Jornaleco 410 15 dez 2012

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SABRINA SOUSA WARMLING 90 ano da Escola de Educação Básica Morro Chato (Turvo)

Mas que barbaridade!

Todo santo dia lá em casa se janta a mesma coisa, a tal da MINESTRA. Não sabe o que é minestra? Para saber, só morando no sul de Santa Catarina e sendo descendente de italiano. Digo isto pois esta palavra nem no dicionário tem. Na minha terra é feijão batido no liquidificador, colocado para ferver com temperos, e nesse caldo se cozinha arroz ou macarrão. Uhn! Fica uma delícia! Para acompanhar, nada melhor que um queijinho fresco da colônia e uma salada verde. Esse prato, tão simples e tão fácil, mas tão fabuloso, é a janta de toda noite lá na minha casa. Minha família mora ainda com meus “nonos”, por isso a tradição da minestra. Meu nono ainda gosta de incrementar: degusta ela com leite, e até vinho, o que não me apetece muito.

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mãe pudesse ter se atrasado para a janta, mas não, grande equívoco, ela estava lá, e questionei onde estava a minestra. Mamãe disse que naquela noite seria pizza. Fiquei surpresa e intrigada e perguntei se teríamos visita. Ela caiu na gargalhada e disse, em italiano, para eu parar de ser boba. Minha professora sempre diz que é ótimo ter esse aprendizado na própria casa, que devemos valorizar a língua de nossos imigrantes europeus. Eu entendo tudo, mas, sinceramente, não sei falar nada. Mas, voltando à vaca fria, como se diz na minha terra, sem minestra, sem graça. Meu dia não foi o mesmo, deu saudade da mesmice. Concluí que quando a gente tem, reclama, e quando não tem, faz falta. Naquela noite, comendo pizza, pensei na possibilidade de se fazer uma pizza de minestra. Mas acho que não seria uma boa ideia. Depois de tudo isso fui dormir, aborrecida, frustrada, melancólica, arrasada. Logo naquele dia, que eu queria minestra. E assim foi meu dia sem minestra.

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Uma noite sem ela

Toda tarde, quando apeio do ônibus com meu irmão mais novo e piso na estrada de chão olhando ao redor, caio na mesma rotina do interior onde moro. Vejo a mata verde, o rio de águas mansas, a pequena ponte, as poucas casas da vizinhança, as roças de fumo vistosas, e tudo isso cheira a feijão. Pois lá longe já observo a fumaça na chaminé de nossa humilde residência. A minestra está sendo preparada para saciar minha fome, que vai ao encontro do cheiro dela. Volta e meia reclamo da janta. Será que às vezes eu não poderia fazer como uma adolescente “normal” e cear batata frita com bife, um sanduíche, uma pizza e sei lá, uma comida diferente? Não! O nono não gosta. Por que adolescente tem que aceitar tudo? Fazer o quê? Assim passam meus dias, com minestra. Até que um dia, meu Deus! não avistei fumaça na chaminé do fogão à lenha. Senti algo diferente. Ao redor tudo estava normal, meu nono estava lá sentado na varanda, chapéu de palha, chinelo nos pés, calça regaçada. Pensei então que minha

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O prefeito Mariano Mazzuco Neto, em nome de todos os integrantes da municipalidade de Araranguá que ora encerra seu período administrativo, agradece ao povo araranguaense a oportunidade de trabalhar junto à comunidade, desejando felicidade e paz a todos e boa sorte para 2013.

ARARANGUÁ, 15 DE DEZEMBRO DE 2012 • ANO 19 • Nº 410

Aqueles dias de verão na praia, na casa da vó MARCO AURÉLIO GORDO GRECHI

Pedro Gomes, no auge da sua maturidade, veraneava no Arroio do Silva. Sua casa era no centro da praia. E, nos domingos, abrigava quase toda a sua enorme descendência: 12 filhos e “trocentos” netos. O almoço ia até às quatro horas da tarde. Além dos parentes, vinham os vizinhos mais chegados, principalmente os filhos do Neco Pereira: o Dando, o Poda e o Dilo. Para seu Pedro, isso era uma alegria, ver a casa cheia. Com sua tarrafa de 24 braças nas costas, ele convidava dois ou três netos para ir de junteiros, e saía na madrugada adentrando, com o mar à altura do peito. Lançava sua tarrafa com tanta destreza, que só se ouvia o som afinado da chumbada caindo sobre a água. Depois ia puxando e chuliando bem devagar. Cinco ou seis tarrafadas já eram o suficiente para encher os balaios de peixes e siri. O resto da ceia, minha vó completava com sua saborosa culinária caseira, tudo feito no fogão à lenha, tendo como destaque o feijão moído. Antes de começar a temporada, era feita a limpeza no interior da casa, que em volta se formavam grandes dunas e a areia invadia através das frestas do forro do assoalho. Da área, tirava-se a areia de pá. Depois de limpa, as dunas ainda permaneciam quase à altura das janelas. Me lembro quando estava tomando café ou almoçando na

Detalhe da casa de Pedro Gomes, no Arroio

cozinha e a gente avistava animais rente à casa. Havia muitos animais andando soltos na praia, como bois e cavalos. Às vezes eles metiam a cabeça pela janela, dando a impressão que o bicho ia entrar sem pedir licença. A casa, além de duas áreas, tinha sete peças, sendo quatro quartos. De frente para o mar, no lado sul, ficava o quarto do vô Pedro e da vó creme; no lado norte, era o quarto das tias Céia, Shirley, Neusa e Fata, onde também dormia a prima Adriana, muito simpática e querida por todos. Mais ao meio, vinha o quarto dos mais novos: tio Zôlo e os netos Gordo, Daniel, e o Polaco de vez em quando. Na sala havia, como atração, uma televisão de 24 polegadas, a maior da época, marca Admiral. Para o lado sul da rua do Paulista, era o quarto dos mais velhos: tio Paçoca e Naganto, que tinha cama cativa, e meu irmão Drinho que, posteriormente, deixaria a vaga para mim, quando já estava mudando de penuja para pena. Aos sábados, bem cedo, acordávamos com o ruído fino da roda do carro de boi do seu Jovem, caseiro do seu

Pedro, trazendo melancia, melão, milho, batata e aipim. O Naganto abria a janela, puto da cara por ter sido despertado tão cedo, e saudava com um “bom dia, seu Jovem, o homem que não envelhece”. Após o almoço, o vô ia até a área e, batendo com o dedo nas cascas das frutas, escolhia três entre as melhores melancias. Então a partia, tirava o miolo e distribuía as fatias, que pareciam ser todas do mesmo tamanho! As melancias eram todas amarelas. Quando aparecia uma vermelha, era uma festa, sendo que hoje é raro se encontrar uma melancia com a polpa amarela. Minha vó passava o verão inteiro na cozinha, e o vô Pedro sempre saía cedo, voltando por volta das 10 horas, com uma penca de peixe e com alguns “aperitivos” na cabeça. Enquanto a vó preparava o almoço, ele ficava com os braços e as mãos entrelaçadas para traz, em volta do fogão, reclamando das despesas que tinha no armazém e açougue dizendo que naquela casa se comia um boi por semana. A vó Creme, com sua paciência e sabedoria, não dava muita bola, deixando o vô desabafar um pouco. Logo ele se acalmava e ficava tudo bem. Todo dia 4 de maio comemora-se a padroeira Nossa Senhora Mãe dos Homens e eu me lembro da minha querida vó, pois ela recebeu do Drinho o título de Nossa Senhora Mãe dos Gomes, por sua dedicação incansável à família. Tio Zôlo: Eduardo; tio Paçoca: Pedroca; Naganto: Sander Hahn; Drinho: Pedrão.

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15/12/2012 • ANO 19 • Nº 410 ESTA EDIÇÃO: 8 PÁGINAS

Distribuição gratuita Periodicidade quinzenal Tiragem: 1.000 exemplares

H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H EDIÇÃO E DIAGRAMAÇÃO Ricardo Grechi CONTATO Rossana Grechi DISTRIBUIÇÃO Gibran Grechi, Nilsinho Nunes ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado FOTOLITO DIGITAL David CORTE DE PAPEL Toninho IMPRESSÃO Welington, Valdo

© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866 - prot. 4315/RJ, de 17/07/1995)

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