Jornaleco 402 15 ago 2012

HÁ ANOS

ACERVO FCA

Ano Xv - No 280 - 21 de setembro de 1974

diretor WLADINIR LUZ redator ERNESTO GRECHI FILHO oficina NEI DA ROSA Publicado na GRÁFICA ORION, de abril de 1960 a maio de 1975

JORNALECO

APOIO CULTURAL

38

Hotel dos Viajantes, nos anos 1980, e o Bar Bosa, do Manuel Barbosa

Galeria Galeria

visite: www.ararangua.net

ARARANGUÁ, 15 DE AGOSTO DE 2012 • ANO 19 • Nº 402

A turma de estudantes

Este casarão, sem a pompa e o frescor dos tempos áureos, aos olhos de muita gente poderia não representar mais nada, além de velharia, em seus últimos dias nos anos 1980, como visto na foto.

Mas, por muito tempo, desde a primeira década do século 20 (na metade da década de 70, o hotel ainda funcionava), trazia valiosa historicidade ao nosso conjunto urbano (esquina sul da Igreja Matriz).

Em março de 1913, para fotografar o primeiro automóvel a chegar em Araranguá (partiu de Laguna), Bernardino de Senna Campos escolheu-o para cenário do histórico acontecimento. À esquerda, está o Bar Bosa, do “humorista” Mané Barbosa, marcante nos anos 80.

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...relacionada a seguir, informa que estão “arranchados” num imóvel sito à rua Anita Garibaldi, 61, Centro, Florianópolis, para onde deverá ser remetida qualquer correspondência ou quando forem procurados pessoalmente: de Araranguá: João Carlos Espíndola, Pedro Paulo Nunes, Eniltom Eurides de Oliveira, Mario Cesa Canela, Edson Naspolini, Francisco de Assis Pereira, Carlos G. Farias e José Nunes de Souza; Edson Lima, de Criciúma; João Antonio de Marco, de Campo Grande, Mato Grosso; Adilton Turnes e José Silva, ambos de Ituporanga. Tá dado o recado.

Baleias e mais baleias ...saltitantes e felizes, formam corso entre Arroio do Silva e Morro dos Conventos. Os delicados cetáceos visitam mares sulinos vindos de seu habitat. Segundo os entendidos, as fêmeas estão em período de cio, por isso se transformam em simpáticas conquistadoras.

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BONI chegou à redação do Jornaleco, pela primeira vez, através do Nilsinho Nunes, em junho de 1995.

Gerou uma matéria para a coluna Personalidade publicada na edição nº 25 (leia abaixo). Somente no Jornaleco nº 76, de 10 de maio de 1998, Nego Boni teve um primeiro texto publicado: “Hoje todos em todo mundo querem dar um presente às suas mães. Nos orfanatos, eles dizem: ‘Nós queremos uma mãe de presente’.” No Jornaleco seguinte, estreava o Arquivo da Alma, já com toda a tônica das ideias conceituais e poética do Boni. Sua coluna jamais foi interrompida em quatro anos e o Jornaleco contava seu maior astro, até o dia 15 de maio de 2002, quando o nosso amigo passou a outro plano.

Dez anos sem o Boni. Dez anos com o Boni

B

onifácio de Souza Silveira,

filho de Guilherme Manuel Silveira e Perpétua Custódia Maria de Souza. Uma “mistura de português, italiano, negro e bugre” gerou ao Boni, que tem amigos por todo o planeta.

Nasceu na Sanga da Toca, Araranguá, em 26 de maio de 1938, onde morou até os três anos de idade. Morou depois em Passo de Torres até os seis anos, quando voltou com a família para Araranguá e depois para o Arroio do Silva.

Aos 18 anos foi para o Rio de Janeiro, como voluntário do 1º Batalhão da Polícia do Exército.

Entre 1960 e 1961, Boni integrou o 7º Contingente do Batalhão de Suez, das tropas da ONU em prol da paz no Oriente Médio.

Em 1962, Boni fez concurso para a Patrulha da Polícia Rodoviária, onde ingressou

em 1965, para aposentar-se em 1984.

Ele fala: “Já tenho uma idadezinha avançadinha, já tenho a minha história pra contar.

Uma das minhas últimas histórias se chama a história de Alcoólicos Anônimos. Hoje eu sou membro de A.A., frequento há 12 anos [em 19 de agosto ele faria 18 anos de abstinência alcoólica e ingresso em A.A.] e foi lá que eu descobri um cara chamado Deus. Foi lá que eu também consegui encontrar um cara que hoje eu gosto muito, sou apaixonado por ele, chama-se Nego Boni. Gosto muito desse cara e agradeço a Alcoólicos Anônimos. Em A.A. eu reencontrei Deus, depois de sair de um fundo de poço tremendo. Lá me mostraram que tinha uma coisa melhor e mais poderosa que o álcool”.

Conta o Boni que, quando chegou ao Rio de Janeiro para servir o Exército, um tenente perguntou: “Quem é que sabe nadar, aí?” “Eu sei, sou o melhor nadador do mundo”, respondeu o Boni,

Primavera de 1999.

Boni lança seu livro, o ‘Arquivo da Alma’

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que vivia dentro das águas do mar no Arroio do Silva e flutuava como um peixe. Mandaram ele dar uma demonstração na piscina do Tijuca Tênis Clube, onde estavam. O Boni foi, achando que ia arrombar. E o tenente: “Tá bom, agora tu só precisa aprender a nadar...”

Diz o Boni que no fundo só sabia se espernear sobre a água. Mas o fato é que ele foi mesmo aprender a nadar e acabou conquistando o quarto lugar nos 100m livres do campeonato carioca de natação da 1a Região Militar, e o campeonato mundial da ONU pelo Brasil, realizado em Gaza, no Egito, onde estava como soldado das Nações Unidas.

(Do depoimento do Boni a Ricardo Grechi, em 1995)

Solicite-nos através de jornalecocultural@yahoo.com.br o recebimento das edições do Jornaleco (igual no papel + as fotos coloridas) via e-mail

JORNALECO jPANFLETO CULTURAL

15/08/2012 • ANO 19 • Nº 402 ESTA EDIÇÃO: 8 PÁGINAS

Distribuição gratuita Periodicidade quinzenal Tiragem: 1.000 exemplares

H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H EDIÇÃO E DIAGRAMAÇÃO Ricardo Grechi CONTATO Rossana Grechi DISTRIBUIÇÃO Gibran Grechi, Nilsinho Nunes ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado FOTOLITO DIGITAL David PAPEL Toninho IMPRESSÃO Welington, Nei da Rosa, Valdo, Nei

© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866 - prot. 4315/RJ, de 17/07/1995)

UMA PUBLICAÇÃO

ORION EDITORA Calçadão Getúlio Vargas, 170 88900.000 Araranguá - SC - Brasil jornalecocultural@yahoo.com.br

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Repetimos há milênios que as três maiores questões da humanidade são: Quem somos?

De onde viemos?

Para onde vamos?

Mas as duas perguntas que nunca se calam em nossas almas são: O que tem para o almoço?

O que eu sou para você?

Água e vinho O pó dos ossos de Khayyam não tem o aroma do vinho. Mas sua poesia sempre haverá de exalar um hálito doce.

Foi o Poeta quem transformou a água em vinho... que é sonho.

Mas Jesus tornou ao vinho a natureza da água... que é vida.

Caminho do Céu Dobre a esquina antes do Inferno, veja a luz adiante e siga em frente.

Amor Amamos mais o amor, por amar e ser amados, que qualquer outra coisa.

Até mais que a pessoa amada.

Longe

Valsas de Strauss Para mim, valsas de Strauss sempre me fazem lembrar os antigos bailes de debutantes. Em Araranguá, participei, em minha juventude, de vários desses festivos e lindos acontecimentos, que eram realizados no Fronteira Clube. Ansiosamente esperados, os bailes de debutantes tinham, como atrações principais – obviamente –, as mocinhas que tivessem completado quinze anos. A espera pelo evento significava cuidadosa preparação das participantes, mobilizando toda a família delas: o vestido tinha que ser o mais elegante (geralmente branco), os sapatos os mais delicados, as jóias as mais preciosas. Sim, claro, cada uma se aprestava de acordo com suas posses, mas era certo que cada uma desejava exibir o melhor que podia, sem poupar esforços nem dinheiro.

Se existiam vaidade, competição e outras coisas? Claro que sim. O brilho das mocinhas deveria ser arrebatador, invencível, “the best”! Possivelmente, lá em seus íntimos, cada uma delas desejava ser a mais bonita e sedutora da festa (e, por acaso, não é assim até hoje, “mutatis mutandis”?!)...

* * * Mas por que lembro de todas essas coisas? É que, finalmente, visitei Viena, considerada, mundialmente, a “capital da valsa”.

Lá, assistindo a um espetáculo musical, apreciei, dentre outras peças, as valsas “Vozes da Primavera”, “Danúbio Azul” e “Contos dos Bosques de Viena”. Bem acompanhado com minha mulher, a Joana, ficamos francamente extasiados. No entanto, todos sabem que, em matéria de música, cada pessoa guarda suas lembranças personalíssimas e intransferíveis (para mim, pelo menos, é assim que funciona). E aí, mesmo sem querer, acudiu-me à memória um certo baile em Araranguá, que foi iniciado, magistralmente, com a valsa “Ondas do Danúbio” (também da autoria do imortal Strauss, é claro).

Como um mágico clichê, minha mente “viu”, de novo, aquele baile perdido no tempo, meio enfumaçado e difuso, porém extraordinariamente resgatado pelos acordes dos violinos da orquestra vienense.

Começava o baile, para o qual era contratada uma orquestra de boa qualidade (geralmente, cara). Podia ser o conjunto “Ravena”, de Laguna; ou a “Cassino de Sevilha”, talvez... Lembro que até o famoso maestro Ruy Rey

CRIANÇA GRANDE Para quem me chama de criança grande – e sou! –, por favor, prefiro viver como criança as fantasias da minha imaginação do que viver a realidade hipócrita, egoísta e mesquinha da maioria dos adultos.

CORAGEM Sou grande no tamanho, mas pequeno na coragem para dizer... te amo.

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ASAS A Natureza deu asas aos pássaros para que voem à procura de tudo...

Eu dou asas à minha imaginação para que eu tenha tudo – sem voar.

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Versos íntimos Vês?! Ninguém assistiu ao formidável Enterro de tua última quimera.

Somente a ingratidão — esta pantera — Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!

O Homem, que, nesta terra miserável, Mora, entre feras, sente inevitável Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!

O beijo, amigo, é a véspera do escarro, A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga, Apedreja essa mão vil que te afaga, Escarra nessa boca que te beija!

Último credo Como ama o homem adúltero o adultério E o ébrio a garrafa tóxica de rum, Amo o coveiro — este ladrão comum Que arrasta a gente para o cemitério! É o transcendentalíssimo mistério! É o nous, é o pneuma, é o ego sum qui sum, É a morte, é esse danado número Um Que matou Cristo e que matou Tibério!

Creio, como o filósofo mais crente, Na generalidade decrescente Com que a substância cósmica evolui...

Creio, perante a evolução imensa, Que o homem universal de amanhã vença O homem particular que eu ontem fui!

(Literatura comentada, Abril, 1982)

“Passamos a amar não quando encontramos uma pessoa perfeita, mas quando aprendemos a ver perfeitamente uma pessoa imperfeita.”

em: textos_legais.sites.uol.com.br (sem citação do autor)

Marco Aurélio Massoterapeuta

TAPETES E DECORAÇÕES

AUGUSTO DOS ANJOS

Assim é a nossa vida, o nosso presente e o nosso futuro.

Não devemos culpar ninguém quando algo dá errado.

Somos nós os responsáveis por aquilo que conquistamos (ou não conquistamos).

Nossa vida está em nossas mãos, como a borboleta azul... Cabe a nós escolher o que fazer com ela.

O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.

Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.

AJUDA Se um dia você estender a mão para ajudar alguém, que a mão seja somente um instrumento. Que a ajuda venha do coração.

AMY TAN

POETA BRASILEIRO (1884-1920)

Havia um viúvo que morava com suas duas filhas curiosas e inteligentes.

As meninas sempre faziam muitas perguntas. Algumas ele sabia responder, outras não.

Como pretendia oferecer a elas a melhor educação, mandou as meninas passarem férias com um sábio que morava no alto de uma colina. O sábio sempre respondia todas as perguntas, sem hesitar.

Impacientes com o sábio, as meninas resolveram inventar uma pergunta que ele não saberia responder.

Então, uma delas apareceu com uma linda borboleta azul que usaria para pregar uma peça no sábio.

– O que você vai fazer? – perguntou a irmã.

– Vou esconder a borboleta em minhas mãos e perguntar se ela está viva ou morta. Se ele disser que ela está morta, vou abrir minhas mãos e deixá-la voar. Se ele disser que ela está viva, vou apertá-la até matar. E assim qualquer resposta que o sábio nos der estará errada!

As duas meninas foram então ao encontro do sábio, que estava meditando.

–Tenho aqui uma borboleta azul. Diga-me sábio, ela está viva ou morta?

Calmamente o sábio sorriu e respondeu: – Depende de você... ela está em suas mãos.

NEGO BONI

Se você não pode mudar seu destino, mude sua atitude!

uplemento

A BORBOLETA AZUL

De Araranguá a Viena, imaginem... Que viagens maravilhosas pode fazer a nossa mente, se quisermos deixá-la livre e solta.

Posso dizer, sem exageros, que foi um belo e inesquecível momento.

Como dizem hoje, “mágico”. Valeu.

arquivo da alma

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Um dia eu achava que Paris e Roma estivessem muito longe de mim...

Tchau, mon amour.

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Questões fundamentais

Aimberê Araken Machado

animou bailes no Fronteira Clube, com suas músicas calientes de ritmo caribenho...

S S

Aquele que procura um amigo sem defeitos termina sem amigos.

JORNALECO 402 15/08/2012

HÁ DEZ ANOS, no dia 15 de agosto de 2002, Bonifácio de Souza Silveira, o Nego Boni, deixava este mundo. Nascido na Sanga da Toca em 26 de maio de 1938, filho de Guilherme e Perpétua, consagraria o Arroio do Silva para viver e morrer. Tornara-se meu amigo de infância tardio aos 60 anos, meu grande camarada surgido na hora exata, um irmão, um pai, um mestre... Seu “Arquivo da Alma”, que publicávamos no Jornaleco e que virou livro em 1999, possuía fãs de todas as idades.

Os textinhos que compus e vão a seguir, lembram o estilo boniano: sintético, conciso e poético. Ele os chamaria de “ricardianos”.

aimbeream@yahoo.com.br

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SOLO DO EDITOR RICARDO GRECHI

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Júlio César sentou com sua namorada, Stela, perto do Auditório Araújo Vianna.

Precisavam conversar. Assunto muito sério, pesado, tão desagradável que nem perceberam a beleza azul e verde daquela segunda-feira.

Júlio trazia preocupação na fisionomia.

Era um belo rapaz, alto e elegante. Stela era miudinha, meiga, doce. Estavam apaixonados.

Nada deveria empanar a felicidade dos dois: eram jovens, amavam-se. Logo, o que poderia impedir que fossem felizes?

Mas o destino...

O problema é que Stela engravidara. Um descuido. Um arroubo de paixão. E aconteceu o inesperado.

Mas se estavam enamorados, por que não casar?

Poderia ser simples assim, mas não era.

Problemas de preconceitos, de velhos ranços burgueses, enfim, de bobagens.

Mas existiam. O pai de Stela não aceitava a gravidez antes do casamento. Talvez não por ele, mas pelos amigos, pelos parentes... pela sociedade.

Júlio já dissera que não aceitaria o aborto, e Stela também queria ter o filho.

O pai de Stela, porém, imaginava um meio de induzi-la a tirar o feto.

Em suas conjeturas, Stela ficava imaginando qual seria a reação de Júlio se o aborto se consumasse. Qual seria a alternativa daquele não tão categórico e firme?

Será que Júlio cometeria alguma violência, quem sabe agrediria o pai dela?! Estava com medo, porque só queria ser feliz.

No entanto, estava espremida entre a frieza determinada do pai e a paixão por Júlio.

Quando se despediram, ficou em ambos pedaços daquela conversa. Júlio, lívido, e Stela já francamente em lágrimas, seguiram ambos para suas casas, e, como tinham rumos diferentes, beijaram-se demoradamente.

No céu muito azul, uma ave de rapina emitiu seu grito de guerra, como se fizesse um mau presságio.

recursos.

Doente, Stela estava nas mãos do pai, sem possibilidade de decidir. Apenas protestou palidamente, pois não queria afastar-se de Júlio.

Inútil. Tomaram o avião e viajaram, já com consulta marcada no Hospital das Clínicas com o melhor especialista.

Passaram uma semana sem se encontrarem, para aclarar as idéias. Stela estava louca de saudade, Júlio não menos.

Em sua casa, Stela resolveu enfrentar o pai. Teve uma discussão fortíssima com ele, e lhe disse que não tiraria o filho. O homem ficou vermelho de raiva, quase engasgou devido à ousadia da filha (discutiram à mesa de refeições).

Sua mãe, muito mais compreensiva, socorreu o marido, com medo de ele ter um enfarte.

Stela recolheu-se a seu quarto, e chorou copiosamente.

Stela foi anestesiada e a criança retirada de seu ventre. Ao recobrar os sentidos, a moça verificou, estarrecida, que não tinha mais o seu filho. Apenas chorou, chorou muito. Nada mais podia fazer.

Quando soube do acontecido, Júlio ficou orgulhoso da atitude da namorada. No reencontro, foram jantar à luz de velas.

Depois, amaram-se ardorosamente.

Na conversa que mantiveram – sempre à meia-voz, como se as pessoas que passavam pelo parque fossem testemunhas curiosas–, Júlio deixou clara sua posição. Stela escutava calada, já quase chorando, a voz bem modulada do namorado, no entanto alterada pela emoção, como se a alma do rapaz estivesse se dilacerando.

Ele disse que não toleraria o aborto. Era um não tão forte, tão definitivo e irredutível, que Stela ficou assustada. Ela respondeu, um pouco para acalmar Júlio, um pouco para se convencer a si própria, que também não queria.

Todavia, ela mesma sabia que sua posição era frágil. O pai a dominava, era um homem frio e calculista. Ela, acostumada à obediência, teria forças para discordar de seu pai?

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Como já foi dito, Stela era frágil. A intensidade dos fatos, talvez a emoção em excesso, ou tudo isso, a fragilizaram ainda mais.

Caiu doente. Nada que pudesse ser diagnosticado, pois vários médicos a examinaram e nada descobriram. “Nada físico”, disseram.

O pai de Stela, malevolamente, viu, aí – na súbita doença da filha –, um meio torpe de alcançar seu objetivo – ou seja, impedir que ela tivesse a criança.

Em concordância com a mãe da moça – a qual, no entanto, não imaginava o objetivo que movia seu marido –, resolveram levá-la a São Paulo, em busca de melhores

CERTA MANHÃ, meu pai, muito sábio, convidou-me para dar um passeio no bosque e eu aceitei com prazer.

Ele se deteve numa clareira e, depois de um pequeno silêncio, me perguntou: – Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo mais alguma coisa?

Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi: – Estou ouvindo um barulho de carroça.

– Isso mesmo – disse meu pai –, é uma carroça vazia.

Perguntei a ele: – Como pode saber que a carroça está vazia, se ainda não a vimos?

– Ora – respondeu meu pai –, é muito fácil saber que uma carroça está vazia por causa do barulho.

Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que faz.

Tornei-me adulto e até hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, gritando (no sentido de intimidar), tratando o próximo com grosseria inoportuna, prepotente, interrompendo a conversa de todo mundo e querendo demonstrar ser a dona da razão e da verdade absoluta, tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai dizendo: – Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz...

Pense nisso!

Talvez pelo forte impacto emocional, a doença de Stela desapareceu. Voltaram para Porto Alegre. A moça estava ansiosa para encontrar-se com Júlio, mas ela estava muito enfraquecida fisicamente, e o pai não permitiu – pelo menos naquele momento – que os dois jovens se avistassem.

Foi numa manhã de sol que Júlio soube do aborto. Sua face ficou rígida como se fosse de cera, e nem conseguiu chorar – tão forte foi a emoção.

Sua mãe e seu pai tentaram consolá-lo, mas o rapaz ficava olhando no vazio. Só conseguia pensar em Stela e na criança que fora impedida de nascer.

“Mataram nosso filho”, disse Júlio. Foi para seu quarto. Tomou banho. Vestiu-se de preto. Não calçou os sapatos. Ao entrar na sala, sua mãe ofereceu-lhe um café, e ficou espantada de vê-lo descalço. Enquanto ela se dirigiu à cozinha para preparar a bebida, Júlio concretizou o que já decidira: formou uma corrida em direção à grande janela do apartamento – no sétimo andar. Com a perna direita, firmou-se no sofá que ficava encostado à janela, e precipitou-se, com grande precisão e impulso, para o céu azul de Porto Alegre. z

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Amor até a última vista

O pai de Stela havia preparado tudo. Em São Paulo possuía um amigo médico, agora famoso, que fora seu colega de juventude em Porto Alegre. Ele era agora um cirurgião de renome nacional. No entanto, a ética profissional não era o seu principal atributo. Mas estava rico, e acima de qualquer suspeita. Para o pai de Stela, só isso interessava.

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DROGARIA

Marista 5

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Das fantasias de criança lembro que incorporar o papel de cupido era coisa corriqueira. Bastava algum apaixonado deixar escapar um suspiro, para um cupidinho (ou vários) da turma sair correndo a espetar o coração da vítima daquele amor: “Serginho, a Aninha gosta de vocêêê!” E, como paciência para esperar o efeito da flechada era algo que ninguém possuía, o anúncio era imediato: “Namoradinhos, namoradinhos!!!”

O bacana de ser criança é a leveza que sustenta o que ela faz. Aproximar corações era apenas uma das muitas diversões que podíamos optar durante o dia todo. Éramos cupidos sem maiores responsabilidades. Formar pares perfeitos ou imperfeitos, tanto fazia. O objetivo era sair dando flechadas.

Crescer, além de outros pesos, é carregar seriedade em tudo o que se faz.

Até o anjinho fofo e pelado precisa transportar juízo junto com sua munição de flechas.

Aproximar duas pessoas adultas é muito mais complexo do que enviar um bilhetinho anônimo. A estratégia de armar para que as vítimas (do amor) sentem lado a lado, quando não mais frequentam sala de aula, não utilizam ônibus escolar e já passaram da idade da inconsequência, é uma trama digna de filme de espionagem.

Se se apaixonar por alguém depois dos trinta e tantos já é algo complicado, imagine tentar fazer alguém se apaixonar por... Praticamente uma odisseia!

Perceba que estou me referindo à faixa etária que (creio eu) já passou por todos os processos de desenganos e não acredita em Papai Noel, Coelho da Páscoa, homem do saco, príncipe encantado, bilhete premiado e... amor à primeira vista.

Falo de homens e mulheres que arrancaram a película de nuvenzinhas azuis de suas janelas e enxergam a vida com as tempestades que lhe cabe. Os mesmos que fazem o cupido tremer.

A natureza, a divindade, os astros, os smurfs... Dê a quem quiser os méritos (ou deméritos) do ciclo que nos faz amadurecer. Bem ou mal, vemos o amor passar pelas categorias de conto de

Há 20 anos servindo a cidade inverno e verão

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O Parque da Redenção estava em flor. A cidade de Porto Alegre parecia radiante, depois de um inverno chuvoso.

A CARROÇA VAZIA

AIMBERÊ ARAKEN MACHADO

JORNALECO 402 15/08/2012

Fatalidade

Um conto inspirado em uma história real

fadas, romance, comédia, documentário até chegar ao drama da vida real.

E é bem aqui, na vida real, que encontrar alguém para amar e ser amado vai muito além do kit: corpo perfeito, carro possante, emprego perfeito, conta possante.

O conselho mais sábio que já ouvi sobre como encontrar e manter um amor pela vida toda recomenda escolher alguém com quem se goste de conversar, que é para que quando tudo ficar insignificante (emprego, carro, corpo...), restarem os enriquecedores momentos de conversa.

Não é a mais pura verdade? Quando vejo casais sentados em lugares públicos mirando cada qual sua paisagem, um olhando para o norte e o outro para o sul, mais mudos do que as cadeiras que os sustentam, não consigo deixar de pensar: “Que triste, eles não têm mais nada em comum”.

Será que o amor de duas pessoas que não possuem nada em comum sobrevive?

Aposto que não. Assim como acho que os “diferentes” é que se atraem, e não os “opostos”.

Me aponte quem consegue conviver e, consequentemente, amar alguém estritamente diferente de si, que eu mudo de ideia.

Diferenças são necessárias, mas, como tudo, quando dosadas.

Ainda adolescente, depois de ter namorado um jogador de futebol e ter de passar muitas tardes de domingo em arquibancadas (ou sofás) assistindo a jogos de futebol que detestava, prometi, a mim mesma, ser mais criteriosa na próxima escolha. Bastava que tivesse um chaveirinho de time de futebol para o candidato ser eliminado.

Afinidade é essencial. Adoro viajar, sair para ouvir música, assistir a filmes, ler, escrever. Tenho buscas pessoais e dúvidas espirituais... Se não puder juntar meus verdadeiros “pertences” com os da outra pessoa e, juntos, criarmos o nosso “espaço”, não restará quase nada para sustentar a relação. O silêncio, com certeza!

Na última vez que empunhei minha flecha e cutuquei uma amiga para que prestasse atenção em um amigo (e vice-versa), sabia que tinham muita afinidade. A flechada foi certeira! Juntos há quase um ano, ambos, me agradecem.

Posso até ter criado juízo, mas perder a chance de brincar de cupido? Capaz!

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EDIÇÃO: ROSSANA GRECHI

Os irmãos Villas Boas em Araranguá

Grupo de Amor Exigente

página da saúde

GRUPO NOVO DIA

“Sei o que sei, vivendo!”

Amyr Klink

Grupo de Adoção Filhos do Coração

Foi numa noite de insônia que liguei a televisão e assisti a uma entrevista com Amyr Klink. Gravei a frase acima tendo em vista ao conteúdo da entrevista e a profunda demonstração de contentamento do grande navegador solitário brasileiro em repassar os seus conhecimentos sobre a terra e os oceanos.

Logo me veio a mente uma pequena reportagem que li numa destas revistas semanais, já vencidas e expostas nas antessalas dos escritórios e consultórios, se referindo ao lançamento do filme Xingu. O filme pretende reviver a epopéia dos irmãos Villas Boas, Cláudio, Leonardo e Orlando, nos sertões brasileiros.

Mas, o que tem a haver este imbróglio todo; insônia, entrevista de Amir Klink, revista, Xingu, os Villas Boas e Araranguá?

De minha parte, quase tudo, já que foram todos estes ingredientes que me levaram a escrever o testemunho do que vi e ouvi, e que considero um fato significativo na história da geração

Informações: Juizado da Infância e da Juventude -Tel. 3522-0204 - Ramal 45 ○

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“O segredo de uma vida rica é ter mais começos do que finais.” DAVE WEINBAUM

1. Suco de beterraba acaba com anemia?

Não. Uma xícara de beterraba ralada possui, pasme, apenas 0,8 miligrama de ferro. A criança anêmica tem que consumir todo santo dia 5 miligramas do mineral para cada quilo de peso, durante três meses. Já um bife pequeno de fígado tem, em média, 8,5 miligramas desse nutriente.

2. Posso colocar todos os dias um bolinho desses comprados prontos na lancheira do meu filho?

Se for sem recheio nem cobertura, vá em frente. Mas, se pertencer à categoria dos recheados, a coisa muda de figura. Para obter a consistência cremosa, os recheios são produzidos com gordura hidrogenada, verdadeiro veneno. Em altas quantidades, leva à obesidade e ao aumento do colesterol (sim, criança também pode acumular essa substância nas artérias). Para variar, experimente substituir os bolos por bolachas salgadas ou um sanduíche.

3. Crianças de qualquer idade podem comer frutos do mar?

De jeito nenhum. Por uma questão de segurança, espere que complete 2 anos.

Os principais riscos são a intoxicação alimentar e as alergias. É bem verdade que cozinhar ou assar esse tipo de alimento diminui o perigo, mas, como seguro morreu de velho, é melhor evitar.

4. Café faz mal para os baixinhos?

A bebida não é das mais indicadas, porque a cafeína pode deixar a criança agitada.

Porém, uma xícara pequena de café puro por dia não faz mal a ninguém, para alívio das mães que não abrem mão do pretinho

5. O leite de soja pode substituir o de vaca?

Sim, se o problema for intolerância à lactose. Se não, o de vaca é melhor, porque tem mais cálcio. É bom saber, ainda, que um grupo de proteínas do leite de vaca, as caseínas, pode provocar reações como urticária. Por isso, em caso de dúvida, consulte o pediatra. Só ele pode pode recomendar o tipo de leite mais adequado para a sua criança.

6. Meu filho adora peixe cru.

Tudo bem?

Acima de 2 anos, tudo bem. Para não arriscar, só vá a restaurantes impecáveis no que se refere à higiene. Caso a preferência recaia sobre o salmão — que andou na berlinda como agente da difilobotríase (doença que provoca dor abdominal, náuseas e vômitos) —, cheque se foi previamente congelado a 21 graus e se o estabelecimento tem o certificado sanitário, que garante a procedência e a qualidade do pescado.

7. Alimentos com corantes causam alergia?

A resposta é não para a grande maioria dos baixinhos. Além dos corantes, os espessantes e os conservantes, encontrados nos produtos industrializados, também são mal-afamados. Mas testes comprovam que apenas 5% dessas substâncias estão relacionadas a crises alérgicas. Já os alérgicos ao ácido acetilsalicílico, componente da aspirina, precisam tomar cuidado, porque tendem a apresentar reações a aditivos alimentares.

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8. A carne vermelha é essencial para a criança crescer saudável?

Ela é uma importante fonte de proteínas, gordura, ferro e zinco. Contra anemia, ela é imbatível. Está lotada do chamado ferroheme, ou ferro orgânico, que é muito mais bem aproveitado pelo corpo do que o mineral presente nos vegetais. Segundo a especialista, a anemia afeta mais de 40% das crianças em idade pré-escolar no Brasil. Por isso a carne vermelha deve ser consumida ao menos três vezes por semana, de preferência acompanhado de uma fonte de vitamina C, como a laranja, para aumentar a absorção do ferro. O frango e o peixe são bons substitutos, mas, fique sabendo, não contêm a mesma concentração do tal ferro-heme.

9. Refrigerante diet e guloseimas adoçadas artificialmente devem ser evitados?

Não há nenhum componente nesses produtos que seja comprovadamente nocivo à saúde. Nenhum estudo concluiu, por exemplo, que aspartame faça mal ao organismo dos pequenos. Mas, por serem artificiais, recomendamos que esses alimentos sejam consumidos só quando realmente há necessidade.

“Torneio das Profissões”, no Campo do Grêmio - anos 1950.

Ela foi a queridinha das mães zelosas até alguns anos atrás. Não é mais, até porque nem mesmo os especialistas a recomendam. O ovo cru pode estar contaminado com salmonela. A bactéria pode provocar diarréia, vômito ou até levar à morte. Infelizmente, ovos de diversas marcas podem estar contaminados por causa de higiene e refrigeração deficientes. Como é quase impossível saber quais têm condições de consumo, o mais seguro é fritá-los ou, melhor ainda, cozinhá-los.

TIME DOS BANCÁRIOS De pé, esq. p/ dir.: Silva, Ronaldo, (?), Cerimbeli, Maquinho e Dodemar.

Agach.: Altair, Flávio Pessi, Adílio, Zanoni e Valter.

saude.abril.com.br/especiais

Dr. Everton Hamilton Krás Tournier Graduado e especializado na Universidade Federal de Santa Catarina • Pós-graduado no Instituto Adolfo Lutz de São Paulo • Pós-graduado na Universidade do Sul Catarinense

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10. Gemada é capaz de dar pique?

TOURNIER

“prática” as crianças de Araranguá dos anos 1950, muitos como eu, vimos e ouvimos pela primeira vez, falar de Brasil Central, Selva Amazônica, Ilha do Bananal, índios verdadeiros, bem como, do seu verdadeiro relacionamento com os brancos, o “aculturamento” (bem diferente dos livros escolares).

No final da projeção de um vasto documentário, produzido pela própria equipe dos irmãos Villas Boas, Orlando, em pessoa, fez uma explanação de sua expedição e a vida nas selvas brasileiras. Lembro-me que relatou o detalhe de seu casamento com uma índia que veio a falecer logo depois.

Creio na pertinência deste testemunho, porque registra um acontetecimento cultural e raro, protagonizado pelas mesmas pessoas que patrocinaram uma expedição desbravadora ao centro-oeste brasileiro e que faz parte da história da interiorização do Brasil, e também, para dizer que o Cine Roxy, além de ter sido uma sala de projeção de filmes para diversão, em muito colaborou para a formação cultural de gerações de araranguaenses. z

Galeria do

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Dr. Elton Grechi de Oliveira APOIO CULTURAL

(Fonte: revista Saúde! É Vital)

misturado com o leite. Se você já ouviu dizer que ele prejudica a absorção de cálcio, saiba que não há razão para se preocupar.

A quantidade de cafeína presente em um copo de café com leite é tão pequena que não interfere na retenção do mineral pelo organismo.

JORNALECO 402 15/08/2012

20 mitos e verdades sobre alimentação infantil (I)

araranguaense dos anos 1950.

A insônia me levou a refletir e fazer ecoar, no mesmo desejo e sintonia, a vontade expressa por Amyr. Contar aos menos jovens do que eu (que o sou a mais tempo) aquilo que sei e o que vivi, levando em consideração as minhas limitações.

Lembrando da reportagem da revista, fiquei feliz, e “viajei” até a minha infância. Então, resolvi contar, para a atual geração, que numa tarde, aqui mesmo na nossa cidade e no saudoso Cine Roxy, estiveram entre nós os irmãos Villas Boas.

Não era muito comum, mas algumas vezes, nós alunos do então Grupo Escolar Castro Alves, éramos levados até o Cine Roxy para assistir filmes, principalmente quando estes se referiam à história ou eram de interesse do educandário.

Assim, fomos levados a ver A Vida de Castro Alves, O Guarani, e um documentário sobre as viagens dos irmãos Villas Boas, Orlando, Cláudio e Leonardo – para nós, e na época, ao desconhecido e bravio sertão do Brasil, as matas do Xingu.

Acreditem-me, numa tarde de aula

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CRO/SC 11.149 Especializando em Implantodontia

Dra. Liana Grechi de Oliveira

CRO/SC 11.148

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