Jornaleco 386 15 dez 2011

VEÍCULO

ano

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2008 2008 2008 2008 2006 2005 2009 2005 2008 2009 1999 2000 2006 2002 2005 2007 2002 1964 2010 2004 2008 2002 2008 1999 1995 2008 2011 1996 1993 2000 2011

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DIREÇÃO AQ/DT/CD

JORNALECO

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No centro, Os Serranos (em início de carreira), de passagem pelo Arroio. Final dos anos 1960.

FONE

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Feliz 2012!

ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL DE

ARARANGUÁ v i s i t e : w w w. a r a r a n g u a . n e t

ARARANGUÁ, 15 DE DEZEMBRO DE 2011 • ANO 18 • Nº 386

Poema de Natal

NEDA NEDA GOMES GOMES GRECHI GRECHI 1934/2011 1934/2011

VINICIUS DE MORAES

Para isso fomos feitos: Para lembrar e ser lembrados, Para chorar e fazer chorar, Para enterrar os nossos mortos – Por isso temos braços longos para os adeuses, Mãos para colher o que foi dado, Dedos para cavar a terra.

Assim será nossa vida: Uma tarde sempre a esquecer, Uma estrela a se apagar na treva, Um caminho entre dois túmulos – Por isso precisamos velar, Falar baixo, pisar leve, ver A noite dormir em silêncio.

FOTOS ACERVO JOSÉ MARIO DE BONI

Galeria Galeria Jussara Zuanazzi (terceira e/d) e amigas.

Arroio do Silva, pelo verão de 1969, 1970.

Prezado Ricardo Nós que agradecemos a oportunidade de apoiar o Jornaleco, este instrumento de cultura tão importante para nossa cidade.

Sua leitura sempre interessante e agradável é um oásis em meio a carga de informações muitas vezes inconvenientes do nosso dia a dia.

Parabéns pelo trabalho e pelo empenho em dar continuidade a este belo projeto e pode contar conosco para 2012.

24/09/2011 RG

SOLO DO EDITOR RICARDO GRECHI

Leandro Richard da Silva

A BOA IMPRESSÃO É A QUE FICA

Av. XV de Novembro, 1807 - Centro

APOIO CULTURAL

Gerente da filial de Araranguá da AFUBRA

Fone/Fax: 3524-5916

Para transportar toda aquela riqueza e concorrer às vantagens do transporte do carvão, chega a Criciúma o ramal da Estrada de Ferro Dona Tereza Cristina; como também surge a Companhia Brasileira Carbonífera de Araranguá S/A, em 1917. (siga em A História de Araranguá/ nova edição, pág. 214)

Galeria Galeria

EM FRENTE A DIMASA

A marca do seu parceiro de estrada POSTOS IRMÃO DA ESTRADA

ENEDINA DE SOUZA GOMES, uma das beldades araranguaenses na virada dos anos 1940/50, filha de Cremilda e Pedro Gomes, casou, em 1953, com Ernesto Grechi Filho, natural de Lages e habitante de Araranguá desde 1927. Foram morar em Paranaguá, onde nasceram Pedro Ernesto e Lilian Margareth, seus primeiros filhos.

Poucos anos depois, retornam para Araranguá. Aqui, a ninhada se completa: Marco Aurélio, Maria do Rocio, Marta Beatriz, Ricardo Francisco e Rossana Daniela.

No piso superior do prédio em frente ao Cine Roxy, à av.

Getúlio Vargas, número 170, moramos e nos criamos sob a fervorosa dedicação de seu Ernesto pela família e os tremendos cuidados de dona Neda pela nossa casa, saúde, vestuário, alimentação (era ótima cozinheira), religiosidade, educação. Mas nosso pai também era um tanto rigoroso quando decidia alguma coisa, (SIGA NA PÁG. 2)

Não há muito o que dizer: Uma canção sobre um berço, Um verso, talvez, de amor, Uma prece por quem se vai – Mas que essa hora não esqueça E que por ela os nossos corações Se deixem, graves e simples.

Pois para isso fomos feitos: Para a esperança no milagre, Para a participação da poesia, Para ver a face da morte – De repente, nunca mais esperaremos...

Hoje a noite é jovem; da morte apenas Nascemos, imensamente (Poemas, Sonetos e Baladas, Edições Gaveta, S. Paulo, 1946)

DISK FONE (0**48) 3524-0071

Solicite-nos através de jornalecocultural@yahoo.com.br o recebimento das edições do Jornaleco (igual no papel + as fotos coloridas) via e-mail

JORNALECO jPANFLETO CULTURAL

15/12/2011 • ANO 18 • Nº 386 ESTA EDIÇÃO: 8 PÁGINAS

Distribuição gratuita Periodicidade quinzenal Tiragem: 1.000 exemplares

H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H EDIÇÃO E DIAGRAMAÇÃO Ricardo Grechi CONTATO Rossana Grechi DISTRIBUIÇÃO Gibran Grechi, Nilsinho Nunes ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado FOTOLITO DIGITAL David PAPEL Toninho IMPRESSÃO Welington, Nei da Rosa, Valdo

© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866 - prot. 4315/RJ, de 17/07/1995)

UMA PUBLICAÇÃO

ORION EDITORA Calçadão Getúlio Vargas, 170 88900.000 Araranguá - SC - Brasil jornalecocultural@yahoo.com.br

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Praça Hercílio Luz, 444 | Tels. 3522-1120

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Como a atmosfera esquentou demais, vamos esfriar a cabeça: voltemos ao México.

Estávamos caminhando numa praça, bem próxima do hotel onde nos hospedáramos. No meio da praça, havia uma das inúmeras igrejas de Guadalajara. Fomos surpreendidos, então, por

Jose Mario De Boni ADVOGADO OAB/SC 11616-B

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Tel. 8403.2725 Pça. Hercílio Luz, 600/22 - Rodoviária - Araranguá

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uma cena maravilhosa: de um carro preto, enorme – uma autêntica limusine daquelas antigas –, parou defronte à igreja e dele desembarcou uma lindíssima jovem; toda vestida de branco, sobraçando um buquê de rosas, vinha acompanhada de um verdadeiro séquito de parentes, todos bem vestidos.

Flashes espoucavam de todos os lados, registrando o inesquecível evento.

Eu e a Joana nos perguntamos, reciprocamente (quase ao mesmo tempo): “Será um casamento?!” Mas, se não havia noivo, como poderia ser um casamento?!

Resolvi perguntar a uma das pessoas do grupo que acompanhava a moça, e ela respondeume, sorridente: “Es una fiesta de CUMPLEAÑOS, senõr. Una QUINCEAÑERA.” Acionei, mentalmente, meu precário vocabulário de espanhol, e informei à minha mulher: “Festa de aniversário. A moça de branco faz quinze anos”.

Ficamos ali, indiscretamente curiosos, até acabar a bela e colorida cerimônia.

Os mexicanos são um povo muito simpático, sempre dispostos a confraternizar. Por isso, acabamos, como autênticos “brasileños intrometidos”, participando um pouco da alegria daquela gente encantadora: sorriram para nós, cumprimentaram-nos, e até agradeceram nossa presença ali.

Prosseguimos, logo a seguir – sensibilizados por tão belo espetáculo –, nosso primeiro passeio pelas ruas de Guadalajara...

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Calçadão, ao lado da ex-Caixa

HUMOR

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MÁXIMAS E MÍNIMAS DO BARÃO DE ITARARÉ

uplemento

MAURO MOTA E OS BICHOS NA FALA DA GENTE • Abelha que muito voa não faz mel.

• Quem sofre é o boi, mas quem geme é o carro.

• É ditado da cutia: o sol se pôs, acabou-se o dia; mas é ditado da raposa: o sol se pôs, ainda se faz muita coisa.

• Antes perder a lã do que a ovelha.

• Gaiola bonita não dá de comer a passarinho.

• Toda sapa acha o sapo bonito.

CURIOSIDADES

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TIRANDO DE LETRA Vinicius de Morais

O costume de usar aliança de casamento surgiu com os egípcios em 2800 a.C.. Eles acreditavam que o círculo, que não tem começo nem fim, significava a eternidade para a qual essa união estava destinada.

(1913-1980)

SONETO DE FIDELIDADE De tudo, ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento.

O aperto de mão O aperto de mão começou como um gesto do homem para mostrar que não estava armado e vinha em paz. As mulheres, que não usavam armas, não tinham esse costume.

Quero vivê-lo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento.

Friozinho na barriga... É o que sentimos quando estamos numa montanha-russa em seus loops fantásticos.

Isso se dá devido a impressão instantânea de ausência de peso dos órgãos abdominais.

E assim, quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Gravidez masculina

Eu possa dizer do amor (que tive): Que não seja imortal posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure.

Na vida sexual, os cavalos-marinhos têm papéis trocados. É sempre a fêmea que toma a iniciativa do ato e fecunda o macho. Dois meses depois, ele dá a luz aos “potrinhos”.

+ PIADAS

(SUPERINTERESSANTE)

PIADAS

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O CARA chegou no bar e pediu uma cachaça e um picadinho de queijo. Bebeu um gole de cachaça, pegou um pedaço de queijo, comeu uma parte, e, molhando o resto na cachaça, levou a mão no bolso do paletó e deu o petisco a um ratinho que lá estava.

Depois de muitos goles de pinga e muito queijo com pinga, o cara, já muito ligado, desafiou a todos no bar: — Quem é o bom por aqui, pode vir!

E o ratinho, metendo a sua cabecinha pra fora do bolso do paletó do cara: — E se tiver algum gato por aí, pode vir também!!!

— ALÔ! É DA POLÍCIA?? Tenho um assaltante preso no banheiro!

— Tudo bem, passe um JORNALECO pra ele por baixo da porta, que nós vamos demorar um pouco pra chegar aí...

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Há três coisas que nunca voltam: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida.

PROVÉRBIO CHINÊS

Aliança de casamento

• Mais vale um galo no terreiro que dois na testa.

• Negociata é todo bom negócio para o qual não fomos convidados.

• Se você tem uma dívida, não se preocupe, porque preocupações não pagam dívidas. Nesse caso, o melhor é deixar que o credor se preocupe com você.

• Para que plantar arroz, feijão ou qualquer outra coisa, se tudo que se planta se encontra em qualquer supermercado?

• Para um debutante da vida rural é aconselhável começar modestamente, vendendo aos vizinhos as ervas daninhas que nascem em volta da casa.

• Mais valem dois marimbondos voando do que um na mão.

• Quando o queijo e a goiabada se encontram na mesa do pobre, devemos suspeitar dos três: do queijo, da goiabada e do pobre.

• No Brasil não devia haver relógio cuco e sim relógio papagaio, já que cuco é pássaro europeu.

• Dadas as condições de preço bom, convém mandar todos os agricultores do Brasil plantar batatas.

• Em pintura, todo peixe é pintado.

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A BANDA

Fone 3524-1065 BR 101 Cidade Alta/Araranguá

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Era noite e eu já tinha sido levado pro quarto, como sempre, àquela hora, desmaiado de sono.

Meus pais tinham deixado, acho que a pedido meu, a porta do quarto aberta, talvez por uma dessas ocasiões em que me batia o medo do escuro. Da minha cama, então, eu podia ver a tevê na sala.

Naquela hora, começou a passar Jornada nas Estrelas, e meu pai e minha mãe, sentados no sofá, como sempre muito juntinhos, ficaram para assistir. E aconteceu que comecei a ver com eles, eu lá enfiado entre os lençóis. Menininho de uns cinco anos, me empolguei com a aventura espacial do Capitão Kirk, Spock e companhia. Mas não sei ao certo se eu estava mais ligado no filme ou curtindo mais as várias vezes em que eu e meus pais trocávamos, sorrindo, olhares cúmplices, eles para conferir se eu continuava acordado, acompanhando o seriado. E fui até o fim. Depois, dormi feliz por ter visto tevê até tão tarde junto de meus pais, com a lembrança de seus rostos ternos e sorridentes. z

Tradições, festas & ‘otras cositas mas’...

Só estive uma vez no México, em 2008. Por puro acaso, visitamos a bela cidade de Guadalajara, capital do Estado de Jalisco.

Digo isso não com o objetivo de exibir-me, e sim porque lembrei de uma bela tradição que os mexicanos ainda cultuam carinhosamente: a festa de aniversário das moças que completam quinze anos de idade.

Aqui no Brasil, ainda temos, nas cidades do interior, o baile de debutantes, justamente para apresentar à sociedade as mocinhas que completam essa mesma idade.

Lembro que, em Araranguá, eu e meus companheiros de geração – o Adilson Tournier, o Dadinho, o Ronaldo Grechi, o Gilberto Ulysséa, o Aristides Ostetto, o Abílio do Canto e outros – aguardávamos, com grande expectativa, o Baile de Debutantes do Fronteira Clube. Todos os anos, ali pelo mês de setembro, era sempre aquela preparação danada: ajeitar os trajes, lustrar os sapatos, comprar uma camisa nova (quase sempre branca), escolher a gravata etc.

Havia muito nervosismo no ar, na noite do baile. Um “frisson” invadia nossos corpos, nos quais se impunha, soberano, o desejo de dançar com as mocinhas. Digo “desejo”, aqui, em duplo sentido: tanto era sinônimo de ansiedade quanto de pura descarga de testosterona. É claro que nossa imaginação sexual voava solta, provocando apetites e sugerindo safadezas, também!

Afinal, éramos jovens e saudáveis, ora bolas...

S S

Jamais se desespere em meio as sombrias aflições da vida, pois das nuvens mais negras cai água límpida e fecunda.

JORNALECO 386 15/12/2011

Uma noite, lá em casa

Aimberê Araken Machado

CASA

e nossa mãe às vezes “surtava”, principalmente em dia de faxina na grande casa, onde moramos até 1983 (quando mudamos pro Embaixador).

Mas se Neda e Ernesto não foram modelos perfeitos de mãe e pai (e quem o é?), para nós foram os maiores, e nós os amamos profundamente, e eles, em vida, certamente, nos amaram ainda mais.

Herdamos de nossos pais muitas características de caráter e de comportamento, mas, especialmente, herdamos deles o sentido de união familiar.

Filhos, noras e genros, mais os 15 netos, são muito unidos e bem relacionados.

Neda e Ernesto foram casados durante 44 anos e se amavam muito. Meu pai faleceu em 24 de junho de 1997, aos 76 anos. Minha mãe foi agora em 2 de dezembro, aos 77 anos.

Tempos depois de ficar viúva, Neda reencontrou um namorado da juventude: Walmor Pacheco. Os dois viveram sete anos juntos e foram muito felizes, até o Walmor falecer em 2005.

Ela nos dizia, há pouco, na cama do hospital: “Com o Walmor foi uma paixão muito bonita; mas com o Ernesto foi um amor muito grande.”

Cada um de nós lá de casa tem muitas lembranças carinhosas de nossos pais: de como eles cantavam e nos contavam histórias, dos passeios de carro, dos presentes de Natal, de como cuidavam de nós quando ficávamos doentes, das balas que nos traziam do cinema, de ir à praia, de ver tevê, tantas coisas que levaria uma vida inteira pra se falar...

aimbeream@yahoo.com.br

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ENEDINA DE SOUZA GOMES (cont. da capa)

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O POLÍTICO fazia o seu discurso quando, num dado momento, apontou para o bolso do paletó e disse: — Neste bolso jamais entrou dinheiro desonesto!

Foi aí que um gaiato que estava na platéia, disse: — Paletó novo, hein?!

— QUERIDO, por que você vai à janela sempre que eu começo a cantar?

— É porque eu não quero que os vizinhos pensem que estou lhe dando uma surra...

O CAUBÓI entrou no saloon, com cavalo e tudo, dando um susto nos bebuns que frequentavam o ambiente. Então ele saltou do cavalo e disse ao barman: — Quero...

— Eu peço, Joe — disse o cavalo, interrompendo-o. — Dá um uísque duplo pra mim e para ele, que está dirigindo, um copo de leite gelado!

CN CANOAS / RS

CASA NENA ARARANGUÁ / SC

Léia Batista

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15 de outubro

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R. FRANCISCO

OTÁVIO MUNIR BACHA

PRÉ-DETERMINAÇÃO

Quero tudo! Assim escolhi Simples meta existencial É que hoje me decidi Neste cálculo ser total Me empenho em sintonia Com consciência racional Aplicar com sabedoria Esta prática universal

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No final de uma daquelas tardes, minha mãe me encarou, inquisitiva: “Ô, Cado, tu vem aqui na mãe por que tu quer ou por obrigação?”

Apenas olhei-a nos olhos, e ali ela soube a resposta: “Porque eu quero, mãe.”

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A HORA DA MORTE

Atitudes vislumbradas Numa vitória precisa Estrada pré-traçada Nas rodovias da vida!

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Não quero morrer cedo, também não quero morrer tarde.

A hora certa me cabe.

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Não quero morrer de manhã nem de tarde, à noite, Deus me guarde.

NILSON MATOS PEREIRA PRESENTE DE NATAL

Dos presentes que ganhei de criança Jamais esqueço a bola de borracha Jogava futebol em uma praça: A cena que carrego na lembrança...

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Quero morrer quando.

Hoje não que ainda é cedo e amanhã já será tarde.

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A MENINA

A bola recém ganha no natal Lhe bate na cabeça, de repente A tarde estava bela, o sol bem quente É testemunha que não foi por mal

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Mais bela que feia Mais doce que fel Indócil como abelha Insinuando mel

A vítima do chute foi meu pai Que pega um canivete e a bola vai Sendo cortada do modo mais cruel A bola era o brinquedo preferido E eu não sabia — coração ferido Que o meu pai era o Papai Noel.

manhã é dia do professor.

Não vejo nenhuma vitrine de lojas te saudando... É que educação não vende.

Talvez até haja alguma festividade, em poucas escolas, ou associação de pais e professores.

Entretanto, como haverá eleições no próximo ano, é possível que junto à inseparável palavra prioridade, algum político lembre que “não nasceu sabendo” e faça apagada referência. É ainda, bem possível, que os noticiários divulguem uma crônica com bonitas palavras, cujo autor pensa mais em se promover do que prestar merecida homenagem.

Não importa. Amanhã, com as marcas do tempo retardando teus passos, e, até longe das salas de aula, encontrarás um cidadão que ao te encontrar, dirá: “A senhora foi minha professora!” Neste sincero e reconhecido agradecimento está teu presente verdadeiro.

E, assim, teu trabalho de ontem traz de volta grandes momentos, e fica comprovado que tu existe e foste importante.

Professor, eu te admiro e te saúdo!

TOC-TOC! Minha campainha tem som de batida de mão porque ando cansada destes sons remasterizados futuristicamente metálicos e impessoais.

Ela poderia tocar DIM-DOM, uma vez que o natal está chegando e ele lembra o toque de um sino que toca DIMDOM. Mas ainda prefiro o TOC-TOC da mão. Prefiro o natal que parou no tempo, de preferência o natal do tempo que eu era criança e aguardava dezembro ansiosamente por onze meses.

TOC-TOC! Dezembro chegou.

Não o deixo entrar imediatamente. Paro um pouco para tentar adivinhar como estará sua cara agora, desde a última vez que nos vimos.

Lembro que ele estava desanimado, com olheiras profundas, olhos e corpo cansado. Vi um Dezembro estressado entrar pela minha porta.

Confesso que quase não o reconheci.

Cheguei a pensar que poderia ser um impostor tentando me pregar uma pegadinha, sabe? O Agosto acinzentado matando o desejo latente de vestir vermelho. O Julho gelado querendo se passar por quente. Enfim, na última vez que encontrei Dezembro ele se parecia com qualquer outro, menos com ele mesmo.

Deve estar ficando velho, o pensamento sussurrou em meu ouvido. Cansado da maratona anual, tudo sempre tão previsivelmente e cansativamente igual. Corrida de presentes; tempo empacotado; pressa na vitrine; estresse com laço de fita; injustiça brilhando na árvore; crianças sem brilho; adultos ofuscados; velhos desesperançados.

Me compadeci do último dezembro. Quase aconselhei que não viesse naquele ano. Que se desse o direito de gazear, tal um aluno despreparado em dia de prova. Que saísse pela janela e se escondesse no telhado. Trinta e um dias sem que ninguém soubesse dele. “Será que foi sequestrado? Assassinado? Alguém avisou a polícia? A Interpol? A CIA? Terá sido queima de arquivo? O tráfico organizado? A Máfia? Vítima de Papai Noel psicopata? Procura-se Dezembro vivo... ou mesmo morto.”

Mas guardei todas, uma a uma, estas idéias mirabolantes. Dezembro já não é divertido como antigamente.

Perdeu o jeito para fantasia e imaginação. Não só não acataria minha sugestão, como se ofenderia profundamente. “Imagine um ano sem mim.

Quanto prejuízo causaria. A Bolsa despencaria; o dólar dispararia; o real sumiria; os bancos faliriam; as lojas

14.10.2011

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Diz não dizendo não Dizendo sim diz não também Tão menininha E mulher quando convém

Toc-toc

A

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AS TARDES NA MÃE

ARLETE ZANERIPPE

arquivo da alma

ASAS Dei asas à minha imaginação. Ela voou, e nunca mais voltou.

o melhor do Nego Boni ANDA Anda, vai lá buscar a tua felicidade!

Esta, com certeza, ninguém te trará.

ENCONTRO Encontrar outra pessoa é fácil, às vezes o difícil é tu te encontrares.

AJUDA Se um dia você estender a mão para ajudar alguém, que a mão seja somente um instrumento. Que a ajuda venha do coração.

Veste seu olhar

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JORNALECO 386 15/12/2011

DÊ BEM...

Toda pessoa que se dá bem... é porque a si se dá.

GATO ESCALDADO A vontade de te amar agora é muito grande.

Mas o medo de sofrer depois é maior.

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ESTRADA Pra que ficar pensando que a estrada é longa se eu tenho que fazer a caminhada?

4

DROGARIA

Marista 5

DISK ENTREGA

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fechariam. Uma síncope no mercado financeiro.”

Podre Dezembro, pensei no ano passado, está totalmente obsediado pelo espírito capitalista. Esqueceu completamente do ilustre aniversariante do dia 25. Achei melhor nem falar.

TOC-TOC! Ele está lá fora, impaciente.

Deveria ter me preparado melhor para a sua chegada. Ter executado a agenda antecipadamente. Linha a linha. Ter montado uma programação diferente. Visita aos velhinhos, às criancinhas e amigos desamparados. Confeccionado lembranças originais. Cartões de poesia. Origamis de prosperidade, sorte, amor e alegria. Bolas de sementes de fertilidade. Camisetas pintadas à mão. Bolsa de retalhos. Retalhos de coração.

Ter escolhido uma trilha sonora “Para um dezembro diferente”.

Playlist com os cantores preferidos.

Um ritual de agradecimento para cada dia. Flores nos vasos. Incensos nos ambientes. Banho de sal grosso. Colares de contas. Contos do ano todo. Agora não dá mais tempo.

TOC-TOC! Ele está lá fora. Sorte que não temos neve por aqui, senão já estaria congelado. Até que não seria má idéia! Um dezembro congelado. “Atenção! Dezembro hibernando até o próximo verão.”

Um tempo para nos refazermos, eu e ele. Apararmos as arestas e desconsiderarmos as rusgas, afinal ele foi minha visita mais esperada no passado. Começava a sentir saudade dele antes mesmo que partisse. E quando partia me alimentava diariamente de sua lembrança. Meu Dezembro de criança chegava junto com as férias, assim, íamos juntos para a praia. Por causa dele ganhei meus melhores e inesquecíveis presentes: a bicicleta vermelha; a boneca que canta; a boneca que anda; a sombra do Papai Noel que nunca vi, mas juro que estava lá. Os foguetes rasgando o céu. As oferendas para Iemanjá. Os três pulos. As três uvas. As três amigas. Minha mãe, meu pai e eu.

Não tenho vontade de abrir a porta para este Dezembro que se perdeu de mim. Ou será que fui eu?

Não quero receber este Dezembro maduro e responsável que me força a compreender que nunca mais serei criança. Que chega para lembrar que já não sou feliz com ele, como fui um dia.

TOC-TOC! Estou saindo pela porta dos fundos. Avisem Dezembro que só volto em janeiro.

Há 20 anos servindo a cidade inverno e verão

Balneário Arroio do Silva

Matriz: 3526-1339 - Filial: 3526-1112

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po é t i c a ar a r a n g u a e n s e

HÁ ANOS

Ano Xiv - No 269 - 22 de dezembro de 1973 diretor WLADINIR LUZ redator ERNESTO GRECHI FILHO oficina JOSÉ NEI DA ROSA Publicado nas oficinas da GRÁFICA ORION, de abril de 1960 a maio de 1975

Lions Clube Araranguá Sul Em cerimônia que se desenrolará nas dependências do União Clube Cidade Alta, terá lugar hoje, com início às 20h, a instalação do Lions Clube Araranguá Sul. Ao jantar festivo estarão presentes altas autoridades leonísticas do estado, convidados especiais, caravanas de leões das cidades vizinhas, além dos componentes do Lions Clube Araranguá Centro, com suas esposas. Como parte das festividades alusivas ao acontecimento, às 16h haverá um chá das domadoras no Araranguá Tênis Clube.

Verão 1974 clubes e eventos n Clube Ciclone, em moderno edifício no Arroio

do Silva, fará realizar seu primeiro baile da temporada 74, no dia 5 de janeiro. Mesas estão sendo vendidas na sede do clube e no centro, na Casa Waloy. n Também no Arroio do Silva, em prédio especial-

mente construído à beira-mar, estará realizando seu primeiro baile da temporada, no dia 5 de janeiro, o Tropicália Clube. Orquestra: Evolusom. n Araranguá Tênis Clube marcou para a noite de

29 do corrente, seu baile de encerramento de 1973.

A orquestra será o Conjunto Caravana, de Porto Alegre. Traje: passeio. n O União Clube Cidade Alta (UCCA) realizará

na noite de 31 do corrente o já tradicional Baile do Sócio. O conjunto será o CM-5 n Em Jacinto Machado a pedida é a inauguração

da nova sede do Gávea Tênis Clube. Edificada em terreno apropriado, depois de anos de lutas, o Gávea por fim vai ver seu sonho concretizado. O baile de inauguração será na noite de 31 do corrente. n A Boate Conventos também está se preparando

para a temporada Verão 74. Lá serão realizados grandes bailes, entre eles os indicados para a escolha de Miss Conventos 74, que em Camboriú representará a araranguaense no certame oficial catarinense. n Fronteira Clube elegeu sua nova diretoria para

o período 1974/75. Para presidente foi eleito o Dr. Eroni Gomes, e, para vice-presidente, o Dr. Wladinir Luz. A chapa foi uma surpresa e dizem que maior surpresa vai ser a administração dos eleitos.

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A segunda característica da atitude filosófica é positiva, isto é, uma interrogação sobre o que são as coisas, as idéias, os fatos, as situações, os comportamentos, os valores, nós mesmos. É também uma interrogação sobre o porquê disso tudo e de nós, e uma interrogação sobre como tudo isso é assim e não de outra maneira. O que é? Por que é?

Como é? Essas são as indagações fundamentais da atitude filosófica.

A face negativa e a face positiva da atitude filosófica constituem o que chamamos de atitude crítica e pensamento crítico.

A Filosofia começa dizendo não às crenças e aos preconceitos do senso comum e, portanto, começa dizendo que não sabemos o que imaginávamos saber; por isso, o patrono da Filosofia, o grego Sócrates, afirmava que a primeira e fundamental verdade filosófica é dizer: “Sei que nada sei”. Para o discípulo de Sócrates, o filósofo grego Platão, a Filosofia começa com a admiração; já o discípulo de Platão, o filósofo Aristóteles, acreditava que a Filosofia começa com o espanto.

Admiração e espanto significam: tomamos distância do nosso mundo costumeiro, através de nosso pensamento, olhando-o como se nunca o tivéssemos visto antes, como se não tivéssemos tido família, amigos, professores, livros e outros meios de comunicação que nos tivessem dito o que o mundo é; como se estivéssemos acabando de nascer para o mundo e para nós mesmos e precisássemos perguntar o que é, por que é e como é o mundo, e precisássemos perguntar também o que somos, por que somos e como somos.

Em geral, essa pergunta costuma receber uma resposta irônica, conhecida dos estudantes de Filosofia: “A Filosofia é uma ciência com a qual e sem a qual o mundo permanece tal e qual”. Ou seja, a Filosofia não serve para nada. Por isso, se costuma chamar de “filósofo” alguém sempre distraído, com a cabeça no mundo da lua, pensando e dizendo coisas que ninguém entende e que são perfeitamente inúteis.

Essa pergunta, “Para que Filosofia?”, tem a sua razão de ser. Em nossa cultura e em nossa sociedade, costumamos considerar que alguma coisa só tem o direito de existir se tiver alguma finalidade prática, muito visível e de utilidade imediata.

Por isso, ninguém pergunta para que as ciências, pois todo mundo imagina ver a utilidade das ciências nos produtos da técnica, isto é, na aplicação científica à realidade. Todo mundo também imagina ver a utilidade das artes, tanto por causa da compra e venda das obras de arte, quanto porque nossa cultura vê os artistas como gênios que merecem ser valorizados para o elogio da humanidade. Ninguém, todavia, consegue ver para que serviria a Filosofia, donde dizer-se: não serve para coisa alguma.

Parece, porém, que o senso comum não enxerga algo que os cientistas sabem muito bem. As ciências pretendem ser conhecimentos verdadeiros, obtidos graças a procedimentos rigorosos de pensamento; pretendem agir sobre a realidade, através de instrumentos e objetos técnicos; pretendem fazer progressos nos conhecimentos, corrigindo-os e aumentando-os.

Ora, todas essas pretensões das ciências pressupõem que elas acreditam na existência da verdade, de procedimentos corretos para bem usar o pensamento, na tecnologia como aplicação prática de teorias, na racionalidade dos conhecimentos, porque podem ser corrigidos e aperfeiçoados.

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Padre que marcou época no final dos anos 1930 como pároco da Igreja Matriz Nossa Senhora Mãe dos Homens, em Araranguá, é personagem de destaque na história do Acre NET

Muitos fazem uma outra pergunta: afinal, para que Filosofia? É uma pergunta interessante. Não vemos nem ouvimos ninguém perguntar, por exemplo, para que matemática ou física? Para que geografia ou geologia? Para que história ou sociologia?

Para que biologia ou psicologia? Para que astronomia ou química? Para que pintura, literatura, música ou dança? Mas todo mundo acha muito natural perguntar: Para que Filosofia?

Assim, o trabalho das ciências pressupõe, como condição, o trabalho da Filosofia, mesmo que o cientista não seja filósofo. No entanto, como apenas os cientistas e filósofos sabem disso, o senso comum continua afirmando que a Filosofia não serve para nada.

FAMOSOS POR PASSAR MESES em desobrigas pela floresta, participar de todas as cerimôPe. José nias oficiais no Palácio e nos quartéis, e especialmente pelas muitas histórias que contavam sobre caçadas, onças, cobras, índios e mistérios das florestas, os padres José e Frei Peregrino ganharam notoriedade.

Nascidos Maurício Carneiro de

Para dar alguma utilidade à Filosofia, muitos consideram que, de fato, a Filosofia não serviria para nada, se “servir” fosse entendido como a possibilidade de fazer usos técnicos dos produtos filosóficos ou dar-lhes utilidade econômica, obtendo lucros com eles; consideram também que a Filosofia nada teria a ver com a ciência e a técnica. Para quem pensa dessa forma, o principal para a Filosofia não seriam os conhecimentos (que ficam por conta da ciência), nem as aplicações de teorias (que ficam por conta da tecnologia), mas o ensinamento moral ou ético. A Filosofia seria a arte do bem viver. Estudando as paixões e os vícios humanos, a liberdade e a vontade, analisando a capacidade de nossa razão para impor limites aos nossos desejos e paixões, ensinando-nos a viver de modo honesto e justo na companhia dos outros seres humanos, a Filosofia teria como finalidade ensinar-nos a virtude, que é o princípio do bem-viver.

neiro de Melo, o Frei Peregrino, eram irmãos e foram os primeiros sul-americanos ordenados pela Ordem dos Servos de Maria, em 2 de maio de 1932, no convento da cidade italiana de Nepi. Por mais de 50 anos de-

Assim, mesmo se disséssemos que o objeto da Filosofia não é o conhecimento da realidade, nem o conhecimento da nossa capacidade para conhecer, mesmo se disséssemos que o objeto da Filosofia é apenas a vida moral ou ética, ainda assim, o estilo filosófico e a atitude filosófica permaneceriam os mesmos, pois as perguntas filosóficas – o que, por que e como – permanecem.

dicaram suas vidas a remar pelos igarapés e a percorrer os varadouros das matas acreanas em “desobrigas”, ouvindo confissões, fazendo casamentos e batizados de colonos, seringueiros, índios, entre os quais tratavam doentes, faziam partos, cirurgias e cuidavam dos hansenianos.

Filhos de Telmino Julião de Lima e Benvinda Cândida de Lima que tiveram 16 filhos e criaram mais sete adotivos, perderam 14 irmãos pela fome e miséria durante a seca de 1915 a 1920 na região da Serra do Estevão, município de Quixadá, no Ceará. Seu pai, Telmino, morreu de tuberculose em 17 de fevereiro de 1920. A mãe casou com o cunhado, também viúvo, e vieram para o Acre.

Aqui os irmãos Maurício e Vandermino estudaram na Congregação dos Servos de Maria, de 1926 a 1930, quando expressaram o desejo de tornar-se padres e foram enviados para Roma pelo Bispo Dom Próspero Bernardes. De lá foram para o seminário de Nepi, onde estudaram até 1937, quando receberam sua ordenação em Roma.

(Marilena Chauí, no livro Convite à Filosofia)

A Europa vivia os primeiros mo-

Essa definição da Filosofia, porém, não nos ajuda muito. De fato, mesmo para ser uma arte moral ou ética, ou uma arte do bem-viver, a Filosofia continua fazendo suas perguntas desconcertantes e embaraçosas: O que é o homem? O que é a vontade? O que é a paixão? O que é a razão? O que é o vício? O que é a virtude? O que é a liberdade? Como nos tornamos livres, racionais e virtuosos? Por que a liberdade e a virtude são valores para os seres humanos? O que é um valor? Por que avaliamos os sentimentos e as ações humanas?

TOURNIER Dr. Everton Hamilton Krás Tournier Graduado e especializado na Universidade Federal de Santa Catarina • Pós-graduado no Instituto Adolfo Lutz de São Paulo • Pós-graduado na Universidade do Sul Catarinense

E-mail: tournier@contato.net

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mentos da Segunda Grande Guerra Mundial e Padre José, como passou a chamar-se depois de sua ordenação, foi enviado para a cidade de Araranguá, em Santa Catarina. Logo

respondia: “Duvidam porque tudo o

angariou simpatia das autoridades locais que lhe permitiram construir, em menos de um ano, uma pista para o pouso do então moderníssimo avião DC-3, da Viação Aérea Rio Grandense (Varig). Padre José retornou ao Acre em 6 de janeiro de 1938, dia da festa dos reis magos.

Quanto à sua vida dedicada a catequizar os povos da floresta, ele declarou numa entrevista: “Fiquei mais tempo no mato do que na cidade. Por isso conheço mais o mato que a cidade. A Mata, para mim, não tem segredo. Você pergunta para alguém daqui onde fica o rio Aramã, mas ninguém sabe. O Aramã é o único afluente do Inauini e é onde fica uma das maiores colocações dos índios Jamamadi”.

Sempre preocupado com a pureza dos que representam a Igreja e com o desencaminhamento dos padres que, seduzidos pelas nativas, acabavam deixando a batina para se casar, os irmãos resistiam à tentação, mas reconheciam que no Acre era muito fácil manter contato físico com mulheres, conforme afirmava Padre José: “Ah! sim, se o padre quiser perder a vergonha é uma facilidade. Devido o calor, devido a exuberância das criaturas, dos homens e também das mulheres. Precisa muita vigilância, muito cuidado, precisa não dar começo. Nós temos aqui uns cinco padres casados. Faz pena, achavam que a batina era espantalho, se enganaram”.

Embora tenham sido oficialmente afastados da Igreja em 1977, recusaram-se a deixar a batina e ainda oficiavam missas e eram procurados pela população para batizar suas crianças.

Melo, popularmente conhecido como Padre José e Vanderino Car-

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PADRES DA FLORESTA Os irmãos foram os primeiros a defender os direitos dos seringueiros que viviam sob o domínio dos seringalistas brasileiros e bolivianos, que José declarava serem os maiores inimigos dos índios. “Os se-

ringalistas, exploradores de borracha, queriam as matas livres. Encontrei seringueiro que matou 800 índios no Antimari só para tirar os índios de lá e colher borracha”. Quanto ao futuro que sonhava para o Acre, José era enfático: “Eu espero que isso aqui se transforme num grande campo de produção agrícola e pecuária, na grande industrialização do leite. Espero um grande aproveitamento de emprestar essa mata de castanheira-anã, cedro, mogno, em grande quantidade. Preparar as pessoas para tirar o pão da terra, não ficar esperando do Governo. Esperar emprego público não dá resultado não, é preciso ensinar o sujeito a trabalhar, trabalhar no pesado, a produzir, fabricar o que comer”.

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que é extraordinário, para o ignorante, é mentira. Eu digo que gosto das coisas extraordinárias porque as ordinárias deixo para os ordinários”.

JURACY XANGAI www.pagina20.com.br)

ENTRE VÁRIOS MUNDOS Conversador admirável, Padre José foi um encantador contador de histórias vividas e imaginadas. Per-

correu durante mais de 50 anos em desobrigas os rios e seringais acreanos sempre em companhia de seu irmão, Frei Peregrino.

Falava de animais e coisas fantásticas, e a quem o acusava de mentiroso

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A primeira característica da atitude filosófica é negativa, isto é, um dizer não ao senso comum, aos pré-conceitos, aos pré-juízos, aos fatos e às idéias da experiência cotidiana, ao que “todo mundo diz e pensa”, ao estabelecido.

Padre José, da Amazônia para Araranguá

JORNALECO 386 15/12/2011

Para que Filosofia?

Verdade, pensamento, procedimentos especiais para conhecer fatos, relação entre teoria e prática, correção e acúmulo de saberes: tudo isso não é ciência, são questões filosóficas. O cientista parte delas como questões já respondidas, mas é a Filosofia quem as formula e busca respostas para elas.

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“AMAZÔNIA”, A MINISSÉRIE Na minissérie da Globo, Amazônia (2007), filmada no Acre, Padre José tem participação importante, interpretado por Antonio Calonni. Dom Moacyr Grechi, natural do antigo Araranguá, é outro religioso defensor dos povos da amazônia também representado na minissérie. z

Dra. Liana Grechi de Oliveira

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