Lony Rosa
Carroceiro politizado
Uma passadinha no Inferno
A BOA IMPRESSÃO É A QUE FICA
Av. XV de Novembro, 1807 - Centro
APOIO CULTURAL
O seu João é um nobre senhor, aí pelos seus setenta e vários anos, tem uma carroça que de vez em quando me faz uns fretes. Não frequentou nenhum banco de escola mas sabe as quatro operações como poucos letrados. Negociador de primeira, pechincheiro, sempre regateando os preços no mercadinho, reclamando que toda a semana eles remarcam os produtos bem devagarzinho que é pro povo não sentir, mas ele afirma que não é bobo e sabe que os números mudaram. Assíduo frequentador dos noticiários na TV, outro dia esse brasileiro que a gente acha que é ignorante só porque vem embarcado na sua carrocinha atrelado a um cavalo já meio desbotado e magro, me fez uma dissertação sobre o que está acontecendo no nosso país. Disse-me, depois de golpear um trago de cana no balcão do armazém do bairro onde mora, que se não fosse tão velho ia se mudar pra Brasília. Lá, na capital do Brasil, iria trabalhar com frete. O dono do armazém, acostumado com os devaneios etílicos que a maior parte da sua fiel e amiga freguesia tem, me olhou de soslaio, deu uma piscadela e perguntou ao João: “Tu não sabes nem escrever o nome direito, rapaz, lá só tem letrado!” Seu João se aprumou, limpou os beiços e respondeu com a calma de um diplomata: “Aí é que tu te enganas, meu amigo! O presidente da República não tinha diploma e tava lá, mandando nesse baita país, viajando pra cá e pra lá, pro mundo inteiro, comendo do bom e do melhor e dando emprego pros da família dele. E já era pela segunda vez que ele tava comandando o Brasil. Sinal de que o povo gostou do homem. E saiu e deixou uma cupincha sua no lugar dele, é ou não é?” Eu perguntei se ele não achava uma vergonha esses problemas nos aeroportos, a corrupção, a impunidade, a sangria desatada nos cofres da pátria, roubada do povo, inclusive dele, que é um aposentado. Ele, depois de sorver mais um gole, lascou: “Eu nunca andei de avião e nem sei como é que é isso. Pouco me importa. O povo tá reclamando? Vai andar de ônibus, de carroça, montado num cavalo ou a pé! Tão roubando o nosso dinheiro? Eu não votei neles porque não voto há não sei quanto tempo. Antigamente o ladrão de galinha era preso e ficava no xilindró uma semana ou mais. Aí inventaram umas leis que a gente não entende mas também a gente aceita. Hoje o político que está aí é o mesmo ladrão de galinha de antigamente. Só que não vai preso. Junto com as galinhas eles roubaram também a nossa decência, a nossa vergonha e a nossa coragem. Somos uma manada de cordeirinhos, só sabemos berrar... e só! Eu não botei ninguém lá. Vocês que votam, que são letrados, agora tão com o anzol no bucho. Tão ferrados!” Depois desse discurso inflamado ele concluiu: “Sabe o que mais? Quem fala mal é porque tá com inveja, porque não ta lá botando a mão naquela dinheirada toda. Tão é com inveja! E tem mais uma coisa: quando sair essa dona aí que ele botou no lugar dele, ele vai voltar de novo, só pro governo de vocês”. E dando uma mirada nos colegas de copo e de briga, arrematou: “Quanto quer apostar? Um garrafão de cachaça?” E saiu do armazém capengando. Parecendo o país.
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Léia Batista
leia@contato.net
Os dias têm estado nublados independentemente de que o sol brilhe exageradamente lá fora. A sua Paciência tirou férias e você não faz idéia de quando irá voltar. Por conta disso a Irritabilidade hospedou-se em você de malas e cuia. E, para completar, todos à sua volta resolveram testar o seu Equilíbrio Emocional que encontra-se totalmente desequilibrado nos últimos dias. O relacionamento amoroso encontra-se frio e sem graça, o que lhe dá a certeza que a chama (aquela que dizem Paixão) se apagou. Você decide que quer ficar só para sempre, mas a Coragem parece que pegou carona com a Paciência. Então, você vai empurrando a relação com a barriga, e o(a) parceiro(a) com as duas mãos e os dois pés. Enfim, sua vida anda de pernas para o ar (supondo que a vida tivesse pernas) e consequentemente sua cabeça não está no lugar que deveria estar. Você tem a nítida certeza de que está no meio de um pesadelo, mas se beliscar-se agora, não só vai descobrir que não está dormindo como vai ganhar uma marca roxa no antebraço. Vou lhe dar uma notícia: Você não está num pesadelo, mas pode estar no Inferno. Calma! Deixe-me explicar. Afinal, andei pesquisando possíveis causas das reações adversas acima, (pelo simples fato de ter atravessado, inesperadamente, este ciclo lamacento sem galochas para me proteger). E descobri que no período de 30 dias que antecedem a data do nosso aniversário passamos pelo Inferno Astral. Aham, estarei aniversariando neste mês e, coincidência ou não, os capetinhas têm azucrinado meu astral geralmente tranquilo e equilibrado. Sei o que você pensa sobre isto. Eu mesma costumo duvidar de teorias esotéricas que não se utilizam de elementos mensuráveis para se sustentar. Mas, quando as coisas não
vão muito bem, (tipo: o urubu de baixo fazer cacaca no de cima, sendo que o de cima é você) dá pra desconfiar que exista algo mais entre a terra e o céu do que você supõe. Eu também. Então, fui pesquisar. E do pouco que li sobre o assunto, tirei a conclusão que tudo tem a ver com o final de um ciclo. O que para mim fez todo sentido. Fechar ciclos, seja de idade, de fase, de relacionamento, profissional, social... enfim, mexe consideravelmente com nossa estrutura emocional e psíquica. Começar nunca é simples; terminar, muito menos. Assim, o Inferno Astral acontece exatamente no período em que estamos, ao mesmo tempo, encerrando e iniciando fases em nossas vidas. Sem querer, sem que você calcule ou planeje, a Insegurança se hospeda em você nestes dias e em sua bagagem ela traz Ansiedade, Impaciência, Nervosismo, Medo... Ou seja, um inferno inteirinho é montado à sua volta por conta da mudança que está para ocorrer em poucos dias. Quando um ciclo se fecha, encerra-se com ele uma gama de planos, projetos, expectativas que estavam em andamento. Muitas vezes este ciclo termina e você sequer concluiu a metade do que esperava. Isto gera desapontamento. Quando um novo ciclo se inicia, igualmente, uma gama de planos e projetos e expectativas se abrem junto com ele. Será melhor ou pior desta vez? Você não pode prever. Isto gera insegurança e medo. Por minha conta e risco, afirmo que o Inferno Astral pode ir além da sua data de aniversário e até se repetir durante o mesmo ano. Ele acontece sempre que tivermos que terminar e, consequentemente, iniciar um novo ciclo em nossa existência. Portanto, nada de assumir isto como neurose crônica e se intoxicar de calmante ou antidepressivo. Pelo contrário, é sábio encarar este caminho lúgubre sobriamente. Ao perceber que vai adentrar o túnel lamacento, não seja pega de surpresa (que nem eu). Calce suas galochas e siga e em frente. E, nesta caminhada obscura, se por acaso o diabo lhe pedir um abraço, diga-lhe que só se for de despedida. Afinal, você está só de passagem.
A marca do seu parceiro de estrada POSTOS IRMÃO DA ESTRADA DISK FONE (0**48) 3524-0071
JORNALECO ARARANGUÁ, 1 DE MAIO DE 2011 • ANO 17 • Nº 371 0
APOIO CULTURAL
lonyrosa@hotmail.com
EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO URBANA E RURAL DE ARARANGUÁ 1970 Urbana 1 2 . 4 9 4 Rural 13.717
1980 25.308 8.377
1990 33.519 6.841
2000 45.052 9.654
Total
33.685
40.360
54.706
26.211
Área territorial 412km 2 298km 2 Em 2010, a população é de 61.339 (Fonte: IBGE)
ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL DE
ARARANGUÁ v i s i t e : w w w. a r a r a n g u a . n e t
Vida e morte de Araranguá tem primeira adoção por casal homossexual Sálvio Amaro FCA
por CLÓVIS A. FANTIN
Ele foi uma das figuras mais ilustres e importantes no campo musical de Araranguá. Sob sua batuta, centenas de apresentações foram realizadas, em especial no antigo coreto. Sálvio Amaro Pereira nos deixou aos 92 anos, a 19 de março, mesmo dia em que o ex-vice-presidente José de Alencar partiu. As páginas 473 e 474, do Histórias do Grande Araranguá, trazem um depoimento do maestro Sálvio Amaro, do qual extraímos uns trechos, a seguir: “Nasci em 1918, em Araranguá, cidade onde cresci, trabalhei e me aposentei. (...) “Eu entrei para a prefeitura no mandato do então prefeito Caetano Lummertz (19361941). Trabalhei nesta região inteira como intendente. As viagens eram feitas a cavalo, o que era uma missão difícil. (...) “Quando entrei na prefeitura, fui prestigiado pelo futebol que apresentava. Diziam que eu era (goleiro) muito ligeiro. Fui titular 18 anos em Araranguá, inclusive no famoso Grêmio Esportivo Araranguaense. (...) “Ainda trabalhando na prefeitura, me envolvi com as bandas musicais. Muitos, ao se referirem à banda, costumam dizer ‘Banda do Sálvio Amaro’”.
Uma criança de Araranguá é a primeira do Sul do Estado a ter sua certidão de nascimento registrada por duas mulheres. A criança, hoje com um ano e sete meses, foi adotada pela companheira de sua mãe biológica. A sentença judicial, divulgada neste mês de abril de 2010 pela Justiça de Santa Catarina, foi tomada pela magistrada Débora Driwin Rigger Zanini. Ela reconheceu o direito da autora do processo depois de ficar comprovada a sua união com a mãe da criança, em convivência harmônica e pacífica, comprovada por estudo social. As duas mulheres se conhecem e mantém uma relação estável desde 2008. Em 2009, a criança nasceu, tendo a futura mãe adotiva assistido todo o período de gravidez da companheira, prestando-lhe auxílio moral e financeiro. O caso foi defendido pelo advogado Luciano Torres Medeiros. Em declaração ao jornal Semana News, na reportagem de Elvis Campagnollo, Luciano comenta: “Ainda há certa resistência no meio. Recebi várias ligações parabenizando-me pela ação, mas também alguns não aprovaram a sentença da juíza. Mas reitero o que disse. Com o tempo, isto se tornará mais comum do que se imagina”. Na sentença, a juíza destaca que “não se pode fechar os olhos para aquilo que acontece em nossa volta, sendo certo que a união homoafetiva é algo público e notório, sendo cada vez mais presente no meio social. Por isso, deve merecer a tutela jurídica, semelhante ao que ocorre com os casais heterossexuais”. Disse ainda que considerou necessário sepultar “velhos direitos, dotados de matriz preconceituosa”, para reconhecer ao casal homossexual os mesmos direitos de qualquer casal heterossexual, dentro do princípio da dignidade humana.
Uma simples homenagem ARQUIVO CALUDETTE
por OTÁVIO MUNIR BACHA (11.04.2011)
É magro, mas de presença marcante, tem cadeira cativa no Senadinho. Dono de um sorriso espontâneo e franco, faz sempre com que este sorriso alcance quem está na mesma mesa. Muitas vezes até implica, amistosamente, com quem passa ao longe. É sua característica própria de conquistar ou manter amizades... Com uma postura admirável consegue esconder o tempo que passa. Seus amigos o admiram mais ainda pela sua presença no “senadinho” onde prevalece a franca amizade e o reconhecido e merecido descanso por relevantes serviços prestados; do que se fora no tal senado falso e fantasioso. É de despertar inveja sua postura, a maneira com que Waldemar com a filha caminha e o gesto amistoso e social cumprimentando as Claudette debutando pessoas. Quando, ainda em atividade, dirigia um cartório, cansou (cansou é modo de dizer, porque cansaço exige esforço e ele não é muito disso...) de registrar novos cidadãos. Um detalhe: talvez por saber a verdadeira idade das moças e senhoras, era grande o respeito que impunha. Claro, estamos falando do jovem senhor WALDEMAR PACHECO.
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10/05/2011 • ANO 17 • Nº 371 ESTA EDIÇÃO: 4 PÁGINAS
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H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H
UMA PUBLICAÇÃO
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© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866 - prot. 4315/RJ, de 17/07/1995)
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