Jornaleco 405 01 out 2012

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por Cláudio Gomes CASOS E CAUSOS QUE O POVO CONTA Até a década de 1960, a principal via de acesso ao centro da cidade de Araranguá era a rua Rui Barbosa, também conhecida por rua da beira do rio. Mais parecia uma estrada interiorana, pois não havia ali qualquer tipo de calçamento, somente muita areia. Era a rota mais comum para quem chegasse, vindo do oeste ou do sul, pela estrada estadual que dava acesso rodoviário aos municípios do chamado Vale do Araranguá. As alternativas, para se chegar a nossa cidade eram a estrada natural à beiramar (Torres—Arroio do Silva), ou por trem, via bairro Barranca. Naquele tempo, não havia sido implantada a estrada federal BR-59, depois denominada de BR-101; logo, também, não existiam pontes sobre o Rio Araranguá, a sua travessia era feita por balsas. Saindo do centro da cidade, a Rua Rui Barbosa se inicia por uma lombada, também conhecida por “Lomba do Paulo Hahn”, porque no seu topo estavam instaladas a sua fábrica de balas, bem como a residência. Um pouco mais a frente, chegava-se a balsa do seu Messias (José Messias) e entre esta balsa e a lomba do Paulo Hahn, foi construído um pequeno porto, na década de 1950. Toda esta área, até a curva onde hoje começa a rua Antonio Bertoncini, era conhecida por Rodeio.

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HÁ ANOS

Ano XV - n0 281 - 5 de outubro de 1974 diretor WLADINIR LUZ redator ERNESTO GRECHI FILHO produção gráfica NEI Publicado na GRÁFICA ORION, de abril de 1960 a maio de 1975

Av. XV de Novembro, 1807 - Centro

APOIO CULTURAL

O que muito araranguaense ignora é a existência de verdadeiros artistas que a sua cidade possui. (...) Em Hercílio Luz, existe o artesanato das irmãs Souza. Trabalhos que já ganharam exposição na Galeria Açu-Açu de Blumenau e num festival do Rotary. Esse clube de serviço, através das esposas do presidente Antoninho de Souza, D. Terezinha, e do tesoureiro Almir Carcereri, D. Maria Eunice, irá promover novas apresentações... também com trabalhos de Olga Stekert e pinturas de Maria Kindermann.

A BOA IMPRESSÃO É A QUE FICA

Pinho marinho No ano passado, o rotariano Arnaldo Trein, então governador do Distrito 467, Rio Grande do Sul, e, por sinal, um dos mais antigos veranistas do Arroio do Silva, entregou ao Rotary Clube local uma quantidade de sementes de uma espécie de pinho que se desenvolve muito bem no litoral. Na ocasião, Arnaldo se referiu às matas que circundam os balneários do Uruguai, de onde provieram as sementes. O Rotary confiou as sementes ao seu companheiro engenheiro agrônomo Almir Carcereri que, com carinho, tratou de fazê-las germinar. Hoje elas estão no ponto de serem transplantadas. E assim, os balneários ostentarão uma nova roupagem. (N.J.: Atualmente, esses pinhos são quase uma praga.)

Coluna Irê Gutierrez

Exposição de artes

Fone/Fax: 3524-5916

do cuidado com as peças, principalmente com os rolamentos, para que os motores funcionassem a contento. Dizia que funcionariam melhor desde que fossem abastecidos com graxa mecânica periodicamente. Embora ele soubesse que a graxa só traria benefícios e a falta dela prejuízos, alertava da necessidade de se fazer economia, solicitando para que não colocassem graxa em excesso, evitando assim o desperdício. Depois de algumas viagens rio abaixo, rio acima, o motor estourou mais uma vez. Seu Walter subiu a bordo para verificar o que havia ocorrido desta feita. Logo que abriu a casinha das máquinas, verificou que alguns rolamentos estavam sem qualquer vestígio de graxa, completamente secos, e, como consequência, travados. O proprietário reconheceu ali a causa da quebra. Irado, mas com ironia, seu Walter inquiriu os seus dois funcionários buscando a confirmação do que já sabia: – Pelo que pude perceber, creio que vocês colocaram graxa em excesso nos rolamentos, não foi?! A resposta veio de pronto, na tentativa de se eximirem de qualquer culpa: – Não, seu Walter! Faz mais de dois meses que não colocamos graxa nos rolamentos... O povo conta que os dois “marinheiros” foram obrigados a nadar até a margem oposta, depois de terem sidos atirados na água. n

3 Em primeiro lugar, em todo o Brasil, a novela Fogo Sobre Terra. (N.J.: De Janete Clair, a história girava em torno da desapropriação da cidade de Divinéia, no Mato Grosso, para a construção de uma barragem. Com Regina Duarte, Juca de Oliveira, Jardel Filho, Dina Sfat, Sônia Braga e o araranguaense Gilberto Martinho.)

3 Gitá, com o baiano Raul Seixas, é o segundo disco mais vendido. 3 Época de Jerva, vem a baila o nome do seu criador, Volnei B. Carvalho. 3 XV JASC em Criciúma, participação do Vale só do município de Turvo. 3 No último dia 10 (outubro), a biblioteca municipal completou 33 anos. 3 Livro mais lido da biblioteca é Gabriela Cravo e Canela, de Jorge Amado. 3 O cônego Paulo Hobold está escrevendo um livro sobre Araranguá. (N.J.: O livro do Padre Paulo só foi publicado em 1994, com nova edição em 2005.)

A marca do seu parceiro de estrada POSTOS IRMÃO DA ESTRADA DISK FONE (0**48) 3524-0071

JORNALECO ARARANGUÁ, 10 DE OUTUBRO DE 2012 • ANO 19 • Nº 405

APOIO CULTURAL

Excesso de graxa

No porto do Rodeio, três ou quatro lanchas a motor navegavam o nosso Rio Araranguá até perto da foz. Essas lanchas transportavam toda espécie de mercadorias da cidade para as localidades ribeirinhas, basicamente, Cangicas e Ilhas. Elas traziam, no seu retorno à cidade, areia e areão para construção. Havia também lanchas de passageiros. Foi durante uma viagem, em uma delas. que nasceu uma criança, batizada com o nome de Vânio. Não se sabe se a criança deu o nome à lancha, ou foi o contrário. O que se conhece é que a criança e a lancha passaram a ter o mesmo nome. Esta história inspirou o maestro Sálvio Amaro Pereira a compor a valsa “Vânio”, que ainda hoje faz parte do repertório da banda municipal. Segundo o sr. Waldemar Hahn, eram proprietários de algumas dessas lanchas o sr. Walter Hahn, e de outras Francisco Aguiar (Chico Aguiar). Lembrou, também, que os seus motores, movidos à gasolina, eram do mesmo tipo que equipavam os caminhões da marca Chevrolet. Na época em que essas lanchas navegavam o nosso rio, fazer a sua manutenção era um trabalho muito difícil, ou por não se encontrar peças para reposição, ou por não haver mão de obra especializada. Seu Walter andava desanimado pela hercúlea tarefa de manter suas lanchas n’água, mas pela enésima vez, ensinava aos seus dois “marinheiros” da importância e

visite: www.ararangua.net

A prisão e quase morte do Engenheiro Mesquita César do Canto Machado

destinou-se à Escola Militar comandada pelo grande catarinense General Polidoro da Fonseca Quintanilha Jordão, mais tarde Visconde de Santa Tereza.

www.cesardocantomachado@gmail.com

Do tamanho de sua importância, não param de chegar novidades sobre a vida de Antônio Lopes Mesquita, o nosso Engenheiro Mesquita, idealizador e responsável direto pelo belo traçado de nossas ruas que, por conta de seus hábeis e visionários traços, se transformaram em apreciadas avenidas. Dele, pela mesma importância, e um pouco, também, pela boa dose de curiosidade informativa, repassamos, então, mais dados da trajetória de nosso ilustre personagem, pinçados de um detalhamento muito bem feito por Petrarcha Callado, este que até hoje é tido como um dos mais renomados jornalistas da imprensa catarinense. No texto dos anos 40, Callado, pósênfase às passagens por caminhos das Armas Nacionais e do exercício do ofício de engenheiro trilhados por Mesquita, fala dos momentos dramáticos vividos durante a passagem do

...Mas os caprichos fizeram-no deixar a carreira e transferir-se para a Escola Politécnica em 1872. Fez o curso de agrimensor e sua primeira tarefa foi o desbravamento de Santa Leopoldina, no Espírito Santo. ...Em 1876 viu-se transferido para as colônias do Itajaí e Príncipe D. Pedro, na terra com que sonhava.

famoso movimento denominado Revolução Federalista. Em clima tenso, o Engenheiro Mesquita esteve à beira do mesmo destino do bom tanto de barrigas-verdes que foram impiedosamente fuzilados, uns em Anhatomirim e outros em chão firme ou, até mesmo, embarcados, num gesto de desinteligência desenfreada e absurda!

...O engenheiro Antônio Lopes de Mesquita, ainda que nascido no Rio de Janeiro a 1º de agosto de 1853 é um alicerce da comunidade catarinense. ...Filho de militar da melhor têmpora, o rapaz sentou praça a 18 de janeiro de 1869, no 1º Regimento de Cavalaria, como 1° cadete; dali,

...O decreto do Imperador D. Pedro, datado de 26 de novembro de 1879, nomeou o engenheiro mesquita para a colonização de Luiz Alves. ...Em 1886 entrou na cooperação laboriosa e patriótica, ligando seu nome aos núcleos de Azambuja, Urussanga, Cocal, Criciúma, Treze de Maio e Araranguá. ...A luta fraticida de 1893 alcançouo em São Francisco, onde foi preso. Seu companheiro de cabina no barco-prisão também assistiu aos cruéis fuzilamentos a bordo do “Santos”. ...Mas o comandante do navio era filho de um amigo do Almirante Mesquita (seu pai) e, tendo a lista dos prisioneiros, chamou o engenheiro, com ele acertando a evasão. Alta noite Antônio Mesquita foi levado à cidade, de onde se destinou a São Paulo. n

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10/10/2012 • ANO 19 • Nº 405 ESTA EDIÇÃO: 4 PÁGINAS

Distribuição gratuita Periodicidade quinzenal Tiragem: 1.000 exemplares

H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H

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EDIÇÃO E DIAGRAMAÇÃO Ricardo Grechi CONTATOS Rossana Grechi DISTRIBUIÇÃO Gibran Grechi, Nilsinho Nunes ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado FOTOLITO DIGITAL David CORTE DE PAPEL Toninho IMPRESSÃO Welington, Valdo, Nei

ORION EDITORA

© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866 - prot. 4315/RJ, de 17/07/1995)

Calçadão Getúlio Vargas, 170

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