Que venham as vozes e cores da primavera! Sempre que chega o inverno, encolho-me e me enrolo em cobertores de lã. Quando saio à rua, previno-me com capote e cachecol, sem esquecer meias quentes e sapatos de sola grossa. No cocoruto, à falta da providencial cobertura capilar, enfio um boné protetor até os olhos. Sim, sou muito friorento. Não nasci para ser pinguim, nem muito menos para habitar em iglus, no Polo Norte. Prefiro, longe, as quenturas do litoral nordestino à neve de São Joaquim. Quando alguém começa a fazer aquele discurso que louva as virtudes do frio, rebato com o seguinte argumento: “Diga-me, com sinceridade, qual o maior símbolo geográfico da FELICIDADE: é
um urso polar, de pé numa crosta de gelo, ou um sujeito se bronzeando numa bela praia, tomando água de coco e tendo ao lado (se possível, e de preferência) uma SEREIA?” A resposta é óbvia, e só será negada se o sujeito for mesmo um grande teimoso, daqueles que não sabem perder e não cedem, mesmo, a quaisquer argumentos lógicos. É assim que me recordo de Araranguá, quase sempre: andando, faceiro, na praia do Arroio do Silva. Lembranças vão passando, velozes como o vento, traçando uma doce “trilha musical” de antigas canções: o Roberto Carlos mandando “todos para o inferno”, a Vanderléia sussurrando doçuras sensu-
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HÁ ANOS
Ano Xiii - 19 de agosto de 1972 - n0 234 diretor WLADINIR LUZ redator ERNESTO GRECHI FILHO oficina NEI DA ROSA Publicado nas oficinas da GRÁFICA ORION, de abril de 1960 a maio de 1975
Novos auxiliares de escrita do BB Em Santa Catarina, 3.500 candidatos se inscreveram no concurso para auxiliar de escrita do Banco do Brasil. Foram aprovados 353. De Araranguá, passaram no concurso: Alenir Fernandes Cândido, Alvaci Nara Espíndola, Antoninho Bardini, Nara Conceição de Oliveira, José Luiz Dias, José Otávio do Canto Lummertz, Osvaldo Nagel Trescher, Pedro de Souza Gomes e Sônia Colares.
Banda Musical Rio Verde No dia 7 de setembro, a cidade terá ocasião de assistir, pela primeira vez, o desfile da Banda Musical Rio Verde, formada pela prefeitura. De uns anos para cá, com o desaparecimento da banda Maestro Serafim Silva, jamais apareceu outra. As bandas hoje existentes são particulares ou de entidades religiosas.
A BOA IMPRESSÃO É A QUE FICA
Av. XV de Novembro, 1807 - Centro
O governador Colombo Machado Salles recebeu, na tarde de quinta-feira, em audiência a comissão designada pelo Conselho Comunitário de Araranguá, que se fazia acompanhar do deputado Afonso Ghizzo. O Governador recebeu com muita simpatia todas as reivindicações expostas, prometendo estudá-las com carinho. Da comissão faziam parte, além do prefeito municipal Gercino Pasquali, dois rotarianos: Waldemar Pacheco, também presidente da ARENA, e Ernesto Grechi Filho; dois elementos do Lions: João Kraes Campos, também secretário da ARENA, e Alonso Naspolini; economista Celso Bertoncini e Manoel Costa, diretor da Empresa de Energia Elétrica. (...) O deputado Afonso Ghizzo trouxe em mãos a planta da construção do forum.
Falece o ator Sérgio Cardoso Os meios artísticos nacionais e os fãs do consagrado ator Sérgio Cardoso foram abalados pela notícia de seu repentino falecimento. Vítima de infarto, ele deixa a vida no ápice de sua glória, sendo uma das maiores figuras do teatro e das novelas de televisão. [NJ: Sérgio Cardoso (Belém, 1925 - São Paulo, 1972) foi ator de teatro. Em 1949, fundou sua própria companhia, o Teatro dos Doze. Na TV Tupi, fez várias novelas. Seu maior sucesso foi na novela ‘Antonio Maria’, ao lado de Aracy Balabanian. Em 1969, foi para a Globo. Faleceu em 18 de agosto de 1972, quando fazia o papel principal da novela das 19 horas, ‘O Primeiro Amor’ (de Walter Negrão), como professor Luciano, que enfrenta problemas para ser feliz ao lado de Paula (Rosamaria Murtinho), por quem é apaixonado, ocasionados por sua filha Babi (Suzana Gonçalves), resistente ao romance, e por Maria do Carmo (Tônia Carrero), seu primeiro amor. Sérgio Cardoso foi substituído por Leonardo Villar, já que ainda faltavam vários capítulos para se gravar.]
A marca do seu parceiro de estrada
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Comissão do Conselho Comunitário recebida pelo Governador
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JORNALECO ARARANGUÁ, 15 DE AGOSTO DE 2010 • ANO 17 • Nº 354
texto de CÉSAR DO CANTO MACHADO
APOIO CULTURAL
Aimberê Araken Machado
ais, o Chico anunciando “a banda passar”, o Caetano flanando “sem lenço nem documento”... Que tempos aqueles, meu Deus! O Edinho Palmas tinha um conjunto que animava as noites praieiras, agitando a moçada no salão do Scaini. Era uma “química” saborosa de corpos suados, mulheres cheias de graça e de saudável sensualidade, sorrisos de dentes alvíssimos. Combinação exótica de amores e de poesia, o físico e o etéreo. Vestidos coloridos, alegres, que escondiam corpos esculturais: prenúncio ao amor, promessas de prazer. Tudo cifrado, porém; não era preciso falar tudo... E o Edinho e seus músicos no palco, sorridentes, animando a festa. Nas manhãs de sol, cultuava-se o mar; nas tardes preguiçosas, cadeiras nas calçadas, papinhos maliciosos, bebidinhas fáceis, tudo leve e fugaz como o próprio verão. Não podemos, jamais, nos queixar da vida que vivemos, naqueles doces tempos. Netuno e Eros comandavam tudo, num festival mitológico. E, afinal, o que é a vida, senão uma grande e intemporal fantasia?!
EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO URBANA E RURAL DE ARARANGUÁ 1970 Urbana 1 2 . 4 9 4 Rural 13.717
1980 25.308 8.377
26.211
33.685
Total
Área Territorial
1990 33.519 6.841 40.360
54.706
412km 2
298km 2
Em 2009, a população estimada foi 59.537 (Fonte: IBGE)
ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL DE
ARARANGUÁ v i s i t e : w w w. a r a r a n g u a . n e t
Este era o meu Araranguá (4)
cesardocanto@linhalivre.net
As informações, pela imprensa escrita e falada nos anos 50 e 60, chegavam ao lugar, invariavelmente, pelos caminhos do Rio Grande do Sul. Dos periódicos de lá, prevalecia o jornal Correio do Povo, tido como verdadeiro porta-voz da pequena cidade catarinense. Outros conterrâneos, variando um pouco, sabiam das novidades pelo não menos tradicional Diário de Notícias, também do Rio Grande do Sul. E, em visível minoria, alguns assinavam jornais do Rio de Janeiro. No rádio, era a mesma coisa. Praticamente todo mundo ouvia os noticiários nacionais pela Farroupilha ou pela Guaíba. Por conta disso, é bom lembrar que, a nós, sem outro meio de comunicação mais abrangente, parecia que tudo o que acontecia no mundo, estava acontecendo em Porto Alegre. Duas grandes atrações prendiam os ouvintes catarinenses na Farroupilha: a novela “O Direito de Nascer” e o popular programa “Rodeio Coringa”, este que tinha como destaque a série de trovas de desafio. Minha mãe (Zélia) e eu íamos muito na casa do Ivo Cordeiro para escutar a tal novela, e quando chegávamos lá a sala da casa já estava lotada de ouvintes, todos querendo acompanhar mais um emocionante capítulo. Dos jornais catarinenses, outros raros assinantes, cuja ligação familiar era a Capital, recebiam o tradicional jornal O Estado ou A Gazeta. Na imprensa falada barriga-verde, além da rádio Eldorado de Criciúma, só os aparelhos de rádio mais potentes sintonizavam, e com muito esforço, a rádio Guarujá de Florianópolis, disparadamente a mais conhecida e ouvida emissora de Santa Catarina. Na informação local, a tradição recomendava ouvir a Rádio Araranguá, e ler o quinzenário Correio de Araranguá. Só assim, então, o cidadão podia se dizer bem informado e pronto a discutir os assuntos da moda nos bares e esquinas da cidade. Sobre a política local, naqueles anos 50 e 60, o caldeirão estava em efervescente ebu-
Uma formação do GRÊMIO ARARARANGUAENSE dos áureos tempos: Julião, Bubi, Oscar, Pachá, Zé Gaúcho, Aldo e Ciro Bacha; Quitandinha, Luiz, Jóia, Vanderlei, Agachado e Quirininho; campeão da LARM do início dos anos 1950. lição, na temperatura máxima. A briga pelos votos ficava por conta da União Democrática Nacional - UDN, liderada por Afonso Ghizzo, deputado estadual, e o Partido Social Democrático - PSD, coordenado na região pelo não menos respeitado comerciante Walter Belinzoni, prefeito do lugar e dono do maior engenho de farinha da região. A propósito, a farinha foi, por muito tempo, antes e depois da era Belinzoni, o principal produto do Vale do Araranguá. Ainda da titânica disputa política local, sabe-se que não foram poucas as vezes em que se chegou ao extremo da protagonização de graves agressões físicas. Tudo antecedido de incontroláveis bate-bocas, invariavelmente iniciados no frequentadíssimo Café Brasil, ponto de convergência da gente influente do lugar. Não faltavam, ainda, inflamados comentários na imprensa escrita e, com mais destaque, na Rádio Araranguá. De Afonso Ghizzo e suas hábeis articulações que o levaram a se tornar um desta-
cado político no lugar, sabe-se que, para aumentar a popularidade, patrocinou, inclusive, um expressivo time de futebol na região sul, o Grêmio Esportivo Araranguaense, agremiação que ganhou notoriedade estadual. Por dois anos seguidos (1952 e 1953), o “Time do Afonso” ficou dentre os quatro finalistas do Campeonato Estadual, desbancando, inclusive, o eterno rival, Comerciário, de Criciúma. Tempos em que o futebol araranguaense revelou para Santa Catarina os atletas Rui, Zé Gaúcho, Quitandinha, Beneval e Foguinho. Ghizzo investiu tanto no mesmo Grêmio Araranguaense que, enquanto os outros clubes viajavam em velhos e desconfortáveis ônibus para realizar seus jogos pelo interior do estado, o seu time ia de avião. E este, então, era o meu Araranguá. Acompanhe nas próximas edições a série “Meu Arroio de sempre”, por César do Canto Machado
JORNALECO jPANFLETO CULTURAL
15/08/2010 • ANO 17 • Nº 354 ESTA EDIÇÃO: 4 PÁGINAS
Distribuição gratuita Periodicidade quinzenal Tiragem: 1.000 exemplares
H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H Ricardo Grechi CONTATOS Rossana Grechi DISTRIBUIÇÃO Gibran Grechi , Nilsinho Nunes ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende OFICINA Nei, Valdo, Welington, David, Toninho GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE A.César Machado EDIÇÃO E PROJETO GRÁFICO
© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866 - prot. 4315/RJ, de 17/07/1995)
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