Jornaleco 378 15 ago 2011

EM FRENTE A DIMASA FONE

SALVADOR

VEÍCULO

Povo em frente à Igreja Matriz, durante festa do Divino em meados dos anos 1950. Prédio da Casa da Cultura, e o Hotel Parisi, bem no meio da futura extensão da av. Sete, e que fora a luxuosa casa do Coronel João Fernandes.

ano

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ARARANGUÁ v i s i t e : w w w. a r a r a n g u a . n e t

A Turma da Praça no Rio de Janeiro

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(siga em A História de Araranguá nova edição, 2005, nota à pág. 106)

ARARANGUÁ, 15 DE AGOSTO DE 2011 • ANO 18 • Nº 378

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JORNALECO

“A Igreja Luterana, com a comunidade reunida em Itoupaba, foi organizada por descendentes de alemães imigrantes, que, mais tarde, em parte, ajudaram a fundar a Igreja Anglicana. Esta, atualmente denominada Igreja Episcopal Anglicana do Brasil... [em Araranguá] desde meados dos anos 1950.”

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2005

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1995

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pág.3 Curto Maciel Pereira pág.5 RICARDO GRECHI

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Dezembro de 1974, tempos da boate Quitandinha, sinuca do Walmor, do Jerva em ascensão, da Getúlio como o coração da cidade. Cinco jovens araranguaenses partem de carona e mochila às costas ao Rio de Janeiro.

SALVADOR

Galeria Galeria

ntra Bar Ce

l

1956 / DESFILE NECO PEREIRA

DE SETE DE SETEMBRO NA GETÚLIO VARGAS Quando setembro se aproxima, os tambores dos ensaios para os desfiles das escolas começam a ecoar pela cidade. Somos evocados mais pela nostalgia da nossa vida estudantil que pelo patriotismo.

Era bonito ver a cadência da marcha.

Nos últimos anos o desfile tem sido uma caminhada, talvez para não suscitar o militarismo, mas perdeuse toda a graça coreográfica. (RG)

ARQ. GORDO

O “prego” (referência a locais com pregos para pendurar gaiolas de passarinho) era um ponto de reunião onde a turma se reunia. Acima o prego mais famoso, ao lado do Bar Central, nas portas da loja de caça e pesca de Norberto Kindermann e do Foto Pereira, onde se decidiu à viagem ao Rio.

Leia uma breve história da vida de Agobar Maciel Pereira, o Curto. Acompanhe-o garoto, nascido em Araranguá, que aos cinco anos foi morar com o padrinho, em Osório. Lá, aos 13 anos, teve seu primeiro emprego: entregador de mercadoria de um armazém. Carregava duas cestas nas costas para levar mercadoria nas casas, bem cedo da manhã, antes de ir à escola. Depois aprendeu a trabalhar na lavoura e tratar de cavalo. Até que, aos 21 anos, voltou à terra natal com uma tropinha de cavalos, para casar, ter filhos, ser oficial de Justiça, membro da UDN e médium cofundador do Centro Espírita Luz, Paz e Caridade.

e mais, nesta edição

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Sonho de verão (conto brevíssimo) AIMBERÊ ARAKEN MACHADO Saudade de tanta coisa...

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Já nas areias de Copacabana: Jorge Afonso, Murcilhão (Venilton) e Gordo (Marco Aurélio). O calção e as pernas que aparecem são do Mala.

Quando aprendi a falar com Deus LÉIA BATISTA

Solicite-nos através de jornalecocultural@yahoo.com.br o recebimento das edições do Jornaleco (igual no papel + as fotos coloridas) via e-mail

JORNALECO jPANFLETO CULTURAL

15/08/2011 • ANO 18 • Nº 378 ESTA EDIÇÃO: 8 PÁGINAS

Distribuição gratuita Periodicidade quinzenal Tiragem: 1.000 exemplares

H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H EDIÇÃO E PROJETO GRÁFICO Ricardo Grechi CONTATOS Rossana Grechi DISTRIBUIÇÃO Gibran Grechi , Nilsinho Nunes ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende IMPRESSÃO GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado OFICINA José Nei da Rosa, Valdo, Welington, David, Toninho Abel

© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866 - prot. 4315/RJ, de 17/07/1995)

UMA PUBLICAÇÃO

ORION EDITORA Calçadão Getúlio Vargas, 170 88900.000 Araranguá - SC - Brasil jornalecocultural@yahoo.com.br

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Aimberê Araken Machado

Ano XIV - No 259 - 04 de agosto de 1973 diretor WLADINIR LUZ redator ERNESTO GRECHI FILHO produção gráfica NEI Publicado nas oficinas da GRÁFICA ORION, de abril de 1960 a maio de 1975

O golpe do olho de vidro Gilberto Francisco Castro, que diz ser natural de Barro Vermelho, neste município, encontrou um golpe original para explorar o próximo. Há tempos perdeu a vista. E agora, à custa da mesma, vem abusando da caridade pública, sempre com a conversa de adquirir um olho de vidro. Acontece que o olho de vidro ele já comprou há muito. Usa-o constantemente no bolso. Habituado a tomar seus pileques, noutro dia, sua cachaça companheira o traiu. Tirava o “olho” da vista e colocava-o no bolso. Muitos observaram sua atitude. Depois do porre, voltou a mendigar auxílio para a compra do dito olho. A última vítima foi a Prefeitura Municipal que, segundo consta, contribuiu com 50 pratas. Um cidadão o desmascarou. Agora, todos ficam avisados. O Gilberto Francisco Castro não necessita mais de ajuda para a reposição de seu olho.

“Tópicos” O Chefe da Censura Federal no Rio Grande do Sul suspendeu por oito dias o funcionamento do Cine Sete, em Bagé. A medida foi provocada pelo fato de o filme Chantagem perversa, impróprio para menores de 18 anos, ter sido passado em sessão dupla com Pecos vem para matar, com censura até 14 anos.

No cartaz não constava a observação “impróprio até 18 anos”.

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Marcus decidiu, finalmente, o que fazer depois de formar-se. O diploma de ambientalista, diligentemente conquistado, podia ser usado agora como credencial.

Claro que ele sabia não ter como ganhar a vida apenas com a profissão escolhida – que não era das mais rendosas – mas isso poderia ser resolvido com uma ocupação suplementar (para pagar casa e comida).

A subsistência não seria assim tão difícil, pois tinha amigos em Floripa, e alguns desses poderiam ajudá-lo nos primeiros meses na Ilha da Magia.

Extremamente confiante, em sua turma da URGS ele era conhecido por ter temperamento forte, pela simpatia irradiante e, sobretudo, por ser saudável na mente e no corpo. Generoso e sensível, conquistara a afeição de alguns professores, e tinha um grupo de fiéis companheiros. Alguns destes já estavam morando em Garopaba, que fica apenas a 70 quilômetros ao sul de Floripa. Perto de Garopaba situa-se a Guarda do Embaú, uma das praias mais famosas do SURF catarinense. Poderia haver uma conjugação de fatores mais favorável para ele, que adorava surfar?

Vislumbrava, já, o paraíso, a vida que sempre pedira a Deus.

A partida de Porto Alegre foi festiva, com direito a churrasco e muito chope com a turma do peito. O fusca estava entupido com todas as suas tralhas, que se resumiam aos objetos de uso pessoal, sem esquecer a prancha, roupa de borracha e pés-de-pato.

Deu partida no carro. Um céu azul de domingo iluminava a Redenção, naquela tarde. Quando margeou o rio Guaíba, o sol reverberava na superfície, soltando faíscas luminosas. Ele olhou os navios atracados, e uma pontinha de tristeza tocou-lhe a alma. Ia deixar Porto Alegre, onde nascera e vivera 23 anos! Resolutamente, dobrou à direita e tomou o rumo franco do Norte, entrando, com gana e vontade, na free-way.

A 470 quilômetros dali, estava a cidade que ele escolhera para viver: Florianópolis! Mentalmente, num gesto de humildade e fé, pediu a Deus que o ajudasse.

Mais ou menos no meio da viagem, Marcus parou em Araranguá para fazer uma boquinha. Aprovei-

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taria, também, para colocar gasolina no fusca (mais um pouco e ficaria na estrada). Estacionou em frente ao restaurante Becker, pois a fome era intensa. Pediu um misto-quente e uma coca, devorando o sanduíche em poucas mordidas. Do outro lado do trevo, abasteceu o valente carrinho (que era antigo, mas muito bom de estrada).

Saciado, o rapaz retomou a BR101, atravessando a velha ponte. O seu pai, que nascera em Araranguá, havia contado a ele que a ponte fora inaugurada em primeiro de janeiro de 1957 (o “velho” até assistira a esse ato festivo, e lhe disse que alguns políticos demagogos haviam pronunciado discursos muito chatos...).

O bairro da Barranca, à direita do automóvel, sucedia-se em “flashes” rapidíssimos, como se fosse um mágico caleidoscópio: casas humildes, ruas de chão batido. Era a parte mais pobre da cidade, que as enchentes costumavam alagar sempre (os políticos prometiam, em todas as campanhas, que o problema das cheias seria saneado, mas isso já fazia algumas décadas...).

Araranguá ficou para trás, e a última coisa que Marcus avistou da cidade foi a torre da igreja sumindo detrás de um morro. Sem saber por que, sentiu um aperto no peito: uma espécie de “nostalgia pregressa”; esse sentimento era estranho, mas talvez ocorresse pelo fato de o seu pai haver nascido ali, e ele, afinal – sendo o único filho varão –, poderia estar assimilando, no sentido freudiano desse termo, um resquício de saudade de seu próprio progenitor. Afinal, no reino das conjeturas, não se pode descartar nenhuma hipótese, por mais bizarra que nos possa parecer!

Mas a viagem prosseguia. Alcançou Tubarão, onde preferiu passar direto, sem mais delongas. Só pretendia, mesmo, chegar a Floripa o mais rapidamente possível.

A velha passagem de Cabeçudas impressionou-o mais uma vez, pois sempre que a atravessava, a visão dos mares lagunenses faziam-no perder o fôlego. Meu Deus! Quão generoso fora o Criador, ao desenhar e erguer aquelas dunas alvas e os morros verdejantes, debruçando-se, suavemente, sobre o mar azul! Que lindo era aquilo! Um pintor teria, ali, paisagens ideais, presentes generosos da Mãe Natureza! Um sonho (no entanto, real e tangível, como uma prova do talento divino).

CONTINUA

Paz profunda

Havia um Rei que ofereceu um grande prêmio ao artista que fosse capaz de captar, em uma pintura, a paz profunda. Muitos artistas apresentaram suas telas.

O Rei observou e admirou todas as pinturas, mas houve apenas duas de que ele realmente gostou, e teve de escolher entre ambas.

A primeira era de um lago muito tranquilo. Este lago era um espelho perfeito onde se refletiam plácidas montanhas que o rodeavam. Sobre elas encontrava-se um paraíso muito azul com tênues nuvens brancas.

Todos os que olharam para esta pintura pensaram que ela refletia a paz profunda.

A segunda pintura também tinha montanhas. Mas estas eram escabrosas e estavam despidas de vegetação. Sobre elas havia um paraíso tempestuoso do qual se precipitava um forte aguaceiro com relâmpagos e trovões. Montanha abaixo parecia retumbar uma espumosa torrente de água. Tudo isto se revelava nada pacífico.

Mas, quando o Rei observou mais atentamente, reparou que atrás da cascata havia um arbusto crescendo de uma fenda na rocha.

Neste arbusto encontrava-se um ninho. Ali, em meio ao ruído da violenta turbulência da água, estava um passarinho, placidamente sentado no seu ninho... em profunda paz!

O Rei escolheu a segunda tela e explicou: “PAZ PROFUNDA não significa estar em um lugar sem ruídos, sem problemas, sem trabalho árduo para realizar ou livre das dores e das tentações da encarnação. PAZ PROFUNDA significa que, apesar de se estar em meio a tudo isso, permanecemos calmos e confiantes no SANTUÁRIO SAGRADO do NOSSO CORAÇÃO. Lá encontraremos a verdadeira PAZ PROFUNDA. Em SILENCIOSA MEDITAÇÃO. (paxprofundis.org) JORNALECO 378 15/08/2011

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HÁ ANOS

Sonho de verão (1)

CASA

Hoje se diz que fulano “foi no banheiro”. Quando eu era menino se dizia muito que fulano tinha ido “na patente”. Havia ainda muitas privadas tipo casinha, que também se chamava “patente”, e também se chamava patente o vaso sanitário nos banheiros, ou mesmo o próprio banheiro. Nos início dos anos 1970, uma grande campanha da prefeitura extinguiu as “patentes” do fundo das casas no Arroio do Silva. Hoje em dia, não existem mais aquelas casinhas, tudo é na base da fossa, e, pouco a pouco, do esgoto público.

Acabei de descobrir de onde veio a palavra “patente”. Há muito tempo, vasos sanitários eram importados da Inglaterra. Nas peças, vinham impresso o nome da fábrica: Twyfords, e, abaixo desse, “Patent number...”. Alguém pouco esclarecido leu e chamou a coisa de “patente”, e o nome pegou. Li isso no Praeputium, um panfleto tipo o JORNALECO, publicado em Curitiba, que meu amigo Antonio Valter me trouxe de lá. z

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Patent number...

Tudo o que sabemos do amor, é que o amor é tudo que existe.

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“Uma ostra que não foi ferida não produz pérolas.”

Pérolas são produtos da dor, resultados da entrada de uma substância estranha ou indesejável no interior da ostra, como um parasita ou grão de areia.

Na parte interna da concha é encontrada uma substância lustrosa chamada nácar. Quando um grão de areia a penetra, as células do nácar começam a trabalhar e cobrem o grão de areia com camadas e mais camadas, para proteger o corpo indefeso da ostra.

Como resultado, uma linda pérola vai se formando.

Uma ostra que não foi ferida, de modo algum produz pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada.

O mesmo pode acontecer conosco. Se você já se sentiu ferido pelas palavras rudes de alguém, se já foi acusado de ter dito coisas que não disse, se suas idéias já foram rejeitadas ou mal interpretadas, se você já sofreu o duro golpe do preconceito, se já recebeu o troco da indiferença, então PRODUZA UMA PÉROLA! Cubra suas mágoas com várias camadas de AMOR. Infelizmente, são poucas as pessoas que se interessam por esse tipo de movimento.

A maioria aprende apenas a cultivar ressentimentos, mágoas, deixando as feridas abertas e alimentando-as com vários tipos de sentimentos pequenos e, portanto, não permitindo que se cicatrizem.

Assim, na prática, o que vemos são muitas “ostras vazias”, não porque não tenham sido feridas, mas porque não souberam perdoar, compreender e transformar a dor em amor.

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É mais fácil ser amante do que marido, pois é mais fácil dizer coisas bonitas de vez em quando do que ser espirituoso sempre.

HONORÉ DE BALZAC

A ostra e a pérola

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SOLO DO EDITOR RICARDO GRECHI

PIADAS O PAI LEVOU O FILHO para passear no zoo. Ao passarem em frente à jaula do leão, eles veem uma placa que diz: “Cuidado, leão perigoso”.

Em frente à jaula do tigre, tem outra placa que diz: “Cuidado, tigre perigoso”.

Passeando um pouco mais, encontraram uma placa em frente à uma jaula vazia, que dizia: “Cuidado, tinta fresca”. Aí, o pai assustado, pega o filho pelo braço, sai correndo e gritando: - Socorro!!! O “tinta fresca” fugiu!!!

JESUS CHAMA OS SEUS discípulos e apóstolos para uma reunião de emergência, devido ao alto consumo de drogas na Terra.

Depois de muito pensar e discutir, chegaram à conclusão de que a melhor maneira de combater a situação era, primeiro, de provar a droga eles mesmos. Então, organizam uma comissão de apóstolos para buscar as drogas na Terra. A operação é feita. No dia seguinte começam a retornar os apóstolos. Jesus espera à porta do Céu, quando chega o primeiro servo: — Quem é?

— Sou eu, Paulo.

Jesus abre a porta.

— E o que trazes, Paulo?

— Trago pó da Colômbia.

— Muito bem, filho. Entre.

Então chega o segundo apóstolo: — Quem é?

— É o Pedro.

Jesus abre a porta.

— E o que trazes, Pedro?

— Trago maconha do Brasil.

— Muito bem, filho. Entre.

E foi assim até chegar o último apóstolo: — Quem é?

— É o Judas.

Jesus abre a porta.

— E o que trazes, Judas?

— Polícia Federal! Todo mundo na parede! Mão na cabeça, cabeludo! A casa caiu!

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Saudade de tanta coisa...

DROGARIA

Marista DISK ENTREGA

Há 20 anos servindo a cidade inverno e verão

Balneário Arroio do Silva

Matriz: 3526-1339 - Filial: 3526-1112

ENTREVISTA E FOTOS (NO JARDIM, NA TARDE DE 29 DE JULHO) DE RICARDO GRECHI, MAIS O TEXTO

Quando aprendi a falar com Deus Antes de qualquer coisa, preciso esclarecer que sempre achei que me comunicava com Ele. Desde pequenina, quando a única oração que sabia era a do Santo Anjo do Senhor. Creio que nesta época houvesse realmente um contato íntimo entre nós, afinal, criança é o exemplar mais próximo de Deus neste planeta.

Mas cresci. E da oração do anjo guardador passei direto para o Pai Nosso, como se além do alvará de gente grande tivesse passado para a categoria dos que podem conversar de igual para igual com o criador. Ledo engano.

Sem me dar conta do quanto, fui perdendo o contato com Ele (apesar de todos os pai nossos recitados), como quem perde um grande amigo de vista. A admiração permanece, a saudade continua, mas como o amigo foi para longe a relação vai esfriando até ser transformar numa lembrança boa.

Foi assim que aconteceu conosco. Ocupei-me tanto com os afazeres da vida que não encontrava tempo para visitá-lo efetivamente e, consequentemente, nem Ele a mim. A distância entre nós foi aumentando mesmo que o guardasse no coração.

Contudo, contrariando todas as teorias teológicas, não me reencontrei com Ele num momento de dor e de desespero.

Inexplicavelmente procurei-o quando estava tudo tranquilo, aliás, foi exatamente a calmaria excessiva que me desesperou. Precisava urgentemente de uma explicação sobre o papel que eu vinha desempenhando e, que a meu ver, era de mero figurante no mundo.

Chamei por Ele sem sequer imaginar em que distância se encontrava. Pus-me a falar-lhe como quem fala com as paredes e, neste surto de loucura, exigi que mudasse o meu roteiro. Não pedi para ser protagonista de nada, apenas para ter mais representatividade no palco da vida.

Cedo você descobre que Deus

Um araranguaense da gema AGOBAR MACIEL PEREIRA é muito mais conhecido como “Curto”. Nascido em Araranguá em 16 de outubro de 1922, aqui casou com Geni Maciel em 1944, tendo os filhos José, Maria Terezinha, Brasiliano (Caião), Dirceu e Valmir.

Viúvo de Geni há 17 anos, hoje Curto tem como companheira dona Enedir, que é sogra do Valmir.

Aos 89 anos, Agobar aposentou-se como oficial de Justiça. Politicamente, trabalhou pela UDN, mantendo-se fiel ao seu grupo de partidários em cada transição: para a Arena, depois PDS, até chegar ao atual PP. Mas Curto talvez seja mais conhecido e admirado por ser um dos fundadores do Centro Espírita Luz, Paz e Caridade em 1968.

não pode ser visto, nem ouvido; mas só mais tarde você aprende que ele fala sem palavras e existe na fé. Sem fazer um único ruído Ele deu todas as respostas às minhas dúvidas e mudou definitivamente a minha história.

A partir daquele dia a calmaria se fez tempestade em meu viver. Embasando todas as teorias evolutivas, para atender ao meu pedido e me transformar em alguém no mínimo mais interessante, Ele me enviou a uma estrada tortuosa na qual descobri sensações que jamais havia experimentado.

As dificuldades foram se apresentando a mim como incontáveis adversários a serem vencidos e (em incontáveis momentos) achei que não teria força suficiente para chegar até o final da batalha.

No entanto, nos momentos de maior dificuldade você percebe que, ao sintonizar o canal divino um combustível invisível o reabastecerá o tempo todo sem que precise pagar nada, apenas confiar piamente.

Confiei-me a Ele o tempo todo na nova caminhada. Em alguns trechos agarrei-o desesperadamente, tamanha a incerteza sobre aonde aquele caminho iria me levar, e o combustível nunca faltou.

Enfim, não posso acabar este relato, esta confissão ou este testemunho (denomine-o como quiser) dizendo que venci. Feliz ou infelizmente comunicar-se com Deus significa ouvi-lo dizer em seu silêncio que a luta só acaba quando chegado o fim da sua jornada, e eu sequer imagino a quantos quilômetros estou da bandeirada final.

Mas posso afirmar que depois que aprendi a falar com ele, não só a vida passou a fazer real sentido para mim como me tornei mais forte, confiante e, certamente, alguém muito mais interessante e feliz.

PANIFICADORA APOIO CULTURAL

Revendo fotos de tempos passados, de famílias reunidas numa mesa farta, comemorando uma data qualquer, alegres e felizes, pude sentir, hoje, o quanto nos desencontramos na vida.

O que é tudo isso que está acontecendo? Onde foram parar aquela prosa amiga no bar, nosso clube da esquina, onde passávamos em revista todo o movimento da cidade, sua gente, seus capitães de areia e de mar com suas folclóricas histórias de pesca, ventania e tempestade – muitas verdadeiras – e muito peixe pra servir a população, peixe de tudo quanto era jeito e tamanho. Não havia barcos pesqueiros raspando o tacho dos nossos litorais com barcos que exploram nossas águas e quase sempre deixam nas praias multidões de peixinhos que não puderam fugir da malha fina das famigeradas redes e, postos fora pelo seu tamanho, ali morrem.

E a praça, com seu coreto mágico onde a banda da cidade conclamava nossos pais – e muitos de nós mesmos – para alegrar a vida e desfrutar dos “dobrados”, modinhas em compasso ternário e canções de amor onde o romantismo fazia seu ninho e ali sonhávamos acordados.

E os trovadores, por onde andam? Improvisando a vida contando as peripécias rimadas e divertindo a assistência que apostava, aqui e ali, que fulano ia ganhar de sicrano porque era mais tarimbado, mais viajado.

E os carros de boi, porque foram silenciando suas cantigas onde o eixo e a roda maciça compunham e executavam uma cantiga amiga, antiga, do tempo dos nossos avós?

Lá da entrada cidade a gente ouvia aquele som, anunciando que os produtos da colônia estavam chegando: lenha de camboim pros fogões de ferro e pro forno arredondado feito de tijolos e barro, atrás de casa, que cosia faceiro o pão de milho que santificava a mesa da gente.

E as pessoas, minha gente, o que foi feito daquelas pessoas, de vergonha na cara, onde a honra era tudo, onde a fé em Deus e nos homens era inabalável e os sonhos afloravam e permaneciam nos corações? Ah, esse universo de outros tempos que campeia o pensamento e desabrocha essa saudade e a gente sente que não é mais como era. É difícil conviver com esse terrorismo onde o predador vai lapidando, poluindo, alterando, corrompendo e alterando o curso das águas, da terra, do ar e do homem.

Difícil aceitar que cada vez mais vamos sendo um povo aculturado até o espírito, falando de nada e com vergonha de ser romântico, de oferecer um ramalhete de flores a quem gosta. É muito triste ouvir e aceitar que os bandidos, corruptos, pedófilos e mais uma pá de meliantes já fazem parte do folclore brasileiro e jamais pagarão por seus crimes porque as leis são brandas e caminham a passo de tartaruga. Sinto falta do olhar solidário do ser humano, que me dê um bom dia – mesmo que não me conheça – como era antigamente; sinto saudade do sininho da matriz me alertando que era tempo de eu ir lá e acertar minhas contas com Deus. Sinto saudade de abrir os jornais e ler que o ser humano vem antes do dinheiro e não depois.

Agobar, mais conhecido como ‘Curto’

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Origens O pai de Curto, José Medeiros Pereira, era fazendeiro e tropeiro. Natural da cidade riograndense de Osório, por volta de 1912 veio para Araranguá com os pais e irmãos morar na Itopaba. Aqui, José conheceu Luíza Vieira Maciel, filha de Maria do Carmo e Antonio Vieira Maciel, donos de armazém na Praça Hercílio Luz. Casaram e tiveram os filhos Valdeviano, Antonio (Macaco Chico), Eulina, Jurema, Manoel, Agobar, Inácio e José.

Aos cinco anos de idade, Curto foi para Osório morar com o padrinho, Vicente Marques Camargo, também tropeiro. Depois foi para Passinhos, distrito de Osório, morar com a viúva Isabel. Lá o garoto começou a estudar (aprendeu a ler com as filhas da viúva) e trabalhar desde cedo. Primeiro foi entregador de armazém. Vida dura: acordava às seis da manhã para fazer entregas, até as oito, quando ia para a escola. Depois trabalhou na lavoura.

A volta para Araranguá Em 1944 ele juntou uma tropinha de cavalos que adquiriu com suas economias e veio para Araranguá. Ajudado por um irmão, Inácio, desceu de Osório até Tramandaí, e, pela beira mar, veio dar no Arroio do Silva. Então vendeu sua criação e tornouse freteiro. Transportava a farinha dos produtores, desde o Rodeio (ali na Rui Barbosa), onde atravessava o rio numa balsa, e levava até a estação de trem, na Barranca.

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Nesse meio tempo, já casado, indicado por Valdomiro Simões de Almeida, escrivão, foi nomeado pelo juiz como oficial de Justiça, profissão que exerceu pela vida afora, tendo sido renomeado diretamente pelo Governo do Estado em 1951.

Os partidos políticos Quando terminou a Segunda Guerra, surgiram os partidos políticos como hoje conhecemos. Conta Agobar que Afonso Ghizzo e Fúlvio Furtado lhe convidaram para ingressar nas fileiras da UDN. “É contra o Governo?”, indagou Curto. Como a resposta foi sim, ele aceitou a filiação ao partido, o qual nunca abandonou.

Espiritismo e mediunidade Curto tem muitos amigos. E não há amigo dele que não o considere um dos homens mais generosos em seu meio.

Depois da metade dos anos 1960, ele conheceu o Espiritismo. Começou com um problema “espiritual”. Toda dia, na hora do almoço, tinha sensações ruins que não o deixavam comer direito. Sua explicação é que estava sendo atormentado por “espíritos obsessores”. Então resolveu ir à Igreja Matriz comprar uma Bíblia. O atendente na paróquia informou que não havia Bíblia para vender. Curto saiu, desorientado. Foi quando, mais adiante, encontrou o Walter Quadros, conhecido poeta, filósofo popular e médium. Falou ao Walter do seu problema e que não conseguira a Bíblia. No dia seguinte, Walter apareceu em sua casa. “Como tu estás hoje?”, pergun-

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Lony Rosa

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tou. “Na fossa!”, respondeu Curto. Naquele momento, Quadros entrega uma Bíblia ao amigo. Curto passou a ler a Bíblia todos os dias, e conta que assim conseguiu “fechar-se” para os maus espíritos. Não mais obsediado, passou a almoçar em paz e até conseguiu engordar três quilos.

Na época, começou a frequentar reuniões espíritas na casa de Walter Quadros.

Ele lembra que Walter lhe havia dito: “Há os que precisam aprender, e há os que precisam recordar”. Curto era desses que só precisam recordar, pois era um médium que precisava apenas desenvolver.

A Casa Espírita Curto conta que, em uma das reuniões espíritas no Arroio do Silva, na casa de Walter Quadros, em comunicação com um espírito, ele confidenciou que sentia vontade de colocar a mão nas pessoas (dar passes), ao que o espírito respondeu: “Esta é a tua missão.”

Certo dia, ele sentiu uma “vontade doida de tomar um cafezinho” e foi até o bar do Manoel Barbosa. Esse encontro gerou uma força nova. Depois, em reuniões na casa do Mané, surgiu a ideia de fundar uma casa espírita em Araranguá. E daí, junto com Walter Quadros e quatorze outras pessoas, surgiria, em 16 de outubro de 1968, a Casa Espírita Luz, Paz e Caridade, à rua Jornalista Durval Matos, 603, bairro Cidade Alta, onde funciona até hoje. Foi o restabelecimento do Espiritismo em Araranguá com sede própria, ausente desde o tempo de Bernardino de Senna Campos. z

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50 segredos das pessoas que nunca adoecem .2 11. Ser um voluntário - Se você ainda não conseguiu um tempo para isso, é bem provável que não tenha encontrado a causa certa.

“Quando se apaixonar de verdade por um trabalho social, acabará colocando-o na lista de prioridades”, garante o especialista em produtividade pessoal Christian Barbosa. “Dedicar uma noite por semana já é um bom começo”, diz Dan Buettner.

12. Celebrar a vida - Não espere algo de extraordinário acontecer, mas acostume-se a comemorar as pequenas vitórias. Essa é a receita de longevidade dos italianos que vivem na Sardenha, uma das Blue Zones. Eles chamam a atenção pela disposição que têm para festejar tudo e todos.

13. Cultivar a sua fé - “A religião empresta sentido às buscas e conquistas do ser humano, dá uma nova dimensão às vitórias e também às perdas. Além disso, orienta e ajuda as pessoas a tomar decisões difíceis”, explica Jorge Claudio Ribeiro, professor de Teologia da PUC-SP. 14. Trocar o café pelo chá-verde - Ainda que você precise do café para acordar, faça a substituição. Afinal, o chá-verde também contém cafeína, que funciona como estimulante. O bom é que ele oferece outros extras. “Diversos estudos mostram que a bebida atua na prevenção e no tratamento de doenças como Alzheimer e Parkinson”, afirma a nutricionista Andréia Naves.

15. Pegar leve com as carnes vermelhas Embora sejam importantes fontes de ferro, são alimentos de difícil digestão e, portanto, retardam o funcionamento intestinal. Se você é do tipo que não pode viver sem um bifinho, contente-se com um filé médio por dia.

16. Praticar mais atividade aeróbica - Pode ser uma caminhada ou uma corrida. Esse tipo de exercício tem impacto direto sobre os fatores de risco associados à hipertensão, ao diabetes e à obesidade. “A prática regular melhora a força e a flexibilidade, fortalece ossos e articulações, facilita a perda de peso e diminui o colesterol”, diz Zanuto.

17. Encontrar a sua tribo - Se você gosta de

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18. Ser agradável - Facilita a convivência social e cria vínculos com pessoas que poderão apoiálo quando necessário. Mas como tornar-se uma pessoa agradável? O autor Dan Buettner é quem responde: “Para isso, é preciso ser interessado e não apenas interessante. Pessoas simpáticas perguntam a você como está em vez de falarem apenas de si mesmas.

19. Definir seus objetivos - É o que os moradores de Okinawa chamam de ikigai e os habitantes de Nicoya nomeiam de plano de vida. Seja como for, o fato é que eles têm muito bem definidas as suas razões de viver e investem nesses propósitos.

20. Conhecer melhor a meditação - Ela une exercícios para o equilíbrio. A prática tem ainda um efeito importante na redução do estresse.

21. Guardar o despertador na gaveta - Dormir bem significa dar ao corpo a chance de se recompor totalmente. “Se você se deita, dorme logo e acorda bem disposto, pode dizer que tem um sono de qualidade”, ensina o neurofisiologista Flavio Alóe, do Centro de Estudos do Sono do Hospital das Clínicas (SP). Quem não tem, corre um risco muito maior de adoecer.

“Aqueles que dormem pouco podem ter um aumento do colesterol e dos triglicérides”, diz Alóe.

22. Apostar nos integrais - Não basta comer pão integral. Com um pouco de criatividade, é possível incluir a farinha e aveia integrais na preparação de inúmeros pratos. Quer um bom motivo para fazer isso? Pois saiba que os alimentos não processados oferecem um aporte muito maior de nutrientes. “No processo de refinamento, o germe dos grãos são retirados, restando praticamente o amido”, explica a nutricionista Patrícia Morais de Oliveira, do Ganep.

23. Pensar na sua vocação - Fazer o que gosta é uma forma eficiente de afastar o estresse.

Além disso, é interessante que o seu tipo de trabalho seja capaz de fazê-lo sentir-se realizado. Por último, saiba que aquele que se empe-

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esportes, certamente irá sentir-se bem com amigos que também gostam. Portanto, faça um esforço para encontrar pessoas com quem possa compartilhar e trocar ideias. “Uma das atitudes mais impor tantes para garantir a longevidade é cercar-se de pessoas que vão lhe dar suporte e que conectam ou reconectam você com o sentido maior que você dá à sua vida”, diz Dan Buettner.

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Em uma conversa no “prego”, situado ao lado do Bar Central, na frente do casarão onde ficavam a Caça e Pesca e o Foto Pereira, resolvemos realizar um sonho: conhecer o Rio de Janeiro, e ainda mais viajando de carona. Era dezembro de 1974, quando Murcilhão, Jorge Afonso, Mala, Sucrilhão e eu pegamos a estrada. Já que não podiam sair os cinco juntos, decidimos dividir o grupo, e combinamos de nos encontrar em Copacabana, entre os dois maiores edifícios lá existentes.

No amanhecer do dia 26 de dezembro, já com tudo pronto, eu e o Murcilhão, companheiros de muitas aventuras, somente com as mochilas nas costas, começamos a jornada, já conseguindo uma carona aqui do Jardim até o Posto Irmão da Estrada. Lá sempre havia caminhoneiros viajando para o norte. Só que não conseguimos nada. Depois de esperar duas horas, decidimos ir para a BR pedir carona no dedo.

Não levou dez minutos e surgiu o primeiro carro. Era um Corcel branco, meio acabadinho, mas o cara era muito legal. Próximo ao trevo sul, passou um amigo dele de carro e ele fez sinal com a mão, arrumando uma carona para nós até o outro trevo. Dali, não demorou muito, tomamos nova carona, até a entrada de Blumenau.

Mesmo com o tráfego intenso, estava difícil conseguir uma nova carona. Caía a tarde. De repente, um Opala branco de duas portas, rebaixado, todo arretado, com placa de Curitiba, parou e nós embarcamos.

Lembro que, na subida da serra, o carro em alta velocidade, senti um certo medo.

Depois senti firmeza no piloto, que passava segurança. Mas no meio do percurso, em uma curva, fomos surpreendidos e ultrapassados por um SP2, que vinha rasgando o asfalto. Sentindo-se humilhado, o nosso piloto endoidou. E o pega estava feito. Entre subidas e curvas o Opala foi colado na traseira do SP2, até a entrada de Curitiba, sem conseguir ultrapassá-lo. Ele nos deixou na Murici, rua que passa no meio do calçadão, bem no centro da cidade.

Era dia ainda, quando pegamos um ônibus até o bairro Pilarzinho para visitar o nosso amigo Marquinho Rocha. Trabalhando de balconista na padaria do pai, ele nos serviu um reforçado café. Àquela noite dormimos em uma garagem aberta ao lado da padaria. Fizemos nossas camas no chão. Muito cansados, nem sentimos a dureza do piso servindo de colchão.

No dia seguinte, bem cedo, fomos acordados pelo seu Marcos Rocha, que veio abrir a padaria. Depois, ele nos levou até a

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nha em uma carreira para a qual há um sentido profundo, além da manutenção da renda, se sente mais motivado a investir na atualização dos conhecimentos. E estudar, como já vimos, é um santo remédio para o cérebro.

24. Doar seus pratos grandes - A população de Okinawa descobriu um jeito de comer 30% menos: eles utilizam pratos de apenas 23 cm de diâmetro. “Há experiências promissoras sendo realizadas por meio da restrição calórica orientada, que já se mostrou capaz de aumentar o tempo de vida de animais de laboratório em 60%”, afirma Ellen Paiva.

25. Ter atitudes positivas - “As emoções fazem parte daquilo que somos e, portanto, são capazes de provocar reações físicas muito claras. As positivas curam e determinam uma maior e melhor qualidade de vida”, diz Armando Ribeiro das Neves Neto.

26. Emagrecer a despensa - Na hora da compra, elimine os alimentos que possuem qualquer quantidade de gordura trans e evite os que contêm gorduras saturadas. E por um motivo simples: as chamadas gorduras ruins têm relação com o aumento dos níveis de colesterol LDL e triglicérides, fazendo crescer o risco de infarto e de acidente vascular cerebral. “Além dos industrializados, convém tomar cuidado com os alimentos de origem animal, como carnes gordas”, aler ta a nutricionista Andréia Naves, da VP Consultoria Nutricional.

27. Saber como usar a soja - Em Okinawa, no Japão, o consumo de produtos da soja é o maior de todo o mundo. O resultado? Dos cerca de 1 milhão de habitantes locais, mais de 900 pessoas já passaram dos 100 anos.

“O consumo frequente reduz os riscos de doenças cardiovasculares”, afirma a nutricionista Renata C. C. Gonçalves, do Ganep.

28. Estudar sempre - Manter as atividades intelectuais é uma maneira de garantir anos extras de vida e muito mais saúde, principalmente nas idades avançadas. “Exercitar o cérebro vai deixá-lo mais protegido contra doenças. Na prática, isso significa um risco menor de limitações físicas, mesmo se algo der errado porque, nesse caso, a recuperação será muito melhor”, explica o neurologista André Gustavo Lima, do Hospital Barra D’or. (fonte: Viva Saúde; enviado por Maria Zilá; continua no próximo Jornaleco)

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BR-101 para prosseguirmos a viagem. O sol já aquecia levemente, quando parou um Fusca de cor branca, com placa de São Paulo. O cara era gente boa, tanto que na subida da serra, entre Curitiba e São Paulo, ao pararmos para tomar café, ele pagou a conta, dando prova da sua bondade.

Seguimos viagem. Dentro de algumas horas estávamos na Capital da Economia do país, mais precisamente na rua Augusta.

Confesso que fiquei meio atordoado, pois nunca tinha visto tanto movimento e barulho na minha vida. Saímos rapidamente dali, indo para um local menos agitado. Tivemos sorte: naquele mundaréu de carro indo e vindo não é que nos parou uma Caravan?

Poderia dar até num sequestro, foi arriscado, mas deu certo, e nós chegamos em São Bernardo.

Andamos até o posto de gasolina mais próximo, fizemos um lanche e depois fomos achar um lugar para dormir, pois já era noite. Ficamos observando uma pequena gruta, mas não deu coragem. Além de ser escura e úmida, já havia moradores, pois de vez em quando saíam e entravam alguns morcegos. Sem outra saída, tivemos que botar a mão no bolso para pagar um quarto.

Foi muito bom. Depois de um banho com uma ducha bem quente para relaxar, caímos na cama como uma pedra.

Na manhã seguinte, com mais da metade do trecho percorrido, bem dispostos depois do belo descanso, sentimos aflorar a graça da liberdade na alma. Daí tudo ficou mais fácil. Com toda aquela energia positiva, fomos atendidos em nosso pedido de carona por um Fusca azul marinho, muito bonito, com placa do Rio. O camarada era um tenente da brigada militar retornando para o Rio, depois de alguns dias de férias em Floripa. Fomos deixados no aterro do Flamengo, o que para mim foi uma honra.

Logo pegamos um ônibus para Copacabana onde encontraríamos nossos amigos.

A emoção tomou conta de mim, o coração batia forte quando descemos em Copacabana. Eu estava deslumbrado diante de tanta beleza. Foi difícil acreditar que estava ali, pisando no calçadão, junto à uma imensidão de turistas. Então avistamos os dois maiores edifícios e fomos para o abraço e a alegria ao encontrar os amigos que estavam exatamente no lugar combinado.

Fizemos de Copacabana nossa casa: o calçadão era nossa sala e banheiro, e a praia servia de quarto, tendo de colchão as areias que permaneciam quentinhas devido ao forte calor que fazia durante o dia.

Na manhã seguinte, véspera de final de ano, fomos acordados por um belíssimo nascer do sol, e a praia sendo invadida por

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turistas de toda parte do mundo. À tarde, teve uma pelada com famosos jogadores, vestidos de roupa de mulher. Lá estavam Zico, Júnior, Roberto Dinamite e outros.

Na passagem do ano fomos agraciados pelo espetáculo pirotécnico dos fogos. Nem percebemos que era noite, de tanta iluminação.

Mais tarde, quando eu e o Sucrilhão passeávamos no calçadão, ouvimos uma voz alta dizer do meio da multidão: “Não é possível!

Esse mundo é pequeno mesmo!” Era o Edu Leite, tio do Sucrilhão, que também estava passeando na Cidade Maravilhosa.

Na visita ao Cristo Redentor, no morro, antes de pegar o bondinho, fomos tentar uma carona para subir. Nisso, para um Chevete com quatro homens. Abrem a porta dizendo que só havia vaga para um. Mala, como bom driblador, entrou, e nós outros acabamos indo de bondinho. Depois do magnífico passeio, retornamos para nossa “casa” em Copacabana. Ficamos preocupados com o nosso amigo, que não apareceu àquela noite nem nos dois dias seguintes. Já quase dávamos o caso como perdido, quando, na manhã do quarto dia, por volta das 10 horas, desponta o Mala no calçadão, a passos largos, todo sorridente, com camisa, bermudão e chinelos, tudo novo. Disse que ficou em um teatro junto com atores e cantores da Globo.

E assim foi durante dez dias. Então decidimos regressar, começando pelo Posto do Relógio, pois ali era um ponto de muitos caminhoneiros de Araranguá. Conseguimos carona com um camarada de Araranguá, só que era para a manhã seguinte. Àquela noite dormimos embaixo do caminhão. O sol nem tinha saído quando partimos: eu e Murcilhão fomos num caminhão, e o Mala, Jorge Afonso e Sucrilhão foram em outro, cujo motorista era o nosso amigo Martinello.

Passamos a noite em São Paulo. Ao seguir viagem, descendo a serra de Curitiba, começou um drama. Notei que o motorista, de vez em quando, invadia a pista na contramão. O Murcilhão dormia ao lado. Fiquei vigiando.

Preocupado, dei um toque no ombro do motorista para alertá-lo e ele ficou furioso comigo. Não demorou muito, e começou de novo. E agora, José, o que fazer? Ele naquele vai e vem, dormindo e acordando. Até que em cima da ponte de Tijucas, o motorista estava debruçado sobre o volante. Por puro reflexo, agarrei o volante e coloquei o carro de volta à pista. Foi um grande susto, e só assim o motorista admitiu que não tinha condições de seguir viagem e parou no primeiro posto para dormir. Após descansarmos por duas horas, o motorista, mais calmo, me agradeceu. Tomamos um café e seguimos viagem até Floripa. Então pegamos uma sequência de pingadas: Laguna, Imbituba e Maracajá, onde, fechando com chave de ouro, Nereu Bertoncini nos trouxe, em seu Corcel branco, até a minha gloriosa residência. z

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