Jornaleco 364 15 jan 2011

Page 1

COMPLEXO TURÍSTICO

Para pessoas de bom gosto que apreciam uma boa mesa junto a natureza.

MORRO DOS CONVENTOS

No deck da piscina do Hotel Morro dos Conventos. De domingo a quarta, das 10 às 19 horas, e de quinta a sábado, das 10 à meia-noite.

48 3526-7676 | www.ctmconventos.com

Morro dos Conventos, Araranguá-SC

pacotes e reservas: ramon@ctmconventos.com

O CARTÃO POSTAL MAIS SABOROSO DA REGIÃO!

Enxume, Osni e, novamente, Nei e Adãozinho. No Arroio era música ao vivo todos os dias. Dia de chuva no Arroio do Silva, dos anos 60, era suportado pela juventude com muito jogo de baralho, conversa fiada e comilança. E se fosse uma semanada de água, então... Do carteado, para ser mais animado, os “sub-17” se davam por inteiro ao jogo de “Dorminhoco”, quando, no final de algumas rodadas, todos saíam com o rosto pintado de preto – tipo carvão – efeito rápido de uma rolha de garrafa queimada. Já, os mais crescidinhos, de namoricos daqueles que já podiam até pegar na mão, iam passar a tarde com mais uns quatro ou cinco amigos na casa da mãe de uma delas. Lá jogavam “Pife” e tomavam uma cafezada feita pela “sogrinha”. Rosca de polvilho e farofa de banana nunca faltava. z

farofa de banana Meu Arroio de sempre .X

fazer uma “criação de peixes” (pode?). Só que lá, infelizmente, nenhuma das coitadinhas sobrevivia mais que um dia. Era morte certa! Algumas coisas eram comuns à Praia, porém, só dela. A abertura dos bailes do Scaini com a música “O Milionário” (Os Incríveis), por exemplo, era uma delas. A marca era de um “conjunto” – que hoje chamam de “banda” – formado por um grupo de jovens gaúchos, assíduos veranistas vindos de Bom Jesus, liderados pelo baterista Bichek. E quando eles não estavam lá no palco, era a vez do Edinho e seu Conjunto, com Arnaldo, Itamar, Edinho, Délio, Nei e Adãozinho, e o Conjunto Melódico Fronteira, com os hábeis músicos Nelci,

por CÉSAR DO CANTO MACHADO

Brincar no arroio (o córrego) era, também, um animado passatempo das crianças da Praia naqueles anos 60. Ali, horas e horas, eles ficavam a fazer represas e castelos com a fina areia molhada naquela serpenteada água amarela, líquido que mais parecia xixi, mas, seguramente, não era. A idéia principal da garotada era pegar a maior quantidade de piavinhas (minúsculos peixes) e colocá-las em latas de leite Ninho ou de cera – com a mesma água que vinha lá de cima, de perto da casa do Carmo da Biliza, onde se concentravam as lavadeiras – e depois leválas pra nossa casa, pensando, acreditem, em

leia@contato.net

Léia Batista

loroso e devastador; perder alguém para outro alguém é inexplicavelmente doloroso e desesperador; perder alguém para a distância é inexplicavelmente doloroso e triste. Perder dinheiro; perder emprego; perder bens; perder a saúde... é inex-plicavelmente destruidor. Mas num segundo olhar – o olhar universal – lá na frente, quando a dor já rasgou tudo o que tinha que rasgar em nossa alma, e o sangue transparente e salgado que se esvai dos nossos olhos já não jorra. Ao constatarmos – apesar de tudo – que, bem ou mal, continuamos seguindo a caminhada, mesmo sem saber onde ela vai dar, o saldo dos dias pulsa dentro de nós, na cor vermelha: – SOBREVIVI! E o que é sobreviver, senão ser o vencedor depois de cada batalha? Que são inúmeras no dia a dia. O que é sobreviver, senão comprovar que somos fortes e capazes? O que é sobreviver, senão estarmos treinados e fortes para os próximos combates? Então, lá no final do dia 31 de dezembro, quando os foguetes espalharem a luz

Somos todos iguais nesta última noite

Fone/Fax: 3524-5916

A BOA IMPRESSÃO É A QUE FICA

Av. XV de Novembro, 1807 - Centro

A marca do seu parceiro de estrada

APOIO CULTURAL

Cada ano que finda é como um cobrador de impostos batendo à nossa porta a impor-nos o acerto dos 365 dias vividos: – E aí, meu caro amigo, ou amiga, qual foi o saldo do período? E é exatamente nos 45 segundos do tricentésimo, sexagésimo, quinto dia do ano que paramos para avaliar: – O que me restou deste tempo que vivi? Matematicamente os ciclos existem simplesmente para serem contados, universalmente os ciclos existem para serem somados a nossa existência. E aí ouvir-se-á o coro dos que garantem que mais perderam do que ganharam. E que – matematicamente – houve somente subtrações em sua existência. Realmente – num primeiro olhar – perder alguém para a morte é inexplicavelmente do-

no céu, e tivermos olhos para ver, ouvidos para ouvir, sentidos para sentir, não haverá dúvida de que o saldo foi positivo. Que a nossa alma, esta guerreira imbatível, pode – e deve – comemorar, sim! Assim sendo, não precisamos pedir alegrias para o ano que está por vir. Nem amor, nem paz, nem saúde, nem dinheiro... Precisamos pedir apenas força! Afinal, independente do número, dos astros, dos santos ou orixás, coisas boas e ruins virão a nós no próximo ano. Não é uma sina minha ou sua, é a lei do universo, da qual ninguém escapa. Creia, somos todos iguais nesta noite. A diferença é que uns estão mais fortes e outros mais fracos. Portanto, peçamos apenas força nesta virada de ano, para nos mantermos firmes sobre este oceano instável que é a vida. ...E, como proteção nunca é demais: – Abençoe a minha embarcação, mãe Iemanjá! Um feliz ano novo a todos!

POSTOS IRMÃO DA ESTRADA DISK FONE (0**48) 3524-0071

JORNALECO ARARANGUÁ, 15 DE JANEIRO DE 2011 • ANO 17 • Nº 364

1894

APOIO CULTURAL

Spagheteria & Bruschetteria Il Piccolo

EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO URBANA E RURAL DE ARARANGUÁ 1970 Urbana 1 2 . 4 9 4 Rural 13.717

1980 25.308 8.377

1990 33.519 6.841

2000 45.052 9.654

Total

33.685

40.360

54.706

26.211

Área territorial 412km 2 298km 2 Em 2010, a população é de 61.339 (Fonte: IBGE)

ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL DE

ARARANGUÁ v i s i t e : w w w. a r a r a n g u a . n e t

Araranguá

tem 28 casas

Bernardino de Senna Campos nos legou, entre os registros que se seguiram até os anos 1930, um retrato precioso de Araranguá do final do século 19. Quando chegou aqui, em lombo de cavalo, para montar a estação telegráfica, anotou em seu “Diário” tudo o que viu e a impressão das primeiras pessoas que encontrou. Acompanhe a histórica chegada de Bernardino, da própria pena de nosso grande memorialista

Chegamos

à e o sargento e os praças na casa vila de Araranguá da estação, com o guarda Valadares. a 2 de junho de Às sete horas da noite, mais ou 1894, às duas horas da tarde. menos, estávamos todos na casa da Entrada tristonha, naquela estação conversando, quando fomos época (não obstante ser um dos surpreendidos por toque duma banlocais mais bonitos de todo o Estada de música, na porta da casa. do e de onde tenho passado), cheia Causou-nos grande surpresa, não de mato, vassourais, abandonada obstante já saber que ali tinha uma como estava. Compunha-se toda a banda de música, duma distinta favila, que tem sua frente para a Sermília de cor, vinda de Conceição do ra, de 28 casas, sendo apenas 20 Arroio, foragidos por causa da Revode telhas, o resto de palha e estu- Primeiro automóvel a chegar em Araranguá, em 16 de março de 1916 lução. A família compunha-se do que. Na pequena praça de uns 50 (+J.94). Willy Strack, de Laguna, estacionou em frente ao Hotel do chefe Manoel J. da Silva e cinco fimetros em quadro, está edificada Comércio (esquina ao lado sul da igreja) para a foto de Bernardino lhos, todos músicos. Tinha três filhas. a sua igrejinha, uma pequena capela de tá- do ser eu patente superior, por ver um sar- Ficamos surpresos por aquela prova de conbuas, toscas, com a frente para oeste, tendo gento e dois praças fardados atrás de mim! sideração e regozijo daquele povo. A nossa companheira apeou-se numa ao lado direito dois esteios e uma escada de Logo encheu-se a casa de pessoas, às quais casa, na entrada da vila, de um senhor por fui apresentado. Mandei vir umas garrafas madeira e, em cima, um pequeno sino. Em frente à praça atravessa o majestoso nome Manuel Jesuíno. de cerveja, que, felizmente, encontrei numa Passando pela porta do Juiz de Direito, vendola próxima, com o que pude obsequiar rio Araranguá, um dos maiores do Estado e mais fundo, mas com uma barra ingrata, que estava na janela, apeei para cum- os manifestantes. numa praia isolada. Existiam uns cinco iates primentá-lo, dando-lhe notícias do fracasso A convite deles fomos à casa dum senhor, que viajavam para a Capital, uma ou duas da Revolução, da derrota da esquadra revo- já meu conhecido de Torres, por nome viagens por ano, quando a barra dava saída. lucionária no porto de Rio Grande e da vitó- Quintiliano Emerim, que era chefe político. Em frente à igreja, numa casa de estuque ria do Governo Legal, sucessos que ele e os Residia a um quilômetro mais ou menos da e telha, estava o quartel. Noutra maior, de demais habitantes de Araranguá ignoravam. estação. Lá estivemos até às onze horas da Despedindo-nos, fomos abrir a casa da noite, onde também ofertou-nos bebidas e tijolos, um pouco atrás, era a municipalidade. Numa rua, no extremo sul da vila, existi- estação, que era contígua à casa do Juiz. café, recebendo desde este dia atencioso Logo à minha chegada, fui acolhido com acolhimento pelo hospitaleiro povo de am cinco casas melhores. Ali esteve, e ia novamente montar, a estação. Logo ao lado manifestações de regozijo, pela pequena po- Araranguá. residia o Dr. Juiz de Direito, Virgulino Correia pulação, sendo visitado pelo capitão do “corNo dia seguinte, 3 de junho, às onze horas de Queiroz, cuja senhora estava de cama, po cívico”, Cel. Apolinário, que ali ficou com do dia, chegou a carretinha que trazia o apaenferma de recaída de parto, na ocasião em uns 15 praças. Fui visitado também por relho e mais material para a estação. Tratei Pedro Fernandes de Souza, um seu irmão, logo de montar as comunicações. que cheguei. Entramos na vila por uma de suas estra- João Fernandes de Souza e por outras pes(do “Diário” de Bernardino de Senna Campos, das do sul, junto com os companheiros. Pas- soas de destaque na Vila. compilado no livro Memórias do Araranguá, pelo Pe. João Leonir Dall’Alba, editora Lunardelli, Na primeira noite em Araranguá, persando em frente ao quartel, havia uma praça Florianópolis, 1987 - págs. 42, 43 e 45) de sentinela, que nos fez continência, pensan- noitei na casa do Capitão Pedro Fernandes,

Solicite-nos através de jornalecocultural@yahoo.com.br o recebimento das edições do Jornaleco (igual no papel + as fotos coloridas) via e-mail

JORNALECO jPANFLETO CULTURAL

15/01/2011 • ANO 17 • Nº 364 ESTA EDIÇÃO: 4 PÁGINAS

Distribuição gratuita Periodicidade quinzenal Tiragem: 1.000 exemplares

H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H Ricardo Grechi CONTATOS Rossana Grechi DISTRIBUIÇÃO Gibran Grechi , Nilsinho Nunes ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende OFICINA Nei, Valdo, Welington, David, Toninho GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE A.César Machado EDIÇÃO E PROJETO GRÁFICO

© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866 - prot. 4315/RJ, de 17/07/1995)

UMA PUBLICAÇÃO

ORION EDITORA Calçadão Getúlio Vargas, 170

88900.000 Araranguá - SC - Brasil jornalecocultural@yahoo.com.br

APOIO CULTURAL

casadocarimbo@brturbo.com.br

MUSCULAÇÃO z PILATES STUDIO z PILATES EM GRUPO z X BIKE z X JUMP z POWER SET z ABS z ALONGAMENTO z STEP z NUTRICIONISTA z FISIOTERAPEUTA z PERSONAL TRAINER Aqui tem tudo, inclusive academia

Praça Hercílio Luz, 444 | Tels. 3522-1120

9624-8947


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.
Jornaleco 364 15 jan 2011 by Jornaleco - Issuu