Jornaleco 336 15 nov 2009

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PLACAS E CARTAZES. Se dá pra entender, então tá, né?

JORNALECO ARARANGUÁ, 15 DE NOVEMBRO DE 2009 • ANO 16 • Nº 336

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Sábado às 11 horas, dia 28 de novembro, no Calçadão de Araranguá, tem o lançamento do romance de João da Silva, AMOR PROIBIDO. Todos são convidados!

ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL DE

ARARANGUÁ v i s i t e : w w w. a r a r a n g u a . n e t

A hiSTÓRiA DE ANTONiNhO TORRES ENTREVISTA NUM BANCO DO JARDIM | TEXTO ESCRITO NA PRAIA | FOTOS DA HORA

por RICARDO GRECHI

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Galeria Galeria Centro de Araranguá, com o Jardim Municipal Alcebíades Seara, no início dos anos 1940, tempos de guri do Antoninho Torres (ver matéria da capa).

As árvores plantadas no jardim estão bastante jovens. Pode-se ver também várias construções extintas: a antiga igreja, a antiga prefeitura, o coreto, o Fronteira Clube; e outras que ainda permanecem: o prédio Ghizzo, o Castro Alves, que sucedeu o Grupo David do Amaral (mas este ficava onde hoje está o Colégio Estadual), a casa paroquial, o prédio Tournier.

A marca do seu parceiro de estrada

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A BOA IMPRESSÃO É A QUE FICA

Fone/Fax: 3524-5916 3522-0379 Av. XV de Novembro, 1807 - Centro

Manhã de terça-feira, 10 de novembro.

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Solicite-nos através de jornalecocultural@yahoo.com.br o recebimento das edições do Jornaleco (igual no papel + as fotos coloridas) via e-mail

JORNALECO jPANFLETO CULTURAL

15/11/2009 • ANO 16 • Nº 336 ESTA EDIÇÃO: 8 PÁGINAS

Distribuição gratuita Periodicidade quinzenal Tiragem: 1.000 exemplares

H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H Ricardo Grechi CONTATOS Rossana Grechi DISTRIBUIÇÃO Gibran Grechi , Nilsinho Nunes ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende IMPRESSÃO Nei, Valdo, Welington NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE A. César Machado EDIÇÃO E PROJETO GRÁFICO

© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866 - prot. 4315/RJ, de 17/07/1995)

UMA PUBLICAÇÃO

ORION EDITORA Calçadão Getúlio Vargas, 170 88900.000 Araranguá - SC - Brasil jornalecocultural@yahoo.com.br

Encontrei o Antoninho Torres no jardim, próximo à Banca do Felipe. Ele conversava com um amigo quando o abordei: — Tava te procurando, Antoninho!

Vamos sentar ali num banco do jardim pra bater um papo... Quero fazer uma matéria contigo pro Jornaleco!

Com sua calma e simplicidade, ele aceitou o convite com total simpatia. Conheço o Antoninho de longo tempo. Seu filho Beto foi um dos meus grandes amigos nos anos 80. Mais o Jô, com quem me encontrava algumas vezes, e o Amauri, que é casado com minha tia Fátima.

— Daí, como vai a tua companheira?

— Agora eu tô solteiro...

(Atenção, garotas da terceira idade!)

— Mas tem dançado por aí?

— Sempre! Nas quintas, eu vou no UCCA; nas sextas, é no lar dos velhinhos, e nos domingos, no Bailão do Luiz. Sempre de tarde. No asilo, quem toca é o João Medalha; no UCCA tem gaiteiro...

Viúvo a 14 anos, Antoninho, 40 anos de Urussanguinha, vive uma vida tranquila e cheia de amizades, embora às vezes lhe toquem algumas tragédias que teve na vida, e que ele nos contará mais adiante.

ANTONIO FERREIRA nasceu em Tubarão, a 4 de março de 1925, filho de Zé Torres e Dalzisa. Mas em 1930 já veio para Araranguá, com a família, morar na Barranca,

onde seu pai trabalhou na estação de trem, transferido de Lauro Muller.

Antoninho conta que seu pai “emprenhou” uma moça em Lauro Muller, e o pai dela, furioso, mais os irmãos da garota, queriam o couro dele. A “fuga” de Zé Torres, então, foi a transferência para cá.

Antoninho teve três irmãos. O único vivo é o Abelardo, de 75 anos, que mora em Porto Alegre. Um outro, morreu ao cair com o cavalo quando ainda era um menino de 11, 12 anos.

Faziam uma corrida, entre os trilhos, Antoninho, um ano mais velho, e o irmão.

Asbelo ia na frente em grande velocidade, quando o cavalo tropeçou e caiu por cima SEGUE NA PÁG. 3

O último ato inútil na vida de muitos alcoólatras é cometido por sua família, depois que ele morre por complicações de saúde causadas diretamente pela ingestão de álcool. Acreditando estar preservando a memória do falecido, a família procura ocultar sua causa mortis silenciando publicamente sobre sua condição e pedindo ao médico que declare outra causa no lugar de alcoolismo na certidão de óbito. No final, o doente alcoólico acaba não servindo nem para as estatísticas médicas sobre o problema.

Do amor Amamo-nos mais uns aos outros do que percebe nossa vã consciência.

De melhor As pessoas não têm que ser o que nós queremos que elas sejam, mas nós podemos ajudá-las a crescer no que elas têm de melhor.

Sobre poemas Já escrevi e publiquei poemas que hoje me parecem ruins, divertindo-me em reler, apesar disso, mas que espero ninguém mais os leia. Já li poemas de Drummond e de Quintana que não vou ler de novo.

E já me deparei com versos de Vinícius que soaram como pura encheção de linguiça, neste caso, uns fraseados inchados a completar sonetos e cumprir com rimas. A prosa pode ser à flor da pele, mas a poesia é visceral. Por isso todo poeta tem sua mostra menos fértil. Nos pequenos mais, nos grandes menos. z

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mulheres sabem com conhecimento de causa, o quanto temos que, literalmente, sangrar por sermos mulher.

O universo feminino glamouroso e fascinante, dentre seus vários caminhos e recantos aprazí-veis possui uma estradinha turva e acidentada, na qual obrigatoriamente precisamos passar mensalmente. É a jornada da TPM. Com o passar do tempo e de observação forçada, sei exatamente quando tudo começa e acaba.

Então vou logo avisando aos desavisados: Cuidado! Não provoque!

Estou rosa-choque!

E não é que funciona? As pessoas com as quais convivo mantém a cautela necessária ao tratar qualquer assunto comigo nestes dias, mesmo que seja, simplesmente, para resolver o que teremos para o jantar.

Cria-se um cuidado especial em minha casa com a costumeira desarrumação dos quartos; com as toalhas largadas no banheiro; com a falta da descarga; com a falta de lembrar-se de apagar as luzes... Incrivelmente parece que todos ficam mais atentos aos pequenos detalhes e tentam, na medida do possível, não cometerem nenhum deslize. Afinal, um simples passo em falso pode detonar a mina. E lá vem bomba! É assim desde meninas. Não podemos desviar da estrada sinuosa que se abre a nós mensalmente, mas temos que aprender lidar com ela.

Devemos conhecer cada curva no mapa e ir logo avisando aos companheiros de viagem: Seguir uma mulher pode ter grandes riscos. Um deles é perdê-la na metade do caminho por alguns dias, todos os meses.

O segredo é ter paciência, pois ela volta. Sim, ela volta inteirinha depois da Tempestade Psíquica Mensal. Sem um arranhão sequer.

Pronta para ser ela mesma até o próximo mês.

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Calçadão, ao lado da ex-Caixa

A BANDA

Preste atenção nas pequenas despesas; um pequeno vazamento afunda um grande navio.

BENJAMIN FRANKLIN (1706-1790) político e cientista americano

uplemento

HISTÓRIAS DE ARARANGUÁ FILMES PARA SEMPRE

Sessão Pão Duro

A Princesa e o Plebeu

ARYOVALDO HUÁSCAR MACHADO ÀS TERÇAS-FEIRAS, a sessão do Cine Roxy era mais barata: duzentos réis. Nos cartazes que se distribuíam pelas esquinas, encostados em postes de iluminação, anunciava-se o nome do filme e, no topo, o tipo de sessão, a que a própria empresa exibidora dera uma curiosa denominação: Sessão Pão Duro. Ou seja: uma sessão para

aqueles que não desejavam gastar o preço normal de cada sessão, trezentos réis.

Invariavelmente surgia um gaiato para, em cada cartaz, apagar o til da palavra do meio, gerando uma inconveniência de duplo sentido, que a quase todos divertia.

Extraído do jornal “Nosso Tempo”, nº 7, de 26/09/1986

arquivo da alma CRIANÇA GRANDE Para quem me chama de criança grande – e sou! –, por favor, prefiro viver como criança as fantasias da minha imaginação do que viver a realidade hipócrita, egoísta e mesquinha da maioria dos adultos.

FILHO DE DEUS Se tu lembrares de Deus, não esqueças que sou filho d’Ele. SENTIMENTO Há sentimentos que só o corpo sente. Mas seus reflexos estão na alma.

CORAGEM Sou grande no tamanho, mas pequeno na coragem para dizer... te amo.

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AMAR Amar não é só a expressão verbal de dizer “te amo”.

Amar é sentir a real ausência do outro. É sentir presente a pessoa ausente. É a felicidade total quando se está junto.

ASAS A Natureza deu asas aos pássaros para que voem à procura de tudo...

Eu dou asas à minha imaginação para que eu tenha tudo – sem voar.

A Princesa e o Plebeu foi indicado a sete Oscars, incluindo filme e direção, vencendo com melhores atriz, história e figurino. Jean Simmons ou Elizabeth Taylor é que fariam o personagem, mas acabou sendo a estréia de Audrey Hepburn, aos 24 anos, no cinema americano, ganhando o Oscar de melhor atriz por este filme. Todo rodado em locações em Roma, foi considerado pela AFI, em 2008, como o quarto melhor filme romântico do cinema americano.

Sinopse: Depois de passar por Londres, Amsterdã

e Paris, princesa chega à Roma para cumprir sua longa agenda de compromissos. No fim do primeiro dia, desejando uma vida comum, ela tem uma crise nervosa e recebe uma injeção de sedativo. Quando fica só, em seu aposento, a princesa consegue sair do palácio sem ser vista. Já na rua, o efeito da injeção a deixa embriagada. Sonolenta, ela deita num banco de praça. É quando um jornalista americano a encontra e tenta ajudá-la. Depois de várias tentativas frustradas para saber seu endereço, ele decide levá-la ao seu quarto, na pensão onde mora. (RG)

AJUDA Se um dia você estender a mão para ajudar alguém, que a mão seja somente um instrumento. Que a ajuda venha do coração.

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ROMAN HOLIDAY (EUA, 1953, 118 min.)

Direção: William Wyler (de Ben-Hur) Elenco: Audrey Hepburn, Gregory Peck

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Inútil

PAUL VALÉRY (1871-1945) poeta, ensaísta e crítico francês

Não provoque! Estou rosa-choque!

Postei-me em frente ao computador esperando que a minha mente, na maioria das vezes criativa, ditasse as palavras, as quais eu posaria aqui facilmente. Mas nada aconteceu.

Durante o tempo em que me atrevo no mundo da escrita pude constatar que uma vez por mês, durante todos os meses, sofro um bloqueio.

Como se a fonte inspiradora das minhas idéias tivesse secado intermitentemente.

Com o teclado intacto, esperando pelos toques que versariam sobre algo; com minha mente criadora displicentemente inerte; com o meu corpo gritando para que eu largasse tudo, e me atirasse no sofá...

Resolvi que o assunto em pauta deveria ser incontestavelmente um dos mistérios do universo feminino. Afinal, o meu alarme íntimo já havia disparado o aviso: “Prepare-se, você está entrando na TPM. E não conseguirá escrever uma vírgula sequer que a agrade”. É exatamente assim que acontece. Pelo menos uma vez por mês paro em frente ao guarda-roupa, olho para as dezenas de peças dependuradas, cada qual em seu cabide, e concluo desesperadamente que nenhuma delas me cairia bem naquele momento. Passo a mão numa calça jeans e numa camiseta básica e me rendo ao período em que dificilmente algo vai me fazer sentir linda e maravilhosa. É o primeiro sinal de que tudo está começando.

Todos os meses passo por dias em que me torno insuportável a mim mesma. Mergulho num oceano de sentimentos que me leva a extremos de ficar chorona e frágil à irrequieta e impaciente. Posso afirmar que uma bipolaridade momentânea apossa-se da minha personalidade como uma obsessão psíquica nestes dias nebulosos. Isto pode parecer exagero para os olhos masculinos, todavia, sou capaz de apostar que as

S S

Feliz é quem se reencontra com prazer ao despertar, reconhecendo-se como a pessoa que gosta de ser.

leiabb@engeplus.com.br

JORNALEC0 336 15/11/2009

Sábado às 11h, 28 de novembro, no calçadão de Araranguá, em frente à lanchonete Plaza, João da Silva lança o seu segundo livro, o romance Amor Proibido (Orion, 2009). O primeiro foi a biografia A saga de João dos Pintos - uma história política de Araranguá dos últimos 40 anos (Orion, 2006).

Desta vez, João escreveu uma ficção.

“A história do amor ‘proibido’ entre Lucas e Ana Cristina se inicia em 1940 e chega a meados dos anos 60, (...) desenvolvendo o papel dos protagonistas e dos fatos que entrelaçam suas vidas com violência e paixão, sexo e amor, suspense e reviravoltas, (...) estendendo-se seu palco a diversas cidades, principalmente Araranguá, e anexando várias informações geográficas e históricas detalhadas.

“João da Silva utiliza-se também de fatos que viveu, ou presenciou, descrevendo-os como tal, ou utilizando-os para criar em cima.

“Com este livro, João da Silva coloca-se entre os romancistas pioneiros da nossa terra a explorar nossa própria região e cultura dentro de uma obra de ficção” (da apresentação no livro).

Léia Batista

CASA

O romance do João dos Pintos

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SOLO DO EDITOR RICARDO GRECHI

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JOÃO ALBERTO PLUCÊNIO BALANÇO

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Uma vida para se aventurar, para se arriscar.

Uma vida para se sonhar, para lutar.

Uma vida para ser feliz, para amar.

Uma vida para sorrir, para chorar.

Uma vida feita para se viver.

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E amar, ser feliz, sorrir, é indispensável.

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NILSON MATOS PEREIRA AMOR

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O sol no inverno é um sol de esquimó É tímido e de uma certa letargia O vento num corredor se refugia E a chuva ou é garoa ou um toró

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Como era bom prender-te nos meus braços Fazer carinhos no teu corpo inteiro Como era bom perder-me em teus abraços Sentir-me teu amante companheiro

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Nao há animais, aqui a vida é escassa Sobrevive de jogo e de trapaça Quem consegue matar um leão por dia

Aqueles beijos que te dei um dia E beijos tantos que me deste então Alimentavam nossa fantasia Queimavam como fogo o coração

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Excêntricos os que aqui vivem, ou quem passa Absorvem eflúvios de fumaça E consomem o tempo à revelia

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Um sonho que vá se tornar realidade.

Uma lembrança linda que nunca vai ser esquecida.

Um beijo verdadeiro, que lhe dá vontade de beijar mais.

Um toque que lhe faça sentir calafrios, arrepios.

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Eu vivo numa floresta, veja só É pedra sobre pedra e a laje fria Tudo isso, eu sei, vai virar pó Eu só nao sei pra que tanta agonia

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Uma pessoa de sorriso calmo, de risada engraçada.

Uma pessoa de mãos quentes, que alegre a gente.

Uma pessoa com abraços aconchegantes, com conversas interessantes.

Uma pessoa que você vá querer sempre bem, que vá lhe fazer bem.

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SONETO

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Amar assim com tanto amor profundo E ser amado assim do mesmo jeito Justifica a passagem neste mundo

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R. FRANCISCO INSÔNIA

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Com tanto sofrimento e desrespeito Só o amor mais puro e mais profundo Diz pra que serve o coração no peito

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Amanheci sem anoitecer completamente De um sonho bom eu já não lembro Os cães latindo quebravam a paz O cantar dos galos soaram tristes Tudo à volta parecendo escombros Lençóis, travesseiros, cobertores e eu Outra vez dormira mal.

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Um amor quente, que lembre a gente como é bom amar loucamente.

Um amor com aventuras, que faça você perder a cabeça.

Um amor sincero, que dê para ser levado a sério.

Um amor verdadeiro, que cada dia faça você se doar por inteiro.

aimbeream@yahoo.com.br

Aimberê Araken Machado

Ainda há tempo

Crenças e descrenças

Os acontecimentos frequentes de desestabilização do planeta e as contínuas guerras por religião, por pedaços de terra, por podres poderes, por deter tecnologias de ponta, nem sempre de bem estar, nos obrigam a refletir sobre o nosso envolvimento nessa saga de valores inversos.

O desrespeito pelo ser humano, a violência urbana, guerra civil nas grandes metrópoles, exploração de crianças para todos os fins ilegais, são paisagens cravadas na bandeira brasileira a ferro e fogo.

E se eternizam diante da impotência de todos nós.

As chagas provocadas no planeta azul pelos mesmos criadores de infernos – os mais ilegais dentro das leis –, nos remete a meros expectadores, dormentes, acomodados, como se estivéssemos no corredor da morte aguardando o carrasco com a sua espada pesada descer sobre nossas cabeças. Mas enquanto aguardamos a nossa vez de morrer, vamos mascando chicletes, experimentando o novo botox – dizem que rejuvenesce mesmo! –, o celular que toca sertanejo universitário e brega com surround, e o iPod que armazena cinco mil músicas. Assim, vamos esperando o pior, mas nos divertindo, enchendo nossas cabeças ocas de cultura imbecil enquanto a casa cai. E, no ano que vem, não nos esqueçamos, tem mais big bosta para deleitar nossa ignorância. Ah, e ainda tem a coluna social que as dondocas e os patricinhos vasculham diariamente para ver se não estão lá apanhados pela lente sagaz do fotógrafo, fazendo pose de Marilyn Monroe e John Wayne. Isso sim que é “stile”! E ainda queremos colocar toda a culpa nos políticos...

Para começar, que tal uma visita aos asilos, aos órfãos abandonados que crescem assustadoramente, aos casebres infestados de excluídos? Que tal cobrar dos governantes de sua cidade uma melhoria na sua rua, no saneamento básico, assistência aos necessitados, na educação etc.? Que tal crescer um pouco, parar de tomar a droga da alienação que enfiam dentro da sua cabeça através de propagandas “maravilhosas”? Ainda há tempo, sim. Nossos filhos – volto a repetir –, estão debandando. Quem pode, vai embora, vai em busca de novos mundos, dizem eles. Muitos se perdem e não acham o caminho de volta. E a maioria não encontra respaldo dentro do seu lar, por isso partem.

Porque não praticamos, um tiquinho só, o amor dentro de casa?

Pedir desculpas, pedir perdão, pagar aquela dívida moral por ter magoado alguém sem razão alguma, de ter gritado com os filhos, ofendido com palavras ásperas.

Ser magoado dentro do lar, pelos familiares é jogar os filhos nos braços das gangues e das drogas. Lá eles encontram “carinho” imediato. E os filhos poderiam usar o respeito e o entendimento para conversar com seus pais. Pondo-se no lugar deles e ajudando nas decisões, nos projetos de paz e espiritualidade que possam harmonizar o seu lar.

Comecemos por aí. Com certeza vamos começar ter a qualidade de vida dentro de casa que nos habilitará a enfrentar o mundo lá fora. O amor, florescendo dentro de cada um de nós, é a arma que em qualquer situação, em qualquer confronto, nos coloca sempre em vantagem.

Se me perguntassem, hoje, no que acredito, não saberia responder com absoluta segurança. É que tenho tantas dúvidas... As certezas ficaram para trás, na juventude, visto que os jovens costumam ser dogmáticos.

Vejamos, por exemplo, o conceito de HONESTIDADE. Desejo me referir, aqui, à noção de integridade pessoal, de caráter sem mácula; ou seja: do indivíduo que, vulgarmente, é conhecido como um “sujeito decente”. Nos dias que correm – nessa barafunda de escândalos, roubalheiras e safadezas que assolam o Brasil –, fica muito difícil conceituar, com razoável exatidão, quem pode exibir o honroso título de “honesto”.

Da categoria acima, podemos excluir, sem muito esforço de raciocínio, QUASE TODOS os políticos. Só escapariam, talvez, uns dois ou três: os cinco dedos de uma das mãos seriam mais que suficientes para enumerar os políticos honestos desta infeliz Nação.

O conceito de HONRA praticamente desapareceu, anulado pelos chamados “valores relativos”. Antigamente, a defesa da honra poderia ser feita até mesmo à custa de derramamento de sangue, nos famosos DUELOS: “Qual arma você prefere, pistola ou espada?”

Atualmente, isto pareceria piada, tendo em vista que a COVARDIA e o MEDO tomaram conta da sociedade; a moda generalizada, hoje, é a seguinte: “MAIS VALE UM COVARDE VIVO DO QUE MIL HERÓIS...”

Um jovem, cheio de boas intenções, abordou-me dia desses: desejava saber se vale a pena ser correto e decente; se compensa vencer pelo trabalho e pelo esforço pessoal, sem apelar para favoritismos indevidos. Enfim, queria um estímulo, uma justificativa e uma razão que pudessem servir-lhe de orientação na vida.

Não respondi de imediato, receoso de transmitir-lhe uma idéia equivocada. Meu primeiro ímpeto foi o de mencionar certas qualidades já consagradas, dessas que todos repetem, como fórmula para vencer na vida.

Todavia, contive-me. A única coisa que me ocorreu dizer-lhe foi a seguinte: “Sinto muito, mas não posso fornecer-lhe uma orientação infalível, que possa auxiliá-lo em todas as dificuldades que a vida colocará em seu caminho.

Você mesmo terá que descobrir, em cada situação, qual o recurso a ser utilizado para vencer os obstáculos que se apresentarem. Utilize todos os seus sentidos e aptidões, e não descarte nem mesmo a força física: às vezes ela é necessária, embora excepcionalmente. No entanto, ponha, sobretudo, duas faculdades de sua mente para funcionar: a INTELIGÊNCIA e o BOM-SENSO. Elas o ajudarão mais que todas as outras. Almejo, assim, que você seja muito feliz.”

Rua Caetano Lummertz, 456 Sala 06 / térreo - Centro Ed. Com. Executivo Araranguá FONE 3522-1322 FAX 3524-2543

Dr. Everton Hamilton Krás Tournier Graduado e especializado na Universidade Federal de Santa Catarina • Pós-graduado no Instituto Adolfo Lutz de São Paulo • Pós-graduado na Universidade do Sul Catarinense

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JORNALEC0 336 15/11/2009

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Saí assim Pra ti somente O sol sem mim Chorou dolente Me joguei total Tão docemente Fiz tanto mal Corpo e mente Quem és afinal?!

Um ser vivente Sem fazer mal Eu simplesmente Em esfera total Mergulhei carente Me reconstruí Violentamente Voltei feliz Finalmente!

Do teatro Tropeço antes de entrar No camarim E vejo, ao tropeçar, diante De mim O olhar inquisidor do meu Retrato

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FINALMENTE

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Em demasia Busquei...

Sem saber Neguei...

Em inércia Esperei...

Quantas vezes Julguei...

Em sentenças Pequei...

Em condenar Sentenciei...

Matar o amor Predestinei...

Ficar sem ti Me condenei...

Eu sou fã de mim mesmo Nesta hora A minha inspiração se manifesta As velas vão queimando sem demora E no lusco-fusco que inda resta Cerram-se as cortinas

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PROCURA

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Matando sonhos e ilusões Segue assim o paquiderme Destruindo corações Esperado pelos vermes!

Eu sou intérprete De um roteiro inacabado Aliás de um teatro Onde nem as luzes se acenderam E para nao sentir-me tão frustrado Acendo velas diante do espelho Ali me dou conta Do aplauso imaginário Sou o ator e parte da platéia E vivo intensamente este cenário

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Tem mais valor aquele cão Em manifestar conhecimento Sem fazer uso da razão Não troca dono e sentimento!

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Mais um amor em listagem Superando o próprio ego Meta: soma de vantagens Na disputa “quantas pego”

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Reun. 2as e 5as f., 20h - dom., 17h Ao lado Hospital B.Pastor -Araranguá

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“Ponha de lado a timidez e os melindres ao agir. A vida inteira é uma experiência.” RALPH WALDO EMERSON (1803-1882)

ESCOVE MENOS OS DENTES Sua mãe enchia seu saco, mandando você escovar os dentes ao sair da mesa. Naquela época você ignorava solenemente a ordem, hoje segue a regra à risca. E assim coloca seus dentes em perigo! O motivo? Uma penca de alimentos contêm ácidos – frutas cítricas, vinho, vinagre, iogurte, por exemplo –, que desmineralizam o esmalte dos dentes e causam uma espécie de erosão. Normalmente a própria saliva reverte esse problema e os minerais são armazenados de novo. Mas, se você sempre escova os dentes logo ao levantar da mesa, vai esfregar os resíduos ácidos no esmalte e piorar a situação.

Espere 30 minutos antes de fazer a higiene bucal. Se tiver uma reunião logo depois do almoço, faça um bochecho com bastante água. Se vai beijar... Bem, nesse caso escove. O importante é que seja após as refeições e principalmente à noite, quando a salivação diminui.

A ameaça a seus dentes não se resume a escová-los na hora errada. Os homens costumam usar a escova de dentes do mesmo jeito que a de sapatos: esfregando com movimentos de vaivém. Assim você desgasta o esmalte e seus dentes ficam com aspecto envelhecido. Se ainda coloca muita força, provoca retração gengival e expõe a dentina, substância que fica sob o esmalte, causando hipersensibilidade e dor. Os especialistas lembram que a técnica correta é de cima para baixo, com a escova posicionada transversalmente à gengiva.

Lembre-se de que força bruta não é sinônimo de boa limpeza. Treine para aplicar menos pressão, relaxando o braço. Quanto mais força você aplica, mais macia deve ser sua escova. Prefira as nem muito duras nem muito macias. Se for adepto da escova elétrica, controlar a pressão é ainda mais importante, já que as cerdas são sempre mais duras do que as das escovas comuns.

NÃO LAVE TANTO AS MÃOS A não ser que você sofra de uma perigosa doença contagiosa, de transtorno obsessivocompulsivo ou vá fazer uma cirurgia em alguém,

NÃO EXAGERE NO FIO DENTAL Não é papo de consultório dentário: tem gente que fere a gengiva passando fio dental como se fosse um serrote. Para usar certo o apetrecho, corte um pedaço comprido o suficiente para ir enrolando nos dedos à medida que o passa suavemente entre os dentes.

Faça como se estivesse engraxando cada face deles, de cima para baixo. Tudo bem que você pega pesado na academia, mas administre sua força. Exagerar na pressão pode causar vermelhidão e retração gengival.

A escova interdental, usada para limpar as frestas entre os dentes, também traz risco. Se os seus são muito juntos e você só consegue fazê-la penetrar empurrando com tudo, pode parar ou vai machucar a gengiva. A escova deve entrar com certa folga e permitir suaves movimentos de vaivém. Caso sangre, você exagerou nas manobras. Pegue leve e em alguns dias a boca volta ao normal.

NÃO TIRE CERA DO OUVIDO Nós sabemos que você tem uma caixinha de cotonetes no seu armário do banheiro, mas só precisa deles para limpar o teclado do computador. Se dependesse dos otorrinos, eles viriam com o aviso de alerta: “Atenção, eles podem romper seu tímpano!” O que à primeira vista pode parecer uma fatalidade não é tão raro assim. Os médicos atendem regularmente a esse tipo de ocorrência.

Mesmo que não enxergue – ou melhor, escute – o perigo, você está expondo seus ouvidos à toa. Porque ficar cutucando dentro da orelha é inútil e arriscado. A cera protege os ouvidos das agressões externas e eles são capazes de fazer sozinhos uma autolimpeza eficaz, capturando a sujeira que entra pela orelha e forçando sua saída. A própria pele da

região faz um movimento que elimina os resíduos. O cotonete só ajuda a empurrar a cera para dentro e, além disso, pode causar traumatismos. Ou seja, useos apenas para limpar a parte externa da orelha.

A parte da higiene auditiva que cabe a você é bem simples. Depois do banho, vire um pouco a cabeça e limpe com a toalha. Se seu ouvido produz muita cera, com o tempo pode se formar uma espécie de tampão, que impede a audição e causa incômodos como coceira ou inflamações. O método usado para dar fim a essa rolha de cera, a lavagem, é indolor, mas só pode ser feito pelo médico.

BANHÃO PERFEITO Para despertar, tome uma chuveirada. Para relaxar, entre na banheira. Mas, para ficar limpo, bastam quatro minutos embaixo d’água.

Siga o passo-a-passo:

Lá, ele morou num acampamento. Chamavam de batalhão ao contingente de trabalhadores. Mas foi uma decepção. Conta Antoninho que o pessoal comprava comida e roupas numa cooperativa, mas o salário nunca vinha. Chegou lá em janeiro de 1942.

Dois meses depois, junto do amigo Doca Amaro e um outro, fugiram a pé, para chegar em Araranguá quatro dias depois, sujos e famintos. Passaram a viagem com duas rapaduras, compradas pelo Antoninho, e uns pedaços de polenta e queijo que ele pedira numa casa de família. À noite, dormiam ao relento, favorecidos pelo calor do verão.

Quando chegou em casa, o pai veio caçoar, feliz com o regresso do filho: — Comé? Vamos repartir esse dinheiro!

— Que dinheiro?! Eu quero é que o senhor me arrume cinco pilas pra mim cortar o cabelo e ir o carnaval... — e foi.

Antoninho era gazeteiro. Preferia jogar bolinha de vidro no jardim do que ir à aula no Grupo Escolar David do Amaral. Vinha de casa, na Barranca, escondia os cadernos no mato da beira do rio e ia encontrar os amigos na praça.

Numa ocasião, o pai veio trazer um frete do trem para o comércio do Jaime Wendhausen, que ficava na esquina onde hoje é o Centro Cultural, e avistou o rapaz no Jardim. Antoninho empreendeu fuga pela igreja, saltou cerca, foi parar atrás da padaria do Zé Guidi. Mas o pai o alcançou, e o levou, pelas orelhas, até a escola, para entregá-lo à professora Maria Clara.

>> REGULE NO MORNO

A temperatura da água deve ser tépida. Banho muito quente agride a pele e o gelado pode alterar seu pH. >> ENTRE DE CABEÇA

Comece pelos cabelos: até para seguir uma ordem lógica. Ao aplicar xampu, não esfregue demais o couro cabeludo, apenas massageie. Condicionador? Use bem pouco para não deixar os cabelos oleosos e evitar a queda. >> MEIO-DE-CAMPO

O próximo passo é se dedicar ao rosto e ao corpo. Os dermatologistas não recomendam o uso de buchas, que também agridem a pele. Sua mão é seu instrumento, lembra?

Para seguir a ordem lógica, deixe os pés por último. Se estiverem muito cascudos, use um sabonete esfoliante para dar uma aliviada. >> DEIXE O VENTO SOPRAR

Ao se secar, bata a toalha no corpo. Não esfregue, ou você agride a pele e contribui para o ressecamento. Enxugue bem a região traseira, que é mal arejada e, se fica úmida, há o risco de eczemas.

Para se sentir bem seco, espere alguns minutos antes de vestir a cueca, as meias e a camisa. >> FINALIZE COM CREME

Esqueça o velho mito de que os hidratantes fecham os poros e fazem você suar. Esses produtos evitam que a camada externa da pele perca água e melhoram seu aspecto.

(Fonte: Men’s Health)

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Não deu muito tempo, e o Antoninho voltou ao Rio Grande, para trabalhar num bar, e depois na fábrica de fogões e cofres de Alberto Binz, estabelecida na rua Voluntários da Pátria, em Porto Alegre, onde permaneceu por um ano. Voltou porque o

Perguntei ao Antoninho se naqueles tempos havia tornados e furacões como se tem visto hoje em dia, e se as enchentes eram assim tão ameaçadoras. Ele disse que não se lembra de nenhum furacão, só as ventanias de sempre. Mas quanto as enchentes, sempre foi assim. Diz que o pai nunca saía da Barranca quando dava enchente, na maioria das vezes, com as chuvas de setembro, o mês de São Miguel, que o Zé Torres chamava de “santo mijão”. Ele transferia a família e as coisas necessárias de subsistência para um vagão do trem, que ele erguia a macaco, e as águas não entravam.

Quando voltavam pra casa, era um tal de matar cobra e aranha, que naquela época infestavam o lugar.

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— Antoninho, sai já do rio e vem pra cá!

— Não, pai, se eu for aí o senhor vai me sovar!

O garoto tomava banho de rio com os amigos, entre eles os irmãos Otávio e Dino Borges. O pai era brabo, mas temendo que o filho adentrasse ainda mais o rio, se afastava. Depois, pegava o Antoninho em terra e a vara de marmelo comia.

JORNALEC0 336 15/11/2009

Toda mulher curte um cara bem cuidado, cheiroso. Mas não se empolgue: limpo demais, você literalmente arrisca sua pele!

lavar demais as mãos pode detoná-las. O ressecamento da pele provocado por lavagens contínuas e uso de produtos agressivos causa fissuras que facilitam a entrada de microorganismos.

Por isso, fora de situações atípicas (por exemplo, quando você teve que trocar o pneu ou se lambuzou de ketchup comendo um sanduba), lavar as mãos só é absolutamente necessário antes das refeições e depois de usar o banheiro.

E você só precisa de água e sabonete comum (em barra ou líquido, de preferência, suave). No máximo, aplique um hidratante específico para as mãos, que evita a sensação ruim de ressecamento.

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Com 17 anos, Antoninho buscava farinha do Otacílio Bertoncini, na Cidade Alta, para transporte do trem. Ele ia de carroça, pela Barranca, até em frente ao Rodeio, e atravessava o rio na balsa, isso para evitar a lomba do outro lado, na Rui Barbosa.

Mas foi por pouco tempo. Pedro Michels, de Hercílio Luz, recrutava gente para trabalhar na BR-116, em Caxias do Sul. Foram uns 40 homens aqui de Araranguá, 3 incluindo o Antoninho.

Carros do Antoninho: um Modelo A 1930, um Ford 40, uma Ford F.1 51, uma Rural 72, e um Fusca 74, que dirigiu por 13 anos, até trocar, em 1997, pelo Corcel 77 que possui hoje.

FOTOS RICARDO GRECHI

Reuniões 2as f., 20h - Ao lado do H. Bom Pastor

pai havia lhe chamado para “puxar carvão” nas minas em Criciúma.

De 1942 a 1947, Antoninho foi mineiro na Próspera. Lá, conheceu Leopoldina Rocha. Foi amor à primeira vista.

— Um amigo meu é quem dançou com ela primeiro. Eu fui na dança seguinte. Nos conhecemos e casamos três anos depois.

dele. O pai chegou desesperado, para encontrar o filho já morto. Essa foi a primeira grande tragédia de Antoninho. Outras duas foram as mortes de seus filhos.

Beto, o Betão da Suranga, morreu na lagoa da Serra, em fevereiro de 1990; e o Jô, que era policial militar, faleceria em fevereiro do ano seguinte, numa queda de motocicleta, próximo ao Hospital Regional.

Ambos tinham pouco mais de vinte anos.

Durante algum tempo, Antoninho evitaria a estrada da praia, por sua ligação com o acidente de seus filhos.

Em 1951, Antoninho foi trabalhar na siderúrgica em Siderópolis, onde ficou até 1967. Casado com Leopoldina, tiveram as duas primeiras meninas dos onze filhos que viriam (três homens e oito mulheres).

Em 1967, voltou para Araranguá, direto para a Urussanguinha, onde montou um armazém. Houve um tempo ainda em que regressou às minas. Mas, em 1970, definitivamente, retornou e reassumiu o armazém na Urussanguinha, mantendo-o ativo até 1991. Só decidiu fechar o armazém por que já não suportava mais ouvir os fregueses relembrarem histórias dos filhos falecidos.

Foi assim: num certo dia de 1991, a Leopoldina lhe perguntou se não ia abrir o armazém, dado ao adiantado da hora.

— Não. Nem hoje, nem nunca mais.

Vamos comendo o que tem ali dentro, e depois a gente se arranja.

Então aconteceu de o prefeito da época, Dau Ghizzo, sensibilizado com o Antoninho, e encaminhado pelo Ézio Rocha, oferecerlhe o mesmo cargo que seu filho Francisco Roberto, o Beto, ocupava na época de seu falecimento. Antoninho aceitou o convite e foi ser fiscal de obra, até ser demitido na administração seguinte.

Em 1995, falecendo Leopoldina, o Antoninho ficou só. Passava o tempo deitado na rede, fumando. Mesmo assim, conseguiu largar do cigarro nessa época. Foi um período difícil, mas ele ainda tinha uma grande família para lhe dar significado à vida.

Hoje, aos 84 anos, anda por aí tudo, conversando com os amigos na Urussanguinha e na “Praça”, baladeiro como nunca. z