Ano Xiv - 09 de março de 1974 - n0 273 diretor WLADINIR LUZ redator ERNESTO GRECHI FILHO oficina NEI DA ROSA Publicado nas oficinas da GRÁFICA ORION, de abril de 1960 a maio de 1975
Jovem se afoga no mar A ausência de salva-vidas na ocasião, contribuiu para o afogamento de um jovem recém-formado em Direito, no Arroio do Silva. O inditoso moço encontrou a morte quando se banhava no mar. Assistiu a tragédia sua mãe e sua noiva. O rapaz era de Lagoa Vermelha. Mas por que não estavam os salva-vidas apostos é uma incógnita. Um exímio nadador, o Cabano, que atualmente é garçon do Paulista Hotel, conseguiu tirar das ondas o infeliz jovem ainda com vida.
Congresso de prefeitos Realizou-se na Capital, nos dias 6 a 8, um congresso dos prefeitos catarinenses. Nesse congresso foram tratados assuntos de real importância para os administradores públicos municipais. O prefeito desta cidade, sr. Lino Jovelino Costa, esteve presente ao congresso.
INFORME n O carnaval que passou teve seu ponto alto no UCCA
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- União Clube Cidade Alta. O presidente Alôncio Naspolini não esconde sua satisfação em ter oferecido à sociedade araranguaense quatro noitadas alegres, sem ter registrada a menor rixa. n Escurinho, o repórter da ZYT-3 [Rádio Araranguá], tem conseguido boas reportagens gravadas, que posteriormente são levadas ao ar por aquela emissora. Sempre que um assunto desperta a atenção popular, lá está o Escurinho com seu gravador e sua bossa, entrevistando e informando. n Vaioca, o alfaiate, está funcionando atualmente no edifício onde por muitos anos esteve instalada a alfaiataria do Alírio Pereira. Vaioca, como verdadeiro ás da tesoura, está atendendo sua clientela cada vez mais a contento. n Quadrilha de ladrões está sendo desbaratada pela polícia. Há tempos que essa gang vinha agindo na cidade, arrombando casas, carros, levando tudo que lhes caísse às mãos.
Há muito que a população vivia inquieta pela repetição de audaciosos arrombamentos residenciais, de onde meliantes carregavam tudo que lhes viesse às mãos. A polícia sentiu sérias dificuldades para descobrir a trama. Mal aparelhada, tufo fazia para dar uma satisfação exigida pela sociedade. E, em silêncio, sentindo que a opinião pública já a criticava por sua incapacidade, eis que lavra um belo tento, desbaratando uma quadrilha de ladrões, fazendo voltar a tranquilidade aos lares araranguaenses. A parte triste desse episódio é que os gatunos executivos eram todos menores. O cérebro do bando, o indivíduo Enedir Soares de Araújo, barbeiro de profissão e outros que a delegacia de polícia mantém em sigilo, comandavam a gurizada, receptando o produto do crime. Televisores, rádios, faqueiros, aparelhos domésticos, objetos antigos, tudo era entregue aos chefes, que pagavam ninharia pelo “trabalho”, colocando as mercadorias em outras praças. A polícia está recambiando para esta praça os objetos roubados e vendidos a terceiros, a fim de ser entregues a seus donos, retomando a confiança da comunidade.
Roubo de gado em Hercílio Luz Aconteceu na sexta-feira, no distrito de Hercílio Luz, um original roubo de um boi carreiro, animal de fino porte, pertencente ao sr. Danúbio de Souza. Na noite de quinta para sexta-feira, aproximadamente às 21h00, encostou uma camionete próximo à residência do prejudicado. Como a família estava com a atenção voltada para novela de televisão, os larápios mataram o boi no fundo do quintal e arrastaram-no para a beira do rio. Nesse último local, carnearam o animal, serraram os ossos, colocaram no veículo e se mandaram. Entretanto, os ladrões não tiveram muita sorte, pois na manhã seguinte já estavam nas malhas da polícia. Segundo consta, venderam o boi carneado por quinhentos cruzeiros para um comerciante de carne. Governador Jorge Lacerda (de mãos no bolso) visita Araranguá nos anos 50 e vai em Ilhas, acompanhado do Pe. Santos e de políticos locais, encontrar-se com pescadores.
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JORNALECO ARARANGUÁ, 1 DE MARÇO DE 2012 • ANO 18 • Nº 391 0
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Em seu livro Laguna antes de 1880, o padre João Leonir Dall’Alba reuniu diversos documentos e relatos. Um deles, de Francisco Isidoro da Costa, traz o seguinte à pág. 34: “A população das freguesias se subdivide da seguinte forma: (...) Araranguá, 5.142 almas, sendo livres, 4.843; escravos, 299. Homens, 2.559 e mulheres, 2.583.” (siga em ‘Laguna antes de 1880’, editora Lunardelli, 1979)
ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL DE
ARARANGUÁ v i s i t e : w w w. a r a r a n g u a . n e t
Araranguá, lá... bem no começo! CÉSAR DO CANTO MACHADO
I
nteressante e curioso este depoimento que encontrei na Biblioteca Pública da Capital, sesquicentenária casa de letras que continua sendo o mais precioso, farto e saciador regato de conhecimento barriga verde. Quem assina a dita preciosidade, datada de 20 de abril de 1899 e publicada no jornal República – o mais famoso de seu tempo em toda Santa Catarina – é “S. Huberto”, misterioso semianônimo que no correr do texto e de outras publicações jamais revelaria seu verdadeiro nome. Ficou também com ele a incógnita da origem e paradeiro. Do que disse sobre o nosso Araranguá, o oculto missivista principia o texto não economizando palavras de admiração: Este município é um dos mais vastos e também um dos mais ricos pela variedade de seus terrenos. De todos os do litoral ele é o que mais possui campos de criação.
Aí, certamente, falava o atento observador de a nossa região ser um lugar ideal para criar gados. Num passo adiante, mapeando o que via, o atendo redator continua sua fala com bom conhecimento da vegetação e, junto, detalha nossos gigantescos limites territoriais, naquele tempo ainda só aos pés dos 20 anos de instalação, quando todo o sul catarinense se compunha, apenas, de Araranguá, Jaguaruna, Tubarão e Laguna:
SALVADOR
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HÁ ANOS
Quadrilha desbaratada, ladrões presos
Estes campos que se estendem desde o lugar denominado Lombas de Urussanga, que é limite com o município de Jaguaruna, até o rio Mampituba, tem um comprimento de 40 léguas, sendo de duas léguas sua maior largura. É interrompido de vez em quando por algumas restingas, lagoas, banhados e cômoros. Próximo às dunas o campo não se presta para criação, mas à medida que se afasta, o terreno vai se tornando mais sólido e as pastagens melhores, sendo as margens das lagoas esplêndidas para os gados cavalar e bovino, não só pela qualidade do capim, como pela grande quantidade de gerivá, que é uma excelente forragem. As demais terras do município, próprias para todas as culturas, acham-se ainda cober-
Uma das imagens mais antigas do centro da cidade, datada de 1920 tas de lindas matas virgens que possuem variedades enormes de madeiras de lei e árvores frutíferas.
Sincero também, o mesmo S. Huberto “canta a pedra” sobre a barra do Araranguá e, visionariamente, acerta em cheio: Sendo um dos municípios maiores em território, tem uma população diminuta e muito espalhada. O Araranguá é quase todo uma grande vargem, por onde corre o rio que dá o nome ao município, rio que, apesar de ser o mais profundo do estado, não possui uma barra que preste; talvez seja pelo fato de não ter correnteza. Desaguando no meio de uma praia cheia de areias movediças, muito exposta aos temporais de Leste, será difícil conseguir-se uma barra franca para este rio.
Arrefecendo o calor das palavras, o mesmo anotador diminui o tom da crítica e mostra mais vantagens do lugar: ...mas se a barra não dá saída, creio que o Araranguá nem por isto deixará de progredir, pois existe uma estrada de rodagem até a Colônia Cresciúma, por onde poderão sair os produtos de sua lavoura. Muitas lagoas existem neste município. A maior é a do Sombrio, que tem nove léguas de circunferência. A do Caviral, da Serra, dos Esteves e a da Urussanga são de pouca importância. A maior parte das terras do Araranguá acha-se coberta de matas virgens. Além disso trata-se de um canal que passando pelas diversas lagoas liga a Laguna ao Araranguá.
Testemunha presente, o minudente narrador faz uma comparação com outros lugares mais progressistas e, com sobra, comenta sobre bichos e aves:
O vale deste rio é considerado como o mais fértil de todos os vales do estado e com razão. Ali eu vi belas roças de cana, milho e feijão como nem no Tubarão existem. Atualmente todos plantam alfafa que dá de um modo prodigioso. A fauna é mais rica de que em outros lugares pois existem todos os animais que o resto do estado possui e mais o cervo, que só ali existe. Além do cervo, há também uma variedade de tucanos de bico encarnado; sendo nos campos tantas as perdizes que pegam em arapucas, como se faz para pegar sabiás e pombas. As lagoas estão sempre com as suas margens cheias de palmípedes [que tem os dedos dos pés unidos por membranas] e pernaltas. Entre os mais belos existem os cisnes de pescoço preto e as elegantes cegonhas, como também a cor-derosa colhedeira e mais o vermelho guará. E não falou das araras!
Remontando o cenário com um toque sutil de singular romantismo, o misterioso homem publicador do jornal República não cessa seus elogios ao Araranguá, estes que nos servem de epílogo e encerramento deste brilhante texto descritivo: Pela manhã, aquelas lagoas oferecem uma vista encantadora e animada; centenas de aves que voam em todas as direções refletindo suas passagens nas águas espelhadas. As vezes aparece entre as tímidas aves uma cabeça chata e arruivada. Estas, ao verem-na, fogem aterradas. É a ariranha, ou a grande lontra das lagoas, que ali veio, entre as pobrezinhas, fazer mais uma vítima necessária ao seu sustento. n
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