Jornaleco 385 01 dez 2011

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de evitar aborrecimentos com as outras pessoas é não se envolver em seus problemas existenciais. Se alguém buscar apoio em seu ombro para se consolar, dê lá uma atençãozinha básica e diga coisas como: “é preciso ser forte”, “amanhã é um novo dia”, e se afaste. Depois, se reclamarem de você, concorde que isso é justo, e siga em frente com a sua vida. E se nessas voltas que a vida dá você vier a precisar de ajuda, não se desespere, sempre poderá encontrar uma boa alma que o acate como aquele pai ao filho pródigo. Mas se você é dessas pessoas com senso de solidariedade e responsabilidade, então é preciso se preparar para abraçar os problemas do mundo, ou, pelo menos, os problemas dos amigos, conhecidos seus e de gente próxima. Primeiro: Jamais espere ser recompensado por ajudar alguém. Quem recebe algo em troca são os profissionais, os negociantes, e aqui estamos falando em humanitarismo, benevolência etc. Então, não fique na expectativa de ganhar um par de meias ou um canivete suíço no fim do ano, muito menos o prêmio Nobel da Paz, nem mesmo um simples “muito obrigado”. Segundo: Jamais se fie em que você será retribuído por aqueles a quem tenha ajudado. Não fique esperando reconhecimento e reciprocidade, que isso só vai lhe render, na maioria das vezes, desapontamento. Nem fique cobrando ajuda dos amigos. Quantas vezes os anjos têm nos socorrido na pele de estranhos? Terceiro: Para ajudar alguém, avalie antes se realmente poderá fazê-lo, ou seja, considere a possibilidade de você atrapalhar mais do que ajudar. Dependendo do caso, só boa vontade não basta, é preciso dispor de alguns recursos, conhecer certos procedimentos, meditar sobre o problema, agir com discernimento. Quarto: Para ajudar as pessoas, não basta ser bom, é preciso estar bem. Esta é a regra que resume tudo. Se você está bem, nada será mais gratificante do que a oportunidade aproveitada de ser útil às pessoas. É a conta entre Deus e você. E tenha sempre em mente que em todas as nossas relações interpessoais, o eixo, como ponto de equilíbrio e fonte de harmonia, é Deus, e Deus é o amor conosco. Só assim poderemos nos envolver com os problemas dos outros sem depois nos aborrecer com exigências egoístas ou nos indignar com a ingratidão. z

Léia Batista

I Y alguém que não conheço Aguardava ser atendida em uma loja de fotografias quando a garota ao meu lado estendeu sobre o balcão uma camiseta estampada com a frase “I Y Justin Bieber”. A adolescente tinha vindo reclamar do layout de seu amor anunciado pelo ídolo canadense, que não ficara à altura de seu sentimento. Do lado, a mãe muda (mas de ouvidos atentos) assistia a atitude firme da filha e, certamente, pensava (assim como eu) o quanto a paixão pode transformar, de uma hora para outra, um adolescente em um protótipo adulto defensor de seus direitos “coracionais”. Contudo, meu pensamento voou (tenho certeza) mais alto e mais distante do que o daquela mãe, e foi pousar bem na minha adolescência, quando também me apaixonei por um ídolo. Diferentemente da fã apaixonada pelo cantor de sua idade, me apaixonei por um cara mais velho que não cantava, mas batia um bolão. Para dizer hoje o que me fascinou em Edinho (o jogador do Fluminense e da Seleção Brasileira) naquela época, preciso reativar o meu sensor de atração de adolescente. Então, saiba que Edinho tinha uma cabeleira de fazer enlouquecer qualquer menina; olhos puxados de fazer qualquer garota tremer; boca carnuda de fazer uma guria sonhar acordada e chorar sem sentir dor (já vou explicar esta parte); pernas firmes e roliças; etc. etc. etc. Ai, ai... Edinho era tudo para mim! Mesmo que eu nunca o tivesse visto de fato, nem falado tête-à-tête, sequer o tocado. Tanto, que chorei por ele. Naquela ocasião, eu e mais duas amigas formávamos um trio inseparável, praticamente trigêmeas siamesas. Nossas personalidades eram tão parecidas, que nos apaixonávamos pelo mesmo cara sem que isto provocasse uma quebra irreparável da nossa amizade, pelo contrário, creio que disputar as mesmas paixões era mais um testemunho de nossa homogeneidade, uma vez que somos amigas até hoje. No caso do meu idolatrado Edinho, tive que dividi-lo com apenas uma delas, pois a outra se apaixonara por Reinaldo, também jogador da seleção. Mesmo assim, era prudente saber qual das duas era a real merecedora do amor do cobiçado jogador. E como saber, uma vez que o coração não dá atestado de intensidade sentimental? Ora, como? Até aparece que você nunca foi adolescente! Chorando, uééé!! No quarto, trancafiadas a quatorze chaves para que nenhuma mãe enxerida atrapalhasse a prova decisiva, eu e minha amiga concorrente nos concentramos para o campeonato de lágrimas, enquanto a felizarda das três, que não dividia o craque Reinaldo com ninguém, fazia o papel de juíza. Um, dois, três... Cadê as lágrimas?! Nenhuma

Fone/Fax: 3524-5916

A BOA IMPRESSÃO É A QUE FICA

Av. XV de Novembro, 1807 - Centro

gota sequer apontava a carinha no meu canal lacrimal, e eu estava prestes a perder Edinho para a amiga que já estava com olhos inundados. “Um minuto de intervalo, meninas! Preciso ir ao banheiro.” Minutos depois volto para a prova cheirando a mentol, cânfora, óleo de eucalipto e com os olhos ardendo de tanto chorar. “Não vale! Usaste Vick Vaporub!!!” Prova anulada! Resolvemos seguir assim, amando as duas o mesmo cara durante toda Copa do Mundo. De volta a cena da loja de fotografias confesso que, no primeiro momento em que vi a menina apontando a falha no desenho da camiseta, pensei: “Como o amor pode ser tão tolo às vezes, e a gente tão infantil ao ponto de senti-lo?” Se apaixonar por quem nunca se viu, ou se viu foi só pela TV ou Webcam. Quem nunca se falou, ou se falou foi só por celular ou pelo áudio do computador. Quem nunca se tocou, ou se tocou foi só na fotografia ou na imagem da tela. Como alguém pode sonhar com alguém que, apesar de ser de carne osso, nunca se materializou em sua frente? Nunca transpirou, nem perfumou o ambiente. Nunca teve uma crise de riso, de choro, de tosse, ao seu lado. Nunca agarrou sua mão com toda força, nem trançou os dedos nos seus sobre o braço da poltrona do cinema, jamais lhe afagou os cabelos. Nunca apontou para que você visse uma figura engraçada, uma paisagem bonita, um pôr do sol deslumbrante. Como é possível amar alguém que não sabe qual a sua música preferida; o livro que acabou de ler; o nome do seu cachorro; o seu apelido; que você existe, adora poesia e escreveu um caderno inteiro sobre o amor de vocês dois. Como é possível amar o Pop Star que já namora a Selena Gomez? Pelo mesmo motivo que amei a figurinha do álbum da Copa do Mundo: “Amar alguém é muito melhor do que não amar ninguém.” A resposta me veio num segundo momento, quando tive um surto de sensibilidade pela causa da menina que amava Justin. Onde já se viu, vestir uma declaração de amor onde o coração ficou rosa e não vermelho! “Pode ir tratando de estampar outra camiseta, moço!!!”

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JORNALECO ARARANGUÁ, 10 DE DEZEMBRO DE 2011 • ANO 18 • Nº 385

APOIO CULTURAL

Uma forma

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Em 1848, a Câmara Municipal da Cidade de Laguna nomeou cinco moradores daqui para escolher o local a se fixar a sede da então criada Freguesia de Nossa Senhora Mãe dos Homens. Escolheram, entre as localidades, Campinas, lugar onde se desenvolveria o centro do futuro município de Araranguá. (siga em ‘A História de Araranguá/nova edição’, pág. 100)

ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL DE

ARARANGUÁ v i s i t e : w w w. a r a r a n g u a . n e t

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HÁ ANOS

Ano Xiv - 8 de dezembro de 1973 - n0 268 diretor WLADINIR LUZ redator ERNESTO GRECHI FILHO oficina NEI DA ROSA Publicado nas oficinas da GRÁFICA ORION, de abril de 1960 a maio de 1975

O primeiro Grupo de A.A. em Araranguá

Os Alcoólicos Anônimos Foi instalada nesta cidade, na noite de sábado passado, a Associação dos Alcoólatras Anônimos [Alcoólicos Anônimos], cuja reunião foi realizada no salão do Fronteira Clube, com a presença de muitos convidados e elementos interessados na causa. A comitiva da sociedade [Grupo] Tranquilidade, da Capital, se fez presente pela sua diretoria [servidores]. A idéia de se instalar nesta cidade uma sociedade de tal quilate teve ótima receptividade, pois essa benemérita associação, composta de alcoólatras anônimos tem prestado relevante serviço humanitário em todo o mundo. No domingo pela manhã, já em sua sede à av. Getúlio Vargas, esquina XV de Novembro [esq. leste, no segundo andar do prédio onde antigamente funcionara o Fórum, sala 4], realizava-se a primeira reunião fechada, tendo a ela comparecido os candidatos a sócios [membros], que foram admitidos através de seus padrinhos [“Para ser membro de A.A., o único requisito é o desejo de parar de beber.”]. A reunião foi magnífica em todos os seus aspectos. Os visitantes, pessoas de alta responsabilidade, alcoólatras em recuperação, pelos seus depoimentos, mostraram o valor inestimável da sociedade. Baseado em princípios [conhecidos através dos “Doze Passos”, “Doze Tradições” e “Doze Conceitos”], a sociedade, que se revela também pela simples sigla A.A., se independe

ARQUIVO JORNALECO

Pequeno ensaio sobre a solidariedade

http://nasala-deespera.blogspot.com

APOIO CULTURAL

SOLO DO EDITOR RICARDO GRECHI

A primeira reunião de Alcoólicos Anônimos em Araranguá foi no antigo salão do Grêmio Fronteira, em 10 de dezembro de 1973, contando com a participação de bom público e pessoas interessadas em ingressar na irmandade. Membros de quatro grupos de A.A. de Florianópolis vieram “apadrinhar” o Grupo Libertação, que se formava em Araranguá

completamente de religiões, política e raças. O indivíduo pode ser até ateu. Mas como ficou comprovado, à medida que o doente vai se recuperando, a fé num Ser [Poder] Superior lhe toma a alma. Antes da reunião e no seu fechamento, os presentes recitam uma belíssima oração [a “Oração da Serenidade”: Concedei-nos, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não podemos modificar, coragem para modificar aquelas que podemos, e sabedoria para distinguir umas das outras]. O A.A. não obriga a quem quer que seja cumprir suas responsabilidades, ensinando-lhe porém o caminho da recuperação. Às quintas-feiras são efetuadas reuniões fechadas destinadas aos alcoólatras. Aos domingos, são realizadas a portas abertas, podendo dela tomar parte familiares dos doentes e visitantes em geral. N.J.: Consta no livro de atas do “Grupo Libertação”, então fundado em Araranguá no dia 10 de dezembro de 1973, na Ata n0 1, que “A reunião de inauguração foi realizada no Fronteira Clube com a presença de razoável público composto de senhores e senhoras, jovens componentes da sociedade araranguaense, bem como de diversos companheiros procedentes dos grupos Harmonia, Tranquilidade, Humanitário e Florianópolis, todos da Capital do Estado. A reunião foi coordenada pelo companheiro Políbio”. Mas o grupo teve vida curta: a data de sua última reunião registrada em ata é de 17 de fevereiro de 1974. Foi preciso esperar dez anos para se ver fundar um segundo grupo de A.A. em nosso município: em 22 de agosto de 1984, nascia o Grupo Novo Dia, que funciona até os dias de hoje, atualmente realizando suas reuniões no bairro Cidade Alta, em sala alugada próximo à Igreja Sagrada Família. (RG)

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JORNALECO jPANFLETO CULTURAL

10/12/2011 • ANO 18 • Nº 385 ESTA EDIÇÃO: 4 PÁGINAS

Distribuição gratuita Periodicidade quinzenal Tiragem: 1.000 exemplares

H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H

UMA PUBLICAÇÃO

EDIÇÃO E DIAGRAMAÇÃO Ricardo Grechi CONTATOS Rossana Grechi DISTRIBUIÇÃO Gibran Grechi, Nilsinho Nunes ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado FOTOLITO DIGITAL David PAPEL Toninho IMPRESSÃO Welington, Nei da Rosa, Valdo

ORION EDITORA

© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866 - prot. 4315/RJ, de 17/07/1995)

Calçadão Getúlio Vargas, 170 88900.000 Araranguá - SC - Brasil jornalecocultural@yahoo.com.br

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