Jornaleco 338 15 dez 2009

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JORNALECO ARARANGUÁ, 15 DE DEZEMBRO DE 2009 • ANO 16 • Nº 338

APOIO CULTURAL

Ana, esposa de Salvador, com as filhas Nilza e Fátima. Atrás, a amiga Custódia

EM FRENTE A DIMASA

A Prefeitura Municipal de Araranguá deseja à comunidade araranguaense um Natal de muito amor e alegria, com votos para que esses sentimentos se intensifiquem no dia-a-dia do ano novo!

ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL DE

ARARANGUÁ v i s i t e : w w w. a r a r a n g u a . n e t

Pilotos famosos morrem em Araranguá

FOTOS SALVADOR / ACERVO FCA

Galeria Galeria Morro dos Conventos, eterno cartão postal de Araranguá, fotografado por José Genaro Salvador nos anos 1950.

Dois pilotos da aviação primitiva morrem misteriosamente às margens da lagoa dos Esteves.

Depois, suas mortes são elucidadas e o aeroplano tem um fim inusitado. por CÉSAR DO CANTO MACHADO Nos anos 60, outro fotógrafo que capturou imagens por aqui foi Zapellini, de Criciúma. Acima, um registro seu do hotel Erechim.

A marca do seu parceiro de estrada

APOIO CULTURAL

A BOA IMPRESSÃO É A QUE FICA

Fone/Fax: 3524-5916 3522-0379 Av. XV de Novembro, 1807 - Centro

POSTOS IRMÃO DA ESTRADA DISK FONE (0**48) 3524-0071

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Solicite-nos através de jornalecocultural@yahoo.com.br o recebimento das edições do Jornaleco (igual no papel + as fotos coloridas) via e-mail

JORNALECO jPANFLETO CULTURAL

15/12/2009 • ANO 16 • Nº 338 ESTA EDIÇÃO: 8 PÁGINAS

Distribuição gratuita Periodicidade quinzenal Tiragem: 1.000 exemplares

H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H Ricardo Grechi CONTATOS Rossana Grechi DISTRIBUIÇÃO Gibran Grechi , Nilsinho Nunes ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende IMPRESSÃO Nei, Valdo, Welington NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE A. César Machado EDIÇÃO E PROJETO GRÁFICO

© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866 - prot. 4315/RJ, de 17/07/1995)

UMA PUBLICAÇÃO

ORION EDITORA Calçadão Getúlio Vargas, 170 88900.000 Araranguá - SC - Brasil jornalecocultural@yahoo.com.br

Transcorria o ano de 1920.

Havia pouco que no Brasil se assistia aos voos das primeiras aeronaves.

Nessa época, também nos céus barrigas-verdes, em voos quase rasantes, já se viam, mesmo esporadicamente, audaciosos pilotos a conduzir esses veículos.

Transmudadas, nos tempos atuais, em portentosos condores metálicos, essas máquinas eram então pouco mais que esquisitas engenhocas aladas, com fuselagem e asas compostas de delgadas traves de madeira montadas sob revestimento de resistente tecido.

Dentre os pilotos brasileiros que havia nesses tempos bicudos – em meio aos mais renomados, por sinal –

estava o tenente Aliatar Araújo Martins.

Nessa fase do pioneirismo nos ares, o destemeroso Aliatar, bem moço ainda, não raras vezes se fez alvo de justas reverências dos catarinenses que, contristados, cumpriram, após algum tempo, o pesaroso dever de acompanhar-lhe o corpo inanimado por força da “indesejada das gentes”. Com ele sucumbira, vítima do mesmo desastre, seu companheiro de pilotagem, o inglês William John Pínder, experiente oficial que fora membro efetivo da britânica Real Air Force - RAF. (Ainda que por curto período, Aliatar Martins também prestara serviços na RAF, em cujas fileiras fizera amizade com o colega de voos que pouco adiante seria seu companheiro de infortúnio.)

APLAUSOS Alinhado na rota Rio-Buenos Aires, num reide aéreo patrocinado pelo diário carioca Jornal do Brasil, Santa Catarina fora assinalada pelos organizadores do evento como ponto de paragem das aeronaves competidoras e de desembarque temporário para escala de seus pilotos.

Por antecipação, já se sabia que, em pouco tempo, Aliatar e Pínder aqui estariam, a bordo do magnífico hidroplano “M9”, da Sociedade Italiana de Navegação Aérea (Societá Italiana di Transporti Aeri), um dos mais modernos aparelhos de seu tempo.

Assim, a reportar para o Brasil, dia 10 de agosto a grande imprensa do País anunciava, sob manchete gritante, que os hábeis pilotos haviam decolado do Rio de Janeiro rumo ao Sul e sem demora haveriam de amerrissar em Santa Catarina. Precisamente SEGUE NA PÁG. 3

AE (6/12/09 ANGELIM COMEMORA SEU GOL)

Ronaldo, o Angelim, que não é fenômeno, mas é zagueiro competente e profissional exemplar, trazido do Fortaleza para a Gávea, o novo “Deus da Raça” dos rubronegros (alusão ao inesquecível Rondinelli), foi o autor do gol do título do Flamengo na virada sobre o Grêmio, no Maracanã, por 2x1 – aos 24min/2ot, numa cobrança de escanteio de Petkovic (seu último lance no jogo), Ronaldo Angelim sobe mais do que todos e cabeceia a bola para marcar o gol.

Andrade, como o jogador de futebol mais vezes campeão brasileiro (cinco vezes como atleta – quatro pelo Flamengo e uma pelo Vasco, e agora como técnico). Diferente do amargo Muricy Ramalho, do falastrão Vanderlei Luxemburgo, do iracundo Leão, dos arrogantes, dos inconformados, Andrade, criado e crescido no Flamengo, grandioso em sua humildade, revitalizou o modo de jogar do time a partir da metade do campeonato, ousando em investir no craque Petkovic, aos 37 anos e desacreditado pela maioria, a condição de titular. Destacando-se junto ao goleador Adriano (este e Tardelli/ Atlético-MG, com 18 gols), Pet conduziu o Flamengo à uma arrancada excepcional rumo ao título, com vitórias absolutamente contundentes na reta final sobre o São Paulo (2x1, em casa), Palmeiras (2x0, fora) e Atlético (3x1, fora), times que então ocupavam as primeiras posições na classificação.

Este brasileirão, na era da saga heróica dos pontos corridos, demonstrou, como nunca antes, que o ideal é chegar-se à rodada final dependendo só do próprio resultado para ser campeão. Nas 17 últimas rodadas, o Flamengo perdeu só um jogo, empatou outros quatro e venceu 12, conquistando o primeiro lugar na penúltima rodada e vencendo seu último jogo. z

Beth Estética Feminina

1/4 Cheio de infância Mais um sábado que começa. Você se espreguiça por 15 minutos embaixo das cobertas quentinhas, desejando ficar ali pro resto da vida. Mas, depois de muito esforço, seu corpo liga no automático e acaba levantando, indo ao banheiro, trocando o pijama por uma calça de moletom e uma camiseta de posto de gasolina (é, você não tem planos de sair hoje) e pronto! Você está de pé! Vivaaaa!

Agora é só almoçar e partir pra parte triste do dia: arrumar o quarto.

Sim, embora essa frase entre em contradição com o lema “bagunça eterna”, da nossa série de crônicas, ela é real.

Todo quarto precisa de uma leve e disfarçada arrumação de vez em quando. Não que ele fique vazio, as coisas apenas trocam de lugar... E ele continua sendo 1/4 Cheio de tudo quanto é coisa.

Só estão em lugares diferentes.

E o tema da arrumação de hoje é...

Brinquedos! O quê? Vai dizer que tu não tens umas três caixas de sapatos com badulaques infantis? Eu, hein! Que sem graça... Mas, enfim, pra você que ainda tem o lado infantil bem vivo e operante, é hora de ajeitar a brinquedalhada toda.

Meninas: Quarto cheio de coisinhas modernas, computador moderninho, decoração toda clean e etc. Mas é só abrir uma portinha de armário que uma explosão de Barbies toma conta do quarto. É Barbie que fala, Barbie que anda, Barbie grávida, Barbie sem perna, cabeça ou braço...

Não importa, elas fazem parte da sua infância e não merecem ir pro lixo.

Depois de meia hora arrumando as roupinhas e penteando os cabelos, você lembra o real motivo de estar ali rodeada de bonecas com cheiro de naftalina. A arrumação. Ah, sim... Era pra isso, né?

Após colocar todas em ordem e sentadinhas bonitinhas dentro do armário (impedindo que sua mãe sofra novamente um ataque de bonecas velhas e descabeladas ao abrir a portinha do tal armário procurando aquela meia sumida...) você lembra de um local medonho.

A partir de agora vale pros meninos também: o local mais temido por seres humanos e que mais atrai objetos que somem: embaixo da cama.

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É lá onde você cultiva sua criação de meias (tão bonitinhas *.* se proliferando cada vez mais!) e onde estão algumas provas com notas inadmissíveis e algumas sacolas de mercado. Uma dessas sacolas traz o nome “brinquedos” escrito com pincel atômico, e hoje é nela que você vai se concentrar.

Malditas sacolas plásticas... Mais de dois nós e não há vivente que abra a porcaria!

Dá-lhe dedo pra rasgar o plástico duma vez...

Em menos de três segundo, já se espalham pelo chão inúmeros cacarecos.

Dois piões, um que você pintou com canetinha pra ficar mais legal enquanto girava, um ainda na cor original (madeira clara), mas que não tem a ponta tão boa, um ioiô da Coca-Cola que você ganhou numa promoção lá por 1994... Uma coleção de brinquedos do Kinder Ovo (quando ele ainda era 80 centavos), um boneco de ferro dos Cavaleiros do Zodíaco (com armadura), um carrinho de metal amarelo que você “pegou emprestado” daquele coleguinha péno-saco, que te azucrinava na pré-escola...

E duas caixas de Lego, um pequeno, daquele clássico e um grande, com aquelas peças quadradas e coloridas. Sabe qual é, né? Tá.

São 8 da noite e seu quarto parece uma filial da Superfestas (loja de brinquedos que acredito nem existir mais). Duas casas de lego grande perto do bidê, um Cavaleiro do Zodíaco morando dentro de uma delas, um pião riscando o piso do quarto (tua mãe te mata!) e aproximadamente 894 pecinhas de lego pequeno espalhadas em todos os cantos...

Mas que baita arrumação, hein?

Ok, hora de recolher tudo pra dentro de uma nova sacola de mercado. Depois de empurrar a sacola pra baixo da cama novamente e olhar pro quarto outra vez, você percebe que tudo está do mesmo jeito. Se dissesse que passou o sábado todo arrumando o seu quarto iam te chamar de louco(a)...

A verdade cai como um pedaço de chocolate que é “tarado” por inúmeros olhos enquanto você o come...

Você, meu caro aborrecente habitante de 1/4 Cheio, passou o sábado inteiro... brincando. Ê coisa boa!

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Um homem cheio de si é sempre vazio.

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uplemento

CASOS D E A R A R A N G U Á

Papai Noel tarado VANINHO Tudo corria normal naquela manhã de inauguração da casinha do Papai Noel, no Jardim Municipal Alcebíades Seara, com programa transmitido ao vivo, do local, pela Rádio Araranguá, com Elias Pavani e sua equipe.

Antes do programa ir ao ar, uma pessoa procurou a rádio para que não fosse citado o seu nome num caso policial: – Fizeram uma denúncia de que eu estava fazendo atos obscenos na praça e não é verdade, sou um pai de família!

FILMES PARA SEMPRE

Percebendo que o denunciante estava ali, o acusado partiu para a briga.

Elias Pavani não teve dúvida, com seu microfone, gritou: “Papai Noel tarado!

Polícia! Polícia! Polícia!” Em questão de segundos vieram três camburões e um contingente da Polícia Militar.

Não deu outra, todos foram parar na delegacia para maiores explicações.

Foi a primeira vez que presenciei um caso policial ao vivo e à cores.

Não sei se o Papai Noel era tarado mesmo, mas sei que ele é um infeliz, nunca vai poder ser pai, pois o seu saco é de brinquedo...

Em 1943, aventou-se fazer uma continuação para Casablanca, em que Rick Blaine (Bogart) se tornava um agente da polícia secreta e se envolvia com duas mulheres, uma delas Ilse Lazlo (Bergman), seu antigo amor, que enviuvara... E haveria um final feliz para os dois.

Por motivos nunca explicados, o projeto não foi adiante. (Cinemin n. 50)

Aos tantos anos, sucesso é não. . .

Aos 4 anos, sucesso é não fazer xixi nas calças; Aos 10 anos, sucesso é ter amigos; Aos 20 anos, sucesso é ter relações sexuais; Aos 40 anos, sucesso é ter relações sexuais e dinheiro; Aos 60 anos, sucesso é ter relações sexuais; Aos 70 anos, sucesso é ainda ter amigos vivos; Aos 80 anos, sucesso é não fazer xixi nas calças.

Viva para descansar...

1 - Viva para descansar.

2 - Ame a sua cama, ela é o seu templo.

3 - Se vir alguém descansando, ajude-o.

4 - Descanse de dia para poder dormir à noite.

5 - O trabalho é sagrado, não toque nele.

6 - Nunca faça amanhã o que você pode fazer depois de amanhã.

7 - Trabalhe o menos possível. O que tiver para ser feito, deixe que outra pessoa faça.

8 - Calma, nunca ninguém morreu por descansar.

9 - Quando sentir desejo de trabalhar, sente-se e espere que ele passe.

10 - Não se esqueça: trabalho é saúde.

Deixe o seu para os doentes.

Casablanca CASABLANCA (EUA, 1942, 102 min.)

Direção: Michael Curtiz Elenco: Humphrey Bogart, Ingrid Bergman, Claude Rains, Paul Henreid Uma mulher se aproxima de Rick, em seu bar: — Esperei você ontem à noite, onde você estava?

— Não sei, faz tanto tempo que não me lembro.

— E hoje à noite, eu terei alguma chance?

— Desculpe, garota, mas não planejo nada assim com tanta antecedência...

Casablanca ganhou os Oscars de filme, direção e roteiro, e indicações para o par central de melhores ator e atriz, e de ator coadjuvante (Rains). É um dos grandes filmes de Hollywood, que passou do status de cult para clássico, com uma das canções mais famosas do cinema: As Time Goes By. Sinopse: Em Casablanca, no Marrocos, no Rick’s Bar, encontram-se nazistas (que controlam a cidade como território francês), americanos, patriotas, espiões e refugiados de todos os tipos, todos tentando uma forma de adquirir um passaporte para sair dali. É quando Rick reencontra a mulher que amou e perdeu quando os nazistas invadiram Paris.

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Ronaldo e Andrade, mais Petkovic e Adriano, acabam o ano como os nomes mais reverenciados do futebol no país.

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Os homens são como astros: alguns geram sua própria luz, enquanto outros apenas refletem o brilho que recebem.

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JORNALEC0 338 15/12/2009

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Ora choro, ora uivo, ora prostro-me diante do nada E fixo o ponto de interrogação em busca de um ponto final A garganta aperta e dói no plexo solar E o olho transborda e deságua em lágrima de fel Saio em busca de mim Uma razão, uma verdade Uma resposta à esta questão Onde se esconde minha alma?

O que tanto teme afinal?

Busco caminhos e sigo setas Em cada esquina uma receita Uma resposta, sem respaldo E o saldo é zero Não tenho medo do escuro É a luz que me cega Perco rumo e a noção de espaço Perdi minha posição Ando a disposição Que a vida requisite meus dotes!

E me revele quais são Que Deus me fortaleça Para que minha alma se reapresente Tire o luto e vista o arco-íris E com a brisa acariciando minha face Deixar a vida me levar!

Sem buscar chegou.

Assim... devagarinho A vida o enviou Está no meu caminho.

Ecoam as palavras Coloridas... quentes Tudo me consagra...

Do nascer ao poente.

Tanto amor, alucina Meu viver acomodado Esta alma de menina Sente o corpo tão amado.

Que venha o anoitecer O dia, enfim...

Ouvir, ver acontecer Entregas... de infinitos Sim...

lonyrosa@hotmail.com

Lony Rosa Nós, nus...

Sobre coelho, cachorro e galinha

Estava pensando na intimidade que as algumas empresas têm com a nossa intimidade. Num dia desses fui até o banco onde sou cliente há mais de vinte anos. Falando com o gerente, me surpreendi como ele, sem senha alguma, num toque de tecla, abriu a minha vida financeira e particular. Sabia de tudo e, mais: onde eu morava, trabalhava, quanta percebia, quantos filhos, estado civil, meus bens etc. Só faltou o número da minha cueca.

Depois recebi um telefonema de uma outra empresa, me oferecendo cartões de crédito, “gratuitamente”, e me dando uma quantia – fora dos meus padrões –, que eu poderia sacar quando quisesse. Claro que os juros me matariam aos beliscões. Perguntei-lhe quem lhe forneceu o meu endereço, e como estava me disponibilizado dinheiro, assim sem mais nem menos? Indaguei sobre essa confiança sobre a minha pessoa e depositada na minha conta a meu belprazer. Uma voz de ovelhinha dessa treinadas em lobo mau, para ludibriar os incautos, me afiançou que eu era um cidadão que honrava os seus compromissos. Que a sua empresa havia feito uma pesquisa na região e eu era um dos “contemplados” com essa devassa na minha vida. Fiquei preocupado com esse “prêmio”. Me senti completamente nu.

Quantos mais sabem os detalhes sobre o meu modus operandi e vivendi? Será que terei que guardar as minhas merrecas em baixo do colchão?

Pelo correio recebi uma carta de uma revendedora de automóveis oferecendo carro zero com as melhores ofertas do planeta.

Será que eles não estão enganados, será que me tomaram por algum senador ou deputado? Tô com medo dessa gentileza fora de prumo.

Não condiz com a minha pessoa, nem com o meu jeito.

Acabou a privacidade, meu amigo. A CIA, a Gestapo, KGB estão aí, de novo. Com uma roupagem nova, é claro. Só que a tortura agora vem na base de encher o saco nosso de cada dia com ofertas mirabolantes, gentilezas desmesuradas e desnecessárias. E quando você pensa que se livrou deles, que declinou das ofertas e que não lhe interessa de maneira alguma os presentes gregos, eis que surge na sua caixa de correios, ou por baixo da porta, cartões e faturas que você nunca requereu. Algumas dessas contas até já estão vencidas e, pra você se explicar lá com os filhos da pauta, é um martírio.

Então já sabe, nobre, incauto e inocente amigo, quando uma voz sensual, metódica e bonachona auferir a periferia do seu tímpano, “doando” alguma coisa, nem desconfie. Mande-o pros sextos dos infernos porque pros quintos eu já mandei. E não esqueça: o indecente conhece você mais do que você mesmo.

Estamos em tempos de chips, sites, twitters e mais outros troços sem alma, pudor e espírito. Mas desaforar esses gigolôs cibernéticos, à maneira antiga, mandando-os para todos aqueles lugares censurados e não pronunciáveis em público, é mais que porreta! É stile, como diz o meu filho.

Tinha orelha de coelho, patas de coelho, pêlo de coelho... Sem sombra de dúvida, ele era um coelho!

Veio para minha casa por livre e espontânea pressão dos meus filhos. Adoro animais, porém só de pensar em um coelho cavando (e fazendo todo o resto) no meu pátio, me causava pânico.

Não, eu dissera; mas sim, ele veio.

No começo foi tudo como tinha que ser.

Fase de adaptação (principalmente a minha).

Foi construída uma casa especial para o novo membro da família (feita de PVC, à prova de cupim). E lá, o recém-chegado, assustado, passava as longas horas do dia. Eu achava aquilo muito triste, mesmo para um animal irracional. Então, aproveitando a ausência das crianças, soltei o bicho!

Além do coelho, tínhamos em casa um periquito e um cachorro. O periquito vivia em sua gaiola e participava de tudo nas alturas. Entretanto, assim que o coelho deu os primeiros pulos rumo à liberdade, me lembrei do cachorro. E durante a correria foi que constatei a fama de corredor que os coelhos possuem. Sem o conhecimento das crianças, cão e coelho disputaram os direitos no pátio.

Depois de alguns dias, cão e coelho passaram a viver em harmonia. Comiam juntos (ração para cães), dormiam juntos... E o animal de orelhas compridas (que conta a lenda, deveria ser muito assustado) tornou-se um bichinho dócil que adorava carinho. Não fazia buracos, e as necessidades somente na grama.

Passei a desconfiar (seriamente) que ele pensava que era um cachorro.

Crise de identidade à parte, concluí (com esta experiência) que tanto os animais, quantos as pessoas, formam sua personalidade mediante o ambiente em que vivem. Se o ambiente é positivo, tranquilo, motivador, as pessoas que ali vivem serão otimistas, tranquilas e confiantes. Já um ambiente oposto, formaria pessoas pessimistas, nervosas e inseguras. E é aí que mora a responsabilidade de todos os pais, educadores e líderes.

Mas esta história de coelho (e de perda de identidade) me fez lembrar a Páscoa. Pobre bichinho! Deve jurar de pé junto que é a galinha dos ovos de chocolate.

aimbeream@yahoo.com.br

Aimberê Araken Machado Lançamento do romance de João dos Pintos Dia 28 de novembro de 2009, no Calçadão de Araranguá (Lanchonete Plaza): onze horas da manhã de um sábado nublado, porém muito quente.

Eu e a mana Icléa chegamos e, discretamente, ocupamos uma mesa ao ar livre. Logo veio o João, sorridente, receber-nos. Apresentou-nos a todos os seus filhos: três moças (lindas!) e um rapaz transbordante de simpatia. Uma delas – a mais alta – é promotora de justiça.

Lá estava também sua neta de 18 anos. Uma mocinha encantadora, que já revela personalidade marcante (mostrou-se boa oradora, ao saudar, com naturalidade e surpreendente eloquência, o avô romancista).

Em seguida, João autografou seu livro às pessoas presentes. A obra ficou realmente muito bonita, com sugestiva capa: um casal romântico, tendo como fundo paisagens de Araranguá – destacando-se a falésia do Morro dos Conventos.

Inicialmente, pensei que íamos ter um evento apenas normal, com alguns amigos do João – ele tem muitos – e seus familiares.

No entanto, para minha surpresa lá estavam as maiores autoridades de Araranguá, numa prova do prestígio que o João tem: o Sr. Mariano Mazzuco, prefeito municipal; o Dr. Sandro Maciel, vice-prefeito (a quem eu tive o privilégio de ser apresentado); Alexandre Rocha, secretário de educação; o Dr. Antônio Eduardo Ghizzo (“Dau”), meu amigo há muito tempo; seu irmão, Dr. Martinho Ghizzo (que foi o médico que fez o parto de minha filha Uhyara, há 38 anos); o Ézio Camilo Rocha, autor do “Araranguário”; o Altair Acorde.

O Hélio Silva, repórter de um canal local de TV, resolveu entrevistar-me.

Vieram cumprimentar-me, também, várias pessoas queridas: o Nivaldir Fernandes, o Moacir (capixaba de boa cepa, quase araranguaense), o Waldemar Pacheco, o Otávio Silveira, o vereador Jacinto Dassoler, o Zico (que cantou algumas músicas, acompanhado pelo conjunto musical que animava a FESTA. Sim, foi mesmo uma festa, pois o João mandou servir aos presentes porções generosas de churrasco de ovelha!).

Por pura coincidência, no mesmo sábado o prefeito Mariano Mazzuco estava aniversariando, tendo sido cumprimentado, por isso, pelas pessoas presentes.

Rua Caetano Lummertz, 456 Sala 06 / térreo - Centro Ed. Com. Executivo Araranguá FONE 3522-1322 FAX 3524-2543

Dr. Everton Hamilton Krás Tournier Graduado e especializado na Universidade Federal de Santa Catarina • Pós-graduado no Instituto Adolfo Lutz de São Paulo • Pós-graduado na Universidade do Sul Catarinense

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JORNALEC0 338 15/12/2009

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A morte é uma coisa muito triste.

Todo mundo sente falta, mas resiste.

Não tem lado bom, não tem cura.

Não tem vaidade, não tem frescura.

Não se esconde, não se guarda, Some, vai embora. É estranha, é amarga, Ninguém sabe onde ela mora. Ó coração, como dói ser um só.

Pra ti tudo não passa de passagem.

Pra mim dói como um nó Nas entranhas, dilacerando a coragem.

Minto que sei, sinto que sou Rei só de mim, nobre assim?

Talvez carmim, ou mesmo veludo Tão elegante o colchão felpudo!

Deito tranquilo, chego a suspirar, Chamego do ar desata num riso Ponta de prata, pé de camelo Cara de joelho na frente do espelho Taça quebrada, lágrimas de vidro Sina da besta que espanta o fino Imita algum sino, remete à parelha Que olha de esguelha e pede que saia O véu das cascatas já não mais espera, Declama desejos na língua da terra.

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ARTUR CIPRIANI DA SILVA MORTE, COLCHÃO E VÉU

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Isso era a fé, a fé apregoada Que dá sustentação a nossa vida Pra que a carga nao fique tão pesada.

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Talvez fossem esses sonhos necessários Pra alavancar esse caminho de ida Brilhantes como as contas dos rosários

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A minha juventude foi povoada De sonhos, de ilusão, de esperança Coisa que raramente a mão alcança Procura pertinaz sempre adiada

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Ja não me ilude a vida intensa e rara E vagos são meus sonhos e sem graça A decepção, meu Deus, é muito cara É mágoa insistente que não passa

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JOÃO ALBERTO PLUCÊNIO SONETO

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A.A. Alcoólicos Anônimos GRUPO NOVO DIA

DENÚNCIAS: 9638-7744

Reun. 2as e 5as f., 20h - dom., 17h Ao lado Hospital B.Pastor -Araranguá

Associação de Proteção de Aves e Animais Silvestres

GRUPO REENCONTRO

Centro de Reabilitação

FAZENDA SÃO JORGE

Reuniões 4as e 6as feiras, às 19h30 Igreja NS Navegantes - Arroio do Silva

Fone (0**48) 3524-0280 Estr. Geral Volta do Silveira - Araranguá

Grupo de Adoção Filhos do Coração

Grupos Familiares AL-ANON

Informações: Juizado da Infância e da Juventude -Tel. 3522-0204 - Ramal 45

GRUPO ENERGIA EDIÇÃO: ROSSANA GRECHI

Reuniões 2as f., 20h - Ao lado do H. Bom Pastor ○

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“O saber se aprende com os mestres. A sabedoria, só com o corriqueiro da vida.” CORA CORALINA

Antigos & famosos Ao longo do tempo, alguns medicamentos têm se perpetuado na “farmácia básica” da família, sendo passados de pais para filhos há gerações

Melhoral Ano: 1941* Indicação: combate a dor, febre, inflamação e diminui a adesividade das plaquetas Ação: analgésica, antitérmica, antinflamatória e prevenção da formação de trombos nos vasos sangüíneos Hoje: menos indicado do que a aspirina, sua versão infantil é a favorita das mães

Olina Biotônico Fontoura

Ano: isento de registro Indicação: calmante e tranqüilizante Ação: ansiolítica Hoje: muito usado como calmante natural

Ano: 1977*, comercializado desde 1918 Indicação: tratamento de anemia Ação: anti-anêmico e fortificante Hoje: apesar de pouco indicado por médicos (pelo alto teor alcoólico), o xarope segue sendo usado em larga escala

Água Oxigenada Ano: isento de registro Indicação: ferimentos infectados Ação: anti-séptica Hoje: segue firme como anti-séptico para todo tipo de ferimento

Aspirina Ano: 1934* Indicação: combate a dor, febre, inflamação e diminui a adesividade das plaquetas Ação: analgésica, antitérmica, antinflamatória e preventiva da formação de trombos nos vasos sangüíneos Hoje: recomendado inclusive por médicos

Colírio Moura Brasil Ano: 1963* Indicação: conjuntivite Ação: anti-séptico ocular Hoje: mesmo com medicamentos mais modernos, segue sendo usado

Elixir Paregórico Ano: isento de registro Indicação: cólicas intestinais Ação: antiespasmódica Hoje: a ação do medicamento no cérebro está sendo discutida

Emplastro Sabiá Atroveran Ano: 1931* Indicação: cólicas intestinais e menstruais Ação: antiespasmódica Hoje: muito usado como atenuante das cólicas menstruais

Ano: comercializado desde 1933 Indicação: dores musculares Ação: analgésica Hoje: mantém tradição, principalmente em zonas rurais

Hipoglós Band-Aid Ano: comercializado desde 1947 Indicação: cortes e ferimentos leves Ação: curativa Hoje: continua fazendo sucesso em novas versões

Ano: 1937* Indicação: proteção contra assaduras e rachaduras do seio Ação: protetota (à base de vitamina A e D) Hoje: indicado por médicos, é uma unanimidade que passa de geração em geração

Ano: comercializado desde 1916 Indicação: dispesia, má digestão, flatulência, cólicas Ação: à base de plantas da flora medicinal, é normalizador do funcionamento digestivo Hoje: famoso em todo o Estado, segue firme como um eficaz digestivo

Pastilhas Valda Ano: comercializadas desde 1914 Indicação: dor de garganta Ação: anti-séptica oral Hoje: o sucesso no Brasil foi tanto que gerou o Laboratório Valda (Laboratório Canone desde 1986)

Pomada Minâncora Ano: 1915* Indicação: recomposição tecidual, foliculite Ação: cicatrizante Hoje: muito famosa. Há gerações cobrindo espinhas

Vick Vaporub Ano: 1923* Indicação: congestão nasal, estado gripal Ação: descongestionante Hoje: usado em todo o Brasil, principalmente em crianças *Ano de registro do produto no Ministério da Saúde Fonte: jornal Zero Hora (Suplemento Vida) 30 de setembro de 2000

GeraCred Empréstimo

VOANDO PARA O SUL Diferentemente dos dois dias precedentes – quando não lhes faltaram momentos de intenso regozijo junto do povo –, ao se prepararem para alçar voo, naquele 13 de agosto (segundo a superstição popular, dia aziago), Aliatar e Pínder perceberam que a aeronave, ainda na Baía Sul, apresentava alguma anormalidade mecânica. Essa situação problemática os induziu ao adiamento da partida para o dia imediato, 14.

No entanto, corrigida a imperfeição, aparece outro obstáculo. Dessa vez, brusca mudança climática é a questão preocupante.

Marca-se a saída, então, para as oito e meia da manhã do dia 15. Consuma-se, finalmente, essa previsão .

Na despedida da cidade que generosamente os acolhera, os dois pilotos, como se agradecessem a atenção que lhes tributara o povo ilhéu, realizaram manobras especiais ao sobrevoar a Capital.

Monitorados por estações radiotelegráficas que transmitiam mensagens aos coordenadores do reide, em menos de duas horas após a partida da Capital já se tinha notícia, em Florianópolis, de que o voo transcorria em plena tranquilidade, sendo a passagem por Laguna e Jaguaruna, ainda pela manhã, festivamente saudada pelo povo.

EMPRÉSTIMO CONSIGNADO

Rua Caetano Lummertz, 609 - S/01 - Centro Esq. Castro Alves - Araranguá SC Fone: (48) 3522-3710 / 9995-3710

JORNALEC0 338 15/12/2009

Água de Melissa

APOIO CULTURAL

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(CONT. DA CAPA) na Capital. Tal previsão se cumpriu já no dia subsequente.

Logo após a chegada, às três e meia da tarde, depois de demoradamente celebrados os audazes voadores, o povo, em compacto agrupamento, conduziu-os ao encontro do governador Hercílio Luz, que permanecia no cais, mesmo local onde os dois pilotos foram recepcionados com honras oficiais e efusivamente cumprimentados.

Desse ponto os intrépidos viajantes se dirigiram ao Hotel Metropol, na Rua Conselheiro Mafra, onde se hospedaram até o dia imediato, 13, data em que, às seis horas da manhã, pretendiam seguir viagem rumo ao Sul. (Tenha-se em conta que, nessa época, era comum os aviões decolarem logo ao romper do dia, numa atitude de precaução, já que, com esse procedimento, haveria maior espaço do período diurno para atender a eventual necessidade de orientação visual por parte dos pilotos.)

Aves e animais silvestres

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O ACIDENTE Inesperadamente, entretanto, dia 16, no Rio de Janeiro, surge o comentário de que os pilotos Pínder e Aliatar se haviam acidentado na orla do sul de Santa Catarina, em Araranguá, o que produziu certa apreensão na Capital Federal (Rio, à época), porquanto nenhuma informação a esse respeito se divulgara até então.

Horas mais tarde, contudo, apurados os fatos com clareza, desfez-se a preocupação 3 de pouco antes. Em resposta a uma indaga-

ção oriunda da Cidade Maravilhosa, pôdese dizer, então, que os aeronautas haviam na verdade efetuado pouso de emergência na lagoa dos Esteves, em Araranguá, mas encontravam-se em perfeitas condições físicas.

A descida inesperada ocorrera sem grandes transtornos e fora efetuada em caráter emergencial, por conta, outra vez, de defeito observado no motor do hidroplano.

Em complemento a essa informação, os próprios pilotos pessoalmente fizeram ver que, em razão do episódio, permaneceriam retidos durante alguns dias na lagoa araranguaense. Nesse período, haveriam de solucionar o problema da avaria e seguir adiante.

Surpresa mais desagradável, porém, não poderia ocorrer logo depois.

Dia 19, com Aliatar e Pínder em Araranguá, presumivelmente ainda às voltas com os reparos no “M9”, difunde-se novamente a notícia do passamento dos dois intrépidos aviadores em Santa Catarina, informação que não deixou de suscitar clima de certa inquietação traduzida pela imprensa brasileira, com nítidos reflexos entre os organizadores do reide. Havia também os menos preocupados, por julgarem tratar-se, no caso, de nova versão da ocorrência anterior, já elucidada e sem nenhuma consequência funesta .

A verdade, entretanto, era um fato novo com o resultado trágico que se veiculava.

A notícia da morte dos pilotos, proveniente do sul de Santa Catarina, recebeu-a em Florianópolis o engenheiro-chefe do distrito telegráfico Eurípedes Ferro, o qual se incumbiu de repercuti-la na imprensa nacional e estadual, além de divulgá-la nos órgãos governamentais .

O MISTÉRIO Confirmada a dramática ocorrência, passou a pairar no ar certo enigma quanto à causa da morte dos dois renomados pilotos, já que se sabia não haver nenhum deles abandonado a região e, mesmo assim, estavam sumidos.

Quase intacta, pousada sobre a água em posição normal, sem ninguém a aproximarse dela, causava estranheza a todos a presença da aeronave, agora solitária, estacionada à beira da grande lagoa, sem nenhum sinal de seus ocupantes. Ocupantes que, dia após dia, pouco antes, passavam horas sucessivas manuseando, remexendo peças do avião, no propósito claro de vê-lo em condições de sair dali o mais rápido possível.

Teriam ambos falecido? Parecia viável essa ocorrência; porém, qual a causa disso? Que destino haviam tido os corpos?

A resposta a essas dúvidas foi ter ao chefe de polícia João de Deus Faustino, que investigava o caso. A explicação chegou fragmentada, entremeada de boatos. Primeiramente, a hipótese era de duplo suicídio derivado do desgosto dos pilotos diante da impossibilidade de prosseguirem no reide

que pretendiam cumprir. Depois, segundo outra versão – igualmente inverídica –, teria havido uma decolagem inadequada, seguida de queda e sequenciada de submersão fatal, porque sem retorno à tona.

Somente dia 26 surgiria a versão exata: as mortes se haviam dado por afogamento acidental. Um dos pilotos, ao tentar acionar a hélice do hidroplano, perdera o equilíbrio e sumira no leito da lagoa. Seu colega, desesperado diante do funesto episódio, lançara-se à água na vã expectativa de salvar o companheiro. E assim ambos sucumbiram.

SENA TELEGRAFA A NOTÍCIA A notícia do compungente episódio transmitiu-a formalmente o então telegrafista Bernardino de Sena Campos, da estação telegráfica de Araranguá, o qual, ao pormenorizá-la, esclareceu que o inglês Pínder fora o primeiro a cair na lagoa e desaparecer, tendo seu colega Aliatar, no intento de salvá-lo, em seguida, dado um mergulho também fatal .

Sena Campos minudenciou o episódio: três canoeiros , minutos antes do acidente, haviam transitado nas proximidades do avião e oferecido seus préstimos aos pilotos; entretanto, a ajuda foi de pronto recusada, sob a alegação de que os serviços de conserto da aeronave transcorriam sem problema algum.

Os cadáveres dos aviadores emergiram da lagoa dos Esteves somente no dia imediato. O de Aliatar foi encontrado às 11 horas da manhã, próximo da residência do pescador local Justino Poanna; o de Pínder, quase nesse mesmo ponto. Foram os primeiros corpos sepultados no cemitério de Urussanga Velha, localidade vizinha de Içara.

Então distrito, o modesto povoado, em homenagem ao brasileiro Aliatar Martins, passou a adotar-lhe o nome como topônimo.

O FIM DA AERONAVE No tocante ao destino dado à aeronave, sabe-se que não voltou a voar.

Como se fosse alvo de misteriosa maldição, acabou destroçada por forte tempestade ocorrida na região onde amerrissara emergencialmente. É que durante o fenômeno climático estava presa por cordas a uma árvore da margem da lagoa e a violenta ventania desligou-a das amarras. Por permanecer largo tempo à deriva, o aparelho experimentou extensos danos.

Curioso é que o hidroplano havia sido consertado pelos seus próprios pilotos, pouco antes de ambos se afogarem. E, por isso, já estava em plenas condições de decolar no dia seguinte.

Do que restou do “M9”, algumas peças, transportadas em carros de bois, foram encaminhadas à localidade sulina de Esplanada, de cuja estação ferroviária seguiram rumo a Laguna. n