranguá, conforme documento incluso. Marca Monark, no do quadro 427220, cor verde, ano de fabricação 1958, empregada em serviços particulares.

Araranguá, 31 de agosto de 1959

Galeria Galeria

JORNALECO

O projeto urbano que definiu a característica das avenidas de Araranguá foi elaborado pelo engenheiro Antônio Lopes de Mesquita, em Laguna, e levado à público em 1o de setembro de 1886, com o auspicioso título de “Planta da Futura Cidade de Araranguá”.

Certificado de Propriedade de Bicicleta

Apesar da aura militarista, que lembra de tempos tristes, quando governos propagavam um amor à pátria incondicional para cobrar a total resignação do cidadão, impedindo-o de lutar por um país melhor, o desfile de Sete de Setembro é um dos eventos mais saudosos que temos dos nossos dias de estudante.

Mas não se tem mais visto a marcha cadenciada, o que tornou o desfile tremendamente insosso. A marcha é a coreografia que acompanha a batida dos tambores, dando brilho ao desfile.

A foto é de 1963, na Getúlio (profa Terezinha comanda o pelotão; o prédio, no centro, hoje faz vizinhança com a Casa Nena). RG

A BOA IMPRESSÃO É A QUE FICA

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15/09/2009 • ANO 16 • Nº 332 ESTA EDIÇÃO: 8 PÁGINAS

Distribuição gratuita Periodicidade quinzenal Tiragem: 1.000 exemplares

H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H EDIÇÃO E PROJETO GRÁFICO Ricardo Grechi CONTATOS Rossana Grechi DISTRIBUIÇÃO Gibran Grechi , Nilsinho Nunes ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende IMPRESSÃO Nei, Valdo, Welington NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE A. César Machado © Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866 - prot. 4315/RJ, de 17/07/1995)

UMA PUBLICAÇÃO

ORION EDITORA Calçadão Getúlio Vargas, 170 88900.000 Araranguá - SC - Brasil jornalecocultural@yahoo.com.br

Zarpa de Imbituba o navio Patrícia Com novo carregamento de farinha de mandioca, zarpa de Imbituba, com destino à Europa, o navio Patrícia.

Desta feita, figurou a exportação de Araranguá através da firma J. Mazzuco & Cia., que vem colaborando com os produtores da zona com suas constantes transações com o Velho Mundo.

7 de setembro O dia 7 de setembro ofereceu uma desagradável surpresa. Amanheceu precedido de salvas violentas, não de canhões festivos saudando a sua aurora, mas de trovões e relâmpagos, tornando-o um dia chuvoso. A programação foi prejudicada. Assim mesmo, no sábado, véspera do Dia da Independência, desenrolou-se o programa estabelecido, constando de uma palestra proferida pelo general Vieira da Rosa, secretário de Segurança do Estado. [Agora em 2009, o desfile foi suspenso, em Araranguá, por causa da ameaça da “Gripe A”, mas aconteceu normalmente no Bal. Arroio do Silva.]

UCCA - União Clube Cidade Alta O União Clube Cidade Alta fará realizar-se, na noite de 20 do corrente, sábado, um grandioso baile oferecido ao seu quadro social. Dois conjuntos estarão presentes: Goldfingers e Serenata.

Desapropriações da Sete Deverá ter início nesta semana os serviços de demolição de diversas casas que estão impedindo o leito do prolongamento da av.

Sete de Setembro. Como sabemos, o asfalto [da BR-101] já ultrapassou a localidade de Sanga da Toca. Mais 12 quilômetros e chegará à cidade.

INTERNET

A miss universo e a Renata Fan

A miss universo de 2009 é da Venezuela. Mas, cá pra nós, a estrela maior daquela noite foi a Renata Fan (foto), na transmissão da Band. A guria, miss Brasil 1999, linda de morrer, apresentadora e comentarista de futebol, esbanjou alegria e sensatez, salvando-nos da amargura dos comentários mesquinhos de Adalgisa Colombo (miss Brasil 1958) depois que se anunciou a lista das vinte primeiras classificadas e o Brasil ficara de fora.

Prólogo para “Branca de Neve” Branca de Neve ainda era muito tímida e recatada. Um dia, enchendo-se do máximo de coragem que tinha, acercou-se do espelho mágico de sua madastra e perguntou: — Espelho, espelho meu, eu sou bela?

— Ah, doce princesa, que boa surpresa! A pergunta que sempre me fazem é mais ambiciosa. Assim, só de ouvi-la, garanto-lhe que sua alma é a mais pura e generosa. Agora, aproxime-se mais, não tenha medo, espelhe-se em mim para que eu possa vê-la...

O resto da história todos sabem. A madrasta, rebaixada na preferência do espelho, e cheia de inveja, tenta matar Branca de Neve, mas no final acaba morrendo como a bruxa horripilante que na realidade era. y

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A chuva que sabia demais E por que a chuva saberia demais? Indaguei enquanto uma garoa tímida se exibia do outro lado da janela, sobre a grama faceira do jardim. O que poderia um fenômeno da natureza saber, uma vez que não possui olhos e muito menos ouvidos? O que os incontáveis pingos poderiam conhecer, além do gosto da terra que provam; do verde das plantas que lambem; da poeira das coisas que engolem? Nada! Afirmariam os especialistas. Coisa nenhuma!

Diriam os céticos. Insanidade!

Bradariam os racionais. Tudo!

Exclamariam os sensíveis, os poetas, os loucos.

Pois, na noite de aguaceiro em que a mulher inundou o travesseiro de lágrimas na tentativa infame de afogar-se em seu amor bandido, e o marido entrou porta adentro no ensejo de salvá-la... Não foi a chuva que de cima do telhado ouviu-a confessar que preferia morrer afundada na culpa, a viver seca pela mentira?

E na tarde em que a garota foi sendo desnudada, enquanto o som agudo dos pingos eclodia dentro da lata, no quintal... Quem testemunhou o medo da primeira vez ser esquecido em meio às roupas jogadas? Quem além da chuva – enquanto transbordava de si a lata – ouviu a menina encher-se de amor para virar mulher?

Do mesmo modo, no dia em que a porta se fechou trancafiando a pancada de gotas do lado de fora e os dois rapazes puderam despir as roupas molhadas para aquecer os corpos e os corações... Quem, a não ser a chuva encharcaria o preconceito para ver um estranho amor começar?

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As 20 maiores coincidências do mundo (1)

Há quem diga que seja o ritmo. Outros referem-se à melodia executada pelos pingos, como dedos liquefeitos compondo a nostalgia. Já os cientistas asseguram que é a presença da escuridão que umedece a serotonina.

Motivos não faltam para atestar que nos dias chuvosos a mente fica dengosa e busca aconchego no coração. Sobram razões para explicar por que nos dias molhados a alma – que resolve se banhar – libera os sentimentos para passear.

Não encontrei nos laudos da história, registros de feitos memoráveis marcados durante um aguaceiro. De algum discurso dantesco proferido embaixo de um guarda-chuva ou de uma guerra vencida pela força de uma tempestade. Porém, sou capaz de apostar que a música das águas já inspirou incontáveis declarações; instigou inúmeras revelações; libertou fortes emoções.

Posso garantir que a chuva já inundou desesperos, banhou lágrimas, lavou dores, abençoou amores, selou beijos, encheu sorrisos...

Poderia ficar aqui pingando acontecimentos e segredos, feito chuva que parece que nunca tem fim. Mas, interrompo para dizer que a chuva que sempre acaba e que sempre soube demais, continuará sabendo de tudo.

Embora, quando o sol volte não reste nenhum vestígio presente. Todos os segredos revelados, todas as emoções sentidas terão sido levadas – em enxurrada – pela fiel confidente. Ainda que por vezes voltem para inundar a lembrança, feito enchente.

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CASSETA & PLANETA

A seleção brasileira é Galvão Bueno e mais onze.

Cada gol do Brasil é também um gol do Galvão Bueno. Haja coração pra estar aguentando, desde tempos imemoriais, seu monopólio verbal nas transmissões dos jogos da seleção brasileira de futebol.

A BANDA

1. A maldição do carro de James Dean u Em setembro de 1955, James Dean perdeu a vida em um acidente de carro, enquanto dirigia seu Porsche. Depois do ocorrido o carro passou a trazer “má sorte”. u Quando o carro foi rebocado do local de acidente e levado a uma garagem, o motor escorregou e caiu sobre o mecânico, despedaçando ambas as suas pernas. u Mais tarde o motor foi comprado por um médico que o colocou em seu carro de corridas e faleceu logo depois que uma corrida começou. O mesmo ocorreu com outro piloto na mesma corrida; seu carro usava o eixo cardã do carro de Dean. u A garagem onde o Porsche foi reparado posteriormente foi destruída por um incêndio. u Mais tarde o carro foi exibido em Sacramento (EUA), mas caiu da armação em que estava e quebrou o quadril de um adolescente. u No Oregon, o trailer em que o carro estava sendo exibido deslizou de onde estava preso e destruiu a fachada de uma loja. u Finalmente, em 1959, o carro misteriosamente quebrou em 11 pedaços enquanto estava suspenso em um suporte de aço.

2. Bebê é salvo duas vezes pelo mesmo homem

u Henry Ziegland pensou que havia driblado a bala. Em 1883, sua namorada tirou a própria vida após ele ter terminado o relacionamento. O irmão da moça, enfurecido, caçou Henry e deu um tiro nele. Acreditando que havia ceifado Henry, o rapaz apontou a arma para a própria cabeça e acabou com a própria vida. Mas Henry não havia falecido, pois a bala o havia atingido de raspão no rosto e se alojou em uma grande árvore. Certamente ele pensou que era um homem de sorte. u Anos depois, Henry decidiu cortar a grande árvore, que ainda tinha a bala em seu interior. A tarefa parecia tão formidável que ele decidiu explodi-la com algumas bananas de dinamite. A explosão propeliu a bala exatamente na cabeça de Henry, que, desta vez, não escapou. (Ripley´s Believe It or Not!)

4. Meninos gêmeos, vidas gêmeas u As histórias de gêmeos idênticos com vidas quase idênticas são comumente incríveis, mas talvez nenhuma seja tão única como a destes gêmeos idênticos nascidos em Ohio (EUA). u Os gêmeos foram separados logo no nascimento, sendo adotados por famílias diferentes. Sem o conhecimento um do outro, ambas as famílias os chamaram de James.

As coincidências apenas começaram. Ambos os James cresceram sem sequer saber um do outro, mesmo assim ambos receberam treinamento policial, ambos possuíam habilidades em desenhos mecânicos e carpintaria, e cada um deles casou uma mulher chamada Linda. Eles chamaram seus filhos de James Alan e James Allan. Ambos também divorciaram suas esposas e casaram com outras mulheres, ambas chamadas Betty. Ambos tiveram cães chamados Toy. u Quarenta anos depois de sua separação prematura eles foram reunidos.

(Reader’s Digest, January/1980)

u Em Detroit na década de 1930, uma mãe jovem (e incrivelmente negligente) deve ter sido eternamente grata a um homem chamado Joseph Figlock. O bebê da mulher que caía por uma janela bem alta foi salvo em pleno ar por Joseph e ambos saíram incólumes. Um golpe de sorte por si só. Porém, um ano mais tarde o mesmo bebê caiu exatamente da mesma janela sobre o mesmo homem enquanto ele passava pela rua. Novamente ambos sobreviveram ao evento.

(Mysteries of the Unexplained)

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3. Uma bala que atinge seu alvo anos mais tarde

5. Como no livro (1) u No século 19 o famoso escritor de terror Edgar Allan Poe escreveu um livro chamado “O relato de Arthur Gordon Pym”. Era sobre náufragos sobreviventes que ficaram muitos dias em um bote aberto antes de decidirem “abater” e devorar o camareiro, que se chamava Richard Parker. u 46 anos mais tarde, em 1884, uma embarcação chamada Mignonette, afundou com apenas quatro sobreviventes que ficaram em um bote aberto por muitos dias. Alguns dias

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JORNALEC0 332 15/09/2009

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se passaram e os três membros mais experientes da equipe fizeram o mesmo que os personagens daquele livro e comeram camareiro, que se chamava, também, Richard Parker.

6. Lincoln e Kennedy u Abraham Lincoln foi eleito para o Congresso em 1846. u John F. Kennedy foi eleito para o Congresso em 1946. u Lincoln foi eleito presidente em 1860, Kennedy em 1960. u Os nomes Lincoln e Kennedy têm sete letras. u Ambos estavam comprometidos com os direitos civis. u As esposas de ambos perderam filhos enquanto viviam na Casa Branca. u Os dois foram baleados numa sextafeira. u O sobrenome da secretária de Lincoln era Kennedy. u O sobrenome da secretária de Kennedy era Lincoln. u Ambos os presidentes foram assassinados por sulistas, e os dois foram sucedidos por sulistas. u Ambos os sucessores tinham o sobrenome Johnson. u Andrew Johnson que sucedeu a Lincoln nasceu em 1808. u Lyndon Johnson que sucedeu a Kennedy nasceu em 1908. u Os primeiros nomes dos dois sucessores tinham o mesmo número de letras. u John Wilkes Booth que assassinou Lincoln nasceu em 1839. u Lee Harvey Oswald, assassino de Kennedy, nasceu em 1939. u Os dois assassinos eram conhecidos pelos seus três nomes, e os nomes de ambos têm quinze letras. u Booth saiu correndo de um teatro e foi apanhado em um depósito. u Oswald saiu correndo de um depósito e foi pego em um teatro. u Booth e Oswald foram assassinados antes de seu julgamento. u Lincoln foi morto na sala Ford, do teatro Kennedy. u Kennedy foi morto num carro Ford, modelo Lincoln. u Uma semana antes de ser morto, Lincoln esteve em Monroe, Maryland. u Uma semana antes de ser morto, Kennedy “esteve” na Marylin Monroe.

CN CANOAS / RS

(Fonte: Sites e Links / TecnoCientista)

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GUILHERME NUNES MUDANÇA

Lony Rosa

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Dr. Everton Hamilton Krás Tournier Graduado e especializado na Universidade Federal de Santa Catarina • Pós-graduado no Instituto Adolfo Lutz de São Paulo • Pós-graduado na Universidade do Sul Catarinense

E-mail: tournier@contato.net

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Vivendo que se aprende Mesmo que errando Nunca se arrepende Vive-se...

Danço vivendo Vivo dançando O hábito conhece a mudança E a ela rende-se.

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Mudança de hábito Sufoca, sufoca Leva a óbito Quem no peito se entoca

ARTUR CIPRIANI DA SILVA PROTELATÓRIO

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Névoa sufocante, esbranquiçada onipresente; Exaustiva, mata-me de asfixia, Devagar, invisível, calmamente, Fonte nova de profilaxia!

Fronte da cova daquela indulgente, Manhã e noite, necrofilia.

Embriaga os sentidos, enfraquece a mente, Minha rotineira catalepsia!

Líquido puro, já não se mistura, Partícula abstrata de naipe maior! Ó dama do gelo, sinto que és pura, E sofro de horror esperando o pior!

Fruto do ardor que uma tocha acende, É o que por ti sinto, não minto o ardor.

Já tu és total, ó rosa que prende, Encontra e abate o egoísta amor.

Monta as tranças do teu espartilho, Apronta a saia, curvada e perfeita, Afago as coxas, seguindo os trilhos, Preparo teu corpo pra nossa vil seita.

Acendem-se as luzes, abrem-se as portas, Vejo a sombra de minha triste dama.

Nós ao relento, madrugada morta, Vendo as corujas que pousam na grama.

Entrega o desejo, simula o leito Que tanto sonhamos, que tanto queremos!

A espera tortura, conformado malfeito Com aquilo que nós já sabemos.

Tu és outra coisa, insisto em dizer, Criatura unique, ser profano.

Tanto protelo, se queres saber, É só porque te amo!

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TOURNIER

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São subordinados à ganância que os cega, Ao ódio que esmaga e a guerra que aniquila.

São jovens drogados, jovens desajustados, Descrentes do amor, descrentes de Deus, E mortos para a vida!

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Estão aprendendo a suportar o peso, Consequentemente ficam sem ação E do que é justo, não querem discutir.

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Se perdendo vão desperdiçando A força que já é pouca, quase nada resta.

Vão calando a boca que pedia paz, Fechando o coração que germinava amor E amordaçando os braços para a liberdade!

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Estão todos muito recuados, Muito longe da linha de ataque, Esquivados, com medo de qualquer baque!

Estão recolocando nada em seu lugar.

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Querer é tudo Querer é ação! É caminhar É lutar É realizar É conseguir É poder dizer Venci!

Então vá ...já voltei!

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Eu sou pó Sou esfera Sou homem, mulher Sou fera Somos o planeta terra!

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Eu sou luz Sou grito, sou mito Sou morte, sou vida

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Sou desejo Eu sou inteiro Sou cara-metade Sou parte do todo Eu sou laço, sou pacto Sou elo, semente

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Eu sou do vento Dos quatro cantos De todos os tempos Que embala, que arrasa

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Eu sou sereia Sou areia Tenho a lua inteira Como companheira Para minhas fases

E lá vem Novamente a escuridão Com barulhos irritantes Que atormentam meus pensamentos.

E junto vem a insônia Tudo para não permitir que eu adormeça E quando enfim Depois de tanto lutar Eu consigo adormecer Os tormentos continuam no meu sono Nem ali me deixam sossegada E tudo parece mais real Os olhos se abrem teimosamente Pois são várias as vezes Que desejo que eles continuem fechados E assim eu fico Até a primeira fresta de luz Aparecer pela janela E enfim tocar o despertador inútil E lá vou eu Rumo a mais um dia Sem músicas, sem sonhos Sem planos... É só mais um dia Com a sua rotina Indiferente.

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Eu sou do amor Sou do verde Da flor e da onda do mar

No ritmo da dança Minha vida levo Minha vida muda...

Deixo de ser criança

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JORNALEC0 332 15/09/2009

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Aimberê Araken Machado Há muito tempo...

Hoje, conversando com um amigo – desses que estão pessimistas com relação ao futuro da nação que cada vez mais se cobre com um manto de lama produzido por essa manga de punguistas e meliantes engravatados, de fala fácil e intocáveis até que se mudem os códigos da lei –, me dizia, sério, com o cenho franzido, como se anunciasse a vinda do Messias, que o povo gosta é de sofrer. Que seria uma espécie de sina, de destino traçado pelos desígnios de algum deus, essa situação de votar sempre nos mesmos crápulas; que o povo gosta de pagar imposto, ver a indecência tomar conta dos lares através da TV, como uma espécie de novela onde o enredo é sempre o mesmo, com final infeliz e nós chupando os dedos, comendo os restos do que sobra da produção político-brasileira.

Esse amigo é uma pessoa esclarecida, tem família, filhos, tinha ideais, mas os impostos, os planos de saúde que lhe deixam cada vez mais doente, os juros do cheque especial, acabaram com o seus sonhos de classe média. Ponderei dizendo que um dia isso acabaria, que não podemos ser Sodoma e Gomorra latino-americanas. Ele riu, me disse que eu sou muito romântico e que acredito nos sete anões.

Falou-me que até o Hugo Chaves e o Hugo Morales e mais o presidente do Paraguai estão desmoralizando o nosso país, dizendo que somos papagaios dos norte-americanos e que somos velhacos.

Vim pra casa matutando nessas dissertações sobre o panorama republicano e fiquei meio apreensivo com a minha conduta esperançosa. Será que estou viajando na maionese? Passo pelas vitrines do meu Brasil, através de e-mails, cartas a jornais, falas em público, manifestações nas ruas, violência cada vez mais declarada nas grandes metrópoles, bandidos aterrorizando e provando à sociedade que é tão poderosa contra as nossas milícias e às vezes até mais que isso.

Balas perdidas se alojam em inocentes incautos que estavam passando no momento errado. Momento errado? Não tem mais momento errado! Todos os dias tem duelo nas ruas do Rio de Janeiro City e São Paulo City. Esse é o faroeste urbano! Já virou rotina, parece que estamos competindo com o Iraque. Dizem que o norte e nordeste do país é que elege a grande maioria dos políticos brasileiros, que nós aqui do sul somos politizados e que nossos representantes não estão dentro do balaio de gatos. Nós estamos pagando por todo esse espetáculo, minha gente. E ainda vamos pagar mais, e bem caro.

Esse quadro de desesperança tende a aumentar. A gota d’água que faltava pra gente tomar jeito e selecionar melhor os governantes, já esparramou todos os copos. Somos culpados sim, não adianta querer colocar a culpa lá na região das caatingas, onde nasceu o Lampião, o rei do cangaço, famoso ladrão e matador. Nossos políticos aqui do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, gente de tradição revolucionária e de contestação, têm de abrir a boca, escancarar a incompatibilidade de gênio. Não dá mais pra fazer média, colocar panos quentes e fala mansa. Os governantes lá das bandas do norte e nordeste estão literalmente mandando o restante dos políticos do Brasil calar a boca. O Senado da nação está com uma programação a la Big Brother, mostrando a sua intimidade – que não é muito agradável – a todos nós eleitores.

Reagir através do voto, no ano que vem, é a única de maneira de não parecermos imbecis.

Em 1965, eu havia retornado aos bancos escolares em Araranguá, no Colégio Normal – após viver aventuras no Rio de Janeiro (engajado na Marinha de Guerra) e, também, de ter sido encarcerado pelos milicos golpistas de 1964.

Estava mais tranquilo depois de ingressar, por concurso, no Banco do Brasil. Embora não soubesse, ainda, se queria realmente seguir uma carreira burocrática, naquele momento eu não tinha alternativa (a não ser a de estudar na Universidade “Patrice Lumumba”, em Moscou, pois já obtivera permissão para isso – inclusive com passagem gratuita para a Rússia. Só abandonei a idéia porque detesto climas frios).

Eu estava, na verdade, meio “exilado” em minha terra natal... devido à pecha de COMUNISTA, que algumas pessoas maldosas, e bem conhecidas, insistiam em me aplicar.

Com o tempo, no entanto, fui-me adaptando ao ambiente do Banco, em boa parte devido à segurança material (ou seja: um salário satisfatório e excelentes colegas de trabalho).

De modo que, para quem havia saído recentemente de uma situação de quase-penúria, a perspectiva de uma vida estável, em 1965, apresentava-se até mesmo possível (mas não inteiramente garantida, devido à mão pesada da ditadura militar e, principalmente, dos seus bajuladores e alcaguetes locais).

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A política da aceitação

“A VIDA ATRAVÉS DO VÍDEO”

Em 1967, detectei alguns sinais de novos aborrecimentos: cochichos, olhares suspeitos, maledicências – percebidos, por meu agudo desconfiômetro, nas ruas de Araranguá. Talvez isso fosse estimulado pela nova conjuntura político-militar: o general Castello Branco havia deixado a Presidência em março, e a chefia da Nação estava, agora, nas mãos de um milico bem mais tacanho: Arthur da Costa e Silva. É bem possível que, do centro do poder, estivessem sendo emitidas novas ordens para reprimir comunistas, esquerdistas, nacionalistas... e simpatizantes.

Resumindo: o regime militar começava a endurecer (o clímax seria atingido a 13 de dezembro de 1968, com o Ato Institucional n. 5 – o qual suspendia, drasticamente, as garantias e pressupostos do regime democrático que haviam sobrado na Constituição Autoritária de 1967, sancionada por Castello Branco).

Percebi, então, que estava na hora de sair de Araranguá.

Arrumei as malas e fui trabalhar – após um apressado pedido de remoção – na agência de Blumenau, onde cheguei a 27 de setembro de 1967 (véspera do meu aniversário).

Por enquanto, sentia-me aliviado; na verdade, porém, essa sensação seria ilusória. Em futuro próximo, surgiriam novas contrariedades e dissabores.

Se houver oportunidade – e se os leitores quiserem ouvir –, contarei quais foram esses fatos, em uma crônica próxima. Até.

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Informações: Juizado da Infância e da Juventude -Tel. 3522-0204 - Ramal 45

EDIÇÃO: ROSSANA GRECHI

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por César do Canto Machado

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“Nós só começamos a aprender Geologia na manhã seguinte a um terremoto.” RALPH WALDO EMERSON

Roupas para malhar

Memória

Estresse

Há tons e modelagens que sempre funcionam nas roupas para malhar.

Preste atenção ao seu estilo e invista no que cair melhor em você.

O cérebro usa um tipo de memória para cada tipo de informação que deseja armazenar.

Entenda como nos intoxicamos com algo que supostamente existe para nos manter vivos.

PROCESSUAL: Quando você aprende a andar de bicicleta, não esquece mais. É por causa desse tipo de memória, que dá novas habilidades ao corpo. É uma memória tão simples que até os invertebrados a possuem.

SURGE O INESPERADO O cérebro percebe que uma situação ameaçadora está prestes a acontecer e se prepara para tomar decisões com rapidez. É a clássica resposta ao estresse, conhecida como “encare ou corra” – ela serve para nos ajudar a resolver um problema ou fugir dele, se assim preferirmos.

EPISÓDICA: É sua e de mais ninguém: contém os acontecimentos da sua vida. Sejam eles marcantes ou não: o primeiro beijo, aquela viagem inesquecível – ou o almoço de ontem.

TOPOCINÉTICA: Grava os seus movimentos e registra a posição do corpo no espaço. É graças a ela que você consegue memorizar instruções do tipo “vire a primeira à direita e a segunda à esquerda”.

O CORPO FICA ALERTA Enquanto calcula se devemos encarar o inimigo ou correr dele o mais rápido possível, o cérebro dispara cargas de cortisol e adrenalina – hormônios responsáveis por acelerar nosso coração, armazenar mais energia, mantê-la guardada e nos deixar mais vigilantes.

O BOM ESTRESSE...

Essa dose extra de atenção funciona como uma vantagem em situações desafiadoras e nos dá mais chances de realizar uma tarefa. Os níveis de cortisol e adrenalina devem voltar ao normal assim que a situação estressante terminar. Do contrário temos um problema.

SEMÂNTICA: É a memória do conhecimento. Guarda as palavras, os raciocínios e o sentido das coisas. Geralmente exige que as informações sejam repetidas várias vezes.

...PASSA A TÓXICO Quando o nível de cortisol, conhecido como homônio do estresse, se mantém alto e constante durante todo o dia, o cérebro começa a falhar. A memória fica prejudicada, e nos sentimos “burros”. Tudo porque ficar sob estado de alerta constante deixa o nosso corpo exausto e desgastado.

(Fonte: Superinteressante, abril/2009)

(Fonte: Superinteressante, abril/2009)

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VISUAL: Feche os olhos e pense num papagaio. A imagem dele apareceu na sua cabeça? Parabéns, você acaba de usar a sua memória visual. Ela serve para registrar rostos e marcar lugares onde você esteve.

APOIO CULTURAL

PERNAS CURTAS: Cortes, motivos e listras verticais em peças curtas de cores discretas.

PERNAS FINAS: Cores claras, listras finas horizontais, estampados arredondados.

PERNAS GROSSAS: Calças listradas fundo escuro, cores escuras, bainha abaixo dos joelhos.

POUCA ALTURA: Listras e cortes verticais, duas peças na mesma cor. Evite os contrastes, principalmente na horizontal.

MUITA ALTURA: Listras e estampas horizontais. Contrastes de cores.

BUSTO PEQUENO: Tops com bojo, drapeados, duas peças. Evite collants que achatam o busto.

BUSTO GRANDE: Suportes atléticos ou top com recortes firmam os seios volumosos e podem ser usados debaixo de camisetas.

OMBROS ESTREITOS: Cores mais vivas na parte superior, recortes geométricos, decote em “V”, mangas curtinhas e estampados quadrados ou geométricos.

QUADRIS ESTREITOS: Use estampas e cores fortes.

FALTA DE CINTURA: Recorte abaixo do busto, corte princesa, cintura mais alta, desenho vertical.

BARRIGUINHA SALIENTE: Collants escuros, calças de cintura mais baixa, recortes na cintura, listras horizontais mais grossas, estampas delicadas sobre o fundo (Fonte: Donna DC, 30/08/09) escuro.

Vivendo um momento histórico, o Brasil divide de ponta a ponta, em 1893, para se definir entre governistas e federalistas, que entram decididamente numa disputa revestida de ódio, fanatismo e revanchismo político, alastrando-se mandos e desmandos, num mar de absoluta intranquilidade e tensão nacional. Dessa situação, não fica de fora o nosso Araranguá, que viveu um inusitado combate às margens do rio, recontro denominado pela imprensa e contedores de “Batalha do Araranguá”

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MARA GATOS E PICA-P AUS MARAG PICA-PA Os termos “maragato” e “pica-pau”, usados para se referir às duas grandes correntes políticas gaúchas, e identificados, respectivamente, com o uso do lenço vermelho e do lenço branco, surgiu no Rio Grande do Sul em 1893, durante a Revolução Federalista.

Os maragatos foram os que iniciaram a revolução, que tinha como justificativa a resistência ao excessivo controle exercido pelo governo central sobre os estados. O objetivo da revolução seria, portanto, garantir um sistema federativo, em que os estados tivessem maior autonomia.

O termo “maragato”, aplicado aos federalistas, tem uma explicação complexa. No Uruguai eram chamados de maragatos os descendentes de imigrantes espanhóis oriundos da área situada na província de León, na Espanha, conhecida como Maragateria. Os maragatos espanhóis eram eminentemente nômades, e adotavam profissões que lhes permitissem estar em constante deslocamento.

Os defensores do governo central passaram a cha-

Pelo lado federalista – contra o Presidente Floriano Peixoto, foi valioso o relato de Marco Dias Carneiro, homem forte de Felinto Perry Júnior, 1º tenente da Armada Revolucionária, que em detalhes descreveu os momentos do episódio histórico.

Com precisão, falou da chegada da expedição ao povoado das Cangicas, na tarde de sábado, 28 de outubro, onde acampou, esperando o vapor Itapemirim, que chegaria no próximo dia, trazendo artilharia, homens e munições para a margem oposta do rio Araranguá, a fim de dar combate ao major Firmino Lopes Rego, que se encontrava na vila do Araranguá, ribeirinha ao mesmo rio, segundo sabiam.

Conhecedores da aproximação das forças revolucionárias, foram mais atentos que os legalistas, que conseguiram fugir antes mesmo que os federalistas acampassem em Cangicas, já que sabiam da presença de Perry em Morro Grande do Campo Bom, dias antes.

Ainda ignorando a fuga adversária, chega o Itapemirim na data marcada, trazendo como reforços praças da Marinha e do Batalhão Patriótico Fernando Machado, transpondo um pouco o rio marchando em direção do suposto acampamento inimigo.

A aproximação de Perry foi logo notada, com o içamento de uma bandeira branca, então símbolo da “Armada Libertadora”, que seguiu sua marcha, alcançando a cidade, que dizem ter encontrado abandonada pelas forças republicanas e quase deserta.

Aí tiveram certeza da saída de Firmino Rego rumo ao Sul, a caminho de Torres, buscando aliar-se às forças castilhistas no Rio Grande do Sul. Pelos fatos ocorridos e pelos depoimentos favoráveis dos araranguaenses, julgaram os federalistas sua missão cumprida, iniciando a viagem de retorno rumo ao Desterro (Florianópolis), agora unicamente por via 3 marítima, evitando assim que se repetissem

as dificuldades encontradas por terra, principalmente o cruzar frequente com boiadas em estreitos caminhos.

Não esperavam, porém, os federalistas a obstrução repentina da barra do Araranguá, impedindo o acesso do Itapemirim ao mar, situação que, na previsão dos “práticos”, duraria de oito a dez dias.

Impacientes, Felinto Perry e seu aliado graduado Monteiro de Barros decidiram prosseguir viagem por terra, deixando ali somente a artilharia de bordo, com uma guarnição, tendo a proteger o Itapemirim apenas doze homens. Bastaram, porém, algumas horas para que o grupo “ilhado” fosse informado de que Firmino Lopes, o grande inimigo, estava se aproximando com mais de 1.000 homens e oito bocas-de-fogo, disposto a um massacrante ataque ao Itapemirim, ainda sem poder de fuga.

Tudo foi confirmado pelo líder político federalista Tobias de Sá, que, sem titubear, disse ter visto não muito longe dali as forças inimigas conduzindo peças de artilharia, obrigando o imediato retorno de Perry à embarcação, depois de informado do fato pessoalmente pelo tenente-coronel Brasiliano do Nascimento, que foi ao seu encontro, passados dois dias da primeira notícia da presença republicana no Araranguá.

Pelos planos iniciais de Perry, antes do contra-ataque adversário e de se saber da primeira fuga do inimigo, a idéia era impedir, a qualquer custo, a retirada dos republicanos para o Rio Grande, pressionando os combatentes de encontro ao Itapemirim, onde seriam encurralados. A situação, contudo, inverteu-se com o sumiço repentino dos comandados de Fermino Rego, que estrategicamente se refugiaram nas proximidades do Araranguá, aguardando o momento adequado para o ataque à artilharia de bordo do Itapemirim.

Perry só veio a tomar conhecimento da emboscada momentos antes do seu desfecho,

mar os revolucionários de “maragatos” com o intuito de insinuar que, na verdade, as tropas dos rebeldes eram constituídas por mercenários uruguaios. A realidade oferecia alguma base para essa assertiva — Gumercindo Saraiva, um dos líderes da revolução, havia entrado no Rio Grande do Sul vindo do Uruguai pela fronteira de Aceguá, no Departamento de Cerro Largo, e liderava uma tropa de 400 homens entre os quais estavam uruguaios.

No entanto, dar esse apelido aos revolucionários foi um tiro que saiu pela culatra. Os próprios rebeldes passaram a se denominar “maragatos”, e chegaram a criar um jornal que levava esse nome, em 1896.

Já o termo pica-pau, aplicado aos republicanos que apoiavam o governo central, teria surgido em função das listras brancas do topete do pássaro, pois os governistas usavam chapéus com divisas brancas, que lembravam o topete do pica-pau, enquanto que as dos maragatos eram vermelhas. (texto de Lígia Gomes Carneiro - site RS Virtual)

quando um idoso morador do lugar, colocado no alto de um morro, acenou para que o ouvissem e dele soubessem que, não muito distante, estavam as forças do major Firmino, fato verificado e confirmado pelo tenente Aquilino do Amaral Filho, aliado fiel de Perry.

Sem tempo para uma ação mais rápida e eficiente, restou aos tripulantes aguardar as forças inimigas e aí combatê-las à noite, visto ser a embarcação alvo mais fácil, caso fosse de dia.

Por volta das 23 horas, irrompeu cerrado fogo de unidades de ambas as partes, com as baterias cessando fogo por volta da meianoite.

Dos federalistas, morreu no local o foguista Manoel, de 19 anos, saindo feridos o chileno capitão de artilharia Manoel Quezada, o cabo de marinheiros Antônio Luiz de Andrade, chefe de peças do poderoso canhão Hotchkiss, o marinheiro Hipólito Feliciano Barbosa, chefe da metralhadora Nordenfelt, e o marinheiro mercante João de Queirós. Às seis horas da manhã, registra-se novo ataque ao Itapemirim, rechaçado de imediato pela artilharia de bordo, fazendo vários feridos às margens do “Araranguá”, quase na barra do Morro dos Conventos, repetindo-se às 9 horas.

O momento crucial do combate aconteceu por volta das 14 horas, quando o Itapemirim foi impiedosamente metralhado, sendo gravemente ferido, entre outros, o comandante Perry, alvejado no peito. Outras baixas aconteceram, como a do chefe do canhão Krupp, Francisco Valverde, os marinheiros Manoel e Antônio e o soldado naval Lourenço.

Com muitos feridos, o Itapemirim se entrega de vez, curvando-se ao poder inimigo.

Cruza derrotado a barra, buscando no porto mais próximo — em Laguna — os primeiros socorros para seus combatentes. s