Jornaleco 396 18 mai 2012

FONE

Automóveis VEÍCULO

3524-5588

ano

EDITORIAL DO JORNALECO N 0 1 (MAIO DE 1994)

cor / combustível / inf. compl.

AIRTREK

2008

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AUT+COMPLETO

BEETLE

2008

PRETO

GAS

COMP+TETO+COURO

CELTA 2P

2008

BRANCO

FLEX

AQ/L/TE/LDT

CELTA 4P LIFE

2006

PRATA

GAS

TE/AL

CELTA SPIRIT 4P

2009

PRETO

GAS

AR COND.KIT+

CORSA SEDAN PREMIUM

2009

PRETO

FLEX

CORSA WAGON 1.0 16V

1999

BORDO

GAS

F250 XL

2000

PRATA

DIESEL

F-250 XLT

2000

VERMELHA

DIESEL

COMPLETO

FIESTA 1.0 4P

2007

MARROM

GAS

AQ/LT/DT

FIESTA STREET

2004

PRATA

GAS

AC+TRIO ELE

GOL 1.0

1995

VERDE

GAS

LT-DT-TE-RLL

GOL 1.6 GIII POWER 4P

2005

PRATA

FLEX

DH/TE/AL/LT/DT/AQ

GOL MI 99 2P

1999

CINZA

GAS

BASICO

GOLF 1.6

2002

AZUL

GAS

B.COURO/COMPTO

MONTANA 1.8 CONQUEST

2006

BRANCA

FLEX

CD/RLL/

COMPLETO COMPLETA

PALIO CELEBRATION

2008

BRANCO

GAS

TRIO ELETRICO

PALIO ELX 1.0

2001

PRATA

GAS

DH+VE+LDT

PARATI 1.8

2002

BRANCA

GAS

DH/TE/AL/RLL

PEUGEOT 1.4 -3P

2008

BRANCO

FLEX

AQ/LTD/VE-TE

PEUGEOUT SW 207

2010

PRETA

FLEX

COMPLETA

SANTA FÉ

2011

PRETA

GAS/GNV COMPLETA

SAVEIRO 1.8

2001

PRETA

GNV

COMPLETA

SENTRA 2.0 S

2010

PRETO

FLEX

AUT+BC

VECTRA GLS 2.0

1998

AZUL

GAS

COMPLETO -AR

X-TERRA

2006

PRATA

DIESEL

COMPLETA

“

1995

BORDO

GAS

CONVERSIVEL

PEUGEOT CABRIOLET

18 anos do Jornaleco Editorial Anotem aí, Aurélios e Aurélias: Jornaleco: Jornal de pequeno porte... Ei, não é isso!?

“Jornaleco” quer dizer jornal sem valor, depreciativo!?

Está bem, nossos dicionários não mentem. Mas este Jornaleco aqui é de graça, mesmo. E olha que tem muita graça! Talvez não tenha a graça gratuita das nuvens que Quintana fala, mas ele veio para se tornar um papel importante também naquelas horas, lado a lado com outro papel de importância nacionalmente unânime — o papel higiênico.

Mas, calma aí! Isto foi só uma viajada.

O que o Jornaleco pretende, mesmo, é estar em todos os lugares, diversificando a leitura e a informação, no seu estilo “pequeno grande”. Você verá! Ele ainda vai lhe fazer companhia. Mas, se no início ele não lhe agradar... Vá lá, afinal é apenas o Jornaleco! Dobre bem dobradinho e... ofereça-o a um amigo e fique esperando a próxima edição, que, com certeza, vai lhe dar ainda muita descontração e prazer.

[RG]

No dia 22 de maio [1909] dei começo à minha festa do Espírito Santo, levantando, num grande mastro, em frente à igreja, com música, sinos e foguetes, ao meio-dia, a bandeira do Espírito Santo, que se conservou ali por oito dias, durante toda a festa! À noite começou a novena rezada pelo Pe. Miguel Pizzio.

De 27 a 30 as festas revestiram-se da máxima solenidade. Houve uma acorrência enorme. O tempo correu divinamente, sendo as noites de esplêndido luar. (...) Ornamentei toda a praça e igreja.

Carneei duas reses para o povo. (...) Tirei nove fotografias, que foram publicadas, com a descrição das festas, pelos jornais da Capital, e estão num álbum, em nossa casa.” Memórias do Araranguá (diários de

JORNALECO

APOIO CULTURAL

EM FRENTE A DIMASA

Com a sua emancipação político-administrativa em 1880, o município de Araranguá abrangia um vastíssimo território no sul de Santa Catarina, desde o rio Urussanga até o rio Mampituba, fronteiriço com o Rio Grande do Sul, e a oeste, até a serra. A população, na época, andava ao redor de 10.700 habitantes. Siga em ‘A História de Araranguá/nova edição’, pág. 111

ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL DE

ARARANGUÁ v i s i t e : w w w. a r a r a n g u a . n e t

ARARANGUÁ, 18 DE MAIO DE 2012 • ANO 18 • Nº 396

ano

18 373 – 01/06/2011 Av. Getúlio Vargas em 1942

374 – 15/06/2011 A Turma da Praça (1)

375 – 01/07/2011 Armando Gonçalves

376 – 15/07/2011 Hamilton Tournier e Eva

377 – 01/08/2011 “Araranguá condenado”

378 – 15/08/2011 Curto / A Turma da Praça (2)

379 – 01/09/2011 1899 - Araranguá aos 19 anos

380 – 15/09/2011 “’Araranguá’- navio fantasma”

381 – 01/10/2011 1905 - Primeiro navio aqui

382 – 15/10/2011 João Batista “Sarará” Pereira

383 – 01/11/2011 O livro da Léia Batista

384 – 15/11/2011 Aspectos naturais / Luciano

385 – 01/12/2011 Alcoólicos Anônimos

386 – 15/12/2011 Neda Grechi / Padre José

387 – 01/01/2012 Grêmio Araranguaense

388 – 15/01/2012 Alôncio Naspolini e o UCCA

389 – 01/02/2012 Dodemar Oliveira

392 – 15/03/2012 Santo Antonio / Cruz e Souza

393 – 01/04/2012 Enchente de 1974

394 – 15/04/2012 Nascimento João dos Santos

395 – 01/05/2012 NSMH / Redenção do GEA

Galeria Galeria

Fone/Fax: 3524-5916

A BOA IMPRESSÃO É A QUE FICA

Av. XV de Novembro, 1807 - Centro

APOIO CULTURAL

Bernardino de Senna Campos), organizado por João L. Dall’Alba, 1987, págs. 111 e 112

A marca do seu parceiro de estrada POSTOS IRMÃO DA ESTRADA DISK FONE (0**48) 3524-0071

390 – 15/02/2012 391 – 01/03/2012 Aimberê: dez anos no Jornaleco Araranguá, lá...bem no começo!

Solicite-nos através de jornalecocultural@yahoo.com.br o recebimento das edições do Jornaleco (igual no papel + as fotos coloridas) via e-mail

JORNALECO jPANFLETO CULTURAL

18/05/2012 • ANO 18 • Nº 396 ESTA EDIÇÃO: 8 PÁGINAS

Distribuição gratuita Periodicidade quinzenal Tiragem: 1.000 exemplares

H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H EDIÇÃO E DIAGRAMAÇÃO Ricardo Grechi CONTATO Rossana Grechi DISTRIBUIÇÃO Gibran Grechi, Nilsinho Nunes ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado FOTOLITO DIGITAL David PAPEL Toninho IMPRESSÃO Welington, Nei da Rosa, Valdo

© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866 - prot. 4315/RJ, de 17/07/1995)

UMA PUBLICAÇÃO

ORION EDITORA Calçadão Getúlio Vargas, 170 88900.000 Araranguá - SC - Brasil jornalecocultural@yahoo.com.br

APOIO CULTURAL

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MUSCULAÇÃO z PILATES STUDIO z X JUMP z POWER SET z ABS z BOXE FEMININO E MASCULINO z MUAY THAI MISTO z PERSONAL TRAINER z NUTRICIONISTA z FISIOTERAPEUTA z PSICÓLOGA

Praça Hercílio Luz, 444 | Tels. 3522-1120 9624-8947

aimbeream@yahoo.com.br

Triunfam aqueles que sabem quando lutar e quando esperar.

Aimberê Araken Machado

O questionário de Marcel Proust JORNALECO

RESPOSTAS AUTÓGRAFAS DE RICARDO GRECHI Em sua opinião, qual é o cúmulo da miséria? A fome Qual o seu ideal de felicidade terrestre? Casar e ter filhos Onde gostaria de viver? Numa casa à beira-mar A que erros seria mais condescendente?

As justificativas dos dependentes químicos Qual o herói de sua preferência? Fantasma; Capitão Kirk e Spock Qual a sua personagem histórica preferida? Mahatma Gandhi Suas heroínas favoritas da vida real? As feministas Sua heroína na ficcão? Luísa, de O Primo Basílio Seu compositor favorito? Chico Buarque, Dorival Caymmi, Luiz Gonzaga, Waters e Gilmour (Pink Floyd), Mozart, Bach Seu pintor favorito? Alexandre Rocha; os impressionistas Sua qualidade preferível no homem? Lealdade Sua qualidade preferível na mulher? Reciprocidade Sua virtude preferida? Criatividade Sua ocupação preferida? Estudar, viajar, amar Quem gostaria de ter sido? Zico, jogando no Flamengo O principal traço de seu caráter? Boa-fé O que mais aprecia em seus amigos? Gratuidade Seu principal defeito? Excesso de boa-fé Seu sonho de felicidade? Mulher, filhos, casa à beira-mar Qual seria a sua maior desgraça?

Morrer próximo de realizar meu sonho de felicidade Sua cor favorita? O azul do céu e o amarelo do sol Sua flor favorita? Flores amarelas; rosas pelo perfume O seu pássaro preferido? Gaivota Seus autores preferidos na prosa? Os clássicos Seus poetas preferidos? Carlos Drummond e Mario Quintana Seus heróis na vida real? As crianças O que mais detesta? Alienação, alienação e alienação Caracteres históricos que mais abomina? Injustiça e preconceito O feito militar que mais admira? A vitória sobre o domínio de Hitler Que dom a Natureza deveria ter dado?

Que pudéssemos comer sal, açúcar e frituras à vontade Como gostaria de morrer? Sobrevivendo Sua divisa? Esclarecer o problema da dependência química 4

CASA NOVA

CASA

piada com moral

Dificilmente coincidem, com a realidade verificada, as impressões que temos antes de visitar qualquer lugar.

Vejam vocês como nossa mente é condicionada por estereótipos: eu julgava o Chile um país pequeno e com poucas possibilidades. Sempre que ouvia falar de lá, imaginava uma faixa estreita de terra espremida entre os Andes e o Oceano Pacífico... É claro que, se o compararmos com a nossa imensidão brasílica, o país de Gabriela Mistral e Pablo Neruda diminui bastante de tamanho. Mas é bom lembrar o seguinte: uma NAÇÃO é mais que um país, pois neste conceito, muito mais amplo, temos que incluir povo, costumes, história, tradições, idioma... e território, obviamente. Considerados em seu conjunto, esses fatores alteram nossa percepção, como se uma centelha mágica – daquelas que pulam, brilhantes, da varinha das fadas – ampliasse e enchesse de colorido todos os detalhes e peculiaridades do país visitado (que, antes, estavam apenas em preto-e-branco, num canto obscuro e misterioso de nossa cabeça).

Afora essa experiência concreta, que acabo de vivenciar, devo dizer que sempre tive o ímpeto de conhecer novas terras. Já nos tempos de juventude, quando resolvi entrar para a Marinha de Guerra – e notem que eu tinha somente DEZESSETE anos –, encantavam-me paisagens, pessoas e hábitos exóticos (que eu examinava, com olhos gulosos, nas revistas que lia na Biblioteca “Luís Delfino”, sob o olhar atento da minha parenta Ada Silva...). Fase de sonhos, que, de formas variadas e nem sempre seguindo uma linha reta, eu iria tentar concretizar.

Também é verdade que alguns amigos, daquela época tão bela e distante, compartilhavam, comigo, desejos e anseios semelhantes. A maioria deles, creio, não conseguiu realizá-los (infelizmente).

Sorte minha? Pode ser que seja um pouco disso, essa coisa aleatória que é o acaso... mas pode ser, também, o que se chama, singelamente, de DESTINO...

NOVA

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Tel. 3524-1080 Calçadão da Getúlio Vargas

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Calçadão, ao lado da ex-Caixa

O DONO de uma mercearia atendia em sua loja quando um cachorro entrou. Ele espantou o cachorro, mas logo o cãozinho voltou.

Foi quando viu que o animal trazia um bilhete na boca.

Ele pegou o bilhete e leu: “Pode me mandar oito salsichas e oito pãezinhos, por favor. Assinado...”

Junto do bilhete havia uma nota de dez reais. Ele pegou o dinheiro, separou as salsichas e os pãezinhos, colocou numa embalagem plástica, junto com o troco, e pôs na boca do cachorro.

Impressionado, e como já era mesmo hora de fechar a mercearia, o homem decidiu seguir o animal.

O merceeiro e o cão foram caminhando pela rua, até que o cão parou em frente à uma casa e pôs as compras na calçada. Então correu e se atirou contra a porta. Tornou a fazer isso. Ninguém respondeu na casa. Então, o cachorro circundou a casa, pulou um muro baixo, foi até a janela e começou a bater com as patas na vidraça. Depois disso, caminhou de volta à porta. Foi aí que alguém abriu a porta e começou a reclamar acintosamente com o cachorro.

O merceeiro correu até o dono do cãozinho e disse: – Por Deus, o que você está fazendo?! O seu cão é um gênio!

Ao que o homem respondeu: – Um gênio?! Esta já é a segunda vez esta semana que este estúpido esquece a chave!

MORAL DA PIADA: Você pode continuar excedendo as expectativas, mas para os olhos de alguns, você estará sempre abaixo do esperado. E se algum dia alguém lhe disser que seu trabalho não é o de um profissional, lembre-se: amadores construíram a Arca de Noé e profissionais, o Titanic. (NET) JORNALECO 396 18/05/2012

Tornaram-se famosas as respostas do escritor Marcel Proust (1871-1922), ainda garoto, a um questionário que era moda na sociedade francesa de então.

Tanto, que acabou se popularizando em todo mundo como Questionnaire de Proust, tornando-se modelo até para enEsse não é Marcel Proust trevistas jornalísticas, incluindo a série com intelectuais promovidas há alguns anos pela revista literária parisiense Livres de France, da Hachette.

Você pode usar o modelo que segue para fazer junto dos amigos, a modo da Belle Époque. O teste serve para revelar traços da personalidade. Já inquirimos aqui o Alexandre Rocha e o Aimberê Machado. Nesta edição do JORNALECO de 18 anos, vou eu.

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A BANDA

Cartamóvel

POETA BRASILEIRO (1902-1987)

l l l l l l l l llllllllll

Poema de Sete Faces Quando nasci um anjo torto Desses que vivem na sombra Disse: Vai, Carlos, ser gauche na vida.

As casas espiam os homens que correm atrás das mulheres.

A tarde talvez fosse azul Se não houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de pernas: Pernas brancas pretas amarelas.

Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração, Porém meus olhos Não perguntam nada.

O homem atrás do bigode É sério, simples e forte.

Quase não conversa.

Tem poucos, raros amigos O homem atrás dos óculos e do bigode.

Meu Deus, por que me abandonaste, Se sabias que eu não era Deus, Se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo, Se eu me chamasse Raimundo, Seria uma rima, não seria uma solução.

Mundo mundo vasto mundo, Mais vasto é meu coração.

Eu não devia te dizer, Mas essa lua Mas esse conhaque Botam a gente comovido como o diabo.

(Poesias, Livraria José Olímpio Editora, Rio, 1942)

escolher o seu tempo é ganhar tempo.

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A suprema felicidade da vida é a convicção de ser amado por aquilo que você é, ou melhor, apesar daquilo que você é. VICTOR HUGO

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

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SOLO DO EDITOR RICARDO GRECHI

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CANOAS / RS

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Dizem que amar anda difícil. Concordo. Mas tenho percebido constantemente que o contrário também é verdadeiro: deixar de amar anda difícil! Por acaso várias pessoas ao meu redor terminaram relacionamentos, seja um namoro de pouco tempo ou um casamento de anos. E as dificuldades são as mesmas.

No amor, ganhar e perder são aprendizados complementares. Aprender a amar e aprender a deixar de fazê-lo, ou senti-lo por uma pessoa, constituem habilidades que se somam. Não são a mesma coisa, claro.

Ambas ações mobilizam nossas carências internas, nossos medos, nossos fantasmas do passado, mas de formas diferentes.

Costumo pensar o amor como a síndrome dos opostos. No difícil percurso de subida de sua montanha, chegar ao cume nos proporciona um sentimento de plenitude que nos enche de vida. Contudo, ao descer, novamente aos seus pés, parece impossível nos sentirmos mais vazios, como se a vida tivesse nos abandonado lá em cima. Quando a relação acaba, entramos quase que... em luto. Como se estivéssemos num processo de morte, não nossa, não da outra pessoa, mas desse fio invisível chamado relação.

Essa relação entre luto e amor é tão forte que, algumas vezes, as pessoas consideram o espaço vazio tão insuportavelmente doloroso, verdadeiro abismo de solidão, que se matam. A literatura é repleta de casos assim. A pessoa não consegue ultrapassar a depressão e o isolamento. Isso, claro, é um equívoco sobre o que se considera amor.

Conheci também casos em que após a separação a pessoa age como se, de fato, a outra tivesse morrido. Chega mesmo a renomeála “o falecido”. Graças a Deus nunca acharam o corpo morto e o deram por desaparecido (o que não estava).

A relação entre amor e morte é profunda, e daria pano pra manga. Vamos aqui apenas citar esta relação dentro da teoria que Elisabeth Kübler-Ross, psiquiatra de origem suíça, formulou sobre o luto. Ela escreveu um livro clássico sobre o luto (de morte morrida mesmo) chamado Sobre a Morte e o Morrer, onde descreve cinco estágios pelos quais as pessoas passam quando entram em contato com a morte, mas que valem para qualquer perda significativa na vida de uma pessoa.

O primeiro é o da Negação e Isolamento. É a forma mais elementar e básica de fugir da dor, e depende da forma com que a própria pessoa, e aquelas que estão ao seu redor, lidam com esse sentimento.

Em geral esse estágio não dura muito tempo, contudo nossa diretriz cultural atual nos prega que devemos andar felizes o tempo inteiro, e buscar aproveitar ao máximo os prazeres da vida. Se isto for visto de forma equivocada pode ajudar a piorar um pouco as coisas nesse estágio.

O segundo estágio é o de Raiva.

Como a negação e o isolamento não podem durar para sempre, uma hora a ficha cai, a raiva vem como consequência da compreensão de que o mundo não satisfez nossos desejos infantis, de que não foi aquilo que queríamos que fosse. A raiva não deve ser negada, tampouco devemos nos agarrar a ela.

Devemos pô-la, sim, para fora, com todo o seu veneno. Como diria o poeta/filósofo, “ter raiva é como tomar veneno e esperar que o outro morra”! Devemos prestar então bastante atenção nesses momentos, pois eles costumam nos mostrar o nó da questão.

“Morro de raiva dele porque ele não me apoiou”: insegurança. “Ela me abandonou”: já dito na frase, sentimento de abandono...

Essas emoções em geral estão conosco a tempos e permeiam várias e várias relações.

Então: prestar atenção e deixar a raiva ir, senão hostilizamos os ambientes e criamos ressentimentos, revoltas e inveja.

O terceiro estágio é a barganha.

Como nenhum dos dois estágios resolveu a situação, surge a barganha, ou negociação.

Barganhamos com Deus, conosco, com o outro. Já vi mulher dizer que aceita ser amante (também vale para homem, lógico, mas é bem mais incomum), homem falar que “agora casa”, ou então que definitivamente muda. É a negociação com o sentimento de dor.

Quando a pessoa já não consegue negar, e agredir e revoltar-se não mostram soluções, e a barganha também não resolveu, surge então um sentimento de perda. É o estágio da depressão. Aqui começa a possibilidade de evolução, de aproveitar a perda para tornar-se uma pessoa melhor, rever a própria vida, as atitudes, emoções e sentimentos. Não devemos contudo nos fixar neste momento. Em especial no amor as pessoas tem o costume de achar que amor que é bom dói, ou que só é amor se doer bastante e por um bom tempo. Esta é toda uma

Veste seu olhar

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O último estágio é a aceitação, onde a pessoa já não experimenta o desespero nem nega a sua realidade. É o momento de repouso e serenidade antes da morte, onde encontra-se a paz, perdoa-se as faltas alheias, assim como as próprias, e se reconecta com a vida.

Esses estágios não são, obrigatoriamente, sucessivos. Como sempre, existem exceções.

A pessoa pode inclusive pular a negação, a raiva e a barganha, e ir direto para a depressão. Ou permanecer estanque na raiva sem jamais sair dela.

saudade

R. Caetano Lummertz Centro Tel. 3524-1206 “A VIDA ATRAVÉS DO VÍDEO”

Uma semana

há 600 anos NET

Vânio Paes diz que tem quase toda a coleção do Jornaleco. Perdeu uns números por empréstimo a quem procurava alguma foto ou artigo. Diz que tem grande prazer em ler o Jornaleco, mas que a saudade, às vezes, toca muito forte...

Pessoalmente considero o final de um relacionamento um momento quase sagrado. Justamente por ser um tempo de morte, ele nos abre a possibilidade de um novo encontro com a vida. Agora mais profundo, mais pleno, mais saudável. É como se o buraco aberto no peito fosse uma espécie de olho mágico invertido, e nos ajuda a ver melhor nosso lado de dentro. Podemos aprender sobre nós mesmos. A carência provocada pelo término de uma relação amorosa, que nunca é apenas dela, mas reflexo de todas as nossas carências enquanto sujeito, nos possibilita justamente seu preenchimento.

Acredito que, para isso, devemos vencer algumas tentações. Cito pelo menos três: A tentação do confronto, em que tornamos a coisa uma gigantesca guerra. Ou demonizamos o outro, ou demonizamos a nós próprios, buscando fazer com que ele pague na própria carne o suposto mal que nos fez.

A tentação do martírio, de ficar cutucando com o pé a beirada do barranco só pra aumentar o tamanho do buraco, transformando-o num verdadeiro abismo. Como disse antes, a perda da relação amorosa evoca nossas faltas do passado. Em alguns casos uma legião inteira de fantasmas e demônios nos assombra, se deixarmos.

A tentação da falsa indiferença, onde nos atolamos em trabalho, em outra relação, em novos problemas, tudo para não pensar. É como cair de cara no chão e fingir que não doeu. Nos ocupamos na tentativa de nos esconder da dor. Em alguns casos funciona, em outros ela vem mais forte depois, mas o mais importante é que com isso negamos toda a possibilidade de aprendizado e de evolução que temos conosco naquele momento.

Se cair de cara no chão e seguir em frente, podemos seguir com um nariz quebrado sem saber!

Quando a relação acaba, é tempo de querer-se. Reaprender a viver, reciclar afetos, reconstruir o passado. Mas estas são apenas minhas opiniões, e, como escrevi mesmo uma vez: “Amei, amo e continuarei amando, sem saber ainda o que é o amor”. z DVD’s • PASSAMOS VHS P/ DVD REVISTAS • CONVENIÊNCIAS

Léia Batista

A

história da palavra “saudade” se confunde com a própria história de Portugal. Os primeiros registros do vocábulo datam das cantigas do século 13, período em que a língua falada na região ainda era o galego-português. Nessa época, para expressar os sentimentos decorrentes da ausência do ser amado e do desejo de tê-lo de volta, trovadores utilizaram-se dos vocábulos soidade e suidade, derivações do latim solitate, que significava, inicialmente, solidão.

Foi apenas no século 15, com o rei dom Duarte, que a palavra “saudade” definitivamente surgiu e se incorporou à língua e à alma portuguesas. Não poderia haver época mais propícia – o período das grandes navegações e o destino errante do povo português faziam da saudade o principal sentimento, tanto de quem partia para as novas descobertas marítimas como para quem ficava esperando em terra firme.

No começo do século 20, durante a Renascença Portuguesa, o sentimento alcançou uma dimensão pretensamente filosófica. O poeta Teixeira de Pascoaes foi quem desvinculou a saudade do passado e a transformou em um sentimento presente – e até futuro. Foi quando passou a ser vista como um motivo de orgulho para o povo português.

O latim solitate originou tanto a nossa “saudade” como a soledad do espanhol. Só que no português o significado mudou. No espanhol, manteve-se o mesmo do latim.

Melancolia, nostalgia e saudade são sentimentos diferentes. A melancolia é uma tristeza por um passado dado como perdido. A nostalgia é um desejo de voltar ao passado. A saudade é um misto disso tudo – e um pouco mais. (Fonte deste texto: História, 36, 2006, Abril)

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DROGARIA

Marista 5

DISK ENTREGA

O título acima é o mesmo do filme que acabei de assistir e que me pôs a pensar de uma forma diferente. Não sei se já aconteceu com você, mas, algumas vezes, meus pensamentos produzem reflexos físicos imediatos, como a sequência de arrepios que faz os pelos dos braços ficarem eriçados, ou a taquicardia eufórica que leva o coração a disparar. Em ambas as sensações, o efeito colateral acaba sendo uma crônica como esta.

Uma semana, ou sete dias, para os meticulosos; dez mil e oitenta minutos, para os pragmáticos; seiscentos e quatro mil e oitocentos segundos, para os analíticos; é o suficiente para rever, analisar e modificar toda uma vida. Você duvida? Então, precisa assistir ao filme.

Adianto que não se trata de um lançamento (aliás, abro um parêntese para sugerir que você vasculhe as prateleiras dos filmes empoeirados, uma vez que os novos têm deixado muito a desejar por baixo de suas capas lustrosas). “Uma semana” foi produzido em 2008 e, além de uma fantástica viagem pelo Canadá, nos leva a uma simples viagem pela vida.

Primeiro pensamento que me veio à cabeça: “Que mania temos de complicar a simplicidade da vida”, como se isto fosse causar impacto, admiração, glamour. Como se viver meramente e intensamente fosse coisa de gente medíocre, e para se mostrar inteligente e articulada a pessoa precisasse ter uma vida complicada. Coisa do tipo: “Nossa! Aquele fulano ou aquela cicrana enfrentaram e venceram todas as barreiras de dificuldades”, como se precisássemos subsidiar os livros de autoajuda!

Caraca, meu! A vida era simples, quando você podia enfiar o dedo no nariz, até alguém dizer para nunca mais fazer aquilo. A vida era simples quando você podia cantar desafinado e sonhar em ser um cantor de sucesso, até alguém lhe alertar: “Você canta horrivelmente!”. A vida era simples quando você desejava ter uma moto, até que resolveu possuir uma garota que virou a namorada que abominava moto, tanto quanto os homens que

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Sentimos

JORNALECO 396 18/05/2012

O luto do amor

herança do nosso conceito de amor romântico, que de fato não tem nos ajudado muito.

http://nasala-deespera.blogspot.com leia@contato.net

tinham uma. A vida era simples quando você sonhava em ter um livro publicado, até que todas as editoras lhe escreveram um enorme e mudo NÃO! Estas são algumas citações do filme, o qual descreve a vida de um cara castrado. Não se espante, pois não se trata de filme de horror. Não me refiro à castração física, e sim a castração psicoemocional (apesar de considerá-la tão horripilante quanto). Um menino que desde cedo descobriu que viver significa ter de obedecer algumas regras de conduta, não necessariamente boas para ele. E que crescer é um processo conduzido e induzido, como um estado de coma, só que você fica “aparentemente” consciente. Tem certeza de que você nunca viu este filme?

Enfim, resenhando a ficção e desenhando a realidade certifico que a complexidade da vida só é soterrada com a praticidade da morte.

Caraca, meu! A morte é tão simples e prática quanto à vida, mas a gente pensa que é imortal! E aí, não chega ninguém com o dedo em riste no seu nariz para dizer: “Você vai morrer mais cedo ou mais tarde, mas parecerá sempre cedo, portanto, viva como quiser, do jeito que lhe convier, enquanto puder.”

Não sei se o cara castrado morreu realmente, afinal, o filme trata de relatar uma semana da vida de alguém com diagnóstico de câncer irreversível (para o bom entendedor meio filme basta), mas sei que, em apenas sete dias, ele deu uma reviravolta de 720° e recuperou tudo o que perdeu em seus vinte e poucos anos de vida. Comprou uma moto, deixou da namorada que já era noiva, cantou, enfiou o dedo onde bem entendeu e tudo isto (que parece tão pouco) lhe rendeu um livro. Foi praticamente transplantado!

Segundo pensamento que me veio à cabeça: “A morte é o mais forte e verdadeiro despertar da vida”, como se ela precisasse bater em nossa janela para nos tirar do sonho de achar que estamos vivendo. E o último pensamento: “Como a morte raramente avisa, a gente raramente desperta e parcamente vive”.

Enquanto isto, eu recomendo “Uma semana”.

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EDIÇÃO: ROSSANA GRECHI

telefones para emergências

Grupos Familiares AL-ANON

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Maconha e o Bicho de sete cabeças O psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira, 46 anos, conhece as drogas de perto. Como diretor do Proad (Programa de Orientação e Assistência a Dependentes), da Universidade Federal de São Paulo, ele vê, diariamente, os efeitos devastadores que as drogas provocam nas pessoas. Com 20 anos de batalha pela prevenção, Dartiu contou à revista Gente [em 2002] que ficou entusiasmado quando soube que a novela das oito iria tocar na questão, mas acabou decepcionado com o que viu em O Clone.

Como avalia a abordagem das drogas em O Clone (2001, reprisada em 2011)?

O grande mérito da Glória Perez é fazer as pessoas discutirem o assunto. O grande risco disso é cair no estereótipo, de que me parece que ela não conseguiu escapar. Uma coisa em que a novela poderia colaborar, era mostrar que a maioria dos usuários não se tornam dependentes.

O que a novela mostra é irreal?

A novela mostra só um lado das drogas e isso pode disseminar um certo pânico entre os pais. Um usuário esporádico que vê a Mel (personagem de Débora Falabella) vai dizer: “Eu e meus amigos não somos como essa menina. Ela é muito louca”. Não vai haver identificação.

Ainda há muita desinformação?

Já vi várias vezes a história do filme Bicho de Sete Cabeças se repetir. Pais que me ligaram dizendo: “Doutor, encontrei um baseado com meu filho e o internei”. Aí eu tenho de ir à clínica para tirar o garoto. É um efeito da desinformação.

A maconha não oferece riscos?

Oferece, assim como o álcool. Dez por cento poderão desenvolver dependência. Outro risco é do uso agudo. A maconha compromete a capacidade de percepção espacial. Pegar um carro sob efeito de maconha oferece altos riscos de acidente.

Os pais não devem se preocupar com o filho que só fuma nos finais de semana?

Pode ser que ele venha a ter problemas, mas, como regra geral, eles não deveriam se preocupar. O risco da maconha é para

FAZENDA SÃO JORGE

quem passa a ter um uso habitual porque pode apresentar uma “síndrome amotivacional”. Quem passa várias horas do dia “chapado” vai se distanciando do meio ambiente e assume uma postura de passividade para com a vida. Esse é um problema grave. Nós, profissionais, evitamos usar o critério de frequência como principal indicativo de risco. O grande indicativo é o contexto em que é feito o uso. A droga entra a serviço de que na sua vida?

Como trata da questão com seus filhos?

Eles não me dão trabalho nessa área, até porque são muito caretas. Outro dia minha filha ouviu uma entrevista minha e disse: “Pai, você estava defendendo a maconha?”.

Expliquei que não estava defendendo, mas desmistificando falsos tabus.

Como os pais devem fazer essa avaliação em casa?

O que vemos os pais fazerem é tomar uma atitude drástica, castigar ou ficar paranóico, vasculhar a bolsa do filho, cheirar sua boca. Isso não tem eficácia em termos de prevenção. O pai deve parar de prestar atenção nas coisas referentes à droga e prestar atenção no todo: “Meu filho tem amigos?

Está bem sociabilizado? Vai bem na escola? Está feliz?”. Esses são os indicativos de uma personalidade protegida.

Mas ele pode ter tudo isso e ainda assim usar drogas.

O ideal seria os pais conversarem, escutarem o filho e dizer o que pensam. Eu tentaria ver qual a função da droga na vida do meu filho. Mostraria os riscos. Uma coisa é um filho chegar de uma festa e estar meio alto. Outra é eu chegar em casa na hora do almoço e ver a mesma cena. É a favor da legalização da maconha?

Sim. Mas não se trata de fazer apologia.

Não acho que fumar vai acrescentar nada a ninguém. O ideal seria as pessoas viverem sem precisar de aditivos, mas a postura proibicionista causa mais mal do que a droga em si. Por exemplo, na Inglaterra foi feita uma experiência em que se fornecia

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Foi lendo uma crônica que se referia a palavras antigas da língua portuguesa, em desuso e até mesmo mortas, que me recordei deste caso, justamente por uma palavra antiga em desuso e, senão morta, moribunda: penico.

Substantivo masculino que designa o objeto usado, por exemplo, por D. João VI em seus passeios, descritos no livro de Laurentino Gomes (que não é meu parente), pelas ruas do Rio de Janeiro nos idos de 1808, no exato momento em que o Rei, ele mesmo, de viva voz, ordenava à sua comitiva: – Parem o cortejo! Vossa majestade vai obrar!

Imediatamente, alguém fazia chegar até Vossa Majestade o penico.

Para os mais jovens, podemos definilo como o ancestral portátil do vaso sanitário.

O caso famoso com os penicos se deu na antiga vila de Sombrio. É natural e é da história que em qualquer localidade pequena, ainda em formação, pessoas se destaquem nos mais diversos ramos das atividades, especialmente na área econômica. Este foi o caso na cidade de Sombrio com a família Coelho no comércio, principalmente o varejista.

Deste muitas décadas, na então vila de Sombrio, o patriarca da família, o senhor Demétrio Coelho, iniciou suas atividades no comércio e ainda hoje alguns de seus descendentes são comerciantes prósperos da cidade.

A primeira loja do seu Demétrio era o que se podia chamar, hoje, de loja de departamentos, só que nas condições limitadas daqueles tempos. Na verdade, chamado de “o bodegão” de secos e molhados, e o seu nome genérico era mesmo armazém.

Ali se encontrava de tudo: alimentos, ferramentas, artigos e quinquilharias para toda casa, louças, tecidos etc...

Em uma tarde quente e vagarosa de verão, que já ia pela metade, o seu Demétrio, sem pressa – naquele tempo não se tinha pressa – atendia a alguns fregueses que, pelo que parecia, iriam fazer

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drogas a dependentes. O que aconteceu?

Ninguém ficou mais drogado do que já era, e os dependentes saíram do circuito de criminalidade. A taxa de contaminação por HIV caiu para zero, porque deixaram de compartilhar seringas. Mas acho que não existe uma maturidade ainda na população brasileira para arcar com a situação de legalização. (texto resumido) (www.terra.com.br/istoegente - 8/4/2002)

SÍNDROME AMOTIVACIONAL Nos usuários crônicos e regulares de maconha foi descrita uma síndrome clínica, conhecida como “síndrome amotivacional”. Aliás, quanto menor a idade de início de consumo, maiores serão as repercussões dessa síndrome. Inicialmente, acreditava-se que essa síndrome era uma consequência irreversível dos efeitos da maconha no sistema nervoso central (SNC), o que não é confirmado pelos estudos atuais. É considerada uma “síndrome de transtorno do comportamento pelo uso crônico”, cuja etiologia é multifatorial, ou, então, um processo final de vários problemas cognitivos e depressivos causados pelo uso crônico de maconha.

Clinicamente, os usuários com síndrome amotivacional apresentam o seguinte quadro psicopatológico: ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS (isolamento social, retardo psicomotor, autonegligência e passividade); ALTERAÇÕES COGNITIVAS (déficits de atenção; diminuição da capacidade para concentrarse; prejuízo da memória; prejuízo acadêmico com abandono dos estudos e repetidas ausências às aulas; diminuição da capacidade para resolver problemas; prejuízo da capacidade de julgamento e dificuldades para tomar decisões); ALTERAÇÕES VOLITIVAS (diminuição de interesse pela aparência pessoal; apatia; inércia; falta de objetivos na vida; diminuição da vontade; redução da produtividade; falta de motivação; diminuição dos impulsos; fatigabilidade; perda do interesse pelas atividades sociais, acadêmicas e ocupacionais ou qualquer atividade direcionada a um objetivo). projetocosme.blogspot.com.br

TOURNIER Dr. Everton Hamilton Krás Tournier Graduado e especializado na Universidade Federal de Santa Catarina • Pós-graduado no Instituto Adolfo Lutz de São Paulo • Pós-graduado na Universidade do Sul Catarinense

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uma boa compra. Como bom comerciante que era, dava-lhes toda a atenção.

Um viajante entrou no armazém.

Dirigindo-se aos presentes, cumprimentou a todos e perguntou pelo comprador do estabelecimento.

Seu Demétrio se apresentou, mas sempre atento aos clientes, que continuavam comprando.

– Eu sou viajante do Carlos Hoepcke de Laguna e queria mostrar minhas mercadorias ao senhor.

Assim falando, o homem abriu o seu mostruário.

– Não, não! – reagiu o proprietário.

– Hoje não estou interessado em muita coisa, só estou precisando é de penicos.

O senhor vende?

– Claro! Sim, temos penicos. Porém só vendemos em grossas.

– Mas quanto é uma grossa – perguntou o comerciante, ainda distraído, não dando muita atenção ao representante da Hoepcke.

– Uma grossa são doze dúzias. Mas temos também confecções de última moda.

Seu Demétrio, muito mais atento às vendas e aos seus fregueses do que ao vendedor, fez o pedido sem muito cuidado, pensando mais em se livrar do viajante, disse apenas: “Doze”.

Depois de algumas semanas acostou no armazém, um caminhão trazendo, dentre outras mercadorias compradas, doze grossas de penicos, do que o Seu Demétrio pretendia ter adquirido apenas doze unidades.

Como consequência, toda população da vila e arredores teve ofertas de sobra, por um bom tempo, do utensílio portátil que precedeu o vaso sanitário.

Ainda assim, considerando a dimensão populacional da vila de Sombrio daquela época, é de se calcular que cada morador da Vila teria à sua disposição uma unidade para uso exclusivo e pessoal.

Dando asas a imaginação... Se o nosso monarca, o rei D. João VI, pretendesse passear pelas ruas da vila de Sombrio, poderia vir sossegado, pois, com certeza, não lhe faltariam penicos para que “Vossa Majestade” pudesse obrar à vontade. z

Dr. Elton Grechi de Oliveira APOIO CULTURAL

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Penicos em grossas

Reuniões 6as feiras, às 20h Igreja Episcopal, próx. EB Castro Alves

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Reun. 2 e 5 f., 20h - dom., 17h Próx. Igreja Sagrada Família - Cidade Alta as

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Ano Xv - No 276 - 18 de maio de 1974

diretor WLADINIR LUZ redator ERNESTO GRECHI FILHO oficina NEI DA ROSA Publicado na GRÁFICA ORION, de abril de 1960 a maio de 1975

“Fora do ar” Prezado leitor: estivemos “fora do ar” por algumas semanas. É que a carência de papel tanto atinge os grandes, como principalmente os pequenos. O papel foi o artigo que sofreu a mais violenta alta de preços. E o negócio é universal. Você não ignora que até essas notinhas corriqueiras que as casas de negócios extraem são confeccionadas com papel alemão, uruguaio, inglês, argentino? Pois é. A crise pode ser passageira. (...)

Mas todo esse papo é para você não estrilar o aumento de “quinhentos réis” para “um mil réis” o valor do nosso número avulso.

O homem e o azeite Ontem de manhã, entrou num supermercado um cidadão corpulento, com cara de lageano mau, e se dirigiu à uma pilha de azeite [óleo de cozinha]. Sobraçou meia dúzia de latas e saiu a passo.

Um garoto lhe advertiu: “Moço, o senhor não leu o aviso? Só pode levar uma lata...”

O homem não deu bolas. Chegou junto ao caixa, colocou as seis latas no balcão, tirou uma nota de cem, recebeu o troco, agarrou as latas, esticou o peito e saiu andando...

O caixa sorriu aos demais fregueses e nada mais disse. É que o cidadão achou-se no seu pleno direito de comprar. E daí?

Agora falta a margarina Além do azeite, que desaparece novamente, agora a margarina também sumiu das prateleiras dos supermercados. Naturalmente ela voltará, mas com seu preço mais alto.

Quadrinhos de opção O Ministério da Educação está estudando um meio para que os vestibulares se tornem realmente honestos. Quer acabar com os quadrinhos de opção, que transformam os vestibulandos em concorrentes da Loteria Esportiva. Esta é a opinião dos técnicos do Ministério.

Dra. Liana Grechi de Oliveira

CRO/SC 11.148

Clínica Geral

Graduados pela Universidade Tuiuti do Paraná - Curitiba/PR n

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