Ricardo em Florianópolis
A BOA IMPRESSÃO É A QUE FICA
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Tantos descalabros se cometem num país que quer fazer parte do Conselho das Nações Unidas, que notícias diretas do picadeiro já nem têm mais graça, ao contrário, assustam. O senhor Francisco Everardo Oliveira Silva, deputado federal, mais conhecido como Tiririca, é hoje membro da importante Comissão de Educação da Câmara Federal e apoiou o aumento de 15,85% sobre o piso salarial de R$ 1.024,67. Para pagar R$ 1.187,08 aos professores, Tiririca poderá propor ao Governo que aumente a cobrança dos impostos: ICMS, IPVA, ITR, ICMD, FPM, FPE, IPI e de algumas Taxas e Contribuições. Com maior arrecadação, Tiririca poderá pedir melhora na merenda escolar, kit social com uniformes para a semana e até comprar flores para comemorar aniversários de professores. Os professores agora podem contar, além do giz, com a experiência artística do deputado Tiririca. A Educação, capengando, com os seus professores, arautos, heróis, tirando leite das pedras, comendo o pão que o político amassou, ainda se depara com esse pesadelo. Com certeza o palhaço parlamentar em questão jamais contou uma piada tão engraçada quanto essa. A gente só não ri porque ainda não deu tempo para engolir a sua comemorada posse na capital do país. Que belo exemplo às nossas crianças! E os educadores ensinando moral e cívica, decência, lisura, transparência e preparando, mais lá na frente, os nossos filhos para ingressarem no mercado de trabalho, onde ficam? E aquelas velhas frases “estude para ser alguém na vida”, “o saber não ocupa lugar” ou “sem um diploma você não vai a lugar algum”? Vamos ter que rever esses conceitos básicos de educação. Ou somos gênios ou idiotas! Até agora não vi nenhum alarde oficial sobre esse teatro de marionetes. O que será que vem nas próximas eleições? Atentem para este pronunciamento do deputado: “Sou um cara que tem uma vivência muito grande, graças a Deus. Exerci como palhaço de circo, sustentei seis filhos e estou aí até hoje. Então, eu tenho muita história, muita coisa para ajudar”. O que tem Educação a ver com isso? Pobre Camões e seus seguidores... E a Academia Brasileira de Letras, a mesma que tem o José Sarney como imortal, o que pensa disso? Bem, o circo, o palhaço, o picadeiro, o público, já está tudo montado. E nós...? Bem... nós somos a platéia fiel, sempre pagando caro pelos espetáculos que o Planalto nos brinda. Mas o povão tem memória curta. Ano que vem o Tiririca pode até ter seu nome indicado para alguma academia de letras. Será que nós merecemos isso? Estamos achando graça de quê? Na realidade, quem é o palhaço? Mais de um milhão e trezentos mil votos não significam nada? Claro que sim! É a nossa alienação política coroada de êxito? É nossa falta de esperança? Ou é nossa chance de nos sentirmos superiores àqueles que nos representam? Ainda que seja em cultura e educação. Não sei qual a fórmula nem qual a estratégia, fico com saudades de Quintana, Drummond, Veríssimo, Vinícius ao deparar com esse cenário estapafúrdio em que não sabemos mais o que é cultura e educação!
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Aimberê Araken Machado Pois é, o Ricardo esteve na Ilha. Veio acompanhado do Gibran, seu filho. Logo que eu soube, fiquei feliz, pois só assim – com a presença de um amigo tão querido – me atrevo a exercitar uma habilidade que não possuo: a de CICERONE. O encontro foi na Praça XV, debaixo da enorme e secular figueira, às 17 horas do dia 25 de março (uma sexta-feira bem agitada, em Floripa). Dali, rumamos para o Mercado Público, a fim de tomar um café e conversar. E conversamos bastante, como não poderia deixar de ser (principalmente sobre Araranguá). O Gibran, a princípio, só ficava escutando. Porém, de um certo ponto em diante, o filho do Ricardo passou a fazer oportunas intervenções no “papo”. Aí é que tive uma surpresa: o Gibran gosta de ECOLOGIA – aliás, é Engenheiro Ambiental –, aprecia história (mormente de Santa Catarina, e mais especialmente da época da transição do Império para a República, quando ocorreram, em nosso Estado, fatos traumáticos e até hoje muito polêmicos. Por exemplo: os fuzilamentos na ilha de Anhatomirim – em 1894 –, por ordem do coronel Antônio Moreira César). O Gibran fez questão de declarar-se REPUBLICANO. Como também o sou – muito embora lamente a violência ocorrida no turbulento período do governo de Moreira César–, fiquei, naturalmente, sentindo-me meio CÚMPLICE do Gibran... Do Mercado – após umas três horas de gostosa “palestra”, como costumava dizer o velho Telésforo –, dirigimo-nos novamente à Praça XV (que estava, naquela ho-
ra, fulgurante e profusamente iluminada, ladeada pelas testemunhas mudas, mas eloquentes e grandiosas, do Palácio Cruz e Sousa e da Catedral Metropolitana). O Ricardo e o Gibran tiraram fotos, onde apareci, meio acabrunhado, em companhia ora de um, ora do outro (não havia, ali, infelizmente, uma pessoa que pudesse focalizar-nos conjuntamente. Pena...). Para concluir o encontro, fomos ao Bob’s, ali perto, na rua Trajano. A minha mulher (Joana) me telefonou, sugerindo buscar-me. Cedi, meio a contragosto. Ela é braba, diga-se de passagem. 21h10. Encerramos nosso encontro. Abracei o Ricardo e o Gibran. Custei a dormir, naquela noite. Não de preocupação, mas de felicidade.
Gibran e Aimberê, a Catedral Metropolitana; Gibran nas pedras da Praia da Joaquina
JORNALECO
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EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO URBANA E RURAL DE ARARANGUÁ
Sônia Depoimento a Nilsinho Nunes Edição e texto: Ricardo Grechi
Sônia Rabello Elias, nascida em Araranguá, filha única de Seme Jorge Elias e Alzira Rabello Elias — Jorge Elias Ayub e Baduia Chede Ayub, meus avós paternos, vieram da Síria. Minha avó materna chamava-se Maria Lucchi Rabello, nascida em Olinda, Pernambuco, e meu avô, Américo C. de Barros Rabello, veio da Paraíba e foi juiz de Direito aqui em Araranguá e em diversas cidades, principalmente São Joaquim, onde ele fundou o Clube Astrea. Há uns oito anos nós estivemos lá para minha mãe receber uma homenagem por ser a única filha viva do vovô Américo. “Quando eu tinha dois anos de idade, o meu pai ficou doente. Ele teve um derrame e os médicos, em Porto Alegre, disseram que ele teria só mais uma semana de vida, e, no fim, ele acabou passando 23 anos num sanatório. Durante esse tempo, nos meses de julho e dezembro, minha mãe e eu sempre íamos visitá-lo. Até que, em 1960, ele faleceu. “Apesar de não ter podido conviver com meu pai, tive uma infância boa, com muitas amigas e o apoio dos meus tios, junto com minha mãe...” [Sônia se emociona].
— Minhas amigas eram a Eli, inseparável até hoje, a Salete Monteiro, a Orieta, a Eoli. E as minhas primas: a Lúcia, a Diva. Não quero enumerar muitas pra não esquecer, né? Mas tive bastante amizades. Depois de formadas, nós íamos à missa aos domingos e depois a gente se reunia no Quitandinha e ficava conversando e escutando música quase até o meio-dia. E, à noite, íamos prali, que tinha dança. Era uma vida muito bonita, brincávamos muito atrás da igreja matriz, no coreto — que
1970 Urbana 1 2 . 4 9 4 Rural 13.717
1980 25.308 8.377
1990 33.519 6.841
2000 45.052 9.654
26.211
33.685
40.360
54.706
Total
Área territorial 412km 2 298km 2 Em 2010, a população é de 61.339 (Fonte: IBGE)
ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL DE
ARARANGUÁ v i s i t e : w w w. a r a r a n g u a . n e t
ARARANGUÁ, 15 DE ABRIL DE 2011 • ANO 17 • Nº 370
Bons tempos e amigos que não se esquece jamais
A marca do seu parceiro de estrada
APOIO CULTURAL
De Camões a Tiririca
aimbeream@yahoo.com.br
FOTOS RICARDO GRECHI
Lony Rosa
lonyrosa@hotmail.com
ÁLBUM DE FAMÍLIA
foi uma pena terem desmanchado —, ali a gente se reunia. Tinha também os meninos: o Herculano e o Martinho Ghizzo; o Acir; os filhos do seu Altícimo Tournier, o Aitinho, o Adilson e o Arilton. Eram esses os meus amigos. Tinha vezes, aos domingos, que íamos ao Grêmio Fronteira jogar ping-pong, conversar. Era bacana. Era um tempo muito bom.
Professora Sônia e sua mãe, a ex-prefeita Alzira
De Araranguá a Florianópolis: uma viagem de 12 horas
— Depois a gente foi pro Colégio e só voltava nas férias de julho e de dezembro, porque era longe. Nós saíamos de trem, daqui, às seis horas da manhã, e chegávamos em Laguna ao meio-dia. Às duas horas pegávamos o ônibus da empresa Glória, e chegávamos em Florianópolis às seis horas. Lá, as freiras e os padres do Colégio Coração de Jesus e do Colégio Catarinense iam nos buscar pra levar aos colégios, que nós éramos internos. — A senhora tem umas telas bonitas! — comenta o Nilsinho, apreciando os quadros no apartamento da Sônia, onde ela mora com a mãe, no centro da cidade. — Eu pintei alguns desses quadros no colégio, e, depois que voltei, fui para a escola profissional e me aperfeiçoei.
A aluna e a professora Antes de se tornar a professora muita querida de muita criança araranguaense, principalmente da terceira série primária, Sônia, naturalmente, também foi aluna: — Os quatro primeiros anos estudei no Grupo Escolar Castro Alves. Minhas professoras foram Sílvia Soares Neves, Norma de Souza, Isabel Flores Hübbe e Hercília Esteves de Aguiar. “Em 1950, fui estudar no Colégio Coração de Jesus, em Florianópolis. Fiz os quatro anos de Ginásio e os três de Normal. Já em Araranguá, depois de muito tempo formada, fiz os Estudos Adicionais nos colégios dos Padres (Nossa Senhora Mãe
dos Homens) e das Irmãs (Madre Regina), que na época era como uma licenciatura curta. “Os jovens tinham que sair pra estudar fora, porque só havia até a 5ª série, que equivalia ao 1º ano Complementar. “Estudei interna durante sete anos, até me formar normalista. “Sou feliz, pois passaram por mim muitos alunos da terra, que hoje são engenheiros, médicos, enfermeiros, jornalistas, empresários, advogados. “Acho que o primário bem feito é a base para qualquer pessoa. No meu tempo, eram feitas provas escritas e orais. Pelas orais os alunos passavam por três professores examinadores, que davam notas de acordo com o saber, a capacidade dos mesmos durante o ano, e aí então seriam ou não aprovados para o ano seguinte. “Lecionei no Castro Alves e no Colégio Normal, hoje Estadual. “Agora, aposentada, cuido de minha mãe(*), que já foi prefeita de Araranguá, a primeira e única mulher a ocupar o cargo. “Tenho muitas amizades e muitos dos meus ex-alunos me visitam. Fiz muitas viagens, conheci muitos países, cidades brasileiras. “Depois que me aposentei, entrei para a Escola Profissional para aprender novas técnicas de pintura e bordados em tapeçaria. Ali também meu círculo de amizades aumentou. Esta é a minha vida...” ( )
* A mãe de Sônia, Alzira Rabello Elias, nasceu em Araranguá a 31 de agosto de 1917. Entre 1946 e 1947, atuou como prefeita do município. Leia sobre Alzira no J.165, de 01-10-2002.
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15/04/2011 • ANO 17 • Nº 370 ESTA EDIÇÃO: 4 PÁGINAS
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© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866 - prot. 4315/RJ, de 17/07/1995)
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