Jornaleco 392 15 mar 2012

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Ricardo, recebo tua publicação com muito prazer. Dá para perceber tua satisfação e o carinho com que montas cada edição, parabéns.

Neste mundo de notícias passageiras, onde não existe mais a memória, é com alegria que viajo nas páginas do Jornaleco, obrigado.

Meu nome é José Roberto de Oliveira. Nos idos de criança e adolescente, vivia na Caetano Lummertz, 1057, próximo ao armazém do Mão Aberta.

Saí de Araranguá logo após o 2º grau. Rodei pelo RS, SC, PR, DF e parei em Florianópolis.

Estou te enviando uma foto de 7 de setembro de 1970, com a fanfarra do Colégio Normal de Araranguá. Se tiveres interesse, podes publicar.

Um abraço araranguaense José Roberto de Oliveira

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JORNALECO ARARANGUÁ, 15 DE MARÇO DE 2012 • ANO 18 • Nº 392

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1925 - Criciúma 1948 - Turvo 1953 - Sombrio 1967 - Maracajá 1997 - Balneário Arroio do Silva

ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL DE

ARARANGUÁ v i s i t e : w w w. a r a r a n g u a . n e t

Santo Antonio Maragato X Santo Antonio Pica-Pau por Cláudio Gomes CASOS E CAUSOS QUE O POVO CONTA

Em 1948 foi editado um livro de autoria do laureado botânico catarinense Cônego Raulino Reitz, cujo titulo é Paróquia de Sombrio, e que tenho honra de tê-lo em minha estante. Por esta fonte fidedigna sabese que a construção, em estilo gótico, da atual Igreja Matriz de Sombrio, foi iniciada em 14 de setembro de 1940. Esta mesma fonte nos dá a sua dimensão: 45m de comprimento e 18,5m de largura.

Era uma construção considerada monumental, não só pelo seu tamanho como também por sua beleza. E, exatamente por estes motivos, tornou-se uma grande polêmica em todo o Vale do Araranguá, à época em que estava sendo edificada, tendo em vista o exagerado custo financeiro em relação a capacidade econômica dos habitantes da região.

Ainda assim, para um templo deste porte, se fazia necessário uma imagem do santo, condizente na fé e no tamanho da obra.

A paróquia já tinha sido dedicada a Santo Antonio de Pádua, faltava a Imagem do santo, já que, segundo Raulino Reitz, a primeira havia sido quebrada, por descuido, depois da procissão da festa de 13 de junho de 1945.

Conhecendo um pouco da história da matriz de Sombrio, vamos saber como se deu a compra das imagens do santo padroeiro, segundo a tradição contada pelos fiéis.

Aproximava-se mais uma festa de 13 de junho, era urgente a aquisição de nova imagem. O pároco fez vários apelos a todos os paroquianos, relatando as dificuldades em adquirir um novo Santo Antonio.

Acontece que as eleições municipais se aproximavam e o festeiro para o ano era Santelmo Borba, líder político do antigo PSD.

cos à paróquia de Sombrio.

Assim que as primeiras conversas foram entabuladas, o vigário não perdeu tempo e pediu um Santo Antonio novo.

Desta feita, quem atendeu ao pedido do padre foi o Afonso Ghizzo, líder político da antiga UDN na região. Afonso autorizou a compra da imagem, sem se preocupar com o custo, só se dando conta do valor, e ainda tomando um susto, na hora em que lhe apresentaram a nota fiscal para o devido pagamento.

Aconteceu que, confiante na autorização do político, padre João foi até Caxias do Sul e comprou a maior imagem que viu, que em tamanho se aproximava ao de uma pessoa normal, ou seja, mais de um metro de altura.

Também é sabido, na região do Vale do Araranguá, que os políticos dos antigos partidos PSD e UDN eram alcunhados por Pica-Paus e Maragatos, respectivamente, ambos em homenagem aos sulistas que fizeram a Revolução Federalista nos anos 1890.

WWW.SUL-SC.COM.BR Os políticos do PSD, chamados de Em 31 de maio de 1940, houve o lançamento da Pica-Paus, representavam os republicapedra fundamental da igreja matriz de Sombrio. nos, e os da UDN, os Maragatos, repreEm 1948, ela foi entregue para cultos. Todos os sentavam os federalistas. anos, no dia 13 de junho, grande multidão se Por tudo isto, o que se sabe é que o reúne na igreja para a festa de Santo Antonio povo fiel de Sombrio apelidou as imade Pádua, padroeiro do município* gens do santo casamenteiro e padroeiro Com algumas investidas, o vigário, pa- da cidade, pelas suas origens nas doações: dre João Reitz, e seu irmão, padre Raulino, a imagem pequena, doada pelo PSD, ficou conseguiram convencer o festeiro, que au- conhecida por Santo Antonio Pica-Pau, e a torizou a aquisição de um novo Santo An- grande, doada pela UDN, por Santo Antotonio, porém, com uma condição – de que nio Maragato.

O povo conta que, por ocasião das proa imagem não tivesse o tamanho maior que cissões nos festejos de junho, os fiéis, ainuns 60 centímetros. O que foi feito.

Os anos passaram e as festas de Santo da não acostumados com as duas imagens, Antonio também, mas o vigário não estava indagavam uns aos outros: — Mas, qual é o santo que vai ser homemuito satisfeito porque a imagem não nageado neste ano: o Santo Antonio Picacondizia com as dimensões e a beleza do Pau ou o Santo Antonio Maragato? templo. Ele queria uma imagem maior e mais imponente. (*) Em 1914, o povoado de Sombrio foi elevado à categoria de sede, Como as eleições vão e voltam outra vez, desmembrando-se do distrito de Passo do Sertão (futuro município de São João do Sul, emancipado em 1961), então pertencente ao município de apresentou-se um novo ano político.

Araranguá. Em 1933, Sombrio e Passo do Sertão são elevados à categoria Padre João aguardou a visita dos políti- de vila. A emancipação de Sombrio ocorreu em 30 de dezembro de 1953.

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JORNALECO jPANFLETO CULTURAL

15/03/2012 • ANO 18 • Nº 392 ESTA EDIÇÃO: 8 PÁGINAS

Distribuição gratuita Periodicidade quinzenal Tiragem: 1.000 exemplares

H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H EDIÇÃO E DIAGRAMAÇÃO Ricardo Grechi CONTATO Rossana Grechi DISTRIBUIÇÃO Gibran Grechi, Nilsinho Nunes ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado FOTOLITO DIGITAL David PAPEL Toninho IMPRESSÃO Welington, Nei da Rosa, Valdo

© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866 - prot. 4315/RJ, de 17/07/1995)

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TEXTOS SELECIONADOS

Para que serve uma relação

Quando nasci, minha mãe havia recém-completado 31 anos de idade. A primeira lembrança marcante que tenho com ela nos remete ao dia 26 de fevereiro de 1970. Eu estava lá fora, no corredor que dava pros fundos onde funcionava a gráfica do meu pai. Minha mãe trabalhava na área de trás de nossa casa, um prédio na Getúlio Vargas.

Avistei-a lá em cima, em serviço de faxina, e gritei: — Mãããe! Posso comprar um prestígio no armazém?

— Pode — ela respondeu, olhando pra mim lá embaixo —, hoje é teu aniversário de cinco anos...

Daí fui, todo faceiro, ao armazém da dona Norma e do seu Luís Wendhausen, que ficava no térreo do nosso prédio, comprar uma barrinha do famoso chocolate com recheio de coco, e mandei botar na conta...

Uma relação tem que servir para você se sentir 100% à vontade com outra pessoa, à vontade para concordar com ela e discordar dela, para ter sexo sem não-me-toques ou para cair no sono logo após o jantar, pregado.

Uma relação tem que servir para você ter com quem ir ao cinema de mãos dadas, para ter alguém que instale o som novo enquanto você prepara uma omelete, para ter alguém com quem viajar para um país distante, para ter alguém com quem ficar em silêncio sem que nenhum dos dois se incomode com isso.

Uma relação tem que servir para, às vezes, estimular você a se produzir, e, quase sempre, estimular você a ser do jeito que é, de cara lavada e bonita a seu modo.

Uma relação tem que servir para um e outro se sentirem amparados nas suas inquietações, para ensinar a confiar, a respeitar as diferenças que há entre as pessoas, e deve servir para fazer os dois se divertirem demais, mesmo em casa, principalmente em casa.

Uma relação tem que servir para cobrir as despesas um do outro num momento de aperto, e cobrir as dores um do outro num momento de melancolia, e cobrirem o corpo um do outro quando o cobertor cair.

Uma relação tem que servir para um acompanhar o outro ao médico, para um perdoar as fraquezas do outro, para um abrir a garrafa de vinho e para o outro abrir o jogo, e para os dois abrirem-se para o mundo, cientes de que o mundo não se resume aos dois.

COM ALGUÉM, EM ALGUM LUGAR...

Desde que ficara viúva, em 1997, minha mãe morava sozinha em seu apartamento no edifício Embaixador. Pelos dez anos seguintes, eu a visitava muito esporadicamente.

Mas, de uns anos pra cá, passara a vê-la todas as semanas, quando ficávamos tardes inteiras juntos. Eu mandava uma mensagem via celular pra Beth, minha irmã, e ela avisava a mãe da minha ida. Beth é quem administrava as coisas da mãe, fazia compras, levava ela ao médico, providenciava tudo para o bem estar da dona Neda.

Eu chegava as duas horas da tarde na casa da mãe, que me recebia sempre sorridente à porta. Ela fazia um cafezinho, ou torrava amendoim, enquanto iniciávamos nossas longas conversas que culminavam nas histórias que ela narrava com maestria e que eu explorava com pequenos comentários e perguntas. Leitora atenta do Jornaleco, ela sempre comentava sobre o conteúdo de cada edição.

Depois víamos um dvd que eu levava, ou revíamos algum dos seus filmes favoritos: As Pontes de Madison, Diário de Uma Paixão, A Casa dos Espíritos, ...E o Vento Levou.

Logo após, minha mãe preparava um farto café da tarde, que tomávamos juntos. De volta à sala de tevê, assistíamos o jornal e, muitas vezes, também a novela das sete.

O dia 8 de outubro de 2011, um sábado, marcou nosso último encontro semanal. Havíamos passado uma tarde ótima, conversando e espiando algum programa na tevê. Às seis horas fomos pra cozinha tomar o café da tarde.

Depois, de volta à salinha, eu meio que acompanhava um programa especial sobre a Legião Urbana enquanto não começava Morde e Assopra. A mãe comentava a boniteza da Sofia, sua neta mais nova, que domingo estivera lá. Eu disse: “Mãe, vou ver se já começou a novela...” Então a ouvi balbuciar algumas palavras e me aproximei: — Mãe, tu não tá passando bem? — Era certo que não.

Uns quinze minutos depois os bombeiros prestavam os primeiros socorros e decidiram levá-la pro hospital.

Ela tinha sofrido um acidente vascular cerebral.

Em 2 de dezembro de 2011, Neda faleceu na UTI do Hospital Regional de Araranguá, depois de alguma melhora no período de internação e uma volta pra casa.

Como mãe e filho, vivenciamos alguns conflitos durante minha adolescência. Mas, superado aquele momento, nossa relação tornou-se tranquila e divertida, cheia de afeto e intimidade. Toda convenção há muito se extinguira, era o amor amadurecido gerando uma invencível amizade.

Agora, a saudade de minha mãe vem se me revelando aos poucos, à luz dessas tardes místicas em que eu deveria estar com alguém, em algum lugar... z

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JORNALECO 392 15/03/2012

As pessoas são irracionais, ilógicas e egocêntricas.

Ame-as MESMO ASSIM. Se você tem sucesso em suas realizações, ganhará falsos amigos e verdadeiros inimigos.

Tenha sucesso MESMO ASSIM. O bem que você faz será esquecido amanhã.

Faça o bem MESMO ASSIM. A honestidade e a franqueza o tornam vulnerável.

Seja honesto MESMO ASSIM. Aquilo que você levou anos para construir, pode ser destruído de um dia para o outro.

Construa MESMO ASSIM. Os pobres têm verdadeiramente necessidade de ajuda, mas alguns deles podem atacá-lo se você os ajudar.

Ajude-os MESMO ASSIM. Se você der ao mundo e aos outros o melhor de si mesmo, você corre o risco de se machucar.

Dê o que você tem de melhor MESMO ASSIM.

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CRIANÇA: Porque sim.

POLIANA: Porque estava feliz.

NELSON RODRIGUES: Porque viu sua cunhada, uma galinha sedutora, do outro lado.

MARX: O atual estágio das forças produtivas exigia uma nova classe de frangos, capazes de cruzar a estrada.

AMIR KLINK: Para ir aonde nenhum frango jamais esteve.

MARTIN LUTHER KING: Eu tive um sonho: vi um mundo no qual todos os frangos serão livres para cruzar a estrada sem que sejam questionados seus motivos.

FREUD: A preocupação com o fato de o frango ter cruzado a estrada é um sintoma de insegurança sexual.

DARWIN: Ao longo de grandes períodos de tempo, os frangos têm sido selecionados naturalmente, de modo que, agora, têm uma predisposição genética a cruzar estradas.

EINSTEIN: Se o frango cruzou a estrada ou a estrada se moveu sob o frango,depende do ponto de vista. Tudo é relativo.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO: Por que ele atravessou a estrada, não vem ao caso.

O importante é que, com o Plano Real, o povo está comendo mais frango.

MALUF: O meu governo foi o que construiu mais passarelas para frangos. Quando for eleito novamente, vou construir galinheiros deste lado, para o frango não precisar mais atravessar a estrada.

FEMINISTAS: Para humilhar a franga, num gesto exibicionista, tipicamente machista.

Tentando, além disso, convencê-la de que, enquanto franga, jamais terá habilidade suficiente para cruzar a estrada.

CAETANO VELOSO: O frango é amado, é lindo, uma coisa assim. Ele atravessou, atravessa e atravessará a estrada porque Narciso, filho de D. Canô, quisera comê-lo, ou não...

GILBERTO GIL: Eu queria dizer que a metáfora da música brasileira na globalização efetiva dos carentes objetos da sinergia do frango fizeram a pluralização chegar aos ouvidos eternos da geografia assimétrica do outro lado da estrada.

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JORGE LUIS BORGES POETA E ESCRITOR ARGENTINO (1899-1986)

A sua irritação não solucionará problema algum...

As suas contrariedades não alteram a natureza das coisas...

Os seus desapontamentos não fazem o trabalho que só o tempo conseguirá realizar...

O seu mau humor não modifica a vida...

A sua dor não impedirá que o sol brilhe amanhã sobre os bons e os maus...

A sua tristeza não iluminará os caminhos...

O seu desânimo não edificará ninguém...

As suas lágrimas não substituem o suor que você deve verter em benefício da sua própria felicidade...

As suas reclamações, ainda mesmo afetivas, jamais acrescentarão nos outros um só grama de simpatia por você...

Não estrague o seu dia.

Aprenda, com a Sabedoria Divina, a desculpar infinitamente, construindo e reconstruindo sempre para o Infinito Bem.

Cristo na cruz Cristo na cruz. Os pés tocam a terra.

As três vigas são de igual altura.

Cristo não está no meio. É o terceiro.

A negra barba pende sobre o peito.

O rosto não é o rosto das lâminas. É áspero e judeu. Não o vejo e o seguirei buscando até o dia último de meus passos pela terra.

O homem violado sofre e cala.

A coroa de espinhos o lastima.

Não o alcança o escárnio da plebe que viu sua agonia tantas vezes.

A sua ou a de outro. Dá no mesmo.

Cristo na cruz. Desordenadamente pensa no reino que talvez o espera, pensa em uma mulher que não foi sua.

Não lhe é dado ver a teologia, a indecifrável Trindade, os gnósticos, as catedrais, a navalha de Occam, a púrpura, a mitra, a liturgia, a conversão de Guthrum pela espada, a Inquisição, o sangue dos mártires, as atrozes Cruzadas, Joana D’Arc, o Vaticano que bendiz exércitos.

Sabe que não é um deus e que é um homem que morre com o dia. Não lhe importa.

Lhe importa o duro ferro dos cravos.

Não é um romano. Não é um grego. Geme.

Nos deixou esplêndidas metáforas e uma doutrina do perdão que pode anular o passado. (Essa sentença foi escrita por um irlandês em um cárcere.)

A alma busca o fim, com urgência.

Escureceu um pouco. Já morreu.

Anda uma mosca pela carne quieta.

Que pode me servir que aquele homem tenha sofrido, se eu sofro agora?

(Os Conjurados, Edit. Três, 1985; trad. de Pepe Escobar)

A vida não consiste em ter boas cartas na mão. E sim em jogar bem as que se tem.

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A gente não pode viver no artifício do brilho e do sucesso. Tem que ter uma passagem útil nessa vida.

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Por que o frango atravessou a estrada?

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24 de novembro de 1861. Foi nesta data que nasceu, em Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópolis), o menino negro João da Cruz, filho do casal de escravos Guilherme e Carolina.

Os pais da criança pertenciam, nessa época, ao Marechal-de-Campo Guilherme Xavier de Sousa e sua mulher Clarinda Fagundes de Sousa, pessoas muito importantes. (Mais tarde, o Marechal Guilherme substituiria, interinamente, de 19 de janeiro a 22 de março de 1869, o Duque de Caxias, no comando das forças brasileiras que haviam ocupado Assunção durante a Guerra do Paraguai).

No dia 24 de março de 1862, a criança foi batizada com o acréscimo do sobrenome “Sousa”: João da Cruz e Sousa. Desse modo, o Marechal Guilherme e sua esposa “adotavam” o menino.

Ele aprendeu as primeiras letras com D. Clarinda, entre os anos de 1865 e 1866. Foi nessa época que o Marechal resolveu alforriar todos os seus escravos, adiantando-se, assim, em mais de vinte anos, à Lei Áurea (13 de maio de 1888).

Quando contava apenas sete anos, João recitou alguns versos para o seu tutor, o Marechal Guilherme – que o ouviu, a um só tempo, espantado e maravilhado. Revelava-se, aí, o talento precoce do menino.

A condição social – e, obviamente, financeira – permitia aos pais adotivos do rapazinho mantêlo em bons educandários. Inicialmente matriculado em escola pública (1869), dois anos depois passou a estudar no Ateneu Provincial Catarinense, que só era acessível a famílias abastadas.

Em 1874, João é elogiado, com palavras generosas, pelo sábio alemão Fritz Müller, um de seus professores (Müller era amigo de Charles Darwin – o autor de “A Origem das Espécies”, publicada em 1859 – e mantinha correspondência com o cientista inglês). Müller ensinava, no Ateneu, as disciplinas de Matemática e Ciências Naturais, e chamou o menino João de “meu discípulo amado”. Também nas aulas de Latim, Grego, Francês e Inglês, Cruz e Sousa destacavase como um dos alunos mais brilhantes, sob a orientação dos professores João José de Rosas Ribeiro e Mendes de Almeida.

Em 1875, João deixa o Ateneu. Em 1877, passou a lecionar: tinha apenas quinze anos! E ainda publicava versos nos jornais de Desterro...

O Marechal Guilherme havia falecido em 1870, após voltar, já enfermo, do Paraguai (na fase final da luta contra Solano López, o Conde D’Eu – marido da princesa Isabel – comandou a “Pequena Guerra”, que só findaria com a morte em combate do ditador paraguaio, em Cerro Corá, a 10 de março de 1870). Logo depois, D. Clarinda, a bondosa mãe adotiva do menino João, viúva do Marechal Guilherme, também expiraria.

Em 1881, Cruz e Souza –então com vinte anos – conhece Virgílio Várzea, que voltava para Desterro após uma longa ausência. Os dois logo se tornaram grandes amigos, e passaram a escrever em um jornalzinho, criado por eles, intitulado “Tribuna Popular” – considerada “a folha literária mais notável de Santa Catarina, entre 1881 e 1889”.

Cruz e Sousa e Várzea filiaram-se à chamada “Escola Nova” – representando o Parnasianismo e o Naturalismo –, e passaram a combater, com grande ardor, a velha escola do Romantismo. E defendi-

Machado

am suas idéias e conceitos com tal paixão, que se auto-denominaram “guerrilheiros literários”...

Cruz e Sousa era, dos dois, o mais audacioso e intransigente: não abdicava, de modo algum, das suas crenças intelectuais. Por isso, passou a angariar o ódio e o ressentimento das classes conservadoras do Desterro – não somente por defender suas idéias, mas também por ser negro.

Em 1883, assumiu a Presidência da Província de Santa Catarina o Dr. Francisco Luís da Gama Rosa. Ele era muito mais do que um político: tratava-se de um notável intelectual (tanto que publicaria, logo depois, uma obra intitulada “Biologia e Sociologia do Casamento”, traduzida para os idiomas francês, inglês e alemão).

Gama Rosa tornou-se uma espécie de “mecenas” dos novos valores intelectuais do Desterro; desse modo, nomeou Virgílio Várzea para seu oficial-de-gabinete. Além disso, tentou beneficiar, também, Cruz e Sousa, nomeando-o para o cargo de promotor na cidade de Laguna (àquela época, não era necessário, para isso, ser bacharel em Direito).

Foi aí que se mostrou, inteira, a face mais cruel e mais preconceituosa da sociedade desterrense: moveu-se uma intensa campanha racista contra a nomeação de Cruz e Sousa, e ele não conseguiu assumir o cargo em Laguna!

No ano seguinte – 1884 –, Gama Rosa deixava a Presidência da Província.

Em 1885, Várzea e Cruz e Sousa publicam, em parceria, uma obra intitulada “Tropos e Fantasias”. Ainda nesse mesmo ano, Cruz e Sousa fundou um jornalzinho cujo título era “O Moleque”, que teria duração efêmera – 12 meses.

A respeito dessa fase da vida de Cruz e Sousa, escreveu, mais tarde, Virgílio Várzea (descrevendo seu aspecto físico): “De um talhe elegante, muito preocupado com sua pessoa, Cruz e Sousa (...) gastava tudo o que ganhava, nas lições particulares que tinha, em trajes variados, finos e bem feitos, pelo que andava sempre muito asseado e bem vestido, despertando ainda, por esse lado, maiores odiosidades e inveja... Tinha uns dentes belíssimos e alvos, fazendo, quando sorria, uma pequenina ‘lua de opala’, a sua boca negro-escarlate, onde bailava uma ironia casquilhante e perene. Sempre inspirado e feliz, caricaturista endiabrado e perfeito no verso pilhérico e trocista, trazia a Velha Escola acossada, flagelada e coberta de imenso ridículo...”

Os componentes da Velha Escola costumavam referir-se, em seus ataques às irreverências de Cruz e Sousa, à cor e à origem dele. Era, esta, a forma mais vil e mais odiosa possível, de todos os meios que eles poderiam utilizar. Por outro lado, esse comportamento atestava, sem dúvida, a inferioridade intelectual dos adversários do poeta – já que não encontravam outro recurso a não ser o preconceito racial e social, para atacá-lo. Lastimável...

Mais uma vez, depõe Virgílio Várzea: “Tudo isso, Cruz e Sousa recebia com ares sobranceiros, como se as pedras lhe passassem por cima da cabeça, como se nada o atingisse no íntimo, quando a verdade é que tudo ia calando fundo e ferindo dolorosamente aquele ser de tão extraordinária sensibilidade, dando-lhe, pouco a pouco, uma amargurada visão da vida, demonstrando-lhe sua posição singularmente dramática neste mundo!”

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3524-1633

Anda em mim, soturnamente, Uma tristeza ociosa, Sem objetivo, latente, Vaga, indecisa, medrosa.

Como ave torva e sem rumo, Ondula, vagueia, oscila E sobe em nuvens de fumo E na minh’alma se asila.

Confessando sua fé simbolista, ele escreveu: “Esse luto, essa noite, essa treva, é o que eu desejo.

Treva deliciosa que me anule entre a degenerescência dos sentimentos humanos. Treva que me disperse no caos, que me eterifique, que me dissolva no vácuo, como um som noturno e místico da floresta, como um vôo de pássaro errante. Treva, sem fim, que seja o meu manto sem estrelas, que eu arraste indiferente e obscuro pelo mundo afora, arredado dos homens e das coisas, confundido no supremo movimento da natureza, como um ignorado braço de rio, que através de profundas selvas escuras vai, sombria e misteriosamente, morrer no mar.”

Uma tristeza que eu, mudo, Fico nela meditando E meditando, por tudo E em toda a parte sonhando.

Tristeza de não sei donde, De não sei quando nem como...

Flor mortal, que dentro esconde Sementes de um mago pomo.

No Rio de Janeiro, Cruz e Sousa é ironizado e ridicularizado pelos parnasianos, dentre os quais Olavo Bilac. Inerme, não tem como reagir: é bom que lembremos estar em voga, então, a doutrina positivista, que classificava o simbolismo como desvario subjetivista e mórbido.

Afinal, o grande Baudelaire – todo mundo sabia – havia sido um consumidor de ópio... Nem mesmo “As Flores do Mal” conseguiam convencer certas pessoas da genialidade do poeta francês.

Por tudo isso, Cruz e Sousa nem seria cogitado para pertencer ao grupo inicial da Academia Brasileira de Letras (fundada, logo depois – em 1896–, por Machado de Assis). A esse respeito, escreveu Múcio Leão: “Como compreender que, em uma Academia Literária que se fundava em 1896, tivesse deixado de figurar um poeta sem igual como Cruz e Sousa – já, naquele tempo, o autor glorioso de ‘Broquéis’?”

Dessas tristezas incertas, Esparsas, indefinidas...

Como almas vagas, desertas No rumo eterno das vidas.

Tristeza sem causa forte, Diversa de outras tristezas, Nem da vida nem da morte Gerada nas correntezas...

Tristeza de outros espaços, De outros céus, de outras esferas, De outros límpidos abraços, De outras castas primaveras.

No Rio de Janeiro, Cruz e Sousa trabalhou, por breve tempo, em redações de jornais. Todavia, só veio a fixar-se, mesmo, num emprego de ínfimo salário, na Estrada de Ferro Central do Brasil (como arquivista). Casou-se, a 9 de novembro de 1893, com uma moça negra chamada Gavita Rosa Gonçalves (que foi a musa de muitas poesias dele).

Passou por grandes dificuldades financeiras; a fome rondava-o, ameaçadora.

No final de 1897, foi constatada, em seu frágil organismo – depauperado pela condição de miséria em que vivia –, a tuberculose galopante. Em desespero, tentou a cura na região montanhosa de Minas Gerais (a cidadezinha de Sítio). Lá faleceu, a 19 de março de 1898.

Seu corpo foi levado para o Rio de Janeiro, de trem, em um vagão e transportar gado!

Em 1901, sua mulher, Gavita, também morreu de tuberculose. Anos mais tarde, os filhos do casal seriam vitimados, igualmente, pela tísica.

Na década de 1930, Nestor Vítor recuperaria e reeditaria as obras completas de Cruz e Souza, incluindo as póstumas: “Evocações”, “Faróis” e “Últimos Sonetos”.

Em 1943, o sociólogo francês Roger Bastide publicou um famoso ensaio sobre Cruz e Sousa, comparando-o a Mallarmé, Baudelaire e outros luminares do Simbolismo francês. Assim, o nosso “Cisne Negro” foi mundialmente consagrado! z DVD’s • PASSAMOS VHS P/ DVD REVISTAS • CONVENIÊNCIAS

R. Caetano Lummertz Centro Tel. 3524-1206 “A VIDA ATRAVÉS DO VÍDEO”

Léia Batista

(“Faróis”, 1900, livro de poemas com publicação póstuma; extraído de “Poesias Completas de Cruz e Sousa”, Ediouro, 1a edição, pág. 80)

Dessas tristezas que vagam Com volúpias tão sombrias Que as nossas almas alagam De estranhas melancolias.

Dessas tristezas sem fundo, Sem origens prolongadas, Sem saudades deste mundo, Sem noites, sem alvoradas.

Que principiam no sonho E acabam na Realidade, Através do mar tristonho Desta absurda Imensidade.

Certa tristeza indizível, Abstrata, como se fosse A grande alma do Sensível Magoada, mística, doce.

Ah! tristeza imponderável, Abismo, mistério aflito, Torturante, formidável...

Ah! Tristeza do Infinito!

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DROGARIA

Marista 5

DISK ENTREGA

http://nasala-deespera.blogspot.com leia@contato.net

Acontecimento “bundástico” Além dos fatores naturais que me deslumbram a cada dia pela beleza que possuem (o mar sob o sol ou sob a lua, o céu em suas nuances surpreendentes, os gatos que espiam com olhos de farol sobre o muro...), nada muito admirável estava acontecendo, que viesse agitar a rotina mórbida do meu verão sem férias. Até outro dia, quando algo aconteceu.

Caminhava pelo perímetro urbano que utilizo para praticar minha maratona diária, quando, de repente, fui surpreendida por uma enorme e saliente bunda se escancarando toda num outdoor à minha frente. Passado os primeiros segundos de susto, joguei a cabeça um pouco para trás e pude perceber que a bunda tinha um corpo e, sustentada sobre ele, uma cabeça.

Como péssima fisionomista que sou, no primeiro momento não consegui identificar quem era a dona daquele apetrecho exagerado que, a meu ver, estava no lugar errado. A palavra antiquada não combina nem um pouco comigo, mas confesso que achei, no mínimo, deselegante ter uma enorme bunda, praticamente nua, escancarada na esquina do meu bairro. Num segundo momento, soube que se tratava do troféu da Mulher Melancia que estaria se apresentado por aqui.

Como se não bastasse perder o norte por causa da bunda, perdi o sul tentando descobrir qual o nome que se dá para quem faz show de bunda. Bundora? Porque cantora ela não é. Bundista? Artista muito menos... Em meio a este devaneio, quase fui atropelada e ainda tive que me justificar com o motorista: – Desculpe! É culpa da bunda!

Voltei pra casa com a bunda na cabeça.

No dia seguinte já a havia esquecido, até que (desta vez de carro) dou de cara novamente com ela. De tão voluptuosa, a impressão que tinha é que (como uma vizinha bem educada) deveria cumprimentá-la.

– Bom dia, dona Bunda!

Mas ao chegar mais perto vi que

Há 20 anos servindo a cidade inverno e verão

Balneário Arroio do Silva

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TRISTEZA DO INFINITO

Em fins de 1890, Cruz e Sousa vai, definitivamente, para o Rio de Janeiro. Lá, encontra outro amigo leal e sincero, Nestor Vítor (que já o havia conhecido no Desterro, mas não com intimidade).

Em fevereiro de 1893, ele publica “Missal”, e já em agosto outro volume de poesias, “Broquéis”.

A esse tempo, havia aderido ao SIMBOLISMO. Lera, antes – quando passou uma temporada no Rio, de 1888 a 1889 –, autores como Schopenhauer, Hartmann, Edgar Allan Poe, Baudelaire, e o brasileiro Theófilo Dias.

JORNALECO 392 15/03/2012

Cruz e Sousa, o ‘Cisne Negro’

a bunda já não era mais a mesma. Sobre ela, de uma extremidade a outra, havia uma mancha marrom que me lembrou a “inheca” nojenta, que todo mundo conhece e é muito próxima destas redondezas. Tive a certeza de que eu não era a única que desaprovava um monumento “bundástico” na esquina do meu bairro.

Desta vez voltei pra casa com a bunda suja na cabeça.

No terceiro dia de vizinhança tumultuada fui caminhar no trajeto de sempre e lá (na esquina), adivinhe quem me esperava? Bunda. A mim e ao meu senso de educação bairrista.

– Bom dia, Bumbum! – já estávamos ficando íntimas.

Arreganhada na esquina, Bumbum estava surpreendentemente limpa! A “inheca” marrom tinha sumido completamente e ela voltara ao normal. Alguém havia restaurado o monumento.

Caminhei novamente com a bunda na cabeça, mas desta vez tomei cuidado para não ser atropelada.

No quarto dia, já pronta para o cumprimento diário, me deparo com a bunda vizinha suja de novo.

Definitivamente, eu não era a única que não tirava a bunda da cabeça. Alguém com mais convicção e atitude estava assinando o tratado de expulsão da monumental inquilina da esquina incansavelmente.

– Desculpe Bumbum, mas tenho que concordar com eles, você não é bem-vinda aqui.

E foi deste jeito, de uma forma espantosa que vi a liberdade de expressão ser delimitada pela liberdade de permissão.

Pela primeira vez, sem balbúrdia, baixaria ou briga, vi o bom senso ser ouvido e respeitado. Com determinação, persistência e “inheca” marrom, Bunda foi banida.

Assim, além das belezas da natureza testemunhei algo admirável neste verão.

Mulher Melancia continuou lá, só que desta vez bem vestida em um tubinho preto. E como toda vizinha que se preze... entre um cumprimento e outro, não consegui segurar: – Bom dia! A título de esclarecimento, você é bundora, bundista ou bundarina?

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7 OSTEOPOROSE

Eles são simplesmente fundamentais para fortalecer os ossos e afastar a ameaça da osteoporose. Isso porque a atividade física aumenta a fixação do cálcio nos ossos e acelera o trabalho dos osteoblastos. As ativiMELHORAMIGA.COM.BR dades que mais estimulam esse crescimento são aquelas em que o corpo sofre impacto e os músculos suportam cargas. O ideal é fazer exercícios com pesinhos, sempre com orientação adequada, ou escolher esportes que exijam pequenos saltos e corridas.

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DIABETE Um dos mais importantes processos metabólicos do organismo é a conversão de alimentos em glicose que, por sua vez, será transformada em energia e calor. É possível retirar energia de qualquer tipo de alimento, mas as fontes mais importantes de energia são os carboidratos (açúcares, farinhas, cereais), que são convertidos pelo organismo mais rapidamente.

Para ajudar a penetração do suprimento de açúcar em cada célula do corpo, um órgão chamado pâncreas envia o hormônio Insulina para a corrente sanguínea, fazendo com que o hormônio chegue aos receptores de insulina e transformem a glicose em energia.

Se uma pessoa produz insulina em quantidade insuficiente, a glicose, não podendo entrar na célula e ser consumida, acumula-se no sangue, causando a hiperglicemia, cujos sintomas são o excesso de urina (para eliminar a glicose) e a consequente perda de água. Além disso, o processo desestabiliza o metabolismo, fazendo com que a pessoa sinta ainda mais fome e, ao mesmo tempo, não consiga obter energia, tendo que tirá-la das gorduras e proteínas do próprio corpo. Sem tratamento, o resultado de todo esse processo é extremamente maléfico, podendo levar à morte. saude.terra.com.br

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Tipo de exercício: O exercício dinâmico aeróbico comprovadamente reduz a pressão arterial, sendo considerado o mais adequado para o hipertenso. A sobrecarga pressórica imposta ao sistema cardiovascular durante a realização de exercícios isométricos e a efetividade duvidosa desse tipo de exercício como agente hipotensor levou a desencorajar este tipo de exercício para o hipertenso. No entanto, atualmente tem sido recomendado que os exercícios aeróbios sejam complementados por exercícios localizados, realizados também de forma dinâmica com baixa intensidade e grande número de repetições (ver adiante em intensidade do exercício). Dessa forma se obteria uma melhor integridade do sistema músculo-esquelético e um aumento da força muscular que levaria a uma diminuição da sobrecarga diária ao coração, por redução da FC e da PA durante os esforços da vida cotidiana.

Intensidade do exercício: O exercício leve a moderado possui efeito hipotensor semelhante ou mesmo superior ao exercício intenso, e a pressão arterial se eleva menos durante a sua execução. Aconselha-se que o exercício aeróbio de intensidade adequada para a redução da pressão arterial é aquele que atinge de 50 a 70% do VO2 Max. Esse valor pode ser deduzido pela FC de reserva calculada pela fórmula:

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Marina, morena, Marina, você se tatuou.

Marina, você botou piercing, e com flores, dragões, inscrições pela pele que escondem seu corpo, agora não pode estar nua como Deus a fez.

Gostava mais só do rosto pintado, que você me fazia o favor de lavar, pra ser minha, Marina, inteiramente nuinha outra vez.

Para os exercícios localizados recomenda-se o uso de 40 a 50% da carga máxima voluntária com grande número de repetições (20 a 25).

Frequência do exercício: Para que haja algum efeito hipotensor é recomendável uma frequência mínima de 3 vezes por semana. Frequências de exercícios semanais maiores produzem maior efeito hipotensor. Quanto a exercícios localizados recomenda-se a frequência de 3 sessões semanais.

Duração do exercício: Possui relação direta com a condição física do indivíduo. Tempos maiores de exercício (40 minutos) são mais eficazes que períodos curtos de exercício (10 minutos) para obter o efeito hipotensor. Recomenda-se que o exercício aeróbio tenha de 30 a 45 minutos de duração.

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Dia destes, encontrei o Joênio Luchina, o Jóia, que me contou este causo acontecido com o próprio e o Celestino, defronte a fábrica de balas BEIJA-FLOR, de propriedade do seu Paulo Hahn.

Me impeço em rabiscos Falar em curas e finais Ovelha deste aprisco Um entre os mortais.

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EDIÇÃO: ROSSANA GRECHI

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FAZENDA SÃO JORGE

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ERRATA: Aderbal Machado corrige dado do Jornaleco anterior, na “Galeria”: o governador em visita a Ilhas é Jorge Lacerda, não Ivo Silveira. E acrescenta: o padre presente na fotografia é o padre Santos Sprícigo.

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Mariquinha ainda não estava estabelecido.

Mas vamos ao caso…

O Jóia estava em frente a fábrica de balas observando a pintura que acabara de ser feita na fachada: “FÁBRICA DE BALAS”, e, no local onde deveria estar o nome “BEIJA-FLOR”, foi pintada apenas uma figura de asas abertas da referida ave. Foi então que se achegou, mansamente, o Celestino. O Jóia, malandro e gozador, sabendo que o Celestino não sabia ler, perguntou: — Celestino, tu sabes ler?

— Claro que sei, seu Jóia!

— Então, lê o que está escrito lá em cima.

O Celestino, esperto, pois sabia que ali era a fábrica de balas, começou a falar pausadamente, como se estivesse soletrando: — FA-BRI-CA- DE- BA-LA… E, olhando admirado o desenho da ave na parede, sentindo-se vitorioso, exclamou, quase gritando, rápido e de uma só vez: — CUITELINHO!

OS PERSONAGENS Joênio Luchina: Um araranguaense, excelente jogador de futebol (l950/60) do Grêmio Esportivo Araranguaense (1948/76), participando do grande time bi-campeão de 1953.

Com muita justiça, foi homenageado no desfile de Carnaval do Balneário Arroio do Silva deste ano de 2012, em comemoração aos oitenta anos do Grêmio Fronteira.

Celestino: O mesmo personagem já mencionado pelo nosso amigo Ézio Camilo Rocha no seu livro, o ARARANGUÁRIO. Já falecido. Eu o conheci. Era de estatura baixa, magrinho, fala macia e respeitosamente calma. Para seu sustento e de toda a família, percorria as ruas do Araranguá de então, trazendo alceada, no seu braço direito, uma cesta de vime. Ali, eram colocados, para serem vendidos aos seus fregueses, os mais diversos produtos: vegetais, frutas da época, salgadinhos, pastéis, doces, bolos, Fábrica de Balas Beija-Flor, de Paulo Hahn, pães, etc. Obs.: nos anos 1950, fotografada por Salvador o “shopping”

Dr. Elton Grechi de Oliveira APOIO CULTURAL

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