Jornaleco 393 01 abr 2012

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Indústria Vascaína Embora implantada na parte mais elevada da av. Rui Barbosa, próxima à Serbel e Moinhos Belinzoni, a Vascaína não foi poupada. Também sofreu grande prejuízo no tocante aos estoques de matéria-prima, embalagens e máquinas. Engenhos de arroz Geralmente, os muitos engenhos de beneficiamento de arroz que existem na cidade, situam-se nas zonas altas. Entretanto, o engenho São Sebastião, de Zeferino Darós & Filhos, na Siti, sofreu prejuízos nas máquinas e calhas. O engenho Maísa, de João Rocha, próximo à Souza Cruz, teve prejuízos no seu estoque de arroz, além das águas que alcançaram o maquinário. Cia. de Cigarros Souza Cruz Os armazéns da Cia. de Cigarros Souza Cruz foram inundados. Atualmente, aqueles depósitos guardam mercadoria pertencente à Comissão de Financiamento da Produção, do Governo Federal. Rodoviária A Estação Rodoviária pagou também seu tributo. A violência das águas causaram profundos sulcos no pátio de estacionamento e por pouco não foi atingido o Hotel Alvorada. Estradas e pontes Todas as estradas dos nove municípios do Vale ficaram intransitáveis. Dezenas de pontes ruíram, sendo que os maiores prejuízos se registraram em Timbé do Sul e Meleiro.

Estação da Força e Luz Na margem esquerda do rio, a estação da empresa de eletricidade ficou quase que inteiramente submersa. Esta foi a razão da falta de energia por alguns dias, o que, graças a operosidade dos operários da empresa e da CELESC, tudo foi recuperado. Comando central de socorros Um perfeito esquema de socorros às vítimas e flagelados foi armado na cidade, sob a presidência do Dr. Antonio do Amaral e Silva, juiz de Direito da comarca. Convocadas todas as entidades, clubes de serviço, estabelecimentos de ensino, congregações religiosas etc., o comando central instalou-se no quartel da 1a Cia. de Polícia Militar. Rio Grande do Sul presente De uma vez que a comunicação de Florianópolis através das estradas estavam completamente interrompidas, o Governo catarinense solicitou ao seu colega gaúcho auxílio para a zona do Vale do Araranguá. O governador Euclides Triches foi de uma operosidade que jamais será esquecida dos araranguaenses. E aqui chegaram os socorros mais urgentes. Caminhões com roupas e alimentos, remédios e vacinas. E o importante serviço prestado pelos bravos bombeiros de Porto Alegre, fornecendo, com seus carros especiais, água potável à população. A CEE, do Rio Grande do Sul, conjuntamente com os elementos da CELESC, fizeram voltar a energia elétrica à cidade. Rádio Eldorado, de Criciúma Lavrou um magnífico tento a equipe da Rádio Eldorado, de Criciúma. Incansáveis e competentes soldados da comunicação, a Eldorado, dia e noite, esteve ao lado dos acontecimentos. Clésio Búrigo, Antonio Luiz, Aderbal Machado, em Criciúma, Waldemar Pacheco, em Araranguá. Uma perfeita ponte foi estabelecida. Logo após, outras emissoras entraram no movi-

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A BOA IMPRESSÃO É A QUE FICA

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mento: Farroupilha, Difusora, Gaúcha, todas de Porto Alegre. Dezenas de repórteres de todo o país estiveram nas regiões atingidas Rádio Maristela, de Torres Esta emissora de rádio merece um capítulo à parte. Foi incansável a Maristela, sob o comando do locutor Antonio Rosa. Além de ter sob seus ombros a responsabilidade das comunicações das cheias em sua própria cidade, ainda dispensou a maior atenção a Araranguá e Criciúma. ZYT-3, Rádio Araranguá Não fora a infelicidade da falta de energia que a tirou do ar, a Rádio Araranguá vinha colaborando decisivamente com os trabalhos de socorros aos flagelados. Rádio-amador No momento mais cruciante, quando todos os meios de comunicação falharam, lá estava Gercino Pasquali aposto, lutando heroicamente para levar o nosso grito de socorro a todos os pontos. Foi o responsável pela iniciativa da colaboração do Governo gaúcho, solicitada pelo catarinense, depois dos angustiantes S.O.S. de Gercino. Ele não foi exagerado em suas mensagens, como transpareceu em certo momento. Suas mensagens não ocultavam a triste realidade. É que, por vezes postado à beira do volumoso e enlouquecido rio Araranguá, na escuridão da noite, ele via, alucinado, a impotência das lanchas vindas de Osório, Torres, Arroio do Silva, Morro dos Conventos e Imbituba, contra a correnteza. Ouvia os gritos dos flagelados, que, loucamente, com pequenos sinais de luzes, clamavam por socorro. Foi essa cena macabra que, enchendo de horror àqueles que porventura assistiam, levou Gercino ao desespero. E sua voz alcançou o objetivo. Se os socorros não fossem providenciados conforme o foram, hoje estaríamos carpindo a perda de centenas de vidas, a exemplo do sofrido Tubarão. (Correio de Araranguá, n0 275, 06/04/1974)

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JORNALECO ARARANGUÁ, 10 DE ABRIL DE 2012 • ANO 18 • Nº 393

APOIO CULTURAL

ENCHENTE DE 1974 (DA CAPA)

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Coelho, Coelho & Cia. Ltda. Indústria de artefatos de madeira, no loteamento Inco, defrontou-se com uma situação deveras delicada. A água atingiu quase a cobertura do pavilhão, inundando-o completamente. Estoques de matéria-prima, principalmente compensados, ficaram perdidos. As máquinas sofreram a ação da água.

3 de abril de 1880. Pela Lei Provincial no 901, é criado o município de Araranguá, emancipado de Laguna.

132 anos DA EMANCIPAÇÃO DE ARARANGUÁ

ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL DE

ARARANGUÁ v i s i t e : w w w. a r a r a n g u a . n e t

“O flagelo desafiou o homem. O homem aceitou o desafio.” Esta foi a manchete de capa do Correio de Araranguá de 6 de abril, publicado após a avassaladora enchente de março de 1974

A enchente de 1974, anotada no ‘Correio de Araranguá’ O saldo da trágica enchente Todo o Vale do Araranguá foi atingido pela maior enchente registrada em todos os tempos. Indústrias, casas comerciais, lavouras, população, tudo sofreu com o trágico acontecimento. A lavoura e a pecuária A plantação de soja, que prometia pela primeira vez uma apreciável colheita, foi dizimada. O arroz, principal produto da região, sofreu um prejuízo de cerca de 50%. O milho também foi o grande prejudicado. O fumo, embora tivesse sido colhido em grande parte, o que ficou desapareceu. Restaram as lavouras de mandioca, que justamente são cultivadas nas partes altas e arenosas. O gado sofreu grandemente. Centenas de cabeças foram sacrificadas. Moinhos de trigo Belinzoni Situado à beira-rio, na rua Rui Barbosa, os moinhos Belinzoni foram atingidos violentamente. Milhares de sacas de trigo foram apanhadas pelas águas. Imprestáveis para o uso a que se destinam, foram distribuídas graciosamente aos criadores para forragem. Seus prejuízos ascendem a milhares de cruzeiros. Indústrias Serbel Também implantada à beira-rio, na rua

O rio Araranguá invade e ultrapassa a rua Rui Barbosa, em 1974, na enchente de maior repercussão na nossa história Rui Barbosa, as Indústrias Serbel, de doces e enlatados, foi totalmente “bombardeada”. Dela não se salvou nada. Simplesmente acabou-se. Madeireira Boff Candemil Ainda na rua Rui Barbosa está situada a indústria de madeira Boff. Seus prejuízos alcançam milhares de cruzeiros. As águas violentas invadiram seu parque, carregando de roldão pilhas enormes de madeira. Suas máquinas e motores ficaram completamente a mercê das águas barrentas. Indústria de mandioca Mazzuco Com instalações no arrabalde da Barranca, teve atingidos seu pavilhão industrial e dois grandes armazéns.

Desde a matéria-prima, máquinas e grande quantidade de embalagens foram grandemente prejudicadas. É justamente o arrabalde da Barranca o mais exposto às cheias. Mas esta atingiu alguns metros acima dos índices até agora registrados. Ferreira & Cia. - móveis de aço Das indústrias atingidas, talvez a de armações de móveis de aço, de Ferreira & Cia., foi a mais sacrificada. Ela se situa na rua Cel. Apolinário, nas costas do rio, zona norte. Ali as águas não pouparam nada. Ficou totalmente submergida. Veículos, matéria-prima, estoque de artigos a serem despachados, máquinas, tudo foi alcançado pela força das águas. (SEGUE NA PÁG. 4)

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10/04/2012 • ANO 18 • Nº 393 ESTA EDIÇÃO: 4 PÁGINAS

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H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H

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