Jornaleco 376 15 jul 2011

A Catedral Sagrado Coração de Jesus, de Porto Velho-RO, esteve lotada no último dia 29 de junho para celebrar os 50 anos de vida sacerdotal do arcebispo de Porto Velho, dom Moacyr Grechi [natural de Turvo]. A missa de Ação de Graças foi presidida pelo próprio homenageado, que ressaltou a presença de Maria em sua trajetória vocacional.

— Maria sabia que meu desejo era ser um padre para servir ao povo do Acre, mas Deus conduziu-me para caminhos mais altos.

Me tornei bispo com 36 anos e arcebispo para servir à causa da Amazônia e lutar em defesa da vida dos povos da floresta, ribeirinhos, indígenas, migrantes, extrativistas, agricultores e todos aqueles que sofrem nas periferias da cidade — disse dom Moacyr.

— Fui educado pelo povo, e, nos momentos mais difíceis de nosso país, Deus me conduziu para permanecer junto aos mais desfavorecidos das pequeninas Comunidades Eclesiais de Base — afirmou emocionado. (site da CNBB / col. Munir Bacha / +J.316-15/01/2009)

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Salmo Paladini, Moisés Balthazar, Zito, Rocha e Hamilton Tournier.

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Dom Moacyr Grechi comemora 50 anos de vida sacerdotal

“A Igreja Luterana, com a comunidade reunida em Itoupaba, foi organizada por descendentes de alemães imigrantes, que, mais tarde, em parte, ajudaram a fundar a Igreja Anglicana. Esta, atualmente denominada Igreja Episcopal Anglicana do Brasil... [em Araranguá] desde meados dos anos 1950.” (siga em A História de Araranguá nova edição, 2005, nota à pág. 106)

ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL DE

ARARANGUÁ v i s i t e : w w w. a r a r a n g u a . n e t

ARARANGUÁ, 15 DE JULHO DE 2011 • ANO 18 • Nº 376

HELLEN TOURNIER

Hamilton Tournier e Eva Altícimo, um pouco de política e as primeiras farmácias Um dos nomes mais célebres entre os vultos históricos de Araranguá é o de ALTÍCIMO TOURNIER (o pai do Hamilton), que foi um dos primeiros farmacêuticos na região e grande líder político (prefeito provisório de Araranguá em 1934), admirado e respeitado por sua honestidade e bondade.

Altícimo (1905-1987) era natural de Laguna. Casado com Alfena Medeiros, natural de Orleans, chegou em Araranguá em 1926. Ele havia trabalhado na farmácia do sogro, em Tubarão e Laguna, e veio para Araranguá com a esposa fundar a Farmácia da Fé, quando aqui só havia a farmácia do “seu França”, Franklin Borges Vieira (conforme depoimento de Altícimo na pág.

30 do Histórias do Grande Araranguá). Pouco depois surgiria a Farmácia Minerva, do Artur Campos, onde trabalharam Antonio Caetano de Souza, que compraria a Minerva, e que funciona até hoje, e Nilson Nunes, que teve a Farmácia Popular até 1983.

Um fato marcante na carreira política de Altícimo foi a derrota para Afonso Ghizzo, em 1947, à prefeitura. Para amainar o celeiro eleitoral da UDN, o governador Aderbal Ramos (PSD), do partido de Altícimo, emancipou o distrito de Turvo em 1948, e Araranguá ficou reduzida a menos da metade do território que tinha.

Origens O filho de Altícimo e Alfena nasceu em Araranguá, em 1931. Teve cinco irmãos: Zélia (viúva do Aziz Elias), Adilton, Arilton, Adilson e Aitinho.

A esposa do Hamilton, Eva Krás Tournier, sempre esteve presente nas atividades do marido. Ela é natural de Torres, e também descende de político

importante: seu avô paterno, José Krás Borges, foi o segundo prefeito de Torres (Krás Borges é uma corruptela do sobrenome “Kreuzburg”, da família de alemães que chegaram a São Leopoldo em 1797, conforme documentação.)

Lions, UCCA, CDL, maçonaria Hamilton Tournier, nascido em 1931, seguiu a carreira do pai como farmacêutico, destacando-se ainda na sociedade araranguaense como membrofundador de várias entidades.

ACERVO FAMÍLIA

Foi um dos fundadores, em 1960, do Lions em Araranguá. Recentemente recebeu a comenda Melvin Jones Fellow (estadunidense fundador do Lions) pelos seus 50 anos de clube. Só outros três companheiros seus obtiveram essa homenagem: Alonso Naspolini, Alveri de Sá e João Krás Campos.

Hamilton também foi um dos fundadores do UCCA - União Clube Cidade Alta, e do Clube (hoje, Câmara) dos Dirigentes Lojistas. Em Recife, foi homenageado como um dos melhores presidentes de CDL do Brasil.

Maçon há 51 anos, Hamilton está licenciado dos trabalhos, tendo atingido o grau de rosa-cruz há 25 anos. Ele

e Eva são católicos frequentadores.

Hamilton conta que, lá pelos anos 60, os padres, por preconceito ou pura desinformação, eram grandes opositores da maçonaria. Então trouxeram um maçon de Criciúma, Argemiro Manique Barreto, para esclarecer o pároco da época, Paulo Hobold, que a maçonaria é uma entidade que prega a fraternidade e louva a Deus.

Casamento e filhos Eva veio de Torres para Araranguá com os pais, Ciro Krás Borges e Edite Freitas, em 1947. Menina de fora, mantinha-se reservada ao galanteio dos garotos. Mas falaram para ela de um rapaz trabalhador, filho do “seu Altícimo”. Ela concordou em conhecê-lo.

Eva diz, e Hamilton confirma: foi amor à primeira vista. “Nós sempre fomos casados em outras vidas...”, confidencia a mulher.

Casaram após dois anos de namoro e um ano de noivado. Tiveram os filhos: Everton (farmacêutico, tal o avô e o pai, no laboratório e na farmácia Tournier), Eliane, Erven (Poca), Ederson, Hellen, e Graça, a “filha de coração”.

Hamilton e Eva hoje moram em seu confortável apartamento à av. Sete de Setembro, desfrutando intensamente da amizade e do amor de toda a família e dos muitos amigos.

POR

RICARDO GRECHI

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15/07/2011 • ANO 18 • Nº 376 ESTA EDIÇÃO: 8 PÁGINAS

Distribuição gratuita Periodicidade quinzenal Tiragem: 1.000 exemplares

H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H EDIÇÃO E PROJETO GRÁFICO Ricardo Grechi CONTATOS Rossana Grechi DISTRIBUIÇÃO Gibran Grechi , Nilsinho Nunes ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende IMPRESSÃO GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado OFICINA José Nei da Rosa, Valdo, Welington, David, Toninho Abel

© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866 - prot. 4315/RJ, de 17/07/1995)

UMA PUBLICAÇÃO

ORION EDITORA Calçadão Getúlio Vargas, 170 88900.000 Araranguá - SC - Brasil jornalecocultural@yahoo.com.br

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SOLO DO EDITOR RICARDO GRECHI

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O amor é quando a gente mora um no outro.

Aimberê Araken Machado

Maria Ouvi chamarem por meu nome, duas, três vezes à porta da frente de minha casa. Depois fez-se o silêncio de quem aguarda uma resposta. O mar murmurava, a brisa agitava as árvores e o sol resplandecia naquela manhã de setembro. Fui ver.

Era Maria. Em volta dela, uns três cachorros zanzavam de um lado para o outro. Convidei-a para entrar. Ela se achegou e começou a falar, falar, falar... Parecia que ninguém a ouvia a um século.

Sua face possuía linhas de sofrimento bem definidas, como se um esmerado artista as tivesse riscado minuciosamente, fazendo excessiva a expressão, o que a tornava mais velha do que era na realidade.

Sua palestra girava em torno de seus problemas, que eram muitos – os concretos e os imaginários – e da penosa ansiedade – pobre Maria! –, que tem os que anseiam alívio para as dores do corpo e alegria para a alma, mas vivem sem esperança.

Assim, enquanto descrevia seus sofrimentos e ressentia suas dores, a face de Maria formava uma máscara de infelicidade que poderia representar a face de todo o sofrimento do mundo.

Mas quando sorria, seu sorriso continha aquele brilho reluzente de uma estrela; agora, porém, a se apagar no tempo e no espaço...

Muitos anos antes daquela manhã em que Maria me falava, eu a vi na praia tomando banho de mar.

Poucas vezes pude observar um adulto entregue às águas tão descontraidamente. Parecia que abraçava as ondas que iam de encontro ao seu corpo. Ela usava um maiô preto, como ainda eram seus cabelos. Era uma mulher forte. Agora, iam-se vinte anos...

Contam que Maria, de garota, tinha um espírito aventureiro, desafiador, como o que acomete as mulheres historicamente contestadoras. Mas esse espírito livre não sobreviveu aos preconceitos provincianos de sua época. E ela não ouvira os conselhos maternos para resguardar-se: “Cuida-te, Maria”, dizia o bom senso da mãe, mas Maria não se cuidou.

A vida seguiu, Maria adoeceu como uma laranjeira e lhe foram rareando as flores e os frutos. Ia longe sua última primavera e Maria ganhou asas...

No fim, era triste sua face, mas eu guardo a lembrança dos risos alegres que ainda pude ouvir dela naqueles dias lá na praia.

MARIO QUINTANA

Saulo Silva: in memoriam

O lenhador e a raposa

Faleceu, há um mês, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, o publicitário araranguaense Saulo Silva. Tinha apenas 65 anos. Era filho de Bernardino Máximo da Silva, o “Nado”, e de Dona Zilá Maciel da Silva. A avó paterna de Saulo era a D. Licínia, uma das duas filhas do primeiro casamento de Telésforo Machado, meu saudoso pai (e, portanto, minha irmã pelo lado paterno).

Parentescos à parte, o Saulo era também meu amigo. É bem verdade que raramente nos avistávamos, mas sempre mantivemos um bom clima de calor humano e cordialidade.

Ainda muito jovem, Saulo fixou residência em Florianópolis.

Além do dinamismo e da inteligência, sua principal qualidade era, no entanto, a postura de um perfeito diplomata: bemeducado, gentil, conversa agradável. E, para completar o perfil, sempre muito elegante.

Em vista das qualidades acima enumeradas, foi-lhe fácil penetrar e manter-se nas mais altas rodas sociais da Ilha (o que só é possível a um segmento muito restrito de pessoas nascidas em outras cidades de nosso Estado, tendo em vista a seleção qualitativa que essa façanha exige).

S S

Um lenhador acordava todos os dias às 6 horas da manhã e trabalhava o dia inteiro cortando lenha, só parando tarde da noite.

Ele tinha um filho lindo de poucos meses e uma raposa, sua amiga, tratada como bichano de estimação e de sua total confiança. Todos os dias, o lenhador — que era viúvo — ia trabalhar e deixava a raposa cuidando do bebê. Ao anoitecer, a raposa ficava feliz com a sua chegada.

Sistematicamente, os vizinhos do lenhador alertavam que a raposa era um animal selvagem, e, portanto, não era confiável. Quando sentisse fome comeria a criança. O lenhador dizia que isso era uma grande bobagem, pois a raposa era sua amiga e jamais faria isso. Os vizinhos insistiam: “Lenhador, abra os olhos! A raposa vai comer seu filho. Quando ela sentir fome, vai devorar o menino!”

Um dia, o lenhador, exausto do trabalho e cansado desses comentários, chegou à casa e viu a raposa sorrindo como sempre, mas com a boca totalmente ensanguentada. O lenhador suou frio e, sem pensar duas vezes, deu uma machadada na cabeça da raposa. A raposinha morreu instantaneamente.

Desesperado, entrou correndo no quarto. Encontrou seu filho no berço, dormindo tranquilamente, e, ao lado do berço, uma enorme cobra morta.

Ouso afirmar que uma das fases mais felizes da vida do Saulo, intelectualmente falando – e, ainda, no sentido de descompromisso com as duras exigências da luta pela vida –, tenha sido, possivelmente, a época vivida em Araranguá, em meados da década de 1960.

Conversamos muitas vezes, noite adentro, na sede da Associação Atlética do Banco do Brasil (situada, então, na avenida Getúlio Vargas, no andar superior de uma loja de confecções chamada “Casa Nova”). Ali, Saulo encontrava interlocutores à altura, pois, como apreciava boas leituras, impulsionava-o – creio eu – o desejo de discutir os temas dos livros que lia.

Lembro, pelo menos, de duas obras que comentamos: Eram os Deuses Astronautas?, de Dönicken, Guerra de Guerrilhas, de Che Guevara. Acerca das duas – em assuntos completamente diferentes, como sabem os meus caros leitores, Saulo emitiu opiniões que me surpreenderam, pois – sou obrigado a confessar – subestimei-o quanto à sua capacidade de tirar conclusões dos respectivos textos (mormente do pensamento do Che). Enfim, foi uma boa surpresa, pois descobri, naquela noite silenciosa de Araranguá, que o Saulo NÃO GOSTAVA do regime militar que se instalara no Brasil em 1964...

Pela razão acima – mas também pelas notáveis qualidades inerentes ao Saulo, que existiriam de qualquer modo – é que lamento, com pesar, seu desaparecimento.

Antes e depois do casamento Antes: Duas por noite.

DEPOIS: Uma por mês.

Antes: Você me deixa sem fôlego!

DEPOIS: Você está me sufocando!!!

Antes: Não pára!!

DEPOIS: Nem vem!!

DESCANSA EM PAZ, MEU AMIGO!

A BANDA

Cego é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria. Surdo é aquele que não tem tempo de uplemento ouvir um desabafo de um amigo ou o apelo de um irmão.

MARIO QUINTANA

O monge e o escorpião Um monge e seus discípulos iam por uma estrada e, quando passavam por uma ponte, viram um escorpião sendo arrastado pelas águas. O monge correu pela margem do rio, meteu-se na água e tomou o bichinho na mão. Quando o trazia para fora do rio o escorpião o picou. Devido à dor, o monge deixou-o cair novamente no rio.

Foi então à margem, pegou um ramo de árvore, voltou outra vez a correr pela margem, entrou no rio, resgatou o escorpião e o salvou. Em seguida, juntou-se aos seus discípulos na estrada.

Eles haviam assistido à cena e o receberam perplexos e penalizados.

— Mestre, o Senhor deve estar muito doente! Por que foi salvar esse bicho ruim e venenoso? Que se afogasse! Seria um a menos! Veja como ele respondeu à sua ajuda: picou a mão que o salvava! Não merecia sua compaixão!

O monge ouviu tranquilamente os comentários e respondeu: — Ele agiu conforme a sua natureza e eu de acordo com a minha... (paxprofundis.org)

FRASES FAMOSAS DITAS POUCO ANTES DE MORRER VERSÃO NO PORTUGUÊS DE PORTUGAL

Antes: Estar a teu lado...

DEPOIS: Vire pro seu lado!

Antes: Me pergunto que faria sem ele...

DEPOIS: Me pergunto o que faço com ele...

Antes: Erótica.

DEPOIS: Neurótica.

Antes: Ela adora como eu controlo a situação.

1 - Vai, atira, atira se és homem!

2 - Atravessa a correr que dá!

3 - Ah, não te preocupes, o que não mata, engorda...

4 - Sabes qual a chance disso acontecer? Uma num milhão!

5 - Esta camisa vermelha não é do Benfica não.... Eu sou portista, como vocês.

6 - Adoro esta rua. À noite, ela é super tranquila...

7 - De certeza que não é perigoso?

8 - O meu sonho sempre foi saltar de paraquedas. Vou realizá-lo!

9 - Confia em mim...

10 - Aqui é o piloto. Vamos passar por uma ligeira turbulência.

11 - Capacete? Estás parvo, tá calor!

12 - Ah, que problema? Eu sempre mudei a temperatura do chuveiro com ele ligado.

13 - Deixa comigo...

14 - Desce desse autocarro e olha-me na cara, seu fdp!

15 - Tu és grande, mas não vales por dois!

17- Vamos lá que não tem erro...

18- Podes brincar com ele. É um pitbull, mas é muito mansinho...

DEPOIS:

Ela diz que eu sou um manipulador egoísta.

Antes: Ontem transamos no sofá.

DEPOIS: Ontem dormi no sofá.

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Velhos amigos... eternos

O doce da Chita

Que bom olhar pro lado e saber que a um simples chamado, por um telefone, tenho os meus amigos perto de mim, os poucos, os verdadeiros, do outro lado da linha, me esperando, todos os dias, todas as horas e a qualquer hora. São como árvores que dão flores, sombra ou frutos, que me confortam, alimentam e enternecem a minha alma atormentada pelo inconformismo das atitudes que o ser humano toma com respeito a vida.

Velhos amigos são anjos livres que me nivelaram sempre por cima, me fizeram crer, a vida inteira, que eu sou bem maior do que penso.

Mesmo convivendo com o apocalipse já descortinado, adivinhado pelos constantes pesadelos que a humanidade e o planeta vivem, nos ninamos com a nossa música, nossas risadas, nossas memórias, apego aos filhos e família e adormecemos nos braços de alguma canção antiga que fale de amor e de esperança. Nossa fraternidade não se entregou aos chats, blogs, twiters e outras ferramentas mal usadas, que distanciaram os homens da fé em si mesmos, tornando-os seres de plástico, descartáveis.

Porque basta clicar e milhares de novos “amigos” estarão lhe proporcionando um mundo de caminhos sem volta e virtuais, irreais.

Sabemos que amor, compaixão e carinho são palavras que a web extirpa porque o mundo vai se robotizando, alardeando conquistas estrambólicas, tecnologias de ponta, caminhando rápido – quase sempre às cegas – enquanto grande parte da humanidade sucumbe de fome, sede ou de uma simples gripe, sem falar nas guerras que dizimam populações inteiras.

Usinas nucleares – assombrosa descoberta mundial, na época – agora, postas a prova, assombram e as consequências são de provocar gargalhadas em Lúcifer e sua banda de horror.

Velhos amigos me conduzem pela mão, me mostram o porto sempre que me perco nos mares do sistema político do país que simplesmente se eternizou na ilegalidade dentro das leis. Bufões que elegemos, transformaram a honra em fim de feira e hoje vivem dando gargalhadas vendo os cordeiros comendo o resto que sobrou dos seus banquetes. Pra mudar esse circo, transformá-lo num sistema que acolha as expectativas desse povo que dança miudinho há décadas – e já nem sabe mais rezar – vai demorar uns cinquenta anos, pelo menos. E quando choro pelo desaparecimento precoce da maioria dos jovens que não crêem mais na vida e são presos pelos mercadores do diabo, meus amigos me mostram uma clareira onde posso pousar meus sonhos de liberdade e lutar pelos que estão se perdendo.

Meus amigos, meus velhos amigos não vão morrer jamais. Vamos nos multiplicando no apagar das luzes e renascer como um sol, no meio da batalha por um mundo melhor, cegando os credores da pátria, esmagando a cabeça das serpentes, destruindo seus ovos para que não proliferem mais no seio da nossa pátria amada, crendo, ainda, que existem muitos outros, como nós, dando as mãos em volta da terra para protegê-la.

Sem gastar exatamente nada, adquiri um bilhete e fiz uma viagem incrível.

Viajei ao passado. Mais precisamente à época do Cine Roxy.

Sentei em uma das suas cadeiras de madeira nobre e, sem fechar os olhos, foi ao meu próprio filme que assisti.

Como da maioria das pessoas da nossa Araranguazinha, parte da minha vida foi artisticamente descortinada graças à influência do cinema. Posso dizer que a transição da infância para adolescência, até a juventude, foi direcionada, em muitos aspectos, dentro das quatro paredes daquele espaço escuro e misterioso. Em frente à tela (que para mim parecia enorme) deixava de ser eu, por pelo menos duas horas, para encarnar os personagens. Alguns deixaram marcas muito fortes em minha memória, como Marcelino Pão e Vinho. Lembra desse?... Hoje entendo que o filme espanhol tenha se misturado ao meu momento irreverente de criança, tanto quanto eu tenha me encontrado na figura do menino inventivo que criava artimanhas para se sair bem num ambiente povoado somente por adultos.

Em Emmanuelle fiz minha primeira expedição ao mundo do sexo. O que na época me deixou dubiamente embaraçada. Não sabia ao certo se deveria estar assistindo àquelas cenas, nem (o que era pior) o que a minha mãe acharia se soubesse que estava assistindo àquelas cenas. Como a saída sempre aparece fácil na mente inocente, lembro de tê-la encontrado rapidamente: “O Rola não deveria ter liberado este filme para a sessão das quatro, agora já tô aqui dentro.”

Em O Iluminado admiti que quem se equivocara com a censura havia sido eu mesma, e que aquele filme não era para mim. Em momento de extremo pavor levantei de supetão: “Vou-me embora daqui!”. A cadeira fofoqueira fez um escandaloso CLAPT, e o colega do lado me agarrou pelo braço: “Senta!!”.

A vergonha me fez voltar à minha posição anterior, encolhidíssima na cadeira!

Suportei o medo até o final, e pergunte-me hoje qual o melhor filme de suspense que já assisti... O Iluminado no Cine Roxy, sem sombra de dúvida.

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E a Lista de Schindler?! Tive a honra de assistir, na minha opinião, a melhor produção de Spielberg, nas cadeiras maciças e duras por mais de três horas (195 minutos, para ser exata), sem reclamar. O máximo que se fazia era mudar o bumbum de posição de vez em quando, ou esticar o corpo em todo comprimento de tempos em tempos, tomando o cuidado de não chutar os pés do vizinho da frente. É claro que tudo isto era amenizado com a super provisão de pipoca e bala Chita (ORIGINAL) adquirida já na entrada...

Depois disso, só me lembro do choque: VÃO FECHAR O CINEMA! E da minha tentativa inglória de, não só aceitar o fato, como de encontrar outra forma de sair de mim por algumas horas, semanalmente, sentindo emoções alheias e fictícias para entender as minhas.

Há quem apostou que o videocassete substituiria tranquilamente à falta do Roxy. E perdeu.

Nunca mais o cinema seria do jeito que um dia foi. Com seus cartazes atrativos expostos em chiques vitrines vintages; com roletas de boas vindas e urnas devoradoras de ingressos. Definitivamente, nenhum cinema será tão original sem as legítimas “macacas”.

Outro dia assisti ao Rio em 3-D e tenho que confessar que estes recursos tecnológicos nos levam a crer que fazemos parte do elenco. As poltronas estofadas e ergonômicas são confortabilíssimas. O som é perfeito... Enfim, os cinemas estão cada dia mais sofisticados e que isto é bom, é inegável!...

Mas a grande vantagem do nosso sobre todos outros cinemas do mundo só nós é que sabemos.

Os poucos habitantes de uma cidadezinha do interior, perdida no meio do mapa deste imenso Brasil, que desde a década de 30, através de parcos projetores, permitiu ao seu povo conhecer a arte de fazer rir, chorar e sonhar. E (para o caso de ter restado alguma dúvida) a grande diferença do Roxy é que em tempos de simplicidade, sorvíamos nele a cultura misturada ao doce da Chita. E este gosto cinema nenhum jamais vai nos dar.

Celestídio Emerim, com 79 anos de idade em 1986, conta o fato ao padre João Leonir Dall’Alba, que depois redigiu o texto para publicacão no livro “Histórias do Grande Araranguá”

NA VOLTA GRANDE (que hoje se chama Jacinto Machado), moravam duas grandes famílias. Lá ou era Pinto ou era Borges. E as duas famílias não se davam. Brigavam e se matavam de vez em quando. Mas houve uma morte que não foi dentro daquelas leis de sempre.

Foi assim. Muitos serranos, com grandes tropas, vinham pra Volta Grande comerciar com os negociantes e com os colonos, diretamente. Entre os fazendeiros donos de tropas, havia um tal de Zé Pereira. Vinha, vendia, comprava, trocava. Aí mandava de volta os peões e ficava dias e dias aqui, vivendo largado. E bebia e exigia, e desrespeitava famílias.

Um valentão que todos temiam.

Tinha o Reduzino Pitoco, um rapazinho, filho de caboclo pobre, aí das redondezas. Mas não devia ter muito medo, porque, bem no anoitecer, dá uma dor de bar-

Crônica inspirada na visita ao Museu Histórico de Araranguá em 22/06/2011

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O caso dum tal Zé Pereira, serrano valentão, morto pelo garoto Reduzino Pitoco numa briga de bar, em Volta Grande, uns cem anos atrás

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riga num dos irmãozinhos e a mãe manda ele até a venda, na Volta Grande, pra comprar um vidrinho de óleo de rícino e umas folhas de sena pra fazer um purgante. O menino foi. Montou a cavalo e foi.

A bem dizer, não tinha arma nenhuma, mas tinha uma faquinha bem afiada, mais pra cortar cipó pra arapuca do que pra defesa. Mas aquilo no bolso sempre dava uma coragenzinha a mais.

Chegou na venda. Estava chovendo. Além do bodegueiro, só havia um tal serrano encostado no balcão, bebendo umas cachaças, sozinho, porque os homens do lugar tinham medo dele.

O Reduzino Pitoco entrou.

“A VIDA ATRAVÉS DO VÍDEO”

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Léia Batista

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Comprou o rícino e a sena.

— Escuta aqui, rapaz, onde tá o teu pai?

— Não tenho pai, não, senhor!

— Ah, mas então toma uma caninha comigo...

— Não, senhor, eu não bebo...

— Tu bebe, se não te taco no zolho!

— Não, senhor, não!

— Taco porque taco, pra tu ficá hômi!

Quando ele levantou o copo de cachaça, o Reduzino atirou-se nele com a faquinha. Abriu aquele talho, da boca do estômago até embaixo. Caiu a buchada.

A polícia foi lá. Trouxeram o Reduzino Pitoco. Ele ficou uns 15 dias na casa do juiz. Depois, foi mandado pra casa.

Muitos anos depois, mudou-se e veio morar na Barranca. Um dia ele apareceu na minha serraria.

— Ô, seu Reduzino, apeia!

— Vem cá, tu me conhece?!

— Conheço desde criança, pois todos falavam do senhor, o menino que matou o mais valente dos serranos, o Zé Pereira...

— É, mas eu nem quero falar disso. Eu me arrepio todo! Eu era guri. Fiquei com medo dele. Ele teria me sovado, era o maior perigo do mundo. Um Lampião! z

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Reuniões 4as e 6as feiras, às 19h30 Igreja NS Navegantes - Arroio do Silva

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50 segredos das pessoas que nunca adoecem .1 Gene Stone teve a oportunidade de escrever sobre inúmeros tratamentos adotados com sucesso para curar doenças. Porém, continuava ficando de cama. “Também notei que havia populações em que as pessoas nunca ficavam doentes. Então me ocorreu que eu devesse perguntar a essas pessoas o que elas faziam”, disse Stone em entrevista à revista Viva Saúde. As respostas estão no livro Os segredos das pessoas que nunca ficam doentes, recém-lançado nos EUA. Em suas andanças, Stone percebeu que cinco povos eram os mais saudáveis: a Barbagia, na Itália; Okinawa, no Japão; a comunidade dos Adventistas do Sétimo Dia, na Califórnia; a Península de Nicoya, na Costa Rica; e a ilha grega de Ikaria.

Outro americano, Dan Buettner, escreveu sobre o tema em um livro que virou best-seller: Blue Zones: lições de pessoas que viveram muito para quem quer viver mais. Ambos os autores nos ajudaram a traduzir as experiências dessas pessoas. Confira 50 dicas eficazes, comentadas por 21 especialistas brasileiros.

1. Beber água mesmo sem ter sede - A água está para o corpo humano assim como o combustível para o carro. Isso porque, sem manter os nossos níveis hídricos sempre abastecidos, todo o organismo sofre. O líquido ajuda a aumentar a saciedade, evitando compulsões que podem levar ao sobrepeso e ao aparecimento de diversas doenças, ao mesmo tempo que mantém a saúde do sistema renal. “É o baixo consumo de água que resulta em urina concentrada e na maior precipitação de cristais, justamente o que leva à formação das pedras nos rins”, adverte a nutricionista Amanda Epifânio Pereira, do Centro Integrado de Terapia Nutricional. Sucos naturais, chás e água de coco também podem ser usados.

2. Ir ao dentista regularmente - A boca é como um espelho a refletir a saúde do organismo. Daí a importância de permitir que um profissional a examine a cada seis meses. “Muitas doenças sistêmicas, como diabetes, alterações hormonais e lesões cancerígenas podem ser

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3. Ingerir mais nozes - Bateu aquela fome de fim de tarde? Experimente comer duas unidades de nozes todos os dias. Esse é um dos segredos dos adventistas da Califórnia. Cerca de 25% deles comem nozes cinco vezes por semana. E diminuíram pela metade o risco de problemas cardíacos.

4. Temperar com alho - “Ele melhora a saúde do coração, diminui os níveis de colesterol, a pressão arterial e potencializa as nossas defesas”, afirma a nutricionista funcional Gabriela Soares Maia.

5. Comprar alimentos regionais - Se puder privilegiar alimentos produzidos na sua região, sua saúde sairá ganhando. Isso porque os produtos da safra, que não recebem uma grande quantidade de conservantes, em geral, são muito mais ricos em nutrientes. Agora, se você puder ir pessoalmente à feira ou à quitanda do bairro, tanto melhor.

6. Comer mais frutas - Aumentar o consumo de produtos de origem vegetal é uma das medidas mais significativas na prevenção de doenças crônicas. A prática foi observada em pelo menos quatro das cinco Blue Zones e é fácil entender o porquê.

“Frutas, legumes e verduras possuem uma quantidade de vitaminas antioxidantes, boas gorduras e fibras que supera em muito a dos alimentos industrializados”, diz Isis Tande da Silva, do Ganep Nutrição Humana.

7. Aprender a planejar - A tensão constante é extremamente prejudicial à saúde. “Ela afeta o funcionamento do sistema nervoso, hormonal e imunológico”, alerta o psicólogo Armando Ribeiro das Neves Neto, professor da USP. Uma boa maneira de

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detectadas numa consulta de rotina”, diz o periodontista Cesário Antonio Duarte, professor da Universidade de São Paulo (USP).

Além disso, o tratamento das cáries deixa o organismo protegido contra inúmeras doenças. “Cáries não tratadas podem se tornar a porta de entrada para micro-organismos, que poderão atingir órgãos nobres como coração, rins e pulmões”, alerta o especialista.

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Os primeiros movimentos

das folhas vieram como um prenúncio. Os galhos experimentavam suaves balanços pelos sopros que vinham no meio da noite. Ela sentiu o forte silêncio, que era mais absoluto nesta hora do que jamais fora antes, pela ausência de falas, miados e latidos, e sentiu também a estranha presença das estrelas, que pareciam ainda mais distantes com as nuvens baixas a formar uma coreografia iluminada pelas frestas por onde passava o clarão da lua.

A tensão aumentava pela incerteza e pelo que já anunciara na pequena reserva entre os assustados espécimes da flora, umas tenras, outras maduras, e ela, tão mais madura, que já assistira a tantos ventos, sentia que aquela poderia ser a sua noite de despedida.

Informações: Juizado da Infância e da Juventude -Tel. 3522-0204 - Ramal 45

EDIÇÃO: ROSSANA GRECHI

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controlar essas reações é não deixar todos os compromissos para a última hora.

“Acostume-se a anotar suas pendências em uma lista”, diz o especialista em produtividade pessoal Christian Barbosa.

8. Fracionar a dieta - Comer mais vezes ao dia e optar por porções menores é um jeito inteligente de manter o peso estável. “Os jejuns prolongados desencadeiam uma fome tão intensa que é fácil se exceder nas refeições”, explica a endocrinologista Ellen Simone Paiva, do Centro Integrado de Terapia Nutricional.

Quando dividimos a nossa alimentação diária em cinco ou seis refeições, também estamos dando uma forcinha ao processo de digestão e ao intestino, evitando sobrecargas.

entre os conviventes, vizinhos antigos, exemplares ornamentais juntados pelos caprichos urbanos, o que ouvira dizer aos quatro ventos é que um vento viria, e ele já rajava no grande oceano, atravessando apressado as milhas distantes. Que nesta viagem seguia absorto, inconsequente, a erguer impiedosamente as ondas, e nelas as embarcações dos desavisados. Disseram que vinha ligeiro, que brincava de dar volta em torno de si, numa perfeita trajetória, a contornar-se em um círculo devastador. Disseram-lhe mais: que surgira há dias, e que resultara de uma combinação de águas quentes em meio a imensidão do Atlântico, com viajantes nuvens frias vindas das geleiras ao sul, a buscar o Norte. Disto surgira uma forma estranha por aqui, de movimentos de brisas, antes tão quietas e comportadas, e agora revoltas e transgressoras, que se rebelavam libertas para o oeste. Mas oras, que descuido é este? Pergunta silenciosa. Resposta inexistente. Dela pra ela mesmo, numa reflexão profunda, queria saber se o acaso, o mesmo acaso que libertou e fez-se desprender o bloco de

10. Levantar peso - A ideia não é apenas ficar forte. “Um dos principais benefícios é o aumento da densidade óssea, auxiliando na prevenção da osteoporose e na reversão da sarcopenia (diminuição no número de sarcômero, a unidade do músculo esquelético). Isso evita a incapacidade funcional, muito comum em idades avançadas”, diz Ricardo Zanuto, fisiologista e professor de Educação Física das Faculdades Integradas de Santo André, por Rita Trevisan e Giovana Pessoa. (fonte: Viva Saúde; enviado por Maria Zilá; continua no próximo Jornaleco)

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De tantos nomes que lhe tentaram dar, a ventania, ou pé-de-vento, como diria o mais tranquilo habitante, nem queria saber, e vinha solto. Obstinado, isto sim, decidido, não perdoaria a forma de vida que não possuísse, de fato, a certeza de que desejasse viver. A estes, interessados em passar adiante, em sobreviver ao assustador momento, caberia dispor-se, pra começo de conversa, a um apego de fé, a um santo devotado, a uns tocos de vela, ao ramo bento guardado atrás da J.M. DE BONI

O que se dissera

9. Aproveitar o contato com a natureza Sinta o cheiro da grama molhada, escute os pássaros, sente-se na sombra de uma árvore... Pratique essa terapia sempre que possível, já que ela é altamente relaxante. “A vegetação transfere umidade ao ar e, portanto, o ambiente fica ionizado negativamente. Isso provoca uma reação química no organismo, gerando uma sensação de muita calma”, explica a arquiteta Pérola Felipetti Brocanelli, professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie. A psicóloga Solange Martins Ferreira, do Hospital Santa Catarina, garante que as atividades ao ar livre também contribuem para recuperação de pacientes: “Quando observam a natureza, eles tiram a atenção da doença”.

JORNALECO 376 15/07/2011

GRUPO ENERGIA Reuniões 2as f., 20h - Ao lado do H. Bom Pastor ○

Ela resistiu

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nuvens, protegeria as almas que em terra quase ignoravam tamanha conspiração das águas e ventos.

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TOURNIER Dr. Everton Hamilton Krás Tournier Graduado e especializado na Universidade Federal de Santa Catarina • Pós-graduado no Instituto Adolfo Lutz de São Paulo • Pós-graduado na Universidade do Sul Catarinense

E-mail: tournier@contato.net

Este texto foi publicado em 2004, na edição de 10 anos do Jornaleco, pouco depois de o furacão Catarina assolar o sul de Santa Catarina rezar... Num ato de devoção, o que quisesse viver deveria pedir aos céus que a pena fosse leve aos viventes deste chão. Que por mais pecadores que fossem, ainda assim, quem sabe, mereceriam a brandura do perdão... Que viesse uma calmaria logo, e que tudo o que diziam, por mais verdade que fosse, não fosse verdade não, que aquilo que todos pensavam, não fosse tudo aquilo não, que alguns diziam que era... Que viria um furacão.

No outro dia,

A papaguela, no jardim da cidade: ela não possui uma sinalização, mas duas hastes que lhe asseguram ficar de pé tornam fácil a sua localização. Está ao sudeste da praça, defronte à igreja

porta. E no mais, prender-se de alguma forma ao chão, e, no caso dela, pelas raízes, as mesmas que, encravadas na terra, a mantiveram de pé por tantos anos.

De alguma outra maneira que fosse, quem não quisesse alçar vôos, e deixar-se soprar pelas hostilidades do vento como uma pipa perdida, um balão sem rumo, um pássaro tonto, quem quisesse sobreviver, deveria abrigar-se e somente Farmácia de Manipulação QUALIDADE COM BONS PREÇOS MEDICAMENTOS, COSMÉTICOS E FITOTERÁPICOS

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pois outro dia nasceu, ela olhou pasma para todos os lados, conferiu as muletas que há anos lhe ajudam a manter seu tronco, que outrora prostrara-se pela idade centenária, e mal acreditou que estivesse em pé. Impossível descrever a cena. Retalhadas umas, mutiladas outras, e outras totalmente tombadas ao seu redor. Como num campo de batalha, onde corpos vitimados se espalham pelo chão, ela estava ali, firme, sem saber se sorria por estar viva, ou se chorava pela devastação.

Mas a mirtácea, com bem mais de cem anos, sobreviveu gloriosa à tempestade da madrugada do domingo de 28 de março de 2004.

Sortuda ela, uma sobrevivente já da exuberante floresta original devastada, que antes reinava em todo o vale. A papaguela, como é bem mais conhecida, continua ali na praça, e tem mais esta história para contar. n Dr. Elton Grechi de Oliveira

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